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RESUMO DO SEMINÁRIO

Introdução: (Rhayane)

Nosso grupo ficou responsável por dois textos, o primeiro Sobre a


Identidade Cultural na pós-modernidade, que discute sobre a identidade moderna
e como ela está se fragmentando e explora a possibilidade da existência de uma
“crise de identidade”. Acredita-se que as velhas identidades que por tanto tempo
estabilizaram o mundo social, estão em declínio. E, então, o livro baseia os
argumentos através das seguintes perguntas:
● “ O que pretendemos dizer com ‘Crise de Identidade’?”
● “ Que acontecimentos recentes nas sociedades modernas precipitaram essa
crise?”
● “Que formas ela toma?”
● “Quais suas consequências potenciais?"
Já o segundo texto, é do livro “Sociologia e modernidade” retrata a
modernidade a partir do século XIX baseada amplamente no mercado, com o
estado coadjuvante e com o papel mais decisivo na economia e na sociedade. E ao
passar do tempo ele mostra que esse formato entra em crise e alguns tendem a ver
isso como “Pós-modernidade”, traz a modernidade como fases.

(um slide só)

Conceitos chaves: (MARCOS)

Identidade em questão
● Declínio da identidade tradicional
● Mudanças nas questões de gênero, raça, sexualidade.
● Perda de um sentido de si
Caráter da modernidade tardia
● Modernidade tardia
● Deslocamento dos indivíduos
● Sociedade descentrada
● Sociedade da diferença

Identidade em questão (MARCOS)


As velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social,
começam a entrar em declínio. Tendo em vista uma nova perspectiva de vida social
dentro de um mundo líquido moderno. Com suas raízes no capitalismo industrial,
um tipo diferente de fenômeno está transformando a sociedade moderna nas
últimas décadas, fragmentando as estruturas relacionadas à raça, etnia,
sexualidade, nacionalidade, entre outros, que antes eram consideradas sólidas.
Dessa forma, o indivíduo, que até então havia sido visto com uma identidade
social unificada e alinhada, frente às mudanças estruturais, passa a assumir
diferentes identidades fragmentando o seu "eu". Segundo o sociólogo Stuart Hall
(1992), esta perda de um "sentido de si" é denominada deslocamento ou
descentração do sujeito.

Três concepções de identidade (RAFAEL)


1. sujeito do Iluminismo;
2. sujeito Sociológico e
3. sujeito Pós-moderno

Sujeito do iluminismo
caracterizado pela centralidade, pela unificação do próprio eu. É uma
concepção de identidade fixa, que defende o indivíduo como um ser individual e
masculino

Sujeito sociológico
Emerge junto a sociedade moderna, envolvido em processos de grupo, numa
constante interação com as culturas que estão à sua volta. A identidade então é
formada nessa interação entre o eu e a sociedade, ocupando o espaço entre o
mundo pessoal e o mundo público.

Sujeito pós-moderno
é composto por várias identidades que, em alguns casos, podem ser até
contraditórias. O processo de fragmentação produz o sujeito pós-moderno, que não
possui uma identidade fixa. A identidade não é inata, mas constantemente
construída; não-existência de uma unidade de identidade.
"Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes
direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente
deslocadas." pág. 13

O caráter da mudança na modernidade tardia (MARCOS)

Um dos principais aspectos da modernidade tardia ou como chamada por


Bauman, modernidade líquida, é o de mudança constante:
"é o permanente revolucionar da produção o abalar ininterrupto de todas as
condições sociais, a incerteza e o movimento eternos" (Marx e Engels, 1973,
p. 70).
As sociedades modernas, portanto, estão sobre mudança constante, rápida e
permanente.
A globalização transforma as políticas e formas de produção, e à medida em
que diferentes povos e culturas são postas em interconexão por este fenômeno, a
identidade social se transforma junto. Ocorre então um processo de uniformização
aproximando os povos e etnias, seja pela formação de sociedade de massas, pelo
consumo, ou pelo movimento migratório mundial, que passam a ocupar o mesmo
espaço.
Com essa diversidade de indivíduos e ideias, a sociedade moderna possui
um centro deslocado, ou seja, não se consubstancia em um todo unificado,
harmônico e bem definido, mas por um núcleo deslocado por uma “pluralidade de
centros de poder". Segundo Laclau, ela não tem nenhum princípio organizador único
e não está em função de uma única "causa" ou "lei".
As sociedades da modernidade tardia, são então orientadas pela "diferença",
ou seja, os conflitos , segregação, oposição de ideologias e grupos sociais são o
que formam as diferentes posições e solidificam as identidades do indivíduo. Essas
características das sociedades com centros deslocados permitem a desarticulação
de identidades do passado e a criação de novas identidades, isto é, novos sujeitos.

O que está em jogo na questão das identidades? (RAFAEL)


→ as consequências políticas da fragmentação ou "pluralização" de
identidades

Jogo de identidades - A identidade de um indivíduo muda de acordo com o


contexto, ou seja, de acordo com a forma como o sujeito é interrogado ou
representado, o posicionamento não é automático, mas pode ser ganho ou perdido.”
pág. 21

Políticas da fragmentação/pluralização de identidades: utilização da crise


de identidade ou pluralidade de centros de poder, como ferramenta política. pág. 18

Nascimento e morte do sujeito moderno (MARCELY)

Irei explicar as principais mudanças na forma pela qual o sujeito e a


identidade são conceitualizados no pensamento moderno e traçar os estágios do
“sujeito humano”, visto como uma figura unificada de identidade racional.
Na idade moderna o sujeito humano se tornou “centrado” e agora está sendo
“descentrado”, mas isso não acontece de uma forma simples, pois ela mudou em
três pontos estratégicos durante a modernidade, essa ideia afirma que o sujeito
muda e portanto, tem uma história.
Com isso, voltando aos três pontos estratégicos. O primeiro surge uma forma
de individualismo de forma diferente, antes havia o pensamento teológico de que
eram divinamente estabelecidos.
Raymond Williams diz que o sujeito é indivisível, que não pode ser dividido
além do que ele é, mas que também é “singular, distintiva e única”.
E com a Reforma e o Protestantismo “liberaram” o individualismo moderno
sem a pressão teológica.
Descarte explica essa relação com o “penso, logo existo”, pois as coisas
devem ser explicadas e que o sujeito individual poderia raciocinar e pensar.
Outra contribuição foi feita por John Locke que definia que a identidade permanecia
a mesma e era contínua com o seu sujeito.

Relações pessoais, sexualidade e família (LEVY)

Antigamente as relações de amizade ensejam laços permanentes, baseados


na honra e ultrapassando o tempo e o espaço: um amigo era alguém não apenas
para se guardar no lado esquerdo do peito, mas uma pessoa a quem se deviam
obrigações que poderiam levar a perda da posição social ou da própria vida. A
lealdade estava acima de tudo e era constitutiva, de modo direto, da identidade do
sujeito. Numa sociedade baseada na noção de indivíduo autodeterminado e
preexistente às relações sociais, isso se alterou sensivelmente, uma vez que nada,
sequer a lealdade e a honra, deve se intrometer de fato em seu destino, criando
óbices e riscos.
Na medida em que uma forte individualização marca a modernidade
contemporânea e o sujeito passa a ter de construir sua trajetória pessoal, as
relações pessoais que estabelecemos perdem a “naturalidade” e a necessidade. Só
mantemos aqueles amigos nos quais efetivamente confiamos e dos quais
recebemos suporte que compense o investimento na relação.
. O Brasil conheceu por muito tempo sobretudo a família patriarcal. No início
da era moderna, a família nuclear se estabeleceu como modelo, excluindo outras
formas mais complexas e diferenciadas de organização do parentesco, como
famílias muito mais extensas. Essa família nuclear era, ademais, patriarcal.
A situação das crianças ainda é bastante dúbia em nossa sociedade, pois por
serem menores, elas não possuem direitos nem obrigações semelhantes aos
adultos; Se até pouco tempo atrás os adultos mantinham poder total sobre as
crianças, nos últimos anos essa tutela foi de certo modo pulverizada.
No alvorecer da própria modernidade, as mulheres foram tomadas como
seres incompletos, indivíduos limitados, no sentido exato de que confiar em sua
racionalidade seria um equívoco grave. Isso, portanto , tornava inevitável sua
exclusão da vida pública e sua subordinação ao marido. Desde então, contudo, a
situação transformou-se bastante. Exemplo disso foram as mulheres que lutaram
arduamente para conquistar o direito do voto para elas, dentre outros movimentos.
Com isso, muda a caracterização da vida privada: as mulheres cada vez mais
assumem posições de poder na família; mas também se altera a configuração da
esfera pública, que deixa de ser privilégio dos homens.
Desse modo, a definição dos gêneros investiga mulheres e homens em
papéis sociais claros e distintos. Em geral, a masculinidade normalmente implicava
maior racionalidade, força e responsabilidade. Enquanto a mulher recai nos
atributos de emocionalidade, fraqueza e trato do mundo doméstico.
Nesses dois planos muita coisa mudou no mundo. No Brasil, embora com
características um pouco distintas e com ritmos talvez mais lentos, tanto a definição
da sexualidade de uma pessoa e de sua situação matrimonial se tornaram mais
flexíveis. Os homossexuais afirmam-se mais abertamente, ou pelo menos
transformam a legitimidade de sua homossexualidade em objeto de debate público
– o que nao quer dizer que o preconceito contra formas tao comuns, todavia pouco
“convencionais” de viver a sexualidade tenha desaparecido.
O fato é que a construção da biografia, seja em termos da identidade sexual
ou no que tange à sua evolução ao longo do tempo, faz-se muito mais complexa do
que era dentro de um modelo em que os papéis sexuais e a duração do casamento
eram já dados “desde sempre”. Hoje, é muito mais visível que isso depende das
preferências do indivíduo com quem ter relaçoes sexuais – com pessoas do mesmo
sexo ou de sexo diferente
Muitas pessoas, adultos e crianças, agora vivem em famílias substitutas – em
geral não, como em épocas anteriores, como uma consequência da morte de um
esposo, mas por causa de uma nova forma dos laços de casamento após o divórcio.
Uma criança em família como essa pode ter duas mães e pais, dois conjuntos de
irmãos e irmãs, junto com outras conexões complexas de parentesco que resultam
dos múltiplos casamentos dos pais.
Anteriormente bastante “centrada”, exclusiva, com uma intencionalidade clara
que derivou em grande medida do fato de o poder de decisão estar concentrado no
homem, a família hoje, inclusive no Brasil, se tornou uma subjetividade coletiva
descentrada. (questões de estratégias financeiras, laços emocionais etc.)

CONCLUSÃO
Observa-se que com a identidade iluminista e a identidade socióloga em
declínio, a identidade pós-moderna fez com que o indivíduo assumisse diferentes
papéis em diferentes momentos em sua vida. A identidade pós-moderna quebra a
linha de que “nascemos, vivemos e morremos com a mesma identidade”. Isso
mostra que o indivíduo nasce com um pensamento, mas que esse pensamento
cultural é alterado no decorrer da vida desse ser.
Hall diz que as mudanças contínuas e rápidas que começaram a acontecer
no século 20, como a Segunda Guerra Mundial e a terceira revolução industrial
contribuíram para o sentimento de instabilidade no indivíduo.
Com isso, vemos que essa certa instabilidade trouxe ao indivíduo a
sensação de egoísmo aplicada a ele, no qual somos formadores de opiniões sobre
nós mesmos.
Então fica claro que a identidade cultural na pós-modernidade se tornou algo
líquido, no qual as pessoas não conseguem ligar laços afetivos uns aos outros.

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