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Disciplina: Antropologia Cultural e Sociologia Urbana

Docente: Prof. MSc. João Paulo Omena


Discente: Jamilly de Medeiros da Silva dos Santos
Nota:

FICHAMENTO

1. Identificação do texto
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. A identidade em questão. 1. Ed.
DP&A, 1992. Cap, 1, p. 7-21.

2. Resumo
Socialmente, a questão sobre a identidade está sendo discutida. Sób esse viés, o livro
para estudo de Stuart Hall é extremamente pertinente, pois representa e apresenta
também, um avanço na discussão das identidades culturais na pós-modernidade. As
velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o mundo social estão em declínio.
Novas identidades estão surgindo, deixando o indivíduo moderno fragmentado. O
propósito do livro é explorar, muitas das questões sobre a identidade cultural na
modernidade tardia e avaliar se há uma crise de identidade, em que consiste essa crise e
em que direção ela está indo. Ao desenvolver seus argumentos, o autor introduz certas
complexidades e examina alguns aspectos contraditório que a noção de “descentração do
sujeito”, em sua forma mais simplificada, desconsidera. Outrossim, este livro é a
tentativa de debater o movimento produzido pela globalização nas identidades culturais
na modernidade tardia/pós-modernidade. O livro nos brinda e ao mesmo tempo nos
estimula a rever nossos scripts culturais e nossa capacidade de interpretação do mundo
pós-moderno.

3. Palavra-Chave
Indivíduo; Modernidade; Unificada; Contraditórias; Nascimento.

4. Estrutura
A leitura a ser avaliada, trata-se de um livro, no qual é dividido por capítulos compostos
por temas. A construção do texto foi elaborada de forma simples e nítida para melhor
compreensão do leitor. A leitura criada pelo autor Stuart Hall, fornece uma nova ótica de

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compreender a forma como a identidade se transforma, molda e como ela pode ser
analisada ente o pré e pós modernidade. O autor do respectivo livro, desenvolveu um

texto resumido e analítico, estruturou a organização do livro em seis partes, que contém
uma farta e imprescindível coletânea de informações, citações de sociólogos e filósofos,
que, por meio destas várias idealizações fornece uma leitura leve, compreensível e bem
desenvolvida, nos fazendo refletir e transformar nosso modo de observar o novo mundo.

5. Anotações
Como já supracitado antes, o autor nos fornece novos olhares e novas compreensões em
como a identidade foi, era e se transformou, e de que, o livro nos estimula a rever nossos
scripts culturais - expectativas partilhadas culturalmente quanto à ordem e tempo em que
importantes acontecimentos transitivos devem ocorrer num curso de vida prototípico de
uma determinada cultura.

“As velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em
declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui
visto como um sujeito unificado.” (HALL, 1992, p. 7)

Certamente pode levar a uma sensação desconfortável de vazio, uma percepção de que
as identidades tradicionalmente assumidas são uma ilusão. A mitificação da fixidez,
encontra sua corrosão em uma infinidade de símbolos da pós-modernidade, uma
mudança radical que desagrada aos reacionários apegados aos valores imutáveis da
existência.

“Aqueles aspectos de nossas identidades que surgem de nosso “pertencimento” a


culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas e, acima de tudo, nacionais.” (HALL,
1992, p. 8)

A identidade é o que nos diferencia dos outros, o que nos caracteriza como pessoa ou
como grupo social. Ela é definida pelo conjunto de papéis que desempenhamos e é
determinada pelas condições sociais decorrentes da produção da vida material.

“A identidade torna-se uma “celebração móvel”: formada e transformada


continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados
nos sistemas culturais que nos rodeiam. É definida historicamente e não
biologicamente.” (HALL, 1992, p. 12-13).

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Talvez seja a dita “celebração móvel” o fator que mais enriqueça o desenvolvimento da
vida sociopolítica, mas, ao mesmo tempo, esta disposição também é fator de
incerteza e estranhamento para as mentalidades mais conservadoras. O sujeito
envolvido em um processo de formação identitária não é de maneira alguma a

Matriz: tal processo não se dá no sujeito, em sua interioridade, mas externamente, a


partir de sua exposição aos discursos e signos em circulação no tecido social que o
envolve e de suas relações materiais e práticas com o mundo.

“Um tipo diferente de mudança estrutural está transformando as sociedades modernas do


final do século XX. Isso está fragmentado as paisagens culturais de classe, gênero,
sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, que no passado, nos tinham fornecido sólidas
localizações como indivíduos sociais.” (HALL, 1992, p. 9)

O pensamento de Stuart Hall se configura como um excelente ponto de inflexão para que
possamos compreender os confusos tempos da dita “pós-modernidade”, não como algo
nostálgico, mas como um renascer de novos pensamentos.

“O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não


são unificadas ao redor de um “eu” coerente.” (HALL, 1992, p. 9)

A identidade cultural pode ser definida como “saber se reconhecer perante a sociedade”.
Ela é composta por particularidades e diferenças onde, na maioria das vezes, se identificar
é se uniformizar e se inserir em um grupo social. Esses grupos sociais são formados por
interesses em comum onde há um consenso em torno de certos valores.

“Se sentimos que temos uma identidade unificada desde o nascimento até a morte é
apenas porque construímos uma cômoda estória sobre nós mesmos ou uma confortadora
“narrativa do eu” (veja HALL, 1990).” (HALL 1992, p. 13)

A identidade unificada nós mantém permanecidos naquilo que somos e acreditamos ser,
onde não haja identidades contraditórias, que tentem nos empurrar em diferentes
direções. Mas, ainda assim, há aqueles que afirmem que este tipo de identidade é
supérflua, em outras palavras, uma mera fantasia.

“Em essência, o argumento é que a mudança na modernidade tardia tem um caráter


muito específico.” (HALL, 1992, p. 14)

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Deste modo, podemos analisar os argumentos de Marx, que diz que a modernidade é o
permanente revolucionar da produção, a incerteza, relações fixas e congeladas. A
modernidade tardia ou reflexiva é um processo de mudanças ininterruptas que afetam as
bases da sociedade ocidental. Frente a uma realidade em constante alteração, faz-se
necessário escolher entre uma certeza do passado e uma nova realidade.

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