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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA – 7º PERÍODO

Monica Guimarães Sutter Pessurno - RGU 11910460

As Organizações e Representações na Existência Humana

Psicologia Organizacional e do Trabalho I


Profª Drª. Maracy Domingues Alves

Petrópolis – Rio de Janeiro


Abril -2022
As Organizações e Representações na Existência Humana
Introdução:
O homem vem se organizando e criando estruturas através de suas descobertas, e inventando
novas maneiras de se organizar e elaborar determinadas tarefas, foi através destas construções
que começaram a se desenvolver as primeiras estruturas organizacionais de trabalho, as
competências surgiam de acordo com a qualificação e desempenho de cada agente ali instituído,
o homem desenvolvia suas próprias ferramentas para seu trabalho afim de garantir sua
existência ou de sua família. A partir do surgimento de novas ferramentas e tecnologias o
homem passa a deixar de compreender sua própria razão de existência. Levando a compreensão
de que a responsabilidade social está intrinsecamente relacionada aos indivíduos, à
responsabilidade perante aos outros, a quem direta ou indiretamente, consciente ou
inconscientemente, estamos ligados e para que nossas escolhas, decisões e ações possam
causar impactos.

As Organizações e representações na Existência Humana


O homem sempre precisou trabalhar, mesmo quando era somente em prol de sua existência e
depois começou a ser formar em grupos, onde se estabeleciam as primeiras organizações,
havendo um chefe que organizava as tarefas. Na visão de Arendt (1991), labor, trabalho e ação
são as três atividades que correspondem às condições básicas “mediante as quais a vida foi dada
ao homem na Terra” (Arendt, 1991, p.15). Ela conclui em 1991 que, em decorrência deste
desenvolvimento da tecnologia, homo faber e animal laborans deixam de compreender a
própria razão final porque, enquanto o primeiro, por ser um fabricante de coisas e o segundo
ser incapaz de dar significado ao conceito de instrumento, perdem o seu próprio valor
intrínseco. Surgindo os problemas, desafios, soluções, conceitos, organizações, socializações
que toda evolução nos traz.

No Brasil contemporâneo essa realidade também se manifesta na Classificação Brasileira de


Ocupações - CBO que é o documento normalizador do reconhecimento, da nomeação e da
codificação dos títulos e conteúdo das ocupações do mercado de trabalho brasileiro. E ao
mesmo tempo codifica empregos e outras situações de trabalho para fins estatísticos de
registros administrativos, afim de formação de experiencias profissionais e condições de
trabalho.

Abrindo um parêntese em relação as questões trabalhistas sobre as estratégias pensadas pelos


mestres da humanidade que “eram de longe os principais arquitetos da política e iam no encalço
de sua vil máxima: tudo para nós e nada para os outros” (CHOMSKY, 2017). Por volta da década
de 1990 tinha- se a ideia de diminuir a pressão demográfica de qualquer forma, coercitivamente
ou não. Entre os temas apontados estão fome, epidemias e guerras. E o argumento básico é a
simples existência de muitas pessoas que não estão incluídas na população economicamente
ativa-PEA, consideradas inúteis porque não produzem e tampouco consomem o suficiente, mas
que ocupam espaço, físico, social e ecológico, no planeta. Através pesquisas realizadas por volta
de 1990 fazendo projeções futuras mostrava-se um aumento rápido da competição potencial e
concomitante em 2015 o cenário muda mostrando uma forte ruptura na empregabilidade
conforme aponta o IBGE.

Para que essas projeções obtivessem sucesso por volta dos anos de 1990 surgi uma nova visão
sobre a Responsabilidade Social: a que se materializa por meio de políticas, estratégias e ações
que visam, em última instância, a contribuir para o Desenvolvimento Sustentável (DS). Portanto,
a responsabilidade social está intrinsecamente relacionada aos indivíduos, à responsabilidade
perante os outros a quem, direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente, estamos
ligados e para quem nossas escolhas, decisões e ações possam causar impactos. E, para que o
desenvolvimento seja sustentável, passa a ser necessária uma revisão de crenças e valores que
embasam as ações sociais de todas as organizações, bem como o desenvolvimento de novos
modelos de atuação dos diferentes atores sociais.

Outro aspecto refere-se à instabilidade no mercado de trabalho em função da política de gestão


de pessoas ter priorizado precarização do trabalho formal com a permissão de trabalhos
temporários e terceirização. A socialização é um processo fundamental para a transferência e
aplicação do conhecimento tácito nas organizações (NONAKA,1991;1994).

O que é importante para a geração, localização, e transmissão de novos conhecimentos


(DAVENPORT; PRUSAK, 1998; ZACK,2003).

Através dos processos evolutivos que o homem vem passando nas experiencias de trabalho, é
inevitável que o interesse sobre a gestão de recursos humanos de origem a uma serie de teorias
e práticas, fazendo com que conceitos como o de competência, desempenho e empregabilidade
passassem a fazer parte da retórica de muitas organizações, adquirindo diversas conotações e
muitas vezes, sendo utilizados de maneiras distintas tanto no ambiente empresarial como no
meio acadêmico. Pois existem várias concepções contraditórias sobre o mesmo assunto no
mundo pós-moderno.

Mas até aonde essa dinâmica das organizações, necessidade de estar na frente não prejudica o
funcionamento do ser psiquicamente, mesmo que estes profissionais tenham uma rotina dentro
do que se é esperado com carga horaria, preparo de cursos, plano de saúde e outros.

Em pesquisa realizada pelo Centro de referência em saúde do trabalhador (CRST), de Campinas,


constatou-se que esse é, particularmente, o caso dos fatores relacionados à organização do
trabalho. O ritmo acelerado, a pressão por produção, os constrangimentos cotidianos e a
ameaça de desemprego são observados em quase todas as empresas submetidas à vigilância
pelo CRST de Campinas. A intensificação do ritmo é tal que os trabalhadores não têm tempo
para conversar com os profissionais que atuam na vigilância.
Esses aspectos parecem estar cada vez mais naturalizados nos processos de trabalho, com a
alegação por parte das empresas de que elas não têm outra opção, pois também sofrem
pressões do "mercado". (Saúde mental e trabalho: os problemas que persistem).
Obteve-se muitas conquistas ao longo desses anos no contexto trabalhista, porém as novas
exigências também foram aumentando e sendo incorporadas; os profissionais são avaliados
constantemente, por sua vez atrapalhando na relação interpessoal no ambiente de trabalho.

A incerteza de se manter empregado, seja pelas metas não cumpridas ou pela idade avançada
também ocasionam problemas nas relações, principalmente familiares. Além de alguns
direitos trabalhistas serem retirados explicitamente, e as exigências aumentarem. Desta forma
o individuo passa a ser sentir cada vez mais negligenciado levando as possibilidades de um
sofrimento mental.
Uma das estratégias mais utilizadas pelos trabalhadores para o enfrentamento do sofrimento e
da doença é a própria negação destes para que seja possível dar continuidade ao trabalho,
como pode ser observado nas publicações de Carvalho e Moraes9, Baierle e Merlo18 e Merlo et
al.16. Em pesquisa de Carvalho e Moraes9 também aparece como estratégia defensiva a auto
aceleração do ritmo de trabalho, na tentativa não só de negar o sofrimento, mas, também,
como forma de obter o reconhecimento no ambiente de trabalho. (Saúde mental e trabalho:
um levantamento da literatura nacional nas bases de dados em Psicologia da Biblioteca Virtual
de Saúde (BVS). Pág.: 6).
1. Quanto mais é negligenciado e negligencia a si mesmo, o indivíduo sobrecarrega o
psíquico e só consegue se dar conta quando o físico passa a refletir esse
sofrimento. Em princípio, o desprazer e a insatisfação são relacionados ao
estresse, considerado erroneamente, como algo que faz parte da modernidade; e
como sua progressão é lenta, agregada à falta de conhecimento; transtornos
depressivos e síndromes, como a de Burnout, passam a fazer parte da vida,
podendo ocasionar sofrimento extremo ao ponto de levar a pessoa ao suicídio.

2. Fica evidente a importância que se deve dar à saúde mental do trabalhador, tanto
pelas instituições contratantes quanto pelo poder público, como, por exemplo, a
valorização do psicólogo nas organizações, não apenas como o profissional o qual
avalia se uma pessoa está apta ou não para determinado cargo, mas como aquele
que atuará para proporcionar o bem-estar desse contratado ; e a criação de
políticas públicas voltadas especificamente para a saúde mental do trabalhador;
com psicólogos especializados nessa área incorporados ao SUS .

Verifica-se que, muitas são as soluções, para que todos saiam ganhando nesse processo de
valorização do trabalhador e de cuidado com sua saúde mental, basta que o olhar atencioso
não seja apenas dos estudiosos, mas de todos que estão envolvidos nesse processo.

Conclusão:

É evidente que as questões trabalhistas sempre geraram e geram grandes discussões, a


responsabilidade social está intrinsecamente relacionada aos indivíduos, à responsabilidade
perante aos outros, a quem direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente,
estamos ligados e para que nossas escolhas, decisões e ações possam causar impactos.

Deve-se levar em conta a saúde do trabalhador, tanto pelas instituições contratantes quanto
pelo poder público, precisando criar politicas públicas voltada para a saúde mental do
trabalhador dentro da empresa com acompanhamento psicológico no âmbito do trabalho e
não somente para seleção de vagas.
Referências

Saúde mental e trabalho: um levantamento da literatura nacional nas bases de dados em


Psicologia da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Lucia Kaori Masumoto; Carla Júlia Segre Faiman.
Disponível em: https://www.revistas.usp.br/sej/article/view/97126. Acesso em: 16/06/2021

Saúde mental e trabalho: os problemas que persistem*. Leny Sato. Márcia Hespanhol Bernardo.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/rNNzNMDBjbR5dS8LCN86p4M/?lang=pt. Acesso
em: 17/06/2021

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