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FAVENI

FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

SIMONE AMARAL VILETE FERREIRA

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE E O


PROCESSO DE APRENDIZAGEM

ESPERA FELIZ-MG.
2022
1

FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

SIMONE AMARAL VILETE FERREIRA

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE E O


PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título especialista em AEE –
ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO.

ESPERA FELIZ-MG
2022
2

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE E O


PROCESSO DE APRENDIZAGEM

SIMONE AMARAL VILETE FERREIRA¹

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também
que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido
copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte
além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do
trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim
realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o
crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do
Contrato de Prestação de Serviços)

RESUMO

O presente trabalho busca debater sobre a forma de promover a inclusão de um discente portador de
Hiperatividade e Défice de Atenção. Almeja-se definir transtorno de Hiperatividade e Déficit de
Atenção e descrever as situações e realidades da sala de aula mediante esta problemática que cada
vez mais está presente no cotidiano das instituições de ensino. Este transtorno afeta cada vez mais
crianças em idade escolar, e diante deste grande índice de casos fica necessário que se entenda a
fundo sua manifestação para que possamos lidar com este tipo de desordem de forma coesa e eficaz.
Assim, ao nos depararmos com o grande conflito que entre pais mestres e alunos fica evidente que a
formação continuada e aperfeiçoamento do professor é o inicio da paz declarada na zona de conflito,
nesse caso o ambiente escolar. Tais crianças foram ao longo do tempo discriminado e expulso do
ambiente escolar de forma literal, uma vez que não se adaptavam as normas da instituição, nesse
trabalho buscaremos unir a afetividade e a atividade física como forma de amenizar e controlar os
problemas causados por este distúrbio que além de causar incomodo e irritabilidade por parte dos
educadores causa sofrimento e traumas ao aluno. A metodologia utilizada para a pesquisa é a
bibliográfica.

PALAVRAS-CHAVE: Inserção. Transtorno de Hiperatividade. Déficit de Atenção.

simoneamaralvilete@gmail.com
3

INTRODUÇÃO

Ao realizar o presente trabalho analisamos a inclusão como prática necessária para


a cidadania diante das mudanças pelas quais a educação tem sofrido ao longo dos
anos, assim buscando encontrar as ações necessárias para fazer realidade o sonho
da inclusão social no seio da escola.

Explicamos as necessidades deste estudo pela amplitude de sua discussão e a


urgente necessidade de incorporar na pratica educativa uma visão revolucionaria
que trata as particularidades de cada aluno de forma total e dinâmica. Ao expor a
realidade das salas de aula temos a intenção de fazer uma reflexão sobre nossa
práxis educativa e do quanto estamos deixando de lado alunos que precisam ser
acompanhados de maneira especial, para assim receber das nossas mãos ajuda
necessária para progredirem em sua vida escolar e relacionamentos sociais.

Nossa finalidade se dá em ampliar o conhecimento sobre o Transtorno de Déficit de


atenção e hiperatividade, e os nossos objetivos específicos são informar aos
professores a sua missão como educador consciente e enumerar as ações que o
professor precisa realizar para contribuir para um melhor aprendizado deste aluno,
assim como advertir sobre o melhor posicionamento deste dentro da sala de aula.

A presente pesquisa bibliográfica baseou-se nas obras SILVA (2003), Lopes (2004)
e BENCZIK (2000), E pretende melhorar o desempenho dos profissionais da
educação pública trabalhem em prol da educação especial e inclusiva. Dessa forma,
no uso da pesquisa bibliográfica concordamos com LE GOFF quando este diz que:

A invenção do historiador que escolhe o documento, extraindo-o conjunto


dos dados do passado, preferindo-o a outros, atribuindo-lhe um valor de
testemunho que, pelo menos em parte, depende de sua própria posição na
sociedade da sua época e da sua organização mental insere-se numa
situação inicial que é ainda menos “neutra” do que a sua intervenção. O
documento não é inócuo. É antes de mais nada o resultado de uma
montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da sociedade
que o produziram, mas também das épocas sucessivas durante as quais
continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a ser
manipulado, ainda que pelo silêncio. (LE GOFF, 1994, p. 103).
4

Utilizando os saberes construídos no decorrer do tempo por autores e pesquisador


de nossa civilização dará vida a este trabalho que objetiva ainda dar vida ao sonho
de incluir e educar os alunos portadores de deficiências, neste caso especifica aos
portadores do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Sendo assim, no primeiro capítulo vamos analisar o transtorno do déficit de atenção


com hiperatividade diante de sua trajetória, haja vista que este se inicia na fase
infantil, e se caracteriza por uma falta de atenção, agitação e certa impulsividade do
portador, visto que é uma problemática que terá um êxito muito melhor caso seja
diagnosticada nesta fase da vida.

Por sua vez, o segundo capítulo retrata o olhar da atualidade frente aos desafios
para incluir os portadores de TDAH, por ser um estudo de grande aprofundamento e
especificidade, devido a muitas técnicas e recursos necessários na sociedade atual
para enfrentar tal problemática, a fim de não haver comprometimento no processo
de ensino e aprendizagem.

Por fim, o terceiro capítulo aborda a inclusão e o ensino dos alunos portadores de
TDAH, visto que são muitos os obstáculos que o indivíduo precisa enfrentar para se
sentir incluído, uma vez que o referido transtorno no que tange o processo escolar,
devido a uma forma errônea de realizar as tarefas propostas, e coma elaboração de
certos conceitos que comprometam a personalidade, haja vista que é necessário
que os docentes tenham conhecimento deste problema, afim de não serem meros
criadores de barreiras que comprometam o processo de ensino e aprendizagem.

1. O TDAH DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E HISTÓRICO

O referido transtorno se dá como algo neuropsiquiátricos que é muito comum ser


reconhecido na fase da infância, haja vista uma pouca centralização de dopamina
e/ou noradrenalina nas regiões sinápticas do lobo frontal, que induz o sujeito a uma
trilogia sintomatológica pela carência de atenção, hiperatividade e impulsividade,
acarretando muitas defasagens no processo de aprendizagem.
5

Sendo assim, a falta de atenção, em um indivíduo portador de TDAH se da em um


exagero de mobilidade na concentração, considerado como hipermobilidade, que de
dá no fato do ser não conseguir ficar por certo tempo, com atenção em determinado
foco.

Portanto, a Hiperatividade é uma elevação da atividade motora, que deixa a tal


atividade em um movimento constante.

Sendo assim a impulsividade se relaciona com este conceito, visto que se dá em


uma força que atrai excitação, oscilação, ousadia, impulso, auxiliando na
compreensão da forma como o portador do TDAH pode reagir perante a sociedade.

Muitos estudos tentam desvendar as inovadas técnicas pra enfrentar o problema,


bem como os novos recursos psicoterapêuticos e os medicamentosos, objetivando
diminuir a interferência dos sintomas do TDAH na vida do indivíduo, perpetrando que
ele possa ter um aumento da concentração e um controle da hiperatividade e da
impulsividade.

São recursos que tornam fundamentais para os indivíduos na fase infantil, que estão
no período da pré-escola e no ensino fundamental, visto que nestas fases existe
uma grande falta de atenção e impulsividade que podem comprometer muito além
do processo de aprendizagem, bem como os envolvimentos de pessoas e a
autoestima.

No entanto, uma falta de informação, ciência e concepção que submerge o método


escolar se tornam enormes problemas para uma criança enfrentar na referida fase
junto com as especialidades do transtorno, cometendo com que docentes amigos e
família apreciem o desempenho deste ser como sendo rebeldia e desinteresse,
tendo assim atitude preconceituosa.

1.1. ABORDAGEM DO TRASNTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E


HIPERATIVIDADEDIANTE DE UMA PERSPETIVA HISTÓRICA
6

No que tange o TDAH, este não é uma doença atual e em toda a sua história já foi
conceituada por mais de 25 qualificações (Fernandes, 2001). Os indivíduos com
problemas de desatenção, hiperatividade e impulsividade são encontrados nos
relatos da Renascença, quando Shakespeare fez a menção do que ele chamou de
“défice de atenção” em uma personagem em Henrique VIII (Moreira, 2009).

Assim, Cordinhã e Boavida (2008) testam que em 1902, George Still ressaltou um
conjunto de crianças que evidenciavam um procedimento hostil e desproporcional, e
uma excessiva velocidade motora e inquietação, bem como dificuldades em dominar
os seus impulsos e obedecer a ordens de autoridades constituídas.

Corroborando, Still mencionou que estas condutas tinham uma origem orgânica e
identificou atributos físicos comuns às crianças hiperativas, segundo ele todos
tinham uma cabeça demasiadamente grande e desproporcional ao seu tamanho,
malformações no palato e vulnerabilidade às infeções. Os mesmos autores referem
ainda que em 1947, Strauss e Lehtinen apresentaram a primeira descrição clínica e
criaram o conceito de “Lesão Cerebral Mínima” que persistiu até à década de 1960.
Estas características físicas não continuariam a ser vista como indicador de
dificuldades TDAH posteriormente sendo descartado o exame físico como fonte de
diagnostico. Mas este incluía as dificuldades de procedimento com avarias obrais no
sistema nervoso central.

Dessa forma, as perdas cerebrais aludidas nunca foram confirmadas, pelo que se
passou a utilizar o conceito “Disfunção Cerebral Mínima”, ou seja, considerava-se
que as construções cerebrais, apesar de estarem estruturalmente preservados,
demonstravam défices de funcionamento.

Contudo, durante os anos 60, Chess fez referência ao excesso de atividade como
um sintoma central da doença, ratificou a importância de construção de instrumentos
objetivos de julgamento, extinguiu aos pais a culpa pelas dificuldades dos filhos e
separou os conceitos de “Síndrome de Hiperatividade” e “Síndrome de Lesão
Cerebral”.

A mesma fonte refere que em 1968, o comité de peritos da Associação Americana


de Psiquiatria (APA, 2002) cria no Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders (DSM-II), uma categoria diagnóstica denominada de “Distúrbio
7

Hipercinético na Infância”. Em 1976, Gabriel Weiss alcançou uma vertente teórica


onde constatou que a despeito da hiperatividade amortecer na adolescência, o
défice de atenção e as dificuldades de impulsividade se mantinham na vida
amadurecida.

Assim, os níveis de presteza exagerados deixam de ser um aspeto efetivo do


distúrbio, passando o défice de atenção e a impulsividade a características
fundamentais.

Lopes (2009), citando Lopes (2004) refere que dos anos 70 até aos anos 80, muitas
pesquisas foram concretizadas sobre as propriedades da, pelo que esta se tornou
um dos maiores alvos dos estudos psiquiátricos na infância. Tendo em estima as
inquirições executadas, a APA (Associação Americana de Psiquiatria), proporciona
em 1980 novos discernimentos de diagnóstico (DSM-III) e cria subtipos de
“Perturbação de Défice de Atenção” (PDA): PDA com Hiperatividade; PDA sem
Hiperatividade e PDA residual (subtipo com contornos pouco definidos). Em 1994, o
DSM-IV vem revelar o valor do despiste realizado em espaços estruturados, como a
classe da escola, e aprecia os professores como sendo os observantes
excepcionais.

O DSM-IV apresenta uma nova subdivisão da lista de sintomas, agrupando-os em


"Falta de Atenção" e em "Hiperactividade-Impulsividade" (Lopes, 2003). Atividade
motora e dificuldades em dominar os impulsos. Still referiu que estes
comportamentos tinham uma causa orgânica e identificou características físicas
comuns às crianças hiperativas: cabeça demasiado grande, malformações no palato
e vulnerabilidade às infeções.

Os mesmos autores referem ainda que em 1947, Strauss e Lehtinen apresentaram a


primeira descrição clínica e criaram o conceito de “Lesão Cerebral Mínima” que
persistiu até à década de 1960. Este relacionava os problemas de comportamento
com lesões funcionais no sistema nervoso central.
8

Contudo, as lesões cerebrais referidas nunca foram comprovadas, pelo que se


passou a utilizar o conceito “Disfunção Cerebral Mínima”, ou seja, considerava-se
que os mecanismos cerebrais, apesar de estarem estruturalmente preservados,
demonstravam défices funcionais.

Nos anos 60, Chess referiu o excesso de atividade como um sintoma central da
doença, evidenciou a importância de construção de instrumentos objetivos de
avaliação, suprimiu aos pais a culpa pelos problemas dos filhos e separou os
conceitos de “Síndrome de Hiperatividade” e “Síndrome de Lesão Cerebral”.

A mesma fonte refere que em 1968, o comité de peritos da Associação Americana


de Psiquiatria (APA, 2002) cria no Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders (DSM-II), uma categoria diagnóstica denominada de “Distúrbio
Hipercinético na Infância”. Em 1976, Gabriel Weiss realizou um estudo onde
verificou que apesar da hiperatividade diminuir na adolescência, o défice de atenção
e os problemas de impulsividade se mantinha na vida adulta.

Assim, os níveis de atividade exagerados deixam de ser um aspeto essencial do


distúrbio, passando o défice de atenção e a impulsividade a características
fundamentais.

Lopes (2009), citando Lopes (2004) refere que dos anos 70 até aos anos 80, muitas
pesquisas foram realizadas sobre as características da, pelo que esta se tornou um
dos maiores alvos dos estudos psiquiátricos na infância.

Tendo em consideração as investigações efetuadas, a APA (Associação Americana


de Psiquiatria), apresenta em 1980 novos critérios de diagnóstico (DSM-III) e cria
subtipos de “Perturbação de Défice de Atenção” (PDA): PDA com Hiperactividade;
PDA sem Hiperactividade e PDA residual (subtipo com contornos pouco definidos).

Em 1994, o DSM-IV vem mostrar a importância do despiste realizado em ambientes


estruturados, como a sala de aula, e considera os professores observadores
9

privilegiados. O DSM-IV apresenta uma nova subdivisão da lista de sintomas,


agrupando-os em "Falta de Atenção" e em "Hiperactividade-Impulsividade"

2. VISÃO ATUAL E OS DESAFIOS PARA A INCLUSÃO DOS ALUNOS COM


TDAH.

O TDAH é o distúrbio mais estudado dos últimos 20 anos no campo da psiquiatria


infantil e, segundo o que se sabe é uma perturbação neurobiológica inata e
transmitida, em grande parte, geneticamente (Scandar, 2007).

Atualmente, existem três grandes perspectivas, a este transtorno e das suas formas
de diagnóstico, sendo elas: a Americana, a Francesa e a da Organização Mundial de
Saúde. Mas é a Associação Americana de Psiquiatria que mais se tem avançado na
investigação do transtorno de hiperatividade e déficit de atenção.

Segundo a revisão da 4ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das


Perturbações Mentais (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiatria (APA,
2002), o preceito de categorização e análise mais empregado no nossa nação, é a
de uma perturbação do desenvolvimento neurológico intricada, de ascendência
biológica, que se diferencia por um arquétipo constante de défice de atenção e/ou
impulsividade-hiperatividade, com uma veemência mais reiterada e grave, do que o
observado nos indivíduos com um grau de desenvolvimento análogo. Assim,
enquanto se pode verificar os sintomas indicativos da falta de atenção dissociados
dos da hiperatividade e impulsividade, o mesmo não acontece com estes últimos
dois no contexto deste quadro clínico (Scandar, 2007).

Tais sintomas despontam antes dos sete anos de idade, e ocorrem em mais do que
um ambiente de convívio social, como, por exemplo, a casa e a escola, e consiste
em prejuízos significativos na vida da criança como o convívio social, académico ou
familiar (Alfaiate, 2009).

Uma das particulares do TDAH é o elevado índice de comorbilidade com outras


perturbações psiquiátricas ou neurológicas, designadamente, e segundo Benassini
(2005, citado por Ramalho, 2009), com as Perturbações Específicas do
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Desenvolvimento, Perturbações e, por último, com Perturbações de Conduta e de


Adaptação Social, o que condiciona, em muitos casos, o diagnóstico e a definição de
um plano terapêutico (Barkley, 2006).

É necessária a observação por parte dos pais para verificarem, como as


particularidades são manifestadas e quais destas são mais acentuadas, diante da
variação comportamental no dia a dia da criança, criando assim uma visão do
quadro do transtorno em seu contexto familiar, para ser comparado ao contexto
escolar e social.

As características do TDAH são variáveis entre si e entre as crianças. É incomum


descobrir um sujeito com todas as características de hiperatividade e/ou de défice de
atenção (Moreira, 2009). Dessa forma existem subtipos e padrões sintomáticos
predominante nos últimos seis meses de acordo com APA.

Múltiplos são os fatores que desencadeiam o Transtorno de Hiperatividade e déficit


de atenção, sendo a mais comum o genético (Scandar, 2007). São inúmeros os
padrões instituídos que buscam elucidar quais as causas da manifestação do TDAH
na criança. De fato, todas as categorias neuropsiquiátricas manifestam ser
decorrência de uma abstrusa concordata de fatores ambientais, genéticos e
biológicos.

Os efeitos cumulativos e interativos entre estes fatores, solitariamente têm um


pequeno efeito, mas determinam uma crescente vulnerabilidade para o TDAH
(Alfaiate, 2009). Assim, podemos falar em fatores de risco que podem ser (Lopes,
2003):
 Ambientais, os quais estão relacionados com o consumo de
substâncias durante a gravidez, como o álcool, tabaco e com a exposição a
chumbo, particularmente se a exposição ocorrer entre os 12 e os 36 meses
de idade;
 As alterações no curso do desenvolvimento do cérebro da criança e
com o facto de estas crianças manifestarem uma deficiência no mecanismo
da dopamina, um neurotransmissor associado à inibição comportamental e
ao autocontrolo, nas áreas pré-frontais do córtex;
 A hereditariedade poderá explicar entre 50 a 97% das características
da e considera-se que não existe um gene responsável);
 Os fatores familiares, são os que estão relacionados com o baixo
nível socioeconómico das famílias, devido ao elevado número de elementos
existentes na mesma família, à desagregação ou conflito parental, a uma
11

possível criminalidade presente no seio familiar, à existência de patologia


mental materna, principalmente se essa patologia for a depressão e, por
ultimo, à existência de psicopatologia, défices cognitivos e disfunção
psicossocial na própria criança.

A hiperatividade não é provocada por uma educação desestruturada, ou seja, os


sintomas do TDAH não têm origem nos métodos de educação, porem a família
desestruturada e o ambiente escolar desorganizado podem agravar os sintomas.

De acordo com Parker (2011) a TDAH é muito comum na infância, atingindo 3 a 7%


das crianças em idade escolar e os sintomas persistem na puberdade e idade
adulta, em cerca de 50 a 80% dos casos. Segundo alguns dados, em cada cem
crianças, dezessete são hiperativas.

E dependendo da idade, do sexo e do meio sociocultural dos indivíduos ou dos


subtipos é ainda mais comum sua intensa manifestação. Este transtorno é mais
acentuado no sexo masculino, numa proporção que varia entre 2:1 e 9:1 (APA,
2002).

Esta diferença pode estar associada a fatores culturais, físicos e até à utilização de
critérios de diagnósticos diferenciados. Uma das causas deste índice elevado de
meninos que apresentam tais diagnósticos pode ser associados ao fato de que o
processo de maturação nos rapazes é mais vagaroso, isso os tornará vulneráveis a
comportamentos hiperativos (Garcia, 2001).

Fernandes e António (2004) nos contam que, as moças são mais propicias a
apresentar o défice de atenção. Salgueiro (1983) cita que os rapazes com TDAH,
demonstram agitação motora e as moças sintomas de série depressiva, o que leva a
recorrerem menos às consultas de psiquiatria, dado que a inibição é mais tolerável
do que a inquietude. No que se refere à idade, estima-se que 75% dos casos se
revelem aproximadamente a cinco anos (Vaquerizo-Madrid, 2004, citado por
Ramalho, 2009).

Após a revisão de literatura de diversos autores, entre eles Parker (2011), Selikowitz
(2010), Sosin e Sosin (2006), conclui-se que os professores sentem repetidamente
12

dificuldade em identificar a criança hiperativa, mas esta tarefa pode tornar-se mais
simples quando ao observar o aluno o professor perceba que, o aluno não tem o
rendimento esperado para sua idade; o aluno não presta atenção devida a aula, em
comparação aos da sua mesma faixa etária; o aluno não segui instruções e/ou
regras, aparentando não ouvir o que lhe é dito; o aluno demora na realização de
testes, por se distrair facilmente; o aluno perde frequentemente objetos ;o aluno é
impulsivo, sempre faz o que deseja; o aluno tem dificuldades em planeamento,
estratégias de resolução de problemas e método de organização no trabalho ;o
aluno tem dificuldade na realização de tarefas prolongadas; o aluno tem dificuldade
em prever o que vai acontecer ou em antecipar acontecimentos; o aluno parece não
aprender com os erros; o aluno tem baixa tolerância à frustração; o aluno não
consegue ficar sossegado; o aluno responde fora do contexto, interrompe os outros
quando deveria estar calado, fala demais e sem conseguir manter o fio do discurso;
o aluno tem dificuldade em esperar pela sua vez; o aluno muda frequentemente de
uma atividade para outra, não terminando as tarefas; o aluno atribui a culpa aos
outros; o aluno tem dificuldades em adaptar-se às mudanças; o aluno apresenta
dificuldades nas relações familiares.

Se o aluno manifestar a maior parte dos sintomas acima, o professor deverá


informar aos familiares. Para que a criança seja encaminhada para um centro de
educação especial e assim receber ajuda de um profissional em saúde mental,
assim logo antes deve ser iniciado um tratamento especifico que amenizará os
danos de uma vida de culpa e repressão.

Assim, a avaliação da criança com TDAH deve ser embasada em várias etapas
sendo elas: avaliação médica clássica, avaliação comportamental e avaliação
cognitiva e académica. O diagnóstico resulta do produto de um conjunto de
informações recolhidas junto da família, escola/trabalho e do próprio indivíduo, de
entrevistas, questionários e de uma observação direta da criança.

Toda esta avaliação deve ser realizada com o acompanhamento conjunto de


diversos especialistas entre eles: pediatra, psicólogo, psiquiatra, neurologista,
pedagogo e tantos outros quanto for necessária uma vez que o trabalho
13

multidisciplinar é fundamental, tanto no diagnóstico como na terapia (Lourenço,


2009).

Portanto, se torna necessário que os docentes tenham conhecimento sobre este


transtorno a fim de não serem os criadores de certas barreiras que impeçam o
processo de ensino e aprendizagem.

CONCLUSÃO

Diante de todo o trabalho focado no Transtorno de déficit de atenção e


hiperatividade observamos que o primeiro e grande desafio dento da realidade
escolar hoje é se obter o diagnostico correto para tal transtorno bem como vencer o
preconceito de pais e professores que preferem fechar os olhos para essa realidade
do que se unirem em prol do bem estar deste aluno, que por vezes é discriminado e
tachado como relaxado, teimoso, rebelde e que sofre intensamente por tentar mudar
sem eu com isso obtenha sucesso uma vez que seu comportamento reflete a
agitação de cérebro em constante chiado mental .

Se a expressão “necessidades educativas especiais” refere-se a todas as crianças e


jovens cujas carências se relacionam com deficiências ou dificuldades escolares. “E
já que muitas crianças apresentam dificuldades escolares e, consequentemente, têm
necessidades educativas especiais, em determinado momento da sua escolaridade.”
(Declaração de Salamanca, 1994, p. 6) deixar de prestar atendimento a uma criança
com TDAH é agir contra a lei, que garante esse direito a ela. E nossa missão é ver a
vida florescer não enterra-la: SILVA (2003) nos diz que:

No entanto, o que se vê, na maioria absoluta dos TDAHs, é que, no fundo


de suas essências, eles têm um profundo amor à vida, tanto que passam a
maior parte de seu tempo buscando emoções, aventuras, projetos, amores,
tudo para viver mais intensamente. Arriscaríamos dizer que os TDAHs
jamais buscam a morte. Às vezes, quando mesmo sem querer chegam bem
perto dela, não era para lá que se dirigiam e sim para a vida, esta vida que,
para eles, de tão interessante, por vezes chega a doer. E é na busca dessa
vida dentro da vida que está o impulso mais forte de todo TDAH. Para eles
tudo é MUITO. Muita dor, muita alegria, muito prazer, muita fé, muito
desespero. E, se pudermos fazê-los ver a força que esse impulso pode ter,
quando bem direcionado, na construção de uma vida que valha tanto para
eles como para a humanidade, teremos feito a nossa parte nesse processo.
(2003, p13)
14

Por vezes nos deparamos com profissionais da educação despreparados para lidar
com essa situação, e não são poucas às vezes que estes referidos profissionais da
saúde acovardam-se no momento de fechar um diagnóstico, bem como assim
promovem um impedimento nessas crianças de receber um atendimento
especializado cujo qual tem o pleno direito, sendo lesadas neste âmbito, com o
impedimento de ter um direito que é garantido por lei.
15

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