Você está na página 1de 20

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL- UNINTER

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO
ENSINO MÉDIO
Relatório de Aprendizagem Supervisionada

KELLY CRISTINE SILVA


RU 2006509

JOÃO MONLEVADE

SET/2023
Sumário

1. INTRODUÇÃO............................................................................................3

2. ENSAIO PEDAGÓGICO............................................................................4

2.1 O estágio curricular e a unidade concedente: um breve diagnóstico. 4

2.2 Fundamentação Teórica...........................................................................8

2.3. Material didático: criação e reflexão.....................................................10

2.4. Práxis e relatório de evidências............................................................12

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................19

4. REFERÊNCIAS........................................................................................21

2
1. INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado foi realizado na Escola Estadual Dona Jenny


Faria, localizada na Avenida Getúlio Vargas, 4982 em João Monlevade- MG,
durante o período de 20 horas no ano de 2023, em horário noturno, através do
qual pude desenvolver e aplicar os métodos adquiridos ao longo do curso de
pedagogia, pude observar colegas de profissão na prática e comandar atividades
elaboradas por mim para aplicação.
Para entender melhor o estágio e as atividades realizadas, é importante
saber como é o espaço físico da escola: sede própria, custeada pelo Governo de
Minas Gerais,conta com salas amplas e quase todas equipadas com tela
interativa, um laboratório de informática, biblioteca com cantinho da leitura e área
externa para atividades ao ar livre, banheiro para os alunos e para os profissionais
separados, refeitório, lavanderia, refeitórios, uma quadra poliesportiva, além dos
espaços administrativos como a sala da diretoria.
Participei de atividades para os alunos e todas atendidas pela E.E Dona
Jenny Faria, participando do horário das refeições, estudos desenvolvendo
habilidades e também observando como cada professor lidava com as
dificuldades que os alunos apresentavam diante dos desafios propostos a
realizarem suas atividades com êxito sempre ao lado deles.
Dentro das atividades realizadas pude realizar

3
O plano de aula e sentir como é gerir uma turma, contando com o apoio
da professora regente e auxiliares para que pudesse fazer uma adaptação para
um aluno com necessidades especiais.

2.2. ENSAIO PEDAGÓGICO

Por meio dos dias vivenciados na E. E Dona Jenny Faria, pude observar
como acontece o aprendizado do educador frente aos desafios da educação de
ensino médio( EJA). Cada professor tem a sua forma de transmitir os
conhecimentos e lidar com as dificuldades dos alunos, sendo enriquecedor não
apenas a minha participação no dia a dia da escola, mas também ouvir os relatos
de experiências contadas pelos meus colegas com outras turmas. É importante
elencar que cada aluno possui o próprio ritmo e forma de aquisição, devendo o
professor ficar atento aos sinais de que precisam de um maior auxílio para
entendimento das tarefas e desenvolvimento das habilidades.
Entre as tarefas realizadas por mim no estágio estavam a observação
participativa, tomada de notas, elaboração de plano de aula e adaptações às
crianças do ensino inclusivo e regência de classe, com a aplicação das atividades,
explicação e retirada de dúvidas, realização de chamadas e demais
acompanhamentos necessários. Todas as tarefas foram realizadas com o objetivo
de se achegar o máximo possível à realidade e ritmo de aprendizado ao qual as
crianças estavam acostumadas, afim de que não sintam estranhamento com o
que lhes é apresentado e haja maior aceitabilidade. Para isso foi feito não apenas
o estudo e pesquisa para a montagem das aulas, como também conversa e
trabalho em conjunto com as docentes que já trabalham com a turma.
Em meio as crianças dessa classe haviam três meninos com diagnóstico
e laudo de dislexia, caracterizado por sintomas mais sutis dessa condição
neurológica como problemas na aquisição da leitura e escrita –dificuldades em
falar corretamente ou se expressar com as palavras-; dificuldades de socialização
– fazer amizades, iniciar e manter conversas ou contato visual-; alterações
comportamentais –ações repetitivas ou fixação por objetos, por exemplo-. Ambas
as crianças possuem um acompanhante cada, como previsto pela lei federal
12.764/12, afim de auxiliar o aprendizado da criança ao adaptar suas atividades e
servindo como amparo em momentos que podem gerar sofrimento devido aos
gatilhos da condição, ou mesmo ajudando no processo de autocontrole quando

4
uma crise se instaura.

5
2.1. O estágio curricular e a unidade concedente: um breve
diagnóstico

A instituição EMBA foi passada à administração da prefeitura municipal no


ano de 1998, sendo então municipalizada, tendo como diretora a Sra. Cássia
Regia Arcanjo. O processo ocorreu devido ao Termo de Ajustamento de Conduta
entre a prefeitura e o Ministério Público por consequência da proibição no
fornecimento, por convênio, dos servidores não efetivos, pessoal que
representava cerca de 75% dos funcionários cedidos pela prefeitura à escola que
até então era mantida devido as parcerias com o município e doações à entidade
que a gerenciava. Localizada em Bela Vista, a prefeitura já era mantenedora com
diversos custos fixos de seu funcionamento.
O bairro em que a EMBA está localizada as famílias possuem a
característica econômica de classe média, com os avanços tecnológicos em
constante transformação. Atualmente unidade é de médio porte, atendendo
duzentas crianças/adolescentes com a equipe de nove professoras, todas com
ensino superior completo e especialização, além de mais doze funcionários com
cargos diversos, todos com o foco de proporcionar um bem estar aos estudantes.
Bastante acolhedora e com um espaço amplo voltado para o melhor
aproveitamento do aprendizado, a escola conta com sete salas de aula, uma
diretoria, três banheiros, uma cozinha, um refeitório, uma sala de espera, uma
biblioteca, uma área externa para brincadeiras ao ar livre, uma lavanderia, duas
quadras e um belo jardim.
Gráfico 1 - Faixa etária média

Fonte: Economapas.

6
Foto 1 – Escola Bento Augusto.

Fonte: Fotografia tirada pela autora.


A turma ao qual tive o prazer de trabalhar, de crianças entre 7 e 10 anos,
mostrou-me que essa é a faixa-etária onde apresentam as percepções mais
aguçadas do mundo ao seu redor e maior autonomia, como explora toda a área
da escola e os brinquedos-. Digo que nessa faixa-etária em que se aprende a
desenvolver a ´´responsabilidade´´ além de se estimular o raciocínio lógico
através de figuras e objetos para que seja facilitada a introdução das disciplinas e
comportamentos na escola, desenvolvendo as habilidades sociais, capacidade de
atenção, coordenação motora, memória e imaginação, imprescindíveis para que
continue o bom aprendizado e socialização.
Uma das atividades que chamaram minha atenção devido à excelente
aceitação das crianças foi em relação aos cincos sentidos voltados
especificamente para a visão, no qual o colega tina a missão de falar qual a
quantidade de amiguinhos que usam óculos na sala.

Foto 2 – Atividade Cinco Sentidos: Visão.

7
Fonte: Fotografia tirada pela autora.

Muitas atividades realizadas pelas crianças têm como fundamento o


exercício da imaginação, estimular os sinais cognitivos, memorização por parte
da autoimagem através de gravuras, atividades ilustrativas , capacidade que
possui grande impacto nas capacidades psíquicas e cognitivas das crianças,
ajudando-a a se desenvolver nos campos acadêmicos e socioemocionais, além
de proporcionar maior autoconhecimento pois conseguirá compreender seus
potenciais e limitações, afetando positivamente inclusive a vida que levará
quando for adulta. A memorização e ordenação alfabética são fatores
importantes na vida escolar do aluno.
Foto 3 – Atividade de memorização e ordenação alfabética.

8
Fonte: Fotografia tirada pela autora.

Foto 4 – Cartaz interativo: Respeito.

Fonte: Fotografia tirada pela autora.

2.2. Fundamentação Teórica

Como menciona a Constituição Federal 1988 é direito de todos e dever do


Estado sediar uma educação pública e de qualidade, que tem como objetivo o pleno
desenvolvimento da pessoa humana. Sendo um direito assegurado pela CF 1998 e tendo
como base legal para que essa educação venha acontecer a LDB 1996 a lei que
regulamenta o sistema de ensino do país, organiza as diretrizes da educação nacional,
níveis de ensino, profissionais entre outros ela organiza a educação brasileira, baseando-
se nos princípios Constitucionais.
É importante destacar o que é afirmado na LDB 1996, no 2º art.

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
9
cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1996

Sendo assim, a educação como dever da família e do estado que tem o propósito
no engrandecimento da pessoa como cidadão, como ser humano, uma forma de
libertação, um meio pelo qual podemos chegar a lugares inigualáveis, um direito e que
esse direito seja gozado com qualidade para que possa contribuir para o seu crescimento.
De acordo com Cury (2002), seja por razões políticas, seja por razões ligadas ao
indivíduo, à educação foi tida historicamente como um canal de acesso aos bens sociais e
à luta política e, como tal, também um caminho de emancipação do indivíduo. Realizei
a abordagem dos conteúdos ministrados pela professora e pude observar que no que tange
a disciplina de matemática, os discentes possuem uma ampla familiaridade com
os numerais. Nessa faixa etária é possível trabalhar o raciocínio lógico-
matemático afim de treinar a mente para entender as operações matemáticas
simples que aprenderão futuramente, para isso usamos as figuras (colagem,
pintura ou mesmo contar o que se pede) e objetos para que formem conjuntos e
associem os numerais às quantidades. Também importante nessa fase está o
treino da coordenação motora fina através do treino da escrita, pinturas e
recortes. Na turma as crianças se dividiam em algumas com a coordenação
firme e outras não tanto, porém todos conseguiram escrever corretamente e
acompanhar os assuntos ministrados por mim.
Dentro das habilidades já aprendidas pelas crianças estão a contagem
através do uso dos dedinhos ou objetos, e o reconhecimento de quais números
são maiores que outros. Foi treinado o desenho dos numerais, a observação de
padrões nos desenhos das atividades – por exemplo, colorir a mesma
quantidade de desenhos que se pede na atividade, ou preencher qual número
vem depois do que lhes foi apresentado-, que são realizadas tanto através de
atividades de concentração com material didático quanto através da observação
de relógios, objetos e até mesmo biscoitos. A proporção é trabalhada através da
pergunta de quais objetos são maiores ou menores do que o que lhes é
apresentado, qual grupo possui mais ou menos itens ou se são iguais.
A matemática está presente em nosso dia a dia, e é através dessa
associação do que é ensinado com a rotina que as crianças mais aprendem.
Como diz a explicação de Nunes e Bregan (1997, P17), “[...] a matemática é uma

1
0
matéria escolar, porém no que tange as crianças é também uma parte
importante das suas vidas cotidianas”, dessa forma trazemos aos pequenos a
importância desse aprendizado de uma forma mais interessante do que nos era
passado antigamente, em que apenas éramos cobrados a decorar o alfabeto e
os algarismos, atualmente ocorre a assimilação do conhecimento por cada aludo
a partir de uma ótica mais personalista, pois passam a observar em seu dia a dia
todas as coisas ensinadas em sala de aula, exercitando a mente ainda mais.

2.3. Material didático: criação e reflexão

Atenta à organização da turma e o funcionamento da sala de aula, pensei uma


forma de prender a atenção da turma. Pensando que teria que rever seus métodos.
Comecei pelo uso de um painel que denominei “ Como me comportei”, funcionava da
seguinte forma carinhas, tristes e alegres, essas carinhas representam, por exemplo,
triste para quem não obedecesse e alegre para quem seguisse as regrinhas de fazer
atividade de casa e da sala de aula , conversar somente o necessário, não bater/xingar o
colega, e agregado a isso a quem não gritasse eles tinham uma mania de sempre que
tocasse eles gritavam e isso incomodava alguns alunos com sensibilidade auditiva, e ao
final da semana quem tivesse o maior número de carinhas alegres que ganhasse durante
a semana seria recompensado. Todos os dias antes do toque, da saída dos alunos, tinha a
avaliação do comportamento. No primeiro dia quase todo mundo ficou com carinha
triste. Foi um momento difícil, fiquei triste assim como a figurinha, mas como as coisas
acontecem gradativamente decidi continuar chegando ao final da semana, ainda
tínhamos algumas carinhas tristes, mas menos do que o primeiro dia, pensei comigo - é
estar melhorando e confiante que vai dar certo. Sempre conversava com eles sobre
comportamento. Após a contagem de revisão, partimos então para os exercícios
de fixação: entreguei a eles uma folha impressa com os números de 0 a 10 na
parte de baixo, com cada um possuindo um quadradinho para que preencham
com o respectivo numeral. A primeira parte da atividade estava preenchida
para que entendessem o que lhes era pedido, assim todos conseguiram
realizar – alguns com um pouco de dificuldade, o que é normal-. A segunda
parte é formada por figuras e a tarefa era de colocarem quantas figuras haviam
em cada quadrado, por exemplo: um carinho ao lado de um quadrado ao qual
deveriam preencher com o número 1, ao finalizar pedi que colorissem as
gravuras e conferissem se tinham escrito o nome no alto.

1
1
No dia seguinte fizemos uma roda e discutimos sobre a importância dos
estudos para a vida do ser humano, apontando pontos positivos e os benefícios
que o estudo gera para as pessoas.

Foto 5 – Roda de Conversa

.
Fonte: Fotografia tirada pela autora.
Após completada a atividade anterior, foi perguntado às crianças se
gostariam de realizar um piquenique no jardim da escola e as crianças
responderam afirmativamente. A professora regente também gostou da ideia
pois muitas crianças possuem alimentação precária, sendo então enviado aos
pais um aviso através de um bilhete da direção na agenda de cada um. No dia
seguinte as crianças chegaram super animadas e mostrando as comidas
saudáveis que haviam trazido, um sentimento recompensador tomou conta de
mim e da professora regente ao ver a alegria dos pequenos, além de que
diziam querer se alimentar de forma mais saudável ainda, nos deixando com a
sensação de dever cumprido.
Após o piquenique as crianças foram ao banheiro, lavaram as mãos,
fizeram fila e fomos para a sala de aula, onde as entreguei uma folha sem
pauta tamanho A4 para que desenhassem o que mais gostaram de comer
aquele dia, sendo então orientado que colorissem o desenho no final. Depois
de todos terem finalizado, contei a linda estória chamada “A menina que não
queria almoçar”, e então escutei o que eles pediriam às mães que pusessem
alimentos mais saudáveis em suas merendeiras.

1
2
2.4. Práxis e relatório de evidências

2.4.1. Tema/Conteúdo abordado;

Conforme estudei estes anos, a pedagogia me fez entender e querer


saber mais sobre como funciona o mundo da educação, como são as regras,
as leis, o local de atuação e, infelizmente, o descaso enfrentado por nós,
docentes, por conta da falta de investimento sério na educação que poderia
trazer muito mais benefícios não apenas aos estudantes, mas para toda a
sociedade. Sempre me perguntei como seria ser professora na prática, sei que
tenho muito o que aprender e que são os anos de dedicação que nos
aprimoram cada vez mais, mas posso dizer que o estágio abriu minha mente
para um mundo de possibilidades que quero muito explorar.
Dentre os assuntos que me fez ter ainda mais firmeza do que quero, foi
a relação entre a escola e os pais em que pude sentir na prática a importância
de se ter uma boa comunicação e uma parceria verdadeira entre esses dois
“itens”, cuja principal finalidade é proporcionar aos estudantes ensino e
educação de qualidade para que possam explorar todo o seu potencial desde
pequenos. É através do diálogo entre as partes que se chega ao entendimento
de que papel cada um ocupa na vida das crianças, sendo adaptado às
necessidades físicas, mentais e socioeconômicas da família e comunidade que
a criança está inserida.
Apesar de deverem trabalhar juntas, escola e família são instituições
distintas e desempenham papeis diferentes na vida da criança, não podendo
ficar a encargo apenas de uma delas a criação de uma criança. Desse modo, a
escola deve possui como papel principal- e não único- o educar acadêmico,
ensinando também a respeitar as diferenças através do convívio com os
colegas e instigando as críticas sociais construtivas para que evoluamos como
sociedade. Tendo isso em mente, pode-se dizer que a família possui, nesses
temas, um papel de incentivadora e reforço, detendo como maior tarefa o
educar moral, sentimental e como porto-seguro de nossos pequenos cidadãos.

2.4.2. Um breve resumo da atividade proposta;

Vygostky possui uma teoria a qual concordo, nela diz que para haver
uma aprendizagem deve sempre haver uma interação social e ela deve ocorrer

1
3
dentro de um desenvolvimento mais próximo. Araújo (2009), em uma análise a
esse conceito, afirma que a aprendizagem em sala de aula necessita de uma
interação, uma cooperação em atividades que sejam práticas e também
instrumentais; com essa ideia em mente elaborei as atividades trabalhadas em
sala de aula e as pratiquei, a exemplo o piquenique realizado afim de fixarem
melhor quais são os alimentos saudáveis e incentivar o hábito.
.

2.4.3. Período de realização;

O estágio foi realizado por 6 meses, através da instituição EMBA.

2.4.4. Descrição do público/alunos;

A turma a qual trabalhei possui 32 alunos entre 6 e 10 anos, sendo os


quais quatros fazem parte do projeto de inclusão, havendo a necessidade de fazer
adaptações em algumas atividades para que facilite seu aprendizado, o que pude
contar com a ajuda das auxiliares das crianças para trabalhar os materiais da
melhor forma possível para todos eles. Dentre as atividades trabalhadas estão as
abaixo, que trabalham a competência EF01LP06, uma através de algo importante
para a criança: seu nome; e logo depois uma atividade que trabalha a identificação dos
objetos segundo sua classificação e localização.
Imagem 1 – Atividade 1.

Fonte: Imagem tirada pela autora.


Imagem 2 – Atividade 2.

1
4
Fonte: Imagem tirada pela autora.

Durante todo esse período pude aprender como se põe em prática todo o
conhecimento adquirido durante a faculdade, além de lidar com situações que a
parte teórica não nos deixa totalmente preparados apesar de fornecer a base (a
exemplo briga entre coleguinhas de turma que, apesar de saber serem episódios
que acompanham a vida do docente, é preciso ter muita calma e didática para
conseguir contornar a situação e explicar às crianças como podem fazer as pazes,
sendo uma oportunidade de pôr em prática a habilidade EI03EO07 1, ensinada
através de atividades que despertam principalmente a empatia).
Trabalhar a habilidade EI03EO052 é importante para a promoção da
autoestima, auxiliando também questões como as brigas de forma prévia, uma
vez que lhes é instruído não apenas o respeito com o próprio corpo, mas também
a ter consideração pelo coleguinha mesmo que apresente características
divergentes da dele. As crianças reproduzem o que lhes é ensinado, sendo assim,

1
Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças e adultos.
2
Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros, adultos e
crianças, com os quais vive.
1
5
atitudes depreciativas consigo mesmas ou com os amigos podem, e devem, ser
corrigidas através do respeito e paciência -o que é diferente de permissividade-
afim de se criar um padrão positivo na vida e mente da criança, que a afetará por
toda a vida.
Imagem 3 – Atividade 3.

Fonte: Imagem tirada pela autora.


Durante o processo de se trabalhar a habilidade EF01LP06 utiliza-se
muitos textos em forma de poesia e poemas afim não apenas de ensinar a criança
a ler e escrever, mas também de incentivá-la a expor e trabalhar os seus
sentimentos, principalmente aqueles que aflorarem durante a leitura devido a
alguma lembrança ou por se sentirem inspiradas. Trabalhar os sentimentos da
criança é de suma importância para que seja construída uma autoestima
saudável, que por sua vez é imprescindível para que haja um bom
desenvolvimento pessoal e escolar, uma vez que parte do aprendizado depende
de a própria criança acreditar em seu potencial de aprender.
Para Lúcia Moysés, psicopedagoga, a relação da autoestima e
desempenho escolar se dá pelo fato de afetar seu esforço, persistência e grau de
ansiedade frente aos desafios enfrentados. Tendo isso em mente, é possível
entender que uma criança envolta em um ambiente que lhe proporciona
segurança e encorajamento terá um melhor conceito sobre si mesma, ganhando
maior segurança e coragem para enfrentar desafios. Também é possível
compreender a importância de se trabalhar os sentimentos em sala de aula afim
1
6
de corroborar com a saúde da autoestima dos alunos e perceber aqueles que
precisam de ajuda o mais cedo possível para que se possa tratar a questão o
quanto antes. Sobre esse tema temos a atividade abaixo que, através da poesia,
trata o desejo de realização.
Imagem 4 – Atividade 4.

Fonte: Imagem tirada pela autora.


Também em desenvolvimento nessa idade temos a coordenação motora
grossa e fina, sendo esta última trabalhada através de atividades que exercitam
os pequenos músculos das mãos e pés. É através do treino desses músculos que
aprendemos e treinamos movimentos como o pinçar com os dedos, essencial
para que consigamos fazer atividades delicadas como recortar, desenhar e
escrever. Na atividade abaixo é pedido às crianças que façam uma bailarina
através da colagem de palitos no espaço em branco da folha, através dela é
treinada a coordenação motora fina, o raciocínio lógico, a atenção e a
concentração.
Imagem 5 – Atividade 5.

1
7
Fonte: Imagem tirada pela autora.
Uma atividade bastante trabalhada na educação e que acompanham o
ser humanos desde os primórdios são as músicas, cantadas principalmente nas
horas em que as crianças chegam, nos intervalos e comemorações afim de
fazê-las se sentirem mais participativas e reforçar o elo que constroem no dia-a-
dia umas com as outras e também o docente. A música nessa faixa-etária tem
como função o exercício da criatividade, expressão de sentimentos, treino da
coordenação motora grossa (ao dançar, por exemplo); usada não apenas como
recreação, mas também como uma forma de tornar o ensino mais interessante e
lúdico aos estudantes uma vez que desde bebês somos atraídos pelo ritmo e
musicalidade das canções e sons.
Segundo Godoi (p.23), atividades que trabalham os movimentos, danças
e sons do meio ambiente e animais estimulam a criatividade, noções espaciais,
conhecimento corporal e ainda conhecer mais ainda o ambiente em que vive,
uma vez que a fonte para essas tarefas podem estar no próprio meio em que se
está inserido. A musicalidade ainda ajuda a evitar que a criança perca a atenção
no que lhe é ensinado uma vez que fará uma escuta ativa e, através dela, o
despertar de diversas emoções.
Além de forma de ensino, a música pode também ser utilizada pelos
professores de forma a controlar uma turma que esteja muito dispersa durante

1
8
uma atividade que tenha causado grande ansiedade nas crianças. É
impressionante ver o efeito causado sobre elas ao iniciar o canto de
determinadas músicas (preferencialmente aquelas que as crianças já sabem ser
para que se acalmem), aos poucos todas se juntam em coro e rapidamente é
possível voltar a ter o controle sobre a sala e continuar com a tarefa planejada
sem que para isso seja preciso alterar a voz ou chamar a atenção de alguma
das crianças.

2.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do estágio realizado na instituição EMBA, consegui colocar em


prática diversas técnicas estudadas durante o curso de pedagogia, podendo
explorar ideias como a de Vigotsky que diz que o aprendizado deve ser ao
mesmo tempo trabalhado nos campos teórico e prático para realmente funcionar
-tese a qual concordo-, e através do piquenique pude comprovar que realmente
as crianças fixaram melhor a informação de quais alimentos são mais saudáveis
para serem consumidos, além de terem se sentido inspiradas a adotar uma
alimentação melhor do que aquela que já possuíam.

A experiência vivenciada foi importante para perceber que quando o profissional


se encontra e se entende na condição de docente, mesmo que exercendo sua futura
profissão em condição de estagiário, perde um pouco o medo do novo ele busca, mesmo
que em curto tempo relacionar os conhecimentos adquiridos teóricos com a prática
pedagógica que realizará durante o estágio, trocando também nesse período se qualificar
buscando novas formas de ensino, a partir da realidade dos alunos. Sempre fiquei me
perguntando se saberia e se conseguiria ensinar uma criança no processo de alfabetização,
em que muitas das crianças ingressam sem saber ler, ou identificar as letras do alfabeto,
por exemplo. Fica evidente que em um curso de formação de professores a prática deve
estar atrelada a teórica estudada nas disciplinas teóricas, como também que a formação
inicial não vai suprir todas as necessidades do professor no dia-a-dia na escola. Então,
essas vivências, reforçam que é fundamental investir em formação continuada, em
estudos que ajudem a melhorar a, aperfeiçoando o saber nem sempre adquiridos na
graduação, mas ao longo da profissão aonde, se possa assegurar uma educação de
qualidade e menos desigual para todos

1
9
2.6. REFERÊNCIAS

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96, de 20 de


dezembro de 1996.

BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. MEC, Brasília, DF. 2013

BRASIL, Base Nacional Comum Curricular. MEC, Brasília, DF. 2014. BRASIL, Ensino
Fundamental de Nove Anos: orientações para inclusão da criança de seis anos de idade. 2.
ed. MEC, Brasília, 2007

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

PEREIRA, Patrícia. A força e a importância do vínculo entre professor e criança.


Revista Educação, 2017. Disponível em:
https://revistaeducacao.com.br/2017/09/19/forca-e-importancia-do-vinculo-entre-
professor-e-crianca/. Acesso em: 06 set. 2023.

HAKIM, Cláudia. Existe lei que determine a presença de um A.T em sala de aula?
Qual é a função e a formação necessária do acompanhante especializado para
um aluno autista?. JusBrasil, 2021. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/existe-lei-que-determine-a-presenca-de-um-
at-em-sala-de-aula-qual-e-a-funcao-e-a-formacao-necessaria-do-acompanhante-
especializado-para-um-aluno-autista/1293887788. Acesso em: 05 set. 2023.

LORENZETTI, Leonir; DELIZOICOV, Demétrio. Alfabetização científica no


contexto das séries iniciais. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo
Horizonte), v. 3, p. 45-61, 2001.

MENEZES, Maria Das Graças Araújo Da Silva. Congresso Nacional de


Educação. FAMÍLIA NA ESCOLA: CONSTRUINDO NOVOS CAMINHOS COM
UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, Sem data. Disponível em:
https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/TRABALHO_EV117_MD4
_SA5_ID6844_02082018221533.pdf. Acesso em: 08 set. 2023.

MOYSÉS, Lúcia. A auto estima se constrói passo a passo. Campinas, SP:


Papirus, 2001.

GODOI, Luis Rodrigo. A importância da música na Educação Infantil. Trabalho de


Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia). Universidade Estadual de
Londrina. Londrina, 2011. Disponível em:
https://www.educaretransformar.net.br/wp-content/uploads/2017/03/A-importancia-
da-música-na-ed.-infantil.-pdf.pdf. Acesso em: 15, set. 2023.

2
0

Você também pode gostar