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ESTÁGIO SUPERVISIONADO
ENSINO MÉDIO
Relatório de Aprendizagem Supervisionada
JOÃO MONLEVADE
SET/2023
Sumário
1. INTRODUÇÃO............................................................................................3
2. ENSAIO PEDAGÓGICO............................................................................4
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................19
4. REFERÊNCIAS........................................................................................21
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1. INTRODUÇÃO
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O plano de aula e sentir como é gerir uma turma, contando com o apoio
da professora regente e auxiliares para que pudesse fazer uma adaptação para
um aluno com necessidades especiais.
Por meio dos dias vivenciados na E. E Dona Jenny Faria, pude observar
como acontece o aprendizado do educador frente aos desafios da educação de
ensino médio( EJA). Cada professor tem a sua forma de transmitir os
conhecimentos e lidar com as dificuldades dos alunos, sendo enriquecedor não
apenas a minha participação no dia a dia da escola, mas também ouvir os relatos
de experiências contadas pelos meus colegas com outras turmas. É importante
elencar que cada aluno possui o próprio ritmo e forma de aquisição, devendo o
professor ficar atento aos sinais de que precisam de um maior auxílio para
entendimento das tarefas e desenvolvimento das habilidades.
Entre as tarefas realizadas por mim no estágio estavam a observação
participativa, tomada de notas, elaboração de plano de aula e adaptações às
crianças do ensino inclusivo e regência de classe, com a aplicação das atividades,
explicação e retirada de dúvidas, realização de chamadas e demais
acompanhamentos necessários. Todas as tarefas foram realizadas com o objetivo
de se achegar o máximo possível à realidade e ritmo de aprendizado ao qual as
crianças estavam acostumadas, afim de que não sintam estranhamento com o
que lhes é apresentado e haja maior aceitabilidade. Para isso foi feito não apenas
o estudo e pesquisa para a montagem das aulas, como também conversa e
trabalho em conjunto com as docentes que já trabalham com a turma.
Em meio as crianças dessa classe haviam três meninos com diagnóstico
e laudo de dislexia, caracterizado por sintomas mais sutis dessa condição
neurológica como problemas na aquisição da leitura e escrita –dificuldades em
falar corretamente ou se expressar com as palavras-; dificuldades de socialização
– fazer amizades, iniciar e manter conversas ou contato visual-; alterações
comportamentais –ações repetitivas ou fixação por objetos, por exemplo-. Ambas
as crianças possuem um acompanhante cada, como previsto pela lei federal
12.764/12, afim de auxiliar o aprendizado da criança ao adaptar suas atividades e
servindo como amparo em momentos que podem gerar sofrimento devido aos
gatilhos da condição, ou mesmo ajudando no processo de autocontrole quando
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uma crise se instaura.
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2.1. O estágio curricular e a unidade concedente: um breve
diagnóstico
Fonte: Economapas.
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Foto 1 – Escola Bento Augusto.
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Fonte: Fotografia tirada pela autora.
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Fonte: Fotografia tirada pela autora.
Sendo assim, a educação como dever da família e do estado que tem o propósito
no engrandecimento da pessoa como cidadão, como ser humano, uma forma de
libertação, um meio pelo qual podemos chegar a lugares inigualáveis, um direito e que
esse direito seja gozado com qualidade para que possa contribuir para o seu crescimento.
De acordo com Cury (2002), seja por razões políticas, seja por razões ligadas ao
indivíduo, à educação foi tida historicamente como um canal de acesso aos bens sociais e
à luta política e, como tal, também um caminho de emancipação do indivíduo. Realizei
a abordagem dos conteúdos ministrados pela professora e pude observar que no que tange
a disciplina de matemática, os discentes possuem uma ampla familiaridade com
os numerais. Nessa faixa etária é possível trabalhar o raciocínio lógico-
matemático afim de treinar a mente para entender as operações matemáticas
simples que aprenderão futuramente, para isso usamos as figuras (colagem,
pintura ou mesmo contar o que se pede) e objetos para que formem conjuntos e
associem os numerais às quantidades. Também importante nessa fase está o
treino da coordenação motora fina através do treino da escrita, pinturas e
recortes. Na turma as crianças se dividiam em algumas com a coordenação
firme e outras não tanto, porém todos conseguiram escrever corretamente e
acompanhar os assuntos ministrados por mim.
Dentro das habilidades já aprendidas pelas crianças estão a contagem
através do uso dos dedinhos ou objetos, e o reconhecimento de quais números
são maiores que outros. Foi treinado o desenho dos numerais, a observação de
padrões nos desenhos das atividades – por exemplo, colorir a mesma
quantidade de desenhos que se pede na atividade, ou preencher qual número
vem depois do que lhes foi apresentado-, que são realizadas tanto através de
atividades de concentração com material didático quanto através da observação
de relógios, objetos e até mesmo biscoitos. A proporção é trabalhada através da
pergunta de quais objetos são maiores ou menores do que o que lhes é
apresentado, qual grupo possui mais ou menos itens ou se são iguais.
A matemática está presente em nosso dia a dia, e é através dessa
associação do que é ensinado com a rotina que as crianças mais aprendem.
Como diz a explicação de Nunes e Bregan (1997, P17), “[...] a matemática é uma
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matéria escolar, porém no que tange as crianças é também uma parte
importante das suas vidas cotidianas”, dessa forma trazemos aos pequenos a
importância desse aprendizado de uma forma mais interessante do que nos era
passado antigamente, em que apenas éramos cobrados a decorar o alfabeto e
os algarismos, atualmente ocorre a assimilação do conhecimento por cada aludo
a partir de uma ótica mais personalista, pois passam a observar em seu dia a dia
todas as coisas ensinadas em sala de aula, exercitando a mente ainda mais.
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No dia seguinte fizemos uma roda e discutimos sobre a importância dos
estudos para a vida do ser humano, apontando pontos positivos e os benefícios
que o estudo gera para as pessoas.
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Fonte: Fotografia tirada pela autora.
Após completada a atividade anterior, foi perguntado às crianças se
gostariam de realizar um piquenique no jardim da escola e as crianças
responderam afirmativamente. A professora regente também gostou da ideia
pois muitas crianças possuem alimentação precária, sendo então enviado aos
pais um aviso através de um bilhete da direção na agenda de cada um. No dia
seguinte as crianças chegaram super animadas e mostrando as comidas
saudáveis que haviam trazido, um sentimento recompensador tomou conta de
mim e da professora regente ao ver a alegria dos pequenos, além de que
diziam querer se alimentar de forma mais saudável ainda, nos deixando com a
sensação de dever cumprido.
Após o piquenique as crianças foram ao banheiro, lavaram as mãos,
fizeram fila e fomos para a sala de aula, onde as entreguei uma folha sem
pauta tamanho A4 para que desenhassem o que mais gostaram de comer
aquele dia, sendo então orientado que colorissem o desenho no final. Depois
de todos terem finalizado, contei a linda estória chamada “A menina que não
queria almoçar”, e então escutei o que eles pediriam às mães que pusessem
alimentos mais saudáveis em suas merendeiras.
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2.4. Práxis e relatório de evidências
Vygostky possui uma teoria a qual concordo, nela diz que para haver
uma aprendizagem deve sempre haver uma interação social e ela deve ocorrer
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dentro de um desenvolvimento mais próximo. Araújo (2009), em uma análise a
esse conceito, afirma que a aprendizagem em sala de aula necessita de uma
interação, uma cooperação em atividades que sejam práticas e também
instrumentais; com essa ideia em mente elaborei as atividades trabalhadas em
sala de aula e as pratiquei, a exemplo o piquenique realizado afim de fixarem
melhor quais são os alimentos saudáveis e incentivar o hábito.
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Fonte: Imagem tirada pela autora.
Durante todo esse período pude aprender como se põe em prática todo o
conhecimento adquirido durante a faculdade, além de lidar com situações que a
parte teórica não nos deixa totalmente preparados apesar de fornecer a base (a
exemplo briga entre coleguinhas de turma que, apesar de saber serem episódios
que acompanham a vida do docente, é preciso ter muita calma e didática para
conseguir contornar a situação e explicar às crianças como podem fazer as pazes,
sendo uma oportunidade de pôr em prática a habilidade EI03EO07 1, ensinada
através de atividades que despertam principalmente a empatia).
Trabalhar a habilidade EI03EO052 é importante para a promoção da
autoestima, auxiliando também questões como as brigas de forma prévia, uma
vez que lhes é instruído não apenas o respeito com o próprio corpo, mas também
a ter consideração pelo coleguinha mesmo que apresente características
divergentes da dele. As crianças reproduzem o que lhes é ensinado, sendo assim,
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Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças e adultos.
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Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros, adultos e
crianças, com os quais vive.
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atitudes depreciativas consigo mesmas ou com os amigos podem, e devem, ser
corrigidas através do respeito e paciência -o que é diferente de permissividade-
afim de se criar um padrão positivo na vida e mente da criança, que a afetará por
toda a vida.
Imagem 3 – Atividade 3.
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Fonte: Imagem tirada pela autora.
Uma atividade bastante trabalhada na educação e que acompanham o
ser humanos desde os primórdios são as músicas, cantadas principalmente nas
horas em que as crianças chegam, nos intervalos e comemorações afim de
fazê-las se sentirem mais participativas e reforçar o elo que constroem no dia-a-
dia umas com as outras e também o docente. A música nessa faixa-etária tem
como função o exercício da criatividade, expressão de sentimentos, treino da
coordenação motora grossa (ao dançar, por exemplo); usada não apenas como
recreação, mas também como uma forma de tornar o ensino mais interessante e
lúdico aos estudantes uma vez que desde bebês somos atraídos pelo ritmo e
musicalidade das canções e sons.
Segundo Godoi (p.23), atividades que trabalham os movimentos, danças
e sons do meio ambiente e animais estimulam a criatividade, noções espaciais,
conhecimento corporal e ainda conhecer mais ainda o ambiente em que vive,
uma vez que a fonte para essas tarefas podem estar no próprio meio em que se
está inserido. A musicalidade ainda ajuda a evitar que a criança perca a atenção
no que lhe é ensinado uma vez que fará uma escuta ativa e, através dela, o
despertar de diversas emoções.
Além de forma de ensino, a música pode também ser utilizada pelos
professores de forma a controlar uma turma que esteja muito dispersa durante
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uma atividade que tenha causado grande ansiedade nas crianças. É
impressionante ver o efeito causado sobre elas ao iniciar o canto de
determinadas músicas (preferencialmente aquelas que as crianças já sabem ser
para que se acalmem), aos poucos todas se juntam em coro e rapidamente é
possível voltar a ter o controle sobre a sala e continuar com a tarefa planejada
sem que para isso seja preciso alterar a voz ou chamar a atenção de alguma
das crianças.
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2.6. REFERÊNCIAS
BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. MEC, Brasília, DF. 2013
BRASIL, Base Nacional Comum Curricular. MEC, Brasília, DF. 2014. BRASIL, Ensino
Fundamental de Nove Anos: orientações para inclusão da criança de seis anos de idade. 2.
ed. MEC, Brasília, 2007
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
HAKIM, Cláudia. Existe lei que determine a presença de um A.T em sala de aula?
Qual é a função e a formação necessária do acompanhante especializado para
um aluno autista?. JusBrasil, 2021. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/existe-lei-que-determine-a-presenca-de-um-
at-em-sala-de-aula-qual-e-a-funcao-e-a-formacao-necessaria-do-acompanhante-
especializado-para-um-aluno-autista/1293887788. Acesso em: 05 set. 2023.
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