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ALLINE AUGUSTA DA PENHA FONSECA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Rio de Janeiro, 2019


ALLINE AUGUSTA DA PENHA FONSECA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Relatório de estágio apresentado para a


conclusão do Estágio Supervisionado do
Módulo 3 do Curso de Formação de
Professores do Instituto de Educação
Colônia do Saber.

Tutora: Mirian Moreira

Rio de Janeiro, 2019


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................4

DESENVOLVIMENTO..................................................................................................5

CONCLUSÃO.............................................................................................................10

REFERÊNCIAS..........................................................................................................11
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INTRODUÇÃO

Este relatório tem por finalidade descrever experiências sobre atividades realizadas
no Centro Educacional Futuro Brilhante, em cumprimento dos componentes
curriculares do Estágio Supervisionado de Ensino Fundamental, do Módulo 2 do
curso de Formação de Professores do Instituto de Educação Colônia do saber,
iniciado no dia 28/10/2019 e finalizado no dia 03/12/2019, cumprindo 6 horas diárias
durante 5 dias semanais.

A disciplina de Estágio Supervisionado tem como orientadora a Tutora Miriam


Moreira, responsável pelo desenvolvimento dos cursistas, tornando o estagiário
capaz de ter atitudes e iniciativas no decorrer do processo de aprendizagem, bem
como nos desafios que surgirão na prática pedagógica, trazendo reflexos positivos
na vida profissional.

As atividades foram desenvolvidas em uma turma mista, que atende crianças de


maternal 1 e 2, cuja responsável é a professora Grazielle ...
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DESENVOLVIMENTO

A instituição onde o estágio foi realizado, o Centro Educacional Futuro Brilhante


funciona sob o ato autorizativo divulgado na portaria E/SUBE/CED/GRE/ nº 167, de
2 de março de 2017 e situa-se na Rua Itaiçaba, nº205, Curicica, Rio de Janeiro – RJ.
É uma escola que atende cerca de 98 crianças de 2 a 8 anos, distribuídas entre a
Educação Infantil, nas turmas Maternal 1 e 2 e Pré-escola 1 e 2, e Ensino
Fundamental, nas turmas de 1º ano, 2º ano e 3º ano. A escola oferece ao educando
um ensino cuja finalidade é auxiliar no desenvolvimento integral, além de promover o
seu crescimento e, consequentemente, o crescimento da comunidade no qual ele
está inserido.

A escola funciona em um prédio de dois pavimentos, sendo instalados no primeiro a


secretaria, a direção/coordenação, a sala dos professores, o parquinho, a sala de
vídeo, três salas de aula, um banheiro adulto e a cozinha. No segundo pavimento há
duas salas de aula, um banheiro adaptado para o integral, uma sala de atividades, a
copa, o dormitório e o terraço. Há também uma área externa onde funcionam dois
banheiros infantis e dois adultos, o almoxarifado e o depósito de material de limpeza.

As portas e corredores da escola são estreitos e o acesso ao segundo pavimento é


feito por uma escada externa, não existindo adaptações que visem a acessibilidade
à pessoa com deficiência, mas os banheiros possuem barras de segurança.

A área de lazer das crianças da Educação Infantil é o parquinho que fica na parte
externa à frente da escola, onde encontram-se escorregas, gira-gira e outros
brinquedos plásticos. As crianças do Ensino Fundamental utilizam o terraço em sua
recreação, porém este nem sempre está disponível por causa das outras atividades
que ali acontecem – como a aula de capoeira, o balé e as brincadeiras dirigidas
pelas professoras da EI.

A equipe é composta por diretora, coordenadora, professoras, auxiliares, bem como


as proprietárias da escola, que prestam apoio na execução das tarefas diárias. A
equipe gestora é composta pela diretora, que tem atuação tanto na parte
administrativa quanto na pedagógica, e pela coordenadora, que cuida estritamente
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da parte pedagógica, lidando mais diretamente com as professoras. As turmas


possuem uma professora e uma auxiliar na EI e não possuem auxiliares no EF. As
professoras, por sua vez, possuem formação de nível médio, em alguns casos, nível
superior incompleto. A escola não oferece ou estimula a qualquer projeto de
atualização ou formação continuada.

As atividades relativas ao estágio aconteceram com a turma do maternal, sendo a


grande maioria ocorrida na sala de aula, um cômodo pequeno, mas bem iluminado,
de 10 m2 com cadeiras duas mesas grandes arrumadas ao redor, quadro branco, ar
condicionado, ventilador e estante para os cadernos e livros didáticos dos
estudantes.

A professora Grazielle possui três anos como regente na escola, as turmas nem
sempre continuam com a mesma professora a cada ano letivo, por esse motivo nem
sempre o ritmo de convivência e ensino segue a mesma sequência.

O projeto pedagógico trabalhado durante o ano letivo foi direcionado aos quatro
segmentos da arte, visual, musical, teatral, e a dança, esse tema foi escolhido por
levar em consideração que mesmo antes de aprender a ler e a escrever a criança
reage positivamente aos estímulos artísticos. A criança é um ser criador, sendo
necessário nessa fase apenas estímulos para desenvolver esse potencial. Nesse
sentido o tema trabalhado oferece ricas oportunidades para seu desenvolvimento
uma vez que põem ao alcance das crianças os mais diversos tipos de material para
manipulação, o que estimula a percepção auditiva, visual, e o movimento corporal.

A turma é composta por 16 crianças, sendo 7 meninos e 9 meninas. A professora


prepara e entrega seu planejamento semanalmente à coordenação e realiza com as
crianças atividades baseadas sempre na ludicidade, procurando desenvolver nas
crianças a coordenação motora, utilizando para isso jogos, as brincadeiras e as
músicas. A pintura e a colagem são atividades sempre presentes.

Entre a turma, está menino D, com Transtorno do Espectro Autista, (TEA), sendo
este, objeto de observação do estágio. D, é uma criança com 4 anos incompletos
aparentemente sadia, muito bonito, bem desenvolvido corporalmente. porém, suas
atitudes não condizem com sua idade.
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Se de um lado o desenvolvimento corporal se evidencia, por outro o


desenvolvimento de suas habilidades não acompanha esse desenvolvimento. De
acordo com o site Saúde, da editora Abril, “os autistas apresentam o
desenvolvimento físico normal. Mas eles têm grande dificuldade para firmar relações
sociais ou afetivas e dão mostras de viver em um mundo isolado”. (Abril Saúde,
2018)

Desta forma, D. não consegue interagir com os colegas e também não acompanha
as atividades aplicadas pela professora. Nos momentos das atividades com
brinquedos, o que mais o atrai são as massinhas coloridas, ficando longos
momentos rolando-as na mesa. Passa a maioria do tempo restante andando pela
sala movimentando as mãos pelo ar como se estivesse tocando em alguma coisa.
Se a professora o põe sentado na tentativa de fazê-lo participar de alguma atividade,
reage com agressividade, batendo na própria cabeça ou mordendo seu próprio
braço.

A ausência da linguagem é uma das principais dificuldades de interação e sinal que


apontam a existência do transtorno. Existe a necessidade de adaptar todas as
atividades destinadas ao D, sempre envolvendo números para que ele tenha um
mínimo de participação nas atividades pois sua atração por números é visível e
basta começar a contar para que ele se aproxime. A professora procura manter o
ambiente sempre organizado para atender ao D, pois

“A criança autista exprime melhor a percepção visual do que a percepção


auditiva, durante as estimulações, responde a ela positivamente quando
estimulada em ambiente organizado, ou seja, o funcionamento
comportamental adaptativo do autista é consideravelmente melhor em
condições estruturada”. (MONTE,2004, p.9)

A professora é bem receptiva e amorosa. A rotina das crianças inicia no


acolhimento, às 8 horas. A professora recebe as crianças e as conduz para a sala
de aula, onde deixam seus pertences, partindo em seguida ao refeitório para o
desjejum. Após esse momento, as conduz para a sala de aula novamente (as
crianças que chegam atrasadas, dentro da tolerância de 15 minutos, são conduzidas
para a sala pelas próprias mães). As atividades ministradas pela professora
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Grazielle geralmente iniciam pela rodinha de conversa, onde professora e auxiliar


propiciam momentos de diálogos e troca de ideias, exercitando assim suas
capacidades de comunicação. A escola mantém pais e responsáveis informados
através de comunicados enviados nas agendas.

O Regimento Escolar e o PPP foram elaborados pela diretora da escola. O primeiro


fala sobre as normas e funcionamento da escola. O segundo, por trazer a identidade
da instituição, é mais complexo. Tem sua base legal na LDB, defendendo a gestão
democrática, porém de acordo com o que foi observado não há uma coesão entre a
prática e o conteúdo descrito nesse documento. A proposta do documento sugere
compromisso com a formação do aluno cidadão, dando-lhe a oportunidade de
experimentar, descobrir e vivenciar situações estimulantes, proporcionando assim o
desenvolvimento integral do mesmo, porém pode-se perceber um certo afastamento
e nítido desequilíbrio entre as práticas exercidas na escola e a proposta descrita no
PPP, explicando assim o desconhecimento das funcionárias sobre esse documento
e não envolvimento em sua elaboração, assim como o distanciamento de pais e
comunidade na elaboração deste documento.

A escola que consegue elaborar e executar, num trabalho cooperativo, seu


projeto político-pedagógico dá mostras de maturidade de sua equipe, de
bom desenvolvimento profissional de seus professores, da capacidade de
liderança da direção e de envolvimento de toda comunidade escolar
(LIBÂNEO, p. 152-153).

A construção do Projeto político – pedagógico é necessária para que as instituições


educacionais realizem suas atividades de forma dinâmica e participativa, incluindo
em sua elaboração, pais, professores, comunidade direção e todos os funcionários
envolvidos no funcionamento escolar. Uma construção do projeto político
pedagógico de excelência fará com que as instituições educacionais realizem suas
atividades de forma dinâmica e participativa.

Todas as crianças são bem atendidas, a maioria dos professores trabalha de forma
profissional dando o máximo de si. No entanto, existem desafios ao lidar com
crianças incluídas, e entre eles pode-se destacar a superlotação das salas, a falta de
apoio qualificado no dia a dia destas crianças e a falta de formação continuada para
os profissionais envolvidos.
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O estágio de observação de inclusão da criança com necessidades especiais


proporcionou grandes oportunidades de conhecimento e aprimoramento na prática
como também um maior conhecimento a cerca deste transtorno.
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CONCLUSÃO

O estágio foi uma oportunidade de crescimento muito importante para o processo de


formação. Esta vivência permitiu conhecer as dificuldades enfrentadas pelos
professores como também pela direção para manter um atendimento adequado para
as crianças com necessidades especiais, uma vez que o problema da inclusão no
caso de D, vai muito além da educação e especificidades: são necessárias pessoas
preparadas, formadas para essas peculiaridades, porém o sistema de educação não
possibilita meios ou mão de obra especializadas para realização de atividades
dentro da realidade dos alunos incluídos.

Outro ponto a se observar é a ausência de acessibilidade no espaço físico desta


escola. No caso do D., que não possui limitações em sua mobilidade, isto não é
problema, mas os profissionais relatam já terem atendido crianças com outras
especificidades ali, o que torna o desafio ainda mais difícil.

Nota-se comprometimento e amor na professora que acompanha D., e é ela que faz
com que seu dia a dia na escola seja prazeroso. No entanto, ainda faltam muitas
melhorias no trabalho oferecido pela escola para que se possa dizer que a inclusão
acontece de fato.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MONTE, F.; SANTOS, I (Coord.). Saberes e práticas da inclusão: dificuldades


acentuadas de aprendizagem: autismo. Brasília: MEC, SEESP, 2004, pp. 9 - 37

TENORIO, G.; PINHEIRO, C.; O que é autismo, das causas aos sinais e o
tratamento. Site Abril Saúde, 2018. Disponível em: https://saude.abril.com.br/mente-
saudavel/o-que-e-autismo-das-causas-aos-sinais-e-o-tratamento/. Acesso em 23 de
abril de 2020.

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