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FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EM MATEMÁTICA

GABRIELLE DE SOUZA COSTA

PORTFÓLIO INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL

Rondonópolis
2019
GABRIELLE DE SOUZA COSTA

PORTIFÓLIO INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL


“A escola de todos e para todos: Diálogos sobre a Escola da
Ponte”
l
Rondonópolis
2019

Portfólio Interdisciplinar Individual do 1º


sem do Curso de Formação Pedagógica
em Matemática, como requisito para a
obtenção da aprovação na disciplina de
Atividades Interdisciplinares.

Rondonópolis
2019
RESUMO

A Escola da Ponte trabalha em busca de construir autonomia, responsabilidade e


solidariedade. Neste sentido, este estudo objetivou analisar a proposta da Escola da
Ponte na formação de sujeitos autônomos, e como esse método influenciou na
edificação da metodologia da escola Âncora. Ressalta-se ainda a importância dada
à interdisciplinaridade, e a liberdade, ao trabalho dos alunos em equipe em busca de
solução para os desafios. A metodologia aplicada em ambas escolas difere em todos
os termos do método de ensino tradicional.
Palavras-chave: Escola da Ponte. Autonomia. Metodologia.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
3 CONCLUSÃO........................................................................................................9
4 REFERÊNCIAS....................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

O intuito desse portfólio é apresentar o método de ensino Escola da Ponte


desenvolvida pelo Educador José Pacheco, em Portugal, que se fundamenta nos
valores das pessoas. A escola da Ponte é uma escola autônoma é e avaliada todo
ano pelo ministério da educação local. A escola da ponte é bem diferente das
tradicionais, pois é uma escola livre de sala de aula, são substituídas por espaços
educativos, são lugares onde cada aluno busca ferramentas para ampliar seus
conhecimentos e professores lecionam fora do parâmetro convencional.

Essa escola com uma concepção pedagógica radicalmente diferente da


concepção tradicional, ao invés de produzir um aluno repetidor, formatado e sem
iniciativa acaba por formar alunos criativos, ousados e, em suma, autônomos. Esse
método está sendo utilizado como referência para outras instituições de ensino.

Nesse portfólio também será abordado o trabalho feito por uma escola
brasileira que adotou o método realizado na Escola da Ponte, que também busca
mostrar a importância da interação junto à sociedade, e juntamente com essa
sociedade entrelaçar ideias de uma nova perspectiva de ensino.

A escola e caracterizada pela sociedade, como um espaço de


referência, e as escolas apresentadas são formadoras de indivíduos responsáveis,
conscientes de suas ações, empenhados em temas de interesse comum, e
estimulados para o bem comum.
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2 DESENVOLVIMENTO

A Escola da Ponte situa-se no distrito do Porto - Portugal. Ela foi fundada


pelo educador José Pacheco que buscava oferecer uma possibilidade diferente de
educação que deixasse o modelo tradicional. Seu método é fundamentado em um
projeto de interação entre os membros da comunidade educativa, alunos, pais,
profissionais de educação e os demais agentes educativos.

O educador José Pacheco adotou em 1976 o método Escola da Ponte,


originando-se de uma escola tradicional, que buscavam uma cultura diferente. A
escola é da rede municipal de ensino, localizada no distrito de Porto, a 30 km da
cidade do Porto, município de Portugal. A escola atende cerca de 200 alunos, com
idades entre 5 a 17 anos, que fogem do método convencional e buscam
mecanismos, que despertem níveis de autonomia.

A Escola da Ponte é bastante divergente das demais escolas. Ao longo de


trinta anos, os professores construíram um projeto educativo para todos aqueles que
defendem a possibilidade de se criar uma escola pública de qualidade aberta a
todos, que contemple os seus objetivos, que de iniciativa de autonomia aos alunos e
que seja inclusiva.

O projeto pedagógico da Escola da Ponte tem em vista alcançar uma


escola inclusiva, onde os alunos lidam com todos os professores numa cooperação
mútua, sendo base essencial para a educação e para a cidadania.

A Escola pretende interligar todas as dimensões que fazem parte da


educação. O projeto aposta em métodos inovadores e aprendizagens diversificadas,
construindo uma ponte entre escola e comunidade acadêmica. O projeto tem como
finalidade, formar cidadãos responsáveis e informados pelo o que é aprendido.

Na escola da Ponte não existe salas com estruturas tradicionais, isto é, ao


invés de salas fragmentadas, onde os alunos são separados por faixa etária e nível
escolar, ela possui salões maiores onde todos os alunos, de diferentes idades e
diferentes níveis de seriação, dividem o mesmo ambiente.

A metodologia de José Pacheco denominado como filosofia, fundamenta-


se em três valores: liberdade, responsabilidade e solidariedade. É um espaço
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partilhado por todos, sem indicação de faixa etária, os alunos definem quais as
áreas que mais lhes interessam, e também decidem quais atividades farão
diariamente, são eles que decidem as regas de convivência, e os profissionais da
educação não são responsáveis por disciplinas ou turmas específicas. Nessa escola
todo são livres para adaptações.

A Escola da Ponte desenvolve através da sua organização e do seu


planejamento a capacidade de autonomia em seus alunos, mediante as
especificidades. O processo de aprendizagem se processa de várias formas,
principalmente pela pesquisa e pelo trabalho em grupo, com a auto avaliação (os
alunos participam de todas as decisões que necessitam serem tomadas).

Existem algumas especificidades que definem o projeto educativo para


nortear a prática educacional. O corpo docente é um deles, eles não são treinados
para trabalhar na Escola da Ponte, não existem professores específicos, porém as
temáticas são escolhidas por cada aluno, sendo trabalhada por um grupo de
professores. São os alunos que definem suas áreas de interesses, e desenvolvem o
roteiro de estudos. Os professores estão sempre atentos para assegurar que o que
está sendo desenvolvido não embarace o ambiente de estudos. Assim, com o
assunto sendo abordado para todos, cada aluno aprende seguindo seus limites.

Quanto as regras de convivências também são os alunos que organizam,


São estabelecidos em formato de leis que eles mesmos votaram através de debates,
em conjunto com os professores. Existe uma assembleia aonde os alunos e os
educando participando a fim de apresentar os problemas existentes e buscar
soluções para tais, a reunião é guiada pelo presidente, que fora eleito pelos alunos
para representa-los.

Quanto aos problemas mais sérios apresentados na assembleia é


informada a comissão de ajuda que tem como objetivo tentar resolve-los, é
constituída por quatro alunos, dois escolhidos pelos alunos e os outros dois pelos
professores. Nos debates é o momento aonde os alunos trocam ideias. A biblioteca
é um local muito visitado pelos alunos, lugar onde eles realizam suas pesquisas e
fazem questionamento aos professores.
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A escola da Ponte lida com aspectos ligados às questões da diversidade


e inclusão. A filosofia Escola da Ponte sustenta que cada ser humano é único e por
esse motivo o trajeto de desenvolvimento de cada aluno também será único. Existe
a caixinha dos segredos, onde em uma caixinha de papelão os alunos deixam
pedidos de ajudas, trocam informações, existe também uma caixinha aonde os
alunos depositam as suas criações textuais. Quando os alunos possuem dificuldade
utilizam um meio para pedir ajuda, trata-se de várias folhas que ficam espalhadas
em pontos na escola, posteriormente o professor esclarece as dúvidas ao aluno ou a
todo o grupo.

O responsável por acompanhar um grupo de alunos de forma mais


próxima, é o tutor, normalmente o grupo é composto por doze alunos. Os tutores se
reúnem com os educandos duas vezes na semana, antes das assembleias. Os
grupos de responsabilidade são denominados para serem responsáveis por
determinados assuntos, esse grupo se reúnem duas vezes no mês.

Os alunos participam da gestão da escola e também são responsáveis


pelo processo de autoavaliação. A utilização do “Eu já sei” torna efetiva a avaliação.
Esse dispositivo tem por finalidade estabelecer o término de uma etapa de trabalho,
e com ela podem expressar quando aprenderam determinada matéria pela qual se
responsabilizaram de estudar, e dessa forma poderem ser avaliados por um
professor.

A participação dos pais nesse modal de ensino é indispensável, haja vista


que a colaboração garante que o projeto continuará vigorando. Uma das principais
características dessa escola, em relação as outras é a presença dos pais em defesa
do projeto da Escola. A interação entre pais, escola, profissionais e educandos é de
extrema importância para o sucesso da escola da ponte.

Em 2008, a escola da Ponte conseguiu tornar-se autônoma do Ministério


da Educação e Ciência (MEC) de Portugal, através de um contrato vigente até o ano
letivo de 2015/2016. O contrato aponta várias metas à escola, com intuito de
compreendê-la como idealizador de uma estrutura pedagógica capaz de inspirar
outras instituições e quem sabe reformular o sistema como um todo.
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No Brasil existe o Projeto Âncora que se baseia na escola da ponte,


similarmente nessa escola os fundadores almejam que o projeto siga que
autonomia é uma ferramenta fundamental no desenvolvimento da aprendizagem e
as ações que são decididas partem sempre da decisão coletiva. Nada é imposto e
todas as ações são tomadas de maneira democrática.

O Projeto Âncora foi fundado em 1995, originalmente como uma


organização não governamental para desenvolver projetos sociais e culturais com
crianças de baixa renda. Em 2011, o educador e idealizador da Escola da Ponte de
Portugal, José Pacheco, chegou ao projeto âncora para auxiliar, trazendo as ideias e
objetivos da escola da ponte.

Como na Escola da Ponte – uma das principais referências


em Educação - o objetivo da Âncora é fazer com que os educandos sejam
autônomos de seu próprio aprendizado e que a escola seja um dos espaços em que
este processo aconteça, mas não o único.

O projeto é desenvolvido com base em roteiros de estudo, assim como na


Escola da Ponte. São os alunos que elaboram o planejamento das atividades que
irão realizar ao longo do dia, assim como quais horários vão destinar às disciplinas e
quais serão os momentos de brincar, conversar com os amigos ou mesmo
descansar.

Com esse método inovador de educação tanto na Escola da Ponte,


quanto na Âncora, a ação do professor foi reinventada, pois nesse processo eles
atuam como auxiliares trabalhando como tutores, os docentes dão ferramentas de
aprendizagem nos “bastidores” para os alunos. Esta ajuda dos professores-tutores
permite que seja consolidado o que foi aprendido e internalizado para que possam
ser mais independentes, solidários, responsáveis e autônomos.

A relação estabelecida entre professores e estudantes exerce uma grande


peculiaridade, busca-se todo o tempo elencar e vivenciar os valores. Professores e
estudantes são parceiros que se acompanham neste processo de aprender.

Em cada espaço, há professores que se dedicam o tempo todo e se


responsabilizam por acompanhar o progresso dos alunos e orientam sobre os
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objetivos que são necessários para serem trabalhados, analisando se conseguiram


atingir aos objetivos previstos.

A fim de serem coerentes com os fundamentos da concepção de


educação os idealizadores buscam a superação da fragmentação do conhecimento
e o resgate do ser humano em sua totalidade. Assim, a proposta não é apenas
desenvolver habilidades básicas relacionadas à leitura, à escrita e ao cálculo, mas
também os outros potenciais intelectuais dos adolescentes.
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3 CONCLUSÃO

A escola da Ponte é uma escola eficiente para servir a todas as crianças,


independente de classe social, de cultura, de limitações físicas. Essa escola busca a
necessidade de uma escola tendencialmente inclusiva. O modelo de gestão
instalado na Escola da Ponte foi apontado, como um processo que coloca os alunos
como protagonistas.

O projeto tem como finalidade, formar cidadãos responsáveis e


informados pelo o que é aprendido. As palavras e atos dos agentes educativos,
tornando as crianças mais e felizes e solidárias se fazem como a meta final do
projeto.

O primordial desse Projeto não é preparar para os exames, e sim educar,


ajudar as crianças a se realizarem como pessoas. O professor induz a todo o
momento as crianças no esforço de compreenderem e aplicarem os conhecimentos
e as informações.

Existem resultados satisfatórios nesse método de aprendizagem, visto


que pesquisadores compararam o desempenho da Escola da Ponte com outras
vinte escolas, e o resultado foi que os alunos da Escola da Ponte obtiveram os
melhores resultados.

Atualmente, são muitos os desafios encontrados em sala de aula, acredito


que o formato da escola da ponte, traria inúmeros benefícios para a educação
brasileira, pois para se ter uma escola inclusiva é necessário criar uma ponte entre o
conhecimento e os alunos, sem obstáculos.
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4 REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. A Escola da Ponte. Disponível em:


http://servicos.educacao.rs.gov.br/dados/edcampo_texto_rubem_alves_a_escola_co
m_que_---_existir.pdf Acesso em: 01/06/2019.

Reportagem da Revista Nova escola, intitulada: Jose Pacheco e a Escola da Ponte.


Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/335/jose-pacheco-e-a-escola-da-
ponte Acesso em: 01/06/2019.

Especial Jose Pacheco – Escola da Ponte. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=53bNtzTVix4 Acesso em: 01/06/2019.

Vídeo: “Conselho de Classe”, Disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=xzz4oDWVd6k Acesso em: 01/06/2019.

Vídeo: Projeto Âncora. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=kE6MlnwML8Y Acesso em: 01/06/2019.

Reportagem Porvir: Projeto Âncora se inspira na Escola da Ponte. Disponível em:


http://porvir.org/projeto-ancora-se-inspira-na-escola-da-ponte/ Acesso em:
01/06/2019.

PACHECO, Jose; PACHECO, Maria de Fatima. Escola da Ponte: Uma escola


pública em debate. Disponível em:
http://www.grapinar.com.br/gaia/educacional/escola/escola_ponte_olhares.pdf
Acesso em: 01/06/2019.

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