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Estágio em Educação Fundamental

Pedagogia Licenciatura EAD – UERJ


AP1 - 2022.1
Aluna: Marcela Gurgel dos Anjos Canellas
Matrícula: 18212080081
Curso: Pedagogia Polo: Magé

O texto abaixo foi escrito com base na entrevista realizada com a Jaqueline
Martins, professora do 2º ano do Ensino Fundamental de uma escola particular do
município de Magé e em reportagens e leituras sobre o retorno das aulas pós
pandemia.

Volta às Aulas e Transformações Escolares

Durante a pandemia muitas coisas mudaram e se transformaram, algumas


temporariamente e outras definitivamente trazendo impactos que ainda não podemos
mensurar. Quando falamos do contexto escolar destacamos as crianças que por muitas
vezes ficaram sem um devido suporte para os conteúdos programáticos e sem pessoas
mais especializadas para atender as suas necessidades de formação social.
A falta de acompanhamento pedagógico isolou pais, mães, professores,
psicólogos, fonoaudiólogos. Os pais perderam o apoio profissional que podiam auxiliá-
los na visão individual de seus filhos e alertá-los de caminhos alternativos para melhorar
o desenvolvimento deles. Lev Vygotsky (1896-1934), psicólogo sóciointeracionista que
dedicou sua vida a estudar o desenvolvimento cognitivo de crianças observou que a
interação social é o meio propulsor do desenvolvimento cognitivo sendo assim
fundamental para a inserção na sociedade pois é por meio dela que ocorre a
aprendizagem desde a fala, habilidades e conteúdos até a formação de valores éticos e
morais que nos definem como ser humano individual. Desta forma, no isolamento social
as crianças perderam não somente interação externa e momentos dedicados a elas
perderam uma importante base na sua formação e com tais privações e menores
recursos psicológicos por falta de profissionais foram “reduzidas” a aumento de
“pirraças”, “choros”, “carência”…
Assim, vivendo num meio de tensão e medo tendo o desenvolvido condicionado
a telas com atenção compartilhada, atividades improvisadas entre esses e tantos outros
motivos que puderam existir nas inúmeras famílias e mundos individuais que se
formaram durante esse período tão difícil as crianças “tiveram que esperar” o retorno
presencial escolar para que então pudéssemos começar a ver as devidas consequências,
as quais poderão perdurar a vida inteira.
A realidade das escolas públicas e particulares tiveram as diferenças ampliadas
desde o ensino remoto e desta forma não seria diferente no retorno escolar assim
precisamos nos conscientizar que esse processo não foi feito de forma comum e muito
menos uniforme. Primeiramente a escola teve que se readaptar e adequar a novos
protocolos sanitários como o distanciamento inclusive de carteiras, uso de máscaras
com trocas periódicas, álcool em gel, aferição de temperatura na entrada escolar, entrada
e saída escolar sem aglomerações, higienização das áreas comuns, interdição de
bebedouros, readaptação curricular.
Na efetividade de tais protocolos as escolas públicas devido ao grande número
de alunos tiveram que fazer escala de aulas pois as salas não suportavam todos os
alunos o que resultou ainda em parte de ensino remoto e mais uma readaptação de
curricular. Dentro das salas de aula o uso de máscaras com trocas periódicas se tornava
também um obstáculo pois muitos alunos não levavam máscaras extras ou se recusavam
a tampar nariz e boca, enquanto as crianças menores não conseguiam mais utilizar da
expressão facial como recurso visual para aprendizagem. Os horários de lanche foram
modificados com rodízio nas cantinas ou passaram a ser nas salas de aula, a troca de
lanchinhos comuns em ambientes escolares tiveram que ser vigiadas de perto, a água
passou a ser responsabilidade individual com a utilização de garrafinhas. A entrada e
saída escolares passaram a ser com horários diferentes ou em filas. Assim as mudanças
de hábitos enraizados foram responsabilizados a escola.
Em meio a tantas mudanças o professor teve que superar o medo e a insegurança
própria para ampliar a visão em prol dos alunos se atentando para cada criança no
sentido de identificar problemas de atraso de aprendizagem, defasagem de conteúdo,
aspectos emocionais e experiências negativas vivenciadas no período de pandemia e
ajudá-las a superar as dificuldades. No primeiro momento a preocupação maior se
voltou para os aspectos emocionais pois a dificuldade de se relacionar e de se expressar
tiveram um aumento significativo assim como foi muito comum crianças apáticas,
crises de ansiedade e depressão resultantes do medo. O ambiente escolar teve que se
tornar o local de informação e de leveza dando espaço para que pudessem extravasar
seus medos, frustrações e angustias e tirassem suas dúvidas, que eram muitas, pois a alta
exposição aos recursos tecnológicos permitiu que crianças tivessem acesso a um
excesso de informações verídicas e outras infundadas.
Assim, enquanto a confiança e o relacionamento professor e aluno eram
reestabelecidos concomitante foi sendo feito uma sondagem de conteúdos e defasagem
que se demonstrou em números alarmantes e se somavam a falta de rotina de estudo e
baixa capacidade de concentração. Atividades diversificadas foram elaboradas para
diferentes níveis em uma mesma turma visando recuperar conteúdos perdidos. A evasão
escolar e desinteresse pela escola e aprendizagem foi outro ponto que teve que ser
acompanhado de perto. Muitos alunos devido ao atraso na aprendizagem se sentiram
inseguros quanto a sua capacidade afetando diretamente na autoestima, por vezes
crianças muito pequenas já se demonstraram inseguras com medo de errar e
consequentemente bloqueando a aprendizagem.
Lidar com as famílias, pais e comunidade foi outro ponto muito importante a ser
trabalhado visto que muitos hábitos vindos de casa precisavam ser mudados para o bem
da população. Assim como muitos pais demonstravam excesso de preocupação com os
impactos negativos, decorrentes da pandemia e do isolamento, a escola se mostrou
aberta a apoiá-los muitas vezes a dividir o peso e superar os obstáculos mostrando
formas diferentes para lidar com cada particularidade junto a seus filhos. Desta forma
atendimentos individualizados com familiares foram muito mais comuns e as escolas
tiveram que se mostrar ainda mais acolhedoras.
O ambiente escolar modificou e podemos até pontuar alguns obstáculos para a
volta as aulas com regulamentos impostos desde a teoria até as práticas comuns que
foram abordadas, mudanças no espaço físico, rotinas em salas de aula, prioridades e
transformações curriculares. Mas a verdade é que não temos como ainda mensurar o
verdadeiro impacto na vida desses cidadãos em formação pois tudo o que sabemos é que
esse período pode ter mudado as crianças e jovens como pessoas individuais desde sua
empatia, capacidade de comunicação até autoestima e problemas psicológicos que
podem perdurar o resto de suas vidas. As escolas estão ainda na luta para minimizarem
os impactos e ajudar seus alunos a superarem seus mais variados desafios buscando
aprimoramento de seus profissionais e apoio multidisciplinar.
Entre os impactos do retorno presencial ao ambiente escolar, quais as principais
modificações que ocorreram no espaço físico e na infraestrutura da escola e porque
essas mudanças foram realizadas?

A escola precisou seguir o protocolo sanitário para reabertura com o objetivo de


diminuir a quantidade de infectados e proteger dentro do possível seu corpo docente,
discente e funcionários.

➢ A utilização de máscara por todos (alunos, professores, funcionários)


➢ Foram colocados dispensers de álcool gel nas dependências escolares
➢ Na entrada da escola, fazia-se a aferição de temperatura e era borrifado álcool
nas mãos dos alunos
➢ Distanciamento das carteiras escolares
➢ Higienização das áreas comuns nos intervalos
➢ Interdição dos bebedouros de água e solicitação de que os alunos trouxessem
suas garrafinhas com água

O que se configurou dentro da escola no comportamento de professores, estudantes


e funcionários para se adequar às novas necessidades do retorno presencial? Quais
comportamentos foram descartados e que outros foram incluídos como
prioridade?
Todos estavam cercados pela preocupação de se manterem de máscaras, utilizarem o
álcool gel. Algo que foi perceptível entre as crianças foi o costume beber ou comer algo
e dá um gole ou um pedaço ao amigo.
Para o professor em sala de aula o que pode ser considerado fundamental em
relação a sua atuação neste ano letivo que se inicia?

O olhar atento para cada criança no sentido de identificar problemas de atraso de


aprendizagem, defasagem de conteúdo, aspectos emocionais e experiências negativas
vivenciadas no período de pandemia e ajudá-las a superar as dificuldades.

Que consequências acarretaram no ambiente escolar os problemas detectados nas


famílias dos estudantes em decorrência da pandemia de covid-19?

A evasão escolar, o deficit na aprendizagem, desmotivação das crianças para realizar


atividades da escola.

Quais as principais dificuldades de aprendizagem que começam a aparecer como


resultado das limitações aos espaços escolares?

O distanciamento causado pela Pandemia fizeram com que os alunos não tivessem um
acompanhamento diário do professor, o que impossibilitou a realização de diagnósticos
e as intervenções necessárias para ajudá-lo na aquisição do conhecimento.

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