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ESCOLA POLITÉCNICA
São Paulo
2020
JACQUELINE VERGELY FRAGA FERREIRA
LUISA HELENA GIMENEZ VITOR
Versão Original
São Paulo
2020
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
Resumo
1. Introdução ............................................................................................................................. 1
2. Objetivos ............................................................................................................................... 4
3. Justificativa ............................................................................................................................ 5
3.1 Dimensão Operacional ................................................................................................. 7
3.2 Dimensão Social e Econômica ...................................................................................... 9
3.3 Dimensão Ambiental .................................................................................................. 14
3.4 A Bicicleta nas Cidades Brasileiras ............................................................................. 16
3.5 A Bicicleta na Cidade de São Paulo ............................................................................ 18
4. Caracterização das viagens por bicicleta em São Paulo ...................................................... 23
4.1 Caracterização geral ................................................................................................... 23
4.2 Caracterização espacial .............................................................................................. 30
5. Desenvolvimento dos indicadores de ciclabilidade ............................................................ 33
5.1 Ciclabilidade ................................................................................................................ 33
5.2 Dados .......................................................................................................................... 34
5.3 Métodos ...................................................................................................................... 35
6. Indicadores .......................................................................................................................... 39
6.1 Indicador de Estrutura Cicloviária .............................................................................. 39
6.2 Indicador de Proximidade ao Transporte Público ..................................................... 49
6.3 Indicador de Infraestrutura de Bicicletários e Paraciclos .......................................... 56
6.4 Indicador de Infraestrutura de Bicicletas Compartilhadas ....................................... 61
6.5 Indicador de Segurança Viária ................................................................................... 63
6.6 Indicador de Acesso a Oportunidades ....................................................................... 64
6.7 Indicador de Vegetação Viária ................................................................................... 73
6.8 Indicador de Iluminação ............................................................................................. 74
6.9 Indicador de Topografia ............................................................................................. 76
6.10 Indicador de Poluição Atmosférica ............................................................................ 80
7. Proposta para o Índice de Ciclabilidade .............................................................................. 84
8. Avaliação Crítica .................................................................................................................. 90
9. Conclusão ............................................................................................................................ 92
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 93
ANEXO 1 - Distorções espaciais por baixa amostragem de viagens por bicicleta na Pesquisa
OD ............................................................................................................................................. 103
1. Introdução
1
seguras e de acesso fácil de micromobilidade (WRI BRASIL, 2019). Sobre esse
tema, o Instituto de Política de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) inclui na
micromobilidade os veículos leves, de propulsão humana ou elétricos,
particulares ou compartilhados e de baixa ou média velocidade (até 25 km/h e
45 km/h, respectivamente) e destaca a importância do assunto na ampliação do
acesso à cidade com o aumento da conexão ao transporte público, substituindo
carros em deslocamentos de curta distância (ITDP, 2020).
2
O Brasil também sinaliza avanços nesse sentido, apresentando evoluções tanto
no campo legal, com a efetiva introdução do transporte ativo nos planos de
orientação ao crescimento urbano, quanto no campo prático com a
implementação de políticas públicas voltadas ao favorecimento do uso da
bicicleta como modo de transporte.
3
2. Objetivos
4
3. Justificativa
5
Atualmente, o país se encontra em meio ao enfrentamento de uma pandemia, e
muito se debate acerca das mudanças que foram adotadas pela população
durante o período de isolamento social, bem como daquelas que podem perdurar
após o arrefecimento desse quadro de excepcionalidade.
6
transporte. Por outro lado, entre aqueles que já utilizam esse modo de
locomoção, esse percentual sobe para 25%.
7
coletivo. Segundo o autor, tal modelo induziu o crescimento urbano
desmensurado, gerando aumento do congestionamento e do tempo de
deslocamento, bem como do nível de poluição atmosférica, conflitos e estresse
no trânsito, doenças respiratórias, acidentes, entre outros. Esse padrão de
mobilidade se mostra saturado na cidade de São Paulo e faz com que o
transporte seja percebido mais como um objeto – ineficaz – de consumo do que
como um direito social.
Nesse sentido, o estudo Impacto Social do Uso da Bicicleta em São Paulo faz
um levantamento semelhante, apoiado no estudo citado anteriormente. O estudo
aponta que se os paulistanos trocassem o automóvel pela bicicleta nas viagens
em que a substituição é pertinente, considerando um cenário de 1 a 3 anos, - o
acréscimo no PIB Municipal seria de 18,7 milhões de reais e as viagens seriam
11% mais rápidas (TORRES; CALLIL E CASTELLO, 2018).
8
De fato, uma pesquisa realizada em Toronto mostra que (TORONTO PUBLIC
HEALTH, 2012), para as viagens de até 5 quilômetros, a bicicleta seria o modo
de transporte mais rápido, e mesmo em viagens de até 8 quilômetros em áreas
urbanas, tal modal teria duração semelhante a do automóvel.
9
De acordo com levantamento realizado pela Rede Nossa São Paulo, no ano de
2019, dentre a parcela da população que utiliza ônibus municipais, a
preocupação com o preço da tarifa é alta e apresenta uma tendência de
crescimento. Além disso, mais de 1/3 (um terço) dos usuários deixa de ter acesso
a oportunidades como empregos e consultas médicas, com uma frequência alta,
devido ao valor da passagem do ônibus (REDE NOSSA SÃO PAULO; IBOPE
INTELIGÊNCIA; MOB CIDADES, 2019).
10
canteiro central e a redução do número de vias de tráfego de veículo, as quais
passaram de 4 (quatro) para 2 (duas) (WRI BRASIL, 2017).
11
apontando, por exemplo, que somente de 2008 para 2009 quase dobrou o
número de países com esses sistemas (LARSEN, 2013). Apesar disso, segundo
dados contidos no relatório Transport and Climate Change Global Status Report
2018, divulgado em dezembro de 2018, esse grande aumento está concentrado,
principalmente, em países asiáticos e europeus. O sistema surgiu na América
Latina no ano de 2008 e apresentava, até 2017, uma taxa de crescimento irrisório
quando comparada a outros continentes, conforme pode ser observado na
Figura 2 (SLoCaT, 2018).
Figura 2 - crescimento do sistema de Bikesharing no mundo entre 2007 e 2017. Fonte: SLoCaT
(2018).
12
O uso de bicicletas também tem ganhado espaço como uma oportunidade de
renda e trabalho. Nos últimos 2 (dois) anos é crescente o número de
entregadores utilizando bicicletas em serviços como Uber Eats, Rappi, Ifood e
Glovo (WRI Brasil, 2019b). No cenário atual, notoriamente, o uso da bicicleta
como fonte de obtenção de renda tem aumentado consideravelmente, visto que
a pandemia global do novo coronavírus fomentou a compra online e,
consequentemente, a demanda pelo delivery.
13
al., 2020). Para o Brasil, no mesmo sentido da tendência mundial, talvez também
fizesse sentido uma ampliação, mesmo que temporária, da rede cicloviária.
14
desenvolvimento de estrutura para ampliar o uso de transporte público, trem e
bicicletas (BRITO, 2018).
15
Em São Paulo, o nível de poluição atmosférica caiu em 50%, aproximadamente,
já na primeira semana após o início da vigência das normas de distanciamento
social na cidade, em 24 de março (ZIEGLER, 2020). Isso porque muitos veículos
pararam de circular pela cidade, o que gerou uma redução na emissão de
poluentes primários como o CO (monóxido de carbono) e os óxidos de
nitrogênio. Além disso, teve-se também uma redução de cerca de 30% na
emissão de material particulado (MP) respirável sendo que parte dele, com
diâmetro menor de 2,5 micrômetros (MP 2,5), é proveniente, principalmente, de
escapamentos de veículos e outros tipos de combustão (ZIEGLER, 2020)
16
Por sua vez, a Política Nacional de Mobilidade Urbana, a qual tem como
instrumento de efetivação local o Plano de Mobilidade Urbana (PMU), aponta
entre os seus objetivos: (i) a redução da desigualdade e inclusão social; (ii) a
melhoria nas condições urbanas no que se refere à mobilidade e à
acessibilidade; e (iii) a integração entre os diferentes modos de transporte.
Adicionalmente, apresenta princípios promotores da igualdade social, como a
acessibilidade universal e equidade no uso do espaço público de circulação.
17
Em entrevista ao WRI Brasil (2017b), Gustavo Pinheiro, técnico do Plano de
Ações Imediatas de Transporte e Trânsito (PAITT) de Fortaleza, reportou que,
com a implantação do Bicicleta Integrada, alguns usuários deixaram de usar o
ônibus para utilizar apenas as bicicletas do programa ou mesmo deixaram de
pegar um segundo ônibus, completando o trajeto por bicicleta.
Outro exemplo foi a cidade de Joinville que, em março de 2016, lançou o Plano
Diretor de Transporte Ativo (PDTA) que, alinhado com as diretrizes do PMU da
cidade e tendo como referência o Desenvolvimento Orientado ao Transporte
Sustentável (DOTS), apresenta ações e metas para os transportes a pé e por
bicicleta, sendo que, para este último, objetiva aumentar os deslocamentos de
11% para 20%.
18
Ao mesmo tempo, pressões negativas também acompanharam essas que
favoreciam o deslocamento por transporte ativo, como as tentativas de
diminuição da velocidade nas vias urbanas (LEITE; CRUZ; ROSIN, 2018).
De acordo com a CET (2016), como um reflexo das medidas adotadas pela
administração municipal na gestão Haddad, a cidade de São Paulo foi da 7ª para
a 58ª posição, - de 2015 para 2016, - no mais importante ranking mundial de
congestionamento. Além disso, a companhia também verificou uma forte
redução nos acidentes de trânsito, queda brusca no índice de mortalidade e
maior fluência na mobilidade veicular com redução do tempo gasto nas viagens
dentro do perímetro urbano (CET, 2016).
➢ Para 2024, deseja-se construir ciclovias em mais duas pontes, treze viadutos,
cinco túneis sob trilhos e duas passarelas, além da implementação de mais 450
km de ciclovias em corredores de transporte coletivo e mais 400 km em malha
já existente;
➢ Para 2030 a meta é implantar ciclovias em mais quatro pontes, onze viadutos,
três túneis sob trilhos, vinte e três passarelas e quatro passagens subterrâneas.
Além da construção de mais 50 km de estrutura cicloviária em corredores de
transporte e 100 km em malha já existente.
19
de metrô e trens e também nos pontos centrais dos bairros em todas as 32
subprefeituras.
As metas para 2016 não foram totalmente cumpridas e a prefeitura de São Paulo
não expandiu a rede entre 2016 e 2019, interrompendo um processo de aumento
contínuo que acontecia desde 2008, quando a malha contava com apenas 11
km de extensão.
20
Figura 3 - Mapa da Infraestrutura Cicloviária na cidade de São Paulo. Fonte: Própria (2020).
A “Pesquisa Perfil do Ciclista 2018”, para a cidade de São Paulo, aponta que
56% dos usuários utilizariam ainda mais a bicicleta como meio de transporte se
houvesse infraestrutura adequada em maior qualidade e quantidade
(TRANSPORTE ATIVO; LABMOB-UFRJ, 2018). Da mesma maneira, o estudo
21
“Impacto Social do Uso da Bicicleta em São Paulo” indica que 31% dos
entrevistados que estariam “dispostos” ou “muito dispostos” a aderir ao uso da
bicicleta apontam a mesma questão da infraestrutura como fator primordial para
tanto (TORRES-FREIRE; CALLIL, 2018).
22
4. Caracterização das viagens por bicicleta em São Paulo
A caracterização das viagens por bicicleta no município foi feita a partir dos
dados coletados pela “Pesquisa OD 2017” cujos microdados foram publicados
em 2018. A Pesquisa Origem Destino da Região Metropolitana de São Paulo,
importante para o planejamento da mobilidade urbana, teve sua metodologia
consolidada ao longo de 50 anos pelo Metrô de São Paulo (COMPANHIA DO
METROPOLITANO DE SÃO PAULO) e engloba um levantamento amplo na
RMSP, investigando tanto características das viagens quanto socioeconômicas
dos viajantes, mediante entrevistas com residentes de domicílios sorteados.
23
Para a caracterização espacial de como ocorrem as viagens no território de São
Paulo, no entanto, foram consideradas apenas as viagens cujo modo bicicleta
era o modo principal utilizado. Isso porque as informações de qual a origem e
qual o destino de cada viagem são referentes a viagem integralmente, não
discriminados por trecho de modal distinto. Tal consideração não acarreta em
grande perda de informação uma vez que, dessas viagens, em 95,2% delas a
bicicleta era o modo principal (considerando fator de expansão, sem considerá-
lo este número é de 96,3%).
Das viagens em que a bicicleta foi um modo complementar, em 95,9% delas o modo
principal utilizado foi o Metrô.
24
Figura 5 - Destino das viagens gerais e por bicicleta. Fonte: Própria (2020).
De fato, comparando a distribuição das viagens por faixa etária observamos uma
participação menor de crianças e jovens de até 14 anos em viagens de bicicleta
em detrimento das de modos em geral. O mesmo pode ser observado na faixa
de indivíduos com mais de 60 anos. Ambas as distribuições (bicicleta e geral)
têm comportamentos semelhantes, com usuários de bicicleta concentrados mais
fortemente na faixa de 23 a 39 anos (Figura 6).
25
Figura 6 - Distribuição das viagens realizadas no município de São Paulo por faixa etária. Fonte:
Própria (2020).
Figura 7 - Distribuição das viagens realizadas no município de São Paulo por faixa de renda
segundo a classificação Econômica Brasil. Fonte: Própria (2020).
Sobre a escolha do transporte ativo, por sua vez, é possível inferir uma
motivação diferenciada na escolha pela bicicleta, em que as percepções de custo
(financeiro e de tempo) pela distância são relativizadas, assim como a atividade
física proporcionada pelo modo ganha maior importância, vide a Figura 9.
Figura 9 - Motivos para utilização do Transporte Ativo como forma de deslocamento. Fonte:
Própria (2020).
27
apontadas entre os não adeptos de que os levaria a utilizar a bicicleta como meio
de transporte.
Figura 10 - O que levaria a utilizar a bicicleta como meio de transporte. Fonte: TORRES;
CALLIL E CASTELLO (2018)
28
A infraestrutura viária (ciclovias/pavimentação) é apontada como uma condição
chave entre os não usuários a aderirem o modo. A expansão e qualidade dessa
infraestrutura, portanto, é duplamente importante, tanto pela promoção e
incentivo do modo como pela maior segurança dos já ciclistas.
Apesar disso, parcela relevante das viagens por bicicleta no município não
utilizaram via segregada no trajeto (Figura 11), possivelmente em decorrência da
falta de alternativas, ou seja, falta de infraestrutura disponível para tal.
Figura 11 - Uso de via segregada em viagens com bicicleta. Fonte: Própria (2020).
29
Figura 12 - Tipo de viagem por classe de renda. Fonte: Própria (2020).
30
zona. Já o mapa da direita ilustra o percentual das viagens por bicicleta
produzidas por zona cujo destino encontra-se dentro da mesma subprefeitura de
origem. É notável a ocorrência e predominância de viagens por bicicleta que são
realizadas intra-subprefeitura. É importante ressaltar a relevância e possibilidade
de atuação deste nível administrativo no mérito de promoção do transporte por
bicicleta.
Figura 13 - Mapas ilustrando o percentual de viagens por bicicleta produzidas por zona cujo
destino é a própria zona (esquerda) ou cujo destino encontra-se dentro da mesma subprefeitura
de origem (direita). Fonte: Própria (2020).
31
sistema eficiente de transporte. Neste sentido, internamente aos multi-centros o
transporte ativo deveria ser priorizado. Os outros princípios são o crescimento
compacto, relacionado à contenção da dispersão urbana, à regulação do
perímetro urbano e a incentivos à densificação em áreas que possuem
infraestrutura, como áreas próximas aos sistemas de transporte coletivo. Além
da coordenação, relacionada à gestão eficiente do território urbano,
principalmente quanto à gestão social da valorização da terra e otimização da
infraestrutura existente no território urbano.
Nesta estratégia, inclusive, uma das oito ações propostas diz respeito
justamente ao fomento de espaços de suporte ao transporte cicloviário
(transporte ativo priorizado).
32
5. Desenvolvimento dos indicadores de ciclabilidade
5.1 Ciclabilidade
A metodologia, nesse sentido, proposta por Winters et al. (2013) adota cinco
critérios de avaliação de uma zona para se identificar se ela é mais ou menos
conducente ao ciclismo, que foram definidos (e ponderados no índice de
ciclabilidade proposto) embasados em resultados de estudo de comportamento
de viagem e pesquisas de opinião. São eles: a densidade de caminhos/vias para
bicicleta, a separação dessas em relação ao tráfego de veículos motorizados, a
33
conectividade entre ruas “amigáveis” ao ciclista, a topografia e a densidade de
destinos (métrica vinculada ao uso do solo).
5.2 Dados
34
compilação dos indicadores é detalhada a seguir. Ao final é apresentado um
mapa de síntese, por período (diurno e noturno), a partir do índice desenvolvido
para este trabalho. Este índice considera conjuntamente todos os indicadores
analisados a fim de, ao combiná-los, obter-se um mapa graduado com a
indicação da distribuição espacial da ciclabilidade no município, diferenciando-
se os períodos diurno e noturno, conforme será justificado.
5.3 Métodos
A unidade de análise foi a zona delimitada pela Pesquisa Origem Destino (OD).
A escolha das zonas OD como unidade de área adotada decorre do fato desta
divisão espacial considerar impedâncias relevantes para o estudo da mobilidade,
além de promover uma desagregação espacial mais interessante e detalhada
que a divisão por distritos (342 zonas), mas não tão discretizada que dificultaria
a interpretação do território.
A fim de avaliar a segurança das vias dentro das zonas OD, utilizou-se dados de
incidentes envolvendo ciclistas, disponibilizados pela CET através da plataforma
Vida Segura. Coletou-se as notificações entre 01/01/2016 e 01/01/2020 e, para
evitar potenciais erros de localização dos acidentes, realizou-se um buffer de 50
metros no entorno dos dados seguido da interseção desse resultado com a
delimitação das zonas. Dessa forma, foi possível obter a quantidade de registros
por região de interesse. Ao dividir esse valor total pelo comprimento viário dentro
de cada zona, obteve-se a densidade que será apresentada. O arquivo inicial
dividia os registros entre acidentes envolvendo mortos ou apenas feridos,
considerando que tal elemento está sendo avaliado pela segurança viária que
35
traz ao ciclista, todos os dados foram computados no cálculo de densidade, sem
distinção.
36
nesse segundo caso, o buffer foi realizado no entorno das estações de
transportes de alta e média capacidade, conceito que será detalhado no
indicador em questão.
37
seguida, classificadas em faixas de adequação ao ciclismo, conforme será
apresentado mais adiante neste trabalho. Após a conversão do raster para vetor
(poligonização), este foi segmentado segundo as zonas OD pela ferramenta
Interseção, de geoprocessamento. Para cada zona como um todo, calculou-se
e atribuiu-se um valor representativo da declividade, ponderado por área de
ocorrência de cada faixa de declividade encontrada em seu terreno. As zonas
OD, então, a partir desse valor representativo de declividade, foram divididas em
cinco quantis, sendo graduadas de “Muito Ruim” a “Muito Bom”.
38
6. Indicadores
As Ciclofaixas são faixas pintadas no chão que podem ou não contar com a
presença de olhos de gato ou tachões do tipo tartaruga.
Essa constatação é reforçada pela pesquisa Perfil do Ciclista 2018 que aponta
que, em São Paulo, a presença de infraestrutura é a maior motivação para se
pedalar mais e a sua falta é citada como o segundo principal problema
enfrentado no dia a dia (TRANSPORTE ATIVO; LABMOB-UFRJ, 2018).
39
De acordo com pesquisadores, os ciclistas preferem rotas cuja estrutura tenha
barreira física de separação dos automóveis. A preferência dos ciclista observa
a seguinte ordem: ciclovias, ciclofaixas e rotas cicláveis com sinalização de
possível presença de ciclistas (Larsen e El-Geneidy 2010, 2011; Winters et al.,
2010; Hood et al., 2011; Broach et al. 2011 apud SEGADILHA e SANCHES,
2014). Além disso, a continuidade da estrutura é um fator que a deixa muito mais
atrativa para o uso, sendo que parte dos ciclistas deixaria de percorrer o trajeto
em caso de perda da continuidade (SEGADILHA e SANCHES, 2014).
40
Figura 15 - Se utiliza as ciclovias da cidade e o quão importante elas são. Fonte: TORRES;
CALLIL E CASTELLO (2018).
41
Figura 16 - Implantação anual de estrutura cicloviária (em metros) no município de São Paulo,
classificada por tipologia. Fonte: CET (2019).
42
Figura 17 - Estrutura cicloviária sobreposta aos quintis de renda distribuídos pelas zonas OD do
município de São Paulo. Fonte: Própria (2020).
Por outro lado a análise da Ciclocidade também observa que o plano endereça
pouco a questão da desigualdade. Esse fato também pode ser observado no
43
mapa apresentado anteriormente, cuja análise evidencia que, de forma geral, as
estruturas cicloviárias, tanto a existente quanto a proposta, estão concentradas
nas zonas dentro dos quintis mais elevados de renda per capita.
44
Figura 18 - Distribuição percentual da estrutura cicloviária pelas subprefeituras do município de
São Paulo. Fonte: Própria (2020)
45
Figura 20 - Divisão do município de São Paulo em subprefeituras sobrepostas aos quintis de
renda per capita com destaque para regiões. Fonte: Própria (2020).
46
Essa é uma preocupação antiga, apontada no Boletim Técnico 50 (CET, 2012)
como um dos principais fatores para seleção das estruturas viárias que
acomodariam os espaços de circulação de bicicleta. No estudo, consta que os
Planos Regionais Estratégicos (versão 2002) dirigiram suas indicações para as
áreas destacadas pela Pesquisa OD de 2002 como as que mais concentravam
viagens de bicicletas por motivo trabalho. O mesmo ocorreu com o Plano de
Ciclovias para o Município de São Paulo de 2010, que identificou esse mesmo
registro de dados da Pesquisa OD de 2007.
47
Finalmente, o mapa resultado para o indicador de Rede Cicloviária (Figura 22),
conforme descrito na metodologia, foi obtido calculando-se a densidade de áreas
cobertas pela malha, tanto existente quanto proposta, em cada zona OD. Essas
regiões foram divididas em cinco classes que consideraram a quebra natural dos
valores de densidade. A faixa de valores de cada divisão está discriminada na
legenda do mapa.
Figura 22 - Densidade de rede cicloviária disponível por zona OD Fonte: Própria (2020).
Ao tomar como exemplo a zona Moema (64) - em destaque na Figura 23, cujo
comprimento viário total é de aproximadamente 36 km, calculou-se uma
estrutura total cicloviária de 5,3 km, sendo 3,2 km já construídos e 2,1 km
propostos. Como resultado, a citada zona encontra-se na faixa de densidade
intermediária com um valor 0,15.
48
é possível reafirmar a não homogeneidade da distribuição da rede no território:
as densidades mais altas são, de fato, observadas nas zonas mais centrais.
Figura 23 - Densidade de rede cicloviária disponível por zona OD – Destaque MOEMA. Fonte:
Própria (2020).
49
estações de trem, metrô, monotrilho e BRT, e a 1,5 km ao longo dos corredores
de ônibus. Como resultado, o estudo apresenta um PNT de 74% em 2015 para
São Paulo (WRI BRASIL; ITDP, 2016). Vale ressaltar que o estudo também
prevê que a cidade poderia saltar para um patamar de 97% em 2025 caso as
metas de ampliação da rede de transporte público, previstas no Plano Diretor
Estratégico e no Programa de Corredores de Metropolitanos, sejam alcançadas
(WRI BRASIL; ITDP, 2016).
Para obter tal valor, avaliou-se uma população equivalente dentro de cada zona
OD. Assim, nas zonas que se encontram totalmente sob a área de influência, a
população equivalente é a total da zona; já naquelas onde apenas parte do
território está sob a região de influência, a população equivalente é a total
ponderada pela relação entre a área sob influência e a total da zona. O mapa da
Figura 25 apresenta as faixas de valores de população equivalente e sua
distribuição pelas zonas OD. Essas são as pessoas que potencialmente
poderiam utilizar a bicicleta como um dos veículos em trajetos que utilizam mais
de um modo de transporte.
50
Figura 24 - Área de influência dos transportes de alta e média capacidade no município de São
Paulo. Fonte: Própria (2020).
Figura 25 - População equivalente, dentro de cada zona OD, atendida pelos transportes de
média e/ou alta capacidade. Fonte: Própria (2020).
51
Uma segunda reflexão pertinente é sobre quem vive mais próximo ao transporte.
No estudo que resultou no PNT, os autores também analisaram o acesso ao
transporte para diferentes faixas de renda. Considerando o acesso a pé, eles
apresentam como resultado os valores da Figura 26.
Figura 26 - PNT por acesso a pé para as diferentes faixas de renda por salário mínimo. Fonte:
WRI BRASIL; ITDP (2016).
52
Figura 27 - Área de influência dos transportes de média e alta capacidade do município de São
Paulo sobreposta aos quintis de renda per capita. Fonte: Própria (2020).
Figura 28 - Resultado da avaliação de acesso aos transportes por faixa de renda. Fonte:
Própria (2020).
53
Conforme pode ser observado, os percentuais de acesso por bicicleta são muito
superiores ao PNT de movimentação a pé, o que já era esperado devido a
diferença de distâncias de raios utilizadas nos dois estudos. Entretanto,
independentemente da base de classificação empregada no caso da bicicleta,
nota-se um comportamento semelhante nos dois resultados. Em ambos os
casos o percentual de acesso cresce com o aumento da renda.
Tal efeito já poderia ser contemplado na Figura 27 , porém fica ainda mais
evidente com a sobreposição da área de influência não mais sobre os quintis de
renda per capita, mas sobre uma divisão das zonas OD segundo as faixas de
salário mínimo correspondente. Tal arranjo é ilustrado na Figura 29 e evidencia
a desigualdade no acesso aos meios de transporte da cidade.
Figura 29 - Área de influência dos transportes de média e alta capacidade do município de São
Paulo sobreposta à divisão das zonas OD por faixas de salário mínimo per capita. Fonte: Própria
(2020).
54
Para inclusão do indicador no índice final, optou-se por manter a divisão das
zonas em cinco faixas classificatórias. Assim, o percentual de acesso a
transportes de média e alta capacidade foi fracionado de acordo com a relação
entre a área ocupada pelo buffer e a total da região de cada zona.
Figura 30 - Percentual da zona com acesso a transporte de média e alta capacidade dividido por quebras naturais.
Fonte: Própria (2020).
55
6.3 Indicador de Infraestrutura de Bicicletários e Paraciclos
De acordo com o Plano Diretor Estratégico (PDE 2014, artigo 248), "o Sistema
Cicloviário é caracterizado por um sistema de mobilidade não motorizado e
definido como o conjunto de infraestruturas necessárias para a circulação segura
dos ciclistas e de ações de incentivo ao uso da bicicleta”.
56
Figura 31 - Estação do BRT do Rio de Janeiro mostra a demanda por infraestrutura de
integração. Fonte: WRI BRASIL (2017). Foto: Mariana Gil.
57
resultado, tem-se que, aproximadamente, 69% das estações de metrô e 62%
das estações de trem, do município de São Paulo, possuem bicicletários ou
paraciclos no entorno.
Figura 32 - Recorte do município de São Paulo com a localização dos bicicletários, paraciclos e
das estações e terminais dos transportes de média e alta capacidade. Fonte: Própria (2020).
58
presentes na região). Apesar disso, a população dessa área tem acesso apenas
a uma única linha de trem (esmeralda).
Figura 33 - Recorte do município de São Paulo com destaque para zonas e com a localização
dos bicicletários, paraciclos e das estações e terminais dos transportes de média e alta
capacidade. Fonte: Própria (2020).
Figura 34 - Quantidade equivalente de vagas em estacionamentos por zona OD. Fonte: Própria
(2020).
60
Figura 35 - Quantidade equivalente de vagas em estacionamentos por km viário por zona OD.
Fonte: Própria (2020).
61
infraestrutura de bicicletas compartilhadas na cidade, utilizou-se a localização
das estações do Bike Sampa.
Figura 36 - Distribuição das estações Bikesampa pelo município de São Paulo. Fonte: Própria
(2020).
62
Figura 37 - Densidade de estações de bicicleta compartilhada por zona OD. Fonte: Própria
(2020).
63
Figura 38 - Número de acidentes por km viário. Fonte: Própria (2020).
64
Como consequência, os empregos se concentram na região central da cidade,
ao passo que a maior densidade populacional se encontra nas periferias, o que
gera um movimento pendular diário. Durante a manhã o trânsito de pessoas se
desloca majoritariamente em direção ao centro, das moradias até as
oportunidades. No período da tarde o movimento é inverso.
65
Movimento Passe Livre - São Paulo, no livro “Cidades Rebeldes”, traz a seguinte
consideração sobre o transporte e a exclusão social:
A pesquisa “Perfil de Quem Usa a Bicicleta na Cidade de São Paulo” mostra que
os ciclistas que moram na periferia têm deslocamentos com distâncias médias
maiores. A pesquisa revelou que 68% destes percorrem trajetos acima dos 5
quilômetros, ao passo que esse percentual cai para 62% quando analisada toda
a cidade e para 52% no caso dos usuários residentes na região central
(CICLOCIDADE; ONG TRANSPORTE ATIVO, 2015).
66
Ainda nessa direção, a motivação para usar a bicicleta pelo seu baixo custo
ganha maior adesão conforme a amostragem se afasta do centro, variando de
12% na área central para 25% na periférica. A respeito da renda dos ciclistas
entrevistados, 32% responderam ganhar até dois salários mínimos (à época, de
788 reais), denotando-se tratar de um modo de transporte que se mostra
acessível independentemente da renda (CICLOCIDADE; ONG TRANSPORTE
ATIVO, 2015).
67
período de até uma hora, divididos por intervalos de 15 em 15 minutos. Para os
dois outros casos, saúde e educação, a apreciação foi relacionada ao tempo
para se acessar a oportunidade mais próxima, sendo que para ambos
considerou-se o total de estabelecimentos dentro do grupo, ou seja, para saúde
o total é referente aos postos de atendimentos de baixa até alta complexidade e
para educação, desde ensino infantil até o médio.
Assim, caso o índice resultado do presente estudo fosse utilizado como base
para o planejamento de transporte por bicicletas na cidade, não mais se atribuiria
essa qualidade positiva para as zonas centrais no que tange o presente
indicador. Ressalta-se, novamente, que mudanças na configuração da cidade
são necessárias e “ao mesmo tempo que essas restrições de acesso a
oportunidades refletem as desigualdades sociais e espaciais existentes nas
cidades, elas também agem como uma força que aprofunda e reforça essas
desigualdades” (PEREIRA et al., 2019).
O mapa da Figura 39 apresenta o tempo mínimo médio de viagem, por zona, até
o estabelecimento de saúde mais próximo.
Conforme pode ser observado, a maior parte do município consegue ter acesso
à uma unidade de saúde em até 30 minutos. Considerando que pesquisas
realizadas na cidade de São Paulo apontam que a maioria dos ciclistas, mais de
50%, demoram entre 10 e 30 minutos no trajeto mais frequente que realizam
(CICLOCIDADE; ONG TRANSPORTE ATIVO, 2015 e TRANSPORTE ATIVO;
LABMOB-UFRJ, 2018), é possível afirmar que praticamente todo o território
consegue acessar um estabelecimento de saúde utilizando a bicicleta como
meio de transporte. As exceções são as zonas com contorno em amarelo. É
importante ressaltar, no entanto, que esta medida considera apenas a questão
68
do acesso a infraestrutura física, sem considerar a questão da qualidade do
serviço sendo oferecido nesses lugares.
Figura 39 - Tempo mínimo médio de viagem até o estabelecimento de saúde mais próximo.
Fonte: Própria (2020)
69
Figura 40 - Tempo mínimo médio de viagem até o estabelecimento de educação mais próximo.
Fonte: Própria (2020).
70
Figura 41 - Percentual de oportunidades de emprego acessíveis em até 15 minutos. Fonte:
Própria (2020).
71
Figura 43 - Percentual de oportunidades de emprego acessíveis em até 45 minutos. Fonte:
Própria (2020).
72
Para a geração do mapa resultado do presente trabalho no que se refere à
consideração do acesso às oportunidades de saúde, educação e emprego, as
faixas de classificação foram pontuadas de 0 a 4, sendo que atribui-se a menor
nota para as zonas inseridas na parcela ‘muito baixa’ e a maior para ‘muito alta’.
73
optou-se também pela diferenciação do índice entre os períodos diurno e
noturno, salientando-se que este último não foi considerado no índice sintético
final proposto ao final do trabalho.
Figura 45 – Pontos de vegetação viária por quilômetro viário. Fonte: Própria (2020).
74
caminhos e na identificação de pessoas, animais e objetos, bem como gera
conforto visual.
75
A classificação das zonas quanto a sua iluminação, por sua vez, é feita pelo
critério de divisão por quebras naturais (“otimização de jenks” ou minimização da
soma da variância) das quantidades de postes para iluminação pública por
quilômetro viário. Essa infraestrutura detém maior concentração notavelmente
na área central do município. Tal constatação vai ao encontro do observado em
indicadores apresentados anteriormente. De maneira geral o centro contempla
infraestrutura urbana e investimentos públicos mais concentrados do que os
verificados na periferia.
Figura 46 – Pontos de iluminação pública por quilômetro viário. Fonte: Própria (2020).
76
cidade de São Paulo, a conformidade do estabelecimento de eixos viários
estruturais dotados de declividade favorável. Entende-se, nesse particular, que
declividades maiores que 5% não fazem parte das linhas de desejo do usuário e
são mais utilizados apenas no início ou no final da rota (para pequenas
distâncias, de até 200 metros).
Em estudo feito por Broach et al. (2012) na cidade de Portland um dos fatores
que os ciclistas mais levam em consideração é a topografia. Na pesquisa foi
verificado que os ciclistas preferem percorrer distâncias até 37% maiores em
trechos planos para desviar de inclinações maiores que 2%. Segundo Winters et
al (2013), não há um consenso para estabelecer algum limite para o qual a via
seria inadequada, porém seu estudo verifica uma estimativa aproximada de 10%
de aclividade. Assim, para efeito de visualização geral da adequabilidade do
território, e usando este último percentual como limiar de referência, gerou-se o
mapa a seguir, da Figura 47 .
77
Figura 47 - Divisão do território do município de São Paulo considerando o nível máximo de
tolerância ao ciclismo Fonte: Própria (2020).
78
Após a segmentação do terreno segundo as zonas OD e o enquadramento
destas segundo seu valor representativo de declividade atribuído, o mapa
assume novo aspecto, conforme representação da Figura 48 na qual, para
melhor visualização, foram agrupadas as classes 2, 3 e 4 (até 7,5%).
Figura 48 - Classificação das zonas OD segundo a declividade média. Fonte: Própria (2020).
Nota-se que a maior parte do território de interesse (ou seja, com a exclusão das
áreas ambientalmente protegidas e das represas) encontra-se em áreas de
declividade adequadas para o ciclismo, ainda que não ideais em sua
integralidade.
79
Figura 49 - Classificação das zonas de acordo com seu valor significativo de declividade Fonte:
Própria (2020).
80
No Estado de São Paulo, os padrões de qualidade do ar foram estabelecidos
inicialmente no ano de 1976 pelo Decreto Estadual nº 8.468. Em 2008, iniciou-
se um processo de revisão desses índices, alinhado com as orientações da
Organização Mundial de Saúde, que culminaram na publicação do Decreto
Estadual nº 59.113 no ano de 2013 e na alteração dos padrões aplicáveis ao
Estado.
81
Figura 50 - Estimativa de emissão de CO, MP total, MP por combustão e óxidos de nitrogênio
no município de São Paulo Fonte: Própria (2019)
82
Figura 51 – Densidade por quilômetro viário de emissão de poluentes por zona OD Fonte:
Própria (2020).
83
7. Proposta para o Índice de Ciclabilidade
84
Figura 53 - Zonas que devem ser priorizadas pelo poder público no município de São Paulo.
Fonte: Própria (2020).
85
Figura 54 - Resultado da interseção entre as zonas apontadas como prioritárias e as classificadas
nos dois quintis de população superiores. Fonte: Própria (2020).
Por fim, realizou-se a interseção desse último (Figura 54) com a seleção das
zonas classificadas nos dois quintis inferiores de renda per capita (até 1.083,00
um mil e oitenta e três reais). Dessa forma, as zonas destacadas na Figura 55,
são o principal resultado da avalição desenvolvida no presente trabalho e as
indicadas como aquelas para as quais os investimentos em infraestruturas
cicloviárias devem ser direcionados, por parte do poder público e com vista à
inclusão social.
86
Figura 55 - Zonas que devem ser priorizadas pelo poder público. Fonte: Própria (2020).
87
Figura 56 - Zonas prioritárias quando considerado o período noturno. Fonte: Própria (2020).
Nesse sentido, a interseção entre as zonas do índice final (Figura 53) e o mapa
de vegetação viária, mostra que essas regiões precisariam também de
investimentos em arborização viária. Apesar da periferia da cidade contar com
88
reservas de floresta nativa, há falta de vegetação nas vias, que poderiam trazer
conforto térmico para os ciclistas, sendo que essas zonas estão, em sua maioria,
classificadas nos quintis inferiores do indicador de vegetação viária (Figura 57).
89
8. Avaliação Crítica
90
Figura 58 – Objetivos do PlanMob/SP 2015 e sua identificação – direta ou direta – aos temas
abordados na análise da ciclabilidade.
A formulação proposta pode ser replicada para outras localidades. Apesar disso,
os valores do resultado final (índice) assim como os parciais (indicadores) são
específicos para a localidade na qual são avaliados, de forma que se a mesma
execução for aplicada em outro município não será possível estabelecer uma
comparação entre as zonas dessas diferentes municipalidades. Para que
quaisquer paralelos fossem possíveis, a classificação das variáveis das zonas
teria que ser feita não com a categorização interna, mas sim por valores de faixas
pré-estabelecidos.
91
9. Conclusão
92
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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média: Diretor de ONG voltada a mobilidade aponta estigma que tenta fragilizar
pauta ciclista. Pesquisa mostra que 46% dos usuários ganham até 2 salários e
51% são negros ou pardos. Brasil: El País, 25 dez. 2017. Disponível em:
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102
ANEXO 1 - Distorções espaciais por baixa amostragem
de viagens por bicicleta na Pesquisa OD
103
Destaque: Baixos valores amostrais das viagens de bicicleta - a representatividade para
análise do modal é questionável. As viagens da periferia, atraídas e produzidas, são mais
fortemente devidas às extrapolações pelo FE do que por levantamento efetivamente.
104