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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


DIRETORIA DE ENSINO - REGIÃO DE AMERICANA
Escola Estadual “Professora Dilecta Ceneviva Martinelli”
Rua das Orquídeas, 214 – Cidade Jardim – Fone (19) 34061800 –
CEP 13467-080 AMERICANA – SP
E-mail e017218a@educacao.sp.gov.br

2º Bimestre – 2ºRoteiro de atividades referente a quinzena de 06 a 17 de julho –


Para ser entregue até: 19/07/2020
Aluno (a): Série:

Componente Curricular: Protagonismo juvenil Professora: Andréa Roque

Objeto de Conhecimento: Política individual de redução de danos visando o coletivo

Habilidade (s): Pesquisar informações, sistematizar dados, colocar suas habilidades em destaque
e realizar ações com muita criatividade, potencializando suas formas de envolvimento e
engajamento das famílias.
Olá alunos (as)! Espero que estejam bem!

SIGA OS SEGUINTES PASSOS:


a) Na folha de respostas do seu caderno, colocar nome e turma (8º ou 9ºano);
b) Tirar foto das respostas DA ATIVIDADE PROPOSTA ABAIXO e encaminhar para o meu
e-mail: prof.andrea.roque@gmail.com

Atividade: Protagonismo Juvenil: Política individual de redução de danos


visando o coletivo.
A ideia dessa atividade, é entender como ser protagonista nesse momento tão diferente e
delicado, como ser agente de ação, em nossa casa, família e comunidade. Por isso essa
atividade que proponho é responder a essas questões:

 Diante de uma sociedade ainda marcada pela falta de empatia, frustração e


necessidade de trabalhar, como é possível pensar e atuar no sentido da construção
de uma política individual de redução de danos durante o isolamento? O que posso
fazer?

Essas respostas devem ser enviadas para mim como uma maneira de mostrar seus
conhecimentos e engajamento nas questões sociais contemporâneas... E para que consigam
realizar essa atividade com informações e dicas, vou disponibilizar nesse roteiro de atividades
informações sobre esses assuntos. Aguardo ansiosamente as atividades de vocês.

Cansado do isolamento? Redução de danos começa a virar política


individual...
Quem começou a fazer isolamento social com seriedade em meados de março está há mais de
cem dias sem papear ao vivo com ninguém que more em outra casa. Só vai ao mercado, à
farmácia e à padaria, mantendo distância de dois metros de outros seres humanos quando
possível. Não foi a shopping, muitas vezes não viu nem a família e, definitivamente, não fez festa.
São mais de três meses de abdicações. Tem gente que não se sente mentalmente preparada
para segurar essa barra por muito mais tempo.

Não é como se o cenário estivesse muito mais tranquilo. Os números de infectados e mortos
pelo novo coronavírus no Brasil não param de crescer. Mas o que está batendo mesmo é a fadiga
— e já tem gente escolhendo fazer algumas concessões e se arriscar por um pouco de interação
social.

"Há uma frustração da população pelo período que foi necessário se manter isolada, que foi
maior do que o esperado. Diante dessa frustração, há uma decepção, um cansaço, uma fadiga.
É uma vontade de normalizar a situação. A monotonia cansa, principalmente pelo alongamento
desse período", explica Arthur Danila, coordenador do Programa de Mudança de Hábito e Estilo
de Vida do IPq-USP (Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.

Danila soma à frustração outros dois fatores que dificultam a quarentena ao longo do tempo. O
primeiro é que a decisão pelo auto isolamento (já que não houve lockdown imposto pelo poder
público) é racional — "preciso ficar em casa para me proteger e proteger os outros" —, enquanto,
do ponto de vista afetivo, nos sentimos privados das liberdades de movimentação e socialização.
É uma escolha diária entre o racional e o afetivo.

O outro ponto é a falsa sensação de que o pior já passou. Com o fechamento de hospitais de
campanha, por exemplo, e a retomada de atividades não essenciais, a impressão geral pode ser
de falsa segurança. "Não podemos esquecer que ainda há muita subnotificação", alerta Cláudia
de Souza Lopes, diretora do Instituto de Medicina Social da UERJ (Universidade Estadual do Rio
de Janeiro). "Além disso, a taxa de contágio, o R, ainda é muito alto. Enquanto ele estiver acima
de 1, significa que a pandemia ainda está em crescimento exponencial.

Sem uma vacina, a especialista alerta que dificilmente a situação do país tem chances de
melhorar em breve. Com isso, Lopes reconhece que há um cansaço generalizado por parte de
quem se privou da vida social nos três últimos meses. "As pessoas começam a assumir riscos,
mas acho que tudo depende da capacidade de cada um de entender a gravidade da situação e
do grau de informação que ela tenha para fazer essas escolhas", diz a epidemiologista. Ela
observa que, sem uma mensagem clara do poder público, é cada um por si na tomada de
decisões — que precisam levar em conta o coletivo.

Em um artigo finalizado em maio, Jéssica Farias, estudante de doutorado do Programa de Pós-


Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações da UnB (Universidade de
Brasília), constatou alguns fatores que contribuem com a escolha pessoal por se isolar.

Posicionamento político, renda e nível de tolerância de cada um a incerteza são algumas das
principais características que influenciam nessa decisão. Quem precisa sair para trabalhar para
se sustentar, pessoas que se identificam politicamente como de direita e aquelas que
demonstraram menor tolerância a situações incertas foram as que mais se disseram dispostas
a quebrar a quarentena.

"Se todos os seus amigos, a família, todos que pertencem ao mesmo grupo que você, estão
respeitando o isolamento, existe uma pressão maior para que você também respeite", diz ela. E
isso se reflete também entre grupos políticos cujos membros se identificam fortemente entre si.
"É a psicologia social de grupo", explica.

Política pessoal?
"É fundamental considerar que há pessoas que não querem ou não podem aderir ao
confinamento e que, diante das pesadas exigências de cuidado que o distanciamento social
exige, simplesmente vão desprezá-las de todo, sem compreender que algum ato de precaução
é melhor do que nenhum", avalia o psicólogo Gustavo Mano, que abriu um debate sobre o tema
no Twitter e acabou reunindo depoimentos de diversas pessoas sobre os prós e contras de uma
política de redução de danos.

A redução de danos é uma prática já conhecida na saúde pública, principalmente no


combate ao HIV e no uso de drogas. A ideia é não apelar para a abstinência, mas sim para o
controle do comportamento de risco para torná-lo o menos arriscado possível. Um
exemplo é a distribuição de seringas novas para usuários de drogas com a intenção de evitar a
transmissão de HIV. Outra aplicação mais comum de redução de danos é alertar que alguém
também consuma água quando ingere bebidas alcoólicas.

Em relação ao novo coronavírus, a abstinência de contato social é comprovadamente a medida


mais eficaz para conter a transmissão da Covid-19. Mas, considerando que o distanciamento
nem sempre é cumprido — tanto por quem realmente precisa sair de casa, quanto por aqueles
que desrespeitam a medida por escolha pessoal — há especialistas que defendem a abordagem
da redução de danos também na pandemia. Em maio, a epidemiologista e professora da escola
de medicina da Universidade de Harvard Julia Marcus opinou, em texto na revista The Atlantic,
que medidas "tudo ou nada" não seriam produtivas.

A cidade de Nova York, por exemplo, apesar de ter decretado lockdown, adotou uma política que
pode ser considerada de redução de danos ao oferecer à população uma cartilha do sexo seguro
durante a pandemia. A recomendação é sempre pelo isolamento, mas o documento leva em
conta que nem todos vão respeitá-lo, e orienta sobre como minimizar os riscos. "Envergonhar
publicamente as pessoas não elimina comportamentos arriscados", lembra Marcus na The
Atlantic. "Só faz com que eles fiquem escondidos”.

A ideia, portanto, é lembrar que não existe risco zero em nenhuma atividade, mas que é preciso
entender os diferentes níveis de exposição ao vírus para tomar decisões bem informadas quando
elas precisarem ser tomadas, reduzindo a chance de contaminar outras pessoas. E isso inclui o
momento em que o isolamento se torna uma carga mental pesada demais. Arthur Danila avalia
que estamos vivendo um momento de luto coletivo — e que cada pessoa passa pelas diferentes
fases desse processo em seu próprio tempo.

No entanto, mitigar os riscos sem apelar para a abstinência funciona melhor em forma de política
pública, com base em dados. "A estratégia de redução de danos precisa ser coletiva, esclarecida,
explícita. O acesso à informação é a base para desenvolver métodos de mitigação dos riscos, e
isso não se faz individualmente: é preciso recorrer a achados científicos, avaliar criticamente o
que é interessante de cada contexto, fazer uso do saber comunitário", observa Mano.

No momento, só me sinto segura em casa. Saio de casa para atividades essenciais e retorno,
mantendo todos os cuidados para não introduzir o vírus na minha residência e, assim, não
colocar pets, filha e esposo em risco também. É uma prevenção muito simples, baseada única
e exclusivamente em bom senso. Afinal, cuidando de si, cada um está cuidado de todos ao seu
redor, família e comunidade. Aqueles que precisam sair para trabalhar devem pensar
constantemente como cuidar daqueles que o cercam para minimizar risco.
Fonte: Política individual de redução de danos visando o coletivo. De Luiza Pollo.
Retirado de: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/07/05/cansado-do-isolamento-
reducao-de-danos-comeca-a-virar-politica-individual.htm em 05/07/2020

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