Você está na página 1de 4

A adolescência é uma marcada por várias transformações, principalmente de

carácter hormonal. Especialistas costumar dizer que nessa fase os adolescentes "tomam
um banho de hormônios." É nessa fase também que a família já não é mais o foco e o
jovem passa a estar em contacto com o mundo e deseja constantemente a companhia
dos amigos. (Esslinger ,1999).

Diante da realidade actual em que vivemos, em que a ética e os valores morais parecem
estar tão esquecidos, torna-se cada vez mais importante reflectir e discutir a respeito de
um problema tão grave e que cada dia aumenta alarmantemente, que é o problema do
uso e da dependência de drogas (e a destrutividade que esta causa nos mais diferentes
âmbitos).

A grande maioria dos seres humanos, durante a vida, faz contacto com algum tipo de
droga, seja legal ou proibida (Sielski, 1999). O consumo vem aumentando cada vez
mais. As drogas sempre estiveram ligadas a poderes económicos; por isto, juntamente
com a sensação de prazer que esta causa, a sua eliminação é tão difícil.

Actualmente os jovens pertencentes as mais diferentes classes ou contextos sociais estão


sujeitos e expostos, directa ou indirectamente, a situações de risco. As drogas não fazem
parte apenas da realidade da favela ou de partes menos favorecidas da sociedade; mas
sim da realidade de todos os indivíduos. A droga pode estar presente nos mais diversos
contextos (na família, na escola, nas ruas, na casa de amigos ou dentro de casa, em
festas, etc), e atinge as mais diferentes classes sociais. Ou seja, o problema do tráfico e
do uso de drogas é um problema de toda a sociedade.

O papel do psicólogo escolar:


Para Brown (1992), descreve que o principal papel do psicólogo das escolas públicas,
resume-se em:

 Trabalhar e perceber as coisas através da perspectiva sistémica. Percebendo a


circularidade, complexidade, e multicausal idade dos fenómenos;
 Estimular a criação de vínculos afectivos;
 Acolher e escutar com interesse;
 Privilegiar o diálogo;
 Evitar ociosidade;
 Promover actividades de lazer e a associação da escola a um espaço de saúde;
 Procurar estar disponível para atender as solicitações no momento oportuno;
 Mobilizar a família do aluno;
 Respeitar;
 Trabalhar, sempre, com a auto-estima e autoconfiança do aluno;
 Evitar atitudes terroristas, preconceituosas, punitivas ou de repressão;
 Buscar o máximo de informações e ser franco e honesto com o aluno. Uma
orientação errada pode fazer com que tudo o que foi dito perca a credibilidade;
 Falar de maneira clara e objectiva, certificando-se de que foi compreendido;
 Promover debates para que o aluno diga o que já sabe a respeito do assunto, e
exponha suas dúvidas; e para que o psicólogo possa trazer novas ideias;
 Possibilitar que o aluno realize conquistas;
 Buscar a colaboração e apoio da escola, da comunidade, e principalmente das
famílias dos alunos;
 No caso do uso de drogas, ser compreensivo, porém, não conivente;
 Ajudar o aluno no que diz respeito ao afastamento de ambientes ou pessoas com
influências negativas;
 Ter grande resistência à frustração (devido ao fato de que recaídas, no caso da
dependência química, são comuns);
 Trabalhar através da interdisciplinaridade.

Possíveis estratégias de acção

Sabe-se que informações sobre drogas diminuem a curiosidade a respeito destas. Com
isto, a melhor maneira de prevenir, diminuir ou tratar o uso de drogas é através da
informação e da conscientização. Para que a internalização destas informações sejam
efectivas estas devem ser fornecidas em ocasiões nas quais o aluno esteja receptivo a
ouvir. A melhor maneira de se intervir (a curto, médio, e longo prazo) na prevenção
contra o uso de drogas através da promoção de práticas educativas. Isto através de
trabalhos, que enfoquem as principais variáveis presentes no possível desenvolvimento
de comportamentos anti-sociais, como: práticas parentais; relacionamento intrafamiliar;
fracasso e evasão escolar; grupos desviantes; tempo ocioso na rua; valores morais;
ensinamento de regras; etc.
É muito importante trabalhar com base nos temas transversais; promovendo um
treinamento de todos os professores e funcionários para que as práticas parentais
positivas sejam “transmitidas” pelo corpo docente da instituição.

Em relação à intervenção no que diz respeito ao relacionamento intrafamiliar, é


fundamental realizar actividades que promovam o relacionamento saudável entre pais e
filhos. Através de actividades que abram as portas da escola para a família. Por
exemplo, o sábado dos pais na escola, onde haverá uma programação especial com pais
e filhos, onde haveria jogos, brincadeiras, actividades organizadas pelos pais, pelos
filhos, pela escola aumentando a interacção entre os pais. Se possível haveria um
desconto na mensalidade ou o ganho de alguma espécie de prémio (viável para a
instituição) para promover a motivação dos pais em participarem. Uma forma de atingir
níveis elevados no que diz respeito à prevenção de comportamentos inadequados e
comportamentos anti-sociais é através da motivação e disponibilidade dos pais dos
alunos em colaborarem com o processo educativo.

É muito interessante também desenvolver programas de contra turno de reforço escolar.


No qual os alunos com desempenho abaixo da média seriam auxiliados por professores
e, principalmente, por alunos com bom desempenho, promovendo assim a interacção
entre os alunos; tentando evitar a formação de grupos de baixo desempenho escolar, ou
envolvimento com grupos desviantes.

Outra forma de acção para prevenção do uso de drogas sé promover na escola


actividades infraclasse, nas quais seriam formados grupos aleatórios para actividades
colectivas; promovendo maior interacção entre os alunos da sala, evitando a exclusão e
o Bulling. Assim como actividades esportivas colectivas, nas quais a interacção é
fundamental param um bom desempenho. Ou criar actividades culturais e esportivas
fora do horário de aula para evitar o tempo ocioso dos alunos; diminuindo a
possibilidade que estes fiquem “pelas ruas”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Agência Notisa de Jornalismo Científico – A genética, o outro e a sociedade. Revista

Psique, nº 7, ano I, 72 / 79.

Baçu, J. (2008). Execução do Eu. O drama das drogas e um caminho para a

recuperação. Porto Alegre: Editora Evangraf.


Brown, T. M.; Pullen, I. M.; Scott, A. I. F. (1992). Manual de Emergências

Psiquiátricas. São Paulo: Editora Moraes.

Dalgalarrondo, P. (2000).Psicologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto

Alegre: Artmed Editora.

Esslinger, I.; Kovács, M. J.(1999). Adolescência: Vida ou Morte. São Paulo: Editora

Ática.

Ferraris, A. O.; Guerreiro, G.; Herculano-Housel, S.; Ranña, W.; Tondo L. – A Travessia da

Adolescência. Revista Viver mente e Cérebro, nº 155, ano XVI, 42 / 73.

Gomide, P. I. C. (2006).Inventário de Estilos Parentais (IEP). Petrópolis: Editora

Vozes.

Gomide, P. I. C. (2006). Menor Infractora caminho de um novo tempo. Curitiba:

Joruá Editora.

Você também pode gostar