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a partir do Frio
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS.................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA DA CADEIA DO FRIO................................................................................................ 15
CAPÍTULO 2
CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES.................................................... 18
CAPÍTULO 3
MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO................................................................................................ 21
UNIDADE II
CADEIA DO FRIO................................................................................................................................. 25
CAPÍTULO 1
INSTALAÇÕES MECÂNICAS, SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO E SUBSTÂNCIAS REFRIGERANTES....... 27
CAPÍTULO 2
REFRIGERAÇÃO, CONGELAMENTO E DESCONGELAMENTO DE ALIMENTOS............................. 32
CAPÍTULO 3
CURVAS DE CONGELAMENTO................................................................................................. 46
CAPÍTULO 4
QUALIDADE DOS ALIMENTOS SUBMETIDOS À CADEIA DO FRIO................................................. 53
UNIDADE III
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS.............................................................................................................. 58
CAPÍTULO 1
DETERIORAÇÃO MICROBIOLÓGICA DOS ALIMENTOS.............................................................. 67
CAPÍTULO 2
MICRO-ORGANISMOS MESÓFILOS, PSICRÓFILOS E PSICROTRÓFICOS..................................... 88
CAPÍTULO 3
HIGIENE E SEGURANÇA DE ALIMENTOS: VIDA DE PRATELEIRA DOS PRODUTOS (SHELF-LIFE)........ 98
UNIDADE IV
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR........................................... 116
CAPÍTULO 1
IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE NAS CADEIAS ALIMENTARES.................................................. 121
CAPÍTULO 2
ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO FRIGORIFICADA.............................................................. 125
CAPÍTULO 3
TIPOS DE TRANSPORTES FRIGORIFICADOS.............................................................................. 135
CAPÍTULO 4
ESTUDO DE CASOS E ARTIGOS.............................................................................................. 142
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
O uso de baixas temperaturas para a conservação de alimentos é uma
metodologia antiga. Na pré-história, os homens já guardavam suas caças
em ambientes gelados para comê-las posteriormente. Eles descobriram que
sua refeição permanecia preservada por mais tempo quando era guardada
dentro de cavernas frias ou quando estava embrulhada na neve. Percebeu-se,
então, que temperaturas frias manteriam seu estoque por um maior tempo
quando o alimento não estivesse mais disponível para caça. Prontamente,
desenterrava-se o gelo durante o inverno para ser usado no verão. À medida
que o homem se tornava mais industrializado e mais mecanizado, começou
a retirar o gelo de lagos e rios, e até manufaturados para serem guardados
e transportados para vários países. Ainda hoje, o gelo é produzido para esse
fim (ORDÓÑEZ, 2005).
8
deterioração dos alimentos, e simultaneamente ao acondicionamento congelado
acontece uma modificação lenta e avançada na qualidade sensorial dos produtos
alimentícios (RAHMAN; RUIZ, 2007).
Objetivos
» Constatar a essência da conservação de alimentos pelo frio.
9
10
PRINCÍPIOS DE
CONSERVAÇÃO DOS UNIDADE I
ALIMENTOS
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-como-vivia-homem-na-pre-historia.phtml.
Acesso em: 13/12/2019.
11
UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS
Tais alterações iniciam-se desde a colheita dos vegetais e/ou o abate dos animais (no
caso dos pescados, quando são retirados de seu habitat).
12
PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS │ UNIDADE I
» Manutenção da qualidade.
» Transporte e comunicação.
13
UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS
Antigamente, na Roma antiga, em dias muito quentes era comum tomar um tipo
de sorvete composto por extratos de frutas, leite e gelo. Os homens retiravam
grandes blocos de gelo dos cumes das montanhas e recobriam com palha. Eles
demoravam várias semanas para derreter e seus pedaços eram vendidos nas
cidades como o que conhecemos, nos tempos de hoje, como raspadinhas.
14
CAPÍTULO 1
História da cadeia do frio
Produção
Transporte
Acondicionamento
Transporte
Consumidor
15
UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS
No Reino Unido, verificou-se que 60% das indústrias usam frigoríficos domésticos.
Todavia, apenas os recursos de frigoríficos comerciais conseguem controlar temperaturas
adequadas e estáveis. Assim, as indústrias devem utilizar exclusivamente esse tipo de
equipamentos para a conservação dos alimentos em refrigeração (WALKER et al.,
2003).
16
PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS │ UNIDADE I
Fornecedores Clientes
Centro de
distribuição
Sendo assim, sabemos que é inevitável que os profissionais obtenham uma habilitação
apropriada e deliberem de instrumentos favoráveis para a atuação de suas atividades,
como a verificação de temperatura. Na maioria das vezes, a Vigilância Sanitária não é
tratada com a devida importância pelas autoridades, e, de acordo com Lima (2002),
a ausência de estrutura dos órgãos fiscalizadores, praticamente em todas as esferas,
tanto federal, estadual quanto municipal, demonstra falta de pessoal e, muitas vezes,
preparação deficiente e desconhecimento dos benefícios do frio na conservação dos
alimentos.
Entretanto, não podemos dizer que a legislação, por si só, possa garantir a inocuidade
dos alimentos. É preciso que haja elaboração de programas de capacitação específicos,
objetivando a prevenção da contaminação. Com os responsáveis em fiscalizar
bem informados e a conscientização dos comerciantes quanto à importância do
acondicionamento ideal dos produtos, a qualidade dos alimentos comercializados será
bem melhor. (GERMANO; GERMANO, 2001).
17
CAPÍTULO 2
Conservação de alimentos: conceitos e
definições
A conservação de alimentos pode ser definida como um complexo de ações que evitam
a deterioração dos alimentos por um determinado tempo. Esse período de tempo é
denominado de “Tempo de prateleira, ou bastante conhecido também na língua inglesa
como Shelf Life. Algumas dessas ações fazem parte dos processos agrícolas, pesqueiros
ou pecuários relacionadas à obtenção e ao armazenamento desses alimentos, impedindo
ao máximo que o produto tenha perda em sua qualidade.
18
PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS │ UNIDADE I
Figura 4. Relação entre a conservação de alimentos, pelo frio, por refrigeração e congelamento.
Temperaturas
entre -1 e 8ºC
Conservação
= por
dias/semanas
Refrigeração Não altera
fases
Conservação
de alimentos
pelo frio Temperaturas
Congelamento abaixo-18ºC
Conservação
= por
meses/anos
Redução
de
atividade
de água
A redução dos processos realizada pelas enzimas específicas é destacada com a queda
da temperatura em danos das ações similares de vários fatores, como por exemplo:
19
UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS
Refrigeração
Reduz risco de
Reduz processos contaminação
fisiológicos: microbiológica:
- Respiração - Retarda
- Transpiração alterações físicas
Tecidos
Vegetais - Amadurecimento (rigor mortis)
animais
- Mantém os
sensoriais da carne
(cor e textura)
20
CAPÍTULO 3
Métodos de conservação
» Calor.
» Frio.
» Aplicação de aditivos.
» Fermentação.
» Salga e defumação.
De acordo com a espécie de cada produto, é necessário que saibamos escolher o método
mais adequado. Por exemplo, se o alimento for de espécie liquida ou sólida, terá diversos
modos de realizar a conservação, e assim por diante.
» Custo do processo.
21
UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS
Fatores de
deterioração dos
alimentos
A maioria dos alimentos vegetais, como também os de origem animal, são alimentos
muitos perecíveis e, portanto, necessitam da aplicação de procedimentos de conservação
e de armazenamento imediatamente após a colheita ou o abate. Sendo assim, o método
mais adequado nesses casos é o emprego de conservação pelo frio, o qual prolongará a
vida útil desses alimentos. A preservação pela diminuição da temperatura do alimento
possui benefícios importantes na manutenção das características sensoriais e do valor
nutricional para a produção de alimentos de alta qualidade.
» Refrigeração.
» Congelamento.
Sempre que utilizarmos esses processos de conservação pelo frio, é essencial que
algumas concepções fundamentais sejam seguidas, como:
» O produto deve ser sadio, pois o frio não recupera a qualidade perdida.
22
PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS │ UNIDADE I
20
-8 Multiplicação de bactérias
-10 Multiplicação de leveduras
Multiplicação de mofos
-12
23
UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS
24
CADEIA DO FRIO UNIDADE II
De acordo com a Vigilância Sanitária, a “Cadeia do Frio” depende simplesmente em
refrigerar o alimento desde a sua fabricação e preserva-lo em temperaturas baixas
durante toda a sequência até o consumo final (BRASIL, 2019).
O correto é que a cadeia do frio não tenha nenhuma interrupção durante o seu processo.
O alimento deve ser preservado na temperatura ideal desde a saída do campo até a mesa
do consumidor. A temperatura correta é diversificada de acordo com cada alimento,
sendo alguns incompatíveis, ou seja, não podem ser acondicionados juntos em uma
mesma câmara fria.
Se houver alguma falha em uma das etapas da cadeia do frio, todas as próximas serão
concomitantemente prejudicadas, afetando a qualidade e a segurança do alimento. É
importante ressaltar que as baixas temperaturas não devolvem a qualidade perdida ao
alimento acondicionado. O alimento deve estar sadio.
25
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
Figura 8. Fluxograma das principais etapas da cadeia do frio até o consumo final.
Recebimento de insumos
perecíveis
Processamento, separação,
embalagem
Transporte e distribuição
Consumidor Final
26
CAPÍTULO 1
Instalações mecânicas, sistemas de
refrigeração e substâncias refrigerantes
Nesse tempo, a amônia era o gás refrigerante mais utilizado seguido do dióxido de
enxofre e do cloreto de metil. Era necessária uma atenção maior quando se falava
de refrigeração, sendo considerado um processo perigoso devido aos riscos de
explosão, inflamabilidade e toxicidade dos elementos envolvidos. Além do mais,
era preciso também uso de pressão aumentada para alcançar capacidade criogênica
necessária à fabricação econômica de gelo. Assim, os compressores frigoríficos
de antigamente, devido à limitação tecnológica da época, eram conhecidos como
equipamentos perigosos e sujeitos à explosão.
Assim sendo, apenas no ano de 1932, o cientista Thomas Midgely Júnior criou o que
denominamos hoje de “Refrigerante 12”, mais conhecido como Freon 12. O Freon 12 é
um cloro-flúor-carbono (CFC) que possui propriedades endotérmicas quando expande
ou quando vaporiza. O Freon não é inflamável, não é explosivo, não é tóxico e não
corrói metais.
O3 + UV = O2 + O
27
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
» Compressão.
» Liquefação.
» Expansão de um gás.
Sistema de
Refrigeração
Compressor
O compressor serve para gerar calor à substância refrigerante que se perde no
evaporador. Quando o gás sai do evaporador, ele ganha uma compressão bem farta, no
que resulta em elevar sua temperatura, passando a ser transferido para o condensador.
28
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Compressor hermético
Compressor semi-hermético
Compressor aberto
Condensador
O condensador possui a função de liquefazer o gás que sai do compressor, por meio do
contato com sua temperatura fria, em que esse é armazenado e posteriormente levado
para o evaporador. O condensador sofre o processo de resfriamento por meio de uma
corrente de ar ou água que se espalha de cima para baixo ou pela sua parte externa. Ele
também pode sofrer um processo de imersão na água, sendo favorável seu resfriamento
uniforme, o que requer um volume de agua maior. Em instalações de menores escalas,
o resfriamento é realizado por meio do próprio ar atmosférico.
Condensador aberto
Condensador semi-hermético
29
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
Evaporador
No evaporador, está composta a forma líquida da substância refrigerante, na qual
precisa de calor latente de vaporização para poder ser transformado em estado gasoso.
A partir disso, essa substância refrigerante presente no evaporador captará calor do
meio externo fazendo com que o produto resfrie a temperaturas mais baixas. Em sua
forma gasosa, a substância refrigerante retorna ao compressor e conclui o ciclo.
Figura 12. a) Exemplo de um evaporador; b) Evaporadores carregados com amoníaco em câmara frigorífica
a)
b)
Fonte: a) https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/empilhadeiras_paleteiras_e_outros_veiculos/ind-e-com-de-
evaporadores-refrio-ltda-/produtos/refrigeracao-ventilacao-e-exaustao/evaporador-cubico; b) http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Evaporadores_inundados_1.jpg. Acesso em: 14/12/2019.
30
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Válvula de expansão
Evaporador
Condensador
Compressor
Depósito
» Não deve ser corrosivo (atacar metais), nem alterar os óleos lubrificantes.
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CAPÍTULO 2
Refrigeração, congelamento e
descongelamento de alimentos
Refrigeração
A refrigeração consiste no processo de conservação do produto a baixas temperaturas
oscilando aproximadamente de -1 a 8ºC. O alimento submetido ao processo de
refrigeração consegue manter as suas propriedades de alimento fresco (in natura),
e é conceituado com uma etapa provisória de conservação, podendo ser armazenado
durante dias ou semanas, pois se não as atividades enzimática e microbiana presentes
no alimento não conseguem ser seguradas por mais tempo se forem mantidos apenas
nessa faixa de temperatura.
32
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
» Carne bovina, suína, aves e outras e seus produtos manipulados crus: até
4ºC por 72 horas.
» Sobremesas, frios e laticínios manipulados: até 8ºC por 24 horas, até 6ºC
por 48 horas ou até 4ºC por 72 horas.
Outros tipos de alimentos podem seguir outros critérios, desde que sejam
verificados o tipo de produto e suas propriedades intrínsecas, como atividade
de água e o pH, derivando-se a análise da vida de prateleira por meio de teste
sensorial, microbiológico, físicos e químicos (BRASIL, 2019). Além disso, é
necessário que haja também a consideração do tempo máximo de refrigeração não
são só referenciados em fatores microbiológicos, mas também em fatores como a
textura, sabor, cor e qualidade nutricional (JAY et al., 2005).
Alguns fatores devem ser considerados para se refrigerar um alimento, são eles:
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UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
» Temperatura.
» Umidade relativa.
» Circulação de ar.
» Luz.
Temperatura
Para escolher a temperatura correta para cada tipo de alimento a ser refrigerado,
devemos avaliar suas características, o tempo e condições de acondicionamento.
Em certas ocasiões, o mesmo alimento, mas de variedades diferentes, terá
temperaturas de armazenamento diferentes. Por exemplo: para a maçã variedade
Mc Intosh, a melhor temperatura varia entre 2,5 e 4,5ºC, ao passo que a maçã
Delicious é mais bem conservada a 0 ºC.
Sendo assim, alguns alimentos, como a banana e o tomate, não podem ser
acondicionados em temperatura menores que 13ºC devido aos danos que podem
ser causados em seus tecidos, o que prejudica o seu processo de maturação por meio
da influência de determinadas enzimas, além de sofrer a queima pelo frio.
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CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Umidade relativa
Circulação do ar
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UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
Luz
Métodos de refrigeração
Resfriamento por ar
O ar frio que sai do evaporador chega à parte superior do ambiente sob o teto.
Locomove-se horizontalmente sobre o alimento, embalado ou não, voltando
ao evaporador por meio do produto, por um caminho que lhe cause a menor
resistência possível.
36
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Resfriamento a vácuo
Congelamento
O congelamento pode ser definido como um procedimento de preservação
de produtos apurado na diminuição da temperatura inferior ao seu ponto de
congelamento, de modo que altera o estado físico da água em sua composição,
formando cristais de gelo, o que concentra a solução remanescente devido a maior
quantidade de solutos presentes no alimento e diminui sua atividade de água.
Esse procedimento é considerado uma das melhores técnicas de conservação
de alimentos, devido à grande redução da temperatura, fazendo com que
metabolicamente os micro-organismos e a taxa das reações de deterioração
promovidas por eles e pelas enzimas sejam diminuídas. Além de reduzir a água
livre presente no alimento, também age na inibição das reações, uma vez que a
baixa disponibilidade de água inibe a atividade e o desenvolvimento dos micro-
organismos e reduz a mobilidade dos substratos e sua capacidade para difundir
até os sítios ativos das enzimas (FELLOWS, 2006; ZARITZKY, 2000).
37
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
38
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Figura 15. Relação entre curvas de temperatura versus tempo para a água pura (pontos A, S e B) e expressividade
de um alimento qualquer (pontos A, S’, B’ e C’), no qual A mostra o começo do processo; S, a depressão de
S
B
0
Temperatura
01
B’ C’
S’
Água
tf
Alimento
0f
Tempo
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UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
» Carnes.
» Ervilha
» Morango.
» Milho.
» Hortaliças.
Congelamento lento
40
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Nesse processo, a formação dos primeiros cristais de gelo acontece nos espaços
intercelulares, obrigando a transferência da água presente no interior da célula
para esses espaços. Isso eleva o tamanho dos cristais, causando ruptura de
algumas paredes celulares.
Congelamento rápido
Quando o alimento congelado é descongelado, ele retoma sua condição de origem sem
perda significativa de nutrientes e de características sensoriais. Eventualmente, usa-se
temperatura da ordem de -25ºC, com circulação de ar, ou -40ºC, com ou sem circulação
de ar. Após o congelamento rápido, o produto em geral é armazenado a -18ºC.
Congelamento Congelamento
Dessa maneira, podemos dizer, então, que o alimento está congelado quando a maior
parte da água livre em seu centro térmico se encontra sob a forma de gelo, o que terá
ocorrido quando o centro térmico do produto estiver 10ºC abaixo de seu ponto de
congelamento (FELLOWS, 2006). Em aspecto industrial, é comum considerarmos
o alimento totalmente congelado quando a sua superfície se encontra a -18ºC ou
a aproximadamente 0ºF. Essa é igualmente usada como temperatura corriqueira
de armazenagem de alimentos congelados, pois se respeita que o centro térmico do
alimento permanecerá congelado se a superfície se mantiver a -18ºC (ZARITZKY,
2000).
41
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
b) congelamento rápido.
a)
b)
Métodos de congelamento
O congelamento pode ser realizado por meio de vários métodos. Estudaremos os mais
utilizados:
O método mais antigo e de menor custo é o congelamento com ar parado. Vejamos cada
um deles.
Congelamento por ar
42
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
b)
a)
Figura 19. Exemplificação de congelamento por contato direto: a) contato direto com o meio congelador; b)
A B
43
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
Refrigerantes líquidos com baixo ponto de congelamento são muito aplicados aos
alimentos não embalados por meio de contato direto, como salmouras que podem ser
usadas para peixes, soluções de açúcar ou glicerol para frutas, mas não são apropriadas
para produtos nos quais os sabores salgado ou doce, respectivamente, sejam
inconcebíveis. O uso de propilenoglicol, que apresenta sabor desagradável, limita-se a
produtos acondicionados.
Borrifado
r
Salmoura
Evaporador-refrigerador da
Bomba da
salmoura
salmoura
44
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Descongelamento
O descongelamento é um procedimento de suma importância para impedir que um
alimento congelado sofra perda de qualidade. Porém, deve ser realizado da maneira
correta, que é o que veremos abaixo.
45
CAPÍTULO 3
Curvas de congelamento
80
Congelamento
60
40 Descongelamento
20
Temperatura ºC 0
-
-
-
-
0 10 20 30 40 50 60
Tempo em minutos
46
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Equação 1:
w (x) =
( Tar − Tc )
1 x
ρ ∆H +
h k
47
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
Equação 2:
w (r ) =
( Tar − Tc )
r r r0
ρ ∆H + 1n
Onde: r0 h k r
60
Intervalo de maior
40
multiplicação microbiana
20
Zona de congelamento
0
Tempo
Crítico -18ºC
- Tempo
Congelado Estocagem -25ºC
- 40
Tempo
48
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
B
Temperatura 01 D
S
C E
tf
0f F
Tempo
Onde:
D-E = Temperatura eutética: temperatura mais baixa que se pode obter durante o
congelamento de uma solução.
-15
-20 Congelamento
heterogêneo
-25
Temperatura de
-30
congelamento ºC
-35
-40 Congelamento
homogêneo
-45
-50
1 um 10 um 100 um 1 mm 1 cm
Diâmetro equivalente
49
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
Tipos de nucleação
Tempo de congelamento
O tempo de congelamento consiste no tempo necessário desde o início do estágio de
congelamento até que a temperatura final seja atingida.
50
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Tamanho dos
cristais de gelo
Velocidade de congelamento
Cristalização
Recristalização
51
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
52
CAPÍTULO 4
Qualidade dos alimentos submetidos à
cadeia do frio
A qualidade dos alimentos pode ter diferentes definições bastante complexas como,
por exemplo, o próprio conteúdo envolvido na palavra qualidade. Harvey, McMeekin
e Warde (2004) falam que a palavra “qualidade” apresenta uma conotação positiva.
Contudo, se a essa palavra for acrescentado o adjetivo má ou inferior, ela assumirá uma
valoração negativa, uma não recomendação ao produto.
O termo qualidade deve ser visto com cuidado e senso crítico, já que se relaciona ao
empírico e ao normativo: referindo-se às características particulares (qualidades) de
um produto e, ao mesmo tempo, demonstrando uma análise estimativamente positiva
(HARVEY; McMEEKIN e WARDE, 2004). Desse modo, a qualidade não é vista como
uma característica intrínseca dos alimentos e precisa, no entanto, de um referencial
que, como indica Muchnick (2004), passa a ser estabelecido a partir da relação entre o
alimento e o critério pelo qual ele está sendo julgado. Para Harvey, McMeekin e Warde
(2004), cada produto possui diversas características de qualidade, e apresentar uma
das características não diz nada sobre as demais.
Então, podemos dizer que a qualidade dos alimentos envolve todos os procedimentos
de prevenção à contaminação de alimentos, em todas as etapas do processo produtivo,
desde o abate, a colheita, o transporte, o armazenamento e a distribuição. Envolve todo
e qualquer tipo de procedimento que tornem os alimentos seguros para o consumo.
53
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
GMP
Qualidade
BPF
HCCP
54
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Embalagens
As embalagens têm uma função primordial na qualidade dos alimentos. Elas
contribuem para que os alimentos cheguem a lugares remotos, garantindo suas
propriedades e qualidades, o que não seria viável sem uma embalagem adequada.
Ao se escolher a melhor embalagem e a mais apropriada para cada tipo de produto,
é possível diminuir o desperdício de alimentos e elevar a distribuição de produtos
acondicionados com higiene e segurança, melhorando assim a sua qualidade de vida
(PERES, 2006).
» Temperatura.
» Tempo de acondicionamento.
» Embalagem.
55
UNIDADE II │ CADEIA DO FRIO
A embalagem tem como objetivo primordial retardar a deterioração que pode ser
causada pelos micro-organismos, afunilando o desenvolvimento de organismos
deteriorantes. Entretanto, para tornar-se viável comercialmente, a deterioração não-
microbiana também deve ser controlada (GILL, 1996).
56
CADEIA DO FRIO│ UNIDADE II
Todavia, essa técnica é usada por anos para prolongar a vida de prateleira dos alimentos
e é primordial para determinados alimentos, demonstrando, em muitos casos, a única
forma para preservação do produto visando atingir certos mercados.
Descoloração
interna
Redução na
qualidade
57
ALTERAÇÕES NOS UNIDADE III
ALIMENTOS
As informações contidas nesta unidade foram baseadas nos livros “Tecnologia de
alimentos”, de Evangelista (2008), “Tecnologia do processamento de alimentos”, de
Fellows (2006), “Fundamentos de ciência e tecnologia de alimentos”, de Spoto (2006)
e “Microbiologia dos alimentos”, de Franco e Landgraf (2008).
1. Microbianas.
2. Físicas ou mecânicas.
3. Químicas.
4. Bioquímicas ou enzimáticas.
6. Desejáveis.
58
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Alimento
Alimento
contaminado
Intoxicações
Crescimento de
Infecções micro-organismos
Alterações
Características
Físicas e Químicas
Deterioração
» Físicas.
» Químicas.
» Biológicas.
» Reações de Maillard.
» Maturação.
» Decomposição.
» Micro-organismos.
» Intoxicações.
59
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Alterações
nos
Alimentos
Alterações Microbianas
Alterações Químicas
A rancidez oxidativa é acelerada pela presença de (a) oxigênio, (b) luz, (c) altas
temperaturas, (d) metais, (e) enzimas, (f) oxidantes naturais.
60
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
A deterioração microbiana pode ocasionar alterações como cor, odor, sabor, textura e
aspecto do alimento. Essas mudanças são consequência da atividade metabólica dos
micro-organismos que utilizam o alimento como fonte de energia.
b. Reação de Maillard:
» Escurecimento.
» Mudanças na aparência.
Alterações desejáveis
61
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
62
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Fungos
Bactérias
Protozoários
Vírus
As Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) são aquelas causadas pela ingestão
de alimentos e/ou água contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTA no mundo,
sendo que a maioria delas são infecções causadas por micro-organismos. As infecções
bacterianas destacam-se, como indica a tabela abaixo:
Agente (%)
Bactérias 87
Vírus 9
Parasitos 1
Substâncias químicas 4
» As bactérias são responsáveis por 87% dos surtos e 90% dos casos.
» 5% em alimentos industrializados.
63
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Doenças infecciosas
21%
40% Doenças respiratórias e
digestivas
17% Maternal
8% 14% Lesões
Câncer
Quando falamos somente de mortalidade infantil, esses dados ficam ainda mais
alarmantes. As doenças infecciosas (incluindo aquelas causadas por contaminação
microbiológica de alimentos e água) estão entre as principais causas de morte infantil
no mundo, sendo responsáveis por 63% das mortes (OMS, 2019).
23%
Doenças infecciosas
Nutricional
6% Lesões
5% 66% Perinatal
64
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
65
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Micro- Número de
Tipo de organismo Micro-
alimento organismos
envolvido
presentes
66
CAPÍTULO 1
Deterioração microbiológica dos
alimentos
» Técnicas de cultivo.
Indústria de Alimentos
Micro-organismos
Indústria química e
farmacêutica Energia
67
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
» Deteriorantes.
» Patogênicos.
» Produtores de alimentos.
» Indicadores.
» Putrefação
» Fermentação
» Rancidez
68
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
69
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Além do impacto direto gerado pelas perdas dos alimentos por deterioração
microbiológica, ou impropriedade para o consumo humano devido às contaminações
químicas, é importante considerar o impacto gerado pela contaminação
microbiológica pós-processamento, geralmente nos locais de armazenamento
até chegar ao consumidor final. Essa contaminação pós-processamento
gera enormes prejuízos às indústrias, pois além de diminuir a vida-útil dos produtos,
impactam a saúde dos consumidores. Existe ainda o impacto relacionado à saúde
publica, pois os micro-organismos patogênicos podem causar doenças e afetar o
meio ambiente e a biodiversidade, pois para produzir esses alimentos utilizamos
água, terra e créditos de carbono.
De acordo com a Food and Agriculture Organization (FAO, 2019), cerca de 1/3
de todos os alimentos destinados ao consumo humano são descartados em todo
o mundo, ou seja, aproximadamente 1,3 bilhões de toneladas de alimentos são
produzidos e não consumidos pela população, anualmente. Esses alimentos,
principalmente os alimentos que precisam da cadeia do frio, são descartados
por contaminações biológicas ao longo de toda a cadeia produtiva. Os danos
mecânicos, as contaminações químicas e as infestações de pragas também
contribuem para o aumento desses números. Nesse sentido, é importantíssimo
que os profissionais da área entendam as alterações químicas, bioquímicas e
metabólicas ocasionadas, principalmente, pelos micro-organismos, com o intuito
de otimizar as buscas por métodos eficientes de conservação (FAO, 2019).
70
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Alimento deteriorado:
2. Alimentos semi-perecíveis:
3. Alimentos perecíveis:
71
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
» Infecções
» Intoxicações
» Toxinfecções
» Solo e água.
» Plantas.
» Utensílios.
» Manipuladores.
» Ambiente.
» Infecções.
72
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
» Intoxicações.
» Toxinfecções.
Bactérias
As bactérias são responsáveis por deteriorar uma série de produtos alimentícios.
Aqui, falaremos de alguns gêneros bacterianos, dando foco para os micro-organismos
responsáveis por deteriorar os alimentos.
Aeromonas
Micrococcus
73
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Sarcina
Alcalígenes
Acinetobacter e Moraxella
Pseudomonas
74
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Serratia
Fungos filamentosos
São formados por hifas que, em conjunto, formam o micélio, promovendo, na
maioria das vezes um aspecto algodonoso. Os fungos são indesejáveis nos alimentos
porque são capazes de produzir uma grande variedade de enzimas, responsáveis por
causar deterioração em carnes, leites, frutas e hortaliças. Grande parte dos fungos
são produtores de micotoxinas, contaminando alimentos frescos, secos e alimentos
processados, de origem vegetal e animal como o amendoim, milho, trigo, castanha,
amêndoas, frutas secas, arroz, leite e a carne, resultando em grandes prejuízos para a
agroindústria e riscos tanto à saúde humana como à de animais.
Alternaria
Aspergillus
Nesse gênero, temos uma ubiquidade. Alguns fungos são utilizados na produção
de alimentos, outros são deteriorantes de alimentos e, muitas espécies desse
gênero produzem micotoxinas, principalmente as aflatoxinas, ocratoxinas e
75
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Aureobasidium
Botrytis
Esse gênero produz hifas septadas e o fungo B. cinerea é a espécie mais comum como
deteriorante de alimentos, sendo importante devido à “podridão cinza” que gera em
maçãs, peras, morangos e frutas cítricas.
Byssochlamys
Penicillium
Leveduras
As leveduras possuem, geralmente, alta tolerância a alimentos com baixa
atividade de água, e altas concentrações de açúcar e sal. São deteriorantes de
(i) frutas, (ii) refrigerantes, (iii) sucos, (iv) produtos lácteos, (v) maionese
e (vi) vinho. Os gêneros deteriorantes que aparecem com maior frequência
nos alimentos são: Pichia, Sacharomyces, Zygosacharomyces, Rhodotorula,
Torulospora e Trichosporon.
76
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Alimento
Substrato para
micro-organismos
Deterioração Benefícios
Infecção
» Organoléptica.
» Nutricional.
» Segurança.
» Aspecto.
» Vida de prateleira.
Depende de:
» Método de processamento.
» Tipo de embalagem.
» Condições de armazenamento.
77
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
» Deterioração microbiana.
Qualidade microbiológica
dos alimentos
Qualidade da
Higiene
matéria-prima
Contaminação inicial
» Cor.
» Odor.
» Sabor.
» Textura.
» Aspecto.
78
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Crescimento microbiano
Influenciado
Tipo de alimento
79
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
» Acidez.
» pH.
Características Condições
inerentes ao ambientais
produto prevalentes
Fatores ou Fatores ou
parâmetros parâmetros
intrínsecos extrínsecos
80
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
» Temperatura.
» Atmosfera gasosa.
81
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Interferem na multiplicação de
micro-organismos
Atividade de água
82
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
pH
Potencial de oxirredução
83
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Temperatura
84
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Composição atmosférica
85
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
o pH
o Aw
o Potencial de oxi-redução
Alimento Intrínsecos
o Conteúdo de nutrientes
o Constituintes anti-microbianos
o Estruturas biológicas
o Microbiota do alimento
o Temperatura
o Umidade relativa
Alimento Extrínsecos o Presença de gases
o Uso de aditivos
» Liberação de água.
86
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
A teoria dos obstáculos é importante, pois mostra os principais fatores que devem ser
controlados para que haja uma diminuição na multiplicação microbiana dos alimentos,
aumentando o seu período de conservação.
Tempo Aw
Carga Inicial de
Temperatura Redox
micro-organismo
Conservantes
Atmosfera Competição de micro-
pH
modificada organismos
Nutrientes
Conservação
87
CAPÍTULO 2
Micro-organismos mesófilos, psicrófilos
e psicrotróficos
Micro-organismos mesófilos
88
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Existem representantes desse grupo que caso todas as outras condições de crescimento
estiverem ideais, conseguem crescer em temperaturas de refrigeração. Os micro-
organismos mesófilos são capazes de deteriorar rapidamente os alimentos quando os
mesmos voltam às condições ideias de crescimento (temperatura em torno de 22ºC), ou
seja, se um alimento deve manter-se refrigerado para a sua conservação, e o mesmo não
é mantido em temperaturas ideias de armazenamento, os micro-organismos mesofilos
conseguem crescer rapidamente e deteriorando-o.
89
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Micro-organismos psicrófilos:
Crescem em temperaturas na faixa de 0°C a 20°C, com uma temperatura ideal variando
entre 10°C e 15°C.
Micro-organismos psicrotróficos:
90
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
91
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
92
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Fazem parte desse grupo, tanto bactérias Gram-negativas, como (i) Pseudomonas, (ii)
Achromobacter, (iii) Aeromonas, (iv) Serratia, (v) Alcaligenes, (vi) Chromobacterium e
(vii) Flavobacterium spp, como as bactérias Gram-positivas, (i) Bacillus, (ii) Clostridium,
(iii) Corynebacterium, (iv) Streptococcus, (v) Lactobacillus e (vi) Microbacterium.
Alguns gêneros de bolores e leveduras também apresentam características do grupo
dos psicrotróficos, conseguindo multiplica-se bem em temperaturas de refrigeração
(SANTANA, 2001).
93
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Temperatura
pH
Umidade Atmosfera
Aw Potencial Redox
Temperaturas frias:
94
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Temperaturas de refrigeração:
Temperaturas de congelamento:
Para ser capaz de congelar um alimento, essa temperatura deve ser de, no mínimo, 18°C
negativos.
Refrigeração
A refrigeração é uma operação unitária responsável por manter a temperatura dos
alimentos entre 1 e 8ºC. Como método de conservação de alimentos, a refrigeração
é utilizada com o intuito de reduzir ou inativar o crescimento e desenvolvimento de
alguns gêneros de micro-organismos deteriorantes e patogênicos, como estudamos
anteriormente. Lembrando que a temperatura mínima de crescimento para a maioria
dos micro-organismos está em torno de 10°C. É importante que a refrigeração mantenha
a qualidade original do alimento e auxilie no prolongamento da vida de prateleira do
mesmo (LIDON; SILVESTRE, 2008; PINTO, NEVES, 2010).
Congelamento
Os alimentos são congelados com o intuito de preservar o alimento por mais tempo do
que quando são refrigerados. Emprega-se no congelamento temperaturas negativas
com o intuito de (i) reduzir ou cessar a deterioração microbiana, (ii) diminuir as
reações enzimáticas ou (iii) cessar a ação de agentes químicos como o O2(LIDON,
SILVESTRE, 2008).
96
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
c. Diminui o pH do alimento.
97
CAPÍTULO 3
Higiene e segurança de alimentos: vida
de prateleira dos produtos (Shelf-life)
98
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
99
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
a. Adição de antioxidantes.
A higiene e segurança dos alimentos esta intimamente relacionada com a vida útil desse
alimento. Hoje, uma enorme gama de alimentos que possuem alto shelf-life precisam
manter suas características organolépticas durante todo o período de armazenamento.
Alimentos com maior vida-útil exibem também um maior tempo dentro da cadeia
alimentar, principalmente os alimentos refrigerados, aumentando as chances de
contaminação por micro-organismos deteriorantes e patogênicos, caso a cadeia de frio
não esteja funcionando adequadamente.
100
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
» Produção.
» Preparo.
» Armazenamento.
» Exposição.
» Transporte.
» Venda.
Produtos Resfriamento
Origem animal Características semelhantes entre os produtos. Após abate cessa respiração aeróbica.
Origem vegetal Características diferentes entre os produtos. Após poda contínua a respiração aeróbica e produção de calor.
As cadeias de suprimentos alimentares precisam ser cada vez mais rápidas, para
atender (i) às necessidades de evolução dos mercados, (ii) as normas de segurança (iii)
os requisitos de qualidade, e as (iv) exigências dos consumidores (LÜTJEN et al., 2013).
Assim, o maior desafio de prolongar a vida-de-prateleira em alimentos refrigerados
é o de manter uma “cadeia de frio” contínua, com qualidade térmica do produtor ao
101
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
102
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Como regra geral, os melhores processos produtivos são aqueles que conseguem:
O shelf life dos alimentos pode ser definido como um período de armazenamento em
que os produtos com alta qualidade inicial permanecem adequados para consumo, em
termos de segurança e qualidade, englobando as características sensoriais, químicas,
físicas e microbiológicas dos alimentos (GIMÉNES; ARES; ARES, 2012). O tempo de
vida útil inicia-se a partir do momento que o alimento é produzido e depende de vários
fatores, como: (a) processo de produção, do (b) tipo de embalagem utilizada, das (c)
condições de armazenamento, dos (d) ingredientes usados, (e) tipo de transporte (f)
características intrínsecas do alimento e (g) condições microbiológicas. Considerar a
perecibilidade do produto é importante já que o “frescor” principalmente de alimentos
in natura e refrigerados é uma das principais preocupações dos consumidores no
momento da compra.
» Degradação microbiológica.
» Senescência.
103
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
» Reações enzimáticas.
» Escurecimento não-enzimático.
» Oxidação lipídica.
» Degradação de vitaminas.
» Mudança de cor.
» Alterações sensoriais.
» Alterações físicas.
Práticas de
Valor de pH Conservantes
higiene Armazenamento
Baixa Aw Tratamento
com calor Condições de
embalagem
104
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Figura 55. Fatores intrínsecos e extrínsecos que afetam os produtos alimentícios durante o armazenamento.
Alterações
Multiplicação de micro-organismos
Degradação química
Perda de nutrientes
Escurecimento não-enzimático
105
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
» Formulação do produto.
» Estrutura do produto.
106
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Processamento
» Tipo de embalagem.
» Temperatura de armazenamento.
» Cadeia de distribuição.
107
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
1. Formulação.
2. Processamento.
3. Embalagem.
4. Condições de armazenamento.
» Questões de saúde.
» Razões de Segurança.
108
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
» Deterioração.
Etapa 1:
Identificar os fatores que afetam a vida-de-prateleira
Etapa 5:
Etapa 4: Etapa 6:
Determinar a vida-de-
Realizar os testes Monitorar
prateleira
109
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
Figura 57. Árvore de decisão para aplicação do prazo de validade por questões de saúde do consumidor.
SIM
NÃO
SIM
Utilizar a árvore de
segurança descrita na
São necessários estudos para estabelecer um prazo de próxima figura deste
validade que garanta a manutenção do limite mínimo de estudo
nutrientes exigidos pela legislação vigente do produto ou
do nível de nutrientes informados no rótulo dentro da
tolerância permitida para fins de rotulagem.
Entretanto, o controle desses fatores pode não ser suficientes para evitar a
sobrevivência e o crescimento de micro-organismos nos alimentos. Dessa forma,
adota-se, geralmente, algumas outras medidas, como:
110
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Figura 58. Árvore de decisão para aplicação do prazo de validade por razões de segurança.
NÃO
SIM
NÃO
NÃO
SIM
SIM
111
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
» Alimentos congelados.
» Alimentos Refrigerados.
Estudos de vida-de-prateleira
Fim da vida-de-prateleira: o tempo quando as amostras são percebidas como diferentes
de um “padrão”. Raramente os resultados de testes de vida-de-prateleira estão
disponíveis na forma de taxas de deterioração, mas sim na forma quantitativa da
perda de algum fator de qualidade especificamente avaliado.
Métodos indiretos
112
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Nesses testes, multiplicamos a vida útil do produto por dois, então, se o tempo de
armazenamento acelerado para o alimento em questão for de 6 meses, a confiança
para o prazo de validade para esse produto nas gôndolas, é de apenas 12 meses.
A vantagem dos estudos acelerados é que eles fornecem dados preliminares do
shelf-life de um alimento dentro de um intervalo de tempo relativamente curto.
Idealmente os dados do método indireto devem ser confirmados por meio de
estudos de longa duração, uma vez que a data de validade pré-estabelecida nos
estudos acelerados não é 100% confiável.
Métodos diretos
Como métodos diretos, temos os (a) estudos de estabilidade e os (b) testes de desafio.
113
UNIDADE III │ ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS
No Brasil, não existe uma legislação especifica que determine diretamente qual o
prazo de validade ideal para cada produto alimentício disposto nas gôndolas, em que
o alimento considera-se seguro. Dessa forma, cabe às indústrias à responsabilidade
pela determinância do shelf life dos alimentos, respondendo sobre toda e qualquer
modificações que tornem o alimento impróprio para o consumo humano durante todo
o tempo do seu prazo de validade, por isso é de suma importância que as industrias
levem em consideração todos os pontos ao longo de toda a cadeia produtiva, faça todos
os testes de vida-de-prateleira para estabelecer um prazo de validade adequado que
assegure a qualidade e inocuidade dos alimentos para o consumidor.
114
ALTERAÇÕES NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
115
A LOGÍSTICA
DO FRIO NA
CADEIA DE UNIDADE IV
ABASTECIMENTO
AGROALIMENTAR
A crescente demanda por alimentos práticos, sendo eles (i) in natura, (ii)
refrigerados e (iii) congelados tem impulsionado muitas mudanças no mercado
global de produtos que utilizam a cadeia do frio, uma vez que nos últimos anos,
os consumidores se tornaram mais exigentes e com a vida cada vez mais corrida,
necessitando de alimento congelados, ou pré-congelados, rápidos e práticos para o
dia-a-dia (COULONB, 2008). Uma vez que esses alimentos promovem (i) facilidade
e (ii) agilidade no preparo, (iii) preservação das propriedades sensoriais, (iv)
físicas e (v) organolépticas e manutenção da vida-de-prateleira por períodos mais
prolongados. Estas mudanças afetaram por sua vez a forma de (a) produzir, (b)
comercializar e (c) distribuir os alimentos (GELHLAR e COYLE, 2001).
116
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
Fluxo de inventário
Fluxo de informações
Nesse contexto, a gestão da cadeia do frio determina com que velocidade um alimento
refrigerado ou congelado movimenta-se de um ponto para o outro, mantendo as
suas condições ideais de armazenamento. No sistema logístico, precisa-se calcular
exatamente a rota e os percalços durante a mesma, garantindo que os alimentos
cheguem ao ponto de distribuição na data correta sem sofrer interferências da
temperatura. O transporte logístico de alimentos deve garantir e assegurar as
condições adequadas de higiene e conservação do alimento, principalmente quando
falamos da cadeia do frio (CARVALHO, 2004).
117
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
umas das partes mais importantes e mais invisíveis das indústrias de alimentos,
mas que desempenha um papel extremamente fundamental (BOGOTAJ, 2005;
COULOMB, 2008).
118
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
Esse monitoramento acaba auxiliando, também, na identificação dos tipos e dos níveis
das perturbações que ocasionam essas variações na temperatura interna dos veículos
transportadores (GIANNAKOURIU et. al. 2005).
De acordo com Van der Vorst et al. (2007), a gestão da cadeia do frio está relacionada à
intrinsecamente com o alimento produzido, armazenado e distribuído, que necessita de
um ambiente frigorificado, durante todo o processo de distribuição e armazenamento.
119
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
logística vai desde os próprios suprimentos, passando pela produção do alimento e sua
distribuição.
Logistica integrada
Logistica de
suprimentos
Logistica integrada
Armazename Logística
nto de
Produção Logística de
Estoques
PCP Distribuição
Trasnporte
Matrial Recebimento
Estoques separação
Transporte
120
CAPÍTULO 1
Importância do transporte nas cadeias
alimentares
» O transporte.
121
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
Serviço ao
Transporte Estoque Informação
consumidor
Uma vez que a conservação pelo frio diminui as atividades químicas e enzimáticas
dos alimentos bem como a ação dos micro-organismos, e teoricamente, quanto
menor a temperatura aplicada ao ambiente, menor será a velocidade das (i) reações
bioquímicas, (ii) atividades enzimáticas, (iii) reações químicas e (iv) ação de micro-
organismos, a cadeia de frio agroalimentar precisa ser mantida rigorosamente, pois
isso diminui os prejuízos e as perdas de alimentos conservados de forma errada
(PINTO; NEVES, 2010).
Consumidor
Transporte
Armazenamento
Distribuidor
Produtor
A cadeia de frio é muito importante na conservação dos alimentos, uma vez que
temperaturas inadequadas em alimentos frigorificados podem representar riscos à
saúde dos consumidores (SÁNCHEZ LÓPEZ e DAEYOUNG, 2008). O risco de uma
falha na cadeia de frio pode causar um (i) amadurecimento excessivo em frutas e
hortaliças, a (ii) perda de peso, o (iii) amolecimento, (iv) mudanças de cor e textura,
a (v) degradação física em produtos de origem animal e vegetal, (vi) apodrecimento e
(vii) contaminação microbiana.
122
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
O transporte de alimentos:
• Armazenamento refrigerado
• Transporte refrigerado
Infraestrutura
• Embalegem adequada
• Tecnologia de monitoramento
• Sistema de refrigeração
• Cadeia logística
Gestãp da Cadeia • Produtos Alimentícios
do Frio • Produtos Farmacêuticos
• Normas e Regulamentos
O veículo deve:
Sistemas de informação
Cadeia do Frio
124
CAPÍTULO 2
Armazenamento e distribuição
frigorificada
De uns anos para cá, vem surgindo avanços e novidades para se armazenar e distribuir
alimentos, como por exemplo os paletes refrigerados que, conforme Berry (2006),
contribuem muito para conservação do produto na parte de baixo do carregamento,
sendo uma temperatura importante de manutenção da qualidade dos produtos. Em
alguns países, como Portugal, esses paletes não são muito usados devido ao alto custo
e à existência de outras infraestruturas de frio.
125
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
» Locais de colheita.
» Locais de processamento.
» Centros de distribuição.
» Retalhistas.
Quando a oferta é maior que a demanda, o acondicionamento dos produtos deve ser
organizado de maneira eficaz. Rousseau (2008) salienta que até onde vai os gastos de
preservar produtos em armazéns compensa com a agilidade e atribuição de feedback
que possa ser adverso, frente a ocasiões de exigências dos clientes. Desse modo, cada
instituição terá de escolher pela resolução mais atrativa, ou melhor, por vezes optar
ao outsourcing acaba compensando mais do que ter lugares e ter que manter os seus
custos. Escolher por um método just-in-time demonstra ser o modo mais económico e
eficaz atualmente. Entretanto, para que este modelo dê certo, é preciso um alto poder
de direção e agilidade entre todos os mediadores da cadeia de abastecimento para que
a qualidade dos alimentos assim como a abjuração dos clientes não seja afetada.
126
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
Recepção
Picking
Embalagem
Preparação e expedição
127
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
6. Deve existir uma área reservada para produtos que terão de ser
devolvidos/destruídos, ou que sejam produtos não conformes.
128
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
Existem diversos perigos que podem acontecer durante a distribuição dos produtos,
colocando em risco sua segurança, como (BAPTISTA, 2006):
Tempo máximo
Condições de Risco Temperatura do produto (ºC)
acumulado
4-6 5 dias
Crescimento e formação de toxinas por Bacillus cereus 11-21 6 horas
Acima de 21 3 horas
30-34 48 horas
Crescimento de Capylobacter jejuni
Acima de 34 12 horas
6 horas
Germinação, crescimento e formação de toxinas pelo Clostridium botulinum Acima de 21
3 horas
7-10 15 dias
Crescimento de esporos patógenos de Escherichia coli 11-21 6 horas
Acima de 21 3 horas
129
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
-0 e 4-5 7 dias
Crescimento de Listeria monocytogenes
6-10 2 dias
15 dias
Crescimento de Salmonela spp. 5 e 2-10
6 horas
7-10 15 dias
Crescimento e formação de toxinas por Staphyloccoccus aureus 11-21 12 horas
Acima de 21 3 horas
130
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
Vantagens Desvantagens
Baixa alteração organoléptica Alto custo relacionado à cadeia de frio
Alimentos minimamente processados Queima pelas baixas temperaturas
Similar ao alimento in natura Alteração de pigmentos
Perdas de vitaminas
A seguir, veremos algumas especificações que estão presentes durante todo o processo
de transporte de produtos com baixas temperaturas que devemos sempre levar em
consideração para garantir a qualidade final.
Dimensão do veículo
A dimensão do veículo é importante, pois, quanto maior o veículo, menor o custo por
tonelada na movimentação da carga. Isto deve-se à economia de escala criada por
um caminhão. Sobretudo, deve-se observar que quanto menor o caminhão, menor o
custo operacional por hora. Assim, o custo de uma viagem por carga de veículo será
menor para um veículo menor do que um maior. O custo no terminal por carga de
veículo também será tipicamente inferior para um veículo menor já que menos tempo é
131
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
Distância de transporte
Tempo no terminal
132
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
Desidratação
As queimaduras pelo gelo são causadas a partir de uma desidratação bem avançada,
em que ocorre o aparecimento de pontos brancos na superfície dos alimentos
resultando em uma aparência desagradável. Essas queimaduras dão aspecto rançoso,
descolorado e demais modificações físicas visíveis no alimento, que são irreversíveis,
não sumindo apenas com uma lavagem ou preparação, além de alterar o sabor e
textura ruim desses alimentos. Principalmente alimentos como carne, aves e peixes
podem ser seriamente atingidos por este tipo de queimaduras.
133
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
Desenvolvimento de micro-organismos
134
CAPÍTULO 3
Tipos de transportes frigorificados
Com isso, o aprendizado correto dos meios disponíveis para o transporte de produtos
refrigerados, o aprendizado de danos que podem ser causados aos produtos por
condições de transporte, a qualidade e segurança alimentar dos produtos transportados
e o exercício das boas práticas são fatores fundamentais que são indispensáveis para
manter o desenvolvimento de habilidades dos colaboradores envolvidos nas etapas do
transporte desses alimentos.
O tipo de transporte vai variar dependendo de diversas condições, sendo as três mais
decisivas:
1. Distâncias a percorrer.
135
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
Tempo
Transporte Armazenamento Transporte
» As fontes de calor.
136
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
137
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
Figura 70. Análise de fatores envolvidos na interface entre etapas da distribuição física.
eA Tc eB
TN
Ti ΔTC = f(Δtc)
Onde:
138
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
1. Transporte rodoviário
2. Transporte ferroviário
c. Transporte marítimo
139
UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
4. Transporte aéreo
140
A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
Vantagens Desvantagens
» Alto custo de combustível.
» Ausência de horários.
» Aumento dos índices de poluição.
Rodoviário » Alta mobilidade e flexibilidade.
» Trânsito e condições climáticas.
» Rápido.
» Alta sinistralidade.
» Baixo custo unitário.
» Menor impacto ambiental negativo.
» Zero flexibilidade de itinerário.
» Pouca dependência das condições ambientais.
Ferroviário » Zero competição para transporte de pequenos
» Não dependente do trafego de veículos. carregamentos.
» Comporta cargas de baixo valor e alta densidade por longas
distâncias.
» » Alto custo.
Aéreo » Rápido. » Poluição sonora.
» Ideal para o transporte de produtos de valor e longas distâncias.
» Grande capacidade de carga. » Lento.
Marítimo » Ideal para longas distâncias. » Zero flexibilidade.
» Alta economia de escala. » Altas limitações.
Fonte: adaptado de Bowersox; Closs (1996); Dias (2015); Carvalho (2004); Fernandes et al. (2000); Lambert; Stock (1999).
141
CAPÍTULO 4
Estudo de casos e artigos
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A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
Estudo de caso 2
Este estudo de caso foi baseado nas informações contidas no artigo “Controle das
temperaturas de armazenamento e de distribuição de alimentos em restaurantes
comerciais de uma instituição pública de ensino” de: Marlene Azevedo Magalhães
Monteiro; Rita de Cássia Ribeiro; Bárbara Dora Alves Fernandes; Júlia Ferreira de
Rosa Sousa e Lucília Moreira Santos, 2014.
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UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
Escopo:
» Leite e derivados.
» Embutidos.
» Sanduíches.
» Molhos.
» Frutas.
» Legumes.
» Folhosos.
» Carnes.
Alimentos congelados:
» Carnes.
» Peixes.
» Produtos industrializados.
» Legumes.
» Embutidos.
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A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR │ UNIDADE IV
» Massas.
» Salgados.
» Folhosos.
» Verduras.
» Legumes.
» Arroz.
» Feijão.
» Carnes.
» Farofas.
» Legumes.
» Massas.
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UNIDADE IV │ A LOGÍSTICA DO FRIO NA CADEIA DE ABASTECIMENTO AGROALIMENTAR
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