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ANÁLISE DA VARIÂNCIA DE

DISPERSÃO EM PILHAS DE
BLENDAGEM UTILIZANDO
SIMULAÇÃO
GEOESTATÍSTICA

Diego Machado Marques, UFRGS, diegommarques@yahoo.com.br


João Felipe C. L. Costa, UFRGS, jfelipe@ufrgs.br
Introdução

• Serão abordados algumas questões


relacionadas a blendagem e homogeneização
de minérios.

• Além disso, serão propostos métodos


numéricos e analíticos para a definição de
pilhas de blendagem (homogeneização) de
minérios.
Objetivos

• propor uma metodologia para emular os mecanismos de amostragem;

• quantificar a redução de variabilidade em pilhas de blendagem usando a


relação de Krige;

• quantificar a redução de variabilidade em pilhas de blendagem e


homogeneização usando métodos numérico;

• comparar os resultados obtidos com a relação de Krige e a emulação


numéricas das pilhas de blendagem;

• quantificar a redução de variabilidade em pilhas de homogeneização com


diferentes parâmetros construtivos.
Metodologia
Os passos envolvendo o estudo são:

1. criação de vários modelos 3D igualmente prováveis para os teores do depósito

(simulações geoestatística);

2. sequenciamento do modelo simulado (bloco em 3D) de acordo com a produção

planejada para um ano;

3. emulação da alimentação das pilhas de blendagem (homogeneização);

4. cálculo da redução da variabilidade nas pilhas de blendagem usando a relação da

Krige (variância de dispersão v/V, onde v é o teor dos blocos que formam pilha V);

5. emulação das pilhas de blendagem e cálculo da redução da variabilidade;

6. comparativo entre os resultados obtidos em (4) e (5).


Pilhas de blendagem e homogeneização
Os seguintes aspectos devem ser analisados na construção de uma pilhas de
homogeneização:
• características do minério;

• número de materiais distintos a serem empilhados;

• morfologia do deposito mineral;

• método de lavra;

• sequência de lavra;

• características físicas do material, como densidade aparente, ângulo de repouso, etc.;

• necessidade de homogeneização;

• desvio padrão admissível na alimentação do processo;

• capacidade de estoque;

• facilidade de operação dos equipamentos;

• custos de capital;

• custo operacional.
Pilhas de blendagem e homogeneização

• Blendagem: refere-se a uma mistura, em proporções controladas de matérias-


primas diferentes, a fim de se obter um material com características específicas.

• Homogeneização: implica na manipulação da matéria-prima, levando em


consideração a disposição espacial do material, com o objetivo de tornar suas
características uniformes e constantes.
Avaliando a incerteza dos teores nos blocos
Série temporal dos teores emulando o fluxo continuo de uma correia transportadora. Para cada bloco, são
apresentados:
• teor máximo de SiO2 (vermelho);
• teor mínimo de SiO2 (azul).
Os teores foram obtidos a partir de 50 realizações (simulações) para cada SMU de 2.000 m3.
Relação de Krige
Relação volume-variância

Blocos

Amostras

Variância de dispersão

 2  v / D    2  v / V    2 V / D 

“v” = bloco com 2.000 m3, ou cerca de 7.173 kt;

“V” = diferentes pilhas (7.173 kt até 1000 kt - equivalente aos vários tamanhos de pilhas testadas);

“D” = todo o domínio (compreendendo a soma dos 3.000 painéis de 2.000 m3 cada).

 2 . / D    2 . / v    2  v / V    2 V / D 
Variogramas do fluxo temporal

h  h  h  h
 (h)  4.71  4* Sph    2* Sph    (h)  5.66  5* Sph    5.4* Sph  
  4   40  3   50

Cada h representa aproximadamente o tempo (t) de 2 h e 55 min.


Pilhas de homogeneização – Relação de Krige
Pilhas de homogeneização – Relação de Krige

 2  v / D    2  v / V    2 V / D 
Pilhas de homogeneização – Relação de Krige

Massa Variância de dispersão (%2)


Volume do
h aproximada
painel (m3) Simulação 30 Simulação 46
(t)

1 2 000 7 173 0 0

5 10 000 35 867 6.31 8.34

8 16 000 50 214 7.25 9.44

15 30 000 107 601.2 8.93 10.59

29 58 000 208 029 9.09 11.74


Pilhas de homogeneização – método numérico

• Para tentar quantificar essa variação, um algoritmo que emula pilhas de homogeneização foi
criado. Para a implementação do algoritmo, algumas considerações são necessárias:

• o modelo se baseia em configurações de pilhas longitudinais;


h C
• a geometria dos cones nas extremidades das pilhas não é considerada; α

L
• o empilhamento do material é realizado nos dois sentidos de movimento da empilhadeira;

• a empilhadeira despeja uma quantidade de material constante durante seu movimento;

• a recuperação do material é realizada de forma perpendicular ao solo;

• a pilha é recuperada em fatias de um metro;

• a segregação do material foi desconsiderada;

• as partículas que compõem o bloco/lote são infinitamente pequenas comparadas a massa do


bloco/lote.
Pilhas de homogeneização – método
numérico
Exemplo hipotético
3.1 Definições do lote:
2.9
2.7 3.2
3.1
3.8
3.4 3.3
2.9
3.3
• volume de 1000 m3;
3.2 3.4
4.2
3.7
• massa 1000 t;
3.4
3.4
2.7
3.1
3.0
• teores em porcentagem (%).
2.9
2.9 3.0
2.9
3.0
3.1 3.0
3.1
3.0
3.4 3.3
2.4
3.8
5.1 3.9
3.8
4.3
3.9 3.5
3.4
3.1 3.1
3.0
2.9
3.4
3.4
3.8
4.1 3.5
3.2
3.1
2.9 3.3
2.7
3.0
2.9 3.0
3.1
3.3
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6 Cenário 7
1.000 t 2.000 t 3.000 t 4.000 t 6.000 t 8.000 t 24.000 t
Pilhas de homogeneização – Relação de Krige

 2  v / D    2  v / V    2 V / D 
Pilhas de homogeneização – Relação de Krige

 2  v / D    2  v / V    2 V / D 
Pilhas de homogeneização – comparativo

 2  v / D    2  v / V    2 V / D 
Variabilidade dos teores na retomada das pilhas

Redução de variabilidade na alimentação da planta de beneficiamento utilizando pilhas de 200 kt

Massa média da fatia de 621 t – Comprimento aproximado da pilha de 340 metros


Conclusões
• Os teores ao longo do fluxo contínuo seguem a sequência de lavra e já não têm as

características espaciais do depósito.

• A sequência de valores tem a sua própria estrutura de auto-correlação temporal.

• A simulação numérica de vários tamanhos de pilhas apresentaram resultados muito

semelhantes aos calculados analiticamente com a relação de Krige.

• O algoritmo projetado para prever a variabilidade nas pilhas de blendagem reflete a incerteza

associada dos teores in situ (usando simulação geoestatística).

• A maior quantidade de redução da variabilidade no sistema de homogeneização está associada

com o aumento de massa pilha (variabilidade entre-pilhas). No entanto, o número de camadas

deve também ser considerada na formação de uma pilha de homogeneização. Uma pilha com

uma massa grande, mas montado de forma inadequada, não irá conduzir à redução da

variabilidade esperada.

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