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Conceitos Fundamentais
1.4 PRESSÃO
1.9 PROCESSOS
raciocinar é a p l i c á v e l .
• p ™ ~ = - >
Neste l i v r o , desenvolveremos primeiramente os princípios da t e r m o d i n â m i c a e
mostraremos c o m o eles se aplicam a um sistema de qualquer natureza. Os m é t o d o s '
da teoria c i n é t i c a e da e s t a t í s t i c a s ã o discutidos, e n t ã o , e correlacionados com os da U m á . v e z que qualquer propriedade extensiva é p r o p o r c i o n a l à massa, o v a l o r
termodinâmica. • '• • específico correspondente é independente da massa, e é u m a propriedade intenáiya.
A r a z ã o do valor de uma propriedade extensiva para o n ú m e r o de mojes de um muscular e descrever c o m o um e m p u r r ã o ou u m p u x ã o , a temperatura pode ser
sistema é chamado ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
valor específico molar desta propriedade. Usaremos letra mi- relacionada às s e n s a ç õ e s de frio ou de calor relativos. Mas o senso humano de
n ú s c u l a t a m b é m para representar valores e s p e c í f i c o s molares. Deste modo, se n temperatura, como o de f o r ç a , n ã o é c o n f i á v e l e é de alcance r e s t r i t o . Dos p r i m i t i -
representa o n ú m e r o de moles de u m sistema, o v o l u m e e s p e c í f i c o molar é vos conceitos de calor e frio relativos desenvolveu-se uma c i ê n c i a objetiva da ter-
mometria, assim como um m é t o d o o b j e t i v o de definir e m e d i r f o r ç a s surgiu do con-
= V ceito i n g é n u o de uma força como um e m p u r r ã o ou u m p u x ã o .
n O primeiro passo para a l c a n ç a r u m a medida objetiva do senso de temperatura é
estabelecer um c r i t é r i o de igualdade de temperatura. Consideremos dois blocos de
metal A e B, do mesmo material, e suponhamos que nosso senso de temperatura
N o t e que, no sistema M K S , o termo " m o l " implica quilograma-mol ou quilo-
nos diga que A e s t á mais quente do que B. Se colocamos A e B em contato, e os
m o ] , isto é , uma massa em quilogramas numericamente igual ao peso molecular.
envolvemos cm uma camada espessa de feltro o u lã de v i d r o , achamos que, a p ó s
A s s i m , unVquilomol de 0 significa 32 quilogramas de O , .
3
decorrer um tempo suficientemente l o n g o , os dois parecem igualmente quentes.
N ã o surge c o n f u s ã o por se usar a mesma letra para representar tanto o volume
Medidas de diversas propriedades dos corpos, c o m o seus volumes, resistividades
por unidade de massa, digamos, e o volume por m o l . E m quase toda e q u a ç ã o em
e l é t r i c a s , ou m ó d u l o s e l á s t i c o s , m o s t r a r i a m que estas propriedades m u d a r a m
que tal grandeza ocorrer, h a v e r á alguma outra grandeza que i n d i c a r á qual o volume
quando os dois corpos foram postos em contato, mas que finalmente elas se torna-
e s p e c í f i c o referido, o u , se n ã o houver uma tal grandeza, a e q u a ç ã o s e r á válida para
ram constantes t a m b é m .
ambos.
Agora suponhamos que dois corpos de materiais diferentes, tais c o m o .um
E m muitos casos é mais conveniente escrever as e q u a ç õ e s t e r m o d i n â m i c a s em bloco de metal e u m bloco de madeira, s ã o postos em c o n t a t o . Novamente obser-
termos dos valores e s p e c í f i c o s das propriedades extensivas, uma vez que as equa- vamos que, a p ó s um tempo suficientemente l o n g o , as propriedades m e n s u r á v e i s
ç õ e s s ã o , e n t ã o , independentes da massa de qualquer sistema particular. destes corpos, como seus volumes, cessam de m u d a r . Entretanto, os corpos n ã o
p a r e c e r ã o igualmente quentes ao tato, c o m o é evidenciado pelo fato familiar de que
um bloco de metal e um bloco de madeira, ambos tendo estado em uma mesma saia
por longo tempo, n ã o aparentam estar igualmente quentes. Este efeito resulta de
A t e n s ã o em um meio c o n t í n u o é chamada depressão hidrostática* se a força por uma d i f e r e n ç a de condutividades t é r m i c a s e é um e x e m p l o de que nosso senso de
unidade de á r e a em um elemento de á r e a , ou dentro do meio ou em sua superfície, é tempertura n ã o é c o n f i á v e l .
(a) normal ao elemento e (b) independente da o r i e n t a ç ã o do elemento. A tensão em A c a r a c t e r í s t i c a c o m u m aos dois casos, sejam os corpos do mesmo material ou
u m fluido (líquido ou g á s ) em repouso, em u m recipiente fechado, é uma p r e s s ã o n ã o , é que um estado final termina por ser. a l c a n ç a d o , estado esse em que as pro-
h i d r o s t á t i c a . U m s ó l i d o pode estar sujeito a uma p r e s s ã o h i d r o s t á t i c a por imersão
priedades m e n s u r á v e i s dos c o r p o s d e i x a m de s o f r e r m u d a n ç a s o b s e r v á v e i s .
em um líquido no qual seja insolúvel e exercer p r e s s ã o sobre o l í q u i d o . A pressão P
Defíne-se este estado,, e n t ã o , c o m u m estado de equilíbrio térmico.
é definida como o valor da força por unidade de á r e a e a unidade de p r e s s ã o no
O b s e r v a ç õ e s c o m o as descritas a c i m a nos l e v a m a inferir que todos os objetos
sistema M K S é I newton* por metro quadrado ( l N m ~ ) . U m a p r e s s ã o de exata- s
o r d i n á r i o s t ê m uma propriedade física, que determina se dois deles postos em con-
mente 10 N m ~ ( = 10" dina c m " ) é chamada I bai\ a p r e s s ã o de 10**' N n r ( = I
a 2 2 2
tato e s t ã o ou n ã o em e q u i l í b r i o t é r m i c o . Esta propriedade é denominada tempera-
dina c r t r ) é 1 microbor (1 p. bar).
a
tura. Se dois corpos em contato estão em e q u i l í b r i o , e n t ã o sua;; temperaturas s ã o
A p r e s s ã ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de 1 atmosfera padrão (atm) é definida como a p r e s s ã o produzida iguais por d e f i n i ç ã o . Inversamente, se as temperaturas de dois corpos s ã o iguais,
por uma coluna vertical de m e r c ú r i o c o m exatamente 76 c m de altura, de densidade eles e s t a r ã o em e q u i l í b r i o t é r m i c o quando postos e m c o n t a t o . U m estado de equilí-
p = 13,5951 g c m " , em um p o n t o onde # tenha seu v a l o r p a d r ã o de 980,665 cm s"-.
3
brio t é r m i c o pode ser descrito como aquele e m que a temperatura do sistema é a
Da e q u a ç ã o P = pgh* encontramos mesma em todos os pontos.
• Suponhamos que u m corpo A, u m bloco de m e t a l , digamos, esteja em equilí-
1 atm = 1,01325 x 10* dina e r r r = 1,01325 x IO N n r * . 3 5
brio t é r m i c o c o m u m corpo B, um b l o c o de metal t a m b é m . A temperatura de B é ,
e n t ã o , igual à temperatura de A. Suponhamos ainda que o b l o c o A. por sua vez,
Portanto, uma atmosfera p a d r ã o é muito aproximadamente igual a 1 bar, e 1 p. b a r é esteja c m e q u i l í b r i o t é r m i c o c o m u m corpo C , u m bloco de madeira; assim, as
muito aproximadamente 10" a t m . tt
temperaturas de A e C s ã o iguais. Segue-se que as temperaturas de B e C s ã o iguais;
U m a unidade de p r e s s ã o comumente usada em trabalhos experimentais em surge a q u e s t ã o , que s ó pode ter resposta experimental; o que irá acontecer real-
baixas p r e s s õ e s é 1 Torr (em homenagem a T o r r i c é l l i ) * * \e definido como a p r e s s ã o mente, quando B e C forem postos e m contato? E s t a r ã o em e q u i l í b r i o t é r m i c o ?
produzida por uma coluna de m e r c ú r i o de exatamente 1 m i l í m e t r o de altura, nas Experimentalmente encontramos que eles estão, de modo que a d e f i n i ç ã o de igual-
c o n d i ç õ e s acima; portanto, 1 T o r r - 133,3 N m ~ . a
dade de temperatura em termos de e q u i l í b r i o t é r m i c o é autoconsistente.
•' N ã o é imediatamente óbvio que, por £ e C estarem ambos em equilíbrio térmico com A.
- eles estarão em equilíbrio térmico entre si. Quando uma vareta de zinco e uma vareta de
,0,'cphcei.to.de^empe^ cobre são mergulhadas em uma solução de sulfato de zinco, ambas as varetas chegam ao
do h o m e m . Assim c o m o uma f o r ç a é algo que podemos relacionar com e s f o r ç o equilftnò"^/r7c5^còhi*1a"*so!uçáo:^ Se "*elás '•são conectadas -por um tio,-entretanto,
t
CONCEITOS FUNDAMENTAIS — 9
8 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
10-
8 -
7-
6-
Cumada
de á g u a
Gelo
R de um t e r m ó m e t r o de r e s i s t ê n c i a ,
ou a p r e s s ã o P de uma massa fixa de g á s a volume constante, e por $ a temperatura
empírica d o t e r m ó m e t r o o u de qualquer sistema c o m o qual e s t á em e q u i l í b r i o tér-
' A Tabela 1.1 relaciona os valores das propriedades t e r m o m é t r i c a s de q u a t r o
m i c o . A r a z ã o de duas temperaturas e m p í r i c a s 9 e $ , determinadas por um t e r m ó -
t e r m ó m e t r o s diferentes em diversas temperaturas e a r a z ã o da propriedade em cada
X t
Tabela 1.1 C o m p a r a ç ã o de t e r m ó m e t r o s
O p r ó x i m o passo é atribuir arbitrariamente u m valor n u m é r i c o a alguma tempe-
ratura chamada ponto fixo padrão. Por acordo internacional, este é o ponto tríplice (Cu-Constantan) - (Pt) (H„ „ (H ,
P
2
da água, a temperatura em que gelo, á g u a líquida e vapor de á g u a coexistem em '- g' -P P V const)
Sistema ... R. V const)
e q u i l í b r i o . N a S e ç . 8.2, veremos que os t r ê s estados de qualquer s u b s t â n c i a podem mV ohms* *3 P, atm P* P, atm Pz
coexistir somente em uma temperatura.
•• Para realizar o p o n t o t r í p l i c e , d e s t i l a - s e . á g u a da mais alta pureza, e que tem N,(PNE) 0,73 0,12 1,96 0,20 1,82 0,27 0,29 0,29
substancialmente a c o m p o s i ç ã o i s o t ó p i c a da á g u a d o oceano, em um vaso, como o 0,<PNE) 0,95 0,15 2,50 ' 0,25 2,13 0,3! 0,33 0,33
CO, (PNS) 3,52. - 0,56 ^•""6,65 - 0,68 . 4,80 0,71 0,72 . 0,72
^ q u j ^ é ^ Q s i r ^ p _ e 5 q u e m a t i c a m e n t e n a F i g . * l ,-3'.. O - v a s o . é selado depois de removido
H , 0 -(PT) " 1 1 * V = 6 2 6 " " l;00 - 7 ? r - 9,83 -^1,00 = 6,80 - -1,00 Pi •« 1.00 1,00
todo o a r . C o m a ajuda de uma mistura refrigerante na cavidade interna, uma ca- 1,39 9,30 1,37 1,37 1,37
H 0(PNE)
2 10,05 1,51 13,65
mada de gelo é f o n n ã d a em torno desta. Quando a mistura refrigerante é removida 17,50 2,79 . 18,56 1,89 12,70 1,87 1,85 1,85
Sn (PNE)
e s u b s t i t u í d a p o r . u n i t e r m ó m e t r o , " uma fina camada de gelo é derretida nas imedia-
ções' d a x a y i d a d e . ^ ^ s ó l i d o , J í q u i d o e vapor coexistirem em e q u i l í b r i o , o TGeorg S. Ohm, físico alemão (1787-1854)
sistema ' e s t a r á no' ponto'.tnplice .V. V ,
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
1 0zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
CONCEITOS FUNDAMENTAIS — 1 1
outra temperatura, os g r á f i c o s extrapolados t a m b é m se c o r t a m em um p o n t o O melhor valor experimental encontrado para a r a z ã o PJP é 1,3661. (Este e
comum (diferente), de modo que todos os termómetros de gás a volume constante difere ligeiramente do valor limite da r a z ã o P IP de 1,3660 na F i g . 1.4, porque a V 3
100 „ -
6U= 6 X l i m ( - f ) ,
3 (1.2) 1,3661-1
= 273,15 graus.
e das e q u a ç õ e s de definição de 8 e Ô V 0
onde o í n d i c e inferior V indica que as p r e s s õ e s s ã o medidas a volume constante. As
temperaturas definidas desta maneira s ã o , portanto, independentes das proprieda-
6 = 373,15 graus.
e
des de qualquer g á s particular, embora dependam do comportamento dos gases em
=_ieral e, assim, n ã o s ã o independentes das propriedades'de um material particular.
Verifica-se, experimentalmente, que a temperatura do ponto t r í p l i c e é 0,01 grau
Resta a q u e s t ã o de atribuir um valor n u m é r i c o à temperatura 9 do ponto trí- 3
acima do ponto de gelo, de sorte que o melhor valor experimental para 6 é
plice. Antes de 1954, as temperaturas de g á s eram definidas em termos de dois
3
Portanto.
t e r m ó m e t r o de g á s . " 1 "
100 kelvins 180 runkines
Durante m u i t o s anos foi costume dizer tantos "graus k e l v i n " , abreviadamente 180°F
ioo°c
° K , ao expressar uma temperatura t e r m o d i n â m i c a . A palavra " g r a u " e o s í m b o l o — 1 — -
para grau.agora foram abolidos. A unidade de temperatura é chamada I k e l v i n (1
Ponio de gelo 273 K — i UzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
Q^C 492 R- 32-F
K ) , d o mesmo m o d o que a unidade de energia é chamada 1 j o u l e (1 J ) , t e dizemos,
por e x e m p l o , que a temperatura do ponto tríplice é 273,16 k e l v i n s {273,16 K ) . A PNS CO, 195 -7S C 351 R- - I — 1Q9°F S
r - 273,16 K x \im(~) . n 5 )
Fia- 1.5 Comparação entre ns temperaturas Kelvin. Celsius. Rankine e Fahrenheit. As temperaturas foram
A temperatura C e l s i u s t / (antigamente conhecida c o m o temperatura c e n t í - arredondadas pnra o valor inteiro mm próximo.
grada) é definida pela e q u a ç ã o
f é
M • -/
9 R
T s " 5
< vK * 2 7 3 , 1 5 K "" 4 9 1 , 6 7 R - ™ T M — 273,15 K .
;-*.ií "V.> '
v : - ','• '"•7 % * 7 l T - V / * - ' ^ - ' ? ' *- *t / " - L ^ í ; * . * - . ' - - '
v 1 >• '•• -.
14zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
Tabela 1.2 Temperaturas atribuídas a alguns e uma f o r ç a para cima igual que surge da d i f e r e n ç a de p r e s s ã o entre a s u p e r f í c i e
pontos fixos usados para definir a Escala P r á t i c a superior e a inferior.
Internacional de T e m p e r a t u r a de 1968 (EP1T-68) Suponhamos, finalmente, que o sistema contenha s u b s t â n c i a s que possam rea-
gir quimicamente. A p ó s se escoar um tempo suficientemente longo, todas as rea-
Ponto fixo T zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
m (K) t» C ° C ) ç õ e s q u í m i c a s possíveis t e r ã o se efetuado e diz-se, e n t ã o , que o sistema e s t á em
equilíbrio químico.
Ponto tríplice do hidrogénio 13,81 -259.34 U m sistema em equilíbrio t é r m i c o , m e c â n i c o e q u í m i c o é considerado em equi-
Ponto de ebulição do neon 27,102 -246.048 líbrio termodinâmico. N a maior parte das vezes, consideraremos sistemas que este-
Ponto tríplice do oxigénio 54,361 -218.789
j a m em equilíbrio t e r m o d i n â m i c o ou aqueles em que o desvio do e q u i l í b r i o t e r m o d i -
Ponto tríplice da água 273.16 0.01
n â m i c o seja negligivelmente pequeno. A n ã o ser por e s p e c i f i c a ç ã o em c o n t r á r i o , o
Ponto de ebulição da água 373.15 100
Ponto de fusão do zinco 692.73 419,58 " e s t a d o " de um sistema s u b e n t e n d e r á u m estado de e q u i l í b r i o . Nesta d i s c u s s ã o é
Ponto de fusão da prata 1235.08 961.93 suposto que o sistema n ã o seja dividido em p o r ç õ e s tais que a p r e s s ã o , por exem-
Ponto de fusão do ouro 1337,58 1064.43 plo, possa ser diferente em p o r ç õ e s diferentes, m u i t o e m b o r a a p r e s s ã o em cada
p o r ç ã o _ s _ e ^ p r q x i m e de u m valor constante.
l^vPROCESSOSN
tica Internacional a partir dos valores medidos com o t e r m ó m e t r o de resistência
dentro desse intervalo de temperaturas, as constantes destas f ó r m u l a s sendo deter- Quando qualquer propriedade de um sistema varia, o estado do sistema varia e
minadas por medidas da resistência em pontos fixos especificados entre o ponto diz-se que o sistema e s t á sofrendo um processo. Se o processo é efetuado de tal
tríplice do h i d r o g é n i o e o ponto de f u s ã o do zinco. modo que, em qualquer instante, a d i f e r e n ç a de u m estado de e q u i l í b r i o seja infini-
N o intervalo que vai de 6 3 0 . 7 4 ° C a t é 1064,43°C, o instrumento p a d r ã o é um tesimal, o processo é chamado quase estático. A s s i m , u m processo quase e s t á t i c o
termopar de platina e uma liga de platina e 10% de r ó d i o . O termopar é calibrado se a p r o x i m a muito de uma sucessão de estados de equilíbrio. Se h á d i f e r e n ç a s
por medioa de sua fem à temperatura de 6 3 0 . 7 4 ° C , determinada pelo t e r m ó m e t r o de finitas do equilíbrio, o processo é não-quase estático.
r e s i s t ê n c i a de platina, e nos pontos normais de fusão da prata e do ouro. Considere-se um g á s em um cilindro, provido de u m ê m b o l o m ó v e l . Sejam as
A temperaturas acima do ponto de f u s ã o do ouro (1337,58 K ou 1064.43°C). a paredes do cilindro e o ê m b o l o fronteiras a d i a b á t i c a s , e negligenciemos qualquer
Temperatura Prática Internacional é determinada pela medida da c o n c e n t r a ç ã o es- efeito do campo gravitacional terrestre. Com o ê m b o l o e m repouso, o g á s chega
pectral de r a d i a ç ã o de u m corpo negro e calculando a temperatura pela lei da radia- finalmente a um estado de equilíbrio em que sua temperatura, p r e s s ã o e densidade
ç ã o de Planck* (veja a S e ç . 13.2): O p o n t o de fusão do o u r o , 1337,58 K . é usado s ã o as mesmas em todos os pontos. Se o ê m b o l o é, e n t ã o , repentinamente empur-
c o m o uma temperatura de referência j u n t a m e n t e com o melhor valor experimental rado para baixo, a p r e s s ã o , a temperatura e a densidade imediatamente abaixo do
da constante c-, na lei da r a d i a ç ã o de Planck dada por ê m b o l o a u m e n t a r ã o de seus valores de equilíbrio por d i f e r e n ç a s finitas, e o pro-
cesso n ã o é quase e s t á t i c o . Para c o m p r i m i r o g á s de modo quase e s t á t i c o , o ê m b o l o
C | = 0,014388 m K . deve ser empurrado muito lentamente para que os processos de p r o p a g a ç ã o de on-
das, amortecimento viscoso e c o n d u ç ã o t é r m i c a possam realizar em cada instante
Para uma d e s c r i ç ã o completa dos procedimentos a serem seguidos na determi- um estado que seja essencialmente de equilíbrio tanto m e c â n i c o quanto t é r m i c o .
n a ç ã o de temperaturas E P I T - 6 8 . veja-se o artigo tm Metrologia* v o l . 5. n . 2 (abrilu
Suponhamos que desejemos aumentar a temperatura de um sistema, desde u m
de 1969). A EPIT-68 n ã o é definida para temperaturas abaixo de 13.8 K . Uma valor inicial 7", a t é um valor final T . A temperatura poderia
z ser aumentada por
d e s c r i ç ã o de procedimentos experimentais neste intervalo pode ser encontrada em i n c l u s ã o do sistema em uma fronteira d i a t é r m i c a e mantendo-se as v i z i n h a n ç a s do
Color e Termodinâmica, 5. ed., por M a r k W . Zemansky (Guanabara Dois).
a
sistema à temperatura T . O processo n ã o seria quase e s t á t i c o , entretanto, porque a
2
16 —zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA CONCEITOS FUNDAMENTAIS — 17
mas estão necessariamente em equilíbrio? (b) A altura da água no termoscópio poderia mud;u
se os sistemas fossem postos em contato térmico? (c) Se houver mudança em (b), a ultm.i
PROBLEMAS aumentará ou diminuirá?
1.1 Diga se um argumento termodinâmico clássico sozinho pode ser usado para determinar 1.8 Usando os dados da Tabela 1.1, encontre a temperatura empírica do ponto normal dc
(a) u velocidade média das moléculas de urn gás; (b) a relação entre a dependência da capaci-
dade térmica específica de um sólido para com a pressão e a dependência de seu volume para
com a temperatura; (c) a magnitude do momento magnético de um gás; (d) a relação entre a
pressão e n temperatura da radiação eletromagnética em uma cavidade; (e) a magnitude da
capacidade térmica específica de um sólido. Resumidamente, justifique suas respostas.
1.2 Quais das seguintes grandezas são extensivas e quais slo intensivas? (a) O momento
magnético de um gás. (b) O campo elétrico £ em um sólido, (c) O comprimento de um fio. (d)
A tensão superficial.em uma película de óleo.
MKS; (b) o volume específico em m k g ; (c) o volume específico molar MKS. (d) Faça os
3 -1
mesmos cálculos para o ar cuja densidade é 0,00129 g cm" . O peso molecular médio do ar é
3
1.4 Faça uma estimativa da pressão que você exerce sobre o piso quando de pé. Expresse
sua resposta em atmosferas e cm Torr.
1.5 Uma atmosfera padrão é definida como a pressão produzida por uma coluna dc mercúrio
com exatamente 76 cm de altura, à temperatura de 0°C e em um ponto em que g » 980,665 cm
s . (a) Por.que a_.temperatura.ea aceleração da gravidade devem ser especificadas nesta
-1
definição? (b) Calcule a pressão em N m produzida por uma coluna de mercúrio de densi-
- 1
dade 13,6 g cm" , com 76 cm dc altura e em um ponto em que g • 980 cm s~V ' "
3
._, 1 ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
iizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
111 tiiu/~hzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
icuniH uincMUA t ItHMUUINAMICA ESTATÍSTICA
200°C, 400°C e 500°C, e esboce um gráfico de t* contra / neste intervalo, (d) A escala r* é
sublimação do C 0 medida pelo termopar, pelo termómetro dc platina, pelo termómetro de
2
hidrogénio a alta pressão e pelo termómetro de hidrogénio a baixa pressão. uma escala Celsius? Ela tem alguma vantagem ou desvantagem sobre a EPIT?
1.10 Um \a t* é definida pela equação 1.17 Uma mistura de hidrogénio e oxigénio é isolada e deixada alcançar um estado de tempe-
ratura e pressão constantes. A mistura é explodida com uma centelha de energia desprezível e
novamente deixada atingir um estado de temperatura e pressão constantes, (a) O estado inicial
r* = q6' + ò ,
é um estado de equilíbrio? Explique, (b) O estado final é um estado de equilíbrio? Explique.
onde a e b são constantes, e 8 é a temperatura empírica determinada pelo termómetro de 1.18 (a) Diga como um sistema, contendo dois gases, pode estar em equilíbrio mecânico,
mercúrio-em-vidro do problema anterior, (a) Encontre os valores de a e b, se ;* = 0 no ponto
mas não em equilíbrio térmico ou químico, (b) Diga como um sistema contendo dois gases
de gelo e t* = 100 no ponto de vapor, (b) Encontre o valor de r*. quando o comprimento da
coluna de mercúrio A" = 7,00 cm. (c) Encontre o comprimento da coluna de mercúrio, quando pode estar em equilíbrio térmico, mas não em equilíbrio mecânico ou químico, (c) Diga como
/ ' = 50. (d) Esboce um gráfico de t* contraX. um sistema, contendo dois gases, pode estar em equilíbrio térmico e mecânico, e não em
equilíbrio químico.
1.11 Suponha que um valor numérico 100 seja atribuído ã temperatura do ponto de vapor, e 1.19 Em um gráfico de volume contra temperatura, desenhe e designe linhas indicando os
que a razão de duas temperaturas seja definida como a razão limite, quando P —*• 0, das
seguintes processos, cada um iniciando pelo mesmo estado 7 e VV (a) uma expansão isotér-
3
vaior experimental para a temperatura do ponto de gelo nesta escala e (b) o intervalo de mica; (b) uma compressão isotérmica; (c) um aumento de temperatura isocórico.
temperatura entre os pontos de gelo e de vapor.
1.20 Dê um exemplo (a) de um processo isocórico reversível; (b) de um processo isobárico,
adiabático, quase estático; (c) de um processo irreversível isotérmico. Especifique o sistema
1.12 Suponha que um valor numérico de exatamente 492 seja dado à temperatura" tio ponto
d5 gelo, e que a razão entre duas temperaturas seja definida como o limite da razão, quando P c
cuidadosamente em cada caso.
— 0, das pressões correspondentes de um gás mantido a volume constante. Encontre (a) o 1.21 Usando nomenclatura similar à do problema anterior, caracterize os seguintes proces-
rrttílSir vaior experimental da temperatura do ponto de vapor nesta escala e (b) o intervalo de
sos, (a) A temperatura de um gás contido em um cilindro provido de um êmbolo sem atrito é
temperatura entre os pontos de gelo e de vapor.
lentamente aumentada. A pressão permanece constante, (b) Um gás contido em um cilindro
provido de um êmbolo é lentamente expandido. A temperatura permanece constante. H á uma
1.13 A pressão de um gás ideal mantido a volume constante é dada pela equação
força de atrito entre a parede do cilindro e o êmbolo, (c) Um gás contido em um cilindro
provido de um êmbolo sem atrito é rapidamente comprimido, (d) Um pedaço de metal quente
P m AT
é lançado em água fria. (Suponha que o sistema seja o metal que nem se contrai nem se
onde 7 é a temperatura termodinâmica e A é uma constante. Seja a temperatura T* definida dilata.) (e) Um pêndulo com um suporte sem atrito oscila para frente e para trás. (0 Uma bala
por é parada em um alvo.
T* = B l n CT 1.22 Um gás está contido em um cilindro provido de um êmbolo de área A, como na Fig.
I.8(a). A relação entre a pressão e volume do gás a uma temperatura constante 7, é mostrada
opde B e C são constantes. A pressão P é 0,1 atm no ponto tríplice da água. A temperatura 7* na Fig. 1,8(b). Em uma figura semelhante, esboce gráficos da razão da força externa F para a
é 0 no ponto tríplice e 100 no ponto de vapor, (a) Encontre os valores de A, B e C. (b) área A, FIA, como uma função de V, sendo o gás (a) comprimido lentamente e (b) expandido
Encontre o valor de 7"*, quando P é 0,15 atm. (c) Encontre o valor de P, quando 7* é 50. (d) lentamente à temperatura 7. Há uma força de atrito de deslizamento / entre o êmbolo e o
Qual é o valor de 7"* no zero absoluto? (e) Esboce um gráfico de 7* contra a temperatura cilindro.
Celsius t para - 2 0 0 ° C < / < 200°C.
P
1.14 Quando uma das junções de um termopar c mantida no ponto de gelo e a outra está a
uma temperatura Celsius /, a fem tT do termopar é dada pela função quadrática de t:
£ m ar + Bí .
2
a = 0,50, B = -1 X 10~ .
3
T
!
(a) Calcule a fem quando / = — 100°C, 200°C, 400°C e 500°C, e esboce um gráfico de ef A
contra t. (b) Suponha que a fem seja tomada como propriedade termométrica e que uma escala
de temperatura í* seja definida pela equação linear , .
. • ^ af "
(a) ; . (b)
Seja r* - 0 no ponto de gelo e t* = 100 no ponto de vapor. Encontre os valores numéricos de
a e b e esboce um gráfico de _r contra /*. (c) Encontre os valores de t" quando / • - I00°C, Fig. 1.8
zyxwvutsrqponm
E Q U A Ç Õ E S DE ESTADO —21
EQUAÇÕES DE ESTADO
2.8 CONSTANTES CRÍTICAS DE UM GÁS DE VAN DER VVAALS A e q u a ç ã o de estado varia de uma s u b s t â n c i a para outra. E m geral é u m a
; r e l a ç ã o extremamente c o m p l i c a d a e é frequentemente expressa por uma série de
2.9 RELAÇÕES ENTRE DERIVADAS PARCIAIS potências convergentes. U m a ideia geral da natureza da função muitas vezes se
2.10 DIFERENCIAIS EXATAS , exprime melhor pela a p r e s e n t a ç ã o dos dados em forma gráfica.
.2.2 i ^ E Q ^
"'"'Í(N m - ) ( m
2 3 q u i l o m o l - ) ^ ' ) * - T ( N mXquilomol"
1 1 1 K " ) - I J.quilomor K ~ \
1 1
e o.valor dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
R neste sistema é
JPvlT = R, ou Pv « RT.
6 S * IO
4zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
7
P r e s s ã o ( N m"-)
Fig. 2.1 O v a l o r limite de PvfT é independente de T para todos os gases. Para u m g á s ideal, Pv/T é cons-
tante.
É conveniente postular u m gás ideal (ou gás perfeito) para o qual, por defini-
ç ã o , a r a z ã o PvjT é exatamente igual i\R para todas as p r e s s õ e s e temperaturas. A
e q u a ç ã o de estado de um g á s ideal é, portanto,
=
EQUAÇÕES DE ESTADO — 25
24 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
Tabela 2.1 Constantes a e b na e q u a ç ã o de
van der Waals. P em N n T , v em m q u i l o m o l
s 3 .
V e m k e l v i n s . / ? - 8 . 3 1 x IO J q u i l o m o l K
3 1
3.44 x 10 0,0234
He a
24.8 0.0266
H a
13S 0.0318
0;
366 0,0429
CO,
5S0 0,0319
H,0
0,0055
) í TEMPERATURA Hg
W (b)
Fig.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2.3 Projeções da superfíciezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
P~v-T para um gás ideal sobre (a) o plano í - o e (b) o plano P-T.
constante X X , (2.7)
2.^EQUAÇÒESDE ESnTÀDO^
(2.8J
(
? + Í ) [ V ~ b ) * R T -
0. ' . " ( 2 . 9 )
* f**A'Fig".*2. 4 é um d i a g r a m a u m a p o r ç ã o da superfície P-v-t de um g á s de van
=3a í - Pv* - {Pb + RT)o 2 + av - ab
der Waals, e a F i g . 2.5 é uma p r o j e ç ã o de algumas isotermas sobre o p l a n o / * - » .
É , portanto, c ú b i c a em v e para valores dados de P e T tem t r ê s r a í z e s , das quais
somente uma é necessariamente real. Para baixas temperaturas, tal c o m o a indicada
"Johannes D. van der Waals, físico holandês (1837-1923). Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
CUzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I cniVIUL/lM.mvnun, fivinn wmhtiwn -
Po = A * +£ + (2.10)
Po = RT
\ V
= 1 + í + 1 * + . .
V o
Portanto,
28zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA EQUAÇÕES DE ESTADO — 29
Fig. 2.9 Projeções da superfície, na Fig. 2.7, sobre (a) o plano f - T e (b) o planozyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
P-v.
Temperatura, Pressão,
Substância (K) (Torr)
As linhas tríplices, nas Figs. 2,6 e 2,7, s ã o projetadas como um ponto, cha-
madozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ponto tríplice, no diagrama P-T. Dados de pontos tríplices para algumas subs-
tâncias comuns são fornecidas nu Tabela 2.2. A temperatura do ponto tríplice da
água é o ponto fixo padrão para a qual é arbitrariamente atribuído o valor 273,16 K .
As p r o j e ç õ e s das superfícies, nas Figs. 2.6 e 2.7, sobre o plano P-v s ã o mostra-
das nas Figs. 2.8(b) e 2.9(b). As superfícies podem ser t a m b é m projetadas no plano
v-T, mas esta projeção raramente é usada, uma vez que todos os aspectos essen-
ciais da superfície podem ser mostrados nas duas primeiras p r o j e ç õ e s .
Sigamos as mudanças de estado de uma substância, para a qual a F i g . 2.6 é a
superfície P-v-T, em um processo que leva o sistema de um ponto a até um p o n t o /
ao longo da linha isotérmica à temperatura 7 V Para executar este processo, imagi-
nemos a substância contida em um cilindro com um ê m b o l o m ó v e l . C o m e ç a n d o no
estado representado pelo ponto á< no qual a substância está em fase de g á s (ou
vapor), lentamente aumentemos a p r e s s ã o sobre o ê m b o l o . De início, o volume
decresce de um modo semelhante ao d e u m g á s ideal._Quando.o.estado represen-
tado pelo ponto b é a l c a n ç a d o , gotas de líquido aparecem no cilindro.* Isto é, a
A p r e s s ã o exercida por um vapor ou um líquido saturado é chamada pressão uma p r e s s ã o mais alta e u m m e n o r v o l u m e e s p e c í f i c o s e r ã o requeridos antes que
de vapor. Evidentemente, a p r e s s ã o de vapor é uma função da temperatura, cres- uma t r a n s f o r m a ç ã o de vapor em l í q u i d o comece, e que, quando a s u b s t â n c i a estiver
cendo c o m o aumento de temperatura. A curva indicada por L-V, na Fig. 2.8(a), completamente liquefeita, seu v o l u m e e s p e c í f i c o s e r á algo m a i o r que à temperatura
p r o j e ç ã o da superfície l í q u i d o - v a p o r sobre o plano P-T, é a curva de pressão de mais baixa. À particular temperatura, indicada por T , chamada temperaturac crí-
vapor : A forma geral desta curva é a mesma para todas as s u b s t â n c i a s , mas a tica, os volumes e s p e c í f i c o s de l í q u i d o e vapor saturados tornam-se iguais. A c i m a
p r e s s ã o de v a p o r a uma dada temperatura varia largamente de uma s u b s t â n c i a para desta temperatura, nenhuma s e p a r a ç ã o em duas fases de diferentes densidades
outra. A s s i m , à temperatura de 2 0 ° C , a p r e s s ã o de vapor do m e r c ú r i o é 0,0012 o c o n e em uma c o m p r e s s ã o i s o t é r m i c a de um grande v o l u m e . (Isto é , a fase líquida
T o r r , a da á g u a é 17,5 T o r r e a do C 0 é 42,960 T o r r .
2 n ã o se destaca. Pode ocorrer s e p a r a ç ã o em fase s ó l i d a e gasosa a p r e s s õ e s sufi-
Voltemos ao processo de c o m p r e s s ã o i s o t é r m i c a . N o ponto c, na Fig. 2.6, a cientemente altas.) O valor c o m u m dos volumes e s p e c í f i c o s de líquido e vapor satu-
s u b s t â n c i a e s t á inteiramente na fase líquida. Para diminuir o volume desde o do rados à temperatura c r í t i c a é chamado volume crítico específico, u , e a pressão
c
ponto c a t é o do ponto d, u m grande aumento de p r e s s ã o é requerido, visto que os correspondente é denominada pressão crítica, P - O p o n t o da s u p e r f í c i e P-v-T com
e
Substância T {K)
C P (N m- )
f 2 v (m quilomol"')
c 3
des de um l í q u i d o ;zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
i.e., é u m fluido de alta densidade (pequeno volume e s p e c í f i c o ) e
pequena compressibilidade (a p r e s s ã o cresce rapidamente para pequenos d e c r é s c i - Consideremos agora as m u d a n ç a s de fase em u m processo i s o b á r i c o . Supo-
mos em volume), mas suas propriedades mudam continuamente desde as associa- nhamos que temos um vaso de l í q u i d o aberto para a atmosfera à p r e s s ã o P u no
das a um vapor, no ponto a, a t é as associadas a um líquido, no ponto b. Portanto, é estado representado por zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
<7, na F i g . 2.12. Se a temperatura for aumentada à p r e s s ã o
p o s s í v e l converter um vapor em u m l í q u i d o , sem passar pelo processo de " c o n d e n - 'constante, o ponto representativo se m o v e r á ao longo de uma i s o b á r i c a em d i r e ç ã o
s a ç ã o " , e nenhuma linha n í t i d a pode ser t r a ç a d a , que separe a parte da superfície ao ponto b. Quando o ponto b for a l c a n ç a d o , o sistema se s e p a r a r á em duas fases,
P-v~T c o m a i n d i c a ç ã o " l í q u i d o " da que tem a i n d i c a ç ã o " v a p o r " ou " g á s " . uma representada pelo ponto b e a outra representada pelo ponto c. O volume
A t é aqui usamos os termos " g á s " e " v a p o r " , sem fazer d i s t i n ç ã o entre eles; e específico da fase de vapor é m u i t o maior do que da l í q u i d a , e o v o l u m e d o sistema
a d i s t i n ç ã o é artificial e d e s n e c e s s á r i a , de fato. O termo " v a p o r " é usualmente cresce muito. Este é o familiar f e n ó m e n o de e b u l i ç ã o . Se o vaso estiver aberto, o
aplicado a u m g á s em e q u i l í b r i o c o m seu líquido (i.e., um vapor saturado) o u a um vapor se difundirá na atmosfera. A s s i m , a temperatura T , na qual o l í q u i d o ferve, é
e
g á s a u m a temperatura abaixo da temperatura c r í t i c a , mas as propriedades de um simplesmente a temperatura na q u a l sua p r e s s ã o de vapor é igual à p r e s s ã o externa,
" v a p o r " n ã o diferem das de u m " g á s " em qualquer aspecto essencial. e a curva da p r e s s ã o de vapor, na F i g . 2.8(a), pode t a m b é m ser considerada acurva
Quando a temperatura de um g á s a uma dada p r e s s ã o é maior do que a tempe- do ponto de ebulição. Se a s u b s t â n c i a , cujo diagrama e s t á na F i g . 2.12, é a á g u a
r a t u r a de s a t u r a ç ã o a esta p r e s s ã o , diz-se que o g á s e s t á " s u p e r a q u e c i d o " e é cha- (realmente a curva s ó l i d o - l í q u i d o para a á g u a t e m i n c l i n a ç ã o oposta) e a p r e s s ã o P
t
saturado". Note-se que o termo n ã o implica necessariamente alta temperatura. A sempre tem i n c l i n a ç ã o para c i m a e para a direita, de m o d o que u m aumento na
temperatura de s a t u r a ç ã o d o n i t r o g é n i o à p r e s s ã o de 0,8 bar (sua p r e s s ã o parcial na p r e s s ã o externa sempre resulta em uma e l e v a ç ã o da temperatura de e b u l i ç ã o e
atmosfera terrestre) é - 1 9 7 , 9 ° C , de sorte que o n i t r o g é n i o da atmosfera terrestre vice-versa.
e s t á sempre superaquecido. Se, c o m e ç a n d o c o m o l í q u i d o no ponto a da F i g . 2.12, a temperatura é d i m i -
A l g u é m pode se perguntar se as arestas da superfície s ó l i d o - l í q u i d o podem se nuída enquanto a p r e s s ã o é mantida constante, o ponto representativo se m o v e ao
aproximar u m a da outra, assim como as da superfície l í q u i d o - v a p o r , e se h á um longo de uma linha i s o b á r i c a e m d i r e ç ã o ao ponto d. Neste p o n t o , o sistema nova-
o u t r o ponto c r í t i c o para a t r a n s i ç ã o s ó l i d o - l í q u i d o . U m tal ponto nunca foi obser- mente se separa em duas fases, u m a representada pelo ponto d e a o u t r a pelo ponto
vado; i.e., h á sempre uma d i f e r e n ç a finita de v o l u m e específico o u densidade entre e. Para uma s u b s t â n c i a como a representada na F i g . 2.12, o v o l u m e e s p e c í f i c o do
as fases l í q u i d a e sólida de uma s u b s t â n c i a à mesma temperatura e p r e s s ã o . I s t o n ã o sólido é menor do que o do l í q u i d o , e o volume decresce. O processo é o de conge-
e x c l u i a possibilidade de e x i s t ê n c i a de tais pontos c r í t i c o s a p r e s s õ e s extremamente lamento, e, evidentemente, a l i n h a de equilíbrio s ó l i d o - l í q u i d o em um diagrama/ -T,
3
3 4zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA EQUAÇOES DE E S T A D O — zyxwvutsrqponmlkjihgfe
35
e q u a ç ã o de estado do fio s e r á
sólida somente, ou ambas podem existir em equilíbrio. A t r a n s i ç ã o de uma para a s ã o i s o t é r m i c a ( m ó d u l o de Young*), Aí a á r e a da s e ç ã o reta e a é o coeficiente de
outra tem lugar à temperatura de sublimação t T . Assim, a curva de e q u i l í b r i o d i l a t a ç ã o linear ou a expansibilidade linear. Neste e x e m p l o , a v a r i á v e l intensiva é a
s ó l i d o - v a p o r é t a m b é m a curva do ponto de sublimação. t e n s ã o $F e a variável extensiva é o c o m p r i m e n t o L .
Por..exemplo,_a..temperatura do .ponto tríplice do C 0 é - 5 ó , 6 ° C , c a p r e s s ã o
2
.0 m o m e n t o m a g n é t i c o M de um material p a r a m a g n é t i c o , no interior do.qual h á
correspondente é 5,2 bar. Portanto, n ã o pode existir C 0 líquido à p r e s s ã o a t m o s f é -
2
um campo m a g n é t i c o uniforme de intensidade depende tanto de VC quanto da
rica. Quando é fornecido calor a C 0 sólido (gelo seco) à p r e s s ã o a t m o s f é r i c a , ele
2
temperatura 7\o a temperaturas extremamente baixas e em campos muito
sublima e muda diretamente para a fase de vapor. Evidentemente, pode existir C 0 2
EQUAÇÕES DE ESTADO — 37
36 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
(2.14)
representada pela e q u a ç ã o
(2.15)
AV
lim — =zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
| T - I • (2.17)
ATp lar/
I n c l i n a ç ã o da tangente
nR
P - Hf) - (2-20)
\BTh P P V\dT/p
V P T
inferior indica n ã o somente que P é mantido constante, mas que V deve ser ex-
presso em termos de P e T.
O ponto 2, nas Figs. 2.14 è 2.15, é um segundo ponto da curva i s o b á r i c a , no e o coeficiente de d i l a t a ç ã o v o l u m é t r i c a depende somente da temperatura e é igual
qual o volume é V e a temperatura é 7 . A inclinação da corda, que vai do ponto I
2 2
ao r e c í p r o c o da temperatura. A unidade do coeficiente de d i l a t a ç ã o é , evidente-
ao ponto 2 é mente, 1 K . - 1
40zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA EQUAÇÕES DE ESTADO — 41
1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
dV PdVplV
(2.23) A s f ^ ^ ^ S ^zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
n m ate riais u s u alm e n te fo rn e ce m va l o re s d o s co e -
e 8 Q
VdT f
n cie m e s d e ^ l a Í a ç L L a r a d o s s ó lid o s , re lacio n ad o s co m fi p e la e q u a ç ã o
(2.25)
Portanto, o coeficiente de d i l a t a ç ã o pode ser descrito como o valor limite do au- = 3a.
mento fracionário do volume, dV lV, por m u d a n ç a unitária da temperatura à pres-
P
Isto é , a expansibilidade m é d i a é igual à i n c l i n a ç ã o da corda mostrada na F i g . 2.15. ç ã o da reta tangente a uma curva i s o t é r m i c a em qualquer p o n t o é dada p o r
AVplàTp, dividida pelo volume K , .
U m a vez que tanto a i n c l i n a ç ã o de uma i s o b á r i c a quanto o volume V em geral ídV
I n c l i n a ç ã o da tangente
v a r i a r ã o de ponto a ponto, o coeficiente de d i l a t a ç ã o será uma f u n ç ã o tanto da \BP. 7r*
temperatura quanto da p r e s s ã o . A F i g . 2.16 mostra como o coeficiente de d i l a t a ç ã o
/3 do cobre varia com a temperatura à p r e s s ã o constante de 1 a t m , desde zero Portanto se dV e dP representam os valores limites das d i f e r e n ç a s de volume e
T T
10 x 10
19 x 10
40 x i o _ i 3 r
42zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMOOINÂMICA ESTATÍSTICA tUUAgUtb Ut tblAUU — 43
como f u n ç õ e s da temperatura e da p r e s s ã o , podemos conhecer a e q u a ç ã o de estado
i s o t é r m i c a em qualquer ponto, dividida pelo volume
por i n t e g r a ç ã o da E q . (2-30) ou (2-31). A s s i m , suponhamos que encontramos expe-
rimentalmente, para u m g á s a b a i x a p r e s s ã o , que (3zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
— 1/7 e K = Í/P. E n t ã o , da E q .
K S - . (2.27, (2-31),
V\dP/T
ÚZ. _ éL JL o
ÚL =
O sinal negativo é colocado porque o volume sempre decresce com o aumento da v T p ~ '
p r e s s ã o , de sone que {dV/dP) é inerentemente negativo. O coeficiente de compres-
T
ln V - l n T + l n P = l n (constante),
s ã o mesmo é , portanto, sempre positivo. A unidade do coeficiente de c o m p r e s s ã o é
o r e c í p r o c o da unidade de p r e s s ã o e, no.sistema M K S , é 1 metro quadrado por
e
newton (1 m N ) .
2 _ 1
Para um g á s ideal.
PV
• — == constante,
(2.28) T
estado a r b i t r á r i o V, P, T, obteremos
1 àV T
• K ™ ~ V1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
APJT '
o-: estados 1 e 2 na Fig. 2.14, o u dois estados à mesma temperatura como os estados puderem ser t a m b é m considerados constantes, e n t ã o
2 e 3. Suponhamos, entretanto, dois estados de um sistema que n ã o estejam nem à
mesma p r e s s ã o nem à mesma temperatura, como os estados 1 e 3, na Fig. 2.14. A V - K [ l + 0(T
0 -(T ) - 0 K(P - P )].
0 (2.32)
J ' f e r e n ç a de volume entre os estados depende somente dos estados, e é indepen-
dente de qualquer processo particular pelo qual o sistema c levado de um estado ao zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Portanto, medidas dos coeficientes de d i l a t a ç ã o e de c o m p r e s s ã o , mais um co-
0 ' i t r o . L e v e m o s , portanto, o sistema do estado 1 para o estado 3, primeiramente ao
nhecimento dos valores de V P e T no estado de r e f e r ê n c i a , s ã o suficientes para
longo da t r a j e t ó r i a 1-2, à p r e s s ã o constante P seguida pela trajetória 2-3 à tempera-
0t 0 fll
J ?
e, de acordo c o m a e q u a ç ã o de van der Waals, esta grandeza deveria ter o valor 3/S
(<?U)T ' (du )? 2 1 ° (2.33)
para todas as s u b s t â n c i a s no p o n t o c r í t i c o . (Para u m g á s ideal, evidentemente, a
r a z ã o é igual à unidade.) A Tabela 2.4 arrola alguns valores experimentais. Os dois
U m a das propriedades ú t e i s da e q u a ç ã o de van der Waals é que ela pode ser não s ã o iguais, embora as d i s c r e p â n c i a s n ã o sejam grandes.
resolvida parazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
P e, p o r t a n t o , as derivadas parciais de P s ã o facilmente calculadas.
Encontramos • . .
Tabela 2.4 Valores
experimentais àeP vjRT . t (
Portanto, He 0,327
0,306
a?\ RT 2a o2
0.292
CO» 0,277
BV/T (V - bf H,0 0,233
Hg 0,909
2RT 6a
bf v -
(vzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
4
T R « J . - (2.37)
P c -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— ; ,
t v = 3ò, T = e. (2.34) c
c 27è 2 21Rbe c
dP d T +m dv.
A v a r i a ç ã o de p r e s s ã o para
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA uma v a r i a ç ã o finita de temperatura a v o l u m e cons-
\BT/w \dVfo tante é
CA « 1 (2.43)
Analogamente, visto que podemos ter dV « 0, dT é 0, deve ser verdade que idy
(2.44)
o. (2.40) (iyKizlíaxl"
A s letras x, y e z podem ser identificadas c o m t r ê s v a r i á v e i s quaisquer, cujos valo-
Combinando as Eqs. (2-39) e (2-40). a e q u a ç ã o precedente pode ser posta em uma res especifiquem o estado de qualquer sistema.
forma mais s i m é t r i c a :
2.10 DIFERENCIAIS EXATAS
tm (Êi) tu) m
(2.41) Uma vez que a d i f e r e n ç a de volume entre dois estados de e q u i l í b r i o de um sistema
é independente da natureza de qualquer processo entre os e s t a d o s , podemos
t a m b é m avaliar a d i f e r e n ç a de volume entre os estados 1 e 3, na F i g . 2.14 ao Ion'./,
Note-se que, nesta e q u a ç ã o , o denominador em cada derivada parcial é o numera- da trajetória 1-4-3. E m nossa primeira d e r i v a ç ã o , em que usamos a t r a j e t ó r i a 1-2-.',
dor da seguinte, e os s í m b o l o s V, P e T ocorrem ciclicamente em cada derivada a p r e s s ã o ao longo da parte 1-2 tinha o valor constante P e a temperatura ao lor.r.
í%
parcial.
da parte 2-3 tinha o valor constante 7 . Portanto, escrevemos a E q . (2-29) exp!;:.-
2
Para ilustrar o uso das e q u a ç õ e s precedentes, suponhamos que desejamos cal- tamente c o m o - — . . .
cular o aumento da p r e s s ã o quando a temperatura de um sistema é aumentada, mas
não se permite que o sistema se expanda. Isto é , queremos o valor da derivada
parcial {dPJdT)y. Tendo medido o coeficiente de d i l a t a ç ã o v o l u m é t r i c a e o coefi-
ciente de c o m p r e s s ã o de u m material, n ã o é n e c e s s á r i o executar uma terceira s é r i e
'
( - )zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
de experimentos para encontrar a d e p e n d ê n c i a da p r e s s ã o para c o m a temperatura a
volume constante. S e g u e - s e ^ a Eq..(2-4.1) que ^oi-i -* Ao lónuo da trajetória M - 3 i -i-r- — •-.
m (dV/ÕT) P
(2.42)
dm \dVldP) T
— KV
EQUAÇÕES DE ESTADO - 49
48zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
A dV — 0, (2.48)
U m a vez que estas v a r i a ç õ e s de volume s ã o iguais, segue-se que
(2.45) fechada.
dP dT Reciprocamente, se a integral de u m a diferencial entre dois estados a r b i t r á r i o s
é independente da t r a j e t ó r i a . a integral ao longo de q u a í q u e r t r a j e t ó r i a fechada é
N o l i m i t e , quando dP e dT se aproximam de zero, podemos considerar que a
nula, e a diferencial é exata.
derivada parcial {dVjdT) é avaliada no ponto 4 e a derivada parcial (òV\òT)
P é Px
U m teste para se saber se uma diferencial é o u n ã o exata é o que se segue. A
avaliada no ponto / que e s t á à mesma temperatura d o p o n t o a . O numerador no diferencial exata dV pode ser escrita
p r i m e i r o membro da E q . (2-45) é , pois, a variação do valor desta derivada parcial,
quando a p r e s s ã o é variada de dP, de Pj a P à temperatura constante. Quando
it
d_ BV
2
a diferencial dz é exata se
ou
ÍBT \BP1T. p dT BP dM _ BN_ (2.49)
dV 2 d-V
(2.46)
PROBLEMAS
BP BT ~ dT BP ' 2.1 A tabela abaixo fornece valores correspondentes da pressão e volume específicos do
vapor nas três temperaturas de 700°F, 1150°F e I600°F. Sem converter para unidade M K S ,
I s t o é,' o valor da segunda derivada parcial mista é independente da ordem de deri- compute a razão PvJT a cada temperatura e pressão; para cada temperatura lance estas razões
vação. num gráfico como função da pressão. Estime o valor extrapolado de Pv/T. quando / ' se apto
Note-se que o resultado precedente é verdadeiro somente se a d i f e r e n ç a de xima de z;ro, e encontre o valor de R em J quilomol K " . -1 1
) Y i d V s = V t- V»zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(2.472 C O : í rfssão de'3 x 10' N «T- 'V&Zgg**ffi " e m u m tanque de volume 0,5 m'.>
temperatura, quantos qu.lomoles de C O , e s t a r ã o =<g« l? u m á s i d e a
• específico u, e temperaturazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
T A pressão e o volume são simultaneamente aumentados, de
v
2.7 Se n moles de um gás ideal podem ser bombeados através de um tubo de diâmetro d a 4
modo que, em cada instante, P e v são relacionados pela equação K , qual deve ser o diâmetro do tubo para se bombear o mesmo número de moles a 300 K?
P zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
= Av
t
.2.8 A Fig. 2.20 mostra cinco processos, a - b, b - c, c - d, d - a e a - c, em um gráfico
r n oplano P-v para um gás ideal em um sistema fechado. Mostre os mesmos processos fa) no
plano P-T e (b) no plano T-v. (c) Localize os quatro pontos de interseção das linhas na superfí-
onde A é uma constante, (a) Expresse a constante A em termos da pressão P a temperatura
u cie P-v~T da Fig, 2,2, que correspondem aos pontos a, b, c, d da Fig, 2.20.
T. e a constante dos gases/?, (b) Faça o gráfico que representa o processo acima no plano P-v.
(c) Encontre a temperatura, quando o volume específico for dobrado, se 7j = 200 K . 2.9 Na Fig. 2,20, seja P = 10 x 10/ N n r , />, - 4 X IO N n r , t; *= 2,5 m q u i l o m o l .
2 1 1 3 3 t 3 -1
Encontre (a) a temperatura T, (b) o volume específico u , (c) a temperatura nos pontos b e d, a
2.4 O tubo em forma de U , na Fig. 2.18, de I cm de seção reta uniforme, contém mercúrio
3
(d) o volume V no ponto ÍI se o sistema consistir de 4 quilomoles de hidrogénio, (e) a massa do
até'a altura mostrada. A pressão barométrica é de 750 Torr. O lado esquerdo do tubo está hidrogénio.
agora fechado no tcpo, e o lado direito está conectado a uma boa bomba de vácuo, (a) Quanto
o nível do mercúrio desce no lado esquerdo e (b) q u a l é a pressão final do ar encerrado? A 2.10 Um tanque de 0,5 m contém oxigénio a uma pressão absoluta de 1,5 x IO N n r e à
3 8 2
temperatura permanece constante. temperatura de 20° C. Suponha que o oxigénio se comporta como um gás ideal, (a) Quantos
quilomoles de oxigénio há no tanque? (b) Quantos quilogramas? (c) Encontre a pressão se a
2.5 O lado esquerdo do tubo em U , na Fig. 2.18, está fechado no topo. (a) Se a temperatura temperatura for aumentada para 500°C. (d) A uma temperatura de 20°C, quantos quilomoles
inicial é 300 K , encontre a temperatura T na qual a coluna de ar da esquerda tem 60 cm de podem ser removidos'do tanque antes que a pressão caia a 10 por cento da pressão original?
comprimento. A pressão barométrica permanece constante a 750 Torr. (b) Esboce as isoter-
mas a 300 K e à temperatura T no plano P-v, e mostre a curva que representa o processo no 2.11' Um cilindro provido de um êmbolo móvel contém uma certo quantidade de ar. Inicial-
qual o gás na parte esquerda do tubo em U sofre quando sua temperatura aumenta. mente, a pressão do nr é 2 x IO N m~ , o volume é 0,5 m e a temperatura é 300 K . Suponha
7 a 3
que o ar seja um gás ideal, (a) Qual é o volume final do ar se cie se expande isotermicamente
2.6 O tubo em J, de seção reta uniforme, na Fig. 2.19, contém ar à pressão atmosférica. A até uma pressão de 1 x 10' N m~ , sendo que o êmbolo se move para fora para permitir o
5
altura barométrica é h . É derramado mercúrio no lado aberto, encerrando o ar na extremi-
0
aumento de volume do ar? (b) Qual será a temperatura final do ar se o êmbolo permanecer
dade do lado fechado. Qual a altura h da coluna de mercúrio no lado fechado, quando o lado fixo em sua posição inicial e o sistema for resfriado até que a pressão seja de I x 10 N n r ? T 1
aberto está completamente cheio de mercúrio? Suponha que a temperatura seja constante, e (c) Quais são a temperatura e o voluma finais do ar, se ele se expande isòtermicamente das
que o ar seja'um gás ideal. Despreze qualquer efeito da curvatura do fundo. Como exemplo condições iniciais até a pressão de 1,5 x IO N m~ e, então, ele é resfriado a volume cons-
7 s
numérico, faça h = 0,75 m.
a = 0,25 m e / i = 2,25 m.
2
tante até que a pressão seja de 1 x 10 N m~ ? (dl Quais são a temperatura e o volume finais
T a
T
50 cm
' ideal B. Estes gases não reagem quimicamente, (a) Mostre que n pressão total P do sistemn è
dada por
onde p e p são as pressões que cada gás exerceria se estivesse só no volume. A grandeza p
A H A
é chamada a pressão parcial do gás A, e a Eq.'(2-50) é conhecida como a lei de Dalton* das
pressões parciais, (b) Mostre que p - x P, onde x é a fração de moles de A no sistema.
À A A
- 2.13 Em todos os chamados gases diatômicos, algumas das moléculas estão dissociadas em
Fig. 2.18 Fig. 2.19 : / átomos separados, a fração dissociada aumentando com a temperatura, O gás como'um todo
consiste, então, em uma porção diatômica e outra monoatômicn. Muito embora cada compo-
nente possa ntuar como um gás ideal, a mistura não o é. porque o número de moles varia com
a temperatura, O grau de dissociação 8 de um gás diatòmico é definido como a rnzão da massa
rtt\a porção monoatômica para a massa total m do sistema
6 « mjm. •
PV - (ó + \)(m!M )RT 2 t
/*V/m para vapor iodado a três temperaturas diferentes. Calcule e mostre, em um gráfico o (b) Qual é a expressão dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(3, se a = b = 0 (gás ideal)?
grau de dissociação como função da temperatura.
2 22 (a) Mostre que o coeficiente de compressão de um gás de van der Waals é
• v (v - bf 2
Ép! 2.23 Uma equação de estado aproximada é P(v — b) = RT. (a) Calcule os coeficientes de zyxwvutsrqp
-.J;
; dilatação e de compressão para uma substância que obedeça a esta equação de estado, (b)
Íl [ Mostre que as equações correspondentes para um gás de van der Waals (veja Problemas 2.21
2.14 Um vaso contém C O à temperatura d e - I 3 7 ° C . O volume específico é 0,0700 m
s 3
e 2.22; se reduzem às expressões derivadas em (a), quando a = 0.
quilomol"'. Calcule a pressão em N m (a) a partir da equação dos gases ideais, (b) a partir
- a
da equação de van der Waals. (c) Calcule a razão Pu/7* em J quilomol" K " ' para as duas ,2.24 Uma substância hipotética tem um coeficiente de compressão isotérmica K = a/tt, e um
1
pressões acima, e compare com os valores experimentais encontrados na Fig. 2.1 supondozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Tj *M. coeficiente de dilatação f3 = 2bTlv, onde a e b são constantes, (a) Mostre que a equação de
- 137°C. Cf ' ' estado é dada por v — bT- + aP — constante, (b) Se a uma pressão P e temperatura T„. o
1 0
é diminuído isotermicamente. Faça um gráfico do processo no plano P-o, aproximadamente • .•í " ciente de dilatação £ = bT-IP, onde a e b são constantes. Encontre a equação de estado da
em escala. .% substância e a razão afb.
2.16 As constantes críticas do C 0 são dadas na Tabela 2.3. A 299 K , a pressão de vapor é
2
2 26 Da equação de estado dada pela Eq. ( 2 - 1 2 ) , calcule (a) a razão de variação do compri-
66 x IO N m , e os volumes específicos do líquido e do vapor são, respectivamente, 0,063 e
3 - 5
mento de uma barra com a temperatura, quando a tensão é mantida constante; (b) a razão com
0,2 m quilomol" . No ponto tríplice, 7* = 216 K , P =-5,1 x IO N m"', e os volumes específi-
3 1 5
que varia o comprimento de uma barra com a tensão, quando a temperatura e constante; (c) a
cos do sólido e do líquido s ã o , respectivamente, 0,029 e 0.037 m quilomol"'. (a) Construa 3
g variação dT na temperatura que é necessária para manter o comprimento constante, quando
quanto você puder no diagrama P-o para o C 0 correspondente à Fig. 2.5. (b) Um mol de CO^
2 ' s há uma pequena variação dS* na tensão. Suponha que o módulo de Young seja independente
sólido é introduzido em um vaso, cujo volume varia com a pressão de acordo com a relação P f. da temperatura.
— 7 x J0 V, onde V está em m e P em N m" . Descreva as mudanças no conteúdo do vaso,
T 3 3
quando a temperatura é lentamente aumentada para 310 K. g 2.27 Uma estrada de ferro é estendida sem juntas de dilatação em um deserto onde as tem-
* peraturas diurna e notuma diferem de AT = 50 K . A área da seção reta dos trilhos é A = 3 . 6
2.17 Mostre que /3 - 3a para um sólido isotrópico. 5 . \ x I0" m \ módulo Ue Young Y é 20 X 10 N m~-, e o coeficiente de dilatação linear a - 8
:t ; IU
•É x 10" (K)~ . (a) Se o comprimento da estrada é mantido constante, qual a diferença na tensão
6 l
L 2.18 (a) Mostre que o coeficiente de dilatação volumétrica pode ser expresso como p nos trilhos do dia para a noite? (b) Se a tensão for nula quando a temperatura é mínima, qual o
,!•-, seu valor quando a temperatura é máxima? (c) Se a estiada tem 15.000 m de comprimento e é
fv'. livre para se dilatar, qual a diferença de comprimento entre o dia e a noite? (d) Que derivadas
3 |( parciais devem ser calculadas para se responder as questões precedentes?
I.- <<2.29 Usando as constantes críticas encontradas na Tabela 2.3. calcule o valor de b na equa-
g-- / ção de van der Waals para o C0 (a) a partir de v e (b) a partir de T e P .
2 e c c
- 1 (\ dp £ , 2,30 (a) Mostre que as constantes críticas de uma substância que obedece á equação de
! ' \* de estado, P(v - b) exp (afvRT) = RT, .são
2.19 A temperatura de um bloco de cobre é aumentada de 400 K para 410 K . Que variação P c = afie-b-, vc = 2b, T
c = aJ4Rb.
na pressão é necessária para manter o volume constante? Obtenha os. dados necessários na
Fig. 2.16. • I
•fik. (bj Compare a razão P v lRT c v v para um gás de Dieterici com os valores experimentais dados na
2.20 Projete um termómetro de mercúrio-em-vidro.para ser usado a temperaturas próximas à % . Tabela 2.4.
temperatura ambiente. O comprimento da coluna de mercúrio deverá variar um centímetro
por grau C. Suponha que o coeficiente de dilatação volumétrica do mercúrio seja 2 x 10~ 4 É > 2.31 Deduza a Eq. (2-38). O /<-
K ~ \ que seja independente da temperatura para temperaturas próximas da temperatura am- 2.32 (a) Usando a relação cíclica Eq, (2-41), encontre o coeficiente de dilatação /3 de uma
biente, .e que o coeficiente de dilatação volumétrica do vidro seja essencialmente nula. |U;-- substância que obedece à equação de. Dieterici.de estado, dada no Problema 2.30. (b) A altas
^^•.^.temperaturase grandes volumes específicos, todos os gases se aproximam de um gás ideal.
Verifique que. para grandes valores de T e u,~à equação de "Dieterici e a expressão de 0
y 2 " 2 Í W MostrTque d coeficiente de dilatação volumétrica de um gás de van der Waals è £//
derivada em (a) aproximam-se das equações correspondentes para um gás ideal.
54zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
. 2.33 Encontre.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
{dPfdT) para gases que obedecem (a) à equação de estado de van der Waals,
r
t
[bí à equação de estado aproximada do Problema 2.23 e (c) à equação de Dieterici (Problema
2 30).
2.35 > (a) Use o fato de dv ser uma diferencial exata e as definições de/3 e « para provar que
3
(bl Da Fig. 2-16, obtenha uma equação linear que dê aproximadamente a relação entrezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ke 7
para o cobre a uma pressão constante de 1 atm e a T = 1000 K. (c) Calcule a variação do
coeficiente de dilatação do cobre com a pressão à temperatura constante, (d) Calcule o coefi-
':,
ciente de dilatação do cobre a ,!000 K e 1 atm, e calcule a variação fracionária do volume do
Cobre, quando a pressão é aumentada isotermicamente para 1000 atm. Suponha que {ilj3(ôP) T
A Primeira Lei da Termodinâmica
seja independente da pressão.
2.36. Use a relação do problema anterior para mostrar que os dados dos Problemas 2.24 e
2.25 são consistentes.
i' 2.37 Mostre que o momento magnético, M, de um material paramagnético é uma função de
estado, ao mostrar que dM é uma diferencial exata.
3.1 INTRODUÇÃO
I -
3.2 TRABALHO EM UMA VARIAÇÃO D E VOLUME
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
54 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
2.33 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Encontre {dPf3T) para gases que obedecem (a) à e q u a ç ã o de estado de van der Waals,
e
2.35 ) (a) U s e o fato de dv ser uma diferencial exata e as d e f i n i ç õ e s de {3 e K para provar que
5
(bl D a Fig. 2-16, obtenha uma e q u a ç ã o linear que dê aproximadamente a r e l a ç ã o entre « e í
paia o cobre a uma p r e s s ã o constante de I atm e a T = 1000 K . (c) Calcule a v a r i a ç ã o do
seja independente da p r e s s ã o .
2.36, U s e a relação do problema anterior para mostrar que os dados dos Problemas 2.24 e
2.25 s ã o consistentes.
3.4 O . T R A B A L H O D E P E N D E DA T R A J E T Ó R I A
3.5 T R A B A L H O DA C O N F I G U R A Ç Ã O E T R A B A L H O DISSIPATIVO
3.6 A P R I M E I R A L E I DA T E R M O D I N Â M I C A
3.9 | Q F L U X O D E C A L O R D E P E N D E D A T R A J E T Ó R I A
3.10- O . E Q U I V A L E N T E M E C Â N I C O D O C A L O R
3.11, C A P A C I D A D E T É R M I C A
3.12 C A L O R D E T R A N S F O R M A Ç Ã O . E N T A L P I A
3.13 F O R M A G E R A L DA P R I M E I R A L E I
3.14 E Q U A Ç Ã O DA E N E R G I A D O E S C O A M E N T O ESTACIONÁRIO
3.1 INTRODUÇÃO
tretanto, é conveniente expressar o trabalho em termos de propriedades termodi- positivo, e ao trabalho feito pelo sistema corresponde trabalho negativo. Neste li-
nâmicas do sistema e iniciaremos pela consideração do trabalho em uma variação vra, entretanto, manteremos a convenção de sinal habitual em termodinâmica, nu
de volume. qual o trabalho feito pelo sistema é positivo.
A unidade MKS de pressão é 1 newton por metro quadrado (1 N m~ ) e a 2
trabalho total IV é
d'W = P j dA
t ds.
(3-3)
= PdV.
A integral é igual ao volume entre as duas fronteiras, ou o aumento dV no volume
do sistema. Portanto,
"Quando "a i ^ i ^ o Í f ^ ^ - é i ^ ^ ^ P pode ser expresso corno função
d'W=P dV.
% (3-1) de V através da equação de estado do sistema e a integral pode ser avaliada
A relação entre a pressão e o volume de um sistema, em qualquer processo
Assim, quando um sistema se expande contra uma pressão externa, dV é posi- r e v e r t a por uma curva no plano P-V O trabalho^em _uma
tivo e dizemos que é feito trabalho pelo sistema. Quando o sistema é comprimido,» pequena variação de volume dV é representado pela á r e a P dV de uma estreita taixa
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
58 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA A PRIMhlHA L t l UA itrwviuui
P = nRTjV.
f " àV
V V b
vertical como a mostrada sombreada na Fig. 3.2. O trabalho total W em um pro- A Fig. 3.4 representa um fio sob tensão. A extremidade esquerda do fio é fixa, e
cesso finito é proporcional à área entre a curva representativa do processo e o eixo uma força externa tracionando o fío, atua na extremidade direita. Quando o fio
horizontal, limitada por linhas verticais como V„ e V . O trabalho é positivo se o
h sofre uma pequena distensão, cujo aumento é ds = dL, HF e dL são de mesmo r
processo se efetua no sentido mostrado, do estado a para o estado b. Se o processo sentido, e o trabalho da força SP é d'W = -3P dL.
e Se o processo for reversível, a
e
sc efetua no sentido oposto, o trabalho é negativo. força externa & será igual à tensão
t no fio e
A seguir avaliamos / P dV para alguns processos reversíveis.
Em qualquer processo isocóneo, o trabalho é evidentemente nulo, uma vez d'W = dL. (3-6) *
que, em tais processos, V — constante.
Ern um processo isobárico, a pressão é constante e Se dL é positivo, dW é negativo, e é feito trabalho sobre o fio. Se o fio é encurtado,
dL é negativo, d'W é positivo, e é feito trabalho pelo fio. A unidade MKS de tensão
é 1 newton (1 N) e a unidade de comprimento é 1 metro (1 m).
W = p f dV = P(V - b V ).
a ' (3-4)
Jr.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
Fig. 3.4 O trabalho feito sobre um fio ao aumentar seu comprimento de dL é 9, dL.
Fig. 3.3,A área'sombreada representa o trabalho (a) em um processo isobárico, (b) em um processo iso-
térmico.
L '
e, eliminando/, obtemos
célula será nula. Se V„ for infinitesimalmente maior que % haverá uma corrente na
0
b y
mentar o campo no vácuo, se o bastão não estivesse presente, visto que em tal haverá uma corrente na célula no sentido oposto. Uma vez que a corrente na célula
caso M e dJÍ seriam nulos. O segundo termo é, portanto, o trabalho associado à pode-ser invertida por uma variação infinitesimal de V , o processo que tem lugar
ab
variação da magnetização do bastão. na célula é reversível na acepção termodinâmica. Se, além disso, as substâncias
reagentes na célula forem escolhidas adequadamente, a reação química na célula
O momento magnético M de um exemplar de volume V é M = VM, mas para
será invertida quando a corrente for invertida, e chamamos uma célula deste tipo de
evitar o aparecimento da constante magnética = 4rr x IO" henry m~' ( H m ) * 7 -1
célula reversível.
em nossas equações, seja o momento magnético definido como
A potência fornecida à célula ou pela célula é dada por 0* = onde / é a
corrente na célula. O trabalho em um pequeno intervalo de tempo dt é
A/ = ^VJé. .(3-9)
d'W = -^ dx
e = -loLdx,
onde o sinal negativo aparece porque & e dx são de mesmo sentido. A superfície
r
d A « 2L dx
e. portanto,
3.4 O T R A B A L H O DEPENDE DA T R A J E T Ó R I A
Suponha que um sistema PVT seja levado de um estado inicial a para um estado
final b por dois processos reversíveis diferentes, representados pelas trajetórias 1 e 3.5 T R A B A L H O DA C O N F I G U R A Ç Ã O E T R A B A L H O D I S S I P A T I V O
I I , na Fig. 3.7. A expressão do trabalho W em ambos os processos é
Em todos os exemplos nas seções precedentes, o trabalho em um processo reversí-
vel é dado pelo produto de alguma variável intensiva (P, cr) por alguma variá-
W =J" d'W = J "pdV. vel extensiva (V, M, Z, A). Seja Y qualquer uma destas variáveis intensivas e X a
variável extensiva correspondente. No caso mais geral em que mais de um par de
variáveis pode estar envolvido
Embora o trabalho ao longo de ambas as trajetórias seja dado pela integral de P
c/V, a pressão P é uma função diferente de V ao longo das duas trajetórias e, por- d'W - Y êX
x x + Y dX
% % + • •» J YdX, (3-15)
tanto, o trabalho também é diferente. O trabalho no processo I corresponde à área
sombreada sob a trajetória I ; o trabalho no processo 11 corresponde à área forte- subentendendo-se que cada produto deve ser tomado com o sinal algébrico apro-
mente sombreada sob a trajetória I I . Portanto, em contraste com a variação de priado: P dV — Vt dM, etc. Diz-se que as variáveis extensivas X , X , etc, deter-
x t
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
64 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA — 65
3.6 A P R I M E I R A L E I DA T E R M O D I N Â M I C A
vzzzzzzzzzzzzzn Há muitos processos diferentes pelos quais um sistema pode ser levado de um
estado de equilíbrio para outro, e em geral o trabalho realizado pelo sistema é dife-
rente em processos diferentes. De todos os processos possíveis entre dois estados
dados, selecionemos aqueles que s ã o a d i a h ã t i v o s * Isto é, o sistema é envolvido por
uma fronteira adiabática e sua temperatura é independente da temperatura das vizi-
Yihanças. A fronteira não precisa ser rígida, de modo que trabalho de configuração
pode ser realizado sobre o sistema ou pelo sistema. Suponhamos também que possa
ser realizado trabalho dissipativo sobre o sistema, e que não haja mudança na ener-
gia cinética nem na energia potencial do sistema.
Embora consideremos somente processos adiabáticos, muitos de tais processos
são possíveis entre um dado par de estados. A Fig. 3.9 mostra uns poucos deles. O
e P é zero. sistema, inicialmente no estado a, em primeiro lugar perfaz uma expansão adiabá-
Fig. 3.8 Em uma expansão livre de um gás, o trabalho da configuração é nulo, uma vez quezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
tica livre (representada por uma linha hachurada) de a para c. Nenhum trabalho de
configuração é realizado neste processo, e supomos que não há trabalho dissipa-
muito leve, originalmente preso na posição do diafragma e, então, abandonado. O tivo. O sistema, em seguida, perfaz uma expansão adiabática reversível para o es-
processo é conhecido como uma expansão livre. tado b\e processo, o trabalho da configuração é representado pela área som-
Uma vez que o espaço acima do diafragma está evacuado, a pressão externazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
r P breada sob a linha vb, e, uma vez que o trabalho dissipativo é nulo em qualquer
sobre o diafragma é nula. O trabalho em uma expansão livre é, portanto. processo reversível, esta área sombreada representa o trabalho total no processo
a-i-b.
W = P„ dV « 0,
P
discutidos na Seç. 3.13. mesmo em todos eles. O trabalho adiabático define, então, as diferenças de energia
interna U - U„. b
3.7 E N E R G I A INTERNA
3.8 F L U X O DE C A L O R
O trabalho total W em qualquer processo adiabático é a soma dos trabalhos d'W
nii nd
em cada estágio do processo: A primeira lei da termodinâmica torna possível definir a energia interna U de um
sistema como uma propriedade do sistema, cuja variação entre dois estados de equi-
líbrio^ igual ao trabalho total com o sinal trocado em qualquer processo adiabático
entre os estados. Consideremos agora processos entre um dado par de estados de
W»d = Í d'W.d-
equilíbrio que não são adiabáticos. Isto é, o sistema não está termicamente isolado de
suas vizinhanças, mas faz contato via uma fronteira não-adiabática com um ou mais
Embora a diferencial d'W seja em geral inexata e o trabalho VV tenha valores dife- sistemas, cuja temperatura difere da do sistema sob consideração. Nestas circuns-
rentes para diferentes trajetórias, a diferencial d'W, é exata no sentido de que o
t(1
tâncias se diz que há um/laxo de calor Q entre o sistema e suas vizinhanças.
trabalho é o mesmo ao longo de todas as trajetórias adiabáticos entre um dado par O fluxo de calor Q é definido quantitativamente em termos do trabalho em um
de estados que tenha a mesma energia cinética e a mesma energia potencial. Por- processo como se segue. O trabalho total W em um processo /mo-adiabático entre
tanto, é possível definir uma propriedade de um sistema, representada por U, tal um dado par de estados de equilíbrio difere de um processo para outro, e difere
que a diferença entre seus vaiores em um estado a e um estado b seja igual ao também do trabalho W „ em um processo adiabático entre o mesmo -par de estados.
a
trabalho total feito pelo sistema ao longo de qualquer trajetória adiabática de ÍÍ para Definimos o fluxo de calor Q para o sistema em qualquer processo como a dife-
b. Esta propriedade é chamada a energia interna do sistema. rença entre o trabalho VV e o trabalho adiabático W :ad
O valor da energia interna (a menos de uma constante arbitrária que não afeta
os valores de diferenças de energia interna) só depende do estado do sistema e, Q=W~ W^. (3-17)
portanto, dU é uma diferencial exata. Convencionalmente define-se dU como o
trabalho adiabático d'W feito pelo sistema, mas com o sinal ttbtado, ou seja,
ad O fluxo de calor para um sistema, como a variação de sua energia interna, é
como o trabalho adiabático feito sobre o sistema. Assim, assim definido inteiramente em termos de trabalho mecânico, e a unidade de Q é
obviamente 1 joule. O procedimento que seguimos parece muito diferente daquele
dU= -d'W^. de definir uma unidade de calor como o fluxo de calor para 1 grama de água,
quando sua temperatura é aumentada de 1 grau Celsius (a caloria), ou o tluxo de
Para dois estados cuja diferença é finita, calor para I libra massa de água, quando sua temperatura é aumentada de I grau
Fahrenheit (o Btu, abreviação de British thermal unit). A vantagem do método que
usamos é que a unidade de calor é definida em termos absolutos e não envolve as
propriedades de um material em particular. Voltaremos a este ponto na Seç. 3.10.
Dependendo da natureza do processo, o trabalho W pode ser maior ou menor
que o trabalho adiabático W e, portanto, o sinal algébrico de Q pode ser positivo
a/i
, J l- - ^ r ^ . - ; ^ ^ ^ ^ U =W ,
b Ái — - — - ( 3 - 1 6 ) - negativo, haverá um f]u)íò'âe~c?L\of'saíndo'àà"sistema.'O fluxo de calor pode ser
positivo em algumas partes de um processo e negativo em outras. Então, Q é igual
Isto é, o trabalho total W , feito pelo sistema em qualquer proceso adiabático entre
oti
ao fluxo líquido de calor para o sistema. .*
dois estados a e b tendo as mesmas energias cinética e potencial, é igual ao decrês-. Uma vez que são atribuídos valores numéricos de temperatura, de tal modo
—. Ut) da energia interna do sistema. Assim, um gás se expandindo contra
cimo (O zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a
que flui calor por condução de uma temperatura mais alta para uma temperatura
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
63 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA — 69
mais baixa, segue-se que, se a temperatura das vizinhanças for maior que a do Mais geralmente, para um sistema de qualquer natureza em um processo reversível,
sistema, haverá um fluxo de calorzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
para o sistema e O será positivo. Se a tempera-
tura das vizinhanças,for menor que a temperatura do sistema, haverá um fluxo de dU=d'Q - J YdX. (3-21)
calor saindo do sistema e Q será negativo.
Uma mudança reversível na temperatura de um sistema, como foi discutido na
Seç. 1..9, pode ser descrita agora em termos de fluxo de calor. Se a temperatura de 3 . 9 O F L U X O DE C A L O R DEPENDE D A T R A J E T Ó R I A
um sistema tem uma diferença apenas infinitesimal da temperatura das vizinhanças,
o sentido do fluxo pode ser invertido por uma variação infinitesimal da temperatura As Eqs. (3-18) e (3-19) podem ser escritas
do sistema, e o fluxo de calor é reversível.
Se um processo é adiabático, o trabalho VV é simplesmente o trabalho adiabá- Q = ( u - u) + w b a >
tico VV e, da Eq. (3-17), temos que o fluxo de calor Q é nulo. Isto justifica a
d'Q = dU + d'W.
n(i
afirmativa, feita na Seç. 1.5, de que uma fronteira adiabática pode ser descrita como
aquela em que não há fluxo de calor que a atravesse, mesmo que haja diferença de
temperatura entre as superfícies da fronteira. Uma fronteira adiabática é um isola- Para um dado par de estados inicial e final, os valores de (U - U ), ou de dU, são b n
dor de calor ideal. os mesmos para todos os processos entre os estados. Entretanto, como vimos, os
Desde que o trabalho adiabático, realizado por um sistema em um processo, a valores de VV ou de d'W são diferentes para processos diferentes e, consequente-
partir de um estado inicial a para um estado final b, seja, por definição, igual ao mente, os fluxos de calor O ou d'Q são diferentes também. Assim d'0, do mesmo
decréscimo da energia interna do sistema, U - U , a Eq. (3-17) poderá ser escrita
n b modo que d'W, é uma diferencial inexata, e O não épropriedade de sistema algum.
O calor, como o trabalho, é uma função de trajetória e não uma função de ponto, e
U-
b U = Q - W.
a (3-18) só tem significação em conexão com um processo. O fluxo líquido de calor O. para
um sistema em qualquer processo entre estados a e b, é a soma dos d'Q em cada
A-diferença U — U é o acréscimo na energia interna, e a Eq. (3-18) afirma que o
b n estágio do processo e podemos escrever
acréscimo na energia interna de um sistema, en\ processo em que nãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
há
variação nas energias cinética e potencial do sistema, é igual ao fluxo líquido de
calor Q para o sistema menos o trabalho total VV realizado pelo sistema.
tema", neste estado de referência. O "calor" em algum outro estado seria então
Isto é. Q é positivo quando há um fluxo de calor para o sistema e W é positivo quando é igual ao "calor" O mais o fluxo de calor Q para o sistema em um processo indo de
a
realizado trabalho sobre o sistema. O acréscimo na energia interna é. então, igual ksoma estado de referência para este outro estado. Mas o fluxo de calor é diferente para
do fluxo de calor para o sistema e o trabalho feito sobre o sistema. Esta convenção de diferentes processos entre os estados, e é impossível atribuir qualquer valor defi-
sinal é mais lógica, e é usada por alguns autores. nido ao "calor" no segundo estado.
Em um processo cíclico, os estados extremos coincidem; não há variação n;i
Se o fluxo de calor e o trabalho são ambos muito pequenos, a variação da energia interna e, da Eq. (3-18). tem-se Q = VV. Em um tal processo, o fluxo líquido
energia interna é muito pequena também e a Eq. (3-18) se torna de calor para o sistema se iguala ao trabalho líquido VV, realizado pelo sistema
Porém, o fluxo líquido de calor Q não é necessariamente nulo, visto que-o trabalha
dU m d'Q - d'W. (3-19) líquido VV não é necessariamente nulo e tudo que podemos dizer é que
cesso adiabático à configuração constante. Será este o caso," por exemplo, se for
dU = < f g - PdV. (3-20) feito trabalho sobre um dispositivo de fricção, imerso ém um fluido' mantido a vo-
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
feito sobre um sistema é inerentemente negativo, podemos escrever Então, com cinco algarismos significativos,
U -U.=
b \W \.
A • (3-22) 1 caloria IT = 4,1860 joules. (3-25)
Isto é, o acréscimo na energia interna do sistema é igual à magnitude do trabalho A arbitrariedade aparente do número 860 foi uma escolha para que.a caloria I T
diõsipativo feito sobre o sistema. concordasse muito de perto com o valor experimental da caloria de 15 graus.
Por outro lado. em um processo em que o trabalho de configuração e o traba- Uma vez que as relações entre o joule e o pé-libra, entre o grama e a libra-
lho dissipativo sejam ambos nulos, mas que haja um fluxo de calor Q para o sis- massa, e entre os graus Celsius e Fahrenheit, são também questões de definição e
tema, a variação da energia interna será não estão sujeitas à incerteza experimental, o Btu é também definido exatamente
em termos do Joule. Com cinco algarismos significativos
U -
b U = Q.
a (3-23)
1 Btu = 778,28 pés-libras. (3-26)
Se as Eqs. (3-22) e (3-23) se referirem ao mesmo par de estados extremos, o
fluxo de calor O, no segundo processo, será igual ao trabalho dissipativo no pri- Esta definição da caloria e também do Btu. como múltiplos exatos do joule,
meiro. Do ponto de vista do sistema, é indiferente se a energia interna aumentou tem o efeito de tornar estas unidades obsoletas e. em física experimental, é costume
poi realização de trabalho dissipativo ou por um influxo de calor proveniente das atual expressar quantidades de calor em joules. Entretanto, a caloria e o Btu estão
vizinhanças. tão profundamente enraizados na literatura científica e de engenharia, que é muito
Estes dois processos ilustram o que se quer dizer com a afirmativa comum, provável que ainda se passem muitos anos antes que seu uso desapareça inteira-
forem imprecisa, de que em um processo dissipativo "trabalho é convertido em mente.
calor". Tudo que se pode realmente dizer é que a variação na energia interna de Por muitos anos se pensou que o calor era uma substância contida nos corpos.
um sistema, em um processo dissipativo. é a mesma, como se houvesse um fluxo A primeira evidência conclusiva em contrário foi dada pelo conde Rumford,* que
de calor Q para o sistema, igual em magnitude ao trabalho dissipativo. observou o aumento de temperatura das aparas produzidas na perfuração de ca-
Como um outro caso especial, suponhamos que seja léíto um trabalho dissipa- nhões. Ele concluiu que o fluxo de calor para as aparas era causado pelo trabalho
tivo VV',, sobre um sistema a configuração constante, e que. ao mesmo tempo, haja de perfuração. As mais antigas medições precisas do equivalente mecânico do calor
um fluxo de calor Q para fora do sistema, igual em magnitude a VV,,. A energia foram feitas por Joule, que mediu o trabalho mecânico dissipativo, feito sobre um
interna do sistema, então, permanece constante. Um resistor submetido a uma cor- sistema de rodas-de-pás imersas em um tanque de água, e calculou, a partir da
rerão elétrica e refrigerado por uma corrente de água, de modo a se manter a tempe- massa conhecida de água e da medida de seu aumento de temperatura, a quantidade
ratura constante, está neste caso. Há um fluxo de calor saindo do resistor para a de calor que deveria fluir para a água para produzir a mesma variação na energia
agua refrigerante, igual em magnitude ao trabalho dissipativo feito sobre o resistor. interna. As experimentações foram realizadas no período de 1840 a 1878 e, embora
e é habitual dizer também, neste caso, que "trabalho é convertido em calor". seus resultados tenham sido expressos em unidades inglesas, eles são equivalentes
Por muitos anos. expressou-se a quantidade de calor fluindo para um sistema ao valor notavelmente preciso de
em termos de'calorias ou de unidades britânicas de calor (BritishzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
thermalunits ou.
abreviadamente. Btu). sendo 1 caloria definida como fluxo de calor para I grama de 1 caloria = 4,19 joules.
água em um processo em que sua temperatura aumenta de 1 grau Celsius, e 1 Btu
como o fluxo de calor para I libra-massa de água quando sua temperatura aumen- (A unidade de energia, I joule, só foi introduzida e denominada após a morte de
tasse de 1 grau Fahrenheit. Medições cuidadosas mostraram que estas quantidades Joule, e a caloria de 15 graus padronizada não foi assentada ao tempo do trabalho
de calor variam ligeiramente com a particular posição do intervalo de uni grau. de Joule.)
como por exemplo se fosse de 0°C para 1°C ou de 50°C para 51°C. Para evitar Entretanto, a verdadeira significação do trabalho de Joule foi muito além da
confusão, definiu-se a cataria de 15 graus como o fluxo de calor para 1 grama de mera determinação do equivalente mecânico do calor. Por meio de experimentos
água. quando sua temperatura aumentasse de I4,5°C para 15.5°C. como os descritos acima e outros de natureza semelhante, Joule demonstrou con-
. Se o mesmo aumento de temperatura for produzido pela realização de trabalho clusivamente que havia, de fato, uma proporção direta entre "trabalho" e "calor",
dissipativo, as melhores medições experimentais terão como resultado que 4.IS5S e foi bem sucedido em dissipar a crença, corrente àquele tempo, de que o "calor"
joules são necessários; valor que é denominado equivalente mecânico do calor. era um fluido invisível e imponderável, conhecido como " c a l ó r i c o " . Pode-se dizer
Podemos dizer, então, que que Joule não só determinou o valor do equivalente mecânico do calor, mas forne-
ceu a prova experimental de que tal grandeza realmente existia.
1 caloria de 15 graus = 4,1858 joules. (3-24)
3.11 C A P A C I D A D E T É R M I C A
— Esta relação entre o joule e a caloria de 15 graUs está; necessariamentersujeita - Desde que não haja mudanças de fase em um.processo, e exceto em certos casos_
a alguma incerteza experimental. Por este motivo e também para não basear a defi- especiais, a temperatura de um sistema varia quando há um fluxo de calor para o
nição da caloria nas propriedades de um material particular (i.e., a água), uma co-
missão internacional concordou em definir a caloria da Nova Tabela Internacional
de Vapor (caloria 1T) pela equação - >•« •-- .*• - < —.. • 'Benjamin Thompson. Conde Rumford, físico norte-americano (1753-1814).
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
72 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA — 73
sistema. AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
capacidade térmica média C de um sistema, em um dado processo, é O conceito de capacidade térmica aplica-se a um dado sistema. A capacidade
definida como a razão do fluxo de calor Q para o sistema para a variação de tempe- térmica específica ou calor especifico ou a capacidade térmica por unidade de
ratura, AT", correspondente: massa ou por mol é característica do material de que o sistema é composto, e é
representada porc > ou o . A unidade M K S de calor específico é 1 joule por kelvin.
;
C = A . 0-27) por quilograma (1 J k g K " ) ou 1 joule por kelvin, por quilomol (1 J quilomol "
- 1 1 1
Ar K-).
A Fig. 3.10 mostra a variação com a temperatura dos calores específicos mola-
res Cp e c„ para o cobre a uma pressão constante de 1 atm. A baixas temperaturas,
O termo "capacidade" não foi bem escolhido porque subentende que um sis- os dois são aproximadamente iguais e, próximo ao zero absoluto, ambos caem rapi-
tema tenha uma "capacidade" definida de guardar um tanto de calor e não mais, damente a zero. (Compare com o gráfico da expansibilidade, na Fig. 2.16.) Este
como a "capacidade" de um balde de água.' Um termo melhor, seguindo o uso em comportamento é característico da maioria dos sólidos, embora a queda nítida
eletricidade, seria "capacitância. térmica" ou "capacitância de calor". ocorra a temperaturas que variam muito de substância para substância. A altas
A capacidade térmica verdadeira a qualquer temperatura é definida como o temperaturas, c continua a crescer, enquanto c se torna aproximadamente cons-
P v
limite de que C se aproxima, quando AT se aproxima de zero: tante e igual a cerca de 25 x 10 J quilomol K " . Encontra-se que muitos sólidos
:1 _ 1 1
AT-+Q AT dT Embora pareça haver pouca ligação entre a capacidade térmica de sólidos e as
propriedades dos gases a baixas pressões, lembremos que a constante dos gases R é
8,31 x 10 J quilomol^ K , e 25 x 10 J quilomol K ~ é quase exatamente três
:l 1 _ 1 :1 -1 ]
não é uma função de T. A notação d'Q significa simplesmente " u m pequeno fluxo
de calor" e dT é a variação de temperatura correspondente.
Um processo não é completamente definido pela diferença de temperatura
entre seus estados extremos e, para uma dada variação na temperatura c/T, o fluxo
de calor d'Q pode ser positivo, negativo ou nulo, dependendo da natureza do pro-
cesso. A capacidade térmica de um sistema depende, portanto, da natureza do sis-
tema bem como do processo particular que o sistema pode sofrer e, para um dado
sistema, pode ter qualquer valor entre —oo e
A capacidade térmica em um processo, em que o sistema esteja submetido a
uma pressão hidrostática externa constante, é chamada capacidade térmica à pres-
são constante, e é representada por C , O valor de C >, para um dado sistema,
P s
dade térmica para qualquer outro processo poderá ser calculada se, além disto,
conhecermos a equação de estado do sistema.
Para medir experimentalmente a capacidade térmica de um sistema, precisa-
mos medir o calor d'Q fluindo para o sistema em um processo e a correspondente Temperatura (K)
variação na temperatura dT. O método mais preciso de medir o fluxo de calor para
um sistema é inserir um resistor no sistenia ou envolvê-lo com uma bobina de fio de zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
fig. 3.10 Gráficos de c e e> para o cobre como funções da temperatura à pressão constante de l atm.
v
d'W. Em um experimento destes, a temperatura do resistor aumenta com o au- temperatura constante. A variação com a pressão é relativamente muito menor que
mento da temperatura do sistema de sorte que sua energia interna não permanece
r
a variação com a temperatura.- «*•«-.«.... ^ r,„ —
constante e o fluxo de calor para fora ou para dentro do sistema não é exatamente
igual ao trabalho elétrico. A diferença, entretanto, pode ser feita desprezivelmente
pequena ou pode ser feita urna correçáo para ela. Precisa também ser feita uma
correção para o fluxo de calor entre o sistema e as vizinhanças. • ftcn-e L . Duiong, químico francês (1785-1838).
TAlexis T . Petit, físico francês (1791-1820).
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
74 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA A r r lJ r VIt lr t A L t l UA I t MMUUI NAMlUA — 75
são dados na Tabela 9.1 para temperaturas próximas da temperatura ambiente. «a - i ' i = i - - O- / 9
Notar-se-á que, para gases monoatômicos, c>/7? *» 5/2 = 2,50, cjR « 3 / 2 = 1 , 5 0 e,
para gases diatõmicos, c IR = 7/2 - 3,50, cJR « 5/2 = 2,50.
r
Esta equação pode ser escrita
Õ fluxo total de calor para um sistema, em qualquer processo, é dado por
/ = (u + Pu ) -
t 2 (u, + Po,),
- (3-29) A,soma (// + Pv) ocorre, frequentemente, em termodinâmica. Uma vez que u,
d'Q = \zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
n cdT,
P e v são propriedades de um sistema, a soma é também uma propriedade, denomi-
nada entalpia específica e denotada por/í:
onde C é a capacidade térmica apropriada para o processo e c c o correspondente
valor molar. Em um intervalo de temperatura em que C possa ser considerado cons- A = a + Po (3-31)
tante.
e a unidade de h é também I joule por quilograma ou I joule por quilomol.
Q = C(T, - 7\ « nc{T 2 - r,). (3-30) Portanto,
tato com um reservatório de calor é isotérmico. . sólido para líquido, de líquido para vapor e de sólido para vapor, respectivamente.
Podem ser definidas capacidades térmicas correspondentes a C e C para sis- P Y
Estes são chamados, respectivamente, calores de fusão, vaporização e sublimação.
temas diversos dos sistemas PVT. Assim, em um processo em que a intensidade do Propriedades particulares das fases sólida, líquida e de vapor serão distinguidas por
uma, duas ou três linhas, respectivamente. A ordem do número de linhas segue a
campo magnético PC é constante, um sistema magnético tem uma capacidade tér-
ordem das fases de uma substância, que se sucedem com o aumento de tempera-
mica Cjç. Se o momento magnético M for constante, a capacidade térmica corres- tura.
pondente será C, . Para um polímero ou um fio sob tensão, as capacidades térmicas
w
vamente. Como exemplo, considere-se a mudança de fase da água de líquido para vapor a uma
temperatura de 100°C. O calor de vaporização a esta temperatura é
3.12—CALOR DE TRANSFORMAÇÃO. ENTALPIA— .
A" - 22,6 x 10' J kg' .1
sideraremos esta questão. ; \ pecíficos do vapore do líquido são v"' = 1,8 m kg e v" = IO' . m kg" . O trabalho
3 -1 3 a 1
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
76 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA — 77
w = P í V " . -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
v") =• 1,7 X IO J kg" . 5 1 hz = 0,
u'" - "
u = / 23 — w = 20,9 X 10 J kg" .
3 1 ^13 — ^23 + ^15 (3-33)
Assim, cerca de 92% do calor de transformação respondem pelo aumento na energia in- Isto é, o calor de sublimação no ponto tríplice é igual à soma do calor de vaporiza-
terna, e cerca de 8% correspondem ao trabalho que deve ser feito para empurrar a at- ção e do calor de fusão.
mosfera para dar lugar ao vapor.
3.13 FORMA GERAL DA PRIMEIRA L E I
A Fig. 3.12 é um gráfico do calor de vaporização da água como função da
temperatura. Ele decresce com o aumento da temperatura e se torna nulo na tempe- Até agora consideramos somente processos em que as energias potencial e cinética
ratura crítica, onde as propriedades do líquido e do vapor se tornam idênticas. de um sistema permanecem constantes. Agora relaxemos esta restrição. Em mecâ-
nica, o teorema do trabalho-energia afirma que o aumento de energia cinética AE (
AE C = -W.
De modo mais geral, a energia interna de um sistema, assim como a sua ener-
gia cinética, pode variar em um processo, e pode variar como resultado de um fluxo
de calor para o sistema, assim como pela realização de trabalho. Então, em geral,
AU + AE = Q ~ W, C
Temperatura (°C)
Então
AU + A £ = Q - w* - c W, c
fornece
Uma vez que a entalpia h é uma função de estado, seu valor só depende do
estado do sistema. Se um sistema realiza um processo cíclico, a entalpia inicial é AU + AE + AE„ = Q - VK*.
C
igual à entalpia final, e a variação líquida da entalpia'no processo é nula. isto possi-
bilita a dedução de uma relação simples entre os três calores de transformação para Definamos agora a energia total E do sistema como a soma de sua energia intema,
o ponto tríplice. sua energia cinética e sua energia potencial:
Consideremos um processo cíclico realizado em tomo do ponto tríplice e sufi-
cientemente próximo dele, de modo que as únicas variações na entalpia ocorram E = U + E + E„. c
Nò"nségQn3oe^ de "calor saindo do sistema ~e as e, finalmente, se E e E representarem os valores fina! e inicial da energia total em
b n
AE = E b - E a ~ 2 — W* (3-34)
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
78 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA A PRIMEIRA LEI DA TERM0UINAM1UA — /y
U -
b U = Q -
a W,
dU = d'Q - d'W.
As Eqs. (3-34) e (3-35) são muitas vezes mencionadas como a forma geral da
primeira lei da termodinâmica, mas é melhor denominá-las generalizações do teo-
rema do trabalho-energia da mecânica. Isto é, os princípios da termodinâmica gene-
ralizam este teorema pela inclusão da energia interna U de um sistema, bem como
de suas energias cinética e potencial, e pela inclusão do fluxo de calor O para o
sistema, assim como do trabalho W*. Assim, a variação da energia total AE de um
sistema é igual ao fluxo de calor Q para o sistema menos o trabalho VV* feito pelo
sistema, excluído o trabalho de qualquer uma das forças conservativas.
Se um sistema estiver completamente isolado, isto é. se estiver envolto por Fig. 3.13 Processo de escoamento estacionário.
uma fronteira rígida e adiabática. e sobre ele atuarem somente forças conservativas,
o fluxo de calor Q e o trabalho VV* serão ambos nulos. Então, AE = 0 e a energia total
do sistema permanecerá constante. Esta é a forma generalizada do princípio cia gravidade, e o trabalho desta força, quando uma massa m é içada de uma altura r,
conservação da energia; a energia total de um sistema isolado é constante. No caso para uma altura z , é2
.4.14 E Q U A Ç Ã O DA ENERGIA DO E S C O A M E N T O E S T A C I O N Á R I O
O trabalho VV*, ou o trabalho total menos o trabalho VV da,força conservativa r
Como uma primeira ilustração de aplicação da forma geral da primeira lei, conside- gravitacional, é
remos o aparelho mostrado esquematicamente na Fig. 3:13. O retãngulo grande
representa um dispositvo através do qual há uma corrente de fluido. Não é feita W* = W m + PV 2 2 - PV. X X
sai a uma altura z , com uma velocidade T e a uma pressão P - Durante o tempo
2 2 2
AU = m(w — "O,
em que uma massa m passa através do dispositivo, há um fluxo de calor Q para o
2
fluido, e é realizado trabalho mecânico VI',,,,. (o chamado trabalho fornecido ou tra- onde //, e (/•> são as respectivas energias internas específicas.
balho no eixo) pelo fluido. O aumento da energia cinética é
Imaginemos que, a um certo instante, sejam inseridos êmbolos nas canaliza-
ções de entrada e de saída, e que eles se movam ao longo das canalizações com as AE = im(rr\
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
C
•A força gravitaciorial sobre a massa rii é'mg", onde g'é a aceleração local da (3-36)
v•
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
80 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA — 81
SejamzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
v e v os volumes específicos do fluido ao entrar e ao sair* e sejam q e n»/ o
t 2 or trabalho e supomos o escoamento adiabático e sem atrito. Então,
fluxo de calor e o trabalho fornecido, por unidade de massa. Então,
/ ; i + + gZi = / i 4- i ^ l + gz
a 2 = constante,
K m mv
a it V m mv
l u Q = tnq, W for = mw .
fnr
(u a + P»s + i ^ l + gzs) ~ (« j + Pv, + + gzj-g - »'/ « . r A variação na energia interna de um sistema em qualquer processo é igual ao
fluxo de calor para o sistema menos a soma do trabalho de configuração com o
Substituindo // + Pv pela entalpia específica h, a Eq. (3-36) pode ser escrita . trabalho dissipativo. Para um corpo rígido ou um fluido incompressível, o trabalho
de configuração é necessariamente nulo, uma vez que o volume é constante. Se o
(,, 2 + + gz ) - 2 (/í + \'ri
l + g z j = c/ - u V . (3-37) trabalho dissipativo e o fluxo de calor são ambos nulos, como neste caso, a energia
interna é constante. Portanto,
Esta é a equação da energia para o escoamento estacionário. Agora aplicaremos
esta equação a alguns casos especiais. Pu + V ^ ' - + gz = constante,
Turbina A temperatura em uma turbina de vapor é mais alta que a de suas vizi- e substituindo v por l/p, onde p é a densidade, temos
nhanças, mas a corrente de fluido através dela é tão rápida que somente é perdida
uma quantidade de calor por unidade de massa de vapor relativamente pequena, e P + hpi~- + pgz = constante. (3-40)
podemos pôr q — 0. O trabalho fornecido evidentemente não é nulo, mas usual-
mente podem-se desprezar diferenças de altura entre a admissão e a descarga. Com Esta é a equação de Bernoulli para o escoamento estacionário de um fluido incom-
estas aproximações, a Eq. (3-37) se torna pressível e sem atrito.
PROBLEMAS
- (*i - Ai) + 1 ( ^ 5 - (3-38)
<r 3.1 Calcule o trabalho feito contra a pressão atmosférica, quando 10 kg de água convertem-
O trabalho fornecido pela turbina, por unidade de massa de vapor, depende da se em vapor, ocupando um volume de 16,7 nv'.
diferença de entalpia entre a admissão e a descarga, e diferença entre os quadrados
das velocidades de admissão e de descarga. * 3.2 No cilindro de uma máquina a vapor é admitido vapor a uma pressão constante de 30
utm, O curso do êmbolo é de 0,5 m e o diâmetro do cilindro é 0,4 m. Qual o trabalho (em
joules) realizado pelo vapor em cada percurso?
p 3.3 U m gás ideal, originalmente a uniu temperatura 7"i e pressão P , é comprimido reverst-
}
velmente contra um pistão até que seu volume seja a metade do seu volume original. A tempe-
ratura do gás é alterada durante o processo, de modo que a cada instante,a relação P - AV
seja satisfeita, onde A è uma constante, (a) Faça um diagrama do processo no plano P-V. (b)
Encontre o trabalho feito pelo gás, em termos de /i, R e 7",.
« 3.4 Calcule o trabalho feito pelo ar em expansão no lado esquerdo do tubo em U do Pro-
Fig. 3,14 Escoamento através de um estreitamento. blema 2,4. Suponha o processo reversível e isotérmico.
o. 3.5 Calcule o trabalho do gás cm expansão no lado esquerdo do tubo em U do Problema 2.5.
O processo é reversível e isotérmico. Explique por que o trabalho não é meramente o reque-
Escoamento através de um estreitamento O vapor que entra em uma turbina provém , rido para elevar o centro de gravidade do mercúrio.
de uma caldeira onde sua velocidade é pequena e, antes que ele entre na turbina,
lhe é imprimida uma velocidade alta ao fazer com que ele se escoe através de um2 3.6 Um gás ideal e um bloco de cobre têm volumes iguais de 0,5 m a 300 K e à pressão 3
estreitamento. A Fig. 3.14 mostra um estreitamento em que entra vapor a uma atmosférica. A pressão em ambos é aumentada reversível e isotermicamente pára 5 atm. (a)
velocidade Y e sai a uma velocidade Y . O trabalho fornecido é nulo, o fluxo de
1 t
Explique, com a ajuda de um diagrama P-V, por que o trabalho não é o mesmo nos dois
processos, (b) Em qual dos processos o trabalho realizado é maior? (c) Encontre o trabalho
calor é pequeno e pode ser desprezado, e as diferenças de altura são pequenas. feito sobre cada um, se a compressibilidade do cobre é 0,7 x U0~ atm" . (d) Calcule a 8 1
Portanto, para um estreitamento variação de volume em cada caso,
^3,7 (a) Deduza a expressão geral para o trabalho por quilomol de um gás de.van der Waals em
r \ r i + 2zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(l - lu). h (3-39) expansão reversível e a uma temperatura constante T, n partir de um volume específico a t
para um volume específico Uj, (b) Usando as constantes da Tabela 2.1, encontre o trabalho
Equação de Bernoulli* Consideremos o escoamento de um fluido incompressível T ' guando 2 quilomoles de vapor se expandem de um volume de 30 m para um volume de
e t0 a
através de uma canalização de seção reta e altitude variáveis. Não é fornecido 60 m a uma temperatura de 100°C. (c) Encontre o trabalho de um gás ideal na mesma expan- *
3
são.
^í>3.8 (a) Mostre que o trabalho feito, em um processo arbitrário, sobre um gás, pode ser
• Daniel Bcmoullt. matcimlitco suíço (1700-1782). " 1 -expresso como
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
82 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINETIC^E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA A P R I M E I R A L b l UA I b K M U U I N A M l U A — B3
d'W = PV§dT - PVxdP. i; 3.16 A temperatura de um g á s ideal a uma p r e s s ã o inicial P e volume V, é aumentada a
}
« 3.10 (a) D e d u z a uma e q u a ç ã o semelhante à do Problema 3.8 para o trabalho d'W, quando a 3.18 fa) Calcule o trabalho feito sobre 1 c m de um material m a g n é t i c o ao percorrer reversi-
3
temperatura de um sal p a r a m a g n é t i c o varia de dT e a intensidade m a g n é t i c a aplicada varia de ' velmente o ciclo mostrado na F i g . 3.36. (b) Indique o sentido em que o ciclo deve ser percor-
difC. (b) E n c o n t r e a e x p r e s s ã o para o trabalho, quando a temperatura é variada e a intensidade rido, de modo que o trabalho l í q u i d o seja positivo.
m a g n é t i c a é mantida constante. Qua l o sinal algébrico de VV, quando a temperatura cresce? O
que e s t á realizando trabalho no processo? (c) Encontre a e x p r e s s ã o para o trabalho, quando a
intensidade m a g n é t i c a é aumentada isotermicamente. Qual o sinal algébrico de VV, quando a
intensidade é diminuída?
Fig. 3.16
tura constante, (c) Qual a temperatura ao final do processo em (a)? (d) Qual a p r e s s ã o ao final
do piocesso em (b)? (e) Mostre ambos os processos no plano P-V.
3.15 F a ç a um diagrama P - V , a partir de um estado inicial P V , 0 N de uma e x p a n s ã o adiabática . 3 . 1 9 Calcule o trabalho n e c e s s á r i o para remover um fino b a s t ã o p a r a m a g n é t i c o de um sole-
até 2 V , de uma e x p a n s ã o i s o t é r m i c a até 2 V , e de uma e x p a n s ã o isobárica até 2V„. (a) Use
0 0 I n ó i d e coaxial perfeitamente ajustado a ele. O s o l e n ó i d e tem r e s i s t ê n c i a nula e a intensidade
este gráfico para determinar em qual dos processos é realizado o menor trabalho peio sistema, m a g n é t i c a permanece constante. Suponha que o b a s t ã o obedece ã lei de Curie,.
(b) Se, ao c o n t r á r i o , a s u b s t â n c i a fosse comprimida até V„/2, em que processo seria realizado i
o menor trabalho? (c) L e v e , em um gráfico P-T, os processos dos itens (a) e (b), a partir de q 3.20 Considere somente os processos a d i a b á t i c o s que transformam um sistema do estado a
PQTQ. Indique as e x p a n s õ e s e as c o m p r e s s õ e s , e tenha cuidado ao mostraras p o s i ç õ e s relati-
vas dos pontos extremos de cada processo..
2 2-
dade de energia fornecida pela própria centelha, (a) Houve um fluxo de calor para o sistema? temperaturas muito baixas) pode ser expressa satisfatoriamente pela f ó r m u l a e m p í r i c a
(b) Houve algum trabalho feito pelo sistema? <b) Houve alguma v a r i a ç ã o na energia interna U
do sistema?
c P = a + 2bT - cT-\
3.25 A água em um tanque c i l í n d r i c o rígido e isolado é posta em r o t a ç ã o e abandonada a si
mesma. Finalmente, ela é levada a o / e p o u s o pela a t u a ç ã o de forças dc viscosidade. O tanque onde a, b ec são constantes, e T é a temperatura K e l v i n , (a) E m termos de a, b e c, encontre
e a água constituem o sistema, (a) É realizado algum trabalho no processo em que a água é o calor necessário pare elevar a temperatura de n moles de u m a s u b s t â n c i a à p r e s s ã o cons-
levada ao repouso? (b) H á fluxo de calor? (c) H á qualquer variação na energia interna Ul tante, de 7", para T . (b) Encontre a capacidade t é r m i c a e s p e c í f i c a m é d i a entre T, e T„. (c) Para
t
3.26 Quando um sistema é levado de um estado a para um estado b pela trajetória a-c-b, 10\o c é dado em J q u i l o m o l K " ' . E n c o n t r e o verdadeiro calor e s p e c í f i c o do m a g n é -
P -1
representada na F i g . 3.18, fluem 80 J de calor para o sistema, e este realiza 30 J de trabalho, sio a 300 K e o calor e s p e c í f i c o m é d i o entre 300 K e 500 K .
(a) Quanto flui de calor para o sistema ao longo do trajeto a-d-b, se o trabalho realizado é de
10 J ? (b) O sistema é levado de volta do estado b para o estado a a t r a v é s do trajeto curvo. O o 3.29 O calor e s p e c í f i c o c e de s ó l i d o s a baixa temperatura é dado pela e q u a ç ã o
trabalho feito sobre o sistema é 20 J . O sistema absorve ou libera calor, e quanto? (c) Se U„ =
O e t / , , = 40 J , encontre o calor absorvido nos processos a-d e d-b.
3.27 Comprimir o sistema representado na Fig. 3.19 ao longo da trajetória adiabática a-c
requer 1000 J . Comprimir o sistema ao longo de b-c requer 1500 J , mas 600 J fluem para fora
do sistema, (a) Calcule o trabalho realizado, o calor absorvido c a variação na energia interna
do sistema em cada processo e no ciclo completo a-b-c-a, (b) Esboce este ciclo em um dia-
grama P-V. (c) Q u a i s as l i m i t a ç õ e s sobre os valores que poderiam ser especificados para o relação conhecida como a lei T de D e b y e . * A grandeza A é u m a constante igual a 19,4 x IO"
3
J quilomol" K-» e 6 é a "temperatura D e b y e " , igual a 320 K para o C I N a . Qual é ' o calor
1
3.30 Use a Fig. 3.10 para estimar a energia n e c e s s á r i a para aquecer um grama de cobre de
300 K a 600 K (a) a volume constante, <b) à p r e s s ã o constante, (c) Determine a v a r i a ç ã o na
energia intema do cobre em cada caso. (d) Por que Cp é maior que Cgl
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FÍR.
3.18
7"(K) 34 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
45 57 80 100 1 IS 137 155 172 191 20^
7 1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
v a p o r i z a ç ã o é 1,20 x I O J kg" . Para o s ó l i d o , c pode ser dado por 750 + 0,5 7 em J kg" K "
P 1 1
3.33 (a) Calcule o calor de s u b l i m a ç ã o para a amostra de metal do problema anterior, su-
pondo que os calores de v a p o r i z a ç ã o e de f u s ã o sejam independentes da temperatura e da
p r e s s ã o , (b) Calcule a variação na energia interna da amostra de metal na f u s ã o , (c) Calcule a
v a r i a ç ã o da energia interna da amostra de metal na v a p o r i z a ç ã o . Justifique as a p r o x i m a ç õ e s
que devem ser feitas.
4.1 A EQUAÇÃO DA E N E R G I A
3.34 U s e argumentos f í s i c o s para mostrar que, para um sistema consistindo de duas fases em
e q u i l í b r i o , a capacidade t é r m i c a e s p e c í f i c a à p r e s s ã o constante e o coeficiente de e x p a n s ã o 4.2 T E v COMO VARIÁVEIS I N D E P E N D E N T E S
t é r m i c a s ã o infinitos.
4.3 7 E P COMO VARIÁVEIS I N D E P E N D E N T E S
3.35 Considere um sistema consistindo de um cilindro contendo 0,2 quilomol de um g á s ideal
e equipado com um p i s t ã o sem massa de 0,5 m de área. A força de atrito entre o pistão e as
1
4.4 P E V COMO VARIÁVEIS I N D E P E N D E N T E S
paredes do cilindro é de 10 N . O g á s e s t á inicialmente a uma p r e s s ã o de 1 atm e a temperatura
deve ser mantida a 300 K . O volume do sistema é lentamente d i m i n u í d o em 10 por cento por 4.5 A EXPERIÊNCIA D E G A Y - L U S S A C - J O U L E E A E X P E R I Ê N C I A D E
uma força externa, (a) Calcule o trabalho feito sobre o sistema pela força externa, (b) Calcule JOULE.THOMSON
o trabalho de c o n f i g u r a ç ã o feito sobre o sistema, (c) Calcule o trabalho dissipativo feito sobre
o sistema, (d) C o m o se modificam as respostas acima, se o pistáo tem uma massa de 1 kg e se 4.6 PROCESSOS ADIABÁTICOS REVERSÍVEIS
desloca verticalmente? •
4.7 O CICLO DE CARNOT
3.36 U m a turbina a vapor recebe um fluxo de vapor de 5000 kg h" , e seu rendimento é de
!
500 quilowatts. Despreze qualquer perda de calor da turbina. Encontre a v a r i a ç ã o na entalpia 4.8 A MÁQUINA TÉRMICA E O R E F R I G E R A D O R
e s p e c í f i c a do vapor que se escoa a t r a v é s da turbina, (a) se a entrada e a saída s ã o à mesma
altura e as velocidades de entrada e de saída s ã o d e s p r e z í v e i s , (b) se a velocidade de entrada é
60 m s , a velocidade de saída é 360 m s " ' e o cano de a d m i s s ã o e s t á 3 m acima da descarga.
- 1
4.1 A E Q U A Ç Ã O D A ENERGIA
C, dT, dT.
A energia interna específica // de uma substância pura em um estado de equilíbrio
termodinâmico é função exclusivamente do estado da substância e ézyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
uma. proprie-
e, portanto,
dade da substância. No momento, restringiremos a discussão a sistemas, cujo es-
tado possa ser descrito pelas propriedades P, veT.
A equação que exprime a energia interna de uma substância como função das th) (4-4)
variáveis que definem o estado da substância é chamada sua equação da energia. \dTjv
Como a equação de estado, a equação da energia é diferente para diferentes subs-
tâncias. A equação de estado, juntamente com a equação da energia, determinam Assim, o significado geométrico de c é a inclinação de uma curva isocórica r
completamente todas as propriedades de uma substância. A equação da energia não sobre uma superfície u-T-v, e medidas experimentais dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
c determinam esta inclina- r
ção em qualquer ponto. Isto é análogo ao fato de que uma curva isobárica sobre
pode ser deduzida da equação de estado, mas deve ser determinada independente-
uma superfície/ -v-T, (õv/i)T) , é igual à expansibilidade (B multiplicada pelo volume
mente.
3 P
v. Então, da mesma forma que esta derivada parcial pode ser substituída em qual-
Uma vez que as variáveis P, o e T são relacionadas pela equação de estado, os
quer equação por fiv, também a derivada (à/lõT),. pode ser substituída por c . A Eq.
valores de duas delas são suficientes para determinar o estado. Portanto, a energia
F
(4-3) pode, portanto, ser escrita para qualquer processo reversível como
interna pode ser expressa como função de qualquer par destas variáveis. Cada uma
dessas equações define uma superfície, chamada superfície de energia, em um sis-
tema de coordenadas retangulares, em-que u seja lançado em um dos eixos, en-
d'q = c dT + + P dv. (4-5)
quanto os dois outros podem ser/ e v, P e Tou T e v.
v
5
_V d V/T
Como foi explicado no Capítulo 2, em conexão com a superfície P-1>7 de uma
substância, uma superfície de energia pode também ser descrita em termos das
derivadas parciais de//, em cada ponto, ou as inclinações de linhas na superfície em Em um processo à pressão constante, d'q = c dT e P
{ôv/õT) obtemos Pl
Comecemos por considerar // como função de 7' e v. Então, como explicado no õv\
c — c„ ~ + P (4-6)
Capítulo 2, a diferença de energia interna du entre dois estados de equilíbrio, em
P
AÇO/T BT/p
que a temperatura e o volume diferem de dT e dv é y
w ' - / / { ~. Us Deve-se notar que esta equação não se refere a um processo entre dois estados de
du = (*). l~) dv. (4-1) equilíbrio. E simplesmente uma relação que deve se manter entre grandezas, que
\dTfv OU/T são propriedades de um sistema em qualquer estado de equilíbrio. Uma vez que
todas as grandezas no segundo membro podem ser calculadas a partir da equação
de estado, podemos obter c-,., se c for medido experimentalmente.
As derivadas parciais são as inclinações das curvas isotérmica e isocórica sobre
P
talmente, e cujo significado físico agora derivamos. Para isto, usamos a primeira lei
para um processo reversível,
Esta equação afirma meramente que o calor fornecido a um sistema em um pro-
d'q - du + Pdv. (4-2) cesso isotérmico reversível é igual à soma do trabalho feito pelo sistema e o acrés-
cimo em sua energia interna. Note-se que ela não se presta ao propósito de definir
uma capacidade térmica específica à temperatura constante, <r , pela equação d'q
Quando a expressão de du na Eq. (4-1) é levada nesta equação, obtemos
r T
As variações nas propriedades do sistema em um processo destes serão designadas e a inclinação de uma curva isobárica em uma superfície h-T-P é igual ao calor
pelo índicezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
s, a razão para isto é que a entropia específica s (veja Seç. 5.3) perma- específico à pressão constante. Uma comparação com a Eq. (4-4) mostra que a
nece constante em tal processo. A Eq. (4-5) se torna entalpia h faz o mesmo papel, em processos à pressão constante, que a energia
interna // em processos a volume constante. A derivada (3h/3T) pode, portanto, ser
P
substituída por c em qualquer equação em que ocorra, e a Eq. (4-11) pode ser
P
A entalpia h de uma substância pura, assim como sua energia interna u,t uma
propriedade da substância que depende somente do estado e pode ser expressa que é a análoga da Eq. (4-5).
como função de duas quaisquer das variáveis P, v e T. Cada uma destas relações Em um processo a volume constante, a"q = c dT e v
~[(IH(
que h é lançado em um dos eixos, enquanto os outros dois eixos são P e v, P e T ou
T e t\s em que a temperatura T e a pressão P são consideradas indepen- Cp (4-14)
dentes podem ser deduzidas mais diretamente pela consideração da superfície dTh
h-T-P.
A diferença de entalpia entre dois estados vizinhos é que é a análoga da Eq. (4-6).
i _ i 7r o) Se a temperatura é constante,
(II- • ] "
(4-9)
\dTfp \dPzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
/T (4-15)
Mostraremos, mais tarde, que a derivada (dti/õP) pode ser calculada da equa-
T
ção de estado. Para avaliar 'dlijòT),,, devemos iniciar com a definição de entalpia Em um processo adiabático, d'q = 0 e
pura um sistemaPuT:
h = u + Pv.
Cj, (ID.""[(S)r"' (-1 I <>)
Equações correspondentes às deduzidas nas Seçs. 4.2 e 4.3, mas em termos deP e
e quando isto é combinado com a primeira lei, v como variáveis independentes, podem ser deduzidas como se segue. A diferença
de energia entre dois estados de equilíbrio vizinhos, em que a pressão e o volume
d'q = du + P dv diferem de dP e dv, é
e obtemos
du
(4-17)
d'q = d/i - vdP. (4-10) -d)/ (S)/- p +
Quando a expressão de dh da Eq. (4-9) é levada nesta equação, temos Entretanto, as derivadas parciais (dttfdP),, e (ã//dv) não envolvem quaisquer
P
propriedades diversas das que já foram introduzidas. Para mostrar isto, retornamos
à expressão de du em termos de dT e di\ saber,
d'q dP. (4-11) U 5 U 11 v)
v - (
dT/r \dP./T .
du
que é a análoga da Eq. (4-3).
Em um processo à pressão constante, dP = 0 e d'q = c dT. P
Então, uma v e z . q u e ^ ^ ^ « - ^ ^ ~ ¥ V / ? - - - 4
i>2— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DA PRIMEIRA LEI — 93
podemos eliminarzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
dT daquela equação e obtemos meçam diretamente a energia interna e a entalpia, primeiramente exprimiremos
essas derivadas em termos de propriedades mensuráveis. Usando a Eq, (2-44), po-
demos escrever
du
• AdT/A dPh] l\õT/Á dvlp UIT
dv.
\
xõv/AdT/AduK
Comparando a Eq. (4-17), vemos que
Portanto
(4-18)
\dP/v \dTh\dPti
(4-26)
(*>) _ ia)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
+ m. (4-19) e a derivada parcial desejada pode ser encontrada a partir de uma medida da razão
\dvlp \dTh\dvlf \8O/T de variação da temperatura com o volume em um processo à energia interna cons-
tante.
As derivadas parciais nos segundos membros dessas equações já foram introduzi- Da mesma forma encontramos
das nas seções precedentes.
Fica como problema obter expressões correspondentes às Eqs. (4.18) e (4.19)
para as derivadas parciais de h em relação a P e v. (4-27)
Mais tarde, encontraremos outras propriedades além de u e h, que poderão ser
expressas em função de P, v e 7. Para uma propriedade qualquer ir, e três variáveis e a derivada parcial pode ser encontrada a partir de uma medida da razão de varia-
quaisquer, x, y e z, as formas gerais das Eqs. (4-18) e (4-19) são ção da temperatura com a pressão para estados de mesma entalpia.
(4-20)
[dxl \dzl\dxk
(4-21)
[dxl \dzh\dxh \Bxh'
A primeira destas equações é simplesmente a regra de cadeia para derivadas par-
ciais, nas quais uma das variáveis é constante.
Fica como problema mostrar que
(4-22)
\dP/v
94 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMOUINAMIUM M I H I I O I M
(4-29)
" (f).s Fia. 4.2 Superfície u-t^T para um gás Ideal.
Embora seja nulo para um gás ideal, o coeficiente dc Joule de um gás real não é
rcro. Por causa da dificuldade de medir com precisão as variações extremamente
Segue-SC da Eq, (4-26), uma vez que <y é finito, que para um gás ideal pequenas de temperatura em uma expansão livre. Joule e Thomson (que mais tarde
se tornou Lord Kelvin) projetaram outra experiêncin em que a variação de tempera-
tura de um gás em expansão não fosse mascarada pela relativamente grande capaci-
(4-30) dade térmica de suas vizinhanças. Muitos gases foram cuidadosamente investigados
\ desta maneira. Não somente os resultados fornecem informação sobre as forças
intermoleculares, mas podem ser usados para reduzir as temperaturas de termóme-
Isto é, a energia interna específica de um gás ideal é independente do volume e é tro de gás a temperaturas termodinâmicas sem a necessidade de extrapolação para
função somente da temperatura. Para um gás ideal, a derivada parcial (dttlôT)^ é a pressão nula. A queda de temperatura no processo é utilizada em alguns métodos
derivada total e para liquefazer gases.
O aparelho utilizado por Joule e Thomson e mostrado esquematicamente na
Cl) = ^ , du = c dT,
v (4-31) Fig. 4.3. Um escoamento contínuo de gás a uma pressão P e uma temperatura 7\
t
dT forçado através de um tampão poroso em um tubo do qual ele emerge a uma pres-
são P mais baixa e uma temperatura T . O dispositivo é termicamente isolado <:-
2 a
A equação du energia de um gás ideal pode ser achada por integração. Temos após ser operado por um tempo suficientemente longo para que o estado estaclon:'
rio seja estabelecido, o único fluxo de calor saindo da corrente gasosa é o peque;-, i
fluxo através do isolador. Isto é. no estado estacionário, não flui calor do gás pa •
mudar a temperatura das paredes e a grande capacidade técnica das paredes n«W.
mascaram a variação de temperatura do gás, que é praticamente o que deveria
se o sistema fosse realmente isolado.
onde / / é a energia interna em alguma temperatura de referência T . Se <•,. puder ser
0 0
Trata-se. então, de um processo defluxo estacionário, em que o fluxo de caX.:
considerado constante. Q e o trabalho fornecido W são ambos nulos e em que não há diferença de aJtur:.
/nr
4.2, lançada como função de T e t>. À temperatura constante, a energia interna é /ii ==/?:,,
constante, independentemente do volume. A volume constante, a energia interna
cresce linearmente coma temperatura. e a entalpia final é igual à inicial.
Suponhamos que uma série de medidas sejam feitas em um mesmo gás, man- tado por p.
tendo a pressão inicial f , e a temperatura T, inalteradas, mas variando a razão de
bombeamento, de modo que a pressãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
P a jusante do tampão assume uma série de
z
valores P / V etc. Sejam as temperaturas T , 7" , etc, medidas em cada experi- (4-33)
it 2 3
mento. (Note-se que uma vez fixada a pressão a jusante, nada se pode fazer com a
11 s (Si-
temperatura. As propriedades do gás determinam neste caso qual será a tempera-
tura.) Os pares de valores correspondentes P e T , P e T , etc. determinarão
2 5 a 2
A baixas pressões e altas temperaturas, onde as propriedades dos gases reais
pontos em um diagrama pressão-temperatura, como na Fig. 4.4(a). Uma vez que //, se aproximam das de um gás ideal, as curvas isentálpícas tornam-se aproximada-
= h — h , etc, a entalpia é a mesma em todos esses pontos e uma curva lisa
2 s
mente horizontais e sua inclinação se aproxima de zero. Postulamos, portanto, que
(derivável em todos os pontos), passando por esses pontos, é uma curva de entalpia um gás ideal não mostra variação em sua temperatura, quando forçado a passar por
constante. Note-se cuidadosamente que esta curva não representa um processo um tampão poroso. Desta forma p — 0 para um tal gás e, da Eq. (4-27),
efetuado pelo gás ao passar através do tampão, uma vez que o processo não é quase
estático e o gás não passa por uma série de estados de equilíbrio. A pressão e
temperatura finais devem ser medidas a uma distância suficiente do tampão para ( f p ) r 0 (gás ideal). = (4-34)
que quebras locais de uniformidadeda corrente desapareçam e o gás passe por um
processo não-quase estático de um ponto da curva para outro.
Na Seç. 6.10 voltaremos à experiência de Joule-Thomson para' uma discussão
mais detalhada, após mostrar comozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
p. pode ser calculado a partir da equação dc
estado.
Uma vez que, para um gás ideal, - ' ;. f c > !
(a) (b)
Assim, para um gás ideal,
Fig. 4.4 (a) Pontos de igual entalpia. (b) Curvas isentálpícas e a curva dc inversão.
cP —c - Rv (4-35)
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
qual a energia interna é **„ e a temperatura é 7*. segue-se que se c> pode ser consi-
0 muito aproximadamente 5/?/2. e que para gases diatômicos é aproximadamente
derado constante, a equação da entalpia de um gás ideal é 7R/2. Uma vez que e> — c> é igual a R para um gás ideal, e é muito aproximada-
mente igual a R para todos os gases, para um gás monoatômico podemos escrever
h = /, + c (T - To), 0 P (4-36) que
Temos da Eq. (4-25), para qualquer substância em um processo adiabático reversí- e para um gás diatômico
vel,
1RI2
Y (7R/2) - R
\õo', c,\do/T
dP , dv
P v
Em um intervalo em que y possa ser considerado constante, esta equação se
integra como
ln P + y l n v = ln K,
ou
Pu* = K t (3-38)
onde K é uma constante de integração. Isto é, quando um gás ideal para o qual y é
constante realiza um processo adiabático reversível, a grandeza Pv tem o mesmo y
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
100 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DA PRIMEIRA LEI — 101
w «= I P dv = Kl |T> dv
PA = P&l = K . l/i V/ \
Fig. 4.6 O c i c l o de C a r n o t .
O trabalho também pode ser encontrado com se segue. Uma vez que não há tato com um reservatório de calor a esta temperatura, e realiza um processo isotér-
fluxo de calor entrando ou saindo do sistema em um processo adiabático, o trabalho mico reversível que o leva ao estado b. Para um gás ideal, este processo é uma
é realizado inteiramente a expensas da energia interna do sistema. Portanto, expansão. Para um material paramagnético, seria um aumento no momento magné-
tico M, etc. Neste processo há um fluxo de calor Q para o sistema c um trabalho
2
\\ — | | j — U
2
W é realizado pelo sistema.
2
4.7 O C I C L O D E CÀRNOT O estado d deve ser escolhido de modo que um processo adiabático reversível
finalmente leve o sistema de volta ao estado inicial d. O fluxo de calor é nulo neste
Em 1824. Carnot* introduziu na teoria da termodinâmica um processo cíclico sim- processo e um trabalho W" é feito sobre o sistema.
ples, agora conhecido como o ciclo de Carnot. Carnot estava interessado primor- As características marcantes de qualquer ciclo de Carnot são, portanto: (a)
dialmente em melhorar o rendimento de máquinas a vapor, mas ao invés de se todo o fluxo de calor para o sistema tem lugar a uma só temperatura mais alta 7Y.
concernir aos detalhes mecânicos, ele concentrou seus esforços em um entendi- (b) todo o fluxo de calor saindo do sistema tem lugar a uma só temperatura inferior
mento dos princípios físicos básicos de que depende o rendimento. Pode-se dizer 7,; (c) o sistema, frequentemente chamado de substância operante, executa um
que o trabalho de Carnot estabeleceu os fundamentos da ciência termodinâmica. processo cíclico; e (d) todos os processos são reversíveis. Podemos dizer, em geral,
Muito embora tenham sido construídas máquinas em que um sistema perfaz essen- que qualquer processo cíclico limitado por dois processos isotérmicos reversíveis e
cialmente a sequência de processos como a de um ciclo de Carnot, a principal dois processos adiabáticos reversíveis constitui um ciclo de Carnot.
utilidade do ciclo é auxiliar o raciocínio termodinâmico. Nesta seção, descrevere- Embora as magnitudes dos fluxos de calor e do trabalho sejam arbitrárias (de-
mos o ciclo de Carnot e, na seguinte, consideraremos sua relação com o rendimento pendem das variações de volume, momento magnético, etc), encontra-se que a
de uma máquina;" "" ' " ~ " • "-—'-- - - — - razão Q IQi só depende,das temperaturas 7 e 7,. Para calcular esta razão, é neces-
2 2
Um ciclo de Carnot pode ser efetuado com um sistema de qualquer natureza. sário conhecer a equação de estado dõ^istéma é~sua "eqWção"da~energia.'(Neste
Pode ser um sólido, líquido ou gás ou uma membrana ou uma substância paramag- estágio do nosso desenvolvimento dos princípios da termodinâmica é necessário
conhecer estas equações. Mostraremos, na Seç. 5.2, que para duas temperaturas
dadas T e 7,, a razão 7^7! tem o mesmo valor para todas as substâncias de traba-
2
• N . ' I :. Rndi Carnot. engenheiro francês (1796-IS32). lho.) Suponhamos, portanto, que o sistema seja um gás ideal. £ p t * - t - - l i - - '
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
102 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA t S I AlISIIUA ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS UA PHlMtlHA L t l
Uma vez que a energia interna de um gás ideal é função de suâ -temperatura W « e - & - Qi- (4-48)
somente, a energia interna é constante no processo isotérmicozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a-b e o fluxo de calor
0 para o sistema neste processo é igual ao trabalho W . Consequentemente, da Eq.
2 2
O rendimento térmico -n de uma máquina térmica é definido como a razão do
(3-5), trabalho produzido W para o calor fornecido ao sistema Q : 2
y
Q = w = nRT ln — , (4-44) W _Q ~Q 2 1
2 2 2
(4-49)
02 02
onde V e V são os volumes nos estados b e o, respectivamente. Analogamente a
b 0
O trabalho produzido é "o que se obtém * e o calor fornecido ao sistema é "aquilo
1
(4-47) (4-51)
cebem uma alimentação de calor a uma ou mais temperaturas mais altas, realizam conduz ao reservatório a baixa temperatura é proporcional a Q e a largura da linha
}
trabalho mecânico sobre suas vizinhanças e liberam calor a alguma temperatura que conduz para fora pela lateral da. máquina é proporciona! ao trabalho produzido
mais baixa. • „ * - . . . VV. O círculo é simplesmente um modo esquemático de indicar a máquina. A meta
Quando qualquer substância operante é submetida a um processo cíclico, não de um projetista de máquinas é fazer com que a linha do trabalho produzido seja tão
há variação em sua energia interna em qualquer ciclo completo, e da primeira lei se larga quanto possível e a linha do calor rejeitado seja tão estreita quanto possível
tem que o fluxo líquido de calor Q para a substância, em qualquer ciclo completo, é para uma dada linha de entrada do reservatório a alta temperatura. - V., .....
igual ao trabalho TV feito pela máquina, por ciclo. Assim, se Q e Q são os valores
2 t
Podemos dizer que Carnot não construiria seu diagrama de fluxo d á mesma
absolutos dos fluxos de calor entrando e saindo da substância operante, por ciclo, o forma que a Fig. 4.7. Ao tempo de Carnot acreditava-se que o calor fosse uma
fluxo" líquido de calor O por .ciclo é —« — — espécie de fluído indestrutível, caso~em que" às" linhas 02 e~<2,~ teriam Trnesma
largura. Como, então, poderia haver uma linha W? Pensava-se que se pudesse reti-
•• Q - & - Qi- rar trabalho W de um fluxo "em declive" de calor, do mesmo modo que se pode
obter trabalho de um fluxo de água através de uma turbina, de 'umá altitude maior
O trabalho W por ciclo é, portanto,. • - .- - • para uma menor. As quantidades de água entrando e saindo da turbina são iguais e
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
104 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DA PRIMEIRA LEI — 105
PROBLEMAS
4.1 A energia interna específica de um g á s de van der Waals é dada por zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
a
u = cT v h constante.
v
(a) E s b o c e uma superfície n-T-v, supondo que c seja constante, (b) Mostre que, para um g á s
v
R
2a(v - b) ' 2
1 -
RTv*
Figs. 4.6 e 4 . 7 serão invertidos e, uma vez que todos os processos nó ciclo são
reversíveis (na acepção termodinâmica do termo), não haverá modificação nas em um conjunto de unidades apropriadas, (a) E s b o c e um diagrama u-T-u para esta substância,
(b) Calcule a v a r i a ç ã o na temperatura da s u b s t â n c i a , se 5 unidades de calor forem adiciona-
Q- Q\ W. Agora é retirado calor Qj de um reservatório a baixa
magnitudes dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
h
das, enquanto o volume da substância for mantido constante. Mostre este processo no dia-
temperatura, é feito trabalho VV sobre o sistema, e calor Q igual a W + Q é libe- grama u-T-v. (c) Durante um d e c r é s c i m o adiabático d é 20% no volume da s u b s t â n c i a , a varia-
2 x
rado para o reservatório a alta temperatura. Temos agora um refrigerador de Car- ç ã o na sua temperatura pode ser determinada a partir das i n f o r m a ç õ e s dadas? Se for assim,
not ou uma bomba de calor ao invés de uma máquina de Carnot. Ou seja. o calor é calcule-a. Se n ã o , diga quais as i n f o r m a ç õ e s adicionais que devem ser fornecidas.
bombeado para fora de um sistema a baixa temperatura (o interior de um refrigera-
4.4 A temperaturas superiores a 500 K , o valor de c para o cobre pode ser dado aproxima-
dor doméstico, por exemplo, ou a atmosfera ou a terra no caso de uma bomba de P
damente por uma r e l a ç ã o linear da forma t> — a + bt. (a) D a F i g . 3.10, encontre, tão acura-
calor usada como aquecedor de casa), é feito trabalho mecânico (pelo motor que damente quanto lhe for possível, os valores de a e b. (b) C a l c u l e a v a r i a ç ã o na entalpia e s p e c í -
impulsiona o refrigerador), e é liberado calor igual à soma do trabalho mecânico e fica do cobre a uma p r e s s ã o de I atm, quando a temperatura for aumentada dc SUO K piiru
do calor removido do reservatório a baixa temperatura, no reservatório a alta tem- 1200 K .
peratura.
O resultado útil da operação de um refrigerador é o calor (2, removido do AC kif 3k í\
reservatório a baixa temperatura; isto é "o que obtemos". Aquilo por que se deve 4.5 Mostre que { — = —c»l-
Wh
pagar é o trabalho fornecido ao sistema. VV. Quanto maior for a razão do que se
obtém para o que se deve pagar, melhor será o refrigerador. Portanto, um refrigera-
du
dor é avaliado por seu coeficiente de desempenho, c, definido como a razão de Q 4.6 M o s t r e que I grlp ~ P ~ ^ ^ ' x
C v
A definição acima do coeficiente de desempenho se aplica a qualquer refrigera- constante, (d) Mostre que [dh/dv) = c Th. P P " " "
dor, opere ele ou não em um ciclo de Carnot. Para um refrigerador de Carnot.
QJQt = 7V/T, e 4.9 Derive e x p r e s s õ e s análogas às E q s . (4-18)'e (4-19) p a r a / : como f u n ç ã o ócP e v.
4,1 J- U m g á s ideal para o qual cr ~ 5R}2 é levado do pontoo" para 'o ponto b da Fig.'4.8 ao
longo das três trajetórias a-c-b, a-d-b e a-b. Seja P =
2 e v = 2^. (a).Calcule o calor
2
106 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS UA HHIMtIKA Lfcl — 107
Pr
(a)
(5)1 -«* =
HC P> (b)
(b) m Cp 1 -
^
Cd)
dv Jh (vi
{d)TP -
{y l)h = constante, e (b) Tv ' *
17 1 = constante.
Fig. 4.8 4.21 A F i g . 4.9 representa um cilindro com paredes termicamente isoladas, que c o n t é m um
ê m b o l o m ó v e l e sem atrito, t a m b é m isolado termicamente. E m cada lado do ê m b o l o , há n
moles de um g á s ideal. A p r e s s ã o / V o volume V e a temperatura T iniciais s ã o as mesmas
0 0
fornecido ao g á s , por mol, em cada um dos três processos. E x p r e s s e a resposta em termos de zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
em ambos os lados do ê m b o l o . O valor de y para o g á s é 1,50, e c é independente da tempera- c
R e 7*i. (b) Calcule o calor e s p e c í f i c o molar do g á s , em termos de R, para o processo a-b. tura. Por meio de uma bobina aquecedora do lado esquerdo do ê m b o l o , o calor é fornecido
lentamente ao g á s deste lado. E l e se expande e comprime o g á s do lado direito, até que s u a
4 .12 Para um g á s de van der W a a l s , que obedece à e q u a ç ã o de energia do Problema 4.1. p r e s s ã o tenha aumentado para 27 PJ%. E m termos de n, c„ e T , (a) quanto trabalho é feito a
sobre o g á s do lado direito? (b) qual é a temperatura final do g á s à direita? (c) qual é a
r it o s t i c que
temperatura final do g á s à esquerda? (d) quanto calor flui para o g á s à esquerda?
4.13 Para uma s u b s t â n c i a paramagnctica, que obedece à lei de C u r i e , a energia interna c uma 4.23 (a) Mostre que o trabalho feito sobre um g á s ideal p a r a comprimi-lo isotermicamente é
f u n ç ã o de 7" unicamente. Mostre que maior que o n e c e s s á r i o para comprimir o g á s adiabaticamente, se a v a r i a ç ã o de p r e s s ã o f o r *
mesma nos dois processos e (b) que o trabalho i s o t é r m i c o é menor que o trabalho a d i a b á t i c o
(a) d'QzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
se a v a r i a ç ã o de yolume for a mesma nos dois processos. C o m o um exemplo n u m é r i c o , f a ç a a
= C dT - 3/e dM\) d'Q = C dT - MdC/f \ (c)
M yc
p r e s s ã o e o volume iniciais serem 10" N m~ £ 0,5 m q u i l o m o l , e faça y =5/3. C a l c u l e o
: 3 -1
4.25 U m mol de um gás ideal é levado de P = 1 atm e T - 273 K para P = 0,5 atm e T ~ 546
K por um processo i s o t é r m i c o reversível seguido de um processo i s o b á r i c o r e v e r s í v e l . E l e é
4.15 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Para um g á s ideal, mostre que ( a ) \jjp~J
— 0, e (b)T
reconduzido ao seu estado inicial por um processo i s o c ó r i c o r e v e r s í v e l , seguido de um pro-
g á s de van der W a a l s , e o outro n moles, ambos a uma temperatura inicial 7",. O volume de
8
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
108 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ALGUMAS CONSEQOÉNCIAS DA PRIMEIRA LEI — 109
cesso a d i a b á t i c o r e v e r s í v e l . Suponha que c„ - (3/2V?. (a) Represente este ciclo em um dia- 4 36 U m e d i f í c i o deve ser refrigerado por uma máquina de Carnot operada ao inverso (um
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
grama P- V. (b) A c h e a variação de 7, V, P, W, Q, U e H. U m a t a b u l a ç ã o dos resultados s e r á
refrigerador de Carnot). A temperatura exterior é de 3 5 ° C ( 9 5 ° F ) . e a temperatura no interior
útil. (c) Represente este ciclo em um diagrama V-T e em um diagrama U-V. do edifício é de 2 0 ° C ( 6 8 ° F ) . (a) Se a m á q u i n a é acionada por um motor e l é t r i c o de 12 x IO 3
watt, quanto calor é removido do edifício por hora? (b) O motor é suprido com eletricidade
4.26 (a) U s e a E q . (4-8) para derivar as e q u a ç õ e s correspondentes às E q s . (4-38) e (4-40) para gerada em uma usina que consiste em uma má q u i na de Carnot operando entre r e s e r v a t ó r i o s a
um g á s de van der Waals. (b) Calcule o trabalho em uma e x p a n s ã o a d i a b á t i c a reversível pela temperaturas de 5 0 0 ° C e 3 5 ° C . A eletricidade (transmitida por uma linha de 5 ohm) é recebida
a v a l i a ç ã o direta de / P dv e pelo uso da e q u a ç ã o da energia do Problema 4,1. a 220 volts. Os motores que operam o refrigerador e o gerador da usina de p o l ê n c i a t ê m
rendimento de 90% cada um, Determine o n ú m e r o de unidades de r e f r i g e r a ç ã o obtidas por
4.27 A e q u a ç ã o de estado para a energia radiante em equilíbrio com a temperatura das pare- unidade de calor fornecida, (c) Quanto calor deve ser fornecido por hora à usina de p o t ê n c i a ?
des de uma cavidade de volume V é P - aT ll. A e q u a ç ã o da energia é U - aT*V, (a)
4
(d) Quanto.calor é rejeitado por hora na usina de potência?
Mostre que o calor fornecido em uma d u p l i c a ç ã o isotérmica do volume da cavidade é 4aT Vi Á
fora novamente se o refrigerador deve ser mantido frio. Se o refrigerador é 60% t ã o eficiente
4.30 U m a m á q u i n a de Carnot é operada entre dois r e s e r v a t ó r i o s de calor a temperaturas de quanto uma m á q u i n a de Carnot operando entre reservatórios a 5 ° C e 2 0 ° C , quanta p o t ê n c i a
400 K e de 300 K . (a) Se a máquina recebe 1200 Cal do r e s e r v a t ó r i o a 400 K em cada ciclo, (em watts) s e r i a n e c e s s á r i a para o p e r á - l o ? Compare o custo d i á r i o de 3 c e n t a v o s por
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
quantas calorias ela rejeita para o reservatório a 300 K ? (b) Se a m á q u i n a for operada como quilowatt-hora com o custo de 9 kg de gelo (cerca de .75 centavos).
• urn refrigerador (i.e., ao inverso) e receber 1200 C a l do r e s e r v a t ó r i o a 300 K , quantas calorias
ela liberará no r e s e r v a t ó r i o a 400 K ? (c) Quanto trabalho s e r á realizado pela máquina neste 4.39 U m a e q u a ç ã o de estado aproximada para um gás é P{v - b) = RT onde b é uma t
4.34 Calcule o rendimento e o coeficiente de desempenho dos ciclos mostrados (a) no Pro-
blema 3.26 e (b) no Problema 3.27.
L C I unzyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
cmnuritt c a ocuumurtzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
icnmuuinnmiuM — M I
£.1 A SEGUNDA L E I D A T E R M O D I N Â M I C A
A Fig. 5.1 mostra três sistemas diferentes, cada um deles envolto por uma fronteira
adiabática rígida, Na parte (a), um corpo a uma temperatura T, está em contato com
um grande reservatório de calor a uma temperaturazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
T-> mais alta. Na parte (b), um
volante em rotação aciona um gerador que envia corrente através de um resistor
imerso em um reservatório de calor. Na parte (c), um gás está confinado à parte
esquerda do recipiente por um diafragma. O restante do recipiente está evacuado.
Sabemos de experiência que, na parte (a), haverá um fluxo de calor do reservatório
para o corpo e que, finalmente, o corpo chegará à mesma temperatura T* do reser-
vatório. (A capacidade térmica do reservatório é tão grande que sua temperatura
não sofre alteração considerável por um fluxo de calor para dentro ou para fora
dele.) Na parte (b), o volante será finalmente levado ao repouso. Será feito trabalho
dissipativo sobre o resistor e haverá um fluxo .de calor dele para o reservatório,
Eutrópia e a Segunda Lei da igual em magnitude à energia cinética inicial do volante. Se o diafragma na parte (c)
for perfurado, o gás realizará uma expansão livre para a região evacuada e chegará
Termodinâmica a um novo estado de equilíbrio, a um volume maior e a uma pressão menor. Em
cada um destes processos, a energia total do sistema, incluindo a energia cinética
do volante na parte (b), permanece constante.
Suponhamos agora que iniciamos com os três sistemas em seus estados finais,
e imaginemos que os processos têm lugar no sentido inverso. No primeiro exemplo,
o corpo, inicialmente à mesma temperatura do reservatório, espontaneamente se
resfriaria até atingir sua temperatura original. No segundo, haveria um fluxo de
5.1 A S E G U N D A L E I DA TERMODINÂMICA
calor do reservatório para o resistor, que enviaria uma corrente para o gerador
(funcionando agora como um motor), e o volante seria posto em rotação com sua
5.2 T E M P E R A T U R A TERMODINÂMICA energia cinética original. No terceiro, o gás se comprimiria de volta para seu vo-
lume original.
5.3 ENTROPIA
Qualquer um compreende que estes processos inversos não se realizam, Mas
5.4 CÁLCULO D E VARIAÇÕES D E ENTROPIA E M P R O C E S S O S REVERSÍVEIS por que não? A energia total permaneceria constante em cada caso, tanto no pro-
cesso invertido quanto no processo original, c não haveria violação do principio du
5.5 DIAGRAMAS TEMPERATURA-ENTROPIA conservação da energia. Deve haver algum outro princípio natural, além da pri-
meira lei e não derivável dela, que determine o sentido em que um processo natural
5.6 VARIAÇÕES D E E N T R O P I A E M P R O C E S S O S IRREVERSÍVEIS
terá lugar. Este princípio está contido na segunda lei da termodinâmica. A segunda
5.7 O PRINCÍPIO D E A U M E N T O DA E N T R O P I A lei. como a primeira, é uma generalização da experiência e afirma que certos pro-
cessos, dos quais os três considerados acima são exemplos, realizam-se somente
5.8 O S E N U N C I A D O S D E C L A U S I U S E D E K E L V I N - P L A N C K DA S E G U N D A L E I em um sentido.
Os três processos invertidos e impossíveis foram escolhidos como exemplos
porque, à primeira vista, eles parecem diferir muito entre si. No primeiro, um sis-
KÍR. S.l Na furte (u) há um fluxo reversível de ciitor entre uni corpo a uniu temperatura 'l\ um gmmle
reservatório a uma temperatura mais alta 7",. Em (b), um volume em rotação ncíotia um gerudor que envi,i
uma corrente através de um resistor em um reservatório de calor. Em (c), um gás na parte esquerda de un,
V recipiente executa uma expansão livre para a região evacuada, quando a diafragmai perfurado, v.:;"" -
112 — T ERMODI NÂMI CA, TEORIA CINÉTICA E T ERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA T ERMODI NÂMI CA — 113
função somente do estado do sistema e, como provaremos, ela permanece cons- a razão entre as magnitudes de Q e Q em um ciclo de Carnot tem o mesmo valor 2 x
tante ou aumenta em qualquer processo possível, que tenha lugar em um sistema para todos os sistemas, qualquer que seja sua natureza. Isto é, a razão |£? |/|£i| é 2
isolado. Em termos da entropia, a segunda lei pode ser formulada: função somente das temperaturas fí © 0p 2
Não ocorrem processos nos quais a entropia de um sistema isolado decresça: em qual- =Ko,,e ).
í (5-i)
quer processo que tenha lugar em um sistema isolado, a entropia do sistema aumenta Ifiil
ou permanece constante.
A forma da função/ depende da particular escala de temperatura empírica, em que zyxwvutsr
Ainda mais, se um sistema isolado estiver em um estado de entropia máxima, t i, e ff, são medidas, mas não depende da natureza do sistema que realiza o ciclo.
qualquer mudança deste estado envolverá necessariamente um decréscimo na en- Não se deve inferir que as quantidades de calor absorvida e liberada em um
tropia e não se realizará. Portanto, a condição necessária ao equilíbrio de um sis- ciclo de Carnot tenham sido medidas experimentalmente para todos os sistemas pos-
tema isolado é que sua entropia seja máxima. síveis e todos os pares de temperaturas possíveis. A justificativa da asserção prece
Note-se, cuidadosamente, que as afirmativas acima só se aplicam a sistemas dente está na correção de todas as conclusões que podem ser tiradas delas.
isolados. E perfeitamente possível que a entropia de um sistema não isolado dimi- A função /(ff , ff,) tem uma forma muito especial. Para mostrar isto, suponha-
2
nua em um processo real, mas sempre se encontrará que a entropia de outros siste- mos que primeiramente executemos o ciclo a-b-e-f-a, na Fig. 5.2, no qual o pro-
mas, com os quais q primeiro interage, aumenta pelo menos tanto quanto a deste
sistema diminui.
A segunda lei foi aqui afirmada sem que se definisse entropia. Nas seções
seguintes, o conceito de entropia será desenvolvido primeiramente pelo uso das
propriedades do ciclo de Carnot e depois pelo cálculo de variações de entropia em
processos reversíveis e irreversíveis. Após uma discussão do significado físico da
produção de entropia, serão apresentadas formulações equivalentes da segunda lei.
calor absorvido neste ciclo, no processo f-e, igual ao calor rejeitado no primeiro
ciclo no processo e-f. Então, sezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Q é o calor rejeitado à temperatura 8
X e U
T = T 3 M . (5-7)
Foi proposto por Kelvin que, uma vez que a razão </>(^)A/>(#i) é independente das
propriedades de qualquer substância particular, a temperatura termodinâmica X
«i IQii'.
correspondente à temperatura empírica 8 poderia ser definida pela equação
Segue-se, então, que a razão entre duas temperaturas de termómetro de gás é
= AM,
TzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
' { 5 5 ) igual à razão entre as correspondentes temperaturas termodinâmicas. Isto justifica a
substituição de 8 por T, nos capítulos precedentes. ,
onde A é uma constante arbitrária.
- -"Então; " 1
116 — T ERMODI NÂMI CA, TEORIA CINÉTICA E T ERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA T ERMODI NÂMI CA — 11 7
5.3 ENTROPIA e, quando todas as equações destas, para todos os ciclos, forem somadas, teremos
calor saindo do sistema, os fluxos de calor têm sinais opostos; portanto, para um O índice " r " serve para lembrar que o resultado acima se aplica somente a ciclos
ciclo de Carnot, poderíamos escrever reversíveis.
No limite, quando os ciclos são tornados mais estreitos, os processos em zi-
guezague correspondem mais e mais de perto ao processo cíclico original. A somn
pode, então, ser substituída por uma integral e podemos escrever, para o processo
original, que
ou
tír - o. (5-8)
r
Isto é, se o fluxo de calor d'Q para o sistema em qualquer ponto for dividido
r
pela temperatura 7 do sistema neste ponto, e estes quocientes forem somados sobre
Consideremos agora algum processo reversível cíclico, como o representado todo o ciclo, a soma será nula. Em alguns pontos do ciclo, d'Q é positivo e. cm r
pela curva fechada na Fig. 5.3. O resultado líquido deste processo pode ser aproxi- outros, negativo. A temperatura 7 é sempre positiva*. As contribuições negativas
mado tão de perto quanto se queira por um grande número de ciclos de Carnot, para a integral anulam as contribuições positivas.
todos percorridos no mesmo sentido. As porções adiabáticas dos ciclos que coinci- Como a integral de qualquer diferencial exata, como dV ou ciU ao longo de
dem são percorridas duas vezes em sentidos opostos, e se cancelarão. O resultado uma trajetória fechada, é nula, vemos da Eq. (5-8) que, embora d'Q não seja uma r
não cancelado consiste na linha forte em ziguezague. Quando os ciclos tornam-se diferencial exata, a razão d'Q /T é uma diferencial exata. Portanto, é possível defi-
r
menores, há um cancelamento mais completo das porções adiabáticas, mas as por- nir uma propriedade S de um sistema cujo valor depende somente do estado do
ções isotérmicas permanecem não canceladas. sistema e cuja diferencial dS é
Se um dos pequenos ciclos for efetuado entre as temperaturas 7 e 7,, e A Q e zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2 3
dS ~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
— . (5-9)
AQ, AO, A
T
— + — » 0
T t 7 2 • Então, em qualquer processo cíclico,
dS = 0. ' (5-10)
Outra propriedade de uma diferencial exata é que sua integral, entre dois esta-
dos de equilíbrio quaisquer, é a mesma para todas as trajetórias entre os estados.
Portanto, para qualquer trajetória entre estados a e b,
"dS = S - b S.
a (5-11)
i .
siva, e definimos a entropia específica s como a entropia por mol ou por unidade de
massa:
s = ou
118 - T ERMODI NÂMI CA, TEORIA CINÉTICA E T ERMODI NÂMI CA ESTATÍSTICA tN l l i U r i A c M òtbunun LCI U * I cniviuuni/MvnuM —
d'O r = 0 e dS = 0. Para avaliar estas integrais para um dado sistema, devemos conhecer c ou c r P
S i _
S i =
,J T
= f ^ ífV 4 .
T Ja
f i t
T
.(5-12)
um grande número dc reservatórios de calor tendo temperaturas T \- dT, T t- 2
dT, . . . , 7 - dT, 7 . O sistema a uma temperatura 7, é posto em contato com o
2 2
x x
6 a
reservatório à temperatura T r dT, e o contato é mantido até que seja alcançado o
x
equilíbrio térmico. O sistema, agora a uma temperatura 7", t- dT, é então posto ?m
Para executar u m processo destes, o sistema é posto em contato com um reservató- contato com o reservatório à temperatura T\ 2 dT, etc, até que o sistema atinja a
rio de calor a uma temperatura infínitesimalmente maior (ou menor) que a do sis- temperatura 7 . 2 •' '
tema. No primeiro caso há um fluxo de calor para o sistema. Q é positivo, S,, > S„, r
s -
2 S l = t/T. (5-13)
Em todo processo em que há um fluxo reversível de calor entre um sistema e
suas vizinhanças, as temperaturas do sistema e das vizinhanças são essencialmente
Por exemplo, o calor latente de transformação de água líquida para vapor cTágun ã pres- iguais, e o fluxo de calor para as vizinhanças, em cada ponto, é igual em magnitude
são atmosférica c à temperatura de (aproximadamente) 373 K é / = 22,6 x ICP J kg" . A
=3 1
e de sinal contrário ao fluxo de calor para o sistema. Portanto, a variação de entro-
entropia especifica do vapor excede, portanto, a do líquido por:
pia das vizinhanças é igual em magnitude e oposta em sinal à do sistema, e a varia-
ção líquida na entropia do sistema mais as vizinhanças é nula. (Eni um processo
/ 22,6 X l O^ k g-
isotérmico, as vizinhanças consistem um um só reservatório. Em um processo no
2 3 1
120 — T ERMODI NÂMI CA. TEORIA CINÉTICA E T ERMODINÂMICA EST AT ÍST ICA
ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA T ERMODI NÂMI CA — 121
5.5zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
DIAGRAMAS TEMPERATURA-ENTROPIA entropia de um sistema em um processo irreversível, imaginando algum processo
reversível (qualquer processo servirá) entre os estados extremos do processo irre-
Como a entropia é uma propriedade de um sistema, seu valor em qualquer estado versível.
de equilíbrio do sistema (a menos de uma constante arbitrária) pode ser expresso Consideremos primeiramente o processo representado na Fig. 5.1(a), no qual a
em termos de variáveis que especifiquem o estado do sistema. Assim, para um temperatura de um corpo é aumentada de T para 7 por contato do corpo com um x 2
Então, exatamente como para a energia interna, podemos considerar a entropia temperaturas entre 7 e 7 . O processo é irreversível, uma vez que há uma dife-
3 2
como uma das variáveis que especificam o estado do sistema, e podemos especifi- rença finita de temperatura entre o corpo e o reservatório durante o processo, e o
car o estado do sistema em termos da entropia S e de uma outra variável. Se a sentido do fluxo de calor não pode ser invertido por uma variação infinitesimal na
temperatura 7 for selecionada como a outra variável, todo estado do sistema cor- temperatura. Os estados inicial e final do corpo são os mesmos, seja a temperatura
responderá a um ponto em um diagrama T-S, e todo processo reversível correspon- variada reversível ou irreversivelmente, de modo que a variação na entropia do
derá a uma curva neste diagrama. corpo é a mesma em ambos os processos. Então, da Eq. (5-17), se o processo se
U m ciclo de Carnot tem uma forma especialmente simples neste diagrama, realizar à pressão constante, e a capacidade térmica C do corpo puder ser conside- P
uma vez que é limitado por duas isotermas, ao longo das quais 7 é constante, e por rada constante, a variação na entropia do corpo será
duas adiabáticas reversíveis, ao longo das quais 5 é constante. Assim, a Fig. 5.4
representa o ciclo de CarnotzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a-b-c-d-a da Fig. 5.2. r> I 2 T
A área sob a curva que representa qualquer processo reversível em um dia- tsScorpo = C p I I I — .
grama 7-5 é t x
Q - C (T
P 2 - Ti),
Q To - T x
ASreserviUõrio — — "~Cp ~ .
T 2 7,
, T % T~
2 7i
F i g . 5.4 O diagrama temperatura-eniropia de um ciclo de C u r n o l , A S = corpo + ASrcscrvaiório: ln
Ti r
2
de sorte que a área sob uma curva dessas representa o fluxo de calor, do mesmo A Fig. 5.5 mostra gráficos de \nQTjTt) e de (7 - 7,)/7, como funções da razão 2
modo que a área sob uma curva em um diagrama P- V representa trabalho. A área 7,/7,. Podemos ver que, quando T, > 7,, ou quando 7 /7, > 1, as grandezas 2
interior ao gráfico de um processo reversível cíclico corresponde ao fluxo liquido de
ln(7 /7i) e (7 - 7 )/7 são ambas positivas, mas a primeira é maior que a segunda.
calor para o sistema no processo.
2 2 ( 2 :
processo reversível; entretanto, como a entropia de um sistema só depende do es- Como exemplo, suponhamos que a temperatura de uma amostra de água líquida seja
tado do sistema, a diferença de entropia entre dois estados de equilíbrio dados é a aumentada de 273 K para 373 K. por estar em contato com um reservatório de calor a
uma temperatura de 373 K. Mostramos, no exemplo precedente, que o aumento na en-
mesma,"qualquer que seja a natureza do processo pelo qual o sistema possa ser tropia específica da água neste processo é 1310 J kg~ K~V O fluxo de calor para a agua, l
122 - T ERMODI NÂMI CA, TEORIA CINÉT ICA E T ERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ui» i i I U I m zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
i. r\n u n
CO
n,iii(iuuiiu-iiiiiun I
= 418 x I O J k g- .
3 1 5.7 O PRINCÍPIO DE AUMENTO DA ENTROPIA
constante. Portanto, se o resistor sozinho é considerado o sistema, nenhuma das com um reservatório a uma temperatura diferente 7\ Este processo é irreversível
propriedades do sistema varia e não há mudança na entropia do sistema. Supomos no sentido em que definimos originalmente o termo, isto é, o sentido do fluxo de
que a temperatura do resistor durante o processo difere apenas ligeiramente da do calor entre o corpo e o reservatório não pode ser invertido por uma mudança infini-
reservatório, de sorte que o fluxo de calor entre o resistor e o reservatório é rever- tesimal na temperatura de um deles. Isto não quer dizer que o estado original do
sível; e s e ^ é a magnitude do fluxo de calor, a entropia "do reservatório aumenta de sistema composto não possa ser restabelecido. Por exemplo, podemos trazer o
QIT. Este é também o aumento de entropia do sistema composto, resistor mais corpo de volta à sua temperatura original, em um processo reversível, utilizando
uma série de reservatórios a temperaturas entre 7\ T , e o estado original do
reservatório, e novamente há um aumento na entropia do universo,
2
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
124 — T ERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E T ERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA T ERMODI NÂMI CA — 125
pia dos reservatórios auxiliares será ainda maior que o aumento de entropia no tórios de uma máquina térmica, retirando-se calor de um e rejeitando calor para o
processo original. Portanto, embora um sistema possa ser reconduzido ao seu es- outro, e desviando-se uma parte do calor para produzir trabalho mecânico. Uma
tado original, após sofrer um processo irreversível, o aumento de entropia asso- vez que o sistema tenha chegado à mesma temperatura, não mais existe esta opor-
ciado ao processo nunca poderá ser destruído. No máximo, ele poderá ser transfe- tunidade. Assim, qualquer processo irreversível em uma máquina térmica, com um
rido de um sistema para outro. EstezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
é o verdadeiro significado do termo irreversí- aumento de entropia associado, reduz a quantidade de trabalho mecânico, que pode
vel. O estado do Universo nunca poderá ser completamente restabelecido. ser retirado de uma dada quantidade de calor que saia de um reservatório a alta
Em mecânica, uma das razões que justificam a introdução dos conceitos de temperatura. O que foi "perdido" em um processo irreversível não é energia, mas
energia, quantidade de movimento e quantidade de movimento angular é que eles oportunidade — a oportunidade de converter em trabalho mecânico uma parte da
obedecem a princípios de conservação. A entropia não é conservada, entretanto, energia interna de um sistema a uma temperatura mais alta que suas vizinhanças.
exceto em processos reversíveis, e esta propriedade pouco familiar, ou falta de O físico-químico não se ocupa tanto com a magnitude do aumento de entropia
propriedade, da função entropia é uma razão para a aura de mistério que usual- em um processo irreversível quanto com o fato de que um processo em um sistema
mente envolve o conceito de entropia. Quando água quente e água fria são mistura- isolado só pode ter lugar se a entropia do sistema aumentar. Duas substâncias rea-
das, o fluxo de calor saindo da água quente é igual ao fluxo de calor para a água girão quimicamente ou não? Se a reação resultar em um decréscimo na entropia, ela
fria, e a energia é conservada. Mas o aumento na entropia da água fria é maior que será impossível. Entretanto, uma vez que a entropia poderia decrescer se a reação
o decréscimo na entropia da água quente, e a entropia total do sistema é maior ao se realizasse a uma temperatura e pressão, é possível que ela aumente a outros
final do processo do que no início. De onde vem o aumento de entropia? A resposta valores da temperatura e da pressão. Portanto, um conhecimento das entropias das
é que ela foi criada no processo de misturar. Ainda mais, uma vez criada entropia, substâncias em função de temperatura e pressão é de todo importante na determi-
ela nunca pode ser destruída. O Universo sempre deve suportar esta carga adicio- nação das possibilidades das reações químicas.
nai de entropia (uma afirmativa que subentende a suposição, que pode ser questio-
nável, que o Universo constitui um sistema isolado e fechado). "Energia nunca 5.8 OS ENUNCIADOS DE CLAUSIUS E D E K E L V I N - P L A N C K DA
pode ser criada ou destruída ', diz a primeira lei da termodinâmica". "Entropia não
SEGUNDA L E I
1
pode ser destruída", diz a segunda lei, "mas pode ser criada".
A discussão precedente refere-se à definição termodinâmica do conceito de Preferimos considerar a segunda lei como uma afirmativa com relação a possíveis
entropia. Os métodos dazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
estatística, a serem discutidos em capítulos posteriores, mudanças de entropia em processos arbitrários. A entropia foi definida em termos
proporcionarão aprofundamento no conceito de entropia. de fluxos de calor ern um ciclo de Carnot. Dois outros enunciados são frequente-
Na Seç. 3. 7, a diferença na energia interna de dois estados de um sistema foi mente tomados como ponto de partida para definir entropia, e ambos, evidente-
definida como sendo igual ao trabalho, com o sinal negativo, em qualquer processo mente, conduzem ao mesmo resultado final, mas por um argumento algo mais
adiabático entre os estados. Lá foi mencionado que nem todos os estados de um longo. O enunciado de Clausius da segunda lei é:
sistema poderiam ser alcançados de um dado estado inicial por um processo adiabá--
tico, mas que todas as vezes que um estado final b não pudesse ser alcançado a Nenhum processo é possível, cujozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
ú n ico efeito seja um fluxo dc calor sair de um sis-
partir de um estado inicial a, por um processo adiabático, o estado a sempre pode- tema a uma dada temperatura e um fluxo de calor de igual magnitude para um se-
ria ser alcançado do estado b por um tal processo. Agora podemos entender por gundo sistema a uma temperatura mais alta.
que deve ser assim.
Somente aqueles estados que tenham a mesma entropia que o estado inicial O enunciado de Clausius parece, à primeira vista, uma afirmação trivial c ób-
podem ser alcançados a partir deste estado por um processo adiabático reversível via, pois só pode fluir calor por condução de uma temperatura mais alta paia mim
ao longo do qua! a entropia é constante. Para atingir qualquer estado arbitrário, temperatura mais baixa. Entretanto, o mecanismo de condução de calor é usado
deve-se também usar um processo adiabático irreverstvel, tal como uma expansão para definir o que se quer dizer com temperaturas "mais altas" e "mar. b;n\.i '.
livre ou um processo de agitação, como está mostrado na Fig. 5.1. Mas no processo são atribuídos valores numéricos à temperatura, de modo que se escoe calor por
irreversível, a entropia sempre aumenta e nunca diminui. Portanto, os únicos esta- condução de uma temperatura mais alta para uma temperatura mais baixa. Mftl 0
dos que podem ser atingidos de um dado estado inicial por processos adiabáticos enunciado de Clausius vai mais longe e afirma que nenhum processo é possível,
são aqueles em que a entropia é maior ou igual à do estado inicial. cujo único resultado seria conflitar com a afirmativa.
Entretanto, se a entropia em algum estado arbitrário for menor que a do estado O enunciado de Clausius pode ser visto como uma consequência diifta dn
inicial, a entropia no estado inicial será necessariamente maior que a do estado princípio do aumento da entropia. Suponhamos que o único resultado dc um pio
arbitrário, e o estado inicial (original) poderá sempre ser alcançado a partir do es- cesso seja um fluxo de calor Q saindo de um sistema A a uma temperatura 7,, e um
tado arbitrário por um processo adiabático. fluxo de calor de igual grandeza para um sistemai? a uma temperatura mais alta 7
r
. „„-.-Em um processo em que dois corpos a temperaturas diferentes são postos em Este processo não violaria a primeira lei, pois o trabalho seria nulo no processo c o
contato e chegam ao equilíbrio térmico, a variação líquida na energia do sistema é acréscimo na energia interna deB seria igual ao decréscimo na energia interna de A.
nula, pois o fluxo de calor para fora de um dos corpos iguala o fluxo de calor para As variações de entropia dos sistemas seriam
dentro do outro. De que modo as coisas mudaram significativamente? Quem se
preocupa em saber se a entropia do sistema aumentou ou não?
.. O engenheiro mecânico se ocupa, entre outras coisas, com máquinas térmicas,
a - ^ r
cuja alimentação de energia é u n r f l u x o decaloV""proveniente de um resérváfónV, ê "
2
temperaturas diferentes. Estes sistemas poderiam ter sido utilizados como reserva- na entropia do universo. •' > •• ' ••
: • -
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
1 2 6 — T ERMODI NÂMI CA, TEORIA CINÉTICA í T ERMODINÂMICA EST AT ÍST ICA ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA T ERMODI NÂMI CA — 127
dos fluxos não são iguais, entretanto, pois QJQ = TJTj e 7 > 7,. Assim, embora
{ 2
haja uma transferência de calor de uma temperatura mais baixa para uma mais alta,
o li L I X O de calor que sai de um reservatório não é igual ao fluxo de calor que entra
no outro reservatório, e os fluxos de calor não são oszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
únicos efeitos do processo,
porque deve ser feito trabalho de magnitude igual a \Q \ \Q \a que o ciclo se 2 X
efetue.
O enunciado de Kelvin-Planck da segunda lei é:
Nenhum processo é possível, cujo único efeito seja um fluxo de calor Q saindo de um
reservatório a uma só temperatura e a realização de trabalho \V igual em magnitude a Hf. 5.6 Na parte (a), o círculo representa uma máquina de Ciirnot. e o retãngulo uma máquina fictícia, qt
tem um rendimento térmico maior. Se a máquina fictícia acionasse a máquina de Carnot invertida como u
refrigerador, como na parte (b), o resultado violaria o enunciado de Clausius da segunda lei.
tanto, recebe uma quantidade menor de calor do reservatório a alta temperatura do PROBLEMAS
que a máquina de Carnot. Ela também rejeitauma quantidade menor de calor para
o reservatório a baixa temperatura, poís o trabalho, ou a diferença entre o calor 5.1 Suponha que uma escala de temperatura seja definida em termos de uma substância A,
de modo que o rendimento de uma máquina de Carnot, operando entre os pontos de ebulição
absorvido e o rejeitado, é o mesmo em ambas as máquinas. e de fusão desta substância (a uma pressão de I atm), seja exatamente 50%. Um grau nesta
Porque a máquina de Carnot é reversível (no sentido termodinâmico do termo), nova escala é igual a dois graus na Escala Fahrenheit, e há 75 graus A entre os pontos de
ela pode ser operada como um refrigerador sem qualquer alteração nos valores de ebulição e de fusão da substância. Determine as temperaturas dos pontos de fusão e de ebuli-
W« \Q \ |j2i|. Assim, suponhamos a máquina fictícia conectada à máquina de Car-
2
ção da substância na escala Kelvin. '• <•
not como na Pig.-5.6(b).. O sistema-funcionará por si mesmo, porque o "trabalho
5.2 Analise um ciclo de Carnot para ò caso especial de um corpo paramagnético ideal, a fim
produzido pela máquina fictícia é igual ao trabalho requerido para operar o refrige- de mostrar que a razão entre duas temperaturas empíricas, definidas pela lei de Curie,zyxwvutsrqponmlk
6 = t
rador de Carnot. A máquina fictícia retira calor )Q' \o reservatório a alta tempera-
t
C 2flMi, é igual à razão entre as temperaturas termodinâmicas correspondentes. A energia
c
tura, enquanto o refrigerador de Carnot libera uma quantidade maior de calor |j2i1 interna de um corpo paramagnético ideal depende somente de T, e durante um processo adia-
para este reservatório.. Também a máquina fictícia rejeita calor \Q[] para o reserva- bático VCjB permanece constante.
x .
128 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA — 129
5.11 U m corpo de massa finita está originalmente a uma temperatura T que é maior que a 3t
fd'Q 5.13 U m sistema é levado a efetuar reversivelmente o ciclo a-b-c-d-a, mostrado no diagrama
p r e s s ã o (P — P , ) . (c) Calcule o valor de I
2 ao longo de c a d a parte do ciclo. De acordo com T-S da F i g . 5.9. (a) O ciclo a-b-c-d-a funciona como uma máquina ou como um refrigerador?
(b) Calcule a transferência de calor em cada processo, (c) A c h e o rendimento deste ciclo
funcionando como m á q u i n a tanto graficamente quanto por c á l c u l o direto. (d) Qual c o coefi-
a segunda lei, qual é o significado do valor da soma destas integrais? (d) Suponha que uma ciente de desempenho deste ciclo funcionando como refrigerador?
temperatura 7"seja definida como a temperatura Celsius mais algum valor diferente de 273,15.
5.14 Mostre que se um corpo à temperatura T é posto em contato com u m r e s e r v a t ó r i o de
X
Seria, e n t ã o , verdade que 0? Explique. calor à temperatura 7* < 7",, a entropia do universo aumenta. Suponha? que a capacidade
a
130 - T ERMODI NÂMI CA, TEORIA CINÉTICA E T ERMODINÂMICA EST AT ÍST ICA
600 K e (c) T» = 100 K . (d) Mostre que, em cada caso, a entropia do universo aumenta.
5.16 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(a) U m quilograma de água a 0 ° C é posto em contato com u m grande r e s e r v a t ó r i o de
calor a 1 0 0 ° C . Quando a água atingir 1 0 0 ° C , qual terá sido a v a r i a ç ã o na entropia da água, do
r e s e r v a t ó r i o de calor e do universo? (b) Se a água for aquecida de 0 ° C a 100°C, primeiramente
por contato com um r e s e r v a t ó r i o a 5 0 ° C e, e n t ã o , pondo-a em contato com um r e s e r v a t ó r i o a
1 0 0 ° C , qual será a v a r i a ç ã o na entropia do universo? (c) Explique como a água pode ser
aquecida de 0 ° C para 1 0 0 ° C , sem variação na entropia do universo.
uma m á q u i n a de Carnot, que realiza uma quantidade infinitesimal de trabalho d'W em cada rio a uma temperatura baixa e um fluxo de calor para um segundo r e s e r v a t ó r i o a uma tempera-
ciclo. Mostre que a temperatura final de equilíbrio dos r e s e r v a t ó r i o s é {TJ ) ~. (b) Mostre que t u tura alta. Explique por que este processo n ã o contradiz o enunciado de Clausius da segunda
temperatura final dos sistemas, se eles forem postos em contato em um e n v o l t ó r i o a d i a b á t i c o lei. (b) N a o p e r a ç ã o de uma m á q u i n a t é r m i c a há um fluxo de calor Q saindo de um r e s e r v a t ó -
rígido, s e r á (7"j +7\)/2. (c) Qual das temperaturas finais é maior? (dj Mostre que a quantidade rio, e é feito trabalho m e c â n i c o W. Explique por que este processo n ã o viola o enunciado de
total de trabalho feito pela m á q u i n a de Carnot na parte (a) é C {T - T\) . (e) Mostre que o
P l212 2 Kelvin-Planck da segunda lei.
trabalho d i s p o n í v e l total na parte (b) é zero.
5.27 U m inventor afirma ter inventado uma máquina que aceita IO J a uma temperatura dc
7
f .21 U m a massa m de um líquido a uma temperatura X, é misturada com uma massa igual do 400 K , rejeita 4 x 10 J a uma temperatura de 200 K e libera 3,6 x 10" J de trabalho m e c â n i c o .
B
mesmo líquido a uma temperatura T . O sistema está termicamente isolado. Mostre que a
2 V o c ê aconselharia um investimento de dinheiro para pôr esta m á q u i n a no mercado? Corno
v a r i a ç ã o de entropia do universo é v o c ê descreveria esta máquina?
, , (r + a r )/2
2 5.28 Mostre que, se o enunciado.de Kelvin-Planck da segunda lei n ã o fosse verdadeiro, seria
imcp In — — , p o s s í v e l uma v i o l a ç ã o do enunciado de Clausius.
P VT Tl 2 '
5.29 Mostre que, se o enunciado de Clausius da segunda lei n ã o fosse 'verdadeiro, seria
e mostre que este valor é necessariamente positivo. p o s s í v e l uma v i o l a ç ã o do enunciado de Kelvin-Planck.
5.22 U m mol de um g á s ideal m o n o a t ô m i c o , inicialmente à temperatura X,, expande-se adia- 5.30 Suponha que uma certa m á q u i n a tenha um rendimento maior que uma m á q u i n a de C a r -
baticamente contra.um ê m b o l o sem massa, a t é que seu volume dobre. A e x p a n s ã o n ã o é not funcionando entre o mesmo par de r e s e r v a t ó r i o s , e que em cada ciclo ambas as m á q u i n a s
necessariamente quase e s t á t i c a ou reversível. Entretanto, pode-se dizer que o trabalho feito, a rejeitem a mesma quantidade de calor para o r e s e r v a t ó r i o a baixa temperatura. Mostre que o
v a r i a ç ã o de energia interna e a variação de entropia do sistema deve estar dentro de certos
limites. Avalie os limites destas grandezas e descreva o processo associado a cada limite.
5.24 Mostre que (Bs}ôT) > 0 para todos os processos em que x é uma propriedade intensiva
r
5.25 U s e a F i g . 5.10 para mostrar que sempre que um sistema efetua um ciclo fechado, a
soma do fluxo de calor £>,, dividido pela temperatura do r e s e r v a t ó r i o T, para cada processo, é
menor ou igual a zero; i.e.,
_ i f £ 0 . (5-18)^
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
132 — T ERMODI NÂMI CA, TEORIA CINÉTICA E T ERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
5.32 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
N a F i g . 5.11, abed representa um ciclo de Carnot limitado por duas a d i a b á t i c a s e por
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
duas isotermas às temperaturas 7, e T , onde 7 > 7 , . A figura oval é um ciclo r e v e r s í v e l para
2 2
iguais a 7 , . Prove que o rendimento do segundo ciclo é menor que o do ciclo de Carnot.
[Sugestão: F a ç a uma a p r o x i m a ç ã o do segundo ciclo por um grande n ú m e r o de ciclos de Car-
not.]
6.1 INTRODUÇÃO
6.3 T EP C O M O V A R I Á V E I S I N D E P E N D E N T E S
6.5 A S E Q U A Ç Õ E S T ds
6.10 A S E X P E R I Ê N C I A S D E J O U L E E J O U L E - T H O M S O N
6.11 T E M P E R A T U R A E M P Í R I C A E T E M P E R A T U R A T E R M O D I N Â M I C A
6.12 S I S T E M A S C O M D I V E R S A S V A R I Á V E I S . P R I N C Í P I O D E C A R A T H É O D O R Y
134 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA PR1MEIRA E SEGUNDA LEIS CUiVtblNAUAS —
6.1 INTRODUÇÃO rada u m a forma canónica quando é expressa em t e r m o s das grandezas acima.
U m a vez avaliadas as derivadas parciais, os resultados p o d e m ser reunidos de
C o m b i n a n d o agora a primeira e a segunda leis, obteremos várias r e l a ç õ e s termodi- um m o d o s i s t e m á t i c o , inventado por P. W . B r i d g m a n , * de sorte que, quando se
n â m i c a s importantes. A f o r m u l a ç ã o analítica da primeira lei da t e r m o d i n â m i c a , em necessita de uma derivada particular, n ã o h á necessidade de c a l c u l á - l a a p a r t i r de
f o r m a diferencial, é primeiros p r i n c í p i o s . O procedimento e s t á explicado no A p ê n d i c e A .
A segunda lei afirma que, para u m processo r e v e r s í v e l entre dois estados de equilí- Escrevemos nossas e q u a ç õ e s em termos de grandezas e s p e c í f i c a s , de m o d o que os
brio, resultados sejam independentes da massa.de qualquer sistema p a r t i c u l a r e se refi-
ram somente ao material de que o sistema é c o m p o s t o . D a p r i m e i r a e segunda leis
â'Q T = TdS. (6-2) combinadas, temos
126 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA PRIMEIRA E SEGUNDA LEIS COMBINADAS — 137
tes da ordem de d e r i v a ç ã o . A s s i m ,
ôs 2
1 d'u
TdvdT .dTdv + ( s r l _zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
T {dv)?*
2 .P
P = (6-9)
( doír \dTJv
du — c„ dT + dv. (6-10)
\BTJV .
Fig. 6.1 ( a ) A capacidade t é r m i c a e s p e c í f i c a a volume constante e (b) a p r e s s ã o do H e c o m o f u n ç ã o d a 1
Hili e Lounasmaa mediram o calor específico a volume constante e a pressão do He* densidade r e d u z i d a a t e m p e r a t u r a s entre 3 K e 20 K . C a d a c u r v a e s t á m a r c a d a c o m a temperatura e m
keivins. A densidade reduzida p é a r a 2 â o entre a densidade atual do He* p a r a 68,8 k g m ~ . A s linhas
líquido como uma função da temperatura entre 3 K e 2 0 K e para um intervalo de densi- r
dades.* Os dados de c e P estão nas Figs. 6.1(a) e 6.1(b), lançados como função da
r
v
maa. [ E s t a s figuras s ã o r e p r o d u z i d a s , c o m p e r m i s s ã o , d o artigo de O . V . L o u n a s m a a , " T h e T h e r m o d y n a -
densidade reduzida p , que é a razão da densidade atual do He* para sua densidade no
r mic Properties o f F l u i d H c l i u m " , Plúlusophical Transactions of the Royai Sociely of London 252A (1960):
ponto crítico, tomada por eles como sendo 68,8 kg m " \ volume específico molar é, 357 ( F i g s 4 e 7 ) . ]
então, 0,0582/p, m quilomol"" .
3 1
TÔ (6)(5 35 x IO" )
t 2 e q u a ç ã o de estado ou de B e K. As grandezas T, v e K s ã o sempre positivas e,
- P 19,7(1,01 x IO ) = 1,42 x. 10° J m -
5
embora B possa ser p o s i t i v o , negativo ou nulo (para a á g u a é zero a 4 ° C e negativo
9,42 x 1 0 " 8
des, a Eq. (6-5) pode ser integrada numericamente para se obter valores da variação na Usando os dados para o He fornecidos acima, 4
energia interna.
(5,35 x lÓ- ) (6)(2,64 x 10" )
2 2 „ 2
C p C v 9,42 x I O " 8
ds = - (dh - u dP)
ds\
(6-14) e, considerando h como f u n ç ã o de 7" e P,
do/T \dTJv
Consequentemente, da E q . (6-6),
ar/p \ap/ (6-17)
7 r
fdP\
dv, Portanto
ou
T\3T/p T w / r
Tds = c dT
v + T Í f ^ W (6-15) Mas
(6-18)
lar/p
õs \0
= 1,66 x IO J quilomol ' K"
1 -
e, consequentemente
fel-
(ds\
(6-19)
Ur/p r U r V
Usando os valores dessas grandezas determinados a várias temperaturas e densidades, a U> -'O)
\dPfo TlXdP/T .
Eq. (6-6) ou a Eq. (6-15) podem ser integradas numericamente para fornecer valores da
entropia em função da temperatura e do volume. Igualando as derivadas parciais de segunda o r d e m mistas de s, obtemos
na Fig. 6.1(a) a.p = 2,2. A inclinação, (dcJdp ) , está relacionada com (dcjdv) por
r r T r
relação a 7 e a P são
= = - - í L = i 7 x lO*JK->m-a
U L \dpJ \dv
T ) T \d ) 0,0582
Pl T ».
— ) = f f
(
O valor de (ôVV 3 P ) para o He é estimado pelo cálculo de valores para a variação na
C 4
SP/ar! U t / p '
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140 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA PRIMEIRA E SEGUNDA LEIS COMBINADAS — 141
Consequentemente, 6.5 AS E Q U A Ç Õ E S T ds
TdS = c dT P rl^j dP, (6-25) As t r ê s e x p r e s s õ e s para T ds, deduzidas nas s e ç õ e s precedentes, e s t ã o reunidas
-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
abaixo:
Tds = c dT v + T ( ^ . ) d l (6-30)
dP/T \BTVP ( 6 ~ 2 6 )
Tds = c P d T - T ^ ) j P , ( 6 _ 3 1 )
T ds = c P
dT/p 6 ds = 0.
O aumento na temperatura de um sólido o u l í q u i d o , quando é c o m p r i m i d o
adiabaticamente, pode ser achado da primeira e q u a ç ã o 7 ds. E m termos dezyxwvutsrqponmlkjihgfedB e «,
temos
p i ) - " ( 5 , 3 5 x 10" )(2 64 x I O ) = - 1 4 , 1 x I O " m quilomol ' K " .
2 J - 2 4 3 - 1
\dPlT BT
T ds = 0 ~ c dT zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
-f- — dv , v s s
K
6.4 P E v C O M O VARIÁVEIS INDEPENDENTES
BT
dT s = - E-<fo r (6-33)
Fica como e x e r c í c i o mostrar que, se P e v forem considerados independentes, po- KC V
deremos escrever
Se o volume for d i m i n u í d o , dv, s e r á negativo, e dT, será positivo quando B for
positivo, mas será negativo quando B for negativo. Deste m o d o , enquanto ordina-
(6-27) riamente a temperatura de um sólido ou de um l í q u i d o aumenta quando o volume é
\dP/v T\dPh TB diminuído adiabaticamente, a temperatura da á g u a entre 0 ° C e 4 ° C diminui em uma
compressão adiabática.
Se o aumento na p r e s s ã o , em vez da d i m i n u i ç ã o no v o l u m e , f o r especificado, a
íds\ crfdT\ Çp v a r i a ç ã o na temperatura p o d e r á ser achada da segunda e q u a ç ã o 7 ds:
(6-28)
\dv*p T\dolp Top
T ds = 0 = c dT P s - §vT dP ,3
d'q
T = -[}vTdP . T (6-35)
A c o m p a r a ç ã o das Eqs. (6-34) e (6-35) mostra que, para uma dada v a r i a ç ã o na pres-
s ã o , o fluxo de calor em um processo i s o t é r m i c o é igual ao aumento de temperatura
= 1,74 x 10° J K - m " . 1 3
em um processo a d i a b á t i c o , multiplicado pela capacidade t é r m i c a e s p e c í f i c a à pres-
são constante. \7 ;j..-'j:< »,z.,.Lt:£AZi^:-r.\:
im ^;-'iir--í£,£lX^.:í
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Consideremos uma compressão adiabática de IO" quilomol de He líquido, que dimi- 3 bática é sempre menor que (ou igual à) compressibilidade i s o t é r m i c a . Isto é natural,
4
T,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
K.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
nui o volume em 1%. Suponhamos que, para o He". /3,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
C, e c> permaneçam essen- porque u m aumento na p r e s s ã o ocasiona u m a u m e n t o na t e m p e r a t u r a (exceto
:
cialmente constantes durante a compressão. Então, pela Eq. (6-33), quando B - 0), e a e x p a n s ã o resultante deste aumento de temperatura compensa
em certa medida a c o n t r a ç ã o provocada pela p r e s s ã o . A s s i m , para u m dado au-
(5.35 x 10-*)(6)(2,64 x IO" ) , _ ^ 10-K. 5 mento na p r e s s ã o dP, a v a r i a ç ã o de v o l u m e dv é menor que em u m a c o m p r e s s ã o
n m i =
' 1,4S x 10" 1 terminada de uma medida da velocidade de u m a onda de c o m p r e s s ã o , e uma tal
medida fornece o m é t o d o mais preciso para d e t e r m i n a r a r a z ã o c !c . P v
as variações de temperatura durante um processo adiabático podem-se tornar significati- 162 kg m ~ \, a velocidade do som é dada por
vas.
O calor que deve sair da mesma amostra de He para manter a temperatura cons- 4
1,48
tante durante um processo isotérmico para a mesma variação de volume é
3,11 x 1 0 » i a r * .
162(9,43 x 10)-
(6X5,35 x 10-*)(2,64 x l 0 ^ ) ( 0 , 0 l ) _ ^
9,42 x 10~ 8 Este resultado é cerca de 10% mais baixo que uma extrapolação dos dados para a veloci-
dade do som a 20 atm abaixo de 4,5 K forneceria.
Para um aumento isotérmico na pressão,
6.6 PROPRIEDADES D E UMA SUBSTÂNCIA PURA
d'q T m - ( 5 , 3 5 + 10"-)(2 64 x 10^ )(6)(19 7)(l,01 X 10 )(0,01)
) s ) 5
= —'0,17 J quilomol" . 1 As r e l a ç õ e s gerais, deduzidas nas s e ç õ e s precedentes, podem ser usadas para c o m -
putar a entropia e a entalpia de uma s u b s t â n c i a pura a partir de suas propriedades
A p r e s s ã o n e c e s s á r i a para diminuir adiabaticamente o volume de uma s u b s t â n - diretamente m e n s u r á v e i s , a saber, os dados de P-v-T c a capacidade t é r m i c a e s p e c í -
cia é achada da terceira e q u a ç ã o X ds: fica à p r e s s ã o constante c>. Como a temperatura e a p r e s s ã o s ã o as grandezas mais
facilmente controladas experimentalmente, estas s ã o as v a r i á v e i s usualmente sele-
cionadas. Temos, da segunda e q u a ç ã o Tds, E q . (6-31),
KC» Cp ,
Cp
T ds - 0 * dP, -V -f dv , ds dT dP
s
(-)
\BT/r
e, da E q . (6-22),
e, consequentemente.
(6-36)
v\dPh
dh = Cp dT + dP.
Relembremos que a compressibilidade K é a compressibilidade isotérmica, definida
pela e q u a ç ã o
Representemos por s e / i 0 0 a entropia e a entalpia em u m estado de r e f e r ê n c i a
a r b i t r á r i o Pç, tfa e 7 . E n t ã o ,
0
v\dPh
y, a E q . (6-36) torna-se
CpdT~+\~ dP + h. (6-39)
y --í dT/p^
U m a vez que c é sempre maior que (ou igual a) c , y é sempre maior que (ou
P v Como s eh s ã o propriedades de u m sistema, a d i f e r e n ç a entre seus valores em
igual à) unidade, mesmo para u m sólido ou um l í q u i d o , e a compressibilidade adia- dois estados de equilíbrio quaisquer s ó depende dos estados e n ã o do processo pelo
144zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA. TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA PRIMEIRA E SEGUNDA LEIS COMBINADASzyxwvutsrqponmlkjih
— 145
T c P
~dT - Rln — -f s (6-41)
= 1r
0t
ft T P 0
c P dT + lio- C "
6 4 2 )
f
5 = Cp l n — - R ln — + s 0i (6-43)
T Q Po
e as segundas integrais a uma temperatura constante 7, As t r a j e t ó r i a s de i n t e g r a ç ã o As grandezas s e / i s ã o valores arbitrários, que podem ser a t r i b u í d o s as e h, no
0 0
P-T, estado de r e f e r ê n c i a 7 e P .
e s t ã o ilustradas na Fig. 6.2. A altura vertical do ponto íí, acima do planozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 0 Q
A curva ab é a primeira trajetória de i n t e g r a ç ã o , à p r e s s ã o constante P . A primeira pode ser obtida da e q u a ç ã o de estado o u por i n t e g r a ç ã o da primeira e da terceira
fí
integral na E q . (6-38) é representada pelo c o m p r i m e n t o do segmento de reta bc. A e q u a ç õ e s 7 ds. Damos os resultados somente para u m i n t e r v a l o das v a r i á v e i s , em
curva bd é a segunda trajetória de i n t e g r a ç ã o , à temperatura constante 7, e a se- que os calores e s p e c í f i c o s possam ser considerados constantes:
gunda integrai é representada pelo c o m p r i m e n t o do segmento de reta be. A altura
vertical do ponto d, acima do plano P-T, representa a entropia .v à p r e s s ã o Z e à 5
s = c ln — - f R ln — + s, 0 (6-45)
temperatura T. A v a r i a ç ã o na entropia do sistema, quando é levado do estado a ao
v
•Po «o
A o avaliar a primeira integral, devemos usar o calor e s p e c í f i c o ã p r e s s ã o de
r e f e r ê n c i a P c . Evidentemente, este deve ser expresso em f u n ç ã o da tempera-
0> Po
tura. O coeficiente de dP, na segunda integral, deve ser expresso em f u n ç ã o de P, à A energia interna u, em função de 7 e P, é
temperatura constante 7 .
Dados experimentais de c s ã o d i s p o n í v e i s frequentemente a uma p r e s s ã o P,
P
u ~ h — Pv
diferente da p r e s s ã o de referência P . A E q , (6-26) pode, e n t ã o , ser usada para
0
A s s i m , a entropia e a entalpia de u m sistema podem ser determinadas a partir onde w é a energia interna no estado de r e f e r ê n c i a . Esta e q u a ç ã o poderia ter sido
0
de Um conhecimento de sua e q u a ç ã o de estado e de seu calor e s p e c í f i c o em f u n ç ã o obtida mais simplesmente por i n t e g r a ç ã o direta da E q . (6-10). O m é t o d o acima foi
da temperatura; ambas podem ser medidas experimentalmente. ;
usado para ilustrar como u pode ser obtido de h e da e q u a ç ã o de estado. C o m o para
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u = c,(r- r )+ U. 0 0 (6-48)
Para achar a e q u a ç ã o de um processo a d i a b á t i c o r e v e r s í v e l , podemos fazer s =
Se c puder ser considerado constante
constante em qualquer e x p r e s s ã o para a entropia. A s s i m , da E q . (6-46),
c
Se u é a energia no estado de r e f e r ê n c i a ,
0
6.8 P R O P R I E D A D E S D E U MzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
GÁS D E V A N DER W A A L S
Fazemos em seguida os mesmos c á l c u l o s que nas s e ç õ e s precedentes, mas para um m — | — a(- — - MzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
c dTzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
4- w,
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
v
JT
Q \V VQ/
gás de van der Waals. Estes servem para ilustrar como as propriedades de um g á s
real podem ser encontradas se sua e q u a ç ã o de estado e sua capacidade t é r m i c a
t. specífica s ã o conhecidas. U m g á s de van der Waals foi escolhido pelo fato de sua e se c„ for constante.
e q u a ç ã o de estado ser relativamente simples,
" = a r - r ) - (í _
0 fl í) + u
((, S I )
\v vj
P 4- - b) » RT.
V / A energia interna de u m g á s de van der Waals depende, p o r t a n t o , do seu volume
As e x p r e s s õ e s para as propriedades de u m g á s de van der Waals s ã o mais simples e s p e c í f i c o , bem como de sua temperatura. Note-se que somente a constante de van
sc 7 e y , ao invés de T c P, forem escolhidas como v a r i á v e i s , D a primeira e q u a ç ã o der Waals a aparece na e q u a ç ã o da energia interna. A r a z ã o para isto é que esta
constante é uma medida da f o r ç a de a t r a ç á o entre as m o l é c u l a s , ou de sua energia
T ds,
potencial m ú t u a , que varia quando o v o l u m e e s p e c í f i c o varia e a s e p a r a ç ã o i n t e r m o -
lecular aumenta ou d i m i n u i . A constante b é p r o p o r c i o n a l ao v o l u m e ocupado pelas
p r ó p r i a s m o l é c u l a s e n ã o afeta a energia interna. E n t r e t a n t o , ela entra na e x p r e s s ã o
da entropia porque a entropia de u m g á s depende d o volume em que suas m o l é c u l a s
s ã o dispersadas, e o fato de que as p r ó p r i a s m o l é c u l a s ocupam e s p a ç o torna o
volume d i s p o n í v e l menor que o volume do recipiente.
Da E q . (6-16) A d i f e r e n ç a entre os calores e s p e c í f i c o s , da E q . (6-12), é
0*Tv
Cp — c. = R
-
2a(vRzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
7 V b) [
c P - c
v (6-52)
R * r V
148zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA PRIMEIRA E SEGUNDA LEIS COMBINADAS — 149
A constantezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a para o dióxido de carbono é 336 x IO J m quilomol e a uma pressão onde v é o volume e s p e c í f i c o à temperatura 7 e à p r e s s ã o P . A primeira integral é
3 3 -2
0 0 0
quenos para os l í q u i d o s e s ó l i d o s , o v o l u m e e s p e c í f i c o v s ó t e r á v a r i a ç õ e s m u i t o
2aP pequenas, mesmo para grandes v a r i a ç õ e s em 7' e P. Portanto, faremos u m e r r o
muito pequeno, se supusermos v constante e igual a v nas integrais. E n t ã o , se BQK Q
ou
. - f ^ d r - n ? ) * + v ( 6 " 5 6 )
, T(v - b) "
R/c = constante. (6-53)
Seguindo o p r o c e d i m e n t o descrito na S e ç . 6.6 e F i g . 6.2, avaliamos a primeira
O calor absorvido em u m processo i s o t é r m i c o r e v e r s í v e l , da primeira e q u a ç ã o integral à p r e s s ã o P (de sorte que c = c ) e a segunda à temperatura 7. Se c tiver
0 P P0 P
d'q T — RT———• .
v - b
Jp \dT*j~Vp *
9 dP
* r = RT l n ^ - = ^ + fl /I _ i \)
5 = c P ln— - Pv (P Q - P ) + s.
0 0 (6_57)
•*o
6.9 P R O P R I E D A D E S D E U M LÍQUIDO O U SÓLIDO S O B PRESSÃO A entalpia pode ser calculada da E q . (6-39), substituindo-se (dv/dT) P p
HIDROSTÁTICA A diferença c — c é
P v
K
K p o d e m ser considerados constantes.
Primeiramente, obtenhamos a e q u a ç ã o de estado de u m s ó l i d o ou líquido sob
p r e s s ã o h i d r o s t á t i c a . Temos Para o cobre a 1000 K ,
DV 7 P D T DP
K ca. 10 x lCr 1 2 m N
8 - 1 ,-
Portanto,
e, consequentemente,
v = i) 0 +f Pv dT. - ízyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
dPKV • y
c ~ c P v =^4300 J quilomolT K ' 1 1 1 .-• -
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
6.10 AS EXPERIÊNCIAS D E J O U L E E J O U L E - T H O M S O N
„ -
2a(vzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
bf
Rb
Para u m g á s de van der Waals, uma e x p a n s ã o de Joule-Thomson, o h i d r o g é n i o deve ser previamente resfriado a
cerca de 200 K . o que usualmente é feito c o m a ajuda de n i t r o g é n i o l í q u i d o . O h é l i o
deve ser resfriado a cerca de 40 K e isto pode ser conseguido com h i d r o g é n i o lí-
( ! ) = - - quido ou fazendo o hélio realizar trabalho a d i a b á t i c o .
\ f
RTv*b ~ 2au(v - b)' Tabela 6.1 Valores calculados e observados da temperatura
\dPJ RTv*zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- 2a(v - b) - 2
de i n v e r s ã o m á x i m a
a b
P o r t a n t o , em uma e x p a n s ã o de Joule de u m g á s de van der Waals, Gás (J m quilomol* )
3 2 ( m quilomol"')
3 lalRb T-, (max)
a t r i b u í d o a Ô no ponto t r í p l i c e . E n t ã o ,
l -
- P,
\dvh \dô)vdT Se, a l é m disso, achamos da e x p e r i ê n c i a de Joule que a energia interna do g á s c
independente de seu volume e s ó é f u n ç ã o da temperatura,
ou
dT _ (dPldd)y
de. (6-63) \dVJe
T ~ P + (dUjdV),
então
jg(0) dÔ~J^ = lnd t
dT
T
m « exp jg(6) dd] = e x p ( I n 6) = d,
I n T =jg(6) dd - j - l n , 4 ' ,
e, finalmente
',54 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA PRIMEIRA E SEGUNDA LEIS COMBINADASzyxwvutsrqpo
— 155
6.12 SISTEMAS C O M DIVERSAS VARIÁVEIS. PRINCÍPIO DE que expressa u m a diferencial inexata em termos das diferenciais de três (ou mais)
v a r i á v e i s independentes, n ã o t e m necessariamente u m d e n o m i n a d o r de i n t e g r a ç ã o ,
CARATHÉODORY
e m b o r a possa ter e realmente tenha u m , se as v a r i á v e i s s ã o as que definem um.
sistema t e r m o d i n â m i c o .
A t é agora s ó consideramos sistemas cujo estado pode ser definido pelos valores de zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
duas v a r i á v e i s independentes como a p r e s s ã o P e a temperatura T. O volume V é Para mostrar que isto é verdade, v o l t e m o s à afirmativa da S e ç . 5.2 de que
determinado, e n t ã o , pela e q u a ç ã o de estado, e a energia interna V pela e q u a ç ã o da quando um sistema qualquer realiza u m ciclo de Carnot, a r a z ã o | | 2 t | / | j 2 i l t e m 0
?2l = dS = ±dU+^dX,
T T T = dS m - [dV + Y dX
x x + Y 2 dX l2
ou ou
TdS = dU + YdX. (6-68)
T dS = dU + Kj dX 1 + Y dX .
t 2 (6-71)
Consideremos agora o caso mais geral de u m sistema c o m diversas variáveis,
para o qual os valores de mais de duas v a r i á v e i s independentes s ã o necessários Como a entropia S é uma propriedade de qualquer sistema, ela pode ser consi-
para especificar o estado. S e r á suficiente considerar um sistema com t r ê s variáveis derada uma f u n ç ã o de três quaisquer v a r i á v e i s que especifiquem o estado de u m
(isto é , t r ê s v a r i á v e i s independentes). U m exemplo é um g á s p a r a m a g n é t i c o em um sistema com t r ê s v a r i á v e i s . A s s i m , se c o n s i d e r a r m o s X X e a temperatura T c o m o U 2
campo externo VC, cujo estado pode ser especificado por seu volume V, seu mo- v a r i á v e i s independentes, a equação da entropia de u m sistema s e r á
m e n t o m a g n é t i c o M e sua temperatura T. O trabalho d'W, em um processo reversí-
vel realizado por um sistema destes, é S - S(T 9 X ít X ).2
156 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA PRIMEIRA E SEGUNDA LEIS COMBINADASzyxwvutsrqponmlkjihgfedc
— 157
PROBLEMAS
6.1 Expresse (âu/òP) em forma canónica (a) pelo método usado para obter a Eq. (6-9) e (b)
T
pelo método inventado por Bridgman. (c) Encontre (àt/dP) para um gás ideal.
T
6.2 (a) Ache a diferença c — c„ para o mercúrio a uma temperatura de 0°C e uma pressão de
P
6.3 A equação de estado de um certo gás é (P + b)v = RT. (a) Ache c — c . (b) Ache a P v
6.4 A equação da energia de uma substância é dada porw = aT^v, onde a é uma constante.
(a) Que informação sobre a entropia da substância pode ser deduzida? (b) Quais são as limita-
ções sobre a equação de estado da substância? (c) Que outras medidas devem ser feitas pum
determinar a entropia e a equação de estado?
6.5 A equação de estado de uma substância é dada por (P + b)v = RT. Que informação
sobre a entropia, a energia interna e a entalpia da substância pode ser deduzida? Que outra ou
outras medidas experimentais devem ser feitas para determinar todas as propriedades da subs-
tância?
6.6 Uma substância tem a propriedade que ( à / / d u ) = 0 e (êft/aP) = 0. (a) Mostre que a
r T
Fig. 6.3 Qualquer processo como a b -c d o v 1 T r l é um ciclo de Carnot para um sistema com três variáveis. equação de estado deve ser T = APv, onde A é uma constante, (b) Que informação adiciona! é
necessária para especificar a entropia da substância?
Note-se que o fluxo de calor Q é o mesmo em todos os processos i s o t é r m i c o s 6.7 Expresse (âfildv) em forma canónica (a) pelo método usado para deduzir a Eq. (6-21) e
T
(b) pelo método inventado por Bridgman. (c) Encontre o valor de (c¥i/cU') para um gás ideal.
r e v e r s í v e i s a uma dada temperatura entre as s u p e r f í c i e s i s e n t r ó p i c a s S e S , uma
r
x 2
6.10 Deduza (a) a Eq. (6-21), (b) a Eq. (6-27). (c) a Eq. (6-28) e (d) a Eq. (6-29). 6.24 As Figs. 2.16, 2.17, 3.10 e 3.11 fornecem dados sobre o cobre e o mercúrio. Estes dados
são suficientes para determinar todas as propriedades do cobre e do mercúrio entre 500 K e
6.11 Deduza a Eq. (6-27) pelo método de Bridgman. 1.000 K? Se for assim, determine expressões para a entropia e para a entalpia. Se não for
assim, especifique a informação necessária.
6.12 Deduza a Eq. (6-12). a relação para c — c , das equaçõeszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
P t Teis.
6.25 A tabela abaixo dá o volume de I g de água a diversas temperaturas e à pressáo de I
6.13 Mostre que a diferença entre os coeficientes de compressão isotérmica e adiabática é atm.
t(°Q Vtcm )
1 t(°C) V(cm ) 3
eíes estão certos, deduzindo expressões para u, s e h em termos das grandezas determinadas
experimentalmente, (b) Quais das medidas não são absolutamente necessárias para especificar são sobre a água em uma prensa hidráulica é aumentada reversível e adiabaticamente de uma
completamente todas as propriedades do He nos intervalos de temperatura e pressão dados? pressão de 1 atm até uma pressão de 1.000 atm, quando a temperatura inicial é (a) 2°C, (b)
4°C. (c) 50°C. Faça qualquer suposição ou aproximação razoável, mas diga quais são elas.
4
Explique.
6.2(í A compressibilidade isotérmica da água é 50 x 10"" atm" e c = 4,18 X IO J kg" K " .
6.17 Use os dados das Figs. 6.l(a) e 6.1(b) para calcular a variação na entropia de 10"
1 P 1 1 1
3
Outras propriedades da água são dadas no problema anterior. Calcule o trabalho feito quando
quilomol de He" , quando sua temperatura e sua densidade reduzida são variadas de 6 K e
1
a pressão sobre 1 g de água em uma prensa hidráulica é aumentada reversivelmente de 1 atm
2,2 para 12 K e 2,6. para 10.000 atm (a) isotermicamente. (b) adiabaticamente. (c) Calcule o calor desprendido no
processo isotérmico.
6.18 (a) Deduza as Eqs. (6-45) e (6-46). (b) Deduza expressões para/i(7*, v) e h{P, v) para um
g&S ideal.
6.27 Esboce um ciclo de Carnot no plano ii-s (a) para um gás ideal, (b) para um gás de vnn
der Waals, (c) para um sólido. Faça aproximações razoáveis, mas diga quais são elas. (Veja os
6.19 Suponha que '(> para um gás ideal seja dado por c> = a + bT, onde a c b são constan- Problemas 6.21 e 6.23 para expressões para a entalpia específica.)
tes, (a) Qual é a expressão de c,. para este gás? (b) Use a expressão de c> nas Eqs. (6-41) e
(6-42), para obter expressões para a entropia e a entalpia específicas de um gás ideal em
termos dos valores em algum estado de referência, (c) Deduza uma expressão para a energia 6.28 Calcule rj e p. para um gás cuja equação de estado é dada por (a) P(o - b) " RT c (b) (P
interna de um gás ideal. + b)v = RT, onde h é uma constante. Suponha c,. e t y constantes.
6.29 Supondo que o hélio obedece à equação de estado de van der Waals, determine a varia-
6.20 Um quilomol de um gás ideal sofre um processo de estrangulamento de uma pressão de ção na temperatura, quando um quilomol de hélio gasoso efetua uma expansão de Joule a 20 K
4 atm até I atm. A temperatura inicial do gás é 50°C. (a) Quanto trabalho poderia ter sido feito para a pressão atmosférica. O volume inicial do hélio é 0,12 m \a dados, veja as Tabelas
pelo gás ideal se ele tivesse sofrido um processo reversível para o mesmo estado final à tem- 2.1 c 9.1.) Descreva as aproximações.
peratura constante? (b) De quanto aumenta a entropia do universo como resultado da expan-
são de Jouie-Thomson? 6.30 Dióxido de carbono a uma pressão inicial de 100 atm e a uma temperatura de 300 K
sofre uma expansão livre adiabática, em que o volume final é dez vezes o volume inicial.
6.21 Mostre que a entalpia específica de um gás de van der Waals é dada por c J L 2ah Encontre a variação na temperatura e o aumento na entropia específica, supondo que C 0 é 2
RTv(v — b) + constante. (a) um gás ideal, (b) um gás de van der Waals. (Use as Tabelas 2.1 e 9.1, e faça qualquer outra
suposição que pareça razoável.)
6.22 A pressão sobre um bloco de cobre a uma temperatura de 0°C é aumentada isotérmica e
reversivelmente de 1 atm a 1.000 atm. Suponha que 0,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
K e p sejam constantes e, respectiva- 6.31 Começando com a equação de estado de van der Waals, deduza as Eqs. (6-59) e (6-60).
mente, iguais a 5 x 10" K " ' , 8 x I 0 " N " m e 8,9 x IO kg m~ . Calcule (a) o trabalho por
5 ,a 1 a 3 J
quilograma feito sobre o cobre e (b) o calor desprendido, (c) Como você justifica o fato de que 6.32 Supondo que o hélio seja um gás de van der Waals, calcule a pressão de modo que a
o calor desprendido é maior que o trabalho feito? (d) Qual seria o aumento de temperatura do temperatura de inversão do hélio seja 20 K . (Veja a Tabela 6.1 para dados.)
cobre, se a compressão fosse adiabática ao invés de isotérmica? Explique as aproximações
6.33 O hélio gasoso do Problema 6.29 sofre uma expansão de Joule-Thomson. Calcule o
feitas.
coeficiente de Joule-Thomson a (a) 20 K e (b) 150 K. (c) Para cada processo calcule a variação
da temperatura do hélio, se a pressão final for 1 atm, supondo p independente de P ê T.
6.23 Para um sólido, cuja equação de estado é dada pela Eq. (6-55), e para o qual c e c são P v
independentes de T, mostre que a energia interna específica e a entalpia específica são dadas 6.34 Calcule a temperatura de inversão máxima do hélio. ,
por
6.35 Mostre que, se P e 6 forem escolhidos como variáveis independentes, a relação entre a
r 1 ' T 'zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
r ~ u - c (TT ) + v 0 temperatura termodinâmicaT c a temperatura empírica fl.naescala de qualquer termómetro
de gás, é
dT _ (dyfd6)
p - J
- h = c {T
P - r ) + v (P
u Q ~P ) i - f l l l j í -
0 Po) + h r
T v - (dh}dP) g . • ••v- -
dT ( W ) . "W g g g fl j a
— M — cts = dS,
T P — 7]c v + /*cp
v
ondezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
77 e / i são, respectivamente, os coeficientes de Joule e de Joule-Thomson do gás. (b)
Mostre que' ' •
dT (dP}dd) v
T {c P - c ){d6jdv)p
v '.
7
T - (dujdm) e '
(b) Encontra-se, experimentalmente, que, para um intervalo das variáveis, o qual não é muito
grande, a razão (9tfm) é constante à temperatura constante. (Isto corresponde à propriedade
de um gás que obedece à " l e i de Boyle", para o qual PV é constante à temperatura cons-
tante.) Escolha a razão (St/m) como a propriedade termométrica À', e defina uma temperatura 7.1 A FUNÇÃO DE HELMHOLTZ E A FUNÇÃO DE GIBBS
empírica 6 do modo usual. Mostre que a temperatura termodinâmica T é diretamente propor-
cional a 8, somente se a energia interna (/ for independente' de m à temperatura constante. 7.2 POTENCIAIS TERMODINÂMICOS
6.38 (a) Esboce, em um diagramaT- V-M, duas superfícies de entropia constante para um gás 7.3 AS RELAÇÕES DE M A X W E L L
ideal, que obedece à lei de Curie, (b) Usando as duas superfícies da parte (a) juntamente com
duas superfícies isotérmicas, esboce dois ciclos de Camot possíveis para este sistema, (c) 7.4 EQUILÍBRIO ESTÁVEL E EQUILÍBRIO INSTÁVEL
Deduza a relação entre M e V para processos em que sejam tanto isotérmicos quanto isentró-
picos. Esboce o processo no plano V-M. 7.5 MUDANÇAS DE FASE
6.39 Na Fig. 6.4, os estados a e b estão em uma linha de ,V| e .v constantes, (a) Mostre que
2 7.6 A EQUAÇÃO DE CLAUSIUS-CLAPEYRON
tanto a como b não podem ser alcançados por processos isentrópícos a partir do estado Í,
provando que o ciclo i-a-b-i viola o enunciado de Kelvin-Planck da segunda lei. 7.7 A TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Fig. 6.4
(7-7)
T(S 2 - S) >
x Q. ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
M i<.S J? r W -/</*-OèJ,
i
F,-pela equação
F ^ F , . ( 7-8 )
F ^ F\. onde
s ã m e n t e , um tal processo é p o s s í v e l , somente sezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2
Note-se que ds s ó é f u n ç ã o de 7. ,
*T,P < [Vi - U à - T(S l - S) + P ( V
2 1 - V ).
2
temperatura, h - s T, a r b i t r á r i a .
0 0
j _ _ TÍ) - C u T l n ^ - ln— - 5 o (T - r)
0 + / . . (7-16)
G zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
C U ( R
sistema, mas, como dissemos anteriormente, usaremos o termo " f u n ç ã o de Gifabs ' 1
que se reduz à e x p r e s s ã o para o gás ideal, quando a « b - 0. como se pode ver
para e v i t a r c o n f u s ã o com a f u n ç ã o de Helmholtz. claramente.
Se a variável X for constante em um processo, ou se o ú n i c o trabalho for
trabalho "P dV", e n t ã o A = 0 e 7.2 POTENCIAIS TERMODINÂMICOS
a G,.
N a s S e ç s . 6.7 e 6.8. deduzimos e x p r e s s õ e s para a entalpia e a entropia especí- dG = dU - TdS - SdT + PdV + VdP. (V l ' M
ficas de u m g á s ideal e de u m g á s de v a n der Waals, Usando as Eqs. (6-41) e (6-42), Como
a f u n ç ã o de Gibbs específica g U - Ts +• Pv « h - Ts para u m .gás ideal,
m
(7-20)
escolhendo-se 7 e P como v a r i á v e i s independentes, é
* ^ 6 T c ò e H c i e W
precedentes podem ser identificados com as derivadas parciais da v a n a v e l no p n -
que pode ser escrita mais compactamente como
166zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA POTENCIAIS TERMODINÂMICOS — 167
su\zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
r /|t/\ _ P_ > ( 7 2 5 )
õS/r \dVJs
(7-29)
\dTJv \dVh
Do mesmo modo, se G é conhecido em f u n ç ã o de T e P, e n t ã o
( $ , - - * • d l - " '
Por exemplo, suponhamos que a f u n ç ã o de Helmholtz F seja conhecida como e a primeira e segunda leis combinadas tomam a forma
F - U - TS, •
JJ ~ F — T ( - ) • . (7-36)
de m o d o que
H = V + YX + r^
e, e l i m i n a n d o dU nesta e q u a ç ã o , pela s u b s t i t u i ç ã o de sua expre
X X 2 2
E q . (7 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-31), temos
e encontramos que
dF'= - S d T - Y dX -
l 1 Y dX .
t t
EzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— F *— T ( - ) . (7-38)
\
A f u n ç ã o de Gibbs do sistema é definida como
D e f i n i m o s , e n t ã o , a f u n ç ã o F * c o m o . ... ^ ^.^.^..^
s £ - 75 = £/ - XS + K AV 2
Aplicando a E q . (7-39) à s Eqs. (7-20) a t é (7-23), temos
esteja originalmente na fase de vapor no ponto a, e que a temperatura seja d i m i - Se a substância estiver originalmente na fase l í q u i d a , no p o n t o / na F i g . 7 . 1 , e
n u í d a à p r e s s ã o constante. N a a u s ê n c i a de n ú c l e o de c o n d e n s a ç ã o , tal como poeira se a temperatura for aumentada à p r e s s ã o constante, a fase de v a p o r p o d e r á n ã o se
de p a r t í c u l a s o u í o n s , a temperatura pode ser reduzida consideravelmente abaixo da f o r m a r , quando o p o n t o e . ..for atingido, e_o líquido p o d e r á ser l e v a d o ao estado
do ponto b, onde a i s o b á r i c a intercepta a linha de s a t u r a ç ã o , sem o aparecimento da representado pelo ponto </, que fica abaixo da s u p e r f í c i e " d e e q u i l í b r i o . E s t é * é i a m -
b é m u m estado m e t a e s t á v e l , e o l í q u i d o é dito estar superaquecido.* Uma leve C o m o u m segundo exemplo, suponha que u m sistema em contato com um re-
. p e r t u r b a ç ã o iniciará u m processo de e v a p o r a ç ã o e s p o n t â n e a , e se a p r e s s ã o e a s e r v a t ó r i o a uma temperatura T esteja d i v i d i d o internamente por uma s e p a r a ç ã o .
t e m p e r a t u r a forem mantidas constantes, o sistema se t r a n s f o r m a r á para a fase de Cada parte do sistema c o n t é m um g á s , mas as p r e s s õ e s sobre os lados opostos da
v a p o r no p o n t ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a. s e p a r a ç ã o s ã o diferentes. A m b o s os gases e s t ã o em estado de e q u i l í b r i o e a separa-
Na câmara cie bolhas, um l í q u i d o superaquecido (usualmente hidrogénio lí- ç ã o constitui um vínculo que impede as p r e s s õ e s de se igualarem.
quido) é produzido por uma r e d u ç ã o a d i a b á t i c a da p r e s s ã o sobre um líquido satu- C o m o u m terceiro e x e m p l o , suponha que, nos lados opostos da s e p a r a ç ã o do
r a d o . Pequenas bolhas de vapor se f o r m a m , e n t ã o , sobre íons produzidos por uma exemplo anterior, haja dois gases diferentes, ambos à mesma p r e s s ã o . Se a separa-
p a r t í c u l a ionizante, que passa a t r a v é s da c â m a r a . ç ã o for r e m o v i d a , cada g á s se difundirá no o u t r o , a t é que resulte uma mistura ho-
Consideremos agora as c o n d i ç õ e s e s p e c í f i c a s que determinam qual dos dois m o g é n e a e a s e p a r a ç ã o constitua um v í n c u l o que impede isto de acontecer.
estados p o s s í v e i s de um sistema é o estado e s t á v e l . Se u m sistema e s t á completa- Se a parede a d i a b á t i c a , no primeiro e x e m p l o , for r e m o v i d a , ou se a s e p a r a ç ã o
mente isolado de suas v i z i n h a n ç a s , u m processo e s p o n t â n e o de um estado para nos dois outros exemplos for removida, t a m b é m , o estado imediatamente seguinte
o u t r o pode ter lugar somente se a entropia do sistema aumentar, isto é, se a entro- à r e m o ç ã o do vínculo n ã o s e r á mais um estado de e q u i l í b r i o e s t á v e l , e u m processo
pia (SJ) n o segundo estado for maior que a entropia (Su)i no primeiro estado. O
3 e s p o n t â n e o t e r á lugar a t é que o sistema se e s t a b e l e ç a em u m n o v o estado de equilí-
estado final de e q u i l í b r i o e s t á v e l é, portanto, aquele em que a entropia é maior, isto brio. Durante o processo, enquanto a temperatura, p r e s s ã o o u c o m p o s i ç ã o da mis-
s > G5zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
é , (Su) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
IT)I- tura gasosa n ã o é uniforme, o sistema e s t á em u m estado de n a o - e q u i l í b r i o . A en-
M u i t o frequentemente, entretanto, queremos comparar dois estados de um sis- tropia, a f u n ç ã o de H e l m h o l t z etc. n ã o s ã o definidas, e nenhum valor definido
tema que não é completamente isolado. Suponha primeiramente que o volume do pode ser a t r i b u í d o a elas. E n t r e t a n t o , se compararmos o estado inicial de equilíbrio
sistema seja constante, de modo que o trabalho em um processo seja nulo, mas que e s t á v e l , antes da r e m o ç ã o do v í n c u l o , c o m o estado de e q u i l í b r i o final após sua
o sistema esteja em contato c o m um r e s e r v a t ó r i o de calor a uma temperatura T, e r e m o ç ã o , todos os resultados derivados anteriormente nesta s e ç ã o se a p l i c a r ã o . As-
queiramos comparar dois estados a esta temperatura. Pela E q . (7-8), sob estas con- sim, no p r i m e i r o exemplo, no qual o sistema e s t á completamente isolado, a entropia
d i ç õ e s , u m processo e s p o n t â n e o de um estado para outro pode ocorrer somente se final é maior que a entropia inicial. N o segundo exemplo, se o volume do sistema
a f u n ç ã o de H e l m h o l t z para o sistema decrescer. O estado final de equilíbrio é for mantido constante, o valor final da f u n ç ã o de H e l m h o l t z s e r á menor que seu
aquele em que a f u n ç ã o de H e l m h o l t z é menor, isto é, (F , ) * T y 2 < {F .y)i-
T valor i n i c i a l . N o terceiro exemplo, se a p r e s s ã o for mantida constante, o valor final
Finalmente, vamos retirar a r e s t r i ç ã o de que o volume do sistema seja cons- da f u n ç ã o de Gibbs será menor que seu valor i n i c i a l .
tante, mas admitamos que o sistema esteja submetido a uma p r e s s ã o externa cons-
tante P. O sistema e s t á em c o n t a t o com um r e s e r v a t ó r i o de calor a uma tempera- 7.5 M U D A N Ç A S D E F A S E
tura T, e sua p r e s s ã o é P nos estados inicial e final de um processo. Pela E q . (7-11).
um processo e s p o n t â n e o pode ocorrer somente sob estas c o n d i ç õ e s , se a função de Suponha que temos um sistema consistindo de l í q u i d o e v a p o r de uma s u b s t â n c i a
Gibbs decrescer. O estado de e q u i l í b r i o e s t á v e l é aquele em que a função de Gibbs ,em e q u i l í b r i o , a uma p r e s s ã o P e a uma temperatura T. N a F i g . 7.2(a), o volume
é menor-, isto é,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(G ) < (G ),.
T I P 2 r > P e s p e c í f i c o total do sistema é u , . O n ú m e r o de moles na fase líquida é n\ o n ú m e r o
C o m o u m c o r o l á r i o das c o n c l u s õ e s precedentes, se um sistema completamente de moles na fase de vapor é n'\. O estado do sistema corresponde ao ponto na
isolado pode existir em mais de um estado de e q u i l í b r i o e s t á v e l , a entropia S deve Fig. 7.2(c). N a Fig. 7.2(b), o volume e s p e c í f i c o total do sistema é t> , e os n ú m e r o s 2
ser a mesma em todos estes estados. Se um sistema a volume constante e em con- de moles na fase líquida e de vapor s ã o , respectivamente, n"> e n\. O estado do
tato c o m u m s ó r e s e r v a t ó r i o de calor pode existir em mais de um estado de equilí- sistema corresponde ao p o n t o b na F i g . 7.2(c). 2
brio e s t á v e l , a f u n ç ã o de H e l m h o l t z F deve ser a mesma em todos estes estados; se Os estados das partes líquidas e de vapor do sistema, mostrados na Figs. 7.2(ft)
u m sistema, em contato com um s ó r e s e r v a t ó r i o de calor e com v i z i n h a n ç a s à pres- e 7.2(b) e s t ã o representados na F i g . 7.2(c) pelos pontos a e c, respectivamente, e os
s ã o constante, pode existir em mais de um estado e s t á v e l , a f u n ç ã o de Gibbs G estados diferem somente nos n ú m e r o s relativos de moles de l í q u i d o e vapor. Se g" e
deve ser a mesma em todos estes estados.
A d i s c u s s ã o precedente refere-se a um sistema, cujo estado inicial é metaestá-
vel. P o r é m , consideramos p o s s í v e l atribuir valores à entropia, à função de Helm-
holtz e, assim por diante, a esse estado, muito embora, estritamente falando, estas
propriedades sejam definidas somente para estados de e q u i l í b r i o estável. Da defini-
ç ã o de u m estado de equilíbrio e s t á v e l , como aquele em que as propriedades de um
sistema n ã o variam c o m o t e m p o , é evidente que nenhum processo espontâneo
pode ter lugar a partir de um estado inicial que seja de e q u i l í b r i o e s t á v e l . U m tal
processo pode ocorrer, entretanto, se alguns dos vínculos impostos ao sistema
forem mudados. Por exemplo, suponha que um sistema e n v o l t o por uma fronteira
a d i a b á t i c a rígida consiste de duas partes a diferentes temperaturas separadas por
uma parede a d i a b á t i c a . Cada uma das partes c h e g a r á a u m estado de equilíbrio, mas
ambas e s t a r ã o a temperaturas diferentes. A parede a d i a b á t i c a , separando-os,consti-
tui u m v í n c u l o que impede as temperaturas de se igualarem.—<-•»•*-> • •-<-—- -
00 ÍW
* 0 termo "superaquecido", como está usado, não tem a mesma significação de quando se fala cm "vapor superaquecido" F i g . 7.2 O e q u i l í b r i o entre um l í q u i d o e seu v a p o r , nos dois diferentes v o l u m e s m o l a r e s m o s t r a d o s em (a) e
cm uma máquina alternativa ou turbina a vapor. Veja S e ç , 8.9. • • -•• - = • • •• ...<..:*. . • (b), e s t á representado na parle do d i a g r a m a / ' - ! ' e m ( c ) .
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
dos dois estados s ã o , respectivamente, da curva def As curvas interceptam-se. no ponto b, e, onde g' - g".
Os pontos c ef representam dois estados p o s s í v e i s do sistema à mesma tempe-
GjzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
= n'íg" + n'í'o»\ ratura e p r e s s ã o , mas a f u n ç ã o de Gibbs no estado c é maior que no estado /V
Mostramos que, em um processo e s p o n t â n e o entre dois estados à mesma tempera-
G « nlg" +
2 n'zg'\ tura e p r e s s ã o , a f u n ç ã o de Gibbs deve decrescer. Portanto, uma t r a n s i ç ã o espon-
t â n e a do estado c para o e s t a d o / é p o s s í v e l , enquanto uma t r a n s i ç ã o do e s t a d o /
C o m o o n ú m e r o total de moles do sistema é constante, para o estado c n ã o é p o s s í v e l . O e s t a d o / é , portanto, u m estado de e q u i l í b r i o
estável, enquanto o e q u i l í b r i o no estado c é m e t a e s t á v e l .
tt\ " i " ™ "s + « a J Analogamente, os estados d e a e s t ã o à mesma temperatura e p r e s s ã o , mas a
f u n ç ã o de Gibbs tmd é m a i o r que no ponto a. O estado a é e s t á v e l e o estado d é
e como ambos os estados s ã o e s t á v e i s metaestável.
Nos pontos b e c, onde as f u n ç õ e s de Gibbs s ã o iguais, o e q u i l í b r i o é neutro.
G x = G .
2 A esta temperatura e p r e s s ã o , a s u b s t â n c i a pode existir indefinidamente em uma
das fases ou em ambas.
Segue-se, destas e q u a ç õ e s , que Se a s u b s t â n c i a , na F i g . 7 . 1 , for levada do estado l í q u i d o de e q u i l í b r i o no ponto
/ para o estado de vapor de e q u i l í b r i o no ponto a, no processo f-e-b-a, que n ã o a
g'-g"; (7-44) leva em u m estado m e t a e s t á v e l , a curva que representa o processo na F i g . 7.3
c o n s i s t i r á somente dos segmentos fe e ba. A m u d a n ç a de fase de l í q u i d o para va-
isto é , a função de Gibbs especifica tem o mesmo valor em ambas as fases. No zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
por, no processo e-b, é chamada de uma t r a n s i ç ã o de primeira ordem, porque em-
pO:.to t r í p l i c e , as f u n ç õ e s de Gibbs e s p e c í f i c a s das t r ê s fases s ã o iguais. bora a f u n ç ã o de Gibbs e s p e c í f i c a seja c o n t í n u a a t r a v é s d a t r a n s i ç ã o , sua derivada
— Í " O UzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
primeira, igual azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
—S~, e representada pelas i n c l i n a ç õ e s das c u r v a s / e e ba, é
descontínua.
Em princípio, deveria haver t a m b é m u m a t r a n s i ç ã o de fase em que a f u n ç ã o de
Gibbs específica e sua p r i m e i r a derivada fossem ambas c o n t í n u a s , mas que, a se-
gunda derivada mudasse descontinuamente. E m tais t r a n s i ç õ e s , o calor latente de
t r a n s f o r m a ç ã o é zero e o v o l u m e e s p e c í f i c o n ã o muda para sistemas PvT. P o r é m ,
como
F i g . 7.3 A funçfio de G i b b s e s p e c í n c a do v a p o r e
do l í q u i d o em p r o c e s s o s a~b-c e d-e-f da F i g . 7.1. (7-45)
ffP/p \dTlp T '
o valor de c deve ser diferente nas duas fases. Exemplos de tais t r a n s i ç õ e s seriam
n
ondezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
5 " é a entropia e s p e c í f i c a da fase de vapor, a c u r v a abe tem uma i n c l i n a ç ã o
negativa de magnitude igual à entropia específica s". Analogamente, a curva def
t a m b é m tem uma i n c l i n a ç ã o negativa igual à entropia e s p e c í f i c a s' do l í q u i d o . A
d i f e r e n ç a entre as entropias s" e s' é igual ao calor latente de t r a n s f o r m a ç ã o , lai**
d i v i d i d o pela temperatura T:
menos de u m m i l i o n é s i m o de grau da t r a n s i ç ã o de fase. Parece que a t r a n s i ç ã o de E m b o r a o calor latente de qualquer t r a n s f o r m a ç ã o varie c o m a temperatura,
s u p e r c o n d u ç ã o pode ser a ú n i c a t r a n s i ç ã o verdadeira de segunda o r d e m . sempre é positivo (exceto para H e abaixo de 0,3 K ) , c o m o é a temperatura T. 3
I, e h é l i o superfluido H e I I . Esta t r a n s i ç ã o pode ter lugar em qualquer ponto ao positivas. A s i n c l i n a ç õ e s das curvas de p r e s s ã o de vapor e das curvas de p r e s s ã o de
longo da linha de s e p a r a ç ã o destas duas fases l í q u i d a s na F i g . 2.13. U m gráfico de s u b l i m a ç ã o s ã o , p o r t a n t o , sempre p o s i t i v a s . O v o l u m e e s p e c í f i c o da fase s ó l i d a , en-
c c o n t r a T, para as duas fases, tem a f o r m a geral m o s t r a d a na F i g . 7.4, e o nome da
P
tretanto, pode ser maior ou menor que o da fase l í q u i d a , e a i n c l i n a ç ã o da linha de
t r a n s i ç ã o se deve à s e m e l h a n ç a entre esta c u r v a e a letra grega K. O valor de c> n ã o e q u i l í b r i o sólido-líquido pode ser tanto positiva quanto negativa. Podemos, agora,
m u d a descontinuamente, mas sua v a r i a ç ã o c o m a t e m p e r a t u r a é diferente nas duas entender mais plenamente p o r que a s u p e r f í c i e P-v-T para u m a s u b s t â n c i a c o m o a
fases. á g u a , que se expande ao congelar, difere daquela para u m a s u b s t â n c i a que se c o n -
trai ao se solidificar. (Veja Figs. 2.6 e 2.1.) O t e r m o (v" — v ) é negativo para u m a f
ç ã o / , d i v i d i d o pela temperatura T e, p o r t a n t o ,
2 3
^23
In P ~ + l n constante.
(7-48)
W/ 1 S T(v'" - v') ' \dTj12 T(v" - O * RT
de gelo diferem por duas r a z õ e s : uma é que a p r e s s ã o total é diferente, e a outra é A / / = H 2 - H x - -Q, (7-49)
que, no ponto de gelo, a fase l í q u i d a n ã o é á g u a pura.
Primeiramente, vamos desprezar qualquer efeito do ar dissolvido e-encontrar a onde -Q, o fluxo de calor saindo d o sistema, é o calor de reação. A s componentes
e produtos da r e a ç ã o s e r ã o , evidentemente, diferentes s u b s t â n c i a s q u í m i c a s . A s -
temperatura de e q u i l í b r i o do gelo e á g u a pura. quando a p r e s s ã o é aumentada do
sim, se a r e a ç ã o é
ponto t r í p l i c e para uma p r e s s ã o de 1 a t m . Da E q . (7-47). temos, para o e q u i l í b r i o
líquido-sólido.
Ag + H C l ^ AgCl + 4H 8)
prata e h i d r o g é n i o .
Antes que a segunda lei da t e r m o d i n â m i c a fosse bem entendida, supunha-se
As v a r i a ç õ e s na p r e s s ã o e na temperatura s ã o t ã o pequenas que podemos supor que todo o calor gerado em u m processo q u í m i c o à p r e s s ã o constante estivesse
que todos os termos no coeficiente de dP sejam constantes. F a ç a m o s T ^ represen- d i s p o n í v e l para realizar o trabalho. Todos os processos e s p o n t â n e o s se realizariam
tar a temperatura de e q u i l í b r i o de gelo e á g u a pura. integrando o p r i m e i r o membro em u m sentido, de modo que f l u i r i a calor para o r e s e r v a t ó r i o e a velocidade da
entre T e Tá, e o segundo m e m b r o entre ^ e a p r e s s ã o a t m o s f é r i c a P, temos
3
r e a ç ã o dependeria do calor de r e a ç ã o . Muitas e x p e r i ê n c i a s foram feitas por T h o m -
sen* e por B e r t h e l o t . t Eles encontraram alguns processos e s p o n t â n e o s , que absor-
vem calor durante a r e a ç ã o . A s s i m , o calor de r e a ç ã o n ã o pode ser sempre usado
para determinar o sentido em que u m processo tem lugar.
'12 C o m base na segunda l e i , mostramos, na S e ç . 7.4, que um processo e s p o n t â -
neo pode ocorrer em um sistema sujeito a uma p r e s s ã o constante e em contato c o m
C o m t r ê s algarismos significativos, T = 273 K , v' - 1 , 0 9 x 10~ m k g " , v = 1,00 3 3 1
um r e s e r v a t ó r i o a uma temperatura T, se a f u n ç ã o de Gibbs, e n ã o a entalpia,
x 10~ m k g " , / = 3,34 x IO J k g " e P - P = 1,01 x ] 0 N m ~ . Portanto,
3 3 1 1 2 5 1 3 5 2
d e c r e s c e r . A s duas s ã o r e l a c i o n a d a s pela E q . (7-30), a e q u a ç ã o de G i b b s -
H e l m h o l t z . A v a r i a ç ã o na f u n ç ã o de Gibbs pode ser relacionada c o m a v a r i a ç ã o na
entalpia por
T' - T = - 0 , 0 0 7 5 K .
a 3
ponto tríplice.
O efeito d o ar dissolvido é abaixar a temperatura em que a fase l í q u i d a fica em
e q u i l í b r i o c o m gelo puro à p r e s s ã o a t m o s f é r i c a de 0,0023 K abaixo da temperatura que pode ser reescrita como . •
de e q u i l í b r i o para á g u a pura. Portanto, a temperatura de gelo T fica 0,0023 K s
180zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
POTENCIAIS TERMODINÂMICOSzyxwvutsrqponmlk
— 181 I
Como a entropia a uma temperatura T deve ser finita, as integrais n ã o podem diver-
gir, e C e C devem-se aproximar de zero, quando a temperatura se a p r o x i m a r de
v P
zero:
Iim(f^) - H m ( f £ ) = 0 . (7-56)
E m termos g e o m é t r i c o s , isto significa que os gráficos de A G e A/V, em função de T,
t ê m a mesma tangente horizontal em T = 0, c o m o esta mostrado na Fig. 7.5.
A primeira das Eqs. (7-51) pode ser escrita como Usando as r e l a ç õ e s de Maxwell ( S e ç . 7.3). obtemos
m — lim
-o\ P T-*0 dT/p \BT T-o\dr/p r-*o \oT/v
POTENCIAIS TERMODINÂMICOSzyxwvutsrqponmlk
— 183
1 8 2 _ TERMODINÂMICA. TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
7.6 A função de Gibbs específica de um gás é dada por
onde A é uma função de T somente, (a) Deduza expressões para a equação de estado do gás e
T sua entropia específica, (b) Deduza expressões para os outros potenciais termodinâmicos, (c)
Deduza expressões para c e c». (d) Deduza expressões para compressibilidade isotérmica e
P
g = -RTInivM + Bv,
e, p o r t a n t o ,
onde B é uma função de T somente, (a) Mostre explicitamente que esta forma da função de
Gibbs não especifica completamente as propriedades do gás. (b) Que outra informação é ne-
cessária para que as propriedades do gás possam ser completamente especificadas?
r ^ w T ^ r ^ ^ - ( 7 " 5 9 )
7.8 A expressão
*• ^ r - 0 uma vez que cada uma das integrais converge.
r
Se o processo continuar ate ; „ - u, uma vez. M
f=RT\n OO/D) + CT v,
2
onde C é uma constante positiva, fornece uma especificação razoável das propriedades de
= o. um gás a temperaturas e pressões normais?
í 7^
7.9 Deduza as Eqs. (7-36), (7-37) e (7-38).
Entretanto, C é maior que zero para T diferente de zero, e a E q . (7-59) n ã o pode
A n a
ser verdadeira. Portanto, o zero absoluto n ã o pode ser atingido. Diz-se, algumas 7.10 Seja uma propriedade de um sistema representada por <$> e dada pela equação
vezes, que esta é a f o r m u l a ç ã o de inacessibilidade da terceira lei. Matematicamente
U + PV
podemos e s c r e v ê - l a como
(dTldX)s = 0 para 7 = O K . (7-60)
Temperaturas de I O " K foram a l c a n ç a d a s em l a b o r a t ó r i o . De fato. o n ú c l e o do
3
Mostre que
xas.
PROBLEMAS U
S
7.3 Mostre que se F for conhecido em função de V c 7",
7.11 O trabalho necessário para esticar um fio é dado pela Eq. (3-6). (a) Deduza expressões
para as diferenciais dos potenciais termodinâmicos, (b) Deduza as quatro relações de Maxwell
para este sistema, (c) Deduza as equações 7 dS.
7.12 (a) Deduza os potenciais termodinâmicos e suas diferenciais para um sistema %Z7. (b)
Deduza as relações de Maxwell e (c) as equações T dS para o sistema.
7.5 Deduza a equação de estado e a equação da energia de um gás de van der Waals da Eq. 7.14 Dê um exemplo de uma mudança no vínculo imposto a um sistema, que ocasione mu-
(7-17).
dança em suas propriedades, se o sistema estiver (a) completamente isolado, (b) à temperatura para o gelo a - 2 ° C . (/3 = 15.7 x 10~ K " ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
K = 120 x 10" m N~ .) (d) Em um recipiente é
s 1 12 2 !
e pressão constantes, (c) a volume e temperatura constantes. mantido gelo a volume constante e a temperatura é gradualmente aumentada. Encontre a
temperatura e a pressão em que o gelo -começa a fundir, se inicialmente a temperatura era de
7.15 Mostre que a energia interna de um sistema a volume e entropia constantes deve de- - 2 ° C e estava submetido à pressão atmosférica. Mostre este processo e o da parte (b) em um
crescer em qualquer processo espontâneo. diagrama P-T, como o da Fig. 2.9(a), e em uma superfície P- V-T, como a da Fig. 2.7. Suponha
que a curva de fusão e a razão de variação da pressão com a temperatura, a volume constante,
7.16 Se a função de Gibbs de um sistema deve decrescer durante qualquer processo espon- sejam ambas lineares.
tâneo em que a temperatura e a pressão permanecem constantes, mostre que a entropia de um
sistema isolado deve crescer durante um processo espontâneo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
[Sugestão: Mostre que (áG) ,p 7.24 Prove que, no plano P- V, a inclinação da curva de sublimação no ponto tríplice é maior
T
deve crescer para qualquer processo que inclua um estágio em que ( A 5 ) decresce.)
r
que a da curva de vaporização no mesmo ponto.
7.17 Pelo mesmo método usado no problema anterior, mostre que se a função de Gibbs deve 7.25 A pressão de vapor de um sólido particular e de um líquido do mesmo material são
decrescer durante qualquer processo espontâneo em que a' temperatura e a pressão permane- dadas por l n P = 0,04 - 6/T e In P = 0,03 - 4/7", respectivamente, onde P é dado em
cem constantes, (a) a função de Helmholtz deve também decrescer em qualquer processo atmosferas, (a) Encontre a temperatura e a pressão do. ponto tríplice deste material, (b) En-
espontâneo a volume e temperatura constantes e (b) a entalpia deve decrescer em qualquer contre os valores dos três calores de transformação no ponto tríplice. Especifique as aproxi-
processo espontâneo à pressão e entropia constantes. mações.
7.18 O que se pode afirmar acerca da variação da função de Gibbs durante um processo 7.26 A Fig. 7.7 mostra um diagrama idealizado para a entropia da fase sólida e a entropia d;i
espontâneo de um sistema completamente isolado? . fase líquida do He , lançadas contra a temperatura à pressão de fusão. (He não se liquefaz n
3 3
pressão atmosférica.) O volume molar do líquido é IO" m quilomol maior que o do sólido
3 3 -1
7.19 Em um plano g-P e em um plano g-T, esboce curvas qualitativas das fases de uma no intervalo de temperatura, (a) Faça um gráfico cuidadoso e detalhado da curva de fusão cm
substância que é sublimada ao invés de fundir. um diagrama P-T. A pressão de fusão a 0,3 K é 30 atm. (b) Discuta o processo para solidificar
He abaixo de 0,2 K .
3
7.20 Esboce curvas qualitativas que representam as fases sólida, líquida e de vapor de água
pura (a) no plano g-P a T = - I 0 ° C e (b) no plano g-T aP = 2 atm, de modo que as transições
de uma fase para a outra possam ser indicadas.
7.21 Esboce gráficos de g e suas derivadas primeira e segunda como função de T e P para
uma transição de fase (a) de primeira ordem e (b) uma de segunda ordem.
7.22 A função de Gibbs específica da fase sólida e da fase líquida de uma substância está
representada na Fig. 7.6 em função da temperatura e a uma pressão constante de 10* N m . - a
A pressões mais altas, as curvas de g contra X são paralelas às que estão mostradas. O
volume específico molar do sólido e do líquido são respectivamente 0,018 m quilomol" e
3 1
T(K)
Ftg. 7.7
comprimido adiabaticamente até uma pressão imediatamente acima da pressão de fusão. Use
a Fig. 7 . 7 para calcular a variação na temperatura do He . Explique as aproximações, (b)
3
Como este efeito pode ser usado como um refrigerador a baixas temperaturas?
7 . 2 8 Em uma transição de fase de segunda ordem Í , = s ou u. = v a uma temperatura c
f s
pressão particulares, o n d e / e i denotam a fase final e a inicial. Mostre que, nestes casos, a
equação de Clausius-Clapeyron.pode ser escrita como -.
Fig. 7.6
dP 1 C ;~C
P Pi w _ 'd _Pf-Pi
P _• •
dT Tv p - Pi
f ' dT K, - Ki'""
7.23 (a) Calcule a inclinação da curva de fusão do gelo, em ( N m " K " ) . no ponto normal de
J 1
fusão. O calor de fusão a esta temperatura é 3,34 x 10* J k g e a variação no volume especí-
- 1
capacidade térmica de um material dielétrico não-magnético entre 0,05 K e 0,5 K varia como zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AV + BT . Como editor a revista você aceitaria o artigo para publicação?
n 3
r
7.30 Mostre que a formulação da Planck da terceira lei pode ser deduzida da formulação de
inacessibilidade.
7.31 A formulação de Planck da terceira lei afirma que uma superfície isentrópica cobre o
plano T = 0 K . Deduza a Eq. (7-60), mostrando que se esta superfície tivesse um ramo para
temperaturas mais altas, o calor específicozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3.X constante deveria ser negativo.
7.33 (a) Mostre que a lei de Curie pata um material paramagnético ideal e a equação de
estado de van der Waals não podem ser válidas nas proximidades de 0 K . (b) Mostre que não
pode haver transição de fase de primeira ordem a 0 K .
Aplicações da Termodinâmica
a Sistemas Simples
188zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLES — 189
A f u n ç ã o de Gibbs inicial é
= RT(n l n x + n l n x ). (8-4) 1 1 2 2
Gi = "igu + >hgzu
A e x p r e s s ã o entre p a r ê n t e s e s é necessariamente negativa, uma vez que ,v, e x s ã o 2
»x + Hj n n /?! + ÍI 2
onde o n ú m e r o total de moles n ~ 4- / ( . Como ambos os componentes s ã o gases 2 e pressão. O potencial químico de cada componente do gás é uma função linear da tem-
ideais e ocupam o mesmo volume V à mesma temperatura 7, peratura e depende da fração molar do componente no gás. .
A variação da função de Gibbs no processo de mistura é
Jl J 2
e, portanto, = -5 x 10 J. 6
_ Pi Pa A variação na entropia durante o processo de mistura pode ser calculada da primeira das
x x - —, x =» -
t
(8-2) Eq. (7-27): ' '
Então,
. ... idAG\
ln/»! = l n / 3 + In^, . In/? = lni> + 2 lnx 2 >
ln x\ n ln * ) ,
2 2
190 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLES — 191
Introduzimos o conceito de potencia] químico a t r a v é s do e x e m p l o simples de O í n d i c e adicional n nas derivadas parciais simplesmente torna e x p l í c i t o o que
uma mistura de dois gases ideais. O conceito tem uma significação m u i t o mais am- e s t á subentendido na E q . (8-7), a saber, que nestas e q u a ç õ e s n é suposto constante.
pla, entretanto, e é b á s i c o para muitos problemas em físico-química. É aplicável a O coeficiente de dn na E q . (8-8) pode agora ser definido como o potencial q u í m i c o
s o l u ç õ e s bem c o m o a gases, a s u b s t â n c i a s que podem reagir q u i m i c a m e n t e e a sis-
temas em que mais de u m a fase e s t á presente. Na s e ç ã o seguinte, provaremos que
um sistema e s t á em e q u i l í b r i o q u í m i c o , quando o potencial q u í m i c o de cada compo-
(dv\
nente tem o mesmo valor em cada fase.
A r e l a ç ã o geral entre yu. ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
g, para qualquer componente em qualquer fase, tem a " s y , / ( 8 - i o )
(8-13)
.dSIv \dV
A energia interna U é uma propriedade extensiva e é proporcional ao n ú m e r o e quando dl) é eliminado nesta e q u a ç ã o pela i n t r o d u ç ã o de sua e x p r e s s ã o obtida da
de moles que o sistema i n c l u i . E s t á subentendido, na E q . (8-6), que estamos consi- E q . (8-12), temos para u m sistema aberto,
derando u m sistema fechado para o qual o n ú m e r o de moles n é constante. Se.
entretanto, o sistema for aberro, de modo que se possa acrescentar ou remover dF= -SdT - YdX + dn,
material, a energia interna se t o r n a r á uma função de n bem como de S e V, e
donde se segue que
d_U
dU =
dS á S + ( È d v + ( r ) d "- ( 8 " 8 )
(8-14)
... = -^,._.Xí?rt)r.;c
Para o caso especial em que àn^Ó, esta se reduz à Ê q . (8-7) e, p o r t a n t o ,
Do mesmo modo, a d i f e r e n ç a na f u n ç ã o de Gibbs G - U - TS + YX, para u m
sistema aberto, é
192zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATISTIC,
APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLESzyxwvutsrqpon
— 193
dU
F = - P K 4- + ' * "+ + Co-
Foi mostrado, na S e ç . 7,5, que se duas fases de uma substância pura estiverem
( f k - ( i â . . M g l . . < » >
em equilíbrio à temperatura e p r e s s ã o constantes, a f u n ç ã o de Gibbs e s p e c í f i c a terá
(8-18) o mesmo valor em ambas as fases. Desta c o n s i d e r a ç ã o conseguimos deduzir a
e q u a ç ã o de Clausius-Clapeyron. Consideramos agora o equilíbrio em um sistema
onde o índice n' significa que o número de moles do todos os componentes é cons- composto de mais de uma fase.
tante, exceto para o componente que aparece na derivada. É claro que somente uma fase gasosa pode existir, uma vez que compostos
A E q . (8-11) pode ser escrita como acrescentados a esta fase irão se difundir até que seja obtida uma mistura homogr
nea. Entretanto, pode existir mais de uma fase líquida porque a imiscibilidadc d l
dU « TdS - PdV + (i dn x x + • • *+ p k dn ki (8-19) certos líquidos impede a possibilidade de homogeneidade. De um modo geral, mis
onde turas de sólidos n ã o s ã o h o m o g é n e a s , exceto em c i r c u n s t â n c i a s especiais. Por
exemplo, uma mistura de limalha de ferro e enxofre, ou os diferentes tipos de gelo,
devem ser encarados como fases sólidas distintas. Por outro lado, algumas ligas
metálicas podem ser consideradas como uma s ó fase sólida.
Nossa o b s e r v a ç ã o prévia de que a f u n ç ã o de Gibbs e s p e c í f i c a tem o mesmo
A última e q u a ç ã o define o potencial q u í m i c o do f-ésimo componente na fase. valor em cada fase para o equilíbrio entre fases de u m s ó componente requer modi-
Analogamente, a diferença na f u n ç ã o de Gibbs entre dois estados à mesma ficação quando mais de um componente e s t á presente no sistema, Consideremos
temperatura e p r e s s ã o para um sistema aberto de k componentes é um sistema fechado consistindo de it fases e k componentes em equilíbrio à tempe-
ratura e pressão constantes. Como antes, um componente será designado por um
dG « dU - TdS + PdV. índice i — 1,2, 3...» k e uma fase por um índice superior (/) = 1, 2, 3 , . . . , v. A s s i m , o
s í m b o l o /AÍ significa o potencial q u í m i c o do componente 1 na fase 2,
11
dG » dn .+ • *• • + fi
x k dn k% (&-21) • / .A f u n ç ã o de Gibbs total da f a s e / é a soma de todos, estes produtos sobre todos os
componentes, isto é,
ldG\
194 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA ASIbltMAb biMKLtb zyxwvutsrqpon
— iyo
Finalmente, a f u n ç ã o de Gibbs total do sistema inteiro é a soma de todas estas que pode ser reescrita como
somas sobre todas as fases do sistema, e pode ser escrita
(,ui -
2) dn? + ( .?P - dn? + • • • + ( <" -
/t ?)
M dn?.
O = 2 2>í / ) «í f l . (8-25) E x p r e s s õ e s semelhantes p o d e m ser escritas para cada linha da E q . (8-27), mas
agora cada um dos dnf restantes (em que j
1 1) é independente, e pode ser variado
M o s t r a m o s , na S e ç . 7 . 1 , que a c o n d i ç ã o n e c e s s á r i a para o e q u i l í b r i o e s t á v e l de arbitrariamente. Para que a E q . (8-27) tenha u m a s o l u ç ã o para todas as v a r i a ç õ e s
u m sistema à temperatura e p r e s s ã o constantes é que a f u n ç ã o de Gibbs do sistema a r b i t r á r i a s destes dn\'\a u m de seus coeficientes deve ser nulo. D a primeira
seja u m mínimo. I s t o é , quando comparamos o estado de e q u i l í b r i o com um se- linha da E q . (8-27) obtemos
gundo estado à mesma t e m p e r a t u r a e p r e s s ã o , mas diferindo ligeiramente do estado
„(« _ ,.U> ./3) (1) M (1) .
de e q u i l í b r i o , a diferencial da f u n ç ã o de Gibbs é zero: dG ,p ~ 0, T
+ f£ u dn (2í] 4- (A dn? + • • • 4- p[
t} } n) dn {2g)
; (8-27)
Neste caso, podemos o m i t i r o índice superior nas e q u a ç õ e s precedentes e es-
crever simplesmente > q , p~ etc. para denotar os potenciais q u í m i c o s . A primeira
linha da E q . (8-27) torna-se, e n t ã o ,
Se cada diferencial dn^ nesta e q u a ç ã o fosse independente, de modo que a cada
uma se pudesse dar u m v a l o r a r b i t r á r i o , a e q u a ç ã o só poderia ser satisfeita se o toídnP + dn[ + 2) • • • dn[
) !7)
a r b i t r á r i a dos dn\\a n ã o seria nula para uma escolha arbitrária diferente. Entre-
verdadeiro para cada componente e a E q . (8-27) é satisfeita. N ã o é ó b v i o que as
tanto, a quantidade total de cada componente em todas as fases juntas deve ser
Eqs. (8-29) sejam necessárias b e m c o m o suficientes. U m a p r o v a disto encontra-se
constante, u m a vez que n e n h u m dos componentes está sendo criado, d e s t r u í d o ou
no A p ê n d i c e B . As Eqs. (8-29) s ã o g e n e r a l i z a ç õ e s do resultado obtido anterior-
transformado. U m a r e d u ç ã o na quantidade de u m componente em uma fase deve
mente de que quando duas ou mais fases de um só componente e s t ã o em equilíbrio,
resultar em u m aumento na quantidade deste componente em outras fases. Assim,
o potencial químico tem o mesmo valor em todas as fases.
as diferenciais dn^ n ã o s ã o independentes, mas
Suponha que as fases de u m sistema n ã o estejam em e q u i l í b r i o . E n t ã o , a fun-
ç ã o de Gibbs molar de cada componente n ã o t e r á o mesmo valor e m cada fase.
dn[ 4- dn[* 4- • • • 4- dn\ = 0,
l) ]
Para cada componente, para o qual exista uma d i f e r e n ç a na f u n ç ã o de Gibbs molar,
dn 4- dn[ +'• • • + dn[ = 0,
2l) 2)
h a v e r á uma t e n d ê n c i a , chamada tendência de escape, de escapar espontaneamente
n)
da fase e m que a sua f u n ç ã o de Gibbs molar f o r maior para a fase e m que a função
\) de Gibbs molar for menor a t é que haja e q u i l í b r i o entre as fases, isto é , a t é que a
f u n ç ã o molar de Gibbs tenha o mesmo valor em todas as fases. Reciprocamente, a
4- dn[ +
l) + dn = 0. 2)
t e n d ê n c i a de escape de qualquer componente é a mesma em todas as fases, quando
dn[ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA kwl
o sistema e s t á em e q u i l í b r i o . ' :
A s o l u ç ã o da E q . (8-27) e s t á subordinada a k c o n d i ç õ e s expressas p o r estas equa- A regra das fases, que foi primeiramente derivada p o r Gibbs, segue-se logica-
ções de condição. mente das c o n c l u s õ e s acima. Primeiramente consideraremos u m sistema heterogé-
.. Para encontrar esta s o l u ç ã o . - o valor de dnf obtido de cada uma das Eqs. (8-28) " :
neo, e m que os componentes estejam-presentes e m todas as fases.^As Eqs:-(8-29).
é s u b s t i t u í d o na linha correspondente da E q . (8-27). A primeira linha da E q . (8-27) que especificam as c o n d i ç õ e s de e q u i l í b r i o de fases e s e r ã o , p o r t a n t o , chamadas
se t o r n a e q u a ç õ e s do equilíbrio de fases, s ã o e m n ú m e r o de k(tr - 1). A g o r a , a c o m p o s i ç ã o
de cada fase, contendo k componentes, fica fixada se k — 1 componentes s ã o co-
nhecidos, uma vez-que a soma das f r a ç õ e s molares de cada componente na fase
-tfXdn? + dn[ 3) + •v + 4- tf» dn[ fí + • • • " + tf" dn['\
195 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLES — 197
Estas variáveis s ã o a temperatura T e a pressão />, uma vez que em ambas as fases 8.3 D E P E N D Ê N C I A D A P R E S S Ã O D E V A P O R P A R A C O M A 1'KIÍSS \ >
à fração molar do único componente deve ser 1. A v a r i â n c i a / é, portanto, TOTAL
e o sistema è, portanto, invariante. N ã o podemos atribuir um valor arbitrário à onde p~~ é o potencial químico do vapor e p é a pressão de.vapor.- ; , *
pressão total sobre a água for aumentada para 100 atm e não houver gás indiferente
dissolvido nela, então
p 18 x 10~ 3
hJ/MM///////////////,. p + An Ap
Itx- = = — = 7,29 x 1 0 "
(a)
;
Pa Po
s s ã o de vapur. (b) n uma p r e s s ã o mais alta,
F i g . 8.1 U m liquido c m e q u i l í b r i o c o m seu vapor (a) a pre uma vez que l n ( I + x) =x para.\ 1
o c a s i o n a d a pela p r e s e n ç a de um g á s inerte.
200 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLES — 201
— = A -f- cr = cr — T • — .
A dT
c -< - fel-
Temperatura ( K )
Da E q , (8-37),
da d'a da'
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
F i g . 8.2 T e n s ã o superficial cr, " c a l o r latente" X e energia superficial por unidade de á r e a VIA,
para á g u a , — T = -AT
e m f u n ç ã o d a temperatura. .dT dT- dT. dT 2
e, portanto,
mento da temperatura, como está mostrado na Fig. 8.2, e torna-se nula à tempera- d^a_
C A = -AT (8-38)
tura crítica, onde as propriedades de líquido e de vapor se tornam idênticas. dT~
Consideremos um processo isotérmico em que a área de uma película retrátil
aumenta de dA . O fluxo de calor para a película é d'Q
T — X dA o trabalho é T T>
A capacidade t é r m i c a e s p e c í f i c a c A é a capacidade t é r m i c a por unidade de á r e a :
d"W - ~<rdA e o aumento na energia interna, que neste caso é a energia superfi-
T T
cial, é
dU = d'Q - d'W
T -= (X + <r) dA .
T T T
A + o. (8-35)
dÁ T \dAlT
F = aA\
\ dT e, p o r t a n t o .
F
onde {do-}dT) foi substituído por doidT, uma vez que cr é função somente de T.
A
(8-39)
Das duas equações precedentes, A
1/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
. « (A + a)A da_
(8-40)
(-/Mb: ,M7) S ~ dT
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
A P L I C A Ç O b b UA itniviuum/Aivuurt n u . w , u . . „ ^ v
202 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
t;
x 10~ m quilomol" . Acha-se que a pressão P,, do vapor de água pode ser aumentada
:i a 1
para 5 vezes, pelo menos, a pressão de vapor p„ sobre urna superfície plana, antes que
gotas de líquido comecem a se formar. Pondo plp 5, encontramos dos valores «cima
u m
que
Fig. 8.3 F o r ç a s de t e n s ã o superficial em u m a gota e s f é r i c a .
r ~ 6 x 10- m ~ 6 1 0 x IO cm. - 8
(P - Po) + ~
Pa RT r.
204zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLES — 205
Toda c é l u l a real tem uma r e s i s t ê n c i a i n t e r n a i , de modo que é realizado traba- A s s i m , se d'Q é positivo, o trabalho é m a i o r que o d e c r é s c i m o na energia interna,
T
lho dissipativo em seu interior., quando h á uma corrente nela. Sejam os terminais da e se d'Qr é negativo, o trabalho é m e n o r que o d e c r é s c i m o na energia interna. N o
c é l u l a ligados a u m p o t e n c i ô m e t r o . Se a voltagem do p o t e n c i ô m e t r o for feita igual à primeiro caso, a célula absorve calor de suas v i z i n h a n ç a s e " c o n v e r t e - o em traba-
fem da c é l u l a , a corrente nela s e r á nula. Fazendo a voltagem ligeiramente m a i o r ou l h o " . E v i d e n t e m e n t e , n ã o h á qualquer conflito com a segunda l e i , porque este n ã o é
m e n o r que a f e m , a r e a ç ã o na. c é l u l a p o d e r á ser realizada em u m ou outro sentido.
o único resultado do processo. N o segundo caso, uma parte do d e c r é s c i m o na ener-
M a i s ainda, como o trabalho dissipativo é proporcional aozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
quadrado da corrente,
gia interna aparece como u m f l u x o de c a l o r para as v i z i n h a n ç a s .
enquanto o trabalho e l é t r í c o é proporcional à primeira p o t ê n c i a , o primeiro pode ser
E m u m processo i s o t é r m i c o f i n i t o , em que flui uma carga A Z a t r a v é s da c é l u l a ,
tornado d e s p r e z í v e l , fazendo c o m que a corrente seja muito pequena. Consequen-
o fluxo de calor é
temente, a c é l u l a pode ser operada como u m sistema r e v e r s í v e l , no sentido termo-
d i n â m i c o da palavra.
0 = - T — AZ , (8-46) T
Sabe-se, entretanto, que mesmo quando a corrente 1 é m u i t o pequena, de m o d o
T
~ dT T
processo i s o t é r m i c o
e a v a r i a ç ã o na energia interna é
d'Q T = y> dZ . T
e s t á ligada, dZ é negativo. Portanto, se a fem aumenta com a temperatura, dSldT é 273 K, a fem observada é de 1,0934 V e sua razão de variação com a temperatura é de
p o s i t i v o , d'Q é
T positivo e h á u m fluxo de calor das v i z i n h a n ç a s para a c é l u l a . Por -0,453 x IO" V K ~ . Porque os jons são divalentes, a carga AZ que passa através da
3 l
O trabalho i s o t é r m i c o é
206zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMOUITJAIVIIUM n oioicmno
P = ~u = -aT\
l • (8-56)
A p r e s s ã o de radiação, como a densidade de energia, é função somente de T, e é
independente do volume V.
Acha-se, experimentalmente, que a densidade de energia, a frequência e a A energia total U em um volume V é
temperatura e s t ã o relacionadas por uma equação conhecida como lei de Planck, de
acordo com a qual a densidade de energia ú u em um intervalo de frequências entre
v
V s» ú K « aVT\)
v e vzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
+ A T , e a uma temperatura T , é dada por
( - ) = (8-51)
\dVlT
\dTlv Mosef Steran, Físico austríaco (1835-1S93), • •
• fLudwi
g Bolizmann, físico austríaco (1EH4-1906).
208zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLES — 2C9
H = V + PV,'
A função de Gibbs é
e a energia total de um sistema m a g n é t i c o é definida como
G = F + PVzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
« » i o-KT* 4- - o-Kr j
E = U - JffM.
d'W = -JfdM,
CM ) . (8-68)
onde %t é a intensidade do campo m a g n é t i c o externo. BT/Mhl
Os sistemas magnéticos de maior interesse em termodinâmica s ã o cristais pa-
r a m a g n é t i c o s , cuja variação de volume em um processo pode ser desprezada e A primeira e a segunda e q u a ç õ e s T dS tornam-se
para os quais o trabalho "P dV é d e s p r e z í v e l comparado com -XdM. Tais cris-
tais tem uma energia interna U e t a m b é m uma energia potencial magnética
T dS ~ C M dT - T(^JJM> (8-69)
£p = -JfM. (g_ ) 62
Portanto,
(2E!) = - 5 ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
m - —Aí. (8-73)
E = F* + TS, T 3 T, zyxwvutsrqponmlkjihgfed
e a energia interna U é F i g . 8.4 A d e p e n d ê n c i a da entropia de um sistema m a g n é t i c o para c o m a temperatura a 3 f = 0 e a ? i f = 9C .
X
í/ = £ + J f A f . (8-74)
A s s i m , todas as propriedades do sistema podem ser encontradas da e x p r e s s ã o de dade m a g n é t i c a seja inicialmente nula e que a temperatura do sal tenha sido redu-
F * c o m o f u n ç ã o de T e Vt. zida a um valor baixo T, por contato com um banho de hélio l í q u i d o . O estado do
A d e p e n d ê n c i a da entropia para c o m a intensidade m a g n é t i c a pode ser deter- sistema é representado, e n t ã o , pelo ponto a. O campo m a g n é t i c o é , e n t ã o , aumen-
minada pelo m é t o d o usado para deduzir as r e l a ç õ e s de M a x w e l l . Aplicando a E q . tado i s o t é r m i c a e reversivelmente, no processo a-b, para um valor Neste p r o -
(7-39) à E q . (8-72), obtemos cesso, há um fluxo de calor do sal para o banho de h é l i o . A entropia do sistema
decresce enquanto sua temperatura permanece constante em T%. N o processo iso-
t é r m i c o a-b. em que dT = 0, a E q . (8-70) fornece
(8-75)
d'Q T = TdS =T T i^)j^T-
Para u m sal p a r a m a g n é t i c o , que obedece à lei de Curie, {BMfòT)* < 0, c a entropia
uecresce quando a intensidade m a g n é t i c a aumenta.
E m nossa d i s c u s s ã o da terceira l e i . na S e ç . 7.7, foi estabelecido que todos os A 2f constante. {òMÍÒT)* é negativo. E n t ã o , como a c r e s c e , d'Q 'é negativo e h á
T
processos que t ê m lugar em um sistema condensado a T = 0 K efetuam-se sem um fluxo de calor saindo do sistema para suas v i z i n h a n ç a s .
v a r i a ç ã o na entropia. Se estes processos incluírem o aumento na intensidade mag- O p r ó x i m o passo é isolar termicamente o sistema de suas v i z i n h a n ç a s e realizar
n é t i c a em um cristal p a r a m a g n é t i c o , segue-se que a í - O K o processo a d i a b á t i c o r e v e r s í v e l b-c, em que o campo m a g n é t i c o é reduzido a z e r o .
enquanto a entropia permanece constante. A temperatura final 7 , c o m o vemos na 2
pode valer em T — 0, e que deve haver uma t r a n s i ç ã o para um estado magnético Fig. 8.4. •
ordenado. O processo b-c, na F i g . 8.4, é comumente descrito como uma "desmagnetiza-
A p r o d u ç ã o de baixas temperaturas por d e s m a g n e t i z a ç ã o a d i a b á t i c a de um sal ç ã o a d i a b á t i c a r e v e r s í v e l " ou uma " d e s m a g n e t i z a ç ã o i s e n t r ó p i c a " . Suponhamos,
p a r a m a g n é t i c o pode ser entendida c o m a ajuda da F i g . 8.4. Suponha que a intensi- entretanto, que tal processo seja efetuado em u m intervalo de temperatura e m que
212 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLESzyxwvutsrqponmlk
— 213
214 - TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇOES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLES — 215
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
F i g . 8.7 A s u p e r f í c i e h-s-P
para á g u a .
cas sobre a superfície têm uma inclinação que. em qualquer ponto, é igual à tempe-
ratura neste ponto, uma vez que
rença pode ser lida diretamente de um diagrama de Mollier. no diagrama Ts da Fig. 8.9(b), o ciclo de Carnot é projetado como um retângulo
E m nossas d i s c u s s õ e s anteriores dos ciclos de Carnot foi admitido tacitamente limitado por duas isotermas e duas adiabáticas.
que a substância levada através do ciclo n ã o sofria mudança de fase. Entretanto, Como áreas em um diagrama T-s representam calor absorvido ou liberado, a
um ciclo de Carnot é qualquer ciclo reversível limitado por duas isotermas e duas área bdjk representa o calor q absorvido na e x p a n s ã o reversível à temperatura T a
2 2t
adiabáticas, e as áreas sombreadas bcfg, na F i g . 8.9, representam um ciclo de Car- área gfjk representa o calor q, rejeitado à temperatura 7, e, da primeira lei, a área
not executado na região líquido-vapor. N a parte (a) da figura, o ciclo é mostrado em bcfg representa o trabalho líquido ir feito no ciclo. O rendimento térmico do ciclo é,
uma superfície P- v-T e projetado no plano P- v. A parte (b) mostra o mesmo ciclo na portanto,
superfície s-T-P e projetado no plano T-s, e na parte (c) é mostrado na superfície
_hrA'P Ç. P PÍ fe_d°, r e plano jjftg (diagrama Mollier).
n o _ __ ^^„ .^.....jv.área.bcfg~*~-
>r
= (T - 2 7 0 0 , —sQ Ti ~ 71
• Richard Mollier. engenheiro"alemão (1863-1935); T,(s, - s0 1 2
w h e - h b — h f - f h„
Fonte quente
Superaquecedor
Caldeira
^ ~ ) Bomba
O Máquina
alternativa
ou turbina
Condensador
F o n t e fria
?i8 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APUUAÇUfcS UA ItHMUUINAMlUA A fcMAS SIMPLES — 219
caldeira. E m p r i n c í p i o , a temperatura do vapor superaquecido poderia ser aumen- Note-se que. embora a e x p r e s s ã o do rendimento e m termos da d i f e r e n ç a de
tada a t é a da fonte, mas u m limite de cerca de 1.000°F (811 K ) , chamadozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
limite entalpia tenha a mesma forma que para o ciclo de C a r n o t . a E q . (8-79) não se reduz
metalúrgico, é posto pelo fato de que, acima desta temperatura, os materiais dispo- a ( 7 - 7 , ) / 7 . como fica evidente da c o m p a r a ç ã o dos g r á f i c o s dos ciclos de Carnot.
2 2
níveis para t u b u l a ç õ e s n ã o s ã o suficientemente fortes para suportar p r e s s ã o alta. e de Rankine. Como foi dito acima, o rendimento do ciclo de Rankine é menor que
O vapor superaquecido flui para a m á q u i n a alternativa ou a t u r b i n a , onde libera o de um ciclo de Carnot operando entre temperaturas 7 e 7,. 2
trabalho m e c â n i c o e. ao mesmo tempo, sofre uma queda de p r e s s ã o e temperatura. Foi mencionado, na S e ç . 5.8, em r e l a ç ã o ao assunto geral de entropia e irrever-
Usualmente é condensado algum vapor nesta parte do ciclo. A mistura de l í q u i d o e sibilidade, que processos i r r e v e r s í v e i s em uma m á q u i n a t é r m i c a resultam em u m
vapor saturados f l u i , e n t ã o , para o condensador, onde o vapor restante é liquefeito d e c r é s c i m o no rendimento. Agora podemos ver c o m o o r e n d i m e n t o de u m c i c l o de
e o calor de c o n d e n s a ç ã o é liberado para u m sorvedouro (fonte fria), que pode ser a Rankine é afetado pela irreversibilidade. Se a e x p a n s ã o do vapor em uma m á q u i n a
atmosfera ou á g u a fria de u m rio ou o oceano. A p r e s s ã o nesta parte do sistema é t é r m i c a alternativa ou uma turbina for reversível bem c o m o a d i a b á t i c a , s e r á t a m b é m
determinada pela temperatura do sorvedouro. O líquido condensado é , e n t ã o , for- i s e n t r ó p i c a , e o processo c - / n a Fig. 8.9(b) s e r á uma linha vertical de entropia cons-
ç a d o para a caldeira por uma bomba. Isto completa o ciclo. tante. Se a e x p a n s ã o for irreversível, a entropia a u m e n t a r á e. ao final da e x p a n s ã o ,
A m á q u i n a alternativa e a turbina diferem somente pela maneira de retirar o estado do sistema será representado por um p o n t o à d i r e i t a do p o n t o / . O d e c r é s -
energia interna da corrente de vapor e c o n v e r t ê - l a em trabalho m e c â n i c o . N a pri- cimo de entalpia no processo, vê-se da Fig. 8.9(c). é menor na e x p a n s ã o i r r e v e r s í v e l
meira, uma massa de vapor em um cilindro expande-se contra um ê m b o l o . N a úl- do que na reversível. Agora apliquemos a e q u a ç ã o da energia de um fluxo estacio-
tima, o vapor flui por bocais estreitos, como na F i g . 3.14, adquirindo energia c i n é - n á r i o a uma turbina. A s alturas da a d m i s s ã o e da descarga podem ser supostas i d ê n -
tica no processo. O vapor, movendo-se com rapidez, choca-se contra as conchas do ticas, as velocidades de a d m i s s ã o e de descarga podem ser consideradas iguais, e o
rotor da turbina e libera sua energia c i n é t i c a . O processo é . e n t ã o , aproximada- processo é muito aproximadamente a d i a b á t i c o , mesmo que n ã o seja i s e n t r ó p i c o . O
mente a d i a b á t i c o em ambos os engenhos, mas n ã o é completamente r e v e r s í v e l e. trabalho fornecido é, portanto, igual à d i f e r e n ç a de entalpia entre a a d m i s s ã o e a
consequentemente, n ã o é i s e n t r ó p i c o . descarga, e o rendimento do ciclo i r r e v e r s í v e l é menor que o do c i c l o r e v e r s í v e l ,
Note-se que, enquanto o ciclo do vapor é considerado, a s e q u ê n c i a de estados uma vez que a turbina libera menos trabalho m e c â n i c o para a mesma a l i m e n t a ç ã o
de calor.
é a mesma quer a fonte de calor seja uma fornalha, em que é queimado c o m b u s t í -
v e l , ou u m reator nuclear. E m praticamente todo ciclo de vapor, este é superaquecido a uma temperatura
O ciclo de Rankine é um ciclo reversível que corresponde mais de perto à 7 superior à temperatura 7 do vapor saturado, antes de se expandir adiabatica-
3 2
s e q u ê n c i a de estados assumida pelo líquido e o vapor em uma m á q u i n a alternativa mente (veja Fig. 8.10). O ciclo de Rankine correspondente é . e n t ã o , representado
ou uma turbina do que o ciclo de Carnot. Primeiramente, consideremos um ciclo pelo processo b-c-d-e-h-a-b na Fig. 8.9(c). O e s t á g i o de superaquecimento é repre-
cm que o vapor n ã o é superaquecido. Iniciando no ponto b, na Fig. 8.9(c), que sentado pelo segmento cd nesta figura. H á duas r a z õ e s para que se faça o supera-
corresponde à caldeira na Fig. 8.10. líquido saturado é convertido reversivelmente quecimento. Um é que a temperatura m é d i a a que é fornecido calor é . assim, ele-
em vapor saturado à tempeatura 7 e à p r e s s ã o P.> (ponto c ) . O vapor, e n t ã o ,
2
vada acima da temperatura de v a p o r i z a ç ã o , tendo como c o n s e q u ê n c i a aumento de
expande-se r e v e r s í v e l e adiabaticamente para a p r e s s ã o Z , e temperatura 7, (ponto
5
rendimento. A outra, que realmente é de maior i m p o r t â n c i a , pode ser vista de u m
f). Este e s t á g i o corresponde à passagem de vapor a t r a v é s da m á q u i n a ou da turbina. exame da Fig. S.9(c). Se a e x p a n s ã o a d i a b á t i c a c o m e ç a r do estado de vapor satu-
A mistura de vapor e líquido é, e n t ã o , completamente liquefeita à temperatura 7", rado, ponto c, o estado do vapor ao final da e x p a n s ã o s e r á representado pelo ponto
(ponto h), correspondendo ao processo no condensador da Fig. 8.10. O líquido é, / . Se a e x p a n s ã o c o m e ç a r no.ponto d, o estado do vapor ao final da e x p a n s ã o s e r á
e n t ã o , c o m p r i m i d o r e v e r s í v e l e adiabaticamente para a caldeira à p r e s s ã o P (ponto
2
representado pelo ponto e. O " c o n t e ú d o de u m i d a d e " do vapor, isto é , a f r a ç ã o que
a). Esta o p e r a ç ã o é realizada pela bomba da Fig. 8.10. Como vimos, a temperatura e s t á na fase líquida, é maior no ponto / do que no p o n t o e. Se o c o n t e ú d o de
umidade for muito grande, o desgaste m e c â n i c o nas conchas da turbina se t o r n a r á
do l í q u i d o aumenta ligeiramente em uma c o m p r e s s ã o a d i a b á t i c a , de modo que deve
excessivo. Consequentemente, s e r á n e c e s s á r i o u m superaquecimento a uma tempe-
ser fornecido calor ao líquido comprimido ao longo da linha ab na Fig. 8.9(c), para
ratura suficientemente alta para manter o c o n t e ú d o de umidade dentro de um v a l o r
elevar sua temperatura para 7" . N a F i g . 8.T0, este aquecimento tem lugar depois
2
seguro. .•*.-•'
que o líquido é bombeado para a caldeira. Se o ciclo é para ser reversível, entre-
tanto, o calor deve ser fornecido por uma série de r e s e r v a t ó r i o s de calor variando Na Fig. 8.9(c). é absorvido calor q ao longo da t r a j e t ó r i a a-b-c-d. e porque
t
220 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLES — 221
5.2 Um recipiente de volume V' está dividido por separações em três partes, contendo um onde p é a pressão parcial de A na mistura, etc. (b) Para a reação 1/2 N + 3/2 H *=• N H
i 2 2 3 l
quilomol de hélio gasoso, dois quilomoles de gás neon e três quilomoles de gás argônio, res- mostre que K é 0,0128 se a pressão total é 50 atm e a fração molar de N H é 0,151 da mistura 3
pectivamente. A temperatura de cada gás é inicialmente 300 K e a pressão é 2 atm. As separa- de "equilíbrio, (c) Como varia K como a pressão e com a temperatura?
P
ções são removidas e os gases se misturam. Calcule (a) a fração molar e (b) a pressão parcial
de cada gás na mistura. Calcule a variação (c) da função de Gibbs e (d) da entropia do sistema 8.7 Para fazer bicarbonato de sódio ( N a H C 0 ) , uma solução aquosa de N a C 0 é saturada
3 2 3
Derive uma expressão semelhante para dG e (b) derive daí as relações de Maxweíi para o
sistema. Assim, íons N a , íons Co?, H 0 , C O e N a H C 0 estão presentes em quantidades arbitrárias,
+ 2 z 3
8.9 (a) Mostre que, para um líquido contendo um soluto não-volátil em equilíbrio com seu
vapor a uma dada temperatura T e pressão P,
onde.v = nj(n + n ). Esta equação exprime a variação do potencial qufmico com a composi-
a b
ção. [Sugestão: Expresse y. em termos de P, T tx, e note que {ôp lòP) _ m u etc] a T x a fzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
+ * r i n < l -x)
8.5 Considere uma mistura de álcool e água em equilíbrio com seus vapores, (a) Determine a onde x é a fração molar do soluto. Isto pressupõe que o soluto e o solvente se misturem como
variância do sistema e diga a que variáveis corresponde, (b) Mostre que, para cada compo- gases ideais, (b) Para uma substância pura, mostre que a pressão constante
nente,
Wl zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
*>; - o + o - - vXi•
400
onde x' é mantido constante artificialmente.
8.6 O sentido em que uma reação química se realiza depende do.valor da constante de equi- _ S o l u ç ã o líquida C d + B i
líbrio termodinâmico K, que é definida como s
32 r c
AG^reaçáo) = a c a r e a ç ã o ) + RT \ Pi 300 _
27 r c
onde àG ézyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ta variação na função de Gibbs para a reação e deve ser zero no equilíbrio e AG? é
variação n a função de Gibbs parada reação se efetuando a u m a atmosfera e à temperatura Bs
constante, (a) Para a reação de gases ideais
/ S o l u ç ã o líquida
200 / e C d sólido
nA
A + nB
u nC
c + nD
D t Solução^
líquida e
onde / t y t é n moles de A e t c , mostre que
Á
Bi sólido
V \ 144 °C
•
1 1 1 1 1
222zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
x é pequeno constante c . (b) Ache a razãoCjr/cj. (c) Uma tira de borracha aquecida à tensão constante se
(d) No limite em quezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA {
torna mais curto. Use este fato para mostrar que, se a tensão em uma tira de borracha for
aliviada adiabaticamente, sua temperatura cairá, (Isto pode ser conferido experimentalmente,
RT 2 sentindo a temperatura de uma tira de borracha com seu lábio, enquanto ela está sob tensão,
dT = — dx, e imediatamente após a tensão ser aliviada.)
'23
8.16 Mostre que a pressão P no interior de uma bolha de raio r em um líquido, que está sob
ondezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(
I23 é o calor latente de vaporização. Isto mostra que a temperatura de ebulição é elevada, uma pressão externa P , é dada por P, - P = 2air.
se um soluto for adicionado a um líquido, (e) Mostre como o resultado da parte (d) pode ser
e e
777" )\e n = 1,22 e cr é uma constante, (a) Suponha que esta equação seja válida para a
mol de H2 e 1/2 quilomol de 0 a 1 atm e a 300 K . A fem usada é de 1,2 V . Suponha que os
c 0
agua e use os dados na Fig. 8.2 para determinar cr . (b) Determine valores para \, c e s a 7 *
2 1
0
gases sejam ideais.
A
?73 K. (c) Calcule a variação de temperatura, quando a área da película é aumentada de 0 para
2 x I0~ m adiabaticamente.
3 !
8.20 Seja a energia radiante em um cilindro conduzida em um ciclo de Carnot, semelhante ao
mostrado na Fig, 8.12, consistindo de uma expansão isotérmica à temperatura 7. uma expan-
8.13 Seja uma película de sabão conduzida por um ciclo de Carnot, consistindo em um au- são adiabática infinitesimal, em que a temperatura cai para 7 - dT, e o returno ao estado
mento de área isotérmico a uma temperatura 7\m aumento adiabático infinitesimal de área original efetuado por uma compressão isotérmica e uma compressão adiabática infinitesimal.
orr que a temperatura decresce para 7 - dT, e um retorno ao estado inicial por um decréscimo Suponha que P - u/3 e que u seja função somente de 7. (a) Lance o ciclo em um diagrama no
isotérmico e um adiabático infinitesimal da área, como está mostrado na Fig. 8.12. (a) Calcule plano P- V. (b) Calcule o trabalho feito pelo sistema durante o ciclo, (c) Calcule o calor que flui
u t-abalho feito pela película no ciclo, (b) Calcule o calor absorvido pela película no ciclo, (c) para o sistema durante o ciclo, (d) Mostre que u é proporcional a T* por consideração do
Derive a E q . (8-36), considerando o rendimento do ciclo, (d) Lance o ciclo em um diagrama rendimento do ciclo.
8.21 Mostre que o calor acrescentado durante uma expansão isotérmica de radiação de
corpo negro é quatro vezes maior que o esperado para o calor adicionado durante a expansAo
8.14 Suponha que, abaixo da temperatura critica 7 , a função de Helmholtz para uma pelí-
e
de um gás ideal de fótons, que obedeça à mesma equação de estado. O fator quatro aparece
cula seja expressa como
porque o número de fótons não é conservado, mas aumenta proporcionalmente ao volume
durante uma expansão isotérmica.
8.22 As paredes de uma cavidade isolada e evacuada estão em equilíbrio com a energia
radiante em seu interior. O volume da cavidade é repentinamente diminuído de 100 cm para 3
50 cm . Se a temperatura inicial das paredes for de 300 K, calcule (a) a temperatura final das
3
onde B, T e n são constantes que dependem da película, e A é a área da película, (a) Que
c
paredes, (b) a pressão inicial e a pressão final exercidas sobre as paredes pela energia radiante
informação experimental determinará os valores de B, T e «? (b) Há informação suficiente
c
e (c) a variação na entropia da energia radiante.
para especificar todas as propriedades da película? (c) E razoável a especificação, até onde ela
funciona? 8.23 Mostre que a energia interna V de um corpo paramagnético ideal é uma função da
temperatura somente.
8.15 Considere uma tira de borracha como um sistema unidimensional, (a) Deduza uma ex-
pressão para o calor específico à tensão constante e para o calor específico a comprimento 8.24 Em um certo intervalo de temperatura 7 e intensidade magnética VC, a função 7* de
uma substância magnética é dada por
bJf 2
8.25 O refrigerador para uma experiência de desmagnetização adiabática é para ser feito de
.40 g dc alúmen de cromo e.potássio [CrK(S0 ) • 12H 0], que tem as seguintes propriedades:
4 3 2
grama é 3,73 x 10" K g~ , e o calor específico da rede é 4,95 x \0~ RT>, (a) Supondo que o
J l A
sal obedeça à lei de Curie, calcule o fluxo de calor durante uma magnetização isotérmica a 0,5
K e IO* Oe, usando um refrigerador de He e um magneto supercondutor, (b) Calcule as
3
224zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICAzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA TERMODINÂMICA A SISTEMAS SIMPLES - 225
tica para intensidade magnética aplicada zero não atinge 0 K por causa de campos magnéticos (c) Mostre que, no processo c-d,
locais no material. Calcule a magnitude destes campos se o sal pode ser desmagnetizado
adiabaticamente até 0,005 K . (d) Calcule a razão dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
C% do sistema magnético para a capaci-
dade térmica dá rede do sal a 0,5 K . 7cd = ú ~ »'cd = h d
h - K - "d + 'c-
l
8.26 Mostre que, se o gráfico na Fig. 8.5 para VC = 0 corta o eixo vertical cm um ponto
acima do que corresponde a VC = PC , o enunciado de inacessibilidade da terceira lei seria
}
(d) Mostre que. no processo d-a,
violado.
«da = 0. >ftffl • 'd - " a -
l
menor que uma intensidade crítica K . Para V€ maior que 2c , o supercondutor se torna um
c c vamente. Mostre que
metal normal e M = 0. (a) Esboce um gráfico da magnetização em função da intensidade
aplicada. Mostre que, na transição do estado de supercondutor para o estado normal, (b) o
calor de transformação / é dado por ~Tixc^C {d^ ídT) e (c) a diferença entre os calores especí-
c c
x ~ ( x'i = .
ficos do supercondutor e do metal normal é dada por s —s f e s — s
f e
u c = u c + X^Jtf - u ),
e h c = h e 4- x (h
2 f - h ),e zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
u d = it c + x^Uf - ti ),
e h d = h e + x^hf - h ).e
8.28 A Fig. 8.13, que é semelhante à Fig. 8.9(b), mostra um ciclo de Carnot na região
líquido-vapor. A substância de trabalho é 1 kg de água e T = 453 K , 7', = 313 K. Listas de
2
valores de T, P, u, sth são dadas em tabelas de vapor em pontos sobre as linhas de satura- (g) Calcule o "trabalho de expansão" no ciclo; em joules, ao longo da trajetória a-b-c.
ção, e estes estão tabulados abaixo, em unidades M K S , para os pontos a, b, c ef. Desejamos (h) Calcde em joules o "trabalho de c o m p r e s s ã o " ao longo da trajetória c-d-a, e ache a razão
fazer uma análise completa do ciclo. entre o trabalho de expansão e o trabalho de compressão.
(ij Calcule de (g) e (h) o trabalho líquido feito no ciclo.
[}) Calcule de (i) e (a) o rendimento do ciclo, e mostre que é igual a (7\ T )IT . X Z
Ponto Í(°C 7"(K) />(N m " J n(J kg- ') s{J kg" 1 K " 1 ) (k) Perdas por fricção são inevitáveis em qualquer máquina real. Para fazer uma estimativa
2 h{3 kg" ')
destas perdas, suponha que, em um curso de expansão, 59b do trabalho feito pelo sistema
a 180 453 10 x IO 7,60 x 10' 2140 sejam perdidos, e que, no curso de compressão, devem ser feitos 5% mais trabalho que o
5
7,82 x IO
calculado na parte (h). Calcule o trabalho líquido liberado por ciclo e o rendimento.
5
e 40 313 0.074 x 10 a 1,67 x 10' 572 1,67 x IO 8.29 Uma turbina a vapor opera em um ciclo de Rankine reversível. Vapor superaquecido
:
3
f - 40 313 0.074 x 10 a 24,3 x I0 ' 8220 25,6 x 10 entra na turbina a uma pressão de 100 1b p o I e uma temperatura de 800°F. A pressão do
:
11
- 2
vapor na exaustão é de f 5 1b p o I . (a) Da Fig. 8.8, ache o trabalho feito por libra de vapor, (b)
-2
vapor?
i
- "t> + it .
a
8.30 A Fig. 8.14 representa um ciclo de refrigeração em que o estágio de compressão I U I Í . I I M
(b) Mostre que, no processo b-c\ tica, cd, tem lugar na região de vapor. O estágio de expansão de d para a é a pressão coni
tante e a expansão irreversível de a para b efetua-se através de uma válvula de expansão, (.0
Esboce o ciclo em um diagrama h-s. (b) Mostre que o coeficiente de rendimento do ciclo c
dado por
K - K
c =
h d — h c
T
T
Teoria Cinética
9.1 INTRODUÇÃO
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
223 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA TEORIA CINÉTICA — zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
229
experimentais para chegar a este número são discutidos nos capítulos finais. Em
A termodinâmica trata das conclusões que podem ser tiradas de certas leis experi- condições normais, 1 quilomol de um gás ideal ocupa 22,4 m . Portanto, em condi-
3
mentais e das aplicações destas conclusões a relações entre propriedades de mate- ções normais, há aproximadamente 3 x IO'- moléculas em um metro cúbico, 3 x IO
3 19
riais, como capacidades térmicas, coeficientes de expansão, compressibilidades e em um centímetro cúbico e 3 x IO em um milímetro cúbico.
16
assim por diante. Ela não faz hipóteses sobre a natureza da matéria e é uma ciência 2. As moléculas são separadas por distâncias grandes em comparação com suas
puramente empírica. dimensões, e estão em um estado de contínuo movimento. O diâmetro de uma
Embora os princípios da termodinâmica possam predizer muitas relações entre molécula, considerada como uma esfera, é de cerca de 2 ou 3 x 10" m. Se imagi-
10
ções exclusivamente termodinâmicas as grandezas absolutas das capacidades tér- primento de uma aresta de uma célula destas é cerca de 3 x ]0~ m, o que significa
9
micas ou a equação de estado de uma substância. que a distância entre as moléculas é desta ordem de grandeza, cerca de 10 vezes o
Só podemos transpor as limitações da termodinâmica pura, fazendo hipóteses diâmetro molecular.
quanto à natureza da matéria; e, sem dúvida, a mais fértil destas hipóteses, bem 3. Em primeira aproximação, supomos que as moléculas não exerçam forças umas
como uma das mais antigas, é que a matéria não é de estrutura contínua, mas com- sobre as outras, exceto quando colidem. Consequentemente, entre colisões com
posta de partículas chamadas moléculas. Em particular, a teoria molecular dos outras moléculas ou com as paredes do recipiente, e na ausência de forças externas,
gases foi muito desenvolvida, porque os problemas a resolver são muito mais sim- elas se movem em linhas retas.
ples que os relativos a líquidos e sólidos. • 4. As colisões das moléculas entre si e com as paredes são perfeitamente elásticas.
As propriedades macroscópicas da matéria são preditas a partir de uma teoria As paredes de um recipiente podem ser consideradas perfeitamente lisas, de modo
molecular por meio de duas linhas de ataque diferentes. A primeira, chamada teoria zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
que não há variação na velocidade tangencial em uma colisão com as paredes.
cinética ou dinâmica, aplica as leis da mecânica às moléculas individuais de um 5. Na ausência de forças externas, as moléculas são distribuídas uniformemente
sistema e deriva destas leis, por exemplo, expressões para a pressão de um gás, sua por todo o recipiente. Se N representa o número total de moléculas em um reci-
energia interna e seu calor específico, O método, da termodinâmica estatística ig- piente de volume V, o número médio de moléculas por unidade de volume, n é
nora considerações detalhadas sobre moléculas como indivíduos e aplica considera-
ções de probabilidade ao grande número de moléculas que compõe qualquer porção
de matéria. Veremos que os métodos da termodinâmica estatística fornecem um n = NJV.
discernimento maior do conceito de entropia e do princípio do aumento de entropia.
A hipótese de distribuição uniforme implica, então, que em qualquer elemento
Tanto a teoria cinética quanto a termodinâmica estatística foram desenvolvidas
primeiramente sobre a hipótese de que as leis da mecânica, deduzidas do compor- de volume AV, em qualquer localização, o número de moléculas A/V é
tamento de corpos materiais de grande tamanho, poderiam ser aplicadas a partícu-
las como moléculas e elétrons. Com o progresso da ciência, tornou-se evidente que. AA = n A K
r
em alguns aspectos, esta hipótese não era correta; isto é, conclusões tiradas dela
por métodos lógicos não estavam cm acordo com fatos experimentais. O insucesso Evidentemente, a equação acima não é correta, se àV for muito pequeno, uma vez
da aplicação da leis a que obedecem os sistemas macroscópicos aos sistemas mi- que o número de moléculas N, embora muito grande, é finito, e, certamente, pode-
croscópicos conduziu ao desenvolvimento da teoria quântica e da mecânica quân- mos imaginar um elemento de volume tão pequeno que não contenha moléculas, em
tica, e a termodinâmica estatística é mais bem tratada atualmente do ponto de vista contradição com a equação acima. Entretanto, é possível dividir o recipiente em
da mecânica quântica. elementos de volume suficientemente grandes, de sorte que o número de moléculas
Este capítulo e o próximo serão dedicados aos aspectos cinéticos da teoria por unidade de volume dentro deles não difira consideravelmente da média, e, ao
molecular, e os capítulos seguintes à termodinâmica estatística. Ao progredirmos mesmo tempo, sejam suficientemente pequenas em comparação com as dimensões
nestes capítulos, faremos muitas referências a conceitos e a equações já discutidos dos instrumentos físicos, que podem ser tratados como infinitesimais no sentido
nos capítulos anteriores sobre termodinâmica, e veremos como se pode alcançar um matemático, e os métodos do cálculo diferencial e integral possam ser aplicados a
discernimento muito maior de muitas questões com a ajuda da teoria molecular. eles. Por exemplo, um cubo de 1/1.000 mm de aresta é, certamente, pequeno em
comparação com a maioria dos instrumentos de laboratório, e, entretanto, em con-
dições normais, ele contém aproximadamente 30 milhões de moléculas.
9.2 H I P Ó T E S E S BÁSICAS 6. As direções e os sentidos das velocidades supõem-se distribuídos uniforme-
mente. Para colocar esta hipótese em forma analítica, imaginemos que, a cada mo-
Em termodinâmica, a equação de estado de um sistema expressa a relação entre lécula, esteja ligado um vetor representando sua velocidade. Vamos transferir todos
suas propriedades macroscópicas mensuráveis. A equação de estado mais simples é estes vetores para uma origem comum e construir uma esfera de raio arbitrário r
a de um gás ideal e, embora a teoria cinética não se limite nem em conceituação com centro na origem. Os vetores velocidade, prolongados se necessário, cruzam a
nem em aplicação a gases ideais, começaremos por mostrar como a equação de superfície da esfera em tantos pontos quantas são as moléculas, e a hipótese de
estado de um gás ideal pode ser derivadacom base em um modelo molecular conr distribuição uniforme~das direções e sentidos significa que estes pontos estarão dis-_
as seguintes hipóteses: tribuídos uniformemente sobre a superfície da esfera. O número médio destes pon-
I h U H l A U I N b l I U A — 231
230 - TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
onde An** é o número de moléculas por unidade de volume com velocidades cujas
tos por unidade de área é direçôes estão entre 9 e 8 + Á0, e e $ + Acò.
Consideremos, finalmente, as magnitudes das velocidades moleculares ou a ve-
N locidade escalar das moléculas. É claro que nem todas as moléculas têm a mesma
W ' velocidade escalar, embora esta hipótese seja feita muitas vezes. Mesmo que pu-
déssemos fazer com que as moléculas iniciassem deste modo, as colisões intermo-
e o número em qualquer elemento de área é leculares rapidamente fariam com que surgissem as diferenças de velocidade esca-
lar. Mostraremos, na Seç, 12.2, como calcular o número de moléculas que têm
A7 velocidade escalar dentro de qualquer intervalo especificado, mas por ora supore-
~ —- AA, mos que a velocidade escalar pode ter qualquer valor de zero a infinito,* e repre-
4-nr 2
sentemos por A/V,, o número de moléculas com velocidade escalar entre v e v + Au.
qualquer que seja a localização do elemento de área. Como no parágrafo prece- Geometricamente, este número é igual ao número de vetores velocidade, termi-
dente, a área deve ser suficientemente grande (isto é, deve incluir um intervalo de nando dentro de uma fina casca esférica na Fig. 9.1, entre esferas de raios r\ v c
direçôes suficientemente grande), de modo que a densidade superficial de pontos r - v + Au, Como resultado das colisões, a velocidade escalar com que uma molé-
2
dentro dela não difira da média apreciavelmente. Por causa do grande número de cula se move está sempre mudando, mas supomos que, no estado de equilíbrio, o
moléculas, o intervalo de direçôes pode ser feito muito pequeno e, ainda assim, número de moléculas com velocidade escalar dentro de qualquer intervalo especifi-
incluir um grande número de pontos. cado permanece constante.
Levemos esta descrição de direçôes e sentidos de velocidades um passo
adiante. Qualquer direção arbitrária no espaço pode ser especificada em relação a 9.3 F L U X O M O L E C U L A R
um sistema de coordenadas polares pelos ânguloszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
8 e <£, como na Fig. 9.1. A área
AA de um pequeno elemento sobre a superfície de uma esfera de raio /' é. muito Por causa do contínuo movimento aleatório das moléculas de um gás. continua-
aproximadamente, mente estão chegando moléculas a cada porção das paredes do recipiente e também
a cada lado de qualquer superfície imaginária dentro do gás. Seja A/v" o número total
^A = (rsenfl A(9)(/-A<4) = r sen0 A£> Aç£.
de moléculas chegando de todas as direçôes e com todas as velocidades escalares a
2
dades com direção entre fí e d- + A0, e <fc e <b + A<£, é chegando à superfície, por unidade de área e por unidade de tempo. Assim,
AXAí
Quando ambos os membros desta equação são divididos pelo volume V ocupado Se a superfície é uma superfície imaginária dentro do gás, todas as moléculas
pelo gás, obtemos chegando à superfície, de ambos os lados, irão atravessá-la, e se não há movimento
líquido do gás como um todo, os fluxos moleculares em ambos os lados da superfí-
A n ^ = —sen 6 AO Aci, (9-1) cie serão iguais e de sentidos opostos. Assim, de cada lado da superfície, há dois
47T fluxos moleculares, um consistindo de moléculas chegando àquele lado e outro con-
sistindo de moléculas que atravessaram a superfície vindo do outro lado.
Se á superfície é na parede do recipiente, as moléculas que chegam à superfície
não a atravessam, mas são rebatidas por ela. Portanto, há dois fluxos nesta superfí-
r sen & r sen 6 Arf> cie também, um consistindo de moléculas que chegam à superfície, e outro consis-
tindo de moléculas rebatidas pela superfície.
Na Fig. 9.2, a área sombreada AA representa um pequeno elemento de superfí-
• r AO cie, dentro do gás ou na parede. Construamos a normal à área e um plano de refe-
rência contendo a normal. Primeiramente, perguntamos: quantas moléculas chegam
•Ò.A à superfície durante o intervalo de tempo Ar, movéndo-se segundo a direção parti-
cular 6, <f>, e com uma velocidade escalar especificada u? (Para evitar repetição, fica
Fig. 9.1 Coordenadas polares.
subentendido que isto significa o número de moléculas com direçôes entre 8 e 9 +
Af?, </> e (/» + At/), e com velocidade escalar entre v e o + Au.)
Construamos o cilindro oblíquo, mostrado na Fig. 9.2, com eixo na direção 0,
0, e comprimento v Aí igual à distância percorrida por uma molécula de velocidade
escalar v no tempo "AfrEntãoTo' número de ' m o l é c u l a s " ' S ^ y / q ^ c h è ^ r ^ ^ u ^ r f É c i é
• Seria melhor dizer, de zero à velocidade da luz. Entretanto, como mostraremos, o número de moléculas com velocidades
escalares ouc excedem a velocidade da luz mesmo de uma pequena fração é lào pequeno para gases ordinários que, por.
simplicidade matemática, podemos muito bem fazer a suposição acima.
A® 6 = I sen ô cos 0 AO 2 v An .
w (9"ó)
F i g . 9.2 S o m e n t e as m o l é c u l a s zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
U4>i nu cilindro a t i n g i r ã o a á r e a
m durante u m tempo A / .
B e <f>, é encontrado por substituição de AÔ por d9 na. Eq. (9-5) e integrando sobre
durante o tempo Aí, é igual ao número de moléculas d$v no cilindro, onde a molé- todos os valores de N e 0 a TT/2. Isto fornece
culazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
&4>v significa molécula com velocidade escalar v, movendo-se na direção 6, <f>.
Para mostrar que isto está correto, podemos primeiramente ver que todas as
moléculas 64>v no cilindro alcançarão a superfície durante o tempo Ar. (Estamos A O , - - v An,. l (9-7)
ignorando qualquer colisão com outras moléculas, que pode ocorrer no caminho
para a superfície, de modo que as moléculas estão sendo consideradas como pontos Finalmente, o fluxo O, incluindo todos os ângulos e todas as velocidades esca-
geométricos. Na Seç. 10.3, veremos como levar em conta estas colisões.) Eviden- lares, é obtido ou por soma de A<É> sobre todos os valores de v, ou pqr substituição
r
temente, há outros tipos de moléculas no cilindro. Algumas destas alcançarão a
de A0 por d6 na Eq. (9-6), e integrando sobre 9 de 0 a 7r/2. O resultado é
superfície durante o tempo Ar e outras não. Estas são as que não alcançam ou não
estão se movendo em direção ao elemento de superfície (isto é, não são moléculas
6<t>) ou não estão se movendo com rapidez suficiente para atingir o. elemento du- (D = ~ T v A r V (9-8)
4
rante o tempo Aí (isto é, sua velocidade escalar é menor que v). As moléculas no
cilindro, que atingem a superfície durante o tempo Aí, são necessariamente molécu-
Expressemos este resultado em termos da velocidade escalar média v. Esta
las 04>, mas a menos que tenham velocidade escalar u, não são moléculas $<f>v.
grandeza é encontrada somando as velocidades escalares de todas as moléculas e
Muitas outras moléculas, que não estão no cilindro, chegarão ao elemento du- dividindo pelo número total de moléculas:
rante o tempo Aí. Algumas destas têm velocidade escalar o, mas não são moléculas
60, uma véz que provêm de outras direçôes. Portanto, todas as moléculas 64>u-no
cilindro, e somente estas, atingirão a superfície durante o tempo A/, movendo-se na
direção 00 com velocidade escalar v. .. • \-
onde a soma é sobre todas as moléculas. Mas se há AA^ moléculas com rapidez v
Seja An o número de moléculas por unidade de volume com velocidade escalar
ls
v
entre v e v + Av. Então, da Eq. (9.1), o número de moléculas 64>v por unidade de A/V moléculas com velocidade escalar
2 e t c , a soma sobre todos os valores de v
volume é poderá ser obtida também pela multiplicação da velocidade escalar Vi pelo número
de moléculas A/Vj, que têm esta velocidade escalar, multiplicando ih pelo número
_ : _ . j _ . A n ^zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~ An senJAf3 Aci.
y . (9-3) de moléculas A/V , que têm esta velocidade escalar, e assim por diante, e somando
2
Algumas vezes é útil pôr a Eq. (9-4) na seguinte forma. Consideremos a área
AA, na Fig. 9.2, localizada na origem, na Fig. 9.1, e sobre o plano.vv. As moléculas r
que chegam à área, na direção 0</>, são as que vêm no pequeno cone na Fig. 9.1,
cuja base é a área sombreada A4 na superfície esférica, naquele diagrama. Esta
área é
A/í = r sen 0 AO A ^ ,
2
^ = —wAn.cosfl. (9-13)
Aco 4TT zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
•
O fluxo total por unidade de ângulo sólido, incluindo toda velocidade escalar, é
. (9-14)-
Aa> 4-TT
Se considerarmos uma variedade de pequenos cones com vértices em AA, na F i g . 9.3 M u d a n ç a na velocidade em u m a c o l i s ã o e l á s t i c a .
Fie. 9.1, o maior número de moléculas chegará com direção no cone com eixo
azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
pressão média, igual à razão média de variação da quantidade de movimento por produtos. Isto é
unidade de área.
Se m é a massa da molécula que colide, a variação da componente normal da 1 I v* AN,
quantidade de movimento em uma colisão 6<f>v é v = ou v —
JV
mu cos 0 — (—mu cos 6) — 2mv cos 0. (9-15) Então.
A razão de variação da quantidade de movimento por unidade de área devida a p = - nfflu' (9-17)
todas as moléculas que chegam com um ângulo 6 e com rapidez v, ou à pressão 3
APBV, é igual ao produto de Aí> . e à variação na quantidade de movimento de uma
tfl
molécula 9v: Como a energia cinética média de uma molécula é 1/2 mv , o segundo membro da 2
Eq. (9-17) é igual a dois terços da energia cinética por unidade de volume ou a dois
AP , = ( £ y A n „ s e n 0 c o s 0 A 0 ) ( 2 m u c o s 0 ) = mu A n s e n 0 cos 8 A0.
fll 2 v 2
terços da densidade de energia cinética, e assim a Eq. (9-17) exprime a pressão em
termos da densidade de energia cinética.
Para encontrar a pressão àP devida a moléculas de rapidez u, vindas com todos os
v
Será mostrado na Seç. 12.2, que o valor médio do quadrado da velocidade
ângulos 0, integramos sobre 0de OazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TT/2. Isto fornece escalar, v*, é sempre maior que o quadrado da velocidade escalar média, (u) . 2
PV = - Nttw\
3
Finalmente, somando sobre todos os valores de v, temos para a pressão total P %
outra molécula $4>v atravessando do outro lado, e a Fig. 9.3 aplica-se a qualquer constante universal dos gases por molécula ou constante de Boltzmann, e é repre-
superfície no gás, exceto que os pequenos círculos pretos não representam a mesma
sentado por k:
molécula.
Consequentemente, o fluxo líquido de quantidade de movimento, na direção (9-18)
normal a qualquer superfície, é o mesmo que na parede limite, e se considerarmos a k =
pressão como o fluxo de quantidade de movimento, ela terá o mesmo valor em N A
dos quadrados das velocidades escalares de todas as moléculas é encontrada es- é, seu valor só depende do sistema de unidades empregado. No sistema M K S ,
quadrando todas as velocidades escalares, somando estes resultados e dividindo
pelo número total de moléculas: , ' = 1 381 X I O J molécula" K-
k = = 8 3 1 4 x 1 0 3 - 2 3 1
N 6,022 x 10'
Esta concorda com a equação derivada da teoria cinética. Eq. (9-17), se fizermos onde y = c !c .r r Corno a velocidade média quadrática de uma molécula é
A teoria conduz, assim, a um resultado que nào procuramos deliberadamente, ' 1 elétron-volt « 1,602 x \Q~ J.
VJ
O produto da metade da massa de uma molécula pela média dos quadrados das ou
velocidades escalares é a energia cinética translacional média, e vemos da equação kT = 0,026 eV S Í V e V ,
T
I . I0C pés s~\ n velocidtide bala de carabina calibre 0.30 c de cerca de 800 rn s . -1
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
u — - * / 4 / K , P ........ .„ —
Para ilustrar com um exemplo numérico simples, se uma partícula se aproxima de A derivação anterior foi baseada na hipótese de que a velocidade do êmbolo,
uma parede estacionária normalmente com velocidade escalar de 15 m s em relação a
-1 era muito menor que as velocidades moleculares, e não vale se o êmbolo for puxado
um sistema de coordenadas fixo no laboratório, ela é rebatida com uma velocidade esca- para cima rapidamente. Em particular, se a velocidade do êmbolo for muito maior
lar de 15 m s . Se a parede se move com velocidade de mesma direção e sentido da
_l
que as velocidades moleculares, nenhuma molécula (ou ao menos muito poucas)
partícula a 5 m s~\ se a partícula tem velocidade de 20 m s , ambas relativas ao
_1
sistema de coordenadas do laboratório, novamente a partícula está se aproximando da será capaz de alcançar o êmbolo e se chocar com ele. Então, não há perda de
parede com velocidade de 15 m s . Após o choque, a grandeza da velocidade da partí-
-1 energia cinética e não há queda de temperatura, sendo desprezadas as forças inter-
cula em relação à parede será de 15 m s , mas como estará se movendo em sentido
-1 moleculares. Tal processo é equivalente a uma expansão no vácuo, como no expe-
oposto ao movimento da parede, sua velocidade escalar no sistema de coordenadas do rimento de Joule, em que mostramos, com base na termodinâmica, ser nulo o traba-
laboratório será apenas 10 m s" . 1
lho e a variação na energia interna.
Em geral, se a componente normal da velocidade antes do choque ézyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
v cos 9, 9.6 O P R I N C Í P I O D E E Q U I P A R T I Ç Ã O D A E N E R G I A
onde 6 é o ângulo entre v e a normal à parede, a componente normal após o choque,
v' cos 0', é igual a v cos 6 - 2it. A perda de energia cinética na colisão é
Suponhamos que temos uma mistura de gases, que não reagem quimicamente entre
si. e que sua temperatura e densidade são tais que seu comportamento se aproxima
do de um gás ideal. Encontra-se, experimentalmente, que a pressão total da mistura
]• m(v cos 6) — - m(o cos d — 2uf ~ 2mvu cos 0,
é a soma das pressões que cada gás exerceria se ocupasse sozinho o volume da
2
mistura, com massa igual àquela com que participa da mistura. A pressão que seria
uma vez que, por hipótese, u << v. A energia cinética da molécula pode diminuir, exercida por cada gás, se ele estivesse presente sozinho, é chamada pressão par-
mesmo que o choque seja perfeitamente elástico, porque no choque a molécula adi, e a lei experimental acima é alei cie Dalton das pressões parciais. Se os gases
exerce uma força contra uma parede movei e, consequentemente, faz trabalho forem distinguidos por índices, poderemos escrever
sobre a parede.
A perda de energia cinética depende de H e i / , mas não de <£. Pela Eq.(9-5). o V = Nj/cT, p V = N kT,
Pl etc, 2 z
número de colisões, tiv contra uma parede, por unidade de área e por unidade de
tempo, é onde pi, p , e t c . são as pressões parciais dos gases componentes, N « N , etc, são
2 t 2
respectivas médias dos quadrados das velocidades escalares. Pelos métodos da Seç.
Multiplicando este valor pela perda de energia cinética numa colisão destas, obte- 9.4, considerando as colisões de cada tipo de molécula com as paredes e compu-
mos a perda de energia cinética por unidade de área e por unidade de tempo, para tando a pressão de cada um, encontraríamos
moléculas que realizam choques Bv.
PiV — - N m u J
1 1 ) p V » * - N m v\,
2 z 2 etc.
muv A n sen 6 cos Ô ád.
2 v 2
Finalmente, depois de integrar sobre ti de 0 a ir/2, e somar sobre todos os valores Igualando as expressões correspondentes parap V, p V e t c , obtemos
x 2
de v, obtemos
1 - 2 - m,v[zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
— - kT, - m vl — - kT, etc.
2
- nmv u £
2 2 2 2-
3
Os primeiros membros desta equação são as energias cinéticas translacionais
para a perda total de energia cinética molecular por unidade de área e por unidade médias das moléculas dos diversos gases, e concluímos que, em uma mistura de
de tempo. Mas \I3wnu é igual à pressão P e se a área do êmbolo móvel é A, a
2 Y
gases, as energias cinéticas médias das moléculas de cada gás são idênticas. Isto é,
diminuição da energia cinética molecular por unidade de tempo é em uma mistura de hidrogénio com vapor de mercúrio, embora as massas dos gases
estejam na razão de 2 para 200, a energia cinética translacional média das moléculas
PzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ÁU « Fu. (9-22) de hidrogénio é igual a das moléculas de mercúrio.
O produto Fu (força vezes velocidade) dá a razão com que é feito trabalho O exemplo acima é uma ilustração do princípio de eqidpartiçâo da energia.
mecânico sobre o êmbolo ou a potência desenvolvida pelo gás em expansão, e Sabemos agora que este princípio não é uma lei universal da natureza, mas antes
vemos que esta é exatamente igual à razão de diminuição da energia cinética mole- um caso limite sob certas condições especiais. Entretanto, ele foi um princípio
cular. Se as moléculas não recebem energia de nenhuma outra fonte, sua energia muito fértil no desenvolvimento das teorias moleculares.
cinética e, portanto, a temperatura do gás, diminui. Note-se que não é correto dizer. . Vamos dar outro exemplo. A energia cinética translacional, associada à com-
que a temperatura dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
uma molécula do gás diminui. Do ponto de vista molecular, ponente .r da velocidade "de unia molécula de massa"/», é \l?.mv%~,~cõnTexpressões
temperatura é um atributo de um conjunto de moléculas como um todo, ou seja, correspondentes para as componentes y e z. O valor médio do quadrado das veloci-
uma grandeza proporcional à energia cinética média. Uma molécula individual pode dades de um grupo de moléculas é . • •• '
ter mais ou menos energia cinética, mas não tem uma temperatura mais alta ou mais
baixa. Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
Como as direçôeszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
x, v e z são equivalentes, os valores médios dos quadrados das equipartiçào seja válido, é, portanto,
componentes da velocidade devem ser iguais, de sorte que
i = L r
- kT
J k (9-23)
2
e a energia total de N moléculas é
2 2
A energia cinética média por molécula, associada a qualquer componente da velo-
cidade, digamos v , é. portanto.
x
onde n é o número de moles, e R é a constante universal dos gases.
energia de uma molécula, é chamada um grau tte Uberdade. Como a energia ciné- são definidas variações na energia interna.
tica é determinada pelas três componentes da velocidade do seu centro de massa, Partindo de um modelo molecular de um sistema, podemos identificar a energia
há três graus de liberdade translacionais. Vemos que a energia cinética translacional interna à soma das energias das moléculas individuais. Na seção precedente, deri-
média por molécula é repartida igualmente entre eles. Em outras palavras, temos vamos uma expressão teórica para a energia total associada aos,/'graus de liberdade
equipartiçào da energia entre os três graus de liberdade translacionais. de cada uma das N moléculas de um gás. Consequentemente, fazemos este valor
Moléculas, entretanto, não são pontos geométricos, mas têm um tamanho fi- igual à energia interna U:
nito. Elas têm momento de inércia, bem como massa e. consequentemente, podem
ter energia cinética de rotação, bem como de translação. Além disso, esperaríamos
que elas tivessem rotação por causa das colisões aleatórias com outras moléculas c V — - NkT = - nRT. (9-25)
com as paredes. Como o vetor velocidade angular de uma molécula que tem rota- 2 2 K
ção pode ter componente segundo os três eixos coordenados, é de se esperar que A energia interna específica por mo! é
uma molécula tenha três graus de liberdade rotacionais ou, se ela é um corpo rígido,
seis graus de liberdade ao todo. Entretanto, moléculas não são estruturas perfeita- V f
mente rígidas, e pode-se esperar que elas oscilem ou vibrem em consequência dos
choques com outras moléculas, dando origem a mais graus de liberdade. (Pode-se u~~=lRT. - (9-26)
mencionar, neste ponto, que rotações c vibrações de moléculas são fatos tão bem Como podemos testar a validade das hipóteses feitas na derivação precedente?
estabelecidos quanto a maioria das demais informações sobre propriedades molecu- O modo mais direto é por medidas de calores específicos. O calor específico molar
lares. O melhor método experimental para estudar rotações e vibrações consiste de a volume constante é
uma análise espectroscópica da luz, emitida ou absorvida por moléculas no infra-
vermelho.) Sem compromisso com qualquer número específico, digamos que, em
gera!, uma molécula tem/graus de liberdade, dos quais 3 somente são translacio-
nais, qualquer que seja a complexidade da molécula. (ar),
Mostraremos, na Seç. 12.5, com base na estatística de Boltzmann, que se a Portanto, se a hipótese acima é correta. devemos ter
energia associada a qualquer grau de liberdade é uma função quadrática da variável
que especifica o grau de liberdade, o valor médio da energia correspondente é igual
a AT/2. Por exemplo, a energia cinética associada à componente v da velocidade é
x
IzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~IR;zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
.(9-27;
(IT\2
uma função quadrática de v e, como mostramos acima, seu valor médio é igual a
x
AT/2. De modo semelhante para rotação, onde a energia cinética é /cu /2. a energia
s
Também sabemos da termodinâmica que, para um gás ideal,
cinética rotacional média é kT/2 e, para um oscilador harmónico, onde a energia
potencial éKx j2 (K sendo a constante de força), a energia potencial média é /.T/2.
çp = &j±jt.J
2
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
244 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA í TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA TEORIA CINÉTICA — 245
R
Assim, enquanto os princípios da termodinâmica só nos podem fornecer uma
expressão para azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
diferença entre os calores específicos à pressão e volume constan- He 1,66 2,50 1,506 0.991
tes, a teoria molecular, juntamente com o princípio de equipartiçào, prevê as gran- Ne 1,64 2,50 1,52 0,975
dezas dos calores específicos e sua razão y, em termos do número de graus de A 1,67 2.5J 1,507 1,005
liberdade / e da constante universal /?, determinada experimentalmente. Note-se Kr 1,69 2.49 1,48 1,01
que, de acordo com a teoria, c,„ t> e y são todos constantes independentes da Xe 1,67 2,50 1,50 ' 1.00
temperatura.
1,40 3,47 2,47 1,00
Consideremos primeiramente um gás, cujas moléculas sejam monoatômicas, e H 2
c, =zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
IR _ 3,5*. = ?=l,29. y
Estes valores não concordam bem com os observados para os gases diatômicos Fig. 9.5 Uma molécula em forma de haltere.
relacionadosjia Tabela 9.1. Entretanto, fazendo/ = 5 encontramos
c u - ^ = 2,5^ ) Y = \= MO.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
246 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ITUMIA 01NCUOA — £Hf
Não tem significado falar de fração de grau de liberdade, e o simples conceito de 3R. N o v a m e n t e t e m o s b o a c o n c o r d â n c i a c o m a e x p e r i ê n c i a a a l t a s t e m p e r a t u r a s . A
equipartiçào certamente não é toda a história. baixas temperaturas, a c o n c o r d â n c i a é definitivamente ruim, u m a v e z que, c o m o
específicos do hidrogénio (o único gás diatômico que permanece um gás a tempera- a q u i . H á b o a s r a z õ e s p a r a s e a c r e d i t a r q u e , nos m e t a i s , q u e s ã o c o n d u t o r e s e l é t r i -
turas muito baixas) diminuem para 3/2/?. o valor previsto pela teoria para um gás c o s , c a d a á t o m o r e p a r t e u m o u m a i s de s e u s e l é t r o n s e x t e r i o r e s , e q u e e s t e s e l é -
t r o n s f o r m a m u m a s o r t e de n u v e m d e e l é t r o n s o u g á s d e e l é t r o n s , o c u p a n d o o v o -
monoatômico. Assim, a esta temperatura baixa, nem os graus de liberdade rotacio-
i u m e d o m e t a l e e s t a n d o v i n c u l a d o s p o r f o r c a s e l é t r i c a s à s u p e r f í c i e d o m e t a l , de
nais nem os vibracionais da molécula de hidrogénio parecem participar na variação
m o d o muito semelhante a que gases o r d i n á r i o s o c u p a m u m recipiente. E s t e g á s de
da energia interna associada à variação na temperatura. Todas as dificuldades men-
e l é t r o n s t e m g r a u s de l i b e r d a d e t r a n s l a c i o n a l , q u e s ã o p e r f e i t a m e n t e independentes
cionadas acima são, entretanto, removidas quando os princípios da mecânica quân-
dos í o n s m e t á l i c o s , que f o r m a m a rede cristalina, e d e v e r i a h a v e r u m c a l o r e s p e c í -
tica e da estatística são levados em consideração. Estes são discutidos na Seç. 12.7.
f i c o m o l a r i g u a l a o d e q u a l q u e r o u t r o g á s m o n o a t ô m i c o , ou s e j a , 3R/2.
A pressão de um gás depende de sua energia cinéticazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Isto é,
translacional e, indepen-
q u a n d o a t e m p e r a t u r a do metal é a u m e n t a d a , d e v e ser f o r n e c i d a e n e r g i a para fazer
dentemente de sua complexidade molecular, uma molécula só tem três graus de
c o m q u e os e l é t r o n s s e m o v a m m a i s r a p i d a m e n t e , b e m c o m o p a r a a u m e n t a r a a m -
liberdade de translação, e sua energia cinética translacional é igual a 3AT/2. Então, p l i t u d e d a s v i b r a ç õ e s d o s í o n s m e t á l i c o s . A ú l t i m a d e v e ter u m c a l o r e s p e c í f i c o d e
se Vtr representa esta parce'a da energia interna, 3R, de m o d o q u e o c a l o r e s p e c í f i c o total do m e t a l d e v e r i a s e r 3R + 3R/2 = 9/2/2.
R e a l m e n t e o s m e t a i s o b e d e c e m à lei d e D u l o n g - P e t i t , t a n t o q u a n t o o s n ã o c o n d u t o -
res, de modo que, a p a r e n t e m e n t e , os e l é t r o n s n ã o p a r t i c i p a m da energia térmica.
Este foi um enigma que p e r d u r o u por muitos a n o s , mas novamente conseguiu-se
A pressãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
u m a e x p l i c a ç ã o s a t i s f a t ó r i a , quando os m é t o d o s q u â n t i c o s foram usados.
P é igual a NkTfV, de modo que
PROBLEMAS
P = = 2 U t r > (9-30)
3 V 3 9.1 (a) Calcule o n ú m e r o de m o l é c u l a s por unidade de volume em um g á s a 300 K , quando a
p r e s s ã o é I O T o r r . (b) Quantas m o l é c u l a s h á em um cubo de 1 mm de aresta sob estas
- 3
onde u,, é a energia translacional por unidade de volume ou a densidade de energia condições?
c. como foi indicado anteriormente, a pressão é igual a dois terços da densidade de
energia translacional. 9.2 O modelo usado neste capítulo s u p õ e que as m o l é c u l a s se distribuem uniformemente no
recipiente. Qual deve ser o tamanho de um elemento c ú b i c o de volume no recipiente, de modo"
que o n ú m e r o de partículas em cada elemento de volume possa variar de 0,1% quando o g á s
9.8 C A L O R E S P E C Í F I C O DE U M S Ó L I D O e s t á c m c o n d i ç õ e s normais? ( D e um estudo de estatística pode-se mostrar que o desvio p a d r ã o
do n ú m e r o de partículas em cada elemento de volume do n ú m e r o m é d i o de p a r t í c u l a s , /V c
As moléculas de um sólido, diferentemente das de um gás, são vinculadas a vibrar dado por N ,) 112
em torno de pontos fixos por forças relativamente grandes exercidas sobre elas
pelas outras moléculas. Imaginemos que cada uma execute movimento harmónico. 9.3 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
(a) N a F i g . 9.1, seja 4 - 4 5 ° , àtf> = 0,01 radiano, 6 = 6 0 ° e A0 = 0,01 radiano. Q u e
fração das m o l é c u l a s de um g á s tem vetor velocidade dentro do cone estreito, que intercepta a
Cada uma tem três graus de liberdade, considerados como massas pumiformes. mas área sombreada A Ã ? (b) Considere um segundo cone interceptando a m esm a área sobre a
a energia potencial associada a seu movimento, que pode ser desprezada para as superfície e s f é r i c a , mas para o qual = 9 0 ° e 8 = 0. E s b o c e este cone e compare o n ú m e r o de
moléculas de um gás que são muito separadas, é em média igual à energia cinética, vetores velocidade, que ele inclui como o da parte (a).
se o movimento é harmónico simples. Consequentemente, se o princípio de equi-
9.4 (a) Aproximadamente, que fração das m o l é c u l a s de um g á s tem velocidade para as quais
partiçào é válido para sólidos, devemos associar uma energia kT a cada grau de o â n g u l o <t>, na F i g . 9.1, fica entre 2 9 , 5 ° e 3 0 , 5 ° , enquanto 6 fica entre 4 4 , 5 ° e 4 5 , 5 ? (b) Que
liberdade (AT/2 para a energia cinética, AT/2 para a energia potencial) ao invés de
o
fração tem velocidades para as quais fica entre 29,5° e 3 0 , 5 ° , indiferentemente do valor de
A772 como para as moléculas de um gás. A energia total de N moléculas é, então, 61 [Observ ação: O s â n g u l o s devem ser expressos em radianos.)
U = 3NkT, ( 9_ 3 J )
9.5 Suponha que o n ú m e r o de m o l é c u l a s em um g á s , que tem velocidades escalares entre u e
v + A u , seja dado por A/V,. ~ A' At>/»o para u > v > 0 e ÒN = 0 para v > v . (a) E n c o n t r e a
0 e 0
fração das m o l é c u l a s que t ê m velocidade escalar entre 0,50 t% e 0,51 0}. (b) E n c o n t r e a fração
e o calor específico molar a volume constante, a partir da teoria, é das m o l é c u l a s que t ê m as velocidades escalares da parte (a) e d i r e ç ã o da velocidade como na
parte (a) e na parte (b) do problema anterior, (c) Encontre o fluxo das m o l é c u l a s descritas na
c = 3 * = 3 x 8,31 X IO = 24,9 X IO J quilomol" K ~ ' .
c 3 3 1 parte (b) deste problema, que chega a uma superfície, se o g á s e s t á em c o n d i ç õ e s normais.
(9-32)
9.6 Calcule c e t> para as seguintes d i s t r i b u i ç õ e s d e seis p a r t í c u l a s : ( a ) todas "-têm veloci- -
m
Este resultado concorda com a lei empírica de Dulong e Petit, que afirma que, de 20 m $"'; (d) três e s t ã o em repouso e três têm velocidade escalar de 20 m s~'; (e) uma tem
a temperaturas não muito baixas, os calores específicos molares a volume constante velocidade escalar de 5 m s , duas t ê m velocidade escalar de 7 m s"', duas t ê m velocidade
- 1
de todas as substâncias puras no estado sólido são muito aproximadamente iguais a escalar de 15 m s~ e uma tem velocidade escalar de 20 m s . — — ; • '
l - 1
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
248 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA zyxwvutsrqponmlkjih
TEORIA CINÉTICA — 249
p a r t í c u l a s , (d) Calcule a velocidade m é d i a quadrática das p a r t í c u l a s . V 3 0 0 / 1 . 2 . ( A r a z ã o PjP^ é c h a m a d a razão de pressão term om olecidar, e é importante em
termometria de p r e s s ã o de vapor, quando a p r e s s ã o é t ã o baixa que n ã o h á choques de partí-
9.8 (a) D e d u z a a E q . (9-7) a partir da E q . (9-4). (b) Para um g á s em c o n d i ç õ e s normais, ache culas em u m a d i s t â n c i a grande em c o m p a r a ç ã o c o m as d i m e n s õ e s do aparelho.)
' A<J>„ para m o l é c u l a s de um g á s que o b e d e ç a à distribuição de velocidades escalares do pro-
blema anterior, e tendo velocidades escalares entre 0,50 v e 0,51 i^. (c) Determine <P para
D
9.20 U m g á s ideal m o n o a t ô m i c o e s t á confinado em um cilindro isolante, munido de um ê m -
m o l é c u l a s c o m a mesma d i s t r i b u i ç ã o de velocidades escalares. bolo isolante, (a) Considerando os choques das m o l é c u l a s do g á s c o m . o ê m b o l o movendo-se
quase estaticamente, mostre que P V * - constante, (b) Determine como a velocidade média
5
9.9 Q u e forma tomaria a E q , (9-17), se estivessem presentes diversos tipos de m o l é c u l a s no quadrática depende d a p r e s s ã o em uma c o m p r e s s ã o ou e x p a n s ã o a d i a b á t i c a .
g á s ? A resposta concorda com a lei de Dalton?
9.21 U r n a m o l é c u l a consiste de quatro á t o m o s nos v é r t i c e s de u m tetraedro. (a) Qual é o
9.10 D e r i v e uma e x p r e s s ã o equivalente à E q . (9-17) para um g á s bidimensional, i.e,, um gás numero de graus de liberdade translacionais, rotacionais e vibracionais desta m o l é c u l a ' ' (b)
cujas m o l é c u l a s s ó podem se mover em um plano. (O conceito correspondente à p r e s s ã o , ou Com base no principio de e q u i p a r t i ç à o , determine os valores de c e y para um g á s composto
0
9.11 (a) Calcule a velocidade m é d i a quadrática de um g á s de á t o m o s de hélio a 300 K . (b) A 9.22 S o b a a ç ã o de r a d i a ç ã o conveniente, u m a m o l é c u l a d i a t ô m i c a se quebra em dois áto-
que temperatura as m o l é c u l a s d e . o x i g é n i o terão a mesma velocidade m é d i a quadrática? (c) E m mos, A r a z ã o do n ú m e r o de m o l é c u l a s dissociadas para o n ú m e r o total de m o l é c u l a s é a. F a ç a
que d i f e r e n ç a de potencial uma m o l é c u l a de o x i g é n i o monoionizada deve ser acelerada para um g r á f i c o de y ( = c lc ) e m f u n ç ã o de a, a uma temperatura em que os modos de v i b r a ç ã o da
P v
9.12 (a) Quantos impactos moleculares se d ã o por segundo em c a d a c e n t í m e t r o quadrado de 9.23 A c h e a energia c i n é t i c a translacional total e a velocidade m é d i a q u a d r á t i c a das m o l é c u -
uma s u p e r f í c i e exposta ao ar a uma p r e s s ã o de 1 atm e a 300 O peso molecular m é d i o do ar las de 10 litros de g á s h é l i o a uma p r e s s ã o de e q u i l í b r i o de I 0 N m~ .
5 2
9.14 U m vaso fechado c o n t é m água líquida em equilíbrio com seu vapor a 100°C e 1 atm.
U m grama de vapor d é água a esta temperatura e p r e s s ã o ocupa u m volume de 1.670 c m . O 3
m o l é c u l a que chega ao furo passe por ele. (a) Quantas m o l é c u l a s entram no sistema em uma
hora? (b) Se o volume do sistema é de 2 litros, que aumento de p r e s s ã o no sistema resultaria?
(c) Mostre que o n ú m e r o de m o l é c u l a s que saem do sistema é d e s p r e z í v e l .
9.18 U m vaso de volume 2V é dividido em dois compartimentos de iguais volumes por uma
""' s e p a r a ç ã o fina. O lado esquerdo c o n t é m inicialmente um g á s ideal a uma p r e s s ã o P . e o lado
0
Forças Intermoleculares. F
Fenómenos de Transporte
10.5 C O N D U T I V I D A D E TÉRMICA
10.6 DIFUSÃO
10.7 SUMÁRIO A aproximação mais simples desta lei é tratar as moléculas comozyxwvutsrqponmlkjih
esferas da-
rás, para as quais a força de repulsão se torna infinita, quando as superfícies das
esferas entram em contato. Se incluirmos uma força de atração, quando as molécu-
las não estão em contato, a lei de força terá a forma da linha tracejada da Fig. 10.1.
10.2 A E Q U A Ç Ã O DE V A N DER W A A L S DE E S T A D O
Fizemos uso exaenso da equação de van der Waals de estado em capítulos anterio-
res, não tanto por qualquer acurácia desta equação em descrever as propriedades
de gases reais, mas porque ela mostra de u*m modo geral, através do fator a, como
estas propriedades dependem das forças intermoleculares de atração e, através do
fator b, como elas dependem do tamanho das moléculas.
Esta última correção à equação de estado foi realmente sugerida por Clausius
em primeiro lugar. Ele argumentou que, na derivação feita na Seç. 9.4, não se
deveria usar o volume Vdo recipiente, mas o volume acessível a uma molécula, que
será um poucosnenof que*Vporcausa^o volume ocupado pelá^outras moléculas.
Se representarmos por b o volume "inacessível" por mo!, então em um gás consis-
tindo de n moles, o volume inacessível será nb, e deveríamos escrever -
252 - TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA FORÇAS INTERMOLECULARES. FENÓMENOS DE TRANSPORTE — 253
Esta equação foi escrita, pela primeira vez, por Hirn.* (Aqui a letrazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
v representa o número N de moléculas é igual a nN , onde n é o número de moles, A
^ • . O U . Z , (,0-1)
V V V
onde o produto aN^ foi substituído por o. Assim, a pressão P dada pela equação de
Hirn.
Wjr F i g . 10.2 O raio d a e s f e r a de e x c l u s ã o é igual ao d i â m e t r o molecular d.
RT
cia mínima entre os centros de duas moléculas é d, como está mostrado na Fig.
10.2. Com efeito, o centro de cada molécula é excluído por outra de uma esfera de
raio d, conhecida como "esfera de exclusão". O volume desta é 4zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TTÍ / /3, e para 3
evitar a contagem de cada par duas vezes, tomemos o volume inacessível total, para
um sistema de N moléculas, como " ' + b ) = R T ( 1 C _ 5 )
que é 12 vezes o volume molecular total. O valor de b para um gás de van der
2 Waals fornece, portanto, um meio de estimar diâmetros moleculares, uma vez que
b = -Njjrd*. •; - . (10-2)
Este é quatro vezes o volume molecular real por mol, que é (10-7)
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\2TTNJ
ijV></* • (10-3) Assim, para o hélio, para o qual b = 23,4 x IO" m quilomol"'. temos
6
3 3
Van der Waals, em 1873, incluiu um segundo termo de correção na equação de = / 3 x 23.4 x IO- r 2 6 x I 0 _ 1 0 m _ . 2 6 x ] 0 - s c m .
estado, para levar em conta a força de atração entre moléculas. Suponhamos que \ x 3,14 x 6,02 x 10 v 2f
estas forças decresçam tão rapidamente com a distância (por exemplo, com l / r ) . e
que elas só sejam consideráveis entre uma molécula e suas vizinhas mais próximas. Outros métodos para estimar diâmetros moleculares serão descritos na Seç.
As moléculas no interior de um gás são, em.média, atraídas igualmente em todas as 10.4. Na Tabela 2.1 são dados valores de a e b para diversos gases.
direçôes, mas as que se encontram nas camadas externas experimentam uma força
líquida para o interior do gás. Portanto, uma'molécula que se aproxima da parede
de recipiente c desacelerada, e.a força média exercida sobre a parede e, portanto, a 10.3 SEÇÃO DE C H O Q U E . L I V R E C A M I N H O M É D I O
pressão observada, é algo menor do que a que seria observada na ausência dc for-
ças atrativas.• — ^ ^ ^ r . . . . - . ^ ^ -._..* . .. A M l
Ao derivar.a expressão para a pressão exercida por um gás, as moléculas foram
A redução na pressão será proporcional tanto ao número de moléculas por tratadas como pontos geométricos, que podiam se deslocar livremente de uma pa-
rede do recipiente a outra, sem colidir com outras moléculas. Uma das objeçôes
levantadas no início do desenvolvimento da teoria cinética foi que, se as moléculas
• Gusiav A . Hirn, engenheiro francês (1S35-I890). se movem desta maneira, uma pequena quantidade de gás libertada em uma grande
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
254 — TERMODINÂMICA. TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
A maioria das moléculas projétil passará através da camada, mas algumas coli-
O dirão com as moléculas alvo. A razão do número de choques, AN, para o número
total de moléculas, N, é igual à razão da área apresentada pelas moléculas alvo para
a área total apresentada pela camada:
AN _ área do alvo
Fig. 10.3 L i v r e s c a m i n h o s m o l e c u l a r e s .
área total
considerável até que o odor possa ser detetado, mesmo em um ponto a poucos a área total do alvo é
metros de distância, na ausência de correntes de ar. Cedo se percebeu que esta zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
difusão, relativamente lenta de um gás em outro, resultava de choques moleculares, no\L A,\ 2
como está mostrado na Fig. 10.3. que faz com que uma molécula se mova em uma
trajetória irregular em ziguezague. A área total da camada é x * , de sorte que
Suponhamos, ainda, que uma molécula seja uma esfera dura. Vamos nos refe-
rir a uma das moléculas como o "alvo", e à outra como o "projétil". Então, ocor- — = ;:— = naA.x. (10-9)
rerá um choque sempre que a distância entre os centros das moléculas se tornar N Ú
igual ao diâmetro molecularzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
d, como na Fig. 10.2.
Como é somente a distância centro a centro, que determina o choque, não A grandeza ncr é chamada seção de choque macroscópica das moléculas (equi-.
importa se o alvo é grande e o p roje ti I é pequeno, ou vice-versa. Consequente- valentes). Como a densidade n, no sistema M K S , é o número de moléculas por
mente, podemos considerar a molécula projétil reduzida a um ponto em seu centro, metro cúbico, e a seção de choque cr é o número de metros quadrados por molé-
e a molécula alvo ocupando toda a esfera de exclusão, de raio d. cula, a unidade do produto no- é 1 metro quadrado por metro cúbico (1 m m~ =• 1 2 3
Consideremos agora uma fina camada de dimensões L , L e Ar, como na Fig. m~')- De modo geral, a unidade de seção de choque macroscópica, em qualquer
10.4. A camada contém moléculas alvo (equivalentes), representadas por círculos sistema de unidades, é o inverso de comprimento, não uma área.
sombreados. Imaginemos, então, que um grande número de moléculas projétil N . Cada uma das colisões AN desvia uma molécula de sua trajetória original ou a
representadas pelos pontos negros, seja projetado em direção à face da camada — dispersa do feixe, e decresce o número das que restam no feixe. Interpretemos,
como chumbo de uma espingarda — de um modo tal que as moléculas sejam distri- então, o número A/V não como o " n ú m e r o de choques", mas como o decréscimo
buídas aleatoriamente sobre a face da mesma. Se a espessura da camada for tão no número N. e escrevamos
fina. que -nenhuma molécula alvo possa se esconder por trás de outra, a camada
apresentará a aparência da Fig. 10.4, para as moléculas projétil. AN = —NnoAx,
ou
AN » zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
S E —ncrAx.
N
dN ,
Fig. 10.4 U m a camada fina de g á s de m o l é c u l a s " a l v o " , — ss —ncr dx.
sendo bombardeadas por m o l é c u l a s " p r o j é t i l " . N
Então,
- - - I n N — — ncoc-.+- constante;
e se N = N quando x = 0,
a
N — N exp(—ncrx).
0 (10-10/
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
256 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA FORÇAS INTERMOLECULARES. FENÓMENOS DE TRANSPORTE — 257
ncr
AN = A ncrexp(—nox)àx.
T0 (10-11) que é menor que o comprimento de onda da luz visível. A separação média das
moléculas, em condições normais, é cerca de 3 x 10~ m, de modo que o livre
9
Nesta equação, N é o número de moléculas que sofre sua primeira colisão após caminho médio é muito maior que a separação íntermolecular média, e a Fig. 10.3
percorrer uma distância entre x e x + àx. é, portanto, enganadora,
Calculemos a distância média percorrida por um grupo de N moléculas, antes a
Como o número de moléculas por unidade de volume, n, é inversamente pro-
de sofrer sua primeira colisão. Esta distância média é conhecida como o livre cami- porcional à pressão, o livre caminho médio cresce quando a pressão decresce. Um
nho médio, L Para calculá-lo, multipliquemos por.r o número de partículas AiV, que sistema de vácuo, razoavelmente bom, reduzirá a pressão a 10~ Torr, que é cerca
3
tuindo a soma por uma integração, temos médio à pressão atmosférica, ou da ordem de 25 cm.
Teorias mais completas do livre caminho médio levam em conta o movimento
, 2>a n r relativo de todas as moléculas de um gás, isto é, consideram as moléculas alvo, bem
./ — — _ = no x exp(—nox) dx. como as moléculas projétil, em movimento. O único resultado final é introduzir um
N 0 Jo pequeno fator de correção na Eq. (10-12). A dependência do número de moléculas
por unidade de volume e da seção de choque permanece inalterada. Com a suposi-
A integral definida é igual a l / n V , de modo que
2 ção de que todas as moléculas têm a mesma velocidade, Clausius obteve o resul-
tado
/ = —, • . (10-12) 3 1 _ 0,75
4 ncr na
e o livre caminho médio é inversamente proporcional à seção de choque macroscó-
pica. Como a unidade da seção de choque macroscópica é o inverso da unidade de Se as moléculas têm uma distribuição de Maxwell de velocidades (veja Seç. 12.2).
comprimento, a unidade do livre caminho médio é a unidade de comprimento.
Note-se que o livre caminho médio não depende da velocidade escalar das molécu- / _ _ L JL » °' 7 0 7 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
las. yj2 no na
O conceito de livre caminho médio pode ser visualizado, pensando-se em úm
homem atirando a esmo em uma floresta densa. Todas as baías encontrarão algu- Entretanto, continuaremos a usar o resultado mais simples da Eq. (10-12).
ma árvore, mas algumas chegarão mais longe que outras, É fácil ver que a distân- Na discussão precedente, as moléculas alvo e as moléculas projétil eram consi-
cia média percorrida dependerá inversamente da densidade das árvores (n) e do deradas esferas duras, cada uma com. diâmetro d. Frequentemente* deseja-se saber o
tamanho das árvores (cr). livre caminho médio de um elétron movendo-se entre moléculas neutras ou ioniza-
Uma técnica experimental comum consiste em projetar um feixe de partículas das de um gás em um plasma, ou entre os íons metálicos fixos em um condutor
em um gás (partículas neutras ou carregadas) e medir a quantidade N e o número N 0 metálico. O "diâmetro" de um elétron é muitíssimo menor, que o de uma molécula,
restante no feixe, após uma distância*. Verifica-se que a queda exponencial predita de modo que urn elétron pode ser considerado como um ponto geométrico, e a
peia Eq. (10-10) foi bem obedecida, e podemos agora inverter o raciocínio pelo qual distância centro a centro em um choque (veja Fig. 10.2) é dl2 e não d, onde d è o
esta equação foi deduzida. Isto é, como N , N e.v são mensuráveis experimental-,
a diâmetro molecular. Além disso, as velocidades do elétron são muito maiores que
mente, a Eq. (10-10) pode ser resolvida para ncr ou /, e podemos considerar estas as velocidades das moléculas, e estas podem ser consideradas em repouso, de
grandezas como definidas pela Eq. (10-10), independentemente de qualquer teoria forma que a correção para as velocidades relativas não é necessária. Das conside-
de choques moleculares. rações acima, o livre caminho médio do elétron /,. é
Embora tenhamos derivado as equações acima por consideração de um feixe
de moléculas projetadas em um gás, o livre caminho médio é o mesmo, se o grupo
considerado consistir de moléculas de um gás movendo-se aleatoriamente entre as í = 4 - i .
c (10-13)
outras e chocando-se com elas. O movimento de uma molécula segue, então, uma no
trajetória em ziguezague, como está sugerido na Fig. 10.3, e podemos entender por onde n é o número de moléculas por unidade de volume, e ncr é a seção de choque
que, embora a velocidade escalar média das moléculas seja muito grande, a veloci- macroscópica de elétrons com moléculas ou íons.
dade com que uma molécula se afasta de uma dada posição é relativamente baixa. Em termos do livre caminho médio, a equação de sobrevida pode ser escrita
- Como exemplo, suponhamos que o diâmetro molecular rf seja igual a 2 x I0~ ~ lo
5,5 x 10 !
las com livres caminhos maiores que uma fração do livre caminho médio,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
x/I. _ L - íl
Note-se que a fração das moléculas com livre caminho maior que o livre caminho
m tn
médio é e x p ( - l ) ou 37%„ enquanto o número de moléculas com livre caminho
menor que a média é 63%. Os elétrons não se aceleram indefinidamente; entretanto, por causa das coli-
Um aspecto interessante da teoria é que as N , consideradas originalmente,
Q
sões com os íons metálicos fixos. Supomos que a cada choque destes, o elétron é
não estão necessariamente iniciando um livre caminho após realizar um choque. levado ao repouso, e começa seu movimento perdendo qualquer memória de sua
I
Simplesmente fazemos uma seleção aleatória de um grande número de moléculas velocidade anterior. No livre tempo médio T entre colisões, um elétron adquire uma
em qualquer instante e perguntamos sobre seu futuro, sem questionar sobre seu velocidade igual a Í / T, e sua velocidade média entre colisões, ou a velocidade de
passado. Algumas vezes, entretanto, é o passado e não o futuro, que interessa. Isto arrastamento //, é
é, podemos fixar nossa atenção em um grupo de moléculas em algum instante e, ao
invés de perguntar, como fizemos acima, quanto elas caminharão em média antes 1 l(eE\l e
dade de arrastamento u: .
última colisão antes de atravessar o plano.
Este resultado levanta a seguinte questão. Se a distância média percorrida
J = n e« = I t.
pelo grupo antes do instante considerado é /, e a distância média apôs o instante
0
\I
considerado é também /,'por que o livre caminho médio é / e não 2/?
Outro conceito importante é o de frequência de colisão z, o número médio de A resistividade p de um metal é definida como a razão da intensidade elétrica E
colisões por unidade de tempo, sofridas por uma molécula. Em um intervalo de para a densidade de corrente J: p ~E(J. Portanto,
tempo Ar, uma molécula percorre em média uma distância v A/ ao longo de uma
trajetória em ziguezague. O número médio de choques, que ela realiza neste tempo, 2mv
é v Ar// e, portanto, a frequência de colisão é (10-17)
z = - = uno. (10-15) Em um dado metal a uma dada temperatura, todas as grandezas no segundo
I membro da equação acima são constantes, de modo que a teoria de Drude prediz
que, sob estas condições, a resistividade de um condutor metálico é uma constante
Dos valores de v, n e cr para o oxigénio à temperatura ambiente, encontramos
independente de E.
Em outras palavras, a densidade de corrente J é diretamente proporcional à
z ^ 5,5 x 10 choques s" .
intensidade do campo elétrico E, e o metal, em concordância com a experiência,
9 1
—O livre tempo médio r, ou o tempo médio entre choques; é o inverso da fre- obedece alei de Ohm. „ : r y m t >
i quência de colisão z e, portanto. U m enunciado mais familiar da lei de Ohm c que, a uma d a d a temperatura, a dife-
il i (10-16)
z u vno • Paul K . L . Drude, físico alemão (1S63-I906).
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
260 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
FORÇAS INTERMOLECULARES. FENÓMENOS DE TRANSPORTE — 261
pode s e r escrita dade do gradiente de velocidade é 1 metro por segundo, por metro. A unidade do
coeficiente de viscosidadezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
TJ é. portanto, 1 newton por metro quadrado, por melro
/ V zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
por segundo por metro, que se reduz a 1 N s m~ . A unidade cgs correspondente é 1 2
Ã=I >
P dina s c m , e é chamada I poise em homenagem a Poiseuille.* (1 poise - 10 N s
- 2
V = ^ I = IR> A velocidade para frente // das moléculas superpõe-se às suas grandes veloci-
A
dades aleatórias, de modo que o gás não está em equilíbrio termodinâmico. Entre-
tanto, na maioria dos problemas práticos, as velocidades aleatórias são muito maio-
onde a resistênciaR = pL\ A. res que qualquer velocidade para frente, de modo que podemos usar os resultados
anteriormente deduzidos para um estado de equilíbrio.
Mostraremos, no Capítulo 12, que a velocidade aleatória média v em um gás é
A linha tracejada S-S, na Fig. 10.6, representa uma superfície imaginada no
proporcional a T , de modo que a teoria prediz que a resistividade p deveria au-
m
interior do gás a uma altura arbitrária y acima da placa inferior. Por causa dos
mentar com a raiz quadrada da temperatura. Entretanto, verifica-se experimental-
movimentos aleatórios, há um fluxo molecular <t> através da superfície, tanto prove-
mente que a resistência de condutores metálicos aumenta linearmente com a tempe-
niente de cima quanto de baixo. Suporemos que, em seu último choque antes de
ratura, de modo que a teoria de Drude está longe de ser completa.
atravessar a superfície, cada molécula adquire uma velocidade de escoamento para
a direita, correspondente à altura em que se dá o choque. Como a velocidade dc
10.4 C O E F I C I E N T E D E VISCOSIDADE escoamento acima da superfície tracejada é maior que abaixo da superfície, as mo-
léculas que atravessam a superfície, vindo de cima, transportam, através da superfí-
Nas próximas três seções, daremos um tratamento elementar de três propriedades cie, uma quantidade de movimento (para a direita) maior que as moléculas que
de um gás. conhecidas pela denominação genérica de fenóm enos de transporte. atravessam a superfície vindo de baixo. O resultado é um transporte líquido de
Estes são a viscosidade, a condutividade térmica e o coeficiente de difusão, c quantidade de movimento através da superfície e, da segunda lei de Newton, pode-
podem ser explicados em termos do transporte através de alguma superfície imagi- mos igualar a razão líquida de transporte de quantidade de movimento, por unidade
nária dentro do gás de quantidade de movimento, energia e massa, respectiva- de área, à força de viscosidade por unidade de área.
mente. Primeiramente, consideremos o coeficiente de viscosidade. Assim, a viscosidade de um gás surge não de qualquer força de "atrito" entre
Parece, à primeira vista, que um gás consistindo dc moléculas muito separadas, suas moléculas, mas do fato de que as moléculas carregam quantidades de movi-
que efetuam choques elásticos perfeitos entre si. não deveria exibir qualquer visco- mento através de uma superfície em consequência de seu movimento aleatório. O
sidade. Entretanto, qualquer gás real é viscoso, e mostramos agora que esta pro- processo é análogo ao de dois trens de carga com carros abertos, carregados de
priedade é outra consequência necessária do nosso modelo simples e não requer a carvão, e movendo-se em linhas paralelas e no mesmo sentido, mas com velocida-
atribuição de qualquer nova propriedade às moléculas. des ligeiramente diferentes, com uma turma de trabalhadores em cada carro, jo-
A Fig. 10.6 representa uma porção de duas grandes placas separadas por uma gando carvão no carro oposto, na outra linha. Constantemente estão batendo, nos
camada de gás de espessura L . Por causa da viscosidade do gás, uma força F deve carros do trem mais lento, pedaços de carvão ligeiramente mais rápidos do que ele.
ser exercida sobre a placa de cima para arrastá-la para a direita à velocidade cons- e como resultado há uma força líquida para frente atuando sobre o trem. Inversa-
tante em relação à de baixo, que é estacionária. (Uma força igual e oposta deve ser mente, há uma força líquida para trás sobre o trem mais rápido, e o efeito é o
exercida sobre a placa de baixo para mantê-la em repouso.) As moléculas na ca- mesmo de que se os lados dos carros estivessem se roçando e exercendo forças uns
mada de gás têm uma componente de velocidade para frente u, que aumenta uni- sobre os outros, pelo mecanismo de atrito de deslizamento.
formemente com a distância y da placa inferior. O coeficiente de viscosidade i) do Calculemos a distância média y acima (ou abaixo) da superfície a que uma
gás é definido pela equação molécula efetuou o último choque antes de atravessá-la. Na Seç. 9.3, supusemos
que as moléculas fossem pontos geométricos, e que todas as moléculas tiepv no
F du cilindro oblíquo, na Fig. 9.2, chegariam à área AA sem efetuar colisão. Isto não
(10-38) pode ser correio porque, em média, cada molécula percorre somente uma distância
A dy
/, sem se chocar com outra molécula. Estes choques moleculares não afetarão o-
fluxo total de moléculas 0<£>t\e chegam à superfície porque, para cada choque
que desvia uma molécula 8<pi\ á um ou t r o choque resultan do em um a m olé-
cula 04>v idêntica e essencialmente no mesmo ponto. Entretanto, como foi expli-
cado na seção anterior, as moléculas que chegam à superfície começaram, em mé-
dia, seu último livre caminho antes de alcançarem a superfície a uma distância / da
superfície. A distância pejpendictjlary da superfície, para uma molécula 6 (veja
Fig. 10.7) é v = / cos 8 . O valor médio dey, ou'j\ encontrado multiplicando / cos
6 pelo fluxo AOy, somando sobre todos os valores de 6 e dividindo pelo fluxo total
262 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
—TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
I = - nmvlzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
11
4 \
/? 1 du
O — - nmvl — , . (10-20)
QX Da Eq. (9-6), substituindo Srn por fn, obtemos c
3 dy
e, pela segunda lei de Newton, esta expressão é igual à força de viscosidade por
AO e = - vn sen 0 cos 0 à6; unidade de área. Consequentemente, comparando com a definição do coeficiente de
viscosidade na Eq. (10-18), temos
c da Eq. (9-11),
1 _, 1 mi;
- nmvl = (10-21)
O = - i-n. 3 3 o-
4
Uma conclusão inesperada desta equação é que a viscosidade é independente
Portanto, substituindo A0 por d8, e integrando sobre 0 de zero a n/2, da pressão e da densidade, e só é função da temperatura através da dependência de
v para com 7*. A experiência sustenta este resultado, exceto a pressões muito bai-
xas, onde o livre caminho médio se torna da ordem de grandeza das dimensões do
- LJn/j" sen 6? c ò s 0 </f3
/_ 2
aparelho de medida. Não seria de esperar que a teoria acima se mantivesse válida
2 2
/ = ( K M 9 ) sob estas condições, em que uma molécula pode saltar de uma parede a outra sem
efetuar um grande número de choques no caminho.
4 Mostraremos, na Seç, 12.2. que a velocidade escalar média u é dada por
, 2 . du 1 mu
(10-22)
3 dy 3 T
Assim, para moléculas de uma dada espécie, a teoria prevê que 77 é proporcional a
uma vez que o gradiente de velocidade de escoamento dtt/dy pode ser considerado
Y/T, e que para diferentes espécies a uma dada temperatura é proporcional a
constante em uma distância da ordem de um livre caminho. A quantidade de movi-
vWcr.
mento para frente de uma molécula com esta velocidade é
A Fig. 10.8 mostra alguns valores experimentais das viscosidades do hélio, do
neônio e do argônio em função de Y/T. Os gráficos são muito aproximadamente
linhas retas, mas se curvam ligeiramente para cima, indicando que a viscosidade
W U = m ("°"3'í) aumenta com a temperatura a uma razão, algo maior..quA.a_preyjsja_pe|ajeoria de
"esfera dura". Isto pode ser explicado, admitindo que as moléculas não são esferas
rígidas, e que uma colisão é mais como o choque entre duas bolas de ténis flexíveis
Portanto, a quantidade de movimentoGi, na direção do escoamento, transpor- do que entre duas bolas de bilhar. Quanto mais alta a temperatura, mais alta a
tada através da superfície por unidade de tempo e por unidade de área pelas molé- energia cinética molecular média e mais "amassadas" as moléculas em um choque.
culas provenientes da parte de cima, é o produto da quantidade de movimento mu
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
264 —TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA FORÇAS INTERMOLECULARES. FENÓMENOS DE TRANSPORTE — 265
H = - A ^ , (10-23)
dy
onde H é o fluxo de calor ou corrente de calor por unidade de área e por unidade de
tempo através da superfície. O sinal negativo foi incluído porque, se dTjdy for posi-
tivo, a corrente de calor será para baixo e negativa.
No sistema MKS, a unidade de/V é I joule por metro quadrado por segundo e
a unidade do gradiente de temperatura dTjdy é 1 kelvin por metro. A unidade da
condutividade térmica é, portanto, 1 joule por metro quadrado por segundo, por
1001 I I I 1 1 kelvin por metro, que se reduz a 1 J m" s K . 1 _1 - 1
10 li 20 25 30 35
Do ponto de vista molecular, consideremos a condutividade térmica de um gás
> / T( K ")
l
como resultante do fluxo líquido de energia cinética molecular através de uma su-
perfície. A energia cinética total por mol das moléculas de um gás ideal é simples-
mente sua energia interna //, que por sua vez é igual a c T. A energia cinética média
Fig. 10.8 A viscosidade do hélio, do neònio e do argònio é quase uma função linear dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
v
Y/T.
de uma molécula é, portanto, c,T dividida pelo número de Avogadro, N , e se A
Supomos, como antes, que cada molécula que atravessa a superfície realizou
Assim, a distância centro a centro em um choque e a correspondente seção de
sua última colisão a uma distância 2//3 acima ou abaixo da superfície, e que sua
choque cr serão ligeiramente menores a temperaturas mais altas, com um corres-
energia cinética corresponde à temperatura àquela distância. Se T é a temperatura
pondente aumento dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
0
r\.
na superfície S-S, a energia cinética de uma molécula 2//3 abaixo da superfície é
Como para a dependência da viscosidade para com a seção de choque cr, a Eq.
( 1 0 - 2 2 ) é, na verdade, uma das relações usadas para "medir" seções de choque e os
correspondentes diâmetros de esfera dura d. Alguns valores de d, calculados de
medidas de viscosidade, são dados na Tabela 10.1.
' A energia transportada para cima, por unidade de área e por unidade de tempo,
é o produto desta grandeza peio fluxo molecular <P:
Tabela 10.1 Valores do livre caminho médio e diâmetro
molecular de alguns gases, determinados a partir de
medidas de viscosidade. Os valores de / e d, nesta tabela,
foram calculados usando a Eq. (10-13) para/
T,(15°C) / ( 1 5 ° C , 1 atm) d Do mesmo modo, a. energia transportada por moléculas provenientes da parte de
Gás (N s n r )
s (m) (m) cima é
He 19,4 x I 0 " e 18,6 x 10-" 2,18 x I O " 1 0
o o o o o o
e por comparação com a Eq. (10-23). vemos que o coeficiente de condução térmica o o o o o o oy/\
o o o c o o o
O O O O G O
A é o o O OA o o o
o o o o o o o
X --nSefi = - — . . (10-25) o o o o o c o•
Fig. 10.9 o o o o c o oKg Um vaso contendo dois gases diferentes, separados por uma
3 3zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
C O O O 0__Q_| %J divisória.
f
cr
dimensões do recipiente.
A razão da condutividade térmica para o coeficiente de viscosidade é
12,5 x 10 2,43 Consideremos uma superfície horizontal S-S, imaginada no interior do vaso da
18,6 x IO"* 3
u „
rie
0,14 1 4,003
29.7 12,7
1 / IS
i,*(Q Fig. 10.9, em algum estágio do processo de difusão. O vaso contém uma mistura de
20,18
ÍN e
0.0464
12,5 1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Z, *A tÇJ moléculas marcadas e moléculas não marcadas, o número total de moléculas por
39,95 21,3
A
0,163
2,016 8,41 20,1
1 AA
L . Uu unidade de volume sendo o mesmo em todos os pontos, de sorte que a pressão é
0,168
LI
Ho 28,02 16,6 20,9 1 Oí
i uniforme. Supomos a temperatura uniforme também. Seja n* o número de molécu-
0,241
kl
r>2 32,00 19,2 21,0 1l ,7**
QA las marcadas por unidade de volume em cada ponto. Supomos que n* seja função
0,245 1 a
O*
0,145 44,01 13.7 28,8 1 .Dí somente de y. onde o eixo y é normal à superfície S~S. Se dn*ldy for positivo, o
f- r\ 11,4Af\0
V IA 0,218 17,03 9,2 27,6 fluxo de moléculas marcadas para baixo será maior que o fluxo para cima. Se V
rs r i 1
1 ,/J7 T
3
O vaso, na Fig. 10.9, está inicialmente dividido por uma separação, e nos lados
opostos dela há dois gases diferenteszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A e B à mesma temperatura e pressão, de O sinal negativo foi incluído, uma vez que dti*jdy é positivo, o fluxo líquido T é
sorte que o número de moléculas por unidade de volume é o mesmo em ambos os para baixo e é negativo.
lados.. Se a separação^for removida, não haverá movimento do gás'em larga escala No sistema MKS,.a unidade,.deJlé_J„molecula por.metro.quadrado..ppr_se-
em qualquer direção, mas após um tempo suficientemente grande ambos òs gaseS gundo, e a unidade do gradiente de concentração dn*fdy é I molécula por metro
serão distribuídos uniformemente por todo o volume. Este fenómeno, em conse- cúbico, por metro. A unidade do coeficiente de difusão D é, portanto, 1 molécula
quência do qual um gás permeia o outro, é chamado difusão. Não se restringe a por metro quadrado por segundo, por molécula por metro cúbico, por metro que se
gases, mas ocorre em líquidos e sólidos igualmente. A difusão é uma consequência reduz a 1 m s~. 2 !
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
263 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA FORÇAS INTERMOLECULARES. FENÓMENOS DE TRANSPORTE — zyxwvutsrqponmlkjihgfed
269
Supomos, como antes, que cada molécula fez sua última colisão antes de atra-
vessar a superfície, em média a uma distânciazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
7113 da superfície. Se n% é o número
3 / dy
de moléculas marcadas por unidade de volume na superfície S-S, o número de molé-
culas por unidade de volume a uma distância 27/3 abaixo da superfície é d{c*T)
3 / dy '
* 2 . í/n*
3 dy — - nu!
. \ ) dy
Na expressão para o fluxo P previamente derivada, devemos substituir n por
A última equação é obtida por multiplicação do numerador e do denominador da
(
1 _, 1 vm
4 \ dy J ri ~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
- nmvl ~ .
3 3 o-
O fluxo líquido r é a diferença entre estes fluxos, de modo que A — ~ WCZvl = .
3 1 3 (T
r = - ~ v l ~ . " (10-28) D ~ vl = .
3 dy 3 3 na
O fenómeno de difusão através de poros capilares em um material de cerâmica c m , (b) Mostre que o d i â m e t r o de uma m o l é c u l a de C0 é 3,2 x ] 0
- 3 m. 2 - ! 0
270 — zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
FORÇAS INTERMOLECULARES. FENÓMENOS DE I H A N S r o m i t — át i
10.8 O livre caminho m é d i o em um certo g á s é 5 c m . Considere 10.000 livres caminhos. de um gás ideal, (b) Calcule a condutividade t é r m i c a do h é l i o (considerado como um g á s ideal)
Quantos s e r ã o maiores que (a) 5 c m , (b) 10 c m , (c) 20 c m ? (d) Quantos s e r à o maiores que 3
a 300 K .
cm e menores que 5 c m ? (e) Quantos terão comprimento entre 4,5 c m e 5,5 c m ? ( 0 Quantos
t e r ã o comprimento entre 4.9 cm e 5.1 cm? Quantos terão comprimento de 5 c m exatamente?
10.18 (a) A partir dos dados na T a b e l a 10,2, determine o coeficiente de a u t o d i f u s ã o do h é l i o
em c o n d i ç õ e s normais, de duas maneiras, (b) C o m o o coeficiente de a u t o d i f u s ã o depende da
10.9 U m grande n ú m e r o de l a n ç a m e n t o s é executado com um ú n i c o dado. (a) Qual o número p r e s s ã o à temperatura constante, da temperatura à p r e s s ã o constante e da massa da partícula
m é d i o de l a n ç a m e n t o s entre os aparecimentos de um seis? E m qualquer e s t á g i o do processo, que se difunde?
qu*U o n ú m e r o m é d i o de l a n ç a m e n t o s , (b) antes do p r ó x i m o aparecimento de um seis, (c)
depois do último aparecimento de um seis? (d) C o m o v o c ê responde à q u e s t ã o levantada na
10.19 U m tubo de 2 m de comprimento e IO"" m *de s e ç ã o reta c o n t é m C O à p r e s s ã o
1 a a
10.12 U m a m o l é c u l a de o x i g é n i o monoionizada inicia um livre caminho em uma d i r e ç ã o em c o n d i ç õ e s normais, determine os coeficientes (a) de viscosidade, (b) de d i f u s ã o c (c) de condu-
ângulo reto com um campo e l é t r i c o de intensidade IO V m"'. A p r e s s ã o é 1 atm e a tempera-
4
tividade térmica. Suponha que o ar seja um g á s ideal d i a t ò m i c o .
tura é 300 K . (a) Calcule a d i s t â n c i a percorrida na d i r e ç ã o do campo em um tempo igual ao
n e c e s s á r i o para percorrer um livre caminho m é d i o , (b) Qual a r a z ã o do livre caminho m é d i o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
10.21 Há um gradiente de p r e s s ã o uniforme em um g á s ideal à temperatura constante, de
pun esta d i s t â n c i a ? (c) Qual a velocidade m é d i a na d i r e ç ã o do campo? (dj Qual a razão da modo que há um fluxo de massa no sentido do gradiente. Usando o m é t o d o do livre caminho
velocidade m é d i a quadrática para esta velocidade? (e) Qual a r a z ã o da energia de a g i t a ç ã o m é d i o , mostre que a razão do fluxo de massa no sentido do gradiente de p r e s s ã o por unidade
t é r m i c a para a energia ganha do campo em um livre caminho m é d i o ? de área e por unidade de gradiente de p r e s s ã o é mvl!3kT,
o livre caminho m é d i o dos e l é t r o n s . supondo que v para um elétron seja dado por (8 Â7'/T7V/ I ) " . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2
Quantas d i s t â n c i a s a t ó m i c a s representa este valor, supondo que o cobre seja c ú b i c o ? (c) De*
t e m t n e a r a z ã o entre o d i â m e t r o dos c a r o ç o s i ó n i c o s de cobre e as d i s t â n c i a s a t ó m i c a s . [As
partes (b) e (c) n ã o fornecem respostas corretas porque as velocidades escalares dos elétrons
3 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
s ã o aproximadamente IO maiores que as dadas por ( 8 A T / 7 7 7 - 1) " , S e ç . 13.6.] (d) Determine o
1
10.15 Calcule o coeficiente de atrito de um disco que desliza sobre uni c o l c h ã o de ar com
uma velocidade de 1 m s"'. O d i â m e t r o do disco é 0,1 m e sua massa é 0.3 kg. Suponha que
ele deslize I O m acima da superfície rígida. O d i â m e t r o de uma m o l é c u l a de nitrogénio é
- 4
cerca de 4 x I O " m. 10
10,8.
11.1 INTRODUÇÃO
VizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
- sjí- n (n~2j
h h h .
P = n
x x - , P* = n v - S P, = n*->
podendo ter algum dos valores 1, 2, 3 etc. Cada conjunto de números quânticos
corresponde, portanto, a uma certedireção da quantidade de movimento. Então, se
bem como nos extremos, com antinodos a meio caminho entre os nodos, e assim p é a quantidade de movimento resultante correspondente a algum conjunto'de
}
A = 2L,
: A - ^2L,
a A = ^2L,
3 etc;
, h 2
ou, em geral,
onde flj é um número inteiro igual ao número de antinodos, e pode ter algum dos
1 , P*
valores e = - mv = — .
2 2m
rij = 1, 2> 3, . . . .
A energia e correspondente à quantidade de movimento p é, portanto,
} 3
onda X da onda estacionária está relacionado com a quantidade de movimentop da correspondentes aos diferentes valores possíveis de nj são os níveis de energia pos-
partícula pela relação síveis. Os níveis de energia só dependem dos valores de nj e não dos valores indivi-
duais de n , n e n . Em outras palavras, a energia só depende da magnitude da
z u 2
então, que o nível de energia é degenerado, e usaremos o símbolo g para designar & }
onde h é uma constante universal chamada constante cie Planck. No sistema MKS, degenerescência do nível/, isto é, o número de estados que têm a mesma energia e,.
O volume V de uma caixa cúbica de aresta de comprimento L é igual a L , de 3
h = 6,6262 X I O " 34 J s. sorte que L* - V ; e a E q . (11-3) pode ser escrita, para uma partícula em uma
m
6/T -2/3
(H-4) 8m
2h uma quantidade de bolinhas está distribuída nas várias caixas, o número em cada
• — V-W 8 x 10~ J ^ 5 x IO" eV.
40 21
caixa é o número em um estado particular. As bolinhas nas caixas em qualquer
Sm
prateleira estão em diferentes estados, mas têm a mesma energia. O número total
Mostramos que, à temperatura ambiente, a energia cinética média de uma molécula de de bolinhas nas caixas, em qualquer nível./, é chamado o número de ocupação Nj
gás é cerca de 1/40 eV ou 2,5 x IO"" eV, Portanto, para uma molécula com "esta energia
do nível.
2
cinética,
, 2,5 x IO" 2
3/r -2/3
IXJ 9 i = 1 (Não degenerado) A ! = 5 1
• IA',. = N (11-5)
2 1 1 í
I 2 1
I 1 2. Como as partículas nos estados incluídos em qualquer nível j têm todas a
mesma energia €j, a energia total das partículas no nível j é ej/V,, e a energia total do
sistema é
-Assimpio primeiro destes estados, por exemplo, as componentes da quantidade de
2 £. (11-6)
movimento são
Se o sistema estiver em um campo de forças externas conservativo, como um
campo gravitacional, elétrico ou magnético, a energia total E consistirá em parte.da
278zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
energia potencialzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E,, do sistema. Se a energia potencial for nula, a energia total E
será. então.-a energia interna U e croestado diferente, embora o macroestado não mude porque os números de ocu-
pação dos níveis são os mesmos.
Se há mais de uma partícula em um dado estado de energia, uma troca da
2e,tf,= U. (11-7)
ordem, em que as letras que designam estas partículas são escritas, não é conside-
i
rada uma mudança no rnicroestado. Assim, suponhamos que as duas partículas no
estado (1) do nível 2 sejam designadas por p e cj. O rnicroestado considerado é o
mesmo, quer as letras sejam escritas na ordem pq ou qp.
11.3 MACJROESTADOS E MICROESTADOS
O número de microestados considerados diferentes, para um dado conjunto de
números de ocupação, é evidentemente muito maior se as partículas são distinguí-
Um número N de entidades idênticas é chamado um conjunto. As entidades podem veis do que se elas são indistinguíveis.
ser partículas simples ou conjuntos de partículas idênticos, e neste caso temos um
conjunto de conjuntos ou um ensemble. Na maioria dos casos, consideraremos
apenas conjuntos dc partículas simples, e referir-nos-emos a eles como um conjunto Os macroestados e microestados possíveis de um conjunto de partículas são análo-
gos a uma tabela de idades de grupos de indivíduos. Como exemplo, consideremos o
ou simplesmente um sistema. número de crianças em cada série de uma escola elementar, com um número total de 368.
Se a distribuição das partículas de um sistema em seus estados de energia for
conhecida, as propriedades macroscópicas do sistema poderão ser determinadas.
Série J I 2
Assim, um problema central da mecânica estatística é determinar as possíveis 3 4 5
distribuições dc partículas nos níveis e estados de energia.
A descrição de um conjunto de partículas depende das partículas serem distin- Crianças 60 70 62 61 62 53
guíveis ou indistinguíveis. Suponha que o sistema seja uma amostra de gás e que as
moléculas sejam as partículas. Como não há um meio de individualizar as molécu-
las, as partículas são indistinguíveis. Por outro lado, se o sistema for um cristal, as As séries correspondem aos níveis de enercia dn ci*t.m«
moléculas poderão ser individualizadas pela posição que ocupam na rede cristalina wiS£S^^£^
enanças em cada série define ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
o mesmo número total de crianças seria '
U m ^ ' ^ . °
° e s t a d o diferente com
0 d n ú m e r o d e
e consideradas distinguíveis.
a U m macr
plo, o macroestado do sistema, na Fig. 11.2. é especificado pelo conjunto de núme- Série J 1
ros de ocupação A/, — 5. A' = 4, A' = 3. N — 2.
2 3 A / • •- »
->
3 4 5 '
\ Se as partículas forem indistinguíveis, uma especificação do número total de Crianças 52 57 60 73 62 64
partículas em cada estado de energia definirá um rnicroestado do sistema. Assim,
se os estados de energia em cada nível, na Fig. ] 1.2, forem numerados (1), (2), (3)
etc, até o número de estados g no nível, e se as partículas forem indistinguíveis, o
s
rnicroestado do sistema será especificado, dizendo-se que, no nível 4, há uma partí- A mudança na distribuição pode ter diversas consequências macroscópicas: necessidades
cula no estado (3) e uma no estado (5), e não há partícula nos estados (1), (2) e (4); de diferentes números de professores, equipamento diferente, diferentes números de li-
vros texto etc.
no nível 3 há uma partícula em cada um dos estados (1), (3) e (4), e não há partícula
no estado (2); no nível 2 há duas partículas no estado (1) e uma partícula em cada As séries podem ainda ser divididas em turmas, isto é. o primeiro macroestado des-
crito pode ter três turmas de primeira série e duas de segunda série. Estas turmas corres-
um dos estados (2) e (3); no nível I há cinco partículas no único estado deste nível. ponderiam aos estados degenerados de energia de cada nível. Haveria 3 estados degene-
rados do nível I etc.
Se uma das partículas ou ambas do nível 4 estivessem em estados que não o (3)
e o (5), o rnicroestado seria diferente, mas o macroestado seria o mesmo, uma vez Se as crianças fossem consideradas como partículas indistinguíveis (uma prática pe-
dagógica ruim), então ornicroestadodo sistema seria
que teríamos ainda N = 2. Evidentemente, ao mesmo macroestado correspondem
A
Q = 2 H'\.
corresponderia a um macroestado diferente, uma vez que o número de crianças em cada k
série mudou, muito embora o número total de crianças na escola tenha permanecido
inalterado. Os princípios da mecânica quântica conduzem a expressões para os possíveis
Quando as crianças são consideradas como partículas distinguíveis, ornicroestadoé modos diferentes em que as partículas podem ser distribuídas pelos estados de
diferente, se Helena está em ](a) e Luísa está em l(b), ou vice-versa, ou se ambas estão energia de um único conjunto em um instante. Em outras palavras, a mecânica
em l(b). Entretanto, no último caso, ornicroestadoé o mesmo, se o nome de Luísa quântica determina o rnicroestado em cada instante para um único conjunto ou para
aparece na lista da turma antes ou depois do nome de Helena.
cada um de um grande número de réplicas de um conjunto em um instante. O
cálculo de W para três casos diferentes está efetuado nas Seçs. 11.5, 11.6 e 11.7.
K
11.4 PROBABILIDADE TERMODINÂMICA As propriedades observáveis de um sistema macroscópico dependem das mé-
dias temporais dos valores de suas propriedades microscópicas. Assim, a pressão
de um gás depende do valor médio temporal da razão de transporte de quantidade
Na seção precedente não foi feita qualquer restrição quanto aos modos possíveis
de movimento através de uma área. Pelo postulado fundamental, as propriedades
com que as partículas de um conjunto podem ser distribuídas nos estados de ener-
observáveis de um sistema macroscópico dependerão também do valor médio das
gia. Em um sistema fechado e isolado, entretanto, a energia F e o número total de
propriedades microscópicas de um grande número de réplicas de um sistema to-
partículas A', são constantes. Consequentemente, os únicos microestados possíveis
mado em um dado instante.
deste sistema são os que satisfazem a estas condições.
Assim, a meta primordial da teoria estatística é derivar uma expressão para o
Com o passar do tempo, interações entre as partículas de um sistema fechado e
número médio de partículas Nj em cada nível de energia permitido j do sistema. A
isolado resultarão cm mudanças nos números de partículas que ocupam os estados
expressão a ser derivada é chamada o número de ocupação médio do nível j .
de energia, e se as partículas são distinguíveis. resultarão na mudança do estado de
Seja N o número de ocupação de nível j no macroestado k. O valor médio de
energia de cada partícula. Estas interações podem ser choques entre as moléculas
JI{
macroestado. Portanto,
possível de um sistema isolado é igualmente provável. O postulado pode ser inter-
pretado de dois modos diferentes. Consideremos o intervalo de tempo /, que é
suficientemente longo para que todo rnicroestado possível de um sistema isolado e
fechado ocorra um grande número de vezes. Seja A/ o tempo total em que o sistema Jr k
está em algum dos seus microestados possíveis. O postulado diz que o intervalo de
tempo At è o mesmo para todos os microestados.
Entretanto,
Como alternativa, pode-se considerar um grande número Jf de réplicas de um
dado sistema (um ensemble). Em qualquer instante, seja AJf o número de réplicas
que estão em algum dos microestados possívêisíO postulado afirma que o número k
AJÍ é o mesmo para todos os microestados^O postulado não parece ser deriváveJ
de qualquer princípio mais fundamental e, evidentemente, não pode ser verificado
experimentalmente. Sua justificativa se coloca na correção das conclusões tiradas e como AJf é o mesmo para todos os macroestados, podemos cancelá-lo do nume-
dele/ rador e do denominador. A média de grupo é
turmas ocorreria com a mesma frequência. Em cada caso, os exemplos dados na seção
anterior ocorreriam o mesmo número de vezes. De modo semelhante, podemos calcular a média temporal do número de ocu-
pação do nível j , Nf. Como foi explicado acima, o postulado de que todos os mi-
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br) \ '
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sequência representará uma distribuição possível das partículas nos estados, desde
croestados são igualmente prováveis significa que, em um período de tempozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
t sufi-
cientemente grande, cada rnicroestado existe por um igual intervalo de tempo A/. O que elas comecem por um número. Há, portanto, g modos de começar uma se- }
tempo total em que o sistema existe no macroestado k é, então, o produto de inter- quência, um para cada estado g * e em cada uma destas sequências os (gj + Nj — I) }
os macroestados e dividindo pelo tempo total t. A média temporal é, portanto. Por exemplo, as três letras o, i c e podem ser arrumadas nas seguintes sequências:
igual à média de grupo, e podemos representar ambos por Nj. letras é. portanto, igj + Nj - 1)!, e número de sequências possíveis deg números e }
Os valores dos números médios de ocupação dos níveis de energia estão calcu- Nj letras, e que sejam iniciadas por um número, é
lados para diferentes casos nas três seções seguintes. As expressões gerais para os •
Nj, as funções distribuição para estes casos, estão derivadas nas Seçs. 11.9 a 11.12. gdigi + - m • (ii-n)
11.5 A E S T A T Í S T I C A D E BOSE-EINSTEIN Embora cada uma destas sequências represente uma distribuição possível de
partículas nos estados de energia, muitas delas representam a mesma distribuição-.
A probabilidade termodinâmica V' de um macroestado de um conjunto depende da -
k
Por exemplo, uma das sequências possíveis será a seguinte:
estatística particular obedecida pelo conjunto. Consideremos, primeiramente, a es-'"
[(3)] [d)ab] K W ] [(2)c]
tatística desenvolvida por Bose e Einstein que. por brevidade, será referida como a .
estatística B-E. Na estatística B-E, as partículas são consideradas indistinguíveis e
não há restrição quanto ao número de partículas que podem ocupar um estado de , Esta é a mesma distribuição (11-10), uma vez que os mesmos estados contêm as
:
284zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA — 285
Corno um exemplo simples, suponha que um nível de energiaj inclua 3 estados (#j = onde o símbolo] ]^ significa que devemos formar o produto de todos os termos que
-
3) e 2 partículas (Nj - 2). As distribuições possíveis das partículas nos estados estão o seguem, para todos os valores do índice,/. Este símbolo corresponde ao símbolo
mostradas na Fig. 11.3, na qual as partículas são representadas por pontos ao invés-de Y zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
J para a soma de uma sucessão de termos.
letras, uma vez que são indistinguíveis. O número de distribuições possíveis, da-Eq.
(11-12), é
Se um conjunto inclui dois níveis/? e q com g„ - 3 e N„ = 2, como no exemplo
anterior, e com g - 2, N„ = K a probabilidade termodinâmica do macroestado N = 2,
q p
(3 + 2 - 1)! 4! - 1, é
= 6,
(3 - 1)!2! 2!2!
4! 2!
^B-B = 2J2I ' ÍTfí ~ 6 x 2 - 1 2 '
o que concorda com a Fig. 11.3.
e há 12 modos diferentes em que três partículas indistinguíveis podem ser distribuídas
nos estados de energia do sistema.
Estado (1) (2) (3)
A seguir, calculemos as probabilidades termodinâmicas dos macroestados
acessíveis a um dado sistema e os números de ocupação médios dos níveis de ener-
gia permitidos. Embora todos os microestados de um sistema isolado e fechado
sejam igualmente prováveis, os únicos microestados possíveis são aqueles em que o
Fig. 11.3 As distribuições possíveis de duas partículas indistinguíveis em três número total de partículas seja igual ao número N de partículas do sistema, e em
estados de energia, sem restrição quanto ao número dc partículas em cada que a energia total das partículas seja igual à energia Lí do sistema. Como exemplo,
estado. suponhamos que temos um sistema de exatamente seis partículas, que os níveis de
energia permitidos sejam igualmente espaçados e que hajam três estados de energia
em cada nível, de modo que e •* 0, €i €, e = 2e etc. Suponhamos também que a
0 8 1 2
0.205 </, *3 conjunto é muito grande, os números de ocupação no estado mais provável são
muito aproximadamente os números de ocupação médios.
0.410
11.6 A ESTATÍSTICA D E FERMI-DIRAC
0.S30
A estatística desenvolvida por Fermi e Dirac, que por brevidade chamaremos esta-
1,60
tística F-D. aplica-se a partículas indistinguíveis, que obedecem ao princípio de
2.S3 exclusão de Paidi, de acordo com o qual não pode haver mais que uma partícula em
cada estado de energia permitido. (É como se cada partícula soubesse da ocupação
63 1.35 135 !80 90 270 ISO 100 216 135 28 de todos os estados e pudesse somente ocupar um estado não ocupado por qualquer
outra partícula.) Assim, os arranjos nas três linhas de cima, na Fig. 11.3. em que há
Fig. 11.4 Os onze macroestados possíveis de um conjunto de 6 partículas, que obedece a estatística de duas partículas em cada estado, não seriam permitidos na estatística de F-D. Evi-
Bos^-Einstein. Os níveis de energia são igualmente espaçados e cada um tem uma degenerescência g, - 3. dentemente, o número de partículas N em qualquer nível não pode exceder o nú-
A energia total do sistema c U = 6c. A probabilidade termodinâmica de cada macroestado e dada embaixo,
}
e o número de ocupação médio de cada nível está à direita do diagrama. mero de estados gj no nível considerado.
Para calcular a probabilidade termodinâmica de um macroestado. novamente
atribuímos números aos estados de energia de um nível de energia, e provisoria-
pode haver partículas nos níveis acima do sexto. Na segunda coluna, colocamos mente atribuímos letras às partículas, e representamos um arranjo possível das par-
uma partícula no nível 5. uma partícula no nível 1 e as quatro partículas restantes no tículas em um nível por uma sequência mista de números e letras. Um arranjo
nível mais baixo, e assim por diante. possível seria o seguinte:
A probabilidade termodinâmica V\. de cada macroestado. calculada pela Eq.
(11-13) é dada sob a coluna correspondente. Assim, para o macroestado k = I . [(!)«] 1(2)6] [(3)] [(4)e] [(5)] • • • (H-14)
c o r n o s = 3 em todos os níveis e os números de ocupação são iguais a zero. exceto
no nível 6, onde N& » 1. e no nível zero. onde A/„ - 5. significando que os estados ( I ) . (2), (4) estão ocupados com sua quota de uma
partícula cada um, enquanto os estados (3). (5) estão vazios. Para uma dada
sequência de números, selecionamos em primeiro lugar alguma sequência arbitrária
.(3 + l - l ) l , P + i - l ) l . ,
de letras. Há gj escolhas possíveis para a primeira letra, seguindo qualquer um dos
W 3 x 2 l B { 3
211! 2!5! $>j números. Isto deixa somente {g - 1) escolhas possíveis para a segunda letra. (g
} }
Isio é. a única partícula no nível 6 poderia estar em qualquer dos três estados, e no última letra. Como para qualquer uma das escolhas para qualquer uma das letras
nível mais baixo as cinco partículas poderiam ser distribuídas de 21 modos diferen- podemos ter qualquer uma das escolhas possíveis de cada uma das demais, o nú-
tes nos três estados, perfazendo um tota! de 63 arranjos possíveis. mero total de maneiras com que uma dada sequência de Nj letras podem ser atri-
O número total de macroestados possíveis do sistema, ou a probabilidade ter- buídas aos gj estados é
modinâmica do sistema, é
~ Wgj ~ 2) • " " (gj - Nj + 1) (11-15)
^ = 1532. 8i(Ss
fi = 2zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
k
uma vez que
Os números de ocupação médios de cada nível, calculados pela Eq. (11-8). são g/ ! - USi - 2) • • • (g, - N, + l)( -
g j N )l
s
partícula no nível 2. e assim por diante. O número de ocupação médio do nível 2 e, Novamente, embora os estados sejam distinguíveis, uma sequência diferente de
portanto, estados não muda a distribuição. Portanto, não necessitamos considerar outras se-
1 1272 quências de letras e, para o nível j ,
"' " _ _ ^ I I . .
(11-16)
=
Em qualquer macroestado k, no qual o nível 2 não é ocupado, o valor de N* e "' ( gy- .J W,!.:
zero e o produto N ^\a este nível é zero. Note-se que, embora o número de
2
ocupação real de um estado deva ser um inteiro ou zero, o número de ocupação •Wolfgang Pauli. físico austríaco (1900-1958).
288zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA — 289
= I ^ =
k
Se um nívelzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
j inclui 3 estados (gj = 3) e duas partículas (N . = 2), então }
Os números de ocupação'médios de cada nível, calculados por meio da Eq.
(11-8). são dados à direita do nível correspondente. Estes podem ser comparados
31 3! _ com os números de ocupação na Fig. 11.4. •
t £ > i (3 - 2)!2! ~ 112! ~ " 3
11.7 A ESTATÍSTICA DE M A X W E L L - B O L T Z M A N N
Os arranjos possíveis estão mostrados na Fig. 11.5, que corresponde às três linhas infe-
riores da Fig. 11.3, sendo omitidas as três de cima. Na estatística de Maxwell-Boltzmann, que por brevidade chamaremos estatística
M-B, as partículas de um conjunto são consideradas distinguíveis, mas não há res-
trição quanto ao número de partículas, que podem ocupar o mesmo estado de ener-
Finalmente, como para cada arranjo em qualquer dos níveis podemos ter qual- gia. Consideremos um conjunto de N partículas e um macroestado especificado
quer um dos arranjos possíveis nos demais níveis, a probabilidade termodinâmica pelos números de ocupação /Vj. A'2. • • •> A/j As degenerescências dos níveis são
"Wf-o de um macroestado na estatística F-D é respectivamente, g g. it g 2 Como as partículas são distinguíveis, dois ar-
5
A Fig. 31.6 mostra os macroestados possíveis de um sistema de seis partículas, primeira partícula pode ser colocada em qualquer um dos gj estados. Mas como não
que obedece à estatística F- D na qual, como na Fig. 11.4, os níveis de energia são há restrição quanto ao número de partículas por estado, a segunda partícula poderá
igualmente espaçados, e a degenerescência de cada nível ég ~ 3. Em comparação }
ser também colocada em qualquer um dos gj estados, perfazendo um total de
com a Fig. 11.4, os macroestados 1, 2, 3, 5, 10 e 11 daquela figura são excluídos, colocações possíveis para as duas primeiras partículas. Como há N partículas no }
porque não pode haver mais de três partículas em cada nível. Assim, há somente nível, o número total de distribuições possíveis no nível é
cinco macroestados possíveis, cada um com energia 6e. A probabilidade termodi-
nâmica de cada macroestado, calculada pela Eq. (11-17), está escrita sob a coluna
correspondente. Assim, no macroestado I , - gf. , (11-18)
3! 3!
ir, - 3 x 3 x 1 - 9 .
(3 - 1)! 1! (3 - 2)! 2! (3 - 3)1 3! Estado (1) (2) (3)
1 ab
k = í 2 3 4 5 Ri A' = 6 ab
= 4 • 0,123 U ~6<
! ab
. 3 • 0,494 n = 73
a b
2 • • > • 1,15 Fig. 11.7 Os arranjos possíveis de duas partículas distinguíveis o e i e m três
• • =3 estados de energia, sem restrição quanto ao número de partículas por estado.
b a
. 1• • • •• • • 1,73
•
a b
•• ••
0 ••* • • »
• • • 2,51
b a
Y- 9 27 9 1 27
a b
Fig. 11.6 Os cinco macroestados possíveis de um conjunto de 6 partículas, que obedece à estatística de
Fermi-Dirac. Os níveis de energia são igualmente espaçados, e cada um tem uma degenerescência g = 3. }
b a
A probabilidade termodinâmica de cada macroestado è dada embaixo, e o número de ocupação média de
cada nível está à direita do diagrama.
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
culas forem indistinguíveis e representadas por pontos ao invés de letras, os arranjos IV 3 • • • 0.455
e V corresponderão ao mesmornicroestado.assim como os arranjos V I e V I I . VIU e
IX, deixando somente seis arranjos diferentes como na Fig. 11.3. Da Eq. (11-8), o nú- • •••
2 • 0,910
mero de arranjos diferentes é
• • • • •• • • * • • »• 1,64
e .Vi = 3 2 = 9, 1 • • « ••É
• •• • • * • • • • • •
0 •• 2,73
em concordância com a Fig. ] 1.7. • • • • • • • •
•
•
#\/3 J = 13 90 90 ISO 45 360 180 60 270 90 3
Como para qualquer distribuição de partículas em um nível podemos ter qual-
quer uma das possíveis distribuições em cada um dos outros níveis, o número total Fig. 11.8 Os onze macroestados possíveis de um conjunto de 6 partículas, que obedece à estatística de
de distribuições incluindo todos os níveis, com um número especificado de partícu- Maxwell-Boltzmann. Os níveis dc energia são igualmente espaçados e cada um tem uma degenerescência gj
= 3. A energia total do sistema é U •» 6c. A probabilidade termodinâmica d« cada macroestado é dada
las em cada nível, é embaixo, e o número de ocupação médio de cada nível está à direita do diagrama.
troca de partículas entre os níveis (bem como uma troca entre estados no mesmo
}
Embora cada partícula possa ser designada por uma letra, os pontos representam
nível) também dará origem a um rnicroestado diferente. (Se as partículas são indis-
somente os números de ocupação Nj dos respectivos níveis. A figura é idêntica à
tinguíveis, uma troca entre níveis não resulta cm um rnicroestado diferente.) Assim,
Fig. 11.4 para a estatística B-E. mas representa um número de microestados muito
per exemplo, se a partícula b, na Fig. 11.7, fosse trocada com a partícula c de
maior por causa das possíveis trocas de partículas entre os estados em qualquer
algum outro nível, de modo que as duas partículas no nível j fossem a e <• ao invés
nível e entre os vários níveis. A probabilidade termodinâmica de cada macroestado.
de a e b, teríamos outros nove arranjos diferentes das partículas neste nível. A
calculado da Eq. (11-21). é dada sob a coluna correspondente. Os valores de W
questão é, então: de quantos modos diferentes um total de A' partículas pode ser
k
H\ 6! 18 X 3 ,
primeiras letras em cada sequência representem as partículas no nível I . as seguin-
5
5! 1!
tes N letras representem as partículas no nível 2, e assim por diante. Das NJ se-
1
2
quências possíveis, haverá um certo número em que as mesmas letras aparecerão y/-,/3 - 18. 5
nos primeiros A , lugares, mas em ordem diferente. Qualquer que seja a ordem em
que as letras apareçam, as mesmas partículas estarão no nível J, de sorte que de- O número total de microestados possíveis é
vemos dividir A/.' pelo número de sequências diferentes em que as mesmas letras
aparecem nos N, primeiros lugares, e que é N !. Do mesmo modo, devemos dividir
t
Í2 = 2 ir =
k 1386 x 3 = 3,37 X IO . 5 5
também por A/ .'. AV. etc, de forma que o número total de modos em que A' partí-
2
culas podem ser distribuídas nos níveis, com N, partículas no nível I . N partículas
O número de ocupação médio de cada nível é dado à direita da linha correspon-
t
i Nas três seções precedentes, os números de ocupação médios dos níveis de energia
O número total de distribuições diferentes, ou a probabilidade termodinâmica tf'*-a de um sistema foram calculados para partículas que obedecem às estatísticas de
de um macroestado.na estatística M-B é. portanto, o produto de (11-19) por (11-20):— ^-~-3ose-Einsteín,.Fermi-JDira^ na Seç. 11.4. que as
variáveis termodinâmicas de um sistema são relacionadas aos números"dé"bcup'ação"
médios dos níveis de energia. Nesta.seção, derivamos a conexão e começamos por
# — p 7 ^ ' N i T ^ h : _ (il " 21)
perguntar que propriedade de um modelo estatístico de um sistema pode ser asso-
ciada à sua entropia.- -. • - -* ; »• ,. ,.
292zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORrA CINÉTICA E TERMOOINÂMICA ESTATÍSTICA
TERMO DINÂMICA - ESTATÍSTICA — 293
Para dois estados de equilíbrio de um sistemazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
PVT aberto, em que a tempera-
tura, a pressão e o potencial químico são os mesmos, mas em que a energia, o Segue-se destas equações que
volume e o número de partículas são diferentes, os princípios da termodinâmica
conduzem ao resultado de que a diferença de entropia entre os estados é dada por tfJÇQ,) _ dJ(Çl ) 2 t
Do ponto de vista estatístico, mudanças na energia de um conjunto, em seu volume e como í l , e í l são independentes, a equação só pode ser satisfeita se cada membro
2
e em seu número de partículas resultam em mudanças no número total de microes- for igual à mesma constante k . Então, para qualquer sistema arbitrário.
B
S = S\ S,. J(C1) = k h\
n
termodinâmica e, para encontrar a forma da relação funcional entre S e í l , de modo deve ser escolhido, de modo que os valores clássico e estatístico da entropia con-
que as condições acima sejam satisfeitas, supomos que S seja alguma função desco- cordem. Mostraremos, na Seç. 11.15, que k é nada mais nada menos que a cons-
B
Dò^eslmò^ff^oi " volume constante"/'de "modo" que ò trabalho"rioprocesso é'huto, V à u mento "tf C/ ria
energia interna do sistema é igual a d'Q . Mas para um conjunto de partículas que
r
• dJ(QJ não interagem, os valores dos níveis de energia dependem do volume, e se este é
constante, os valores não mudam. Se a energia de um conjunto aumenta, mais ní-
veis de altas energias se tornam disponíveis para as partículas do conjunto, com um
^ w e n n n H í - n t p .mimentn do númpro de microestados disponíveis ou probabilidade
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lOMoARcPSD|6605180
294zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA — 295
Então
termodinâmica í l . Consequentemente, tantozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
S quanto In íl aumentam quando a
energia do sistema é aumentada.
2. A entropia de um gás ideal aumenta em uma expansão livre irreversível de - -YdX. _) (11 28
interna e não se realiza trabalho, mas os níveis de energia permitidos se tornam Se. por exemplo, o parâmetro A* é o volume V, a grandeza Y é a pressão P e
menos espaçados por causa do aumento de volume. Para uma energia total cons-
tante, mais microestados se tornam disponíveis com a diminuição do espaçamento
YdX = PdV.
entre os níveis de energia, e novamente tanto S quanto In íl aumentam em uma
expansão livre irreversível.
A diferença de energia dU é, então,
3. Em uma expansão livre adiabâtica de um gás ideal, a entropia 5 permanece
constante. Não há fluxo de calor para o gás e o trabalho na expansão é realizado a dU - J ejdftj - YdX.
expensas da energia interna, que decresce no processo. Se o espaçamento dos ní-
veis de energia não mudar, uma redução na energia interna resultará em um menor
número de microestados disponíveis com um correspondente decréscimo em In íl, Para estados, nos quais o valor do parâmetro X é o mesmo dX = 0. e
mas por causa do aumento de volume os níveis de energia têm seu espaçamento
diminuído e o consequente aumento em In íl compensa exatamente a diminuição dUx = 1 tjdftj.
surgida de um decréscimo na energia interna. O resultado é que ln í l , como S, j
permanece constante. Os princípios da termodinâmica conduzem ao resultado de que quando X é constante.
Muitos outros exemplos poderiam ser citados e de fato acontece que uma con-
cordância completa entre a termodinâmica e a estatística surge como resultado da dU = TdS, x
T
Assim. :i equação
nâmica íl de um conjunto formado por um grande número de partículas, ou no
logaritmo do número total de microestados disponíveis para o conjunto. Assim, se
S = k In í l , a diferença de entropia entre dois estados vizinhos dc um conjunto é
B
du - 2i ; N> + 2
€ {{ N J d*i
dS = k d(]ní\).
B
isto é, a diferença na energia resulta, em parte, das diferenças dNj nos números de ocu-
pação médios e, em parte, das diferenças dçj nos níveis de energia. Portanto, em um processo destes.
Se os valores dos níveis de energia são funções de algum parâmetro extensivo X, •
como o volume V, então e dU =d'Q t -d'W t
d€j
2 dN; = d'Q Tt J Nj dej = ~d'W ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
x (1 ( - 3 0 ) ,
j **dX* ( U " 2 6 )
* 3
e
Algumas vezes supõe-se_que a soma e/tNj seja sempre igual ao fluxo de calor d'Q
para o sistema e a soma j y v , de sempre igual a menos o trabalho ~d'W. Vemos ser
}
dX. este o caso somente paraTim processo reversível, e somente para um processo destes
- podemos identificaras somas na Eq.-(11-25) com o fluxo de calor e com o trabalho.-*" -
TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA — 2 9 7
296—zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
k I 2 3 4 5 6 7 S 9 10 11 Kj 6
podem ser calculados sem muita dificuldade, quando o número total de partículas e 1 ! r
0,041 U = 6e
a energia total são fixas. Quando o número é muito grande, como no modelo esta- j 1 I
| ! | o.oss n = 153
tístico de um sistema macroscópico, cálculos diretos são impossíveis. Mostramos
agora como derivar uma expressão geral para os números de ocupação médios, • Í/.Í = 3
1 i ! !
quando o número de partículas é muito grande. Tal expressão é denominada uma zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
0,205
i
\ • 2,56
. . * . ]
O resultado é equivalente a remover n partículas do nível r no segundo sistema, 45 90
.
60 108 45
parte (b) da Fig. 11.9. Evidentemente, não pode haver macroestado do segundo tado k no segundo sistema, c que o nível r foi selecionado como o nível arbitrário,
sistema correspondente a um macroestado do primeiro, em que o nível 2 não seja do qual uma das partículas foi removida. O índice duplo;/ significa que N e A ) ik 7 fr
ocupado. Assim, só há cinco macroestados possíveis, e podemos ver que, em cada são. respectivamente, os números de ocupação do nível./ no macroestado k no
um destes, o número de ocupação do nível 2 é uma unidade menor que o corres- 'primeiro e segundo sistemas.
pondente macroestado do primeiro sistema, -os" aúmeros de ocupação dos demais O fato de que não há macroestados do segundo sistema correspondentes aos
níveis sendo os mesmos em ambos os sistemas'."""- estados do primeiro, em que o nível r não é ocupado, equivale a afirmar que. para
A probabilidade termodinâmica !tt' do macroestado k do primeiro sistema é tais macroestados. a probabilidade termodinâmica 1l"' é nula. Mas se A',* — 0, rk
(g, + N , t - D'
(gr 2)1 = 1
(g, - ! ) ! ( - ! ) !zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
(g - ])(-))!' r
NóTeguricIõT
Consequentemente, para que V seja zero. desde que g > I , devemos adorar a
r k r
convenção de que ( - 1)! = x. Para uma discussão mais geral, veja o Apêndice C.
J (g — 1): A" !
s /fc
AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
razão entre as probabilidades termodinâmicas é Mas.
Cl'
y/ l n ~ =• l n a ; - In Cl;
(gjzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
+ Ari» - O ! * .
- iV (A'rft rt - 1)! =N N; l
rk k
ir: onde p é agora o potencia! químico por partícula. Para os dois estados que estamos
considerando.
AU - -e ,f AN = - 1 ,
ou
e, consequentemente,
W * * " * = (Sr + KW ;
k rk
Então, da Eq. (11-37). uma vez que o nível r foi escolhido arbitrariamente e
poderia ser qualquer nível j ,
Nn r - (g + r Ã;)O;
(11-35)
N
s N s kT
B
Em um sistema macroscópico, em que os números de ocupação são muito que pode ser escrita como
grandes, a remoção de uma partícula de um nível ocasionará uma mudança relati-
vamente pequena no número de ocupação médio do nível, e podemos pôr à ' = N R r
N, (11-36)
Sr + KzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Q,
Esta equação é a função distribuição de Bose-Einstein. Ela exprime o número
Tomando, os logaritmos.naturais.de. ambos os membros, temos de ocupação médio por estado em qualquer nível j , NJg , em termos da energia e, }
300 —zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA — 301
11.10 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A - F U N ÇÃ O D IS TR IB U IÇÃO D E F E R M J - D I R A C OU
Para deduzir a função distribuição na estatística F-D. consideremos novamente W k = (gr~ N'rkWrk.
dois conjuntos em que os números de partículas sejam, respectivamente,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
N e N' =
A - 1. Em qualquer par de macroestados correspondentes, N' = N em todos os
; Somando sobre todos os valores de k, temos
jk jk
pondentes são V e W ~ V — e . r
A parte (a) da Fig. 11.10 é igual à Fig. 11.6, e mostra os macroestados possí-
veis de um conjunto de N = 6 partículas e U - 6e, para um conjunto que obedece à
estatística F-D, e cujos níveis de energia são igualmente espaçados, e gj - 3 em
N O'
qualquer nível. A parte (b) é o diagrama correspondente para um conjunto dc N' -
S (11-39)
5 partículas, e no qual o nível 2 foi escolhido como o nível arbitrário de modo que
1 r l
g - AV O r
nível A'' - = N- - 1.
2/ lk
degenerados. N,. e N' podem ser muito maiores do que um. Pelo mesmo raciocínio r
k = 1
n 3 4 J _ _
Nj N = 6 N'
i 1 —~ '< [
— = ; r - (n-4o)
K
1
0,123
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
!
U = 6t E / £ = 4
1 V
*> exp ( í _ _ _ _ ) + 1
_
•
i
• 3
í ! * - !
0,2.11
9 ; 9 t Vj - 3 2 0.K46 í/j que é n função distribuição dc Fcrmi-Dirac. Esta difere da distribuição B-E por ter
i
-r l no denominador ao invés de - 1.
.7 1 • 1.62
L ; * * I
*
11.11 A FUNÇÃO DISTRIBUIÇÃO CLÁSSICA
'1 ' í 2,51 0 2,31
Em muitos sistemas de partículas indistinguíveis, o número médio de partículas /V,
_____
9 21 <J 1 27 * "2 * = ~27~
em um nível ê muito menor que o número de estados gj no nível, de modo que o
número médio de partículas por estudo. rVjgj, c muito pequeno. O denominador nas
Eqs. (11-38) e (11-40) deve ser muito grande; podemos desprezar o 1; e as funções
Fig. 11.10 (a) Os macroesiados possíveis de um sistema de 6 partículas, que obedece à estatística F - D .
quando U = 6Í . (b) Os macroestados possíveis quando uma partícula é removida do nível 2 do conjunto da
distribuição B-F. e F-D reduzem-se a
parte (a). A probabilidade termodinâmica de cada macroestado é dada embaixo, c o número de ocupação
médio dc cada nível está à direita do diagrama.
^ P ~ *i • tu à\\
Si kT D
A',. 1 •
Então,
r , (11-42)
exp (tLZt) + a
—
ir
= TT
onde ÍÍ = - 1 na estatística B - E . a = + 1 na estatística F-D e a - 0 na estatística
que se reduz a
As curvas na Fig. 11,11 são gráficos do número médio de partículas por estado.
ir* = Nr*
.Njgj. a uma dada temperatura, para as estatísticas B - E , F-D e clássica em função
da grandeza adimensional (fij - ix)l(k T). (Portanto, a energia aumenta cm direção à
n
Nj N = 6
!
... i — r —1
t/e = 6 10,013 U = 6É
1 1 i
! • i
•
*
i * • • • 0,455
• ••• • • • 0,910
1
j •
• • 1,64
• *
•
• • a • • * 2,73
• • •
•
•
* kfy = IS 90 90 180 45 360 ISO 60 270 90 3
(a)
di; etta.) As ordenadas das curvas só têm significado, evidentemente, para abscissas k = 9 10 II A',' N' = 5
em que a energia e, tem algum dos seus valores permitidos. QuandozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
fijgj é muito ti É -4
I 1 1 J
significado. Isto é, nesta estatística, o potencial químico deve ser menor do que a • j í 0,714 t/j = .1
energia do mais baixo nível de energia permitido. As partículas preferem se concen- í U.43
trar nos níveis para os quais __ só é ligeiramente maior do que y.. — í f J, 1
Na estatística F-D, por outro lado. todos os níveis são povoados até o mais
baixo, e quando e decresce, NJgj aproxima-se de I , Isto é, os níveis de baixa
}
0 0 20 0 10 30 5
energia são muito aproximadamente povoados de maneira uniforme com uma partí-
cula por estado.
(b)
A curva para a estatística clássica não tem significado, exceto'quando {e - }
| ,, a ordenada da Fig. 11.11 for NjNgj ao invés de NJgj, esta curva será a função Fig. 1J.12 (a) Os macroestados possíveis de um conjunto de 6 partículas, que obedece à estatística M-B.
distribuição para a estatística M-B, que se encontra desenvolvida na próxima seção. quando U - 6c. (b) Os macroestados possíveis quando uma partícula é removida do nível 2 do conjunto da
parte (a). A probabilidade termodinâmica de cada macroestado é dada embaixo, e o número de ocupação
médio dc cada nível está ã direita do diagrama.
11.13 A FUNÇÃO DISTRIBUIÇÃO D E M A X W E L L - B O L T Z M A N N
j> E n I a o.
; A função distribuição na estatística M-B é derivada do mesmo modo que nas esta-
tísticas B-E e F-D. A parte (a) da Fig. 11.12 é igual à Fig. 11.8, na qual os pontos
representam os números de ocupação de um conjunto de N = 6 partículas, e de íUlrr ______
energia U - 6_. A parte (b) mostra os macroestados possíveis de um conjunto de
ízyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ró!
N' — N - 1 = 5 partículas, e neste conjunto o nível 2 foi escolhido como o nível
arbitrário r. de sorte que U* « U — 2e » 4c. Os únicos macroestados possíveis ao que se simplifica para
I segundo conjunto são aqueles em que o nível 2 é ocupado no primeiro sistema. Em
qualquer par de macroestados correspondentes, os números de ocupação são os
mesmos em todos os níveis, exceto no nível 2, no qual •/Vá* = N - 1. 2k
k N'\ — •
N ir zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
rk= Ng ÍT' .
t r rk
304zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA — 305
Somando sobre todos os macroestados. temos
temperatura T. maior é a taxa de crescimento.
ff, «; A função distribuição clássica pode ser escrita
N- N — t-.
Como VyVj = /V, e o potencial químico fx não depende de./', segue-se que ^ _ _ - e x P — ^ , (11-49)
gj £ KjJT
que tem a mesma fornia da distribuição M-B.
I fii = N = w ( e x p l g, exp = ^ .
Por causa da forma das funções distribuição B-E e F- D. estas não podem ser
expressas em termos de uma função partição de uma única partícula, e vamos
A soma no último termo é chamada,/í//;(7/tí partição ou soma sobre esta t/os. e discuti-las mais tarde.
será representada por 7. (em alemão Zus tamis st mune). Outras letras são usadas
com frequência. 11.15 P R O P R I E D A D E S TERMODINÂMICAS D E UM S I S T E M A
A'. N ~ - , , _ ( _ _ ) _ ( _ _ ) . (11-50)
— - - exp . (M-47) \dN/T.y \dNh.x
306zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA. TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA — 307
Em estatística clássica, o potencial químico é dado pela Eq. (11-4S): Para um sistema de um componente, a função de Gibbs G = fj.N de sorte que,t
da Eq. (11-52),
IX = -k T(\n
u Z - ln N). (11-52)
C7 = -Nk T{\nZ
n - ln_V). (11-59)
A função partição Z = exp {—ejk T) é uma função da temperatura do sistema e
B
dos parâmetros que determinam os níveis de energia do sistema (como o volume V Mas, em geral, para as variáveis A* e K.
ou a intensidade magnética Assim, as Eqs. (11-51) e (11-52) exprimem /_ em
.ermos de X ou Y. G = V - TS - YX = F + 7 X ,
Consideremos, primeiramente, um sistema de partículas indistinguíveis, obe-
decendo à estatística clássica, e no qual os níveis de energia são funções de um e
parâmetro extensivo X. Então, a função partição é uma função de A" e 7, e como
estas são as variáveis "naturais" da função de Helmholtz F, temos das Eqs. (1 l-SO) G — F — YX.
e (1 1-52).
Das Eqs. (11-54) ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
( ) 1-59).
(—) - - / v r ( l n z - ln N).
B (11-53)
KdNh.x G —F — Nk T, h
O segundo membro desta equação é constante, quando X e 7 são constantes. Inte- de modo que, para qualquer sistema que obedeça à estatística clássica e no qual os
grando a X e 7 constantes, obtemos níveis de energia sejam funções de um só parâmetro extensivo X,
uma vez que JN In A' dN — N In N - N. A Eq. (11-53) seria satisfeita, sc qualquer No caso especial em que o parâmetro X é o volume V, e Y é a pressão P,
função./iT. X) fosse somada ao segundo membro da Eq. (11-54). mas como F deve
ser zero. quando /V = 0. segue-se que ff T, X) = 0. A Eq. (11-54) é unia expressão PV = NJC-Q T.
de F em termos dc A , 7 e X; consequentemente, todas as propriedades termodinâ-
micas do sistema podem ser determinadas pelos métodos da Seç. 7.2. Esta é a equação de estado para um gás ideal como foi deduzida da teoria cinética,
A entropia 5 é dada por 5 • —(&FfBT)s. \. dc modo que desde que a constante universal k . que foi introduzida apenas como uma constante B
= RIN . Como k é uma constante universal que. neste caso especial, é igual a
A B
V dTzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
/ A* No futuro aboliremos o índice B por simplicidade e escreveremos simplesmente S
-Ainíl.
Como U — F + 75. a energia interna é À primeira vista é surpreendente que obtenhamos somente a equação de estado
de um gás ideal. Entretanto, a função partição só pode ser dada pela soma sobre os
estados de uma única partícula, quando as partículas não interagem. Esta é a
V = M T=(^l_) . c v (11-56) mesma condição necessária para deduzir a equação de estado de um gás ideal a
partir da teoria cinética.
Em termos desta notação, as expressões para as propriedades termodinâmicas
A expressão para a entropia pode ser reescrita agora como de um sistema que obedece à estatística clássica e para o qual os níveis de energia
são determinados pelo parâmetro extensivoX são dadas por
S = - + Nk {\n Z - I n N + 1).
n (11-57) F = -NkT(ln Z - l n N + 1), ' (11-61)
Jd\x\Z\
A variável intensiva Y, associada à variável extensivaÀ', é dada por K - -(dFI cX) . , V = NkT
N T
\ !x (11-62)
de modo que
das, mas as expressões para F e S são vel intensiva Y, a energia potencial E„ = YX. E n t ã o , como a entalpia H é definida
como H = U + YX, e U — 0, segue-se que
F = —NkT ln 2 (11-65)
= H,
E = E zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
e
Supusemos até aqui. nesta seção, que os níveis de energia são funções ou de
—) = -JtrinZ. (H-67) uma única variávelextensiva X ou de uma única variável intensiva Y. Considere-
BN/r.v mos agora o caso mais geral de um sistema com diversas variáveis, em que os
níveis de energia são funções de mais de uma variável independente. Restringire-
O segundo membro desta equação é constante, quando 7' e V são constantes, inte- mos a discussão a sistemas, cujos níveis de energia sejam funções de duas variáveis
grando a T e )' constantes, obtemos somente, uma das quais é uma variável extensivaX enquanto a outra é uma variá-
}
+ NklnZ, (H-69)
\r A- £=rj + £p=t/-F YX, 2 Z
A entalpia Fl é igual a G + TS, e assim e, portanto, fazemos uso da função de Helmholtz generalizada F * . definida pela Eq.
(7-34) como "•
H » W2íSÍ)
M , (11-70) .. - *
F m £ - TS = U - TS + YX.
2 2
V dT A
e a Eq. (11-69) pode ser escrita O potencial químico é agora ; ;~ " r 7 * 1
TERMODINÂMICA ESTATÍSTICAzyxwvutsrqponml
— 311
TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
310 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA
de modo que também podemos escrever
e. integrando azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
T, A', e Y constantes. 2
(11-75)
f* = - N f c T ( l n Z — In N + 1), S = - + NklnZ. (11-84)
>_• *
pondo a função arbitraria d e Av „ Y
Ao, y eT m m ! aa zero,
7 iigua zeio, como anteriormente, t
P
(11-76) U= E- E P = E - YX.
2 2 . (11-85)
X l " ISA-J.v.r.r, \ Exemplos específicos das relações gerais, deduzidas nesta seção, serão discu-
ainz tidos nos próximos dois capítulos.
(11-77)
dY 2 h\x\ PROBLEMAS
11.1 Usando a mecânica quântica, mostre que os níveis de energia de um poço quadrado
O sistema tem, assim, doas equações de estado que exprimem K, e X em termos de 2
infinito unidimensional de largura L são dados também pela Eq. (11-3).
/V, T. A', e Yf
A entropia S é 11.2 (a) Faça uma tabela dos valores dos números quânticos n . n para os doze níveis de
x t
energia mais baixos de uma partícula livre em um recipiente de volume V. (b) Qual é a dege-
nerescência g de cada nível? (c) Ache a energia de cada nível em unidades de /tV(SmV ' ). (d) 2 3
_( Jl\ N / c r i — 1
c _zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
d + NJtflnZ - ln/v + 1). (11-78) Os níveis de energia são igualmente espaçados?
^ ~ \arkv,.r \" /A-,.r, :
11.3 Calcule o valor de n em que um átomo de oxigénio confinado em uma caixa cúbica de
jt
1 cm de aresta terá a mesma energia que a energia mais baixa possível a um átomo de hélio
confinado em uma caixa cúbica de 2 X 10" m de aresta.
10
11.4 Cinco partículas indistinguíveis estão distribuídas nos quatro níveis de energia igual-
mente espaçados, mostrados na Fig. 11.2, sem nenhuma restrição quanto ao número de partí-
(11-79) culas em cada estado de energia. Se a energia total é I2e (a) especifique o número de ocupa-
A energia total £ é igual a F* + TS. de modo que n
ção de cada nível para cada macroestado e (b) ache o número de microestados para cada
macroestado, dados os estados de energia representados na Fig. 11.2.
11.5 (a) Ache o número de macroestados para um conjunto de quatro partículas distribuídas
em dois níveis de energia, um dos quais sendo duas vezes degenerado, (b) Ache a probabili-
dade termodinâmica de cada macroestado, se não há restrição quanto ao número de partículas
(11-80) em cada estado de energia e as partículas são indistinguíveis, (c) distinguíveis. (d) Calcule a
e, consequentemente.
5 = ± + t\'k{\n Z - In N 4- I).
probabilidade termodinâmica dos conjuntos das partes (b) e (c).
T
11.6 No pôquer de sete cartas, são distribuídas sete carias para cada jogador. Um dos joga-
Se o sistema obedece à estatística de Maxwell-Boltzmann dores faz o melhor jogo com cinco destas cartas. As cartas são bem embaralhadas entre as
jogadas, (a) Quantos conjuntos de sete cartas diferentes podem ser formados de um baralho de
52 cartas? (b) Se há quatro jogadores, de quantos modos diferentes as cartas podem ser distri-
i =
h -/cTlnZ; buídas, se os jogadores são distinguíveis? (c) Quantos jogos de cinco cartas podem ser forma-
dos de um conjunto de sete cartas?
e. por um raciocínio semelhante.
11.7 Para o exemplo ilustrado na Fig. 11.4, ache (a) a probabilidade termodinâmica W de
(11-81)
K
F* = - N f c T l n Z cada macroestado, (b) o número total de microestados do conjunto SI, (c) o número de ocupa-
ção médio de cada nível e (d) a soma dos números de ocupação médios.
dadas pelas Eqs. (! 1-75) e (11-76). A entropia
As variáveis Y e A s ã o novamente
t 2
11.8 Faça o Problema 11.7 para um sistema de sete partículas indistinguíveis, que obedeçam
à estatística B-E e tenham uma energia total U = 6e.
11.9 (a) Faça um diagrama semelhante ao da Fig. 11.6, mas com oito níveis de energia.
s = N k T [ l ^ l l ) + NklnZ. (11-82) Mostre os macroestados possíveis do sistema, se a energia U ~ 7e para seis partículas indis-
ar /A- r tinguíveis que obedecem à estatística B-E. (b) Calcule a probabilidade termodinâmica de cad,
macroestado e (c) mostre que o número total de microestados possíveis fié 2.340. (d) Ache o
1 r :
A energia total é 11.10 (a) Suponha que, na estatística F-D, o nível j inclua três estados (1), (2) e (3), e duas
partículas a e b. Se a particular sequência de números (1), (2) e (3) for selecíonada, escreva as
possíveis sequências diferentes de letras e números, e mostre que isto concorda com a Eq.
,/dlnZ (11 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-83) (11-15). (b) Quantas sequências diferentes de números são possíveis? (c) Qual é o número
E — JV/cT total de sequências diferentes possíveis de letras e números?
\
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3 1 2 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA
ESTATÍSTICA TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA 31:
11.11 Mostre que, na estatística de Fermi-Dirac, se o nível,/ for completamente ocupado 11.23 Por um método semelhante ao da Seç. 11.9, mostre que a Eq. (11-86) do problema
com uma partícula por estado, V* = 1 e só haverá um modo de distribuir as partículas nos anterior conduz u função distribuição da Eq. (11-41).
estados de energia deste nível.
11.24 Mostre que u Eq, (11-13) para W _ , a Eq. (11-17) para W>_ e a Eq. (11-86) (Problema
a ff 0
11.12 Resolva o Problema 11.9 para seis partículas indistinguíveis, que obedecem à estatís- 11.22) para a estatística clássica podem ser todas representadas por
tica F-D. Neste caso íl = 162.
itii - Wgí -2a)--- [gj - (AQ -zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
l) ]
n
g
11.13 Resolva o Problema 11.9 para seis partículas distinguíveis, que obedecem à estatística
M-B. Neste caso,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Cl = 5, 77 X 10 . s
Nj\
11.14 Há 30 partículas distinguíveis distribuídas por três níveis de energia não degenerados, onde a tem os valores dados na Seç. 11.12.
designados por 1, 2 e 3, tais.que A/, = N = N$ = 10. Os níveis de energia são e, — 2 eV, e -
3 a
4 eV, e = 6 eV, (a) Se a mudança no número de ocupação do nível 2 for &N • - 2 , ache SA,
3 3
11.25 Complete as passagens na dedução da função distribuição de Maxwell-Boltzmann,
e ÔN , de tal modo que &E = 0. (b) Ache a probabilidade termodinâmica do macroestado antes
3
feita na Seç. 11.13.
e depois da mudança.
11.26 Deduza a função distribuição de Maxwell-Boltzmann pelo método da Seç. 11.13, mas
11.15 Seis partículas distinguíveis estão distribuídas em três níveis de energia não degenera- suponha que n partículas sejam removidas do nível r do primeiro sistema, onde n « N.
dos. O nível I tem energia nula, o nível 2 tem uma energia eeo nível 3 tem uma energia 2c. (a)
Calcule o número total de microestados para o sistema, (b) Calcule o número de microestados 11.27 (a) Construa um diagrama semelhante ao da parte (b) da Fig. 11.12, mas em que o
em que há três partículas no nível 1, duas no nível 2 e uma no nível 3. (c) Ache a energia da nível 3 seja selecionado como o nível arbitrário/-, de sorte que V = 3e. (b) Calcule o númeru
distribuição que tem o maior valor de W . (d) CalculezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o número total cie microestados, se a
de microestados disponíveis paru o segundo sistema, (c) Calcule os números médios de ocu
K
e que com exeeção do nível 3 os números de ocupação de todos os níveis são os mesmos em 11.30 (a) Deduza as Eqs. (11-65) e (11-66) para úm sistema que obedece à estatística M-B e
cada par de macroestados correspondentes, (b) Quantos macroestados possíveis há para o que os níveis de energia são determinados por um parâmetro extensivo X. (b) Mostre que as
segundo sistema? (c) Quantos microestados? (d) Calcule os números de ocupação médios puni
os níveis do segundo sistema, (e) Use a Eq, (11-35) para calcular o número de ocupação médio expressões para a energia interna V e o parâmetro intensivo Y para este sistema são dado.
do nível 3 do segundo sistema, (f) Calcule a mudança nu entropia do primeiro sistema, quando ainda pelas Eqs, (11-62) e (11-64).
uma partícula é removida do nível 3, 11.31 (a) Usando as Eqs. (11-21) e (11-86) (Problema 11.22) para a probabilidade termodiná
mica de um macroestado de um sistema de N partículas, que obedece à estatística M-B e â
11.20 Complete as passagens da dedução (a) da Eq. (11-39) e (b) da Eq. (11.40). estatística clássica, respectivamente, mostre que ÚzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
J = N!Cl . (b) Use o resultado da parte M B c
(tt) pura mostrar que as entropias dos dois sistemas estão relacionadas por S -B = S + Nk (lr\ C
11.21 (a) Construa um diagrama semelhante ao da parte (b) da Fig. 11.10, mas em que o
M B
de microestados disponíveis para o segundo sistema, (c) Calcule os números de ocupação 11.32 Mostre que para um sistema de N partículas que obedecem à estatística M-B "ou à
médios dos níveis do segundo sistema, (d) Use a Eq. (11-39) para calcular o número de ocupa- estatísticu clássica, o número médio de partículas no nível/ é dado por
ção médio do nível 3 do segundo sistema, (e) Calcule a variação na entropia do primeiro
sistema, quando uma partícula é removida do nível 3.
/d\nZ\
11.22 Mostre que a Eq. <11-I3) para V _£-, e a Eq. (11-17) para W>_ , reduzem-se a
s 0
Ni (11-87)
y r jrlu - ----- • (11-86) • 11.33 (a). Deduza uma expressão para a entaloía de um sistema, se a função partição depende
de X e 7". (b) Deduza uma expressão para a energia interna de uni sis~têmã, se" à função
. . , Y c N,\ partição depende de Y e T.
no limite em que g >> Nj. Esta é a probabilidade termodinâmica de um sistema que obedece
}
11.34 Considere um sistema de A' partículas distinguíveis distribuídas em dois níveis não
à estatística c l á s s i c a . - - - . < • ... - degenerados separados por uma energia e e em equilíbrio com um reservatório a uma tempera-
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
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314 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA — 3 1 5
turazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
T. Calcule (a) a função partição, (b) as frações NJN e NJN de partículas em cada estado, e calcular os valores de n:
(c) a energia interna V do sistema, (d) a entropia S do sistema, (e) o calor específico c, do t
"U - O
~, T exp
l
n
11.35 Considere um sistema de N partículas distinguíveis, cada uma tendo um momento
magnético p, distribuídas em dois níveis não degenerados, tendo energias iiXJ2 e — pM^l,
quando a intensidade magnética é 3€ . As partículas no nível superior têm seus momentos
0
magnéticos antiparalelos ao campo, e as no nível inferior são alinhadas com o campo. O (a) Mostre que
sistema é preparado para ter um terço de todas as partículas no nível superior e é isolado, (a)
Ache a energia e o momento magnético líquido do sistema, (b) Calcule a variação na energia e
r variação do momento magnético líquido do sistema isolado, quando a intensidade magnética
é reduzida reversivelmente para Pif /2. (c) Calcule a variação do momento magnético líquido
0 In tf.
do sistema, quando a intensidade magnética é reduzida reversivelmente para Pí? /2, mas a 0
Z = 2 cosh
(b* Deduza expressões para V, E, S, F* e M para este sistema, e esboce curvas destas pro-
1
priecades em função de T, para um valor fixo de Pf . (c) Use a Eq. (11-87) (Problema 11.32)
0
para achar como o número de partículas em cada nível varia com 5>â e T. 0
11,37 A estatística M-B e a estatística F-D podem ser desenvolvidas, calculando probabili-
dades de choques elásticos entre duas panículas. Se duas partículas que obedecem à estatís-
tica M-B têm inicialmente energias f, e f e após o choque e e e.,. então
; 3
F M - W
Analogamente, F . = r/"(€ y"(e ). Em equilíbrio F , = F . (a) Mostre que/
3 4 3 4 lm = exp[-c,/
3> 4
(kT)] resolve esta equação, (b) Use um raciocínio semelhante para deduzir a estatística F-D.
A zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Í ^ U Í , entretanto, os estados iniciais devem ser preenchidos e os estados finais devem ser
vazios. Consequentemente, o número de choques por unidade de tempo é
1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-/Ui) StlkT
#1
§3 i
11.38 - Outro modo de deduzir as funções distribuição é definir umafunção grande partição
H
<& = 2 exp kT
Z = I g ) .exp^.
Aplicações da Estaíísãca aos Gases Isto exige um conhecimento da energia €j e da degenerescência gj de cada nível.
Supomos que as moléculas não interagem, exceto no instante de uma colisão, de
modo que cada uma é essencialmente uma partícula independente e tem o mesmo
conjunto de níveis de energia que uma partícula em uma caixa. Foi mostrado ante-
riormente que os princípios da mecânica quântica conduzem ao resultado de que os
níveis de energia de uma ta! partícula são dados pela Eq. (11-4)
(12-1)
12.2 A DISTRIBUIÇÃO DE V E L O C I D A D E S M O L E C U L A R E S
E S C A L A R E S D E M A X W E L L - B O L T Z M A N N . F E I X E S D E MOLÉCULAS
a 1, 2, 3 etc.
12.4 GÁS I D E A L E M U M CAMPO G R A V I T A C I O N A L A degenerescência gj de um nível, ou seja, o número de estados de energia no
nível, pode ser facilmente calculado quando os números quânticos são pequenos,
12.5 O PRINCÍPIO D E EQUIPARTIÇÃO DA ENERGLA como no exemplo da Seç. 11.2. Em muitos casos, entretanto, os níveis de energia de
um conjunto são muito pouco espaçados em relação ao valor da mesma energia.
12.6 O OSCDLADOR LINEAR QUANTIZADO Podemos distribuir, então, os níveis de energia em grupos de largura Atj, incluindo
os níveis com energias entre e e ej + Àej. Referimo-nos a cada um destes grupos
}
12.7 C A L O R ESPECÍFICO D E U M GÁS DIATÔMICO
como um macronível. Seja % o número total de estados possíveis em todos os
z = 2 Si exp
kT
Aplicações âa Estatística aos Gases Isto exige u m conhecimento da energia €j e da d e g e n e r e s c ê n c i a g de cada nível,
}
12.1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
O GÁS I D E A L MONOATÕMICO -2/3
(12-1)
12.2 A DISTRIBUIÇÃO D E V E L O C I D A D E S M O L E C U L A R E S
E S C A L A R E S D E M A X W E L L - B O L T Z M A N N . F E I X E S D E MOLÉCULAS
a 1, 2, 3 etc.
12.4 GÁS I D E A L E M U M C A M P O G R A V I T A C I O N A L A d e g e n e r e s c ê n c i a g j de um n í v e l , ou seja, o n ú m e r o de estados de energia no
n í v e l , pode ser facilmente calculado quando os n ú m e r o s q u â n t i c o s s ã o pequenos,
12.5 O PRINCÍPIO D E EQUIPARTIÇÁO DA E N E R G L \ como no exemplo da S e ç . 11.2. E m m u i t o s casos, entretanto, os níveis de energia dc
u m c o n j u n t o s ã o muito pouco e s p a ç a d o s em r e l a ç ã o ao valor da mesma energia.
12.6 O OSCILADOR LINEAR QUANTIZADO Podemos d i s t r i b u i r , e n t ã o , os n í v e i s de energia em grupos de largura â e j , incluindo
os n í v e i s c o m energias entre € e €j + Aej. Referimo-nos a cada um destes grupos
}
12.7 C A L O R ESPECÍFICO D E U M G Á S DIATÔMICO
como um macronível. e Seja 3 o n ú m e r o total de estados p o s s í v e i s em todos os
}
n í v e i s de energia a t é a energiazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
6,, inclusive. O n ú m e r o de estados p o s s í v e i s A ^ jzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
no
veis. C o m uma boa a p r o x i m a ç ã o , esta soma é igual à á r e a sob uma c u r v a c o n t í n u a
m a c r o n í v e l é igual ao n ú m e r o de estados em todos os níveis i n c l u í d o s no m a c r o n í - que passa nas extremidades dos segmentos de reta verticais, entre os l i m i t e s O e *
v e í . I s t o é , A^j- é a d e g e n e r e s c ê n c i a do m a c r o n í v e l , mas esta d e g e n e r e s c ê n c i a é , em de modo que v ^ ,
parte, devida ao agrupamento de um grande n ú m e r o de n í v e i s , enquanto que os
n ú m e r o s g s ã o fixados pela natureza do conjunto.
s
C co
Imaginemos que os n ú m e r o s q u â n t i c o s n n „ , n. sejam l a n ç a d o s em t r ê s eixos / h v- *
»j)
X I 2 2/
O valor da integral definida pode ser achado peia Tabela 12.1 e, finalmente,
p o s s í v e l , desde que os n ú m e r o s q u â n t i c o s sejam positivos. Podemos pensar que
cada p o n t o esteja localizado no centro de uma célula c ú b i c a , cuja aresta mede uma
unidade de comprimento, e cujo volume é , e n t ã o , u n i t á r i o .
O n ú m e r o q u â n t i c o nj corresponde a um vetor no e s p a ç o n da origem a qual- (12-6)
quer p o n t o , desde que/i* = n + n\. E m u m sistema de volume dado, a energia
x
% de estados p o s s í v e i s em todos os níveis a t é a energia % inclusive, é igual ao A função de H e í m h o l t z F é dada pela E q . (11-63) c o m o '
v o l u m e oitante de uma esfera de raio n . isto é, ò
F m -NkTQnZ - I n JV + 1),
1 4 •> n n
mento d é retà v e r t i c a l ' d è c ò " m p n m e n t ó / f a ) ' j " c b m o na' Fig. (12.2). Cada p r o d u t o / í / i ] ) "
; segue-se que
án corresponde, e n t ã o , à á r e a de um r e t â n g u l o como o que e s t á sombreado na Fig.
}
320zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
APLICAÇÕES DA ESTATÍSTICA AOS GASES — 321
A entropia é
Tabela 12,1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f(n) = [ j c V * Í/X. 0 1
2 i/E 3
1 [_2 N/i 3
2a 3
s = c l n T - f R In V + R
u (12-15)
Nh* 2.
Se n é par, a V * ' (fc « 2/(w).
0
Consequentemente, Nos capítulos dedicados à teoria c i n é t i c a dos gases foram obtidos diversos resulta-
dos envolvendo a velocidade m é d i a quadrática das m o l é c u l a s , mas na o c a s i ã o n ã o
pudemos dizer como as velocidades escalares se distribuíam em torno destes valo-
P *= res m é d i o s . (Usamos o termo "velocidade escalar" para designar a magnitude da
(12-10)
velocidade, e quando n ã o há possibilidade de c o n f u s ã o usamos simplesmente o
termo "velocidade" com este significado.) Os m é t o d o s da estatística, entretanto,
que é justamente a e q u a ç ã o de estado de um g á s ideal, como foi deduzida da teoria conduzem diretamente à e x p r e s s ã o dos n ú m e r o s de o c u p a ç ã o dos n í v e i s de energia
cinética. e, portanto, à distribuição de velocidades escalares. U m a e x p r e s s ã o para a distri-
A energia interna V é buição foi primeiramente desenvolvida por Maxwell, antes do desenvolvimento dos
m é t o d o s e s t a t í s t i c o s , e posteriormente por Boltzmann, e é conhecida como a distri-
buição de Maxwell-BoUzmann. ••• •
V = NkT* (12-11) Como na s e ç ã o precedente, expressamos a distribuição e m termos do número
dT h l 2 de o c u p a ç ã o m é d i o de um m a c r o n í v e l , incluindo u m intervalo de energia entre e, e
«j 4- A«j. Seja ^ o n ú m e r o total de m o l é c u l a s com energias a t é a energia e,, inclu-
sive. O número m é d i o de m o l é c u l a s incluídas no m a c r o n í v e l , ou o n ú m e r o de ocu-
o que concorda com os resultados da teoria cinética para um gás monoatômico, que pação médio do m a c r o n í v e l , é e n t ã o ÒJÍ A s grandezas àJf e à% correspondem,
it s
3 3
(\BT/y
- ) = -2 Nk m - iiR,
2
(12-12) (12-16)
322zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
£ — — - o
m
Sm 2
A ^ = W K u 2 / U ( 1 2 _ 1 7 )
neste gráfico pela área de u m a estreita faixa vertical, como a faixa sombreada mos-
trada, uma vez que a altura da faixa é ÒJfJAv e sua largura é A u . ( N o t e cuidadosa-
/ r
/ à*K
mente que a ordenada da f u n ç ã o d i s t r i b u i ç ã o de velocidades escalares n ã o repre- / áv
senta àJi .) A função d i s t r i b u i ç ã o é zero, quando u = 0, uma vez que r = 0 e o
y i
v
termo exponencial é igual a 1. Isto significa que nenhuma m o l é c u l a (ou muito pou-
cas) e s t ã o em repouso. A f u n ç ã o cresce a t é um m á x i m o e, e n t ã o , decresce, porque —II—
o termo exponencial decresce mais rapidamente do que u cresce. 2
Se o e s p a ç o de velocidades for subdividido em camadas esféricas de igual es- Fig. Í2.A Gráfico da função distribuição de velocidades escalares de Maxwell-Boitzrm
pessura, a velocidade u , em que a função d i s t r i b u i ç ã o é m á x i m a , é o raio da ca-
r n
mada e s f é r i c a que inclui o maior n ú m e r o de pontos representativos. A velocidade Fica como e x e r c í c i o mostrar que
v ê chamada velocidade mais provável.
m Para achar seu valor, tomamos a primeira
derivada da f u n ç ã o d i s t r i b u i ç ã o em r e l a ç ã o a u e igualamos a zero. Desprezando os
termos constantes na E q . (12-18), este procedimento fornece: (12-J9)
• AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
JV, 4N
v exp
AU ^771 m(12-20)
324 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA ESTATÍSTICA AOS GASES — 325
escalares se torna menor. As á r e a s sob as t r ê s curvas s ã o iguais, uma vez que a uma camada e s f é r i c a no e s p a ç o de velocidades, de " v o l u m e " 47ru AU, entre v e v 2
á r e a corresponde ao n ú m e r o total de m o l é c u l a s . + Au. O n ú m e r o de pontos representativos por unidade de " v o l u m e " dentro da
C o m o foi explicado na S e ç . 9.3, a m é d i a a r i t m é t i c a das velocidades é camada, ou a
v — t> exp I — )
3 dv.
Fig. 12.6 Velocidade escalar mais provável ( O . velocidade escalar média (í) e velocidade média quadrá-
2 /8 kT tica {v ).
m
v = — v =s m J . (12-21)
V ir V tt m
"densidade" no e s p a ç o de velocidade, é
A velocidade m é d i a q u a d r á t i c a é
p ^ ^ J > U ( z £ \ ( 1 2 _ 2 3 )
47TÍJ AU
2 \y/irvj \i /
A grandeza p é d e n o m i n a d a função
v distribuição de velocidades de M a x w e l l -
Boltzmann. Ela t e m v a l o r m á x i m o na o r i g e m , onde v =0, e decresce exponencial-
A integral definida é igual a :JV^1 y», de modo que mente com v , como e s t á mostrado na F i g . 12.7.
2
325 — TERMODINÂMICA. TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA ESTATÍSTICA AOS GASES — 327
nuamente. O v o l u m e da camada mais interior (que realmente é uma pequena esfera c o m e x p r e s s õ e s semelhantes para v e v . Estas s ã o as f u n ç õ e s d i s t r i b u i ç ã o de x x
de raio Au) é essencialmente zero, de modo que, embora a densidade seja m á x i m a M a x w e l í - B o l t z m a n n para uma componente da velocidade, e que e s t á representada
para esta camada, o n ú m e r o de pontos em seu interior é praticamente zero porque na F i g . 12.8 para a c o m p o n e n t e * . N a F i g . 12.8, a fatia que c o n t é m o m a i o r n ú m e r o
seu volume é muito pequeno. E m outras palavras, praticamente nenhuma m o l é c u l a de pontos representativos é , p o r t a n t o , aquela e m que v = 0, e a c o m p o n e n t e de x
A ^ j no m a c r o n í v e l , / . E m outras palavras, a f u n ç ã o d i s t r i b u i ç ã o c l á s s i c a é a p l i c á v e l ,
desde que « 1 . D e acordo c o m a E q . (12-16), a e x p r e s s ã o geral para
A . V j / A ^ j neste caso é
sim, Fig. 12.8 Função distribuição de velocidades de Maxwell-Boitzmann para uma só componente da veloci-
dade.
= P v t\v àv à.v
x v z
•-o* + K + - — - -exp ^ —
= n ( - J — )exp Au- A u Au.,
v
por u m a integral, temos Tomemos, como exemplo, gás hélio em condições normais. Em uma distribuição de
velocidades de Maxwell-Boltzmann, as energias e são agrupadas em torno do valor }
médio 3W/2. Então, tJ(kT) é da ordem da unidade como também exp [—tJ(kT)] O t
c^4 x I O " ,
mente,
6
" A ^
(12-24)
Au, * J . C a i ! F . Gauss, matemático alemão (1777-1855).
que é certamente muito menor do que um. (Somente cerca de quatro estados em um
milhão são ocupados!) Entretanto, quando a temperatura é diminuída, o valor dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AJfJà%
aumenta, e desde que o gás possa ser resfriado a temperaturas muito baixas sem se
condensar, a estatística clássica pode deixar de ser aplicável. Inversamente, a condensa-
ção pode muito bem ser ajustada para quando a estatística clássica deixar de ser aplicáve'
e isto refletirá a natureza quanto-mecâruca do hélio líquido.
Forno Anteparos
12.3 V E R I F I C A Ç Ã O E X P E R I M E N T A L DA DISTRIBUIÇÃO D E
VELOCIDADES ESCALARES DE MAXWELL-BOLTZMANN.
Fig. 12.9 Produção de um feixe de partículas neutras.
F E I X E S D E MOLÉCULAS
Fig. 12.10 Aparelho usado por Zartman e Ko para estudar a distribuição de velocidades.
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
á t o m o s de tálio c o n c o r d a v a c o m a d i s t r i b u i ç ã o de velocidades de M a x w e l l -
batem no fio de t u n g s t é n i o , tomam-se ionizados, reevaporam e s ã o coletados por
Boltzmann dentro de \ para 0,2 < x < 1,8, onde .v - v/v . Esta c o n c o r d â n c i a
u m cilindro negativamente carregado, que circunda o f i o , mas que n ã o e s t á mos-
m
pode ser vista na Fig. 12.12, onde os pontos s ã o dados para duas e x p e r i ê n c i a s
trado no diagrama. A corrente de íons para o cilindro coletor d á , e n t ã o , diretamenie
diferentes, e a linha c o n t í n u a é a c u r v a t e ó r i c a calculada da d i s t r i b u i ç ã o de veloci-
o n ú m e r o de á t o m o s de c é s i o que se chocam com o fio por segundo.
dades escalares de M a x w e l l - B o l t z m a n n .
N a a u s ê n c i a de um campo gravitacional, s ó os á t o m o s que emergissem em uma
d i r e ç ã o horizontal passariam pela f e n d a F e bateriam todos no coletor na p o s i ç ã o / ? ,
independentemente de suas velocidades. Realmente, a trajetória de cada á t o m o é 12.4 GÁS IDEAL E M U M CAMPO GRAVITACIONAL
uma p a r á b o l a , - . c u m á t o m o - q u e emergir.da fenda O . e m uma d i r e ç ã o horizontal,.
como e s t á indicado pela linha pontilhada e tracejada (com a escala vertical multo Nas s e ç õ è s precedentes, C ò n s í d è r õ u - s ç q ú í t uma m o l é c u l a "de gás"só~têm""eh~é~rgia ;
exagerada), n ã o passaria pela fenda F. A linha tracejada e a linha pontilhada repre- c i n é t i c a , isto é , qualquer energia potencial gravitacional da m o l é c u l a f o i ignorada.
sentam as t r a j e t ó r i a s de dois á t o m o s que podem passar pela f e n d a / , a velocidade _
7
Agora, levemos em c o n s i d e r a ç ã o esta energia potencial, de modo que o g á s serve
ao longo da t r a j e t ó r i a tracejada sendo maior do que ao longo da trajetória p o n l i - . como exemplo de um sistema com diversas v a r i á v e i s .
332zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA ESTATÍSTICA AOS GASES — 333
í
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ii :. ;
A S?.
L
(12-29)
l 9
Para qualquer estado de energia c i n é t i c a , uma m o l é c u l a pode ter qualquer um
dos estados possíveis de energia p o t e n c i a l . O n ú m e r o total de estados p o s s í v e i s à%l
Fig. 12.13 Um gás ideal cm um cilindro em um campo gravitacional. no intervalo de energias é, portanto, o p r o d u t o de A3? por A^? : R M
A 5? = AS?,ÀSV
Tomemos como sistema um g á s ideal em um cilindro vertical de s e ç ã o reta A ,
como na F i g . 12.13. A base inferior do cilindro é fixa e a base superior é provida de A função partição Z é
u m ê m b o l o m ó v e l . Se o ê m b o l o está a u m a altura L acima do fundo do cilindro, o
v o l u m e V ocupado pelo g á s é V — AL. A origem das coordenadas espaciais e s t á no
fundo do cilindro, e o eixo y é vertical c o m sentido positivo para cima. O sistema
e s t á em um campo gravitacional uniforme de intensidade g, dirigido verticalmente
'*r)
para b a i x o , mas o valor de g pode ser mudado, por exemplo, levando o sistema f—mgy\
para o u t r o lugar onde g tenha u m valor diferente. S u p õ e - s e que a temperatura T Ià<Z v exp (=2!*] lA^ exp
(12-30)
seja uniforme.
O g á s é, p o r t a n t o , um sistema c o m diversas v a r i á v e i s , descrito pelas t r ê s va-
\ 1, \ /,
E = U + E in
e, da E q . (7-31),
A primeira soma na E q . (12-30) deve ser avaliada sobre todos os valores de v desde
0 a t é °°, e a segunda sobre todos os valores de y de 0 a L . Quando as e x p r e s s õ e s de
TdS = dE + y, dXj - X 2 dY .
t
A S e A^JJ s ã o inseridas, e as somas s u b s t i t u í d a s p o r integrais, encontramos
TF
f. E n t ã o , (12-31)
T dS = dE + I I dL - T dg. (12-27)
(12-32)
mgl
A g o r a , usemos os m é t o d o s de estatística para achar as grandezas Tl e T. O primeiro
passo é determinar a f u n ç ã o p a r t i ç ã o 2 .
U m a m o l é c u l a , cuja coordenada vertical é y , tem uma energia potencial gravi- Consequentemente
tacional mgy, a l é m de sua energia c i n é t i c a mv [2, e sua energia tota! € é
2
ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
F* é uma função de N,T, g e I . A entropia pode ser calculada de
Se .V for constante
Bg JT.L V
\ Bg
h.i.h
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Nm°
O volume de uma s e ç ã o reta fina é A A } ' , de modo que o n ú m e r o de m o l é c u l a s por
n = TUI , (12-34)
unidade de volume a uma a l t u r a y é
exp (mgLjkT) — 1
V-UtZ S = É . (12-35)
n„ =
g exp(mgLíkT) - 1
A Ay
As>im. o sistema tem duas e q u a ç õ e s de estado, uma expressando FI em f u n ç ã o de
T, L e g. e a outra expressando T em f u n ç ã o destas v a r i á v e i s . Da lei dos gases ideais, a p r e s s ã o P y a esta altura é
O significado físico de T pode ser visto como se segue. A energia potencia!
gravitacional E é v P y - nykT.
Nmg 1
NtnzL
Ep = gV = NkT - . (12-36) A 1 — exp {—mgL/kT)
txp(mgL/kT) - 1
A pressão P v pode ser escrita em uma f o r m a mais compacta como
A energia total E é
P v = = P 0 e x p ( - ^ ) , (12-39)
/ a ln Z\ NmgL
E = NkT~{ = - NkT ~ , (12-37)
\r / £., 2 cxp(mgLkT) - 1
e a p r e s s ã o decresce exponencialmente c o m a altura. A E q . (12-39) é conhecida
como a equação barométrica ou alei das atmosferas. E l a pode ser t a m b é m dedu-
e como U - E - £ , „ segue-se que
zida dos p r i n c í p i o s da h i d r o s t á t i c a e da e q u a ç ã o de estado de um g á s ideal.
N o topo do recipiente, y «• L c
U = - NkT.
2 . ... ymg....... J A .^_L,_ . _ n
L ~ A txpQngL/kT) - 1 X*
Portanto, a energia interna é a mesma que na a u s ê n c i a de um campo gravitacional e Portanto, ' •
só depende da temperatura. . H = P A, L (12-40)
e o produto 11 dL é o trabalho quando o gás se expande. E(z) - 6(z) dJ' z m A €(z) exp
kT. tf*.
E m 1909, Perrin* usou a E q . (12-39) em uma das primeiras d e t e r m i n a ç õ e s pre-
cisas do número de Avogadro N . Ao invés de moléculas de g á s , ele usou partícu-
A
las de tamanho microscópico suspensas em um líquido de densidade ligeiramente A energia média è(z) de uma partícula é
menor, reduzindo assim o valor efetivo de O número de partículas em diferen-
tes níveis foi contado com um microscópio. E(z)
Se áA\ áJf* são os números médios a alturas y, e y , e n t ã o 2
Agora, se a energia e(a) for uma função quadrática de 2 , isto é , se tiver a forma
exp (12-41)
kT e(z) = az-, onde a é uma constante, e se os limites de z forem de 0 a « ou de —« a
+0=, e n t ã o , como vemos da Tabela 12.1,
Todas as grandezas nesta equação podem ser medidas experimentalmente, com ex-
c e ç ã o da constante de Boltzmann k, de modo que a equação pode ser resolvida para
az 2 exp ( — az"lkT) dz .
k. E n t ã o , N pode ser encontrado, uma vez que a constante universal dos gases / ? ,
A
que o valor de N está entre 6,5 x 10 e 7,2 x 10-", e o melhor valor experimental
A
J e x p ( - a z 7 ^ ) d:
0
12,5 O PRINCÍPIO D E EQUIPARTIÇÃO DA E N E R G I A Isto é, para cada grau de liberdade para o qual as c o n d i ç õ e s acima são preenchidas,
a energia média por partícula, em um conjunto em equilíbrio a uma temperatura 7\
Lembremos que o princípio de equipartição da energia foi introduzido na S e ç . 9.6 kT/2. Este é o enunciado geral do princípio de equipartição da energia.
meramente como uma inferência que deve ser tirada de alguns resultados da teoria As c o n d i ç õ e s acima são preenchidas para as componentes da velocidade trans-
cinética de um gás ideal. Mostremos agora como este princípio se segue da função lacional v , v e v , uma vez que a energia associada a cada uma delas é
r u t
distribuição M-B ou clássica, e quais são as suas limitações. mt^/2 ou mijil, e o domínio de cada uma vai dc — « a + « , O deslocamento x de
A energia de uma partícula é, em geral, uma função de diversos parâmetros um oscilador harmónico também preenche as c o n d i ç õ e s , uma vez que a energia
diferentes. Estes podem s e r á s componentes da velocidade, a altura a que se encon- potencial associada & x é Kx' }!, sendo K a constante de força.
1
tram as partículas em um campo gravitacional, o ângulo que um dipolo molecular As c o n d i ç õ e s não s ã o preenchidas para a coordenada vertical y de um g á s c m
faz com um campo elétrico, e assim por diante. Cada um destes parâmetros é de- um campo gravitacional, onde a energia potencial é rngy; a energia potencial gravi-
nominado um grau de liberdade. Seja z qualquer um destes parâmetros e e(z) a tacional média não é AT/2. As c o n d i ç õ e s t a m b é m não s ã o preenchidas para a ener-
energia associada a este parâmetro. Se a energia pode ser expressa como função gia associada à rotação molecular, à vibração e à e x c i t a ç ã o e l e t r ô n i c a , por causa do
contínua do parâmetro, como na s e ç ã o precedente, a função distribuição M-B e a caráter quantizado destas energias, que s ó podem assumir certos valores discretos e
c l á s s i c a conduzem ao resultado de que o n ú m e r o m é d i o de partícula dentro de um não podem ser expressas como uma função contínua de alguma coordenada. A
intervalo Az do parâmetro é dado por uma e x p r e s s ã o da forma energia associada a elas não é uma simples função linear da temperatura.
á.V M = A exp
12.6 O OSCILADOR LINEAR QUANTIZADO
onde A é uma constante independente de z. Como exemplos, veja a E q . (12-24) para Consideremos a seguir um conjunto de N osciladores lineares i d ê n t i c o s , supostos
o caso em que z representa uma das componentes retangulares da velocidade, ou a distinguíveis, de modo que possamos usar a estatística de Maxwell-Boltzmann. A s
E q . (12-38) em que z representa a coordenada vertical y . propriedades de tal conjunto formam a base da teoria do calor e s p e c í f i c o de gases
Quando n soma é substituída por uma integral, o número total de partículas, N t
poliatómicos e de s ó l i d o s .
é dado por U m oscilador linear é uma partícula vinculada a se mover ao longo de uma reta
e sob a a ç ã o de uma força restauradora F « -Kx, proporcional ao seu desloca-
mento* a partir de algum ponto fixo e de sentido oposto. A e q u a ç ã o do movimento
da partícula é . . . . . _
338zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA ArLICíAUUtb UM taiAlioiroM A U OUMOCO — ooa
onde/H é a massa da p a r t í c u l a . Se deslocada de sua p o s i ç ã o de e q u i l í b r i o e abando- A soma na e q u a ç ã o precedente tem a forma da série g e o m é t r i c a infinita
nada, a partícula o s c i l a r á c o m m o v i m e n t o h a r m ó n i c o simples de f r e q u ê n c i a v , dada
por 1 4- p + P* + • • • ,
v = -Ly/fClm. que é igual a 1/(1 - p), como pode ser prontamente verificado, expandindo o pro-
2-rr duto (1 - p) x (1 + p + p- + . . . ) . Consequentemente,
A f r e q u ê n c i a depende somente de K e m, e é independente da amplitude j e . m
\
1 - exp(-fcv/fcT) * - (12-44)
« = zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A temperatura em que kT = hv é chamada temperatura c a r a c t e r í s t i c a d o c o n -
j u n t o , e é representada por 8. Assim,
Assim, a energia total é proporcional ao quadrado da amplitude x . rn
onde n = 0 , 1 , 2
} e h é a constante de Planck. U m resultado inesperado é que o O valor da função p a r t i ç ã o a qualquer temperatura depende, p o r t a n t o , para u m
dado conjunto, da r a z ã o entre a temperatura T do sistema e a temperatura caracte-
oscilador nunca pode estar em u m estado de energia nula, mas no nível mais baixo a
rística 9, que assim fornece uma temperatura de r e f e r ê n c i a para o c o n j u n t o . Q u a n t o
e n e r g i i é hvj2, no nível seguinte é Vivj2, e assim por diante. Os n í v e i s s ã o n ã o
maior a f r e q u ê n c i a natural v dos osciladores, mais alta a temperatura c a r a c t e r í s t i c a .
degenerados; só h á um estado de energia em cada nível e gj — 1 em cada nível.
A s s i m , se a f r e q u ê n c i a natural for da ordem das f r e q u ê n c i a s na r e g i ã o i n f r a v e r m e -
A c o n d i ç ã o q u â n t i c a de que a energia s ó pode ter algum dos valores [(ri) +
lha do espectro e l e t r o m a g n é t i c o , digamos I O H z , * e n t ã o
13
\}2)hv] é equivalente à c o n d i ç ã o de que a amplitude s ó pode assumir algum valor do
conjunto tal que
— ~ 500 K
*1- + i) 1,38 x I O - 2 3 JK'
z " ? e x p ( í x ) , " ? e x p [ - ( , , , + 2 ) ê . -
Para avaliar a soma, seja z = hv}(kT) por simplicidade. Escrevendo os primeiros
termos, temos
kT
Z^íexp ' + exp (- yj -f'exp y)
340zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES 0A ESTATÍSTICA AOS GASES — 341
Os primeiros quatro níveis ficam, então, còm somente 86% dos osciladores, os restantes
Substituindo o v a l o r de Z da E q . (12-46) e o valor dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
6 da E q . (12-45),
sendo distribuídos entre os níveis de energias mais altos.
Os comprimentos das linhas verticais, na Fig. 12.14, representam os números fra-
cionários de ocupação médios às temperaturas T = Q/l, T = 6 e T = 28.
1 - e x p zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
( y) « p ( - n , £ ) . ( ~ ) 1 2 4 7
Ei m 0,632 exp ( - / j j ) .
N
dU
Assim, pura os quatro níveis de energia mais baixos, nos quais n = 0, 1, 2, e 3, temos
}
dT
exp (d/T)
N
= 0,632 §
N
- 0,232,
N
= 0,085, ~
N
3 - 0,032.
Cerca de 63% dos osciladores estão no nível mais baixo, cerca de 23% no nível seguinte,
- [exp W D - 1] ;
(12-49)
etc. Juntos, os quatro níveis mais baixos ficam com cerca de 98% dos osciladores. A s curvas na Fig. 12.15 s ã o gráficos da energia interna U e da capacidade t é r m i c a
C f (ambas divididas por Nk) em f u n ç ã o de T/6. A ordenada da última é p r o p o r c i o -
Fica para o leitor mostrar que, quando T = 0/2,
nal à inclinação da primeira.
Quando a temperatura se aproxima de 0 K , quase todos os osciladores e s t ã o
% T0,865, fi- ,7.
W f 0,016, ~ m 0,002. nos seus n í v e i s de energia mais baixos c o m energia hv/2, e ' a energia total V
aproxima-se da energia do ponto zero Nhv/2, ou Vi(Nk) —*• 0,5. A energia interna
A esta temperatura, cerca de 87% dos osciladores estão no nível mais baixo, cerca de muda muito pouco c o m a v a r i a ç ã o da temperatura, e o calor e s p e c í f i c o aproxima-se
12% no nível seguinte, e t c , e quase todas as partículas estão nos primeiros quatro níveis. de zero. A entropia de um conjunto de osciladores lineares t a m b é m se aproxima de
A uma temperaturazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
T ~ 2 0, zero, quando T aproxima-se de zero.
Quando T > > 6, 6/T >> I , exp (d/T) - 1 = Q/T, o termo 1/2 é d e s p r e z í v e l e m
No c o m p a r a ç ã o com T/Q, e U aproxima-se de NkT. A energia m é d i a por p a r t í c u l a ,
El
N N N N
0 1 2 3 0 12 3 0 12-3
T= 211
Fig* 12.14 A dependência do número fracionário de ocupação médio para comtf/7"dos quairo primeiros'
Fig. 12.15 A energia interna e a capacidade térmica de um conjunto de osciladores lineares.
níveis de um oscilador linear. . • '- . Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
342zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
U',N'. aproxima-se de kT, que é o valor previsto pela equipartição para um oscilador
com dois graus de liberdade (sua p o s i ç ã o e sua velocidade). A energia interna cerca de 86 K , é o relativo ao h i d r o g é n i o , H , uma vez que o seu momento de
2
cada forma de energia pode ser associada uma temperatura característica, 9 para rol .mesmas moléculas. Estas são todas muito mais altas que as temperaturas caracte-
rotação, e 9 para v i b r a ç ã o , como para um oscilador harmónico. A e x t e n s ã o com
rib rísticas para rotação, o que significa que, à temperatura ambiente, "onde T « 8 vlbl
que os níveis de energia rotacionais e vibracionais s ã o ocupados é determinada pela praticamente todas as moléculas estão em seu mais baixo nível de energia, e o calor
razão entre a temperatura real T e a temperatura>característica correspondente. Isto específico para vibração é praticamente zero. Somente a temperaturas muito mais
é, as energias internas de rotação e vibração, e os correspondentes calores específi- altas, os níveis de energia mais altos c o m e ç a m a ser ocupados. ..
cos c r o l e c . s ã o f u n ç õ e s das razões T/9 , e T/0^. N ã o daremos a forma precisa
rfft ro Assim, à temperatura ambiente, o calor e s p e c í f i c o d a maioria das m o l é c u l a s
desta dependência, mas simplesmente afirmaremos que os gráficos dos calores es- diatômicas tem uma contribuição de 3R/2 para translação, mais R para r o t a ç ã o ,
p e c í f i c o s Crot e Cpíò t ê m a mesma forma geral do gráfico de c para um oscilador
v
perfazendo um total de 5R/2 como é realmente observado.
h a r m ó n i c o , mostrado na F i g . 12.15. A temperaturas muito baixas, ambos os calores A Fig. 12.16 é um gráfico de valores experimentais de cjR para o hidrogénio,
e s p e c í f i c o s aproximam-se de zero; a temperaturas muito altas, comparadas com as lançados em função da temperatura. (O hidrogénio é o único g á s d i a t ô m i c o que
temperaturas características, ambos aproximam-se do valor clássico Nk. Assim, a permanece gasoso a baixas temperaturas, da ordem de 25 K . ) A temperaturas muito
temperaturas suficientemente altas, os calores específicos molares correspondentes baixas, cJR é igual a 3/2, o valor para um g á s monoatômico. Quando a temperatura
aproximam-se do valor c l á s s i c o R, como para uma partícula com dois graus de aumenta, c aumenta e em um intervalo c o n s i d e r á v e l nas proximidades da tempera-
v
liberdade. ~ " — ' — *— — * • • • ..,_ .„ . ; ;J tura ambiente cjR é cerca de 5/2, que (de acordo com a equipartição) é o valor se
são. adicionados, aos graus d e . l i b e r d a d e . d e - t r a n s l a ç ã o , - d o i s graus-de-liberdade de
O que constitui uma temperatura "suficientemente" alta? Isto depende das
rotação ou de vibração, mas n ã o ambos. Somente a temperaturas muito altas cjR
temperaturas características Ô e 9^. A Tabela 12.2 c o n t é m alguns valores de 6 .
rot rQt
aproxima-se de //2, o valor predito pela equipartição. ,
Esta temperatura é inversamente proporcional ao momento de inércia da molécula:
quanto maior o momento de inércia, tanto menor o valor de 6 . O valor mais alto, rol Agora podemos entender de um modo.geral as característica deste gráfico. A s
temperaturas características para rotação e vibração para o hidrogénio s ã o $ = r o t
12.3 Use a função partição do problema anterior para deduzir a capacidade térmica e a
entropia de um gás bidimensional monoatômico.
seguintes elementos do espaço de velocidades: (a) a fatia plana de espessura Av , (b) o parale- v
lepípedo retangular comum a duas fatias planas, (c) o elemento de volume Av At? Av , (d) a x u 2
12.5 (a) Qual é a •'distância'" t> na Fig. 12.3 de uma fatia plana perpendicular ao eixo v se.a
v tíl
fatia contém a metade do número de partículas de uma fatia paralela a ela e de mesma espes-
sura localizada na origem. Expresse sua resposta em termos de v . (b) A que "distância ' m 1
origem?
12.6 Ache a fraçào das moléculas de um gás que tem (a) velocidade com componentex entre
v,„ e 1,01 u , (b) velocidade escalar entre v e 1,01 v (c) velocidades com componentes .r, y e
m m mi
2 entre v e 1,01 o .
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Fig. 12.16 Valores experimentais de c,JR para o hidrogénio cm função da temperatura lançados em uma
m m
escala logarítmica.
12.7 Mostre que v = m \/2k'fjm.
12.8 (a) Calcule a velocidade escalar mais provável, a velocidade escalar média e a veloci-
85.5 K e 0 , = 6140 K , Abaixo de cerca de 50 K , a temperatura T é muito menor dade média quadrática de uma molécula de oxigénio a 300 K . (b) Calcule a velocidade escalar
mais provável de uma molécula de oxigénio nas seguintes temperaturas:zyxwvutsrqponmlkjihgfed
100 K, 1.000 K e
ril
N o intervalo, .çjue v a i de cerca de 50 K a t é cerca de 250 K , a > t e m p è r a t u r a T é- ções, e é o quadrado do desvio médio padrão da velocidade a partir da velocidade média.
da o r d e m de grandeza de $,.,„, e os estados rotacionais de energias'mais altas come-,
12.10 Mostre que a média do inverso da velocidade escalar (I/y) é dada por 2/VTTzyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
V,„ =
ç a m a ser o c u p a d o * . ' A c i m a de cerca de 250 K , as m o l é c u l a s ' s e comportam como
y/ShlUrFf).
rotores c l á s s i c o s e c o n t r i b u e m com R para o calor específico que,, neste intervalo é
igua! a 5RI2. A partir de cerca de 500 K , algumas m o l é c u l a s mudam para estados de 12.11 (a) Expresse a Eq. (12-18) em termos da energia cinética e ( = mi> /2) das moléculas, (b) 2
energia de v i b r a ç ã o mais altas e c,. aproxima-se do valor clássico limite JR/2. Ache a energia mais provável e a energia média das moléculas que têm uma distribuição de
Muitas c a r a c t e r í s t i c a s importantes da teoria geral foram ignoradas no trata- velocidades escalares dada pela Eq. (12.18), e compare os resultados com mvlJl e mu {2, 2
respectivamente.
m e n t o (relativamente) simples dado.aqui ao problema. Algumas destas c a r a c t e r í s t i -
cas s ã o : (a) a d i f e r e n ç a entre o comportamento de m o l é c u l a s como H * , cujos áto- 12.12 Mostre que o número de moléculas com componente x da velocidade positiva menor
mos s ã o iguais, e m o l é c u l a s como N O . compostas de á t o m o s diferentes; (b) a dege-
que algum valor arbitrário v é Jf ^x - — fer (.r), onde x = v/v e fer {x) é a função erro
n e r e s c ê n c i a dos n í v e i s de energia rotacional como resultado d á q u a n t i z a ç â o espa-
0 m
definida como 2
c i a l ; (c) a energia associdada à e x c i t a ç ã o e l e t r ô n i c a a temperaturas altas; {d) o aco-
plamento de estados de r o t a ç ã o e de v i b r a ç ã o ; (e) o fato de que as v i b r a ç õ e s n ã o 2 [•
s ã o exatamente h a r m ó n i c a s simples. Entretanto; a teoria exata está aparentemente fer (*) = — dx.
estabelecida d e ' m o d o t ã o firme, que os calores e s p e c í f i c o s dos gases podem ser
calculados de forma t e ó r i c a mais acuradamente a partir de medidas ó t i c a s do que (b) Mostre que o número de moléculas com componente x da velocidade positiva e maior que
medidos experimentalmente pela t é c n i c a da calorimetria. N
o valor v é Jf*-* = — [1 - fer (x)}. Calcule a fração de moléculas com componente x da
PROBLEMAS velocidade entre (c) 0 e t; ,, (d) v e « , (e) 0 e «s, (f) - t ) e +v , O valor de fer (I) = 0,8427. (g)
n m m m
- — V TT —
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
x, (f) Ilustre sua resposta graficamente em termos da função distribuição de velocidades nêutrons.
escalares.
12.14 Mostre que a v m para partículas saindo de um pequeno furo em uma fornalha é dada 12.22 Deduza a Eq. (12-27) da Eq. (7-31), supondo E„ = Fg, Y = TI eA', = L . x
por \/4kT!m,
12.23 (a) Obtenha as expressões d e Z , e 2 „ , dadas nas Eqs. (12-31) e (12-32). (b) Obtenha as
•2.15 Mostre que o número de moléculas que colidem com uma superfície por unidade de expressões de I I e T dadas nas Eqs. (12-34) e (12-35).
área e por unidade de tempo, com componentes de velocidade normais à superfície maiores
que um valor arbitrário v ~xv é [nv„, exp (-.r )]/(2 V^ )-
mt 2 1 12.24 Para um gás em um cilindro em um campo gravitacional, discutido na Seç. 12.4, mos-
tre que, quando g ~* 0, o número de moléculas por unidade de volume aproxima-se de um
12 16 O forno na Fig. 12.10 contém bismuto a uma temperatura de 830 K , o tambor tem [0 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
valor constante NjV e, portanto, é o mesmo em todas as alturas. Em outra palavras na
cni de diâmetro e gira a 6000 rpm. Ache a distância entre os pontos de impacto das moléculas ausência de um campo gravitacional, as moléculas de um gás distribuem-se uniformemente
Bi e Bio sobre a placa G. Suponha que todos as moléculas de cada tipo escapem do forno com através do volume de um recipiente.
a velocidade média quadrática apropriada ao seu tipo.
12.25 Mostre que a força líquida para baixo, exercida sobre o recipiente por um g á s , na S e ç .
12.17 U m bulbo esférico de 10 cm de raio é mantido a uma temperatura de 27°C, exceto em 12.4, é igual ao peso do gás contido no recipiente.
uma área de um centímetro quadrado, que é mantida à temperatura muito baixa. O bulbo
ccntém vapor d'água originalmente a uma pressão de 10 Torr. Supondo que cada molécula de
água. que bate contra a área fria, condense-se e se fixe à superfície, quanto tempo é necessá- 12.26 Se o peso da atmosfera é muito grande, mostre que (a) n = 0, (b) V ~ NkT/p (c) E
= /2 NkT, (d) dS = Nk [(5/2) (dT/T) - (dg/g)], e (e) estados a entropia constante são relacio-
rio para que a pressão decresça para IO" Torr?
!
temperatura, a pressão de vapor do mercúrio é 0,28 Torr. (a) Calcule a velocidade escalar
n . dia D das moléculas de vapor de mercúrio no pequeno vaso. (b) Calcule a razão de saída de
; 12.28 Quando um gás é girado em'uma centrifugadora, suas moléculas podem ser considera-
rnírcúrio através do furo, em miligramas por hora. (c) Quanto tempo é necessário para que I das sob a ação de uma força radial para fora de módulo miu r. Mostre que a densidade do gás
2
micrograma de mercúrio seja depositado em uma área de um centímetro quadrado da supcrfí- em função de r varia com exp [mo} r !(2kT)].
2 2
z\t inferna do bulbo em uma direção que faz um ângulo de 45° com a normal ao furo? (Veja
Fig. 12.17). 12.29 Ache a energia potencial gravitacional média por molécula em uma atmosfera isotér-
mica infinitamente alta.
12.19 Em uma experiência com feixe molecular, a fonte é um tubo contendo hidrogénio a
1 na pressão P„ = 0,15 TorT e a uma temperatura 7" = 400 K. Na parede do tubo há uma fenda 12.30 (a) Use o princípio de equipartição da energia para encontrar a energia total, a energia
d ; 30 mm x 0,025 mm, abrindo para uma região altamente evacuada. Oposta à fenda da fonte por partícula e a capacidade térmica de um sistema de N osciladores harmónicos distinguíveis
c a 1 metro de distância dela, há uma fenda detetora paralela à primeira e do mesmo tamanho. em equilíbrio com um banho a uma temperatura T. A energia cinética de cada oscilador é m(t> 2
Esta fenda está em uma pequena cavidade, cuja pressão P pode ser medida. Quando o estado
A + vl + t i ) / 2 , e a energia potencial é K{.x + y + )/2 ondeje, y e z são os deslocamentos de
2 2 z2
estacionário foi atingido: (a) Qual será a razão de descarga da fenda da fonte em microgramas uma posição de equilíbrio, (b) Mostre que o coeficiente de expansão deste sistema é zero,
por segundo? (b) Qual a razão de chegada dc hidrogénio à fenda detetora, em microgramas porque í = y ~x = 0.
por segundo e em moléculas por segundo? (c) Quantas moléculas, que finalmente alcançarão a
fenda detetora. estarão no espaço entre a fonte c o detetor em cada instante? (d) Qual a 12.31 Uma molécula consiste de quatro átomos nos'vértices de um tetraedro. (a) Qual o
pressão de equilíbrio P na câmara detetora?
D
número de graus de liberdade de translação, de rotação e de vibração desta molécula? (b)
Com base no princípio de equipartição, quais são os valores de c„ e y para um gás composto
12.20 A s distâncias OS e SD. no aparelho de Estermann, Simpson e Stern, na Fig. 12.1], são destas moléculas?
de 1 m cada uma. Calcule a distância do detetor abaixo da posição D, para átomos de césio
com velocidade igual à velocidade média quadrática em um feixe emergente de um forno a 12.32 Usando a Eq. (11-62), deduza (a) a E q . (12-48), (b) a Eq. (12-49). (c) Mostre que,
uma temperatura de 460 K . Calcule também o "ângulo de elevação ' da trajetória. O peso
1
quando T >> 6, C se aproxima de Nk, e quando T << 6, C se aproxima de zero como e~ '.
v y m
12.34 Faça esboços da fração média de osciladores (a) no estado fundamental, (b) no pri-
meiro estado excitado, (c) no segundo estado excitado em função de 7/0.
%4 32.35 Usando a Eq. (11-66), mostre que a entropia de um conjunto de osciladores lineares
quantizados é
0/7
Nk In f l - exp (-0/D]
. -t exp {BIT) - 1
Fig. 12.17
onde 9 -hvfk.- (b) Mostre que S sé "aproxima de"zero quandoT se apfoxima de zero." (c) Por :
12.36 Considere 1000 moléculas diatômicas a uma temperatura (a) Encontre o número
de moléculas nos três estados de vibração mais baixos, (b) Ache a energia de vibração do
- 1 sistema. • * '"'*<'• •• - •• • : --<-
r SÓLIDO
£j- = tifhv.
Aplicações da Estatística Quântica a O termo adicional 1/2 hv, que introduzimos na E q . (12-43), não afeta o m é t o d o ,
Outros Sistemas e usaremos as e x p r e s s õ e s j á deduzidas na S e ç . 12.6. Devemos fazer uma alteração,
entretanto. Os átomos de um sólido são livres para se mover em três dimensões e
não em uma s ó , de sorte que um conjunto de N á t o m o s é equivalente a 3/V oscilado-
res. Então, da E q . (12-48). a energia interna U de um sólido consistindo de N áto-
mos é
U = 3Nkd U3-1)
13.1 A TEORIA DE EINSTEIN DO CALOR ESPECÍFICO DE UM SÓLIDO .exp (d IT)
E
13zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.2 A TEORIA DE DEBYE DO CALOR ESPECÍFICO DE UM SÓLIDO
onde a temperatura de Einstein fV- é definida como
£
€ = - = 3fc0E
N -exp ( 0 / T ) - E 1 + 2J
e o calor específico a volume constante é
exp ( 0 / r ) B
(13-3)
:exp(0 /T) -
E 1]'
A Fig. 13.1 mostra gráficos das razões adimensionais êftkBrf e r,.//?, lançadas
em função de 7 7 A ordenada da última curva, a qualquer temperatura, é propor-
cional à inclinação da primeira." A forma geral do gráfico de c concorda com a P
Fig. 13.1 Energia interna e calor específico de um os- A g o r a suponhamos que o n ú m e r o de p a r t í c u l a s (e de molas) seja aumentado.
cilador harmónico. N ã o é muito difícil calcular as f r e q u ê n c i a s naturais quando o n ú m e r o é pequeno; mas
quando o n ú m e r o cresce, igualmente cresce o n ú m e r o de e q u a ç õ e s s i m u l t â n e a s a
resolver. Acontece, entretanto, que se h á N p a r t í c u l a s na cadeia, o sistema t e m A/
f r e q u ê n c i a s naturais, qualquer que seja o valor de A/.
Vamos agora estender estas ideias para t r ê s d i m e n s õ e s . U m modelo simples de
cristal consiste de um arranjo tridimensional de p a r t í c u l a s ligadas p o r molas, e.um
tal arranjo tem 3A' f r e q u ê n c i a s naturais. Por causa da impossibilidade de calcular
estas f r e q u ê n c i a s , quando é um n ú m e r o t ã o grande quanto o n ú m e r o de m o l é c u -
las em u m cristal m a c r o s c ó p i c o , Debye s u p ô s que as f r e q u ê n c i a s naturais dos á t o -
Quando 7' < <zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
6 , o termo exponencial é grande, podemos desprezar 1 no denomi-
E
mos de um cristal.seriam as mesmas f r e q u ê n c i a s das ondas e s t a c i o n á r i a s p o s s í v e i s
em u m cristal, se este fosse u m sólido elástico contínuo. Este é u m p r o b l e m a c l á s -
nador e
sico em teoria da elasticidade, e e s b o ç a r e m o s sua s o l u ç ã o sem dar detalhes. O
procedimento tem uma analogia estreita c o m o descrito na S e ç . 11.2, exceto que
agora estamos lidando c o m ondas e l á s t i c a s reais e n ã o c o m as ondas m a t e m á t i c a s
da m e c â n i c a o n d u l a t ó r i a .
C o m o foi explicado na S e ç ã o 11.2, um fio e l á s t i c o de comprimento L , fixo em
(Veja Problema 12.32 ) ambas as extremidades, pode oscilar e m estado e s t a c i o n á r i o em qualquer modo
Quando 7 se aproxima de zero. o termo exponencial vai para zero mais rapi- para o qual o comprimento de onda seja dado por
damente que 1/7"- vai para infinito, e c se aproxima de zero em acordo com a
r
as velocidades iniciais forem iguais e opostas, como e s t á indicado pelas setas de- A teoria da elasticidade conduz ao resultado de que as f r e q u ê n c i a s naturais de
b a i x o , as p a r t í c u l a s o s c i l a r ã o fora de fase mas com uma f r e q u ê n c i a diferente v . Se
2
ondas e s t a c i o n á r i a s em u m s ó l i d o e l á s t i c o na forma de u m cubo de aresta c o m
as velocidades iniciais tiverem valores a r b i t r á r i o s , o m o v i m e n t o resultante s e r á uma comprimento L s ã o dadas pela mesma e q u a ç ã o , exceto que os valores p o s s í v e i s de
. . s u p e r p o s i ç ã o . d e duas . o s c i l a ç õ e s de f r e q u ê n c i a s t>, e v . Diz-se que o sistema_.Xçm.
2
3JV
JT =
v 3
(13-4)
3 c
O n ú m e r o de osciladores lineares c o m f r e q u ê n c i a entre v e v +zyxwvutsrqponmlkjihgfe
3
ÔLV é , e n t ã o .
E n t r e t a n t o , t r ê s tipos de ondas e l á s t i c a s podem-se propagar em um s ó l i d o elás-
tico: uma onda longitudinal ou de c o m p r e s s ã o (uma onda sonora) viajando c o m uma A ^ v = ^ v 2 A v , (13-9)
velocidade c e duas ondas transversais ou ondas de cisalhamento polarizadas em
t
(13-10)
(13-5)
De acordo c o m a teoria de Debye, a E q . (13-5) t a m b é m pode ser interpretada AX de osciladores com f r e q u ê n c i a s entre v e v +
V é representado pela área da
como descrevendo o n ú m e r o de osciladores lineares c o m f r e q u ê n c i a até v, inclu- faixa vertical sombreada, uma vez que a altura da faixa é AA" J&v, e sua largura é
t
sive. A s s i m , para ser consistente com a n o t a ç ã o da S e ç . 12.2, na E q . (13.5). Ai>. Isto contrasta c o m o modelo de E i n s t e i n , no qual todos os osciladores têm a
deveria ser s u b s t i t u í d o por Jf e mesma f r e q u ê n c i a . A á r e a total sob a c u r v a corresponde ao n ú m e r o total de oscila-
dores, 3/V.
Os osciladores com f r e q u ê n c i a v constituem u m subconjunto de osciladores
(13-6) lineares, tendo todos a mesma f r e q u ê n c i a , como no modelo de E i n s t e i n . E n t ã o , da
propriedades elásticas de um dado material e, portanto, v pode ser calculado desta m :,,
e q u a ç ã o . E m um material como o chumbo, que é facilmente deformado, as veloci-
dades de onda s ã o iFel câ i vãiiirenC^pequ ênasT^enciuâ n to em u m m ã t é r i a l r íg i d o c o mo~© • : r ; ^ rsa
354 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA UTNfcHUAzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
L icnmuunwmiw/i „„w.
E q .zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(12-48), a energia internazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
&Uc do subconjunto, substituindo 3 A/ por A j V „ , é e uma c o m p a r a ç ã o com a E q . (13-11) mostra que
A l / v = M h_l A k
A tf 9N 2 A
r' m exp (hv/kT) - 1 w
Omitimos a energia do ponto zero, uma vez que esta constante não afeta a capaci- que é igual à e x p r e s s ã o para o n ú m e r o de osciladores distinguíveis neste intervalo
dade térmica. de frequências. Isto é. a d e g e n e r e s c ê n c i a Kê de um macronível é igual ao número
v
Segundo o ponto de vista adotado até aqui, nesta s e ç ã o e na precedente, consi- de osciladores distinguíveis no mesmo intervalo. A E q . (13-13) pode, portanto, ser
deramos os á t o m o s de um cristal como partículas distinguíveis que obedecem à escrita
estatística M - B . U m a alternativa é considerar as próprias ondas elásticas como as
" p a r t í c u l a s " de um conjunto. Cada onda pode ser t a m b é m considerada como uma
partícula charnada/ono/i, e o conjunto é descrito como um gás defônons. Como as v ~ v zm exp (hv/kT) - 1 ' ( 1 3 ~ 1 5 )
zida para a f u n ç ã o distribuição nesta estatística. O n ú m e r o N de ondas ou fônons, mesma coisa nas duas e q u a ç õ e s . Na E q . (13-15), &N . é o número de ondas indistin- t
em contraste com o n ú m e r o de moléculas de um g á s em um recipiente de volume guíveis (ou fônons) com frequências entre v e v + Lv em um sistema que obedece à
especificado, n ã o pode ser considerado como uma das variáveis independentes que estatística B - E . N a E q . (13-9), AJf é o n ú m e r o de osciladores distinguíveis com
v
especificam o estado do conjunto. Se o conjunto é um g á s , podemos fixar arbitra- frequências no mesmo intervalo em um sistema que obedece à estatística M - B .
riamente o volume V e a temperatura T de um recipiente, e ainda podemos introdu- A energia total U do conjunto é obtida agora somando a e x p r e s s ã o de Af7„
zir qualquer n ú m e r o arbitrário /V de moléculas do gás no recipiente. Mas quando o sobre todos os valores de v desde zero até v e depois de substituir a soma por
m
volume e a temperatura de um cristal s ã o especificados, o cristal mesmo, por assim uma integral, temos
dizer, determina o n ú m e r o de ondas diferentes ou f ô n o n s . que s ã o equivalentes às
o s c i l a ç õ e s de seus á t o m o s . Assim, o cristal não pode ser considerado um sistema
aberto para o qual N é uma variável independente, e o termo p. dN não aparece na 9A f r m • hv
2
A #
tsJT = — (13-12)
exp (e/fcT) - 1
De acordo com os princípios da mecânica quântica, a energia de uma onda (ou e B é proporcional à frequência de corte v„
D v Alguns valores s ã o dados na Tabela
fônon) de frequência v é 13.1.
Tabela 13.1 Temperaturas de Debye
c — hv, de algumas s u b s t â n c i a s
onde /; é a constante de Pianck. Diferentemente de um oscilador linear de frequên- Substância MK)
cia v, que pode ter qualquer uma das energias (n + \}2)h v, onde n = 0 , 1,2, . . . .} }
e t c , uma onda de frequência v só pode ter a energia hv. A s s i m , se uma grande Chumbo 88
quantidade de energia é associada a uma dada frequência, isto significa simples- Tálio 96
mente que um grande número de ondas ou f ô n o n s , todos de mesma energia, estão Mercúrio 97
presentes em um conjunto. Iodo 106
U m intervalo de energias entre e e e + Ae corresponde, portanto, a um inter- Cádmio 168
Sódio 172
valo de frequências entre v e v + áv. Assim, o número de f ô n o n s com frequências
Brometo de potássio 177
entre v e v + dv é
Prata 215
Cálcio 226
A Cloreto de potássio 230
LJT = ^ , • (13-13) Zinco 235
y 1
exp (hv/kT) - 1
Cloreto de sódio 281
Cobre 315
onde KS é o n ú m e r o de estados com frequências entre v e v + dv.
V
Alumínio 398
A energia das. ondas_ AC/„ neste .intervalp.de .frequências é . . . — 4 5 3 —
Fluorita (CaF,) 474
Pirita (FeS,) 645
Diamante.: .-/_-• 1860 .
exp (hv/kT)
—zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
356zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E.TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA ESTATÍSTICA QUÂNTICA A OUTROS SISTEMAS — 357
D 0 £ v O ° 0
x =
kT kT T -
Então, o°
x Pb e . = 88 K
/
/ • Ag
<? K C I
215
230
— — . (13-18) 0 o Zn 235
exp (x) — 1 + 0 NaC! 281
& Cu 315
•r + Al 398
Isto corresponde à Eq, (13-1) para a energia U de acordo com a teoria de Einstein. I0 o CaF 2 47 4
v
+
3 + .
t+ , , . 1 , , . 1 . . . i i , . . I .
D p.5 1,0 1,5 2,0 2,5
í
x dx — — = — 0
3r
E n t ã o , a altas temperaturas, Fig, 13,4 Calores específicos de diversos sólidos em função de TI0 . D
U = INkT, cv = 3R,
Pode-se ver, da F i g . 13.4, que a grosso modo, quando T/6 é m a i o r do que I , D
em acordo c o m a teoria de Einstein e a lei de Dulong-Petit. ou quando a temperatura real excede a temperatura de Debye, o sistema se com-
A temperaturas i n t e r m e d i á r i a s e baixas, o valor da integral pode ser expresso porta "classicamente" e c é aproximadamente igual ao valor " " c l á s s i c o " ou " n ã o -
r
somente como uma série infinita. Com boa a p r o x i m a ç ã o , o limite superior da inte- q u â n t l c o " 3R. Quando a temperatura é menor do que a temperatura de D e b y e , os
gral, quando 7 é muito pequeno, pode ser tomado c o m o infinito ao i n v é s d e . \ „ , , j á efeitos q u â n t i c o s tornam-se significativos e c decresce para zero. A s s i m , para o
r
que o integrando é pequeno para valores de.r maiores do que .v,„. A integral definida c h u m b o , com uma temperatura de Debye de apenas 88 K , a " t e m p e r a t u r a am-
é . e n t ã o , igual a t t / J5 e, portanto, a baixas temperaturas.
4
b i e n t e " é bem acima da temperatura de Debye, enquanto que o diamante, c o m uma
temperatura de Debye de 1860 K , é um " s ó l i d o q u â n t i c o " mesmo à temperatura
ambiente.
V =
A temperaturas i n t e r m e d i á r i a s , h á uma boa c o n c o r d â n c i a entre os valores do
calor e s p e c í f i c o calculados pelas teorias de Einstein e de Debye. Esta c o n c o r d â n c i a
e por d e r i v a ç ã o . deveria ser esperada, uma vez que a teoria de Dulong-Petit é uma p r i m e i r a aproxi-
m a ç ã o que funciona a altas temperaturas. A teoria de Einstein é uma segunda apro-
12 ir* x i m a ç ã o que funciona a temperaturas altas e i n t e r m e d i á r i a s . A teoria de Debye é
LY
(13-19) uma terceira a p r o x i m a ç ã o , que funciona a baixas temperaturas quando outros efei-
tos n ã o predominam.
capacidade t é r m i c a nas proximidades do zero absoluto decresce com o cubo da 13.3 RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
temperatura e n ã o exponencialmente como na teoria de Einstein. O decrescimento
é, p o r t a n t o , menos r á p i d o , e a c o n c o r d â n c i a com a e x p e r i ê n c i a é muito melhor. A t e r m o d i n â m i c a da r a d i a ç ã o de corpo negro foi discutida na S e ç . 8.7, e conside-
E m b o r a a teoria de Debye seja baseada em uma a n á l i s e de ondas e l á s t i c a s em um remos agora os aspectos e s t a t í s t i c o s do problema. A energia radiante e m u m a cavi-
meio c o n t í n u o , i s o t r ó p i c o c h o m o g é n e o , os valores experimentais do calor especí- dade evacuada, cujas paredes estejam a uma temperatura 7, é u m a mistura de
fico de muitos s ó l i d o s cristalinos concordam bem c o m a teoria de Debye a tempera- ondas e l e t r o m a g n é t i c a s de todas as f r e q u ê n c i a s p o s s í v e i s de zero a i n f i n i t o , e foi â
turas abaixo de fl„/50, ou quando 7 / 0 < 0,02. Quando a temperatura é aumentada,
o
busca de uma e s p l a n a ç ã o t e ó r i c a da d i s t r i b u i ç ã o de energia entre estas ondas que
o calor e s p e c í f i c o aumenta um pouco mais depressa do que prediz a teoria. H á uma levou Planck aos postulados da teoria q u â n t i c a .
e v i d ê n c i a experimental recente de que materiais amorfos n ã o parecem seguir a lei
Para aplicar os m é t o d o s da e s t a t í s t i c a a uma p o r ç ã o de energia radiante, consi-
7 de Debye. mesmo a temperaturas abaixo de tf /100, ou quando T/H < 0.01.
deremos as p r ó p r i a s ondas como as " p a r t í c u l a s " de um conjunto. Cada onda pode
a o n
O calor específico a qualquer temperatura pode ser calculado avaliando a inte- ser considerada como uma p a r t í c u l a chamada fóton, e o conjunto pode ser descrito
gral na E q . (13-18). que fornece a energia interna cm f u n ç ã o de 7. e derivando o c o m o um gás de fótons.-Porque os f ó t o n s s ã o i n d i s t i n g u í v e i s e n ã o h á r e s t r i ç ã o
resultado em r e l a ç ã o a 7'. Como na teoria de Einstein, o resultado é f u n ç ã o somente quanto ao n ú m e r o por estado de energia, o conjunto obedece à e s t a t í s t i c a de
de T/Ou e, portanto, ttw só gráfico representa a v a r i a ç ã o de c com a temperatura
r
Bose-Einstein.
para iodas as s u b s t â n c i a s . A curva na Fig. 13.4 (como se pode ver) é um gráfico de O problema é muito semelhante ao de um g á s de f ô n o n s , d i s c u t i d o na s e ç ã o
cjR contra T/ti,,, e os pontos s ã o valores experimentais para diversos materiais. anterior. O n ú m e r o de f ó t o n s na cavidade n ã o pode ser considerado u m a v a r i á v e l
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)
lOMoARcPSD|6605180
358 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA. TEORIA CINÉTICA E Ib HM u u i NA i vi i u r t zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
coiHiignun
A3?„
Au ~ v v exp (-hv/kT)
3 Av. (13-23)
expzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(hv/kT) - 1
H á , entretanto, uma d i f e r e n ç a na e x p r e s s ã o da d e g e n e r e s c ê n c i a Como foi U m a e q u a ç ã o desta forma foi derivada por W i e n * antes do advento da teoria q u â n -
mostrado na s e ç ã o precedente, a d e g e n e r e s c ê n c i a de u m m a c r o n í v e l em um con- tica, e é conhecida como lei de Wien. C o n c o r d a bem c o m a e x p e r i ê n c i a a frequên-
iunto de ondas (ou f ó t o n s ) é igual ao n ú m e r o A ^ de p o s s í v e i s ondas e s t a c i o n á r i a s
y cias altas, mas a c o n c o r d â n c i a é muito pobre a baixas f r e q u ê n c i a s .
no i n t e r v a l o de f r e q u ê n c i a s de v a v + Av. Retornemos à E q . (13-5) Entretanto, a baixas f r e q u ê n c i a s para as quais hv < < kT [exp (hv/kT) - 1] t
ondas polarizadas em planos mutuamente perpendiculares, ambas viajando^com a tica, e verificou-se que ela concorda c o m a e x p e r i ê n c i a a f r e q u ê n c i a s baixas, mas
velocidade da luz c. T a m b é m , como o e s p a ç o vazio n ã o tem estrutura, n ã o h á limite n ã o a altas. Que ela n ã o pode ser correta em geral pode ser visto, notando que, se a
superior para a f r e q u ê n c i a m á x i m a p o s s í v e l . E n t ã o , interpretando -ê como o n ú m e r o r f r e q u ê n c i a se torna muito alta, a densidade de energia prevista aproxima-se do infi-
total de estados de energia p o s s í v e i s de todas as f r e q u ê n c i a s a t é v, inclusive, temos nito. (Este resultado é, algumas vezes, chamado a " c a t á s t r o f e do u l t r a v i o l e t a " . )
E interessante notar que a primeira abordagem do problema, por Planck» foi
puramente e m p í r i c a . Ele p r o c u r o u uma e q u a ç ã o com uma forma m a t e m á t i c a tal que
se reduzisse à e q u a ç ã o de W i e n q u a n d o hv/kT fosse grande, e à e q u a ç ã o de
Rayleigh-Jeans quando//vfkT fosse pequeno. Ele achou que a E q . (13-21) tinha
esta propriedade, c a sua busca de uma e x p l a n a ç ã o t e ó r i c a da e q u a ç ã o conduziu ao
A d e g e n e r e s c ê n c i a òfS é , p o r t a n t o ,
desenvolvimento da teoria q u â n t i c a .
v
Au / v c*h % \
A57 v = ~ v Av,
2 A Fig. 13.5 mostra gráficos da grandeza adimensional K e r n fun-
c 3 AvzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
XZTT&T / 3
temos
A energia de cada onda é hv, e a p ó s dividir pelo volume V, temos para a
energia por unidade de v o l u m e , no d o m í n i o de f r e q u ê n c i a s de v a v + A i \u a
densidade espectral de energia Au,,, stt/i r 3
dv;
c 3 Jb exp (hv/kT) - 1
. . . ^ M , c 2 = ^. (13-22)
c
3 k
tro dos limites do erro experimental. . :.. • Wilhelm Wien, físico nternío (186Í-1928),
tJohn W. Siruti. lord Rayteiíjh, físico inalis (1842-1919).
A uma dada temperatura T e ' a altas frequências para as quais hv >>kT o termo. t • SirJnmes H . Jeans, matemático inales (1877-1946).
360zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA ESTATÍSTICA OUÁNTICA A OUTROS SISTEMAS — 361
Z - 2 > * j ex p -
como se o elétron fosse uma esfera m i n ú s c u l a com carga e l é t r i c a girando em torno s ã o , e n t ã o , f I e - 1 , e os níveis de energia p o s s í v e i s s ã o ~ji 9€e
B ¥p. 9C. Os níveis
B
de u m eixo. N a maioria dos á t o m o s , o momento m a g n é t i c o resultante dos e i é t r o n s de energia s ã o n ã o degenerados; s ó há u m estado em cada n í v e l , mas n ã o h á restri-
é zero, mas o íon de cromo C r tem três e i é t r o n s , cujos momentos m a g n é t i c o s
+ + +
ç ã o para o n ú m e r o de íons por estado. A f u n ç ã o p a r t i ç ã o Z reduz-se, portanto,
x
352 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
Mas esta é justamente a lei de Curie observada experimentalmente, que afirma que,
uma v ^ z que, por d e f i n i ç ã o , o co-seno h i p e r b ó l i c o c dado por
em campos fracos e a temperaturas altas, o m o m e n t o m a g n é t i c o é diretamente pro-
porcional a ffl/T). ou
coshzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
x = i [ e x p (x) + exp ( - x ) ] .
-S)- (è)]^ exp 2senh/i ff As pessoas que trabalham com paramagnetismo, usam costumeiramente unidades
cgs. A unidade de intensidade magnética é 1 oersted* [(1 Oe) igual a IO' A m J. O 4 s
magneton de Bohr é
que se reduz a
fi B m 0,927 x l O - ^ e r g O e - , 1
/7 1 - N\ Ntanh^—. (13-28)
e a constante de Bolt2mann é
A r a z ã o MfM tat é
E m campos intensos e abaixas temperaturas, onde fi 7C >> kT, tanh {pn^ClkT) B
M — N/i . • B (13-32)
TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA ESTATÍSTICA QUÂNTICA A OUTROS SISTEMAS —zyxwvutsrqponmlk
385
\ hdr 12rrV 1 V
C v ^ Nk(50) x
5 \30oJ '
= -Nk tanh (13-37)
kT =*0,5 x 10^ Nk.
A c o m p a r a ç ã o com a E q . (13-29) mostra que a energia potencial é
A essa temperatura, então, a capacidade térmica dos íons magnéticos é cerca de 100,000
vezes a capacidade térmica de vibração da rede cristalina. É necessário muito mais ener-
(13-38) gia para orientar os ímãs iónicos do que para aumentar a energia de vibração dos átomos
da rede, É esta energia de orientação que conduz ao resfriamento da rede durante o
A energia potencial é negativa por causa da nossa escolha do nível de r e f e r ê n c i a , processo de desmagnetização ndiabática, descrito na Seç. 8.8.
isto é , a energia potencial de um dipolo m a g n é t i c o é feita igual a zero. quando o
dipolo e s t á em â n g u l o reto com o campo. A entropia de um subconjunto pode.ser calculada agora da e q u a ç ã o P* « E -
- A capacidade t é r m i c a a constante é •'- - - —.... TS.-Das Eqs. (13-30) e (13-37), temos
- m (13-39)
E - F*
= Nk
/'ll
k F \ ~
kT . kT l ( 1 3 4 0 )
I
1
I
2
J
3
ff. to
intensidade m a g n é t i c a TC. A energia do nível mais b a i x o , no qual p. é paralelo a TC,R novo estado superior é igual ao número A/, no estado inferior inicial, e o n ú m e r o de
é e, = -p. 7C.
8 e a do nível mais alto, no qual y é antiparalelo a TC, é e =
u a +y ^. Bo c u p a ç ã o N\o novo estado inferior é igual ao n ú m e r o N no estado superior origi-
2
N o estado de equilíbrio a uma temperatura T. os n ú m e r o s de o c u p a ç ã o m é d i o s dos nal. Dizemos que houve urnsiinversão de população. E n t ã o , se consideramos que a
níveis s ã o temperatura do sistema é definida pela E q . (13-41), e se T' é a temperatura corres-
pondente à Fig. 13.9(b),
«9 — Cl
(13-42)
fcUn N{ - ln NI
353 — TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA ESTATÍSTICA QUÂNTICA A OUTROS SISTEMAS — 36.
grandes que a s u b s t â n c i a n ã o pode existir em um estado de i n v e r s ã o de p o p u l a ç ã o A d e g e n e r e s c ê n c i a aumenta, portanto, c o m a raiz quadrada da energia. E n t ã o , da
por um tempo a p r e c i á v e l . Entretanto, foi descoberto por Pouncl. Purcell e Ramsey, f u n ç ã o d i s t r i b u i ç ã o F - D . E q . (11-40), o n ú m e r o m é d i o de e i é t r o n s , A A", em um
em 1951, que os momentos m a g n é t i c o szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
nucleares dos á t o m o s de lítio no L i F intera- macronível é
gem t ã o lentamente com a rede, que u m intervalo de tempo de v á r i o s minutos é
n e c e s s á r i o para o equilíbrio a ser atingido, com a rede um tempo suficientemente A m e 1 / 2
longo para que sejam feitas e x p e r i ê n c i a s mostrando que realmente houve uma in- - — = A — Ac. (13-46)
v e r s ã o de p o p u l a ç ã o . exp [ ( e — lAJkT] + 1 e x p [(e - p)lkT] + 1
um gás de eiétrons.
A grandeza e é u m fator constante para u m dado metal, e é chamada energia
y
•AS?„ = — — u A i > . 2
ir
então, .
L...:. - A /le 1 / 2 A f . , „ . ; . _ ..... (13-45).. • Arnold J..W. Sommerfeld, físico aJemão (1863-1951).
3 7 0 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ffg, 13.10 Gráficos da função distribuição dos eiétrons livres em um metal em T = 0 e a duas temperaturas
mais altas 7*! e 7». 7 o = - X 5,6 e V ^ 3,5 e V .
5
U m a e x p r e s s ã o da energia de Fermi pode ser obtida agora da i m p o s i ç ã o de que A energia c i n é t i c a m é d i a de uma m o l é c u l a de g á s à temperatura ambiente é
S A„>V = N. Substituindo a soma por uma integral, i n t r o d u z i n d o a f u n ç ã o distribui-
0 somente cerca de 0,03 e V . e a temperatura em que a energia cinética m é d i a de uma
ç ã o em 7* - 0 e integrando sobre todos os níveis de zero a e , temos r m o l é c u l a de g á s é 3,5 eV é cerca de 28 000 K , Portanto, a energia c i n é t i c a m é d i a
dos e i é t r o n s e m um metal, mesmo no zero absoluto, é m u i t o maior que a das m o l é -
-1^/2. culas de um g á s o r d i n á r i o á temperaturas de milhares de kelvins.
- 4 V
2
N
3 ' A uma temperatura de 300 K e para a prata, para a qual e>- = 9,1 x 10"' J, 11
o u , a p ó s inserir a e x p rr ee ss ss ãã oo de
de A U 8 X 1 ( T » X 300
/ ,
kT m m
€ K 9,1 X I O " 1 0
(13-50)
8m\ffW A s s i m , a esta temperatura, os termos em p o t ê n c i a s de (kTfcy), na e x p a n s ã o em
série na E q . (13-47), s ã o todos muito pequenos, e com boa a p r o x i m a ç ã o pode-se
A s s i m , c o m o foi afirmado anteriormente, ç è uma função do n ú m e r o de eié-
F
considerar que y. — €y a qualquer temperatura.
trons por unidade de v o l u m e , /V/V, mas é independente de 7.
A s linhas pontilhadas na F i g . 13.10 s ã o gráficos da f u n ç ã o d i s t r i b u i ç ã o A^Y/Ae a
temperaturas mais altas T\ 7>, onde T% > 7 , . Veremos que os n ú m e r o s dc ocupa-
Como exemplo numérico, seja prata o metal, e como ela é monovalente, suponha-
mos um elétron livre por átomo. A densidade da prula é 10,5 X IO kg m ' , seu peso 1 3
ç ã o m u d a m apreciavelmente c o m o aumento de temperatura somente nos níveis
atómico é 107 e o número de eiétrons livres por metro cúbico, N(V, é igual ao número de p r ó x i m o s ao nível de Fermi. A r a z ã o disto é a seguinte: Suponha que a energia U
átomos por metro cúbico, que é 5,86 x 10", A massa de um elétron é 9,11 x IO" kge/i 31 de u m metal seja gradualmente aumentada de seu valor £/° em 7 = 0 , aumentando,
~ 6,62 x I O J s. Então,
- 3 1 assim, gradualmente a temperatura. Para aceitar uma pequena quantidade de ener-
gia, u m e l é t r o n deve-se mover do seu nível de energia em T » 0 para u m nível de
(f p m, 9,1 X 10- 5,6 eV. energia ligeiramente mais alta. E x c e t o para os e i é t r o n s p r ó x i m o s ao nível de F e r m i ,
todos os estados de energia mais alta e s t ã o completamente ocupados, de modo que
A energia total U dos e i é t r o n s é somente os e i é t r o n s p r ó x i m o s ao nível de F e r m i podem-se mover para u m nível
mais alto quando a temperatura é aumentada. C o m o aumento de temperatura, os
U = 2 ç
(13-51) níveis justamente abaixo do nível de Fermi tornam-se gradualmente vazios, e i é t r o n s
em n í v e i s mais baixos podem-se mover para os que se tornaram vagos, e assim por
o u , substituindo a soma por uma integral. diante.
Para o nível particular em que e = y, a grandeza (e - y) = 0 e a qualquer
_3/a
temperatura acima de 7 = 0, o termo exponencial na f u n ç ã o d i s t r i b u i ç ã o é igual a 1
U
-4 o exp [ ( € - tflkT] + 1 e o n ú m e r o de o c u p a ç ã o é
AJf = lA3r .
N o v a m e n t e , a integral n ã o pode ser calculada em forma fechada, e deve ser
t
'•(13-53)
—zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
372zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA APLICAÇÕES DA ESTATÍSTICA QUÂNTICA A OUTROS SISTEMAS — 373
e da E q . (13-52), Portanto, a entropia é zero em 7 = 0. c o m o deve ser uma vez que s ó h á um ma-
croestado p o s s í v e l em 7" = 0. e a esta temperatura í l - 1. S — k l n í ! = 0.
(13-54) A f u n ç ã o de H e l m h o l t z F é
10
F = V — TS S
(13-58)
F = = Ne F
11 +
Substituindo M ; por nR, onde /; é o n ú m e r o de moles, c dividindo ambos os A p r e s s ã o P do g á s de e i é t r o n s é dada por
membros por /). temos paro o calor específico molar dos e i é t r o n s livres em u m
metal.
(13-56)
3 V/V
que é zero em 7' = 0 e que cresce linearmente c o m a temperatura 7'. Para a prata a N
300 K . usando o valor de (kTlt ) calculado anteriormente.
r
SmV V
c v m 2,25 X K T / í . a
segue-se que
c, — - K .
Esta é a e q u a ç ã o de estado do g á s de e i é t r o n s . e x p r i m i n d o P em f u n ç ã o de V e 7.
A c o m p a r a ç ã o c o m a E q . (13-52) mostra que a p r e s s ã o é dois t e r ç o s da densi-
A s s i m , embora a energia c i n é t i c a m é d i a dos e i é t r o n s em um metal seja muito maior
dade de energia
que a das m o l é c u l a s de u m g á s ideal à mesma temperatura, a energia varia muito
pouco c o m a temperatura e a capacidade t é r m i c a correspondente é extremamente
pequena. Este resultado serviu para explicar o que durante muito tempo foi u.m
enigma na teoria eletronica da c o n d u ç ã o m e t á l i c a . O calor e s p e c í f i c o de condutores 3 V
m e t á l i c o s n ã o é muito diferente do de n ã o - c o n d u t o r e s , a saber, cerca de IR, de
acordo c o m a lei de Dulong-Petit. Mas os e i é t r o n s livres, se eles se comportam Para a prata, NjV = 6 x IO * eiétrons por metro cúbico e e = 10 X I O
2 y - 1 9 J. Por-
como as m o l é c u l a s de um g á s ideal, deveriam c o n t r i b u i r c o m 3RI2 para o calor tanto, no zero absoluto.
e s p e c í f i c o , resultando cm u m calor específico muito maior do que o observado. O
fato de que somente os e i é t r o n s com.energia p r ó x i m a ao nível de Fermi podem P ~ 1 x 6 x IO 28 x 10 x 10~ 19 24 x 10° N n r 2
Para calcular a entropia cio g á s de e i é t r o n s . usamos o fato de que, em um A despeito desta pressão enorme, os eiétrons não evaporam todos espontaneamente do
processo reversível a volume constante, o fluxo de calor para o g á s , quando sua metal por causa da barreira de potencial em sua superfície.
temperatura aumenta de t/7, é
PROBLEMAS
dQ t m C dT
v « TdS;
13.1 (a) Mostre que a entropia de um conjunto de N osciladores de Einstein é dada por
e, p o r t a n t o , a uma temperaturazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
7", a entropia é
e ir E
Jo T Jo T
(b) Mostre que a entropia se aproxima de zero quando 7 se aproxima de.zero, e (c) que a
Inserindo a e x p r e s s ã o de C v da E q . "(13-54), e e f e í u a n d o a i n t e g r a ç ã o , obtemos entropia se aproxima de 3/VJt [1 + ln(7/0 )] quando 7 é grande, (d)' Faça um'gráficò"deS//?
e
contraT/df.
+ • (13-57) 13.2 (a) Da Fig. 13.10, encontre a temperatura de Einstein característica 0 para o cobre, de £
2 \ F modo que a equação de Einstein para c concorde com a experiência a uma temperatura de
r
374 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
. • >wwzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
APLICAy'UfcS UA t a I A HO HUM UUMii 1 \\jn n w.i. ~
13.3 A temperatura de Debye característica para o diamante é 1860 K e a temperatura de (2/ + \)/i^
Einstein característica é 1450 K . O valor experimental de c,. para o diamante, a uma tempera-
tura de 207 K , é 2,68 x IO J quilomol" K ' . Calcule c a partir das equações de Einstein e de
1 1 -
S 6 n h 2kT
(13-60)
t
(2J + 1 ) n# u-*'
M = N/ _ ^ _ c o « h ( 2 / + 1 ) — -coth —
onde .v = hvjkT, e é suposto que tanto ondas transversais como ondas longitudinais se propa-
gam ao longo do arranjo, (b) Avalie esta expressão de C nos limites de baixas e de altas v
temperaturas. Esta é a chamada função de Brillouin.* (c) Mostre que o momento magnético líquido segue a
lei de Curie no limite de altas temperaturas e campos fracos, (d) No limite de baixas tempera-
13.5 Para mostrar que o calor específico de Debye a baixas temperaturas pode ser determi- turas e campos fortes, mostre que os dipolos estão todos alinhados, (e) Mostre que a expres-
nado a partir de medidas da velocidade do som, (a) mostre que são para o momento magnético líquido, deduzida na parte (b). reduz-se à Eq. (13-29), quando
2J + I = 2eg = 2.
13.10 Use a Eq. (13-60) do problema anterior para calcular a entropia de N dipolos magnéti-
cos distinguíveis. Avalie a expressão nos limites de altas e baixas temperaturas, e faça um
gráfico da entropia em função de T e fC.
onde
13.11 Um sal paramagnético contém 10" íons magnéticos por metro cúbico, cada um com
um momento magnético de I magneton de Bohr. Calcule a diferença entre o número de íons
' 1 . 1 ( 1 alinhados paralelamente à intensidade aplicada de 10 kOe e os alinhados antiparalelamente a
(a) 300 K, (b) 4 K, se o volume da amostra é de 100 cru . Calcule o momento magnético da 3
c v - — - 7 3 — = 1 ,2 2 x 10 u — - ,
13.13 Deduza expressões da contribuição magnética para a entropia e a capacidade térmica à
intensidade magnética PC constante, para o sistema discutido na Seç. 13.4. Esboce curvas
onde p é a densidade do material, (c) Calcule o valor médio da velocidade do som no cobre. destas propriedades cm função de SSf/t.
Para o cobre, p é aproximadamente 9000 kg r r r e c,, - 0,15 J k g K a 5 K. (d) Calcule on -1 _ 1
valor para 8 e \> para o cobre, (e) Calcule o valor de X,,,,,, e compare com o espaçamento
U m 13.14 Calcule a velocidade escalar média, a velocidade média quadrática e a média do in-
interatômico, supondo que o cobre tenha uma estrutura cúbica. verso da velocidade escalar em termos dc i>- = (2€ fm) para um gás de eiétrons a O K .
F m
13.6 Calcule os valores (a) de c, e c , usando a Eq. (13-22), e (b) da constante de Stefan-
2 13.15 (a) Mostre que o número médio de eiétrons com velocidade escalar entre u e i i + dv é
Boltzmann cr. dado por
13.7 (a) Mostre que, para radiação eletromagnética, a energia por unidade-, de volume no
domínio de comprimento de onda entre X e X + dX è dada por &irm*V v Ao
2
13.16 (a) Calcule e para o alumínio, supondo 3 eiétrons por átomo de alumínio, (b) Mostre
r
(b) Mostre que o valor de X, para o qual Au* é máximo, é dado por K,J = 2,9 x 10" m K. 3 que, para alumínio a 1000 K, fi difere de e em menos de 0,01%. (c) Calcule a contribuição
r
Este enunciado é conhecido como lei dc deslocamento de Wien. (c) Calcule X para a terra, m
eletronica para o calor específico molar do alumínio à temperatura ambiente e compare com
supondo a terra um corpo negro. 3R, (A densidade do alumínio é 2,7 X J0 kg r r r e seu peso atómico é 27.)
3 3
13.8 (a) Mostre que a lei dc Wien pode ser deduzida supondo que os fótons obedeçam à 13.17 A velocidade de Fermi é definida como t> • (2e fm)\, e a temperatura de Fermi F
estatística M-B. (b) Mostre que a lei de Wien resulta em uma densidade de energia total, que é como J> H= e lk. (a) Calcule os valores da velocidade de Fermi, da quantidade de movimento
F
13.9 Se c momento magnético /x = gi± a de um átomo for suf.cientemcntc grande, haverá li • Leon N. Brillouin, físico francês (1889-1969}.
376zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
e da temperatura de eiétrons na prata, (b) Determine o valor absoluto do segundo termo nas
Eqs. (13-47), (13-52), (13-54), (13-57), (13-58) e (13-59) à temperatura ambiente, (c) A que
temperatura o segundo termo contribui com uma correção de aproximadamente \ para as
equações acima?
13.18 Ache a energia média por elétron, substituindo a expressão de A^V° na Eq. (13-51).
13.21 (a) Use os dados da Fig. 7.7 para determinar a energia de Fermi de He líquido, que
3
pode ser considerado também um gás de partículas obedecendo à estatística de Fermi-Dirac. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(b ) Determine a velocidade e a temperatura de Fermi para o He . (Veja o Problema 13.17.)
3
13.22 Os eiétrons livres na prata podem ser considerados um gás de eiétrons. Calcule os
coeficientes de compressão e de expansão deste gás, e compare-os com os valores experimen-
tais para a prata, a saber, 0,99 x IO"" m N e 56,7 x 10~ K " ' , respectivamente.
2 _ 1 a
B O MÉTODO D E L A G R A N G E DOS M U L T I P L I C A D O R E S I N D E T E R M I N A D O S
C PROPRIEDADES DE FATORLUS
E ENERGIA P O T E N C I A L MAGNÉTICA
h constante g constante
(3P) A = - c P
+ v(dv/dT)
Termodinâmicas
P
(Bo) s - - ^ [c (BvlBP)
P T + T(Ô,/aT)p]
T ap/apy
c (dvjdP) + T(BvjBTf
(aiO, - ~ [cp(a >/a^) + ( zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
p T P
L T
-s(dvlBP) r
Og), « - I [oc - sT(BvlBT) ] p P
P constante T constante
(BT) P = 1 (9P) r = - 1
(dv) P = (doldT) P (a )
y T = ~{dvjdP) T
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(õs)p = CpjT {ds) = (dvlBT)p T
(dg)p = - 5 (Bg) T = -o
(Bf) p » -P(dvldT) P (df) T = P{Bv/dP) T -_ Jt
r
que s ó c o n t é m uma das v a r i á v e i s . Mas como qualquer uma das duas v a r i á v e i s pode
E m uma e q u a ç ã o a l g é b r i c a como ser considerada independente, a E q . (B-7) é satisfeita somente se
acostumamo-nos a considerar uma das variáveis, digamos .v, como a v a r i á v e l inde- E n t ã o , da Eqs. (B-6) e (B-S), temos
pendente, e a outra v a r i á v e l , y, como a variável dependente. A e q u a ç ã o é, e n t ã o ,
considerada c o m o impondo uma r e l a ç ã o entre a variável dependente e a indepen- b = 2a, (B-9)
dente em termos dos coeficientes a e b, ou seja. neste caso, v = ~(ajb)x.
Suponhamos, entretanto, que.v ty sejam ambas v a r i á v e i s independentes. En- que é a mesma E q . (B-3).
t ã o , y pode ter cpialquer v a l o r independentemente do valor de .v, e n ã o podemos Com efeito, o uso dos multiplicadores de Lagrange conduziu a uma e q u a ç ã o .
mais exigir que y = ~{ajb)x. A e q u a ç ã o ax + by = 0 pode ser satisfeita por qual- E q . (B-5), que é como se x e y fossem ambos independentes, uma vez que seus
quer par das v a r i á v e i s x e y, somente se a = 0, b = 0. coeficientes s ã o ambos nulos.
Suponhamos, em seguida, q u e * e >' n ã o sejam completamente independentes, Usamos agora o m é t o d o de Lagrange dos multiplicadores indeterminados para
mas que devem satisfazer uma equação de condição, a qual admitimos ser, por explicar comovas Eqs. (8-29), as e q u a ç õ e s do equilíbrio de fase, s ã o uma conse-
exemplo, q u ê n c i a n e c e s s á r i a da E q . (8-27), que expressa a c o n d i ç ã o de que a f u n ç ã o de Gibbs
s e r á m í n i m a , sujeita à s e q u a ç õ e s de c o n d i ç ã o (8-28). Se os valores dos dn\\a E q .
x + 2y = 0. (B-2) (8-27), fossem completamente independentes, a e q u a ç ã o poderia ser satisfeita para
um conjunto a r b i t r á r i o dos dnf somente se o coeficiente de cada um fosse nulo. O
O que podemos dizer agora dos coeficientes a e b na E q . ( B - l ) ? Um procedimento m é t o d o dos multiplicadores indeterminados leva em conta as e q u a ç õ e s de c o n d i -
é considerar a E q . ( B - l ) c a E q . (B-2) como um par dc e q u a ç õ e s lineares simultâ- ç õ e s , de modo a eliminar alguns dos termos na E q . (8-27), para obter uma e q u a ç ã o
neas. Resolvemos a E q . (B-2) para.v e s u b s t i t u í m o s na E q . ( B - l ) : em que os dnf restantes sejam independentes, de sorte que o coeficiente do cada
um pode ser igualado a zero. O procedimento é o seguinte.
x = —2y Multiplicamos a primeira e q u a ç ã o de c o n d i ç ã o (8-28) por u m a constante A , ,
cujo valor é presentemente indeterminado. A segunda e q u a ç ã o é multiplicada por
a(-2y) + by = 0,
uma segunda constante k>. a seguinte por uma constante X . e assim por diante. 3
OÍ 1 J + y « 0 , ou tf* = _ i l t
Propriedades de Fatoriais
E n t ã o , o produto (ju, / + \ , ) rf/i{ é zero, independentemente do valor de
1 1 n (
e assim por diante, para cada um dos k componentes. Isto reduz em k o número dos para calcular fatoriais de grandes n ú m e r o s , também é desenvolvida.
dn^ na E q . ( B - l ) , deixando um total de k— - k. Mas como este é o número dos O fatoriai de um inteiro positivo n é escrito n!, e é definido por
dn\ que podem ser considerados independentes, segue-se que o coeficiente de
cada um dos dnl restantes deve ser nulo. Portanto, para qualquer componente /
j)
n\ n{n ~ \)(n - 2 ) - ' • 1. (C-l)
em qualquer fase j .
Desta definição segue-se que
/(*) - Í a(t)e-"dt
Jo .
Jo o Jo
O primeiro termo cio segundo membro é zero em ambos os limites, uma vez quezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e
vai a zero muis depressa que /" vai ao infinito no limite superior. Então,
V - ln ii
nzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f-J
9
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
Fig. C. 1 Gráfico de In n em furgão de n.
r ( n + 1) = íiX(n). (C-6)
A função gama pode ser sucessivamente integrada por partes, de modo que
r ( n + 1) = n(n - l)(n — 2 ) • • •l a
r(D - P ln (n !) — In n dn.
Isto é exatamente igual à área sob a curva em degraus mostrada pela linha
interrompida na Fig. C l , entre « « 1 e / i « ri, uma vez que cada retàngulo é da
ln NI — N In N - N,
S = k B ir*.
l nzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ou
Para encontrar o macroestado mais p r o v á v e l , usamos o critério usual para o
valor m á x i m o de uma f u n ç ã o , ou seja, que sua primeira derivada seja nula. (Estri-
tamente, deveria ser mostrado que isto conduz a um valor máximo e n ã o a um (ln ÔN, - f ( l n j± j ÔN + ' • • «= 0.
2 (D-5)
mínimo.) Ilustraremos considerando a e s t a t í s t i c a de M a x w e l l - B o l t z m a n n , embora o
mesmo procedimento possa ser seguido igualmente nas outras e s t a t í s t i c a s .
N a e s t a t í s t i c a M - B , a probabilidade t e r m o d i n â m i c a de um macroestado é dada Se os N fossem independentes, e n t ã o , como foi explicado no A p ê n d i c e B , esta
}
A o i n v é s de procurar um m á x i m o de V , é mais simples procurar um máximo e como a energia total U == Y j «yVj é a mesma em ambos os macroestados, qualquer
de In V/, uma vez que se W for m á x i m a , seu logaritmo t a m b é m s e r á m á x i m o . En- aumento de energia resultante de um aumento no n ú m e r o de o c u p a ç ã o de um nível
t ã o , considerando a probabilidade t e r m o d i n â m i c a do macroestado mais p r o v á v e l , deve ser c o n t r a b a l a n ç a d o pelo d e c r é s c i m o na energia de outros n í v e i s , e uma se-
gunda e q u a ç ã o de c o n d i ç ã o é . ^_
"n"i r *"'= ln N\ 2 N ln g - 2 ln N \.t r s (D-2)
i Í \-i
Supomos que W » 1, e que, em qualquer nívelj, A ^ > > 1. de modo que podemos
usar a a p r o x i m a ç ã o de Stirling (veja A p ê n d i c e C ) , e Usamos, p o r t a n t o , © m é t o d o de Lagrange dos multiplicadores i n d e t e r m i n a d o s ,
388zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— TERMODINÂMICA, TEORIA CINÉTICA E TERMODINÂMICA ESTATÍSTICA
UMA DEDUQAO ALTERNATIVA DAS FUNÇÕES DISTRIBUIÇÃO -
fc T
B
ln — + l n a - = 0, (D-8)
Portanto, a E q . (D-12) pode ser escrita
OU S = Nk B ln Z + - , (D-15)
r
N i = a g i exp ( - ^ ) , (D-9)
a « | , (D-10)
In Z = — , - = exp — . (D-18)
kT B Z ^ kT B
e, da E q . ( D - 9 ) .
A função d i s t r i b u i ç ã o , da E q . ( D - l l ) , pode ser escrita agora d o m o
N N
t
p a ç ã o médios.
Uma objeção ao procedimento convencional é que se um Nj for calculado pela
N ln N - 2 Ni ln TV + 2 N i L N 2 + P2 £J J
N
e q u a ç ã o precedente, o valor obtido n ã o s e r á necessariamente um inteiro, ao passo
i J' )
que o n ú m e r o de o c u p a ç ã o de um nível de fato é necessariamente i n t e i r o . Se consi-
ou derarmos que o segundo membro da E q . (D-19) fornece os valores corretos dos
n ú m e r o s de o c u p a ç ã o m é d i o s , esta e q u a ç ã o p o d e r á ser interpretada c o m o signifi-
cando que os n ú m e r o s de o c u p a ç ã o no macroestado mais p r o v á v e i s s ã o os inteiros
S = Nk \nZ B + $k V.
B (D-12)
mais p r ó x i m o s aos seus valores m é d i o s , calculados sobre todos os macroestados.
C o m o os n ú m e r o s de o c u p a ç ã o s ã o muito grandes, o " i n t e i r o mais p r ó x i m o " dife-
Se os níveis de energia s ã o f u n ç õ e s do volume V (ou algum outro parâmetro
rirá relativamente muito pouco da.média........... , _ .
B S 5 ^á w w a B ..........
extensivo), -então Z e f u n ç ã o ' d e /3 è K e tem Ò mesmo 'valor nos dois estados de'
Uma objeção mais séria é a seguinte. U m dos termos na e x p r e s s ã o " d á probabi-
equilíbrio, nos quais 0 e V s ã o os mesmos. A diferença de entropia àS entre os
lidade t e r m o d i n â m i c a de um macroestado, na e s t a t í s t i c a de F e r m i - D i r a c , é (gj -
estados, como ln Z é uma constante, é
Nj)\. Se l nzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
( g j - Nj)\r calculado pela a p r o x i m a ç ã o de Stirling e o p r o c e d i m e n t o
acima seguido, o b t e r - s e - á a mesma e x p r e s s ã o para os n ú m e r o s de o c u p a ç ã o mais
AS « # A B Aí/. (D-13)
p r o v á v e i s e para seus valores m é d i o s . P o r é m , na e s t a t í s t i c a F - D . a d i f e r e n ç a (gj -
Baixado por ERICK LEAL PINTO (02709321602@estudante.ufjf.br)