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FINANCEIRA
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL................................................................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 2
MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)....................................................................................................................................... 13
CAPÍTULO 3
MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR).................................................................................................................................... 26
UNIDADE II
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO........................................................................................................................................................................................ 43
CAPÍTULO 1
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)................................................................................................................................... 43
CAPÍTULO 2
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS (PRICE)..................................................................................................................................... 56
UNIDADE III
FLUXO DE CAIXA.................................................................................................................................................................................................................... 65
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................................................................... 65
CAPÍTULO 2
MONTAGEM DE AVALIAÇÃO............................................................................................................................................................................. 74
CAPÍTULO 3
MODELAGEM COMPUTACIONAL................................................................................................................................................................... 78
UNIDADE IV
TÉCNICAS PARA ANÁLISE................................................................................................................................................................................................ 85
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO A TÉCNICAS DE ANÁLISE.................................................................................................................................................... 85
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE........................................................................................................................................................................... 87
CAPÍTULO 3
ANÁLISE DE CENÁRIO......................................................................................................................................................................................... 89
CAPÍTULO 4
MÉTODO DA CERTEZA EQUIVALENTE....................................................................................................................................................... 103
UNIDADE V
TÉCNICAS PARA OTIMIZAÇÃO E SIMULAÇÃO....................................................................................................................................................... 107
CAPÍTULO 1
SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO.................................................................................................................................................................... 109
CAPÍTULO 2
ÁRVORE DE DECISÃO......................................................................................................................................................................................... 121
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................................................................... 135
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
7
INTRODUÇÃO
» partilhas;
» sucessões familiares;
» obtenção de empréstimos;
» concessões de aval;
8
As finanças de uma empresa, quando não administradas de forma eficiente, podem
abalar sua estrutura. Para acompanhar a evolução e identificar possíveis deficiências
na gestão dos negócios, é fundamental que o especialista tenha conhecimento em
determinadas áreas e os aplique.
Nesta disciplina o aluno vai aprender com profundidade sobre as ferramentas financeiras,
matemáticas e estatísticas assim como implementar computacionalmente essas
ferramentas de modo a gerar informações relevantes que possam subsidiar a tomada
de decisão.
Objetivos
» Apresentar técnicas e ferramentas financeiras.
9
TÉCNICAS DE
ORÇAMENTOS DE UNIDADE I
CAPITAL
CAPÍTULO 1
Introdução
Para projetos que vão exigir da empresa um desembolso significante do seu caixa,
precisamos definir ou escolher esses projetos, fazendo uma análise com detalhamento,
enquanto que, em projetos de valores não tão significantes, tal aprofundamento não
é exigido.
Quando analisamos propostas de gastos de capital não significa que não haverá
custos. Teremos benefícios, porém a análise tem seu custo.
Por isso, as empresas fazem a separação dos projetos por categorias e a análise de cada
uma delas de maneira diferente. Essas categorias podem ser:
» decisões de contração;
» fusões;
» outros.
11
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
A expansão de novos mercados ou produtos requer a decisão final dos altos executivos,
possivelmente com a aprovação do conselho para tais investimentos. Isso é uma decisão
estratégica que poderia alterar a natureza essencial do negócio.
12
CAPÍTULO 2
Método do Valor Presente Líquido (VPL)
Como temos uma multiplicação, é só passar o termo para o outro lado, dividindo.
Essa função, traz para hoje o valor informado já aplicados os juros do período. Ou seja,
é o valor de um determinado bem sem a aplicação dos juros; preço à vista.
O Valor Presente Líquido (VPL) ou NPV (Net Present Value) pode ser definido como
a diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o custo aplicado no projeto,
também conhecido como investimento inicial (I0). Vale lembrar que seu resultado é
dado em termos monetários.
O seu resultado mostra o quanto o projeto agrega valor para a riqueza do acionista.
Como o Valor Presente Líquido leva em consideração o valor do dinheiro ao
longo do tempo, é considerado uma técnica sofisticada e utilizada por todos os
analistas financeiros.
Vamos apresentar a partir do parágrafo abaixo como podemos calcular o VPL utilizando
a planilha eletrônica mais usada no mundo e que também é de fácil acesso pelos usuários
tanto residenciais como empresariais, o Excel.
Na Tabela 1, são apresentados dois projetos S e L que têm fluxos de caixas diferentes.
A forma como foi calculada é o que chamamos de método algébrico ou “forma longa”
que nesse caso foi realizado da seguinte maneira:
13
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
A B C D E F G
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 5.300,00 R$ 4.300,00 R$ 1.874,00 R$ 1.500,00
6 R$ 4.818,18 ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
7 R$ 3.553,72 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
8 R$ 1.407,96 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
9 R$ 1.024,52 ……………… ……………… ……………… ………⁝
10 VPL ou NPV R$ 804,38
11 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
12 0 1 2 3 4
13 Projeto L -R$ 10.000,00 R$ 1.900,00 R$ 2.700,00 R$ 2.345,00 R$ 7.800,00
14 R$ 4.818,18 ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
15 R$ 3.553,72 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
16 R$ 1.407,96 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
17 R$ 1.024,52 ……………… ……………… ……………… ………⁝
18 VPL ou NPV R$ 1.048,02
Fonte: Elaborado pelo autor.
14
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
Na célula C7:
A B C D E F G
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 5.300,00 R$ 4.300,00 R$ 1.874,00 R$ 1.500,00
6 =D5/(1+$A$2) ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
7 =E5/(1+$A$2)^2 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
8 =F5/(1+$A$2)^3 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
9 =G5/(1+$A$2)^4 ……………… ……………… ……………… ………⁝
10 VPL ou NPV =SOMA(C6:C9)+C5
11 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
12 0 1 2 3 4
13 Projeto L -R$ 10.000,00 R$ 1.900,00 R$ 2.700,00 R$ 2.345,00 R$ 7.800,00
14 =D13/(1+$A$2) ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
15 =E13/(1+$A$2)^2 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
16 =F13/(1+$A$2)^3 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
17 =G13/(1+$A$2)^4 ……………… ……………… ……………… ………⁝
18 VPL ou NPV =SOMA(C14:C17)+C13
Fonte: Elaborado pelo autor.
15
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
Uma outra maneira de fazer esse cálculo é utilizar uma função já pronta dentro do
Microsoft Excel, chamada de VPL. Nessa função, você deve informar, nesta ordem,
a taxa, os valores do fluxo e fechar o parêntese e, por fim, somar com o investimento
inicial que nas nossas Tabelas 1 e 2 já está com o sinal negativo.
A B C D E F G
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 5.300,00 R$ 4.300,00 R$ 1.874,00 R$ 1.500,00
6 VPL ou NPV =VPL($A$2;D5:G5)+C5
7 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
8 0 1 2 3 4
9 Projeto L -R$ 10.000,00 R$ 1.900,00 R$ 2.700,00 R$ 2.345,00 R$ 7.800,00
10 VPL ou NPV =VPL($A$2;D9:G9)+C9
Fonte: Elaborado pelo autor.
16
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
Critério de decisão
No uso do VPL, para tomar a decisão quanto a aceitar ou rejeitar um ou mais projetos,
os critérios a seguir devem ser observados:
Em resumo, se o VPL for maior que R$ 0,00, isso significa que a empresa vai obter um
retorno maior do que o custo de seu capital. Com isso, aumentaria o valor de mercado
da empresa e a riqueza de seus proprietários.
Para entender melhor esses conceitos, vamos utilizar os projetos S e L como exemplos.
17
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
A Tabela 4 apresenta para cada projeto os valores que devem ser investidos e o valor
que cada um trará de retorno. Uma das maneiras de resolver esse tipo de problema
é fazer a combinação entre os projetos, registrando a soma dos retornos (VAs) e
verificando se o valor investido dessa combinação atende a restrição orçamentária.
Se fosse três a três teríamos 20 combinações. Para escolhas com uma quantidade
maior de projetos a tarefa passa a ser mais complexa e não temos essa disponibilidade
atualmente, e a chance de errarmos seria grande.
Dessa forma, podemos utilizar o suplemento do Excel chamado de Solver. Para habilitar
o Solver você precisa ir em: Arquivo → Opções → Suplementos → Ir → marcar o
checkbox Solver → Ok.
Na planilha podemos incluir ao lado da coluna VA a coluna Z, que será a que o Solver
vai definir como os projetos escolhidos. Segue a estrutura que vamos preparar, assim
como as funções.
18
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
A B C D
1 Projetos Investimentos (2021) VA (10%) Z
2 R$ 82.000,00 R$ 100.000,00
3 R$ 69.000,00 R$ 112.000,00
4 R$ 100.000,00 R$ 145.000,00
5 R$ 41.000,00 R$ 36.000,00
6 R$ 60.000,00 R$ 81.000,00
7 R$ 110.000,00 R$ 126.500,00
8 Investimento total =SOMARPRODUTO(B2:B7;D2:D7)
9
Limite
R$ 269.000,00
orçamentário
10 VPL da carteira =SOMARPRODUTO(C2:C7;D2:D7)
Fonte: Elaborado pelo autor.
19
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
Agora, vamos incluir as restrições que devem ser respeitadas de acordo com o que
foi abordado anteriormente. A nossa primeira restrição é que os investimentos totais
nos projetos não podem ser maiores do que o limite orçamentário, B8<=B9. A nossa
segunda restrição é que os resultados das células variáveis sejam binários, ou seja, 1
aceito 0 rejeito.
20
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
Mantemos marcado “Tornar Variáveis irrestritas Não Negativas” pois essa marcação
garante que não teremos como respostas valores negativos e, por fim, como o modelo
apresenta uma característica linear, selecionamos o método de solução como “LP
Simplex” e pedimos para “Resolver”.
A B C D
1 Projetos Investimentos (2021) VA (10%) Z
2 R$ 82.000,00 R$ 100.000,00 1
3 R$ 69.000,00 R$ 112.000,00 1
4 R$ 100.000,00 R$ 145.000,00 1
5 R$ 41.000,00 R$ 36.000,00 0
6 R$ 60.000,00 R$ 81.000,00 0
7 R$ 110.000,00 R$ 126.500,00 0
8 Investimento total R$ 251.000,00
9
Limite
R$ 269.000,00
orçamentário
10 VPL da carteira R$ 357.000,00
Fonte: Elaborado pelo autor.
Podemos verificar na Tabela 6 que as melhores opções para escolha e que respeitam
as restrições são os projetos A, B e C realizando um investimento de R$ 251.000,00 e
que os projetos trazem um retorno de R$ 357.000,00.
21
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
1. Os desembolsos para cada projeto nos anos 1, 2 e 3 não podem ser superiores
a 25%;
A B C D E F G H I J K
F.O. =SOMARPRODUTO
1
(D6:H6;D4:H4)
2
3 1 2 3 4 5
Variáveis de decisão
4
5
6 Coeficientes da F.O. 20 40 20 15 30
7 L.E. Sinal L.D.
=SOMARPRODUTO(D8:H8;$D$4:
8 Ano 0 5 4 3 7 8 <= 25
$H$4)
=SOMARPRODUTO(D9:H9;$D$4: <=
9 Ano 1 1 7 9 4 6 25
$H$4)
=SOMARPRODUTO(D10:H10;$D <=
10 Ano 2 8 10 2 1 10 25
$4:$H$4)
=SOMARPRODUTO(D11:H11;$D$ <=
11 Proj. 1 1 1
Restrições 4:$H$4)
=SOMARPRODUTO(D12:H12;$D <=
12 Proj. 2 1 1
$4:$H$4)
=SOMARPRODUTO(D13:H13;$D <=
13 Proj. 3 1 1
$4:$H$4)
=SOMARPRODUTO(D14:H14;$D <=
14 Proj. 4 1 1
$4:$H$4)
=SOMARPRODUTO(D15:H15;$D <=
15 Proj. 5 1 1
$4:$H$4)
Fonte: Elaborado pelo autor.
22
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
Agora, vamos incluir as restrições que devem ser respeitadas de acordo com o que foi
abordado anteriormente
23
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
Mantemos marcado “Tornar Variáveis irrestritas Não Negativas” pois essa marcação
garante que não teremos como respostas valores negativos e, por fim, como o modelo
apresenta uma característica linear, selecionamos o método de solução como “LP
Simplex” e pedimos para “Resolver”.
A B C D E F G H I J K
1 F.O. R$ 108,68
2
3 Variáveis de decisão 1 2 3 4 5
4 57,89% 100,00% 100,00% 100,00% 73,68%
5
6 Coeficientes da F.O. 20 40 20 15 30
24
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
A solução do problema nos diz que o retorno será de 100% nos projetos 2, 3 e 4, ou
seja 40, 20 e 15 milhões respectivamente. 57,89% no projeto 1, representando 11,578
milhões, e 73,65% no projeto 5, com valor de 22,104 milhões. Totalizando 108,68
milhões. No ano 1 deve-se desembolsar 22,79 milhões, nos anos 2,e 3, 25 milhões.
Como observação ao VPL, é possível que na projeção dos fluxos haja mudança de sinal
ao longo do tempo. Essa mudança pode acontecer por exemplo se as despesas foram
maiores que as receitas ou tenha ocorrido naquele período uma perda significativa
ou sinistro.
O próximo capítulo tratará da taxa interna de retorno, uma técnica que considera o
valor do dinheiro ao longo do tempo.
25
CAPÍTULO 3
Método da Taxa Interna de Retorno
(TIR)
Esse critério é, de longe, o mais controverso. A TIR foi, por muitos anos, o critério
preferido de análise de investimento. Porém, estudos mostraram que esse critério é
extremamente perigoso, podendo levar a conclusões equivocadas.
A TIR pode levar a equívocos quando utilizada para comparar diferentes projetos:
TIR (A) > TIR (B) não significa que o projeto A seja superior ao projeto B.
Para responder à primeira pergunta podemos verificar que para que o VPL seja igual
a zero, o somatório dos fluxos deve ser rigorosamente igual ao fluxo de caixa inicial
(investimento inicial)
Para responder à segunda pergunta precisamos fazer uma outra: que taxa devo incluir
nos fluxos n para que, ao realizar o seu somatório, o resultado encontrado seja igual
ao fluxo de caixa inicial?
Para ilustrar essa pergunta matematicamente, vamos utilizar o fluxo de caixa do projeto
s apresentado no capítulo anterior.
26
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
Perceba que uma das formas que tenho para descobrir o valor de r é por tentativa e
erro. Entretanto, gastaríamos um tempo significativo na determinação dessa taxa e o
mais complexo seria no número de casas decimais que este valor poderia apresentar.
A taxa igual à soma desses fluxos ao fluxo de caixa inicial é chamada Taxa Interna de
Retorno (TIR) ou de Internal Rate of Return (IRR). A TIR, provavelmente, apresenta
a maior dificuldade para se calcular manualmente.
A B C D E F G
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 5.300,00 R$ 4.300,00 R$ 1.874,00 R$ 1.500,00
6 TIR 14,69%
Fonte: Elaborado pelo autor.
A B C D E F G
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 5.300,00 R$ 4.300,00 R$ 1.874,00 R$ 1.500,00
6 TIR =TIR(C5:G5)
Em termos matemáticos, a TIR nada mais é do que a raiz do VPL. A curva da TIR
corta o eixo do gráfico do VPL.
27
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
Uma outra observação importante quanto à TIR é que, para qualquer valor de taxa
menor que a TIR, o VPL será sempre maior do que zero. Em contrapartida, se a taxa for
maior que a TIR, o VPL será menor do que zero, conforme visualizado no Gráfico 1.
A B C D E F G
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
- R$
5 Projeto S R$ 5.300,00 R$ 4.300,00 R$ 1.874,00 R$ 1.500,00
10.000,00
6 TIR 14,69%
7
8 Taxa VPL
9 7,00% R$ 1.383,14
10 9,00% R$ 991,32
11 10,00% R$ 804,38
12 13,00% R$ 276,55
28
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
13 14,69% R$ 0,00
14 15,00% - R$ 50,07
15 17,00% - R$ 358,33
16 19,00% -R$ 649,65
17 21,00% -R$ 925,29
Critério de decisão
No uso do TIR para tomar a decisão quanto a aceitar ou rejeitar um ou mais projetos,
os critérios a seguir devem ser observados:
Deficiências da TIR
Precisamos nos atentar para situações especiais que podem acontecer com o uso da
TIR, tais situações podem nos levar a decisões equivocadas conforme tratamos no
início deste capítulo.
Nos fluxos de caixa convencionais são caracterizados apenas por uma mudança de
sinal no início do projeto. Vimos esses exemplos nos projetos S e L, isto é, - + + + +.
O segundo pode apresentar mais de uma mudança de sinal no projeto: - + - + - + +.
De acordo com a regra de Descartes, se uma função apresenta n mudanças de sinal é
possível que tenha até n raízes reais.
Bem, de acordo com a regra de Descartes, podemos encontrar numa análise de fluxo
com mudança de sinal duas ou mais TIRs dependendo do número de mudanças de
sinais, podemos encontrar raízes imaginárias que, para análise financeira, não têm
aplicabilidade.
29
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
Por exemplo, uma empresa precisou verificar se determinado projeto deve ser
implementado. Para tanto, após a elaboração do fluxo de caixa, solicitou ao setor
financeiro que avaliasse o projeto pelo método da TIR.
Para confirmar que a mudança de sinal pode trazer equívocos na tomada de decisão,
vamos colocar os valores na fórmula da TIR.
30
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
Para todos os valores de taxa que estiverem dentro desse intervalo, o VPL será positivo.
Caso contrário, será negativo.
A B C D E
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
4 0 1 2
5 Projeto S - R$ 2.550,00 R$ 11.00,00 - R$ 10.500,00
6 TIR1 =TIR(C5:E5;0,4)
7 TIR2 =TIR(C5:E5;2)
Fonte: Elaborado pelo autor.
31
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
A B C D E
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
4 0 1 2
5 Projeto S - R$ 2.550,00 R$ 11.00,00 - R$ 10.500,00
6 TIR1 42,58%
7 TIR2 188,79%
8
9 Taxa VPL
10 15,00% - R$ 924,29
11 30,00% - R$ 301,48
12 42,58% R$ 0,00
13 55,00% R$ 176,33
14 155,00% R$ 170,00
15 188,79% R$ 0,00
16 200,00% - R$ 50,00
17 250,00% - R$ 264,29
18 300,00% - R$ 456,25
Perceba que as raízes dos VPLs são iguais a zero justamente quando as TIRs são 42,58%
e 188,79%. Para os valores inferiores e superiores a essas taxas, os valores VPLs são
negativos e dentro deste intervalo, os VPLs são positivos.
Para entendermos melhor este conceito, vamos apresentar dois fluxos. Um chamado
de fluxo uniforme e o outro de misto ou variável. O fluxo uniforme, como o nome já
diz, não varia nos seus valores, já o fluxo misto ou variável trata com mais realidade
o que acontece nas projeções. As Tabelas 16 e 17 apresentam cada um deles.
32
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
A B C D E F G
1 Entradas:
2
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00
6 Payback
Fonte: Elaborado pelo autor.
A B C D E F G
1 Entradas:
2
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 4.500,00 R$ 5.500,00 R$ 6.500,00
6 Payback
Fonte: Elaborado pelo autor.
Ou seja, um projeto pode retornar mais rapidamente o investimento inicial, mas não
criar muita riqueza depois disso, enquanto outro pode demorar mais para reembolsar
os valores investidos, mas trazer muita riqueza em seguida.
Para calcular o payback, quando o fluxo é uniforme podemos fazer o cálculo com a
divisão entre o investimento inicial pelo valor do fluxo. Ou seja:
33
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
A B C D E F G
1 Entradas:
2
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00
6 Payback 2,86
7
8 Entradas:
9
10 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
11 0 1 2 3 4
12 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00
13 Payback = - C5/D5
Fonte: Elaborado pelo autor.
A B C D E F G
1 Entradas:
2
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto L - R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 4.500,00 R$ 5.500,00 R$ 6.500,00
6 Payback 2,36
7
8 Entradas:
9
10 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
11 0 1 2 3 4
12 Projeto L - R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 4.500,00 R$ 5.500,00 R$ 6.500,00
13 Payback = 2 + (- E6/F5) =C5+D5 =D6+E5
Fonte: Elaborado pelo autor.
34
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
Critério de decisão
Para o payback o critério de decisão está relacionado ao tempo. Como temos visto, se
formos comprarar dois projetos mutuamente excludentes, o critério de aceitação será
para aquele projeto que apresentar o menor tempo de recuperação.
Algumas decisões de aceitação podem vir da alta direção. Mesmo que um projeto
seja aceito pelo critério do payback, a palavra final será da alta decisão.
No entanto, o payback não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Por isso,
vamos falar do payback descontado. Os critérios são bem parecidos, no entanto, vamos
trazer a valor presente os fluxos de caixa e só depois disso calculamos o seu payback.
A B C D E F G
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00
6 R$ 3.818,18 ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
7 R$ 2.892,56 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
8 R$ 2.629,60 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
9 R$ 2.390,55 ……………… ……………… ……………… ………⁝
10
Payback
3,54
Descont.
11 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
12 0 1 2 3 4
13 Projeto L -R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 4.500,00 R$ 5.500,00 R$ 6.500,00
14 R$ 3.818,18 ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
15 R$ 3.719,02 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
16 R$ 4.132,23 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
17 R$ 4.439,59 ……………… ……………… ……………… ………⁝
18
Payback
2,75
Descont.
Fonte: Elaborado pelo autor.
35
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
A B C D E F G H
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 Desconto
6 =D5/(1+$A$2) ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝ =C5+C6
7 =E5/ ……………… ………⁝ ⁝ ⁝ =H6+C7
8 (1+$A$2)^2 ……………… ……………… ……… =H7+C8
=F5/
(1+$A$2)^3
9 ……………… ……………… ……………… ………⁝
=G5/
(1+$A$2)^4
Payback
10 =3+(- H8/C9)
Descont.
11 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
12 0 1 2 3 4
13 Projeto L -R$ 10.000,00 R$ 3.500,00 R$ 4.500,00 R$ 5.500,00 R$ 6.500,00 Desconto
14 =D13/ ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝ =C13+C14
15 (1+$A$2) ……………… ………⁝ ⁝ ⁝ =H14+C15
16 =E13/ ……………… ……………… ………⁝ ⁝
(1+$A$2)^2
=F13/
17 (1+$A$2)^3 ……………… ……………… ……………… ………⁝
=G13/
(1+$A$2)^4
Payback
18 =2+(- H15/C16)
Descont.
36
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
Onde:
bt – benefícios do período t;
ct – custo do período t;
n – horizonte de planejamento;
r – custo de capital.
A B C D E F G
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 5.300,00 R$ 4.300,00 R$ 1.874,00 R$ 1.500,00
6 =D5/(1+$A$2) ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
7 =E5/(1+$A$2)^2 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
8 =F5/(1+$A$2)^3 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
9 =G5/(1+$A$2)^4 ……………… ……………… ……………… ………⁝
10 Payback Desc. =SOMA(C6:C9)/-C5
11 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
12 0 1 2 3 4
13 Projeto L -R$ 10.000,00 R$ 1.900,00 R$ 2.700,00 R$ 2.345,00 R$ 7.800,00
14 =D13/(1+$A$2) ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
15 =E13/(1+$A$2)^2 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
16 =F13/(1+$A$2)^3 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
17 =G13/(1+$A$2)^4 ……………… ……………… ……………… ………⁝
18 Payback Desc. =SOMA(C14:C17)/-C13
37
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
A B C D E F G
1 Entrada:
2 r = 10%
3 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
4 0 1 2 3 4
5 Projeto S - R$ 10.000,00 R$ 5.300,00 R$ 4.300,00 R$ 1.874,00 R$ 1.500,00
6 =D5/(1+$A$2) ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
7 =E5/(1+$A$2)^2 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
8 =F5/(1+$A$2)^3 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
9 =G5/(1+$A$2)^4 ……………… ……………… ……………… ………⁝
10 Payback Desc. 1,08
11 Ano Custo inicial e fluxo de caixa estimados
12 0 1 2 3 4
13 Projeto L -R$ 10.000,00 R$ 1.900,00 R$ 2.700,00 R$ 2.345,00 R$ 7.800,00
14 =D13/(1+$A$2) ……⁝ ⁝ ⁝ ⁝
15 =E13/(1+$A$2)^2 ……………… ………⁝ ⁝ ⁝
16 =F13/(1+$A$2)^3 ……………… ……………… ………⁝ ⁝
17 =G13/(1+$A$2)^4 ……………… ……………… ……………… ………⁝
18 Payback Desc. 1,10
38
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
A B C D E F G H I
1 Entradas:
2 r = 5%
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados em R$
4 0 1 2 3 4 5 6
5 Projeto S - 25.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00
6 VPL 15.848,72
7 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
8 0 1 2 3 4 5 6
9 Projeto L - 37.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00
10 VPL 23.908,30
O conceito do VPL nos levaria a acreditar que o projeto L deveria ser aceito. No
entanto, essa escolha só seria válida se ambos os projetos tivessem o mesmo horizonte.
Conforme tratamos no parágrafo anterior sobre a reposição em cadeia, a alternativa
seria replicar o projeto S, até o horizonte de planejamento do projeto L e, aí sim,
aplicar o conceito do VPL.
A B C D E F G H I
1 Entradas:
2 r = 5%
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados em R$
4 0 1 2 3 4 5 6
5 Projeto S - 25.000,00 15.000,00 15.000,00 -10.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00
6 VPL 29.539,44
7 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
8 0 1 2 3 4 5 6
9 Projeto L - 37.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00
10 VPL 23.908,30
39
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
Onde:
i – custo de capital;
n – período do projeto.
A B C D E F G H I
1 Entradas:
2 r = 5%
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados em R$
4 0 1 2 3 4 5 6
5 Projeto S - 25.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00
=(VPL($A$2;D5:I5)+C5)/
6 AUE (((1+$A$2)^3-1)/
((1+$A$2)^3*$A$2))
7 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
8 0 1 2 3 4 5 6
9 Projeto L - 37.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00
=(VPL($A$2;D9:I9)+C9)/
10 AUE (((1+$A$2)^6-1)/
((1+$A$2)^6*$A$2))
Fonte: Elaborado pelo autor.
40
TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL | Unidade i
A B C D E F G H I
1 Entradas:
2 r = 5%
3 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados em R$
4 0 1 2 3 4 5 6
- 15.000,00 15.000,00 15.000,00
5 Projeto S
25.000,00
6 AUE 5.819,79
7 Ano Custo inicial e fluxos de caixa estimados
8 0 1 2 3 4 5 6
- 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00
9 Projeto L
37.000,00
10 AUE 4.710,35
Conforme resultado apresentado pela anuidade equivalente, o projeto S deve ser aceito.
Independente da técnica usada, a decisão quanto à escolha do melhor projeto deve ser a
mesma, ou seja, o resultado de escolha de uma técnica não pode ser diferente da outra.
41
Unidade i | TÉCNICAS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL
Vamos imaginar que uma empresa estude o melhor momento para fazer a substituição
de um equipamento com vida útil de três anos e custo de R$ 10.000,00. A Tabela a
seguir resume as três possibilidades de substituição. Suponha um custo de capital de
10% ao ano.
Custos operacionais
Ano 1 R$ (2.200,00)
Ano 2 R$ (3.000,00)
Ano 3 R$ (4.400,00)
Valor residual por tempo de uso
1 ano R$ 5.200,00
2 anos R$ 4.400,00
3 anos R$ 3.200,00
Fonte: Elaborado pelo autor.
42
SISTEMAS DE
AMORTIZAÇÃO UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Sistema de Amortização Constante
(SAC)
Nesse sistema, o devedor paga a dívida em prestações cujo valor decresce ao longo do
tempo, cada uma das quais contém uma parte destinada à amortização do saldo devedor
e outra para pagamento dos juros, sendo a amortização constante ao longo do tempo.
Por esse sistema, as prestações (PGTO), assim como os juros, são decrescentes de forma
linear ao longo do tempo, apresentando, nessa estrutura, uma progressão aritmética.
Esse sistema é utilizado por bancos comerciais em financiamentos imobiliários e, de
maneira menos frequente, no pagamento de empréstimos concedidos a empresas
privadas por meio de entidades governamentais.
Para calcular o valor das amortizações que serão constantes ao longo de todo o sistema,
precisamos do saldo devedor inicial e do total de prestações contidas no sistema.
43
Unidade ii | Sistemas de Amortização
Por fim, para calcular o saldo devedor do período, é necessário subtrair a amortização
do período do saldo devedor anterior ao período.
Exemplo: um amigo lhe empresta R$ 1.000,00, que devem ser pagos em 5 parcelas. O
sistema de amortização acertado foi o SAC, sabendo que a taxa contratada foi de 10%
a.m. Vamos demonstrar os cálculos de cada período.
Período 1
Perceba que a amortização é constante, não sendo mais necessário o seu cálculo ao
longo do sistema.
Agora, vamos calcular os juros. Os juros do período 1 serão dados pelo saldo devedor
anterior, ou seja, o saldo devedor do período “zero” multiplicado pela taxa.
44
Sistemas de Amortização | Unidade ii
Por fim, o saldo devedor do período 1 é o saldo devedor anterior, ou seja, saldo devedor
“zero” menos a amortização.
45
Unidade ii | Sistemas de Amortização
O processo de construção é bem simples e dinâmico, mas será que precisamos ficar
presos à construção dessa tabela?
Poderíamos utilizar uma planilha eletrônica para resolver esse problema, mas nem
sempre estamos com esse recurso em mãos. Dessa forma, ampliaremos as funções
básicas para encontrar em qualquer posição da tabela os valores que desejamos.
Vamos imaginar que queremos o valor do saldo devedor da tabela abaixo, em que o
período é de 12 meses, a uma taxa de 2,5% a.m., e que o valor do empréstimo foi de
R$ 24.000,00.
46
Sistemas de Amortização | Unidade ii
47
Unidade ii | Sistemas de Amortização
Vimos anteriormente que os juros de um período qualquer são dados pelo saldo
devedor anterior ao período escolhido, multiplicado pela taxa.
Para calcular o saldo devedor do período anterior, vamos utilizar a função do saldo
devedor e adaptá-la para a função dos juros.
48
Sistemas de Amortização | Unidade ii
49
Unidade ii | Sistemas de Amortização
Vimos que, a prestação é composta pela soma da amortização mais os juros. As funções
abaixo serão concatenadas para determinação do cálculo em qualquer período da
prestação.
Então:
50
Sistemas de Amortização | Unidade ii
Então, podemos calcular, por exemplo, a prestação total, os juros totais e os períodos
acumulados em ambas as colunas.
Para realizar esse cálculo, temos que tomar a equação do somatório de uma progressão
aritmética.
51
Unidade ii | Sistemas de Amortização
52
Sistemas de Amortização | Unidade ii
9 R$ 2.000,00
10 R$ 2.000,00 R$ 150,00
11 R$ 2.000,00
12 R$ 2.000,00
R$ 24.000,00 ??? R$ 27.900,00
53
Unidade ii | Sistemas de Amortização
54
Sistemas de Amortização | Unidade ii
12 R$ 2.000,00
R$ 24.000,00 R$ 3.900,00 R$ 27.900,00
Dessa forma, não ficamos mais presos à construção da tabela e podemos, a partir de
agora, encontrar qualquer valor em qualquer posição quando temos as informações
iniciais do sistema de amortização constante.
55
CAPÍTULO 2
Sistema de Amortização Francês
(PRICE)
Para calcular o valor das prestações, precisamos lembrar dos conceitos de sequência
de pagamentos uniformes que são uma ampliação dos conceitos de juros compostos.
E, de acordo com a soma dos termos, devemos utilizar a fórmula do somatório de uma
PG de razão maior/menor que 1.
Substituindo:
Chegamos à função do valor presente que calcula o preço à vista de um bem dando a
1ª parcela no próximo período.
57
Unidade ii | Sistemas de Amortização
Exemplo: um sítio é vendido por R$ 348.000,00 à vista. Você propõe 40% de entrada
e o restante em 120 parcelas fixas e postecipadas, que devem ser calculadas à taxa de
1% a.m. Qual é o valor das prestações?
Exemplo: a empresa Voe Bem lhe vende uma passagem aérea para o exterior no valor
de R$ 1.900,00. Seu cartão de crédito vai parcelar a compra em 7 vezes, cobrando por
isso 3% ao mês. Calcule o valor das parcelas.
58
Sistemas de Amortização | Unidade ii
Perceba que o conceito tratado acima faz parte do nosso dia a dia e se aplica ao sistema
de amortização francês.
Os juros são calculados a cada período multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo
saldo devedor existente no período anterior:
5
0
Total
Exemplo: um amigo lhe empresta R$ 1.000,00, que devem ser pagos em 5 parcelas.
O sistema de amortização acertado foi o Price. Faça uma planilha, sabendo que a taxa
contratada foi de 10% a.m.
59
Unidade ii | Sistemas de Amortização
Esse processo se repetirá até que o saldo devedor da última prestação seja igual a “zero”,
conforme a Tabela 47 abaixo.
Vamos imaginar que queremos o valor do saldo devedor da tabela abaixo onde o
número de período é de 5 meses, a uma taxa de 10% a.m., e que o valor do empréstimo
foi de R$ 1.000,00.
O saldo devedor no sistema Price: quando calculamos o valor atual das prestações
vincendas, eliminamos as parcelas de juros. O método utilizado para o cálculo do saldo
60
Sistemas de Amortização | Unidade ii
Em que:
» m = N – n;
De acordo com o cálculo das prestações, a taxa, o total de períodos e o período desejado,
podemos realizar o cálculo da seguinte forma:
61
Unidade ii | Sistemas de Amortização
» A amortização do período 2.
Em que:
62
Sistemas de Amortização | Unidade ii
Para calcular os juros de um período, precisamos fazer o cálculo anterior com a seguinte
operação:
Dessa forma:
63
Unidade ii | Sistemas de Amortização
64
FLUXO DE CAIXA UNIDADE III
CAPÍTULO 1
Introdução
É nesse entendimento que devemos projetar todas as entradas e saídas de caixa que
podem ocorrer em meses ou anos no futuro. Portanto, as ferramentas que envolvem
estatística, a ecocometria e a pesquisa operacional serão particularmente valiosas.
Para construir um fluxo de caixa precisamos conhecer alguns componentes que são
de extrema importância para sua análise e interpretação.
65
Unidade iii | Fluxo de Caixa
O esquema básico para calcular o valor do investimento inicial deve considerar além do
custo do ativo, os custos referentes a instalações, transporte etc. Caso seja um projeto
de substituição, devemos considerar a venda do ativo antigo, bem como o impacto
dos impostos.
66
Fluxo de Caixa | Unidade iii
É relevante observar que os valores de ICG aparecem com sinal negativo, uma vez que
se trata de uma saída de caixa. No entanto, devemos considerar a reversão do capital
de giro ao término no projeto, com sinal positivo. Para simplificar, trabalharemos
com a hipótese de que a reversão do capital de giro ocorre instantaneamente no
último período.
Em razão da íntima relação entre as vendas e o capital de giro, alguns analistas passam
a determiná-lo como um percentual de vendas. É essencial examinar o comportamento
do giro das operações da empresa.
Receita operacional
São aqueles fluxos monetários gerados pela atividade do projeto. Sinteticamente, a receita
é obtida por meio da multiplicação do preço pela quantidade de produtos vendidos
a cada período. A empresa pode, dependendo da estrutura de mercado, defrontar-se
com uma curva de demanda em que a quantidade vendida é determinada por uma série
67
Unidade iii | Fluxo de Caixa
de variáveis, tais como preço do produto, preço do bem substituto e renda disponível
do consumidor, entre outras.
Fatores externos
Definimos os fatores externos a partir do ambiente concorrencial.
68
Fluxo de Caixa | Unidade iii
Diante do que foi discutido (fatores internos e das condições impostas pelo mercado),
a determinação do preço será elaborada com maior ou menor precisão, isto é, um
projeto inserido em um mercado de concorrência acirrada, próximo da concorrência
perfeita, terá pouca capacidade de fixação de preços e deverá observar atentamente o
comportamento do mercado.
Se, por um lado, a determinação do preço impõe uma análise rigorosa, por outro, a
quantidade demandada também exige um exame criterioso do mercado, conferindo,
por vezes, o uso de técnicas estatísticas como a regressão.
Em que,
QD é a demanda do bem
P é o preço do bem
69
Unidade iii | Fluxo de Caixa
O sinal (-) acima da variável explicativa representa o sinal da primeira derivada. Usando
tal método podemos facilmente estimar que uma função demanda do tipo:
Ou
Bem X
Preço
Bem X
Diante disso, quando usamos uma mesma equação de demanda mediante o preço em
projetos de longa duração, estamos aceitando que as preferências do consumidor se
manterão inalteradas. Para alguns projetos esta afirmação pode ser muito forte, logo,
é preciso muita cautela na modelagem usada, do contrário, as vendas são subestimadas
(ou superestimadas) refletindo um cenário pessimista (ou otimista) no resultado do
fluxo de caixa e na avaliação final do projeto.
70
Fluxo de Caixa | Unidade iii
Custos variáveis
São aqueles custos que mudam de acordo com o nível de atividade. Por vezes, estão
associados ao total de recursos utilizados nos processos de fabricação do bem. Devemos
lembrar que não há uma lista exata dos custos variáveis, pois somente após a definição
do setor ou atividade da empresa é que será possível elaborar tal classificação.
Custos fixos
Custos que não estão diretamente relacionados com o nível de produção, portanto,
mantêm um comportamento estável independentemente do nível de atividade.
Custos “semivariáveis”
Por vezes, alguns custos têm um perfil híbrido, mantendo-se estáveis em relação à
produção dentro de um intervalo. E, a partir deste nível, passam a ter um comportamento
diferente. A Figura 10, ilustra as três possibilidades supracitadas.
Semivariável
Variável
Custo
Fixo
produção
Depreciação
É o valor atribuído ao desgaste de bens como maquinário e instalações. Normalmente
os governos atribuem a cada grupo de ativos uma vida útil, buscando aproximar-se ao
máximo do que seria a verdadeira vida econômica. Com isso, a autoridade evita uma
falsa redução da vida estimada, o que poderia reduzir o valor do lucro tributável das
empresas. A Tabela 54 ilustra alguns ativos e suas respectivas vidas úteis.
71
Unidade iii | Fluxo de Caixa
Existem algumas técnicas para o cálculo da depreciação, tais como: método da linha reta,
soma dos dígitos dos anos ou saldo decrescente. Contudo, o método que abordaremos
é o da linha reta ou linear. O montante da depreciação pode ser calculado pela seguinte
fórmula:
Em que,
D é o montante da depreciação
I é o investimento
VR é o valor residual
Fluxo do financiamento
Conforme examinaremos mais adiante, dependendo da análise que se deseja elaborar
devemos incorporar o fluxo de financiamento do projeto. Incluiremos neste cálculo
o valor do financiamento, a quantia a ser paga pelo serviço da dívida (juros) e a
amortização do principal.
72
Fluxo de Caixa | Unidade iii
73
CAPÍTULO 2
Montagem de Avaliação
Vamos imaginar que a empresa ABC precisa determinar se o novo projeto é viável.
Para tanto, a equipe de marketing e de engenheiros analisou o potencial de mercado e
a logística necessária para o empreendimento. A última etapa, análise de viabilidade,
ainda não foi elaborada. Observando os dados a seguir, vamos construir o fluxo de
caixa econômico da empresa.
Investimento
Operação
» Alíquota do IR 25%
74
Fluxo de Caixa | Unidade iii
Posteriormente, calculamos uma tabela que reúne as entradas e saídas de caixa para,
finalmente, determinar o fluxo de caixa do projeto.
Investimento R$ 330.000,00
Amortização R$ - R$ - R$ - R$ -
Variação do ICG R$ 25.00,00 R$ 3.000,00 R$ 3.360,00 R$ 3.763,20 R$ -
Investimento em capital R$ 25.000,00 R$ 28.000,00 R$ 31.360,00 R$ 35.123,20
de giro (ICG)
Saídas de caixa (SCX) R$ 335.000,00 R$ 3.00,00 R$ 3.360,00 R$ 3.763,20 R$ -
É essencial destacar que a depreciação retorna na Tabela 56. Isto se deve ao fato de que
ela não representa uma saída de caixa, apenas foi retirada do lucro operacional bruto
para efeito do pagamento do imposto de renda, isto é, para efeito do benefício fiscal
da depreciação. Portanto, dizemos que a depreciação é um custo sem desembolso.
75
Unidade iii | Fluxo de Caixa
Investimento R$ 330.000,00
Amortização - - - -
Variação do ICG R$ 25.00,00 R$ 3.000,00 R$ 3.360,00 R$ 3.763,20 -
Investimento em capital
R$ 25.000,00 R$ 28.000,00 R$ 31.360,00 R$ 35.123,20
de giro (ICG)
Saídas de caixa (SCX) R$ 335.000,00 R$ 3.00,00 R$ 3.360,00 R$ 3.763,20 -
76
Fluxo de Caixa | Unidade iii
Podemos ainda escrever o fluxo de caixa da empresa como função de cada uma das suas
variáveis. Esta forma de apresentação será muito útil mais adiante quando discutirmos
a incerteza.
» do período seguinte.
𝐹𝐶𝑋𝑇 𝐸𝑀𝑃
Em que,
Dep é a depreciação
IR é o imposto de renda
77
CAPÍTULO 3
Modelagem Computacional
Operação
» Alíquota do IR 25%
78
Fluxo de Caixa | Unidade iii
A B C D E F
1
2 2018 2019 2020 2021 2022
3 Receita 500.000,00 560.000,00 627.200,00 702.464,00
4 Custo fixo total 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00
5 Custo variável total 300.000,00 336.000,00 376.320,00 421.478,00
6 Custo total 350.000,00 386.000,00 426.320,00 471.478,40
7 Lucro operacional bruto 150.000,00 174.000,00 200.880,00 230.985,00
8 Juros - - - -
9 Depreciação 82.500,00 82.500,00 82.500,00 82.500,00
10 Lucro antes do IR (LAIR) 67.500,00 91.500,00 118.380,00 148.485,60
11 IR 16.875,00 22.875,00 29.595,00 37.121,40
12 Lucro líquido (LL) 50.625,00 68,625,00 88.785,00 111.364,20
13
Até aqui nada mudou com relação ao que foi apresentado anteriormente, mas vejamos
como as fórmulas devem ser construídas de acordo com as informações prestadas.
A B C D E F
1
2 2018 2019 2020 2021 2022
3 Receita 500.000,00 560.000,00 627.200,00 702.464,00
4 Custo fixo total 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00
5 Custo variável total =C3*0,6 =D3*0,6 =E3*0,6 =F3*0,6
6 Custo total =SOMA(C4:C5) =SOMA(D4:D5) =SOMA(E4:E5) =SOMA(F4:F5)
7 Lucro operacional bruto =C3-C6 =D3-D6 =E3-E6 =F3-F6
8 Juros - - - -
9 Depreciação =330000/4 =330000/4 =330000/4 =330000/4
10 Lucro antes do IR (LAIR) =C7-C9 =D7-D9 =E7-E9 =F7-F9
11 IR =C10*0,25 =D10*0,25 =E10*0,25 =F10*0,25
12 Lucro líquido (LL) =C10-C11 =D10-D11 =E10-E11 =F10-F11
13
79
Unidade iii | Fluxo de Caixa
O custo fixo será igual para todo o período do fluxo. Ou seja, R$ 50.000,00 para o
período entre 2019 e 2022.
O custo total, como o nome já diz, é a soma de todos os custos envolvidos no fluxo.
Então, temos que somar o custo fixo e o custo variável total.
Por fim, o lucro líquido é dado pela diferença entre o LAIR e o IR.
Na segunda etapa registramos todas as entradas e saídas de caixa que são esperadas ao
longo do período e, por isso, temos que apurar:
A B C D E F
13
14 Lucro líquido (LL) 50.625,00 68.625,00 88.785,00 111.364,20
15 Depreciação 82.500,00 82.500,00 82.500,00 82.500,00
16 Valor residual (VR) - - - -
17 ICG (retorno) 35.123,20
18 Empréstimo
19 Entrada de Caixa (ECX) 133.125,00 151.125,00 171.285,00 228.987,40
20
80
Fluxo de Caixa | Unidade iii
21 Investimento 3330.000,00
22 Amortização
Investimento em capital
23 25.00,00 28.000,00 31,360,00 35.123,20
de giro (ICG)
24 Variação do ICG 25.000,00 3.000,00 3.360,00 3.763,20
25 Saída de Caixa (SCX) 355.000,00 3.000,00 3.360,00 3.763,20
26
27 Fluxo de Caixa (FCX) -355.000,00 130.125,00 147.765,00 167.521,80 228.987,40
Fonte: elaborado pelo autor.
A construção da 2ª etapa é um pouco mais elaborada, mas nada que seja impossível de
construir. Vejamos as fórmulas utilizadas na 2ª etapa que está representada na Tabela
60. As informações de células fazem referência à 1ª etapa elaborada na Tabela 58.
A B C D E F
13
Lucro líquido
14 =C12 =C13 =C14 =C15
(LL)
15 Depreciação =C9 =C10 =C11 =C12
Valor residual
16 - - - -
(VR)
17 ICG (retorno) =F3*0,05
18 Empréstimo
Entrada de
19 =SOMA(C14:C18) =SOMA(D14:D18) =SOMA(E14:E18) =SOMA(F14:F18)
Caixa (ECX)
20
21 Investimento 3330.000,00
22 Amortização
Investimento
23 em capital de =C3*0,05 =D3*0,05 =E3*0,05 =F3*0,05
giro (ICG)
Variação do
24 =B12 =C12-B12 =D12-C12 =E12-D12
ICG
Saída de
25 =SOMA(B21;B24) =SOMA(C21;C24) =SOMA(D21;D24) =SOMA(E21;E24)
Caixa (SCX)
26
Fluxo de
27 =B19-B25 =C19-C25 =D19-D25 E19-E25 =F19-F25
Caixa (FCX)
81
Unidade iii | Fluxo de Caixa
Analisando esta segunda etapa, iniciamos a apuração das entradas de caixa pelo lucro
líquido, o mesmo apurado na primeira etapa assim como a depreciação.
O investimento em capital de giro (ICG) com ele retornará ao final do projeto ele
entrará no último período do projeto e representará 5% do lucro líquido apurado
naquele período.
Por fim, as entradas de caixas em cada período será a soma do lucro líquido com a
depreciação e no último período apurado, 2022, a soma contemplará o ICG.
Por fim, a saída de caixa em 2018 é dada pela soma do investimento e a variação de
caixa, nos demais anos a saída de caixa será o resultado da variação.
A B C D F
1
2 2018 2019 2020 2021 2022
3 Receita 500.000,00 560.000,00 627.200,00 702.464,00
4 Custo fixo total 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00
5 Custo variável total 300.000,00 336.000,00 376.320,00 421.478,00
6 Custo total 350.000,00 386.000,00 426.320,00 471.478,40
7 Lucro operacional bruto 150.000,00 174.000,00 200.880,00 230.985,00
8 Juros - - - -
9 Depreciação 82.500,00 82.500,00 82.500,00 82.500,00
10 Lucro antes do IR (LAIR) 67.500,00 91.500,00 118.380,00 148.485,60
11 IR 16.875,00 22.875,00 29.595,00 37.121,40
82
Fluxo de Caixa | Unidade iii
A B C D F
1
2 2018 2019 2020 2021 2022
3 Receita 500.000,00 560.000,00 627.200,00 702.464,00
4 Custo fixo total 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00
5 Custo variável total 300.000,00 336.000,00 376.320,00 421.478,00
6 Custo total 350.000,00 386.000,00 426.320,00 471.478,40
7 Lucro operacional bruto 150.000,00 174.000,00 200.880,00 230.985,00
8 Juros - - - -
9 Depreciação 82.500,00 82.500,00 82.500,00 82.500,00
10 Lucro antes do IR (LAIR) 67.500,00 91.500,00 118.380,00 148.485,60
11 IR 16.875,00 22.875,00 29.595,00 37.121,40
12 Lucro líquido (LL) 50.625,00 68,625,00 88.785,00 111.364,20
13
14 Lucro líquido (LL) 50.625,00 68.625,00 88.785,00 111.364,20
83
Unidade iii | Fluxo de Caixa
Podemos verificar que, como o VPL é maior do que zero, o projeto deve ser aceito e,
como a TIR é maior que o custo de capital aplicado no projeto, ele traz uma riqueza
aos acionistas em torno de 23%.
84
TÉCNICAS PARA
ANÁLISE UNIDADE IV
CAPÍTULO 1
Introdução a Técnicas de Análise
Na prática, porém, a tarefa dos gestores vai muito além disso. Na análise e avaliação de
um projeto, é necessário entender por que um empreendimento pode falhar. Uma vez
conhecidos os possíveis pontos de falha. pode-se decidir se vale ou não a pena tentar
reduzir a incerteza existente por meio de investimento em informação. Por exemplo,
investindo em pesquisa de mercado para esclarecer dúvidas sobre a aceitação dos
consumidores em relação a um produto; investindo em um novo teste tecnológico para
confirmar a qualidade e a durabilidade de um produto ou implementando uma planta
piloto para testar tecnologias ainda não muito conhecidas. Se o projeto tiver um valor
presente líquido (V PL) negativo, quanto mais cedo ocorrer, for melhor. Mesmo que
se decida executá-lo com a informação disponível, não será pego de surpresa se algo
não caminhar da forma esperada: o gestor do projeto vai querer saber quais os sinais
de perigo e as ações (e os custos delas) que podem ser tomadas.
85
Unidade iv | Técnicas para Análise
» análise de sensibilidade;
» análise de cenários;
» árvores de decisão;
86
CAPÍTULO 2
Análise de Sensibilidade
A análise se sensibilidade, como o nome sugere, significa avaliar quão sensível é o VPL
às alterações do valores estimados das variáveis. Esta análise é importante porque às
vezes não é economicamente viável um estudo mais profundo para a determinação mais
precisa dos valores de todas as variáveis que comporão os fluxos de caixa do projeto.
Dessa forma, compreendendo o risco associado a cada variável, o gestor poderá decidir
mais acertadamente sobre as projeções de em quais variáveis investir os recursos, que
são limitados, a fim de minimizar os possíveis erros de previsão.
87
Unidade iv | Técnicas para Análise
Os parâmetros com grande impacto no projeto devem receber atenção especial por
parte do gestor. Merecem estudos mais aprofundados ou investimentos preliminares
em informação, a fim de que se reduza a incerteza antes da aprovação do projeto. Os
parâmetros com menor impacto não clamam por tanta atenção.
variável, ou seja, quanto uma variável tem que oscilar para provocar determinada
88
CAPÍTULO 3
Análise de Cenário
89
Unidade iv | Técnicas para Análise
Para não estendermos o assunto, vamos criar um fluxo de caixa que contemple o projeto
sem equipamento (S) e com equipamento (C), calcular do fluxo de caixa incremental
(diferença entre com equipamento e sem equipamento) e avaliar economicamente o
projeto.
Primeiro vamos criar uma planilha chamada Dados, apresentada na Tabela 65.
A B C D E
1 Item Custo ($) Unid. Incremento anual projetado Unid.
2 Mão de obra direta R$ 2,00 por unidade 6% a.a.
3 Matéria-prima direta R$ 1,00 por unidade 8% a.a.
4 Energia elétrica R$ 0,50 por unidade 10% a.a.
5 Outros custos R$ 1,30 por unidade 5% a.a.
6 Despesas de vendas R$ 2,50 por unidade 7% a.a.
7 Vendas = produção 5.000,0 unidade por ano 3% a.a.
8 Preço unitário de vendas R$ 10,00 por unidade 0% a.a.
9 Depreciação R$ 6.000,00 por ano 0% a.a.
10
11
12 Alíquota de IR/CS 34%
13
14 Incremento na produção 3%
15
16 Redução com novo equip.
17
18 Mão-de-obra direta 40%
19 Energia elétrica 20%
20
21 Investimento R$ 20.000,00
22 Custo de capital 5%
Fonte: Elaborado pelo autor.
90
Técnicas para Análise | Unidade iv
A B C D E F G H I J K
1
Custo
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Unitário
3 S C S C S C S C S C
4 Vendas 5.000 5.150 5.000 5.305 5.000 5.464 5.000 5.628
Receitas de
5 50.000,00 51.500,00 50.000,00 53.045,00 50.000,00 54.636,35 50.000,00 56.275,44
Vendas R$
6 CMV
- Mão de
7 obra direta 2,00 1,20 10.600,00 6.550,80 11.236,00 7.152,16 11.910,16 7.808,73 12.624,77 8.525,57
R$ (6%)
- Matéria-
8 prima direta 1,00 1,00 5.400,00 5.562,00 5.832,00 6.187,17 6.298,56 6.882,61 6.802,44 7.656,21
R$ (8%)
- Energia
9 elétrica R$ 0,50 0,40 2.750,00 2.266,00 3.025,00 2.567,38 3.327,50 2.908,84 3.660,25 3.295,71
(20%)
- Outros
10 custos R$ 1,30 1,30 6.825,00 7.029,75 7.166,25 7.602,67 7.524,56 8.222,29 7.900,79 8.892,41
(5%)
11
12 Lucro bruto 24.425,00 30.091,45 22.740,75 29.535,62 20.939,22 28.813,88 19.011,74 27.905,53
- Despesas
13 de vendas 13.375,00 13.776,25 14.311,25 15.182,81 15.313,04 16.732,97 16.384,95 18.441,41
R$ (7%)
-
14 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$ (0%)
15
Lucro antes
16 11.050,00 10.315,20 8.429,50 8.352,81 5.626,18 6.080,91 2.626,79 3.464,13
do IR
- Imposto
17 de renda R$ 3.757,00 3.507,17 2.866,03 2.839,96 1.912,90 2.067,51 893,11 1.177,80
(34%)
Lucro após
18 7.293,00 6.808,03 5.563,47 5.512,85 3.713,28 4.013,40 1.733,68 2.286,32
o IR
+
19 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$
20
91
Unidade iv | Técnicas para Análise
Fluxo de
21 caixa livre 7.293,00 12.808,03 5.563,47 11.512,85 3.713,28 10.013,40 1.733,68 8.286,32
R$ (FCL)
Fluxo
22 Incremental 5.515,03 5.949,38 6.300,12 6.552,64
R$ (S – C)
23
24
25 VPL 1.481,83
Para ficar claro ao leitor, vamos apresentar as funções que foram usadas na construção
do fluxo e seu entendimento.
Como explicamos anteriormente, esse fluxo contempla as duas análises sem equipamento
e com equipamento representadas pelas letras S (sem equipamento) e C (com
equipamento).
Incluímos todos os itens informados e, ao seu lado, os seus percentuais, para referência
nas fórmulas. Nas colunas B e C incluímos os valores de custos e para mão de obra e
energia elétrica a redução de 40% (de R$ 2,00 para R$ 1,20) e 20% (de R$ 0,50 para
R$ 0,40), respectivamente.
92
Técnicas para Análise | Unidade iv
Esse cálculo será feito para os demais itens, respeitando o seu custo unitário e incremento
anual. O lucro bruto será a diferença entre a receita de vendas e a soma dos custos.
Para o ano 1:
O imposto de renda será 34% do lucro antes do IR e o lucro após o IR será a diferença
entre lucro antes do IR e o IR (34%).
O fluxo de caixa livre será a soma do lucro após o IR com a depreciação e o fluxo de
caixa incremental (C – S) que só será calculado para o projeto com equipamento será
a diferença entre fluxo de caixa livre com equipamento e fluxo de caixa livre sem
equipamento.
O VPL do projeto é calculado apenas para o projeto com equipamento, de acordo com
a função abaixo:
93
Unidade iv | Técnicas para Análise
A B C D E
1
Custo
2 Ano 1
Unitário
3 S C S C
4 Vendas =Dados!$B$7 =D4*(1+Dados!$B$14)
Receitas de
5 =D4*Dados!$B$8 =E4*Dados!$B$8
Vendas R$
6 CMV
- Mão de obra =E$4*$C$7*(1+Dados!$D$2)^$E$2
7 2,00 1,20 =D$4*$B$7*(1+Dados!$D$2)^$E$2
direta R$ (6%)
- Matéria-prima
8 1,00 1,00 =D$4*$B$8*(1+Dados!$D$3)^$E$2 =E$4*$C$8*(1+Dados!$D$3)^$E$2
direta R$ (8%)
- Energia
9 elétrica R$ 0,50 0,40 =D$4*$B$9*(1+Dados!$D$4)^$E$2 =E$4*$C$9*(1+Dados!$D$4)^$E$2
(10%)
- Outros custos
10 1,30 1,30 =D$4*$B$10*(1+Dados!$D$5)^$E$2 =E$4*$C$10*(1+Dados!$D$5)^$E$2
R$ (5%)
11
12 Lucro bruto =D5-SOMA(D7:D10) =E5-SOMA(E7:E10)
- Despesas de
13 =D$4*$B$13*(1+Dados!$D$6)^$E$2 =E$4*$C$13*(1+Dados!$D$6)^$E$2
vendas R$ (7%)
- Depreciação
14 R$ 0,00 R$ 6.000,00
R$ (0%)
15
Lucro antes
16 =D12-SOMA(D13:D14) =E12-SOMA(E13:E14)
do IR
- Imposto de
17 =D16*Dados!$B$12 =E16*Dados!$B$12
renda R$ (34%)
18 Lucro após o IR =D16-D17 =E16-E17
+ Depreciação
19 R$ 0,00 R$ 6.000,00
R$
20
Fluxo de caixa
21 =D18+D19 =E18+E19
livre R$ (FCL)
Fluxo
22 Incremental R$ =E21-D21
(S – C)
23
24
94
Técnicas para Análise | Unidade iv
=VPL(Dados!$B$22;’Análise de
Sensibilidade’!E22;’Análise de
25 VPL Sensibilidade’!G22;’Análise de
Sensibilidade’!I22;’Análise de
Sensibilidade’!K22)-Dados!$B$21
Fonte: Elaborado pelo autor.
» Os custos de energia elétrica incrementam 20% a.a., e não 10% a.a. como
esperado.
A partir dessas mudanças, podemos nos perguntar: quais são os impactos no VPL com
essas mudanças?
A B C D E F G H I J K
1
Custo
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Unitário
3 S C S C S C S C S C
4 Vendas 5.500 5.665 5.500 5.835 5.500 6.010 5.500 6.190
Receitas de
5 55.000,00 56.650,00 55.000,00 58.349,50 55.000,00 60.099,99 55.000,00 61.902,98
Vendas R$
6 CMV
- Mão de
7 obra direta 2,00 1,20 11.660,00 7.205,88 12.359,60 7.867,38 13.101,18 8.589,61 13.887,25 9.378,13
R$ (6%)
95
Unidade iv | Técnicas para Análise
- Matéria-
8 prima direta 1,00 1,00 5.940,00 6.118,20 6.415,20 6.805,89 6.928,42 7.570,87 7.482,69 8.421,83
R$ (8%)
- Energia
9 elétrica R$ 0,50 0,40 3.025,00 2.492,60 3.327,50 2.824,12 3.660,25 3.199,72 4.026,28 3.625,29
(20%)
- Outros
10 custos R$ 1,30 1,30 7.507,50 7.732,73 7.882,88 8.362,94 8.277,02 9.044,52 8.690,87 9.781,65
(5%)
11
12 Lucro bruto 26.867,50 33.100,60 25.014,83 32.489,18 23.033,14 31.695,27 20.912,92 30.696,08
- Despesas
13 de vendas R$ 14.712,50 15.153,88 15.742,38 16.701,09 16.844,34 18.406,27 18.023,45 20.285,55
(7%)
-
14 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$ (0%)
15
Lucro antes
16 12.155,00 11.946,72 9.272,45 9.788,09 6.188,80 7.289,00 2.889,47 4.410,54
do IR
- Imposto de
17 4.132,70 4.061,88 3.152,63 3.327,95 2.104,19 2.478,26 982,42 1.499,58
renda (34%)
Lucro após
18 8.022,30 7.884,84 6.119,82 6.460,14 4.084,61 4.810,74 1.907,05 2.910,95
o IR
+
19 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$
20
Fluxo de
21 caixa livre 8.022,30 13.884,84 6.119,82 12.460,14 4.084,61 10.810,74 1.907,05 8.910,95
R$ (FCL)
Fluxo
22 Incremental 5.862,54 6.340,32 6.726,13 7.003,90
R$ (S – C)
23
24
25 VPL 2.906,64
96
Técnicas para Análise | Unidade iv
A B C D E F G H I J K
1
Custo
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Unitário
3 S C S C S C S C S C
4 Vendas 5.000 5.150 5.000 5.305 5.000 5.464 5.000 5.628
Receitas de
5 50.000,00 51.500,00 50.000,00 53.045,00 50.000,00 54.636,35 50.000,00 56.275,44
Vendas R$
6 CMV
- Mão de
7 obra direta 2,00 1,60 10.600,00 8.734,40 11.236,00 9.536,22 11.910,16 10.411,64 12.624,77 11.367,43
R$ (6%)
- Matéria-
8 prima direta 1,00 1,00 5.400,00 5.562,00 5.832,00 6.187,17 6.298,56 6.882,61 6.802,44 7.656,21
R$ (8%)
- Energia
9 elétrica R$ 0,50 0,40 2.750,00 2.266,00 3.025,00 2.567,38 3.327,50 2.908,84 3.660,25 3.295,71
(10%)
- Outros
10 custos R$ 1,30 1,30 6.825,00 7.029,75 7.166,25 7.602,67 7.524,56 8.222,29 7.900,79 8.892,41
(5%)
11
12 Lucro bruto 24.425,00 27.907,85 22.740,75 27.151,56 20.939,22 26.210,97 19.011,74 25.063,67
- Despesas
13 de vendas 13.375,00 13.776,25 14.311,25 15.182,81 15.313,04 16.732,97 16.384,95 18.441,41
R$ (7%)
-
14 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$ (0%)
15
Lucro antes
16 11.050,00 8.131,60 8.429,50 5.968,76 5.626,18 3.478,00 2.626,79 622,27
do IR
- Imposto
17 de renda R$ 3.757,00 2.764,74 2.866,03 2.029,38 1.912,90 1.182,52 893,11 211,57
(34%)
Lucro após
18 7.293,00 5.366,86 5.563,47 3.939,38 3.713,28 2.295,48 1.733,68 410,70
o IR
+
19 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$
20
Fluxo de
21 caixa livre 7.293,00 11.366,86 5.563,47 9.939,38 3.713,28 8.295,48 1.733,68 6.410,70
R$ (FCL)
Fluxo
22 Incremental 4.073,86 4.375,91 4.582,20 4.677,01
R$ (S – C)
97
Unidade iv | Técnicas para Análise
23
24
25 VPL - 4.344,89
Com a mudança, o resultado do VPL é negativo fazendo com que o projeto seja rejeitado.
A B C D E F G H I J K
1
Custo
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Unitário
3 S C S C S C S C S C
4 Vendas 5.000 5.150 5.000 5.305 5.000 5.464 5.000 5.628
Receitas de
5 50.000,00 51.500,00 50.000,00 53.045,00 50.000,00 54.636,35 50.000,00 56.275,44
Vendas R$
6 CMV
- Mão de
7 obra direta 2,00 1,20 10.600,00 6.550,80 11.236,00 7.152,16 11.910,16 7.808,73 12.624,77 8.525,57
R$ (6%)
- Matéria-
8 prima direta 1,00 1,00 5.400,00 5.562,00 5.832,00 6.187,17 6.298,56 6.882,61 6.802,44 7.656,21
R$ (8%)
- Energia
9 elétrica R$ 0,50 0,40 3.000,00 2.472,00 3.600,00 3.055,39 4.320,00 3.776,46 5.184,00 4.667,71
(20%)
- Outros
10 custos R$ 1,30 1,30 6.825,00 7.029,75 7.166,25 7.602,67 7.524,56 8.222,29 7.900,79 8.892,41
(5%)
11
12 Lucro bruto 24.175,00 29.885,45 22.165,75 29.047,60 19.946,72 27.946,25 17.487,99 26.533,54
- Despesas
13 de vendas 13.375,00 13.776,25 14.311,25 15.182,81 15.313,04 16.732,97 16.384,95 18.441,41
R$ (7%)
-
14 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$ (0%)
15
Lucro antes
16 10.800,00 10.109,20 7.854,50 7.864,80 4.633,68 5.213,28 1.103,04 2.092,13
do IR
98
Técnicas para Análise | Unidade iv
- Imposto
17 de renda R$ 3.672,00 3.437,13 2.670,53 2.674,03 1.575,45 1.772,52 375,04 711,32
(34%)
Lucro após
18 7.128,00 6.672,07 5.183,97 5.190,77 3.058,23 3.440,77 728,01 1.380,81
o IR
+
19 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$
20
Fluxo de
21 caixa livre 7.128,00 12.672,07 5.183,97 11.190,77 3.058,23 9.440,77 728,01 7.380,81
R$ (FCL)
Fluxo
22 Incremental 5.544,07 6.006,80 6.382,54 6.652,80
R$ (S – C)
23
24
25 VPL 1.715,16
Mudança do VPL:
Mudança VPL recalculado
Em valor Em %
As vendas aumentam até 5.500 unidades/ano, já no primeiro ano, e
R$ 2.906,64 R$ 1.424,81 96,15
permanecem constantes nesse nível.
A mão de obra direta decresce a R$ 1,60/unidade, e não a R$ 1,20/
- R$ 4.344,99 - R$ 2.863,16 -157,38
unidade como esperado.
Os custos de energia elétrica incrementam 20% a.a., e não 10% a.a.
R$ 1.715,16 R$ 233,33 15,75
como esperado.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Uma forma de agilizarmos essa análise é criar uma lista com valores das variáveis
mencionadas e avaliar cada cenário. Para isso, vamos seguir os seguintes passos:
99
Unidade iv | Técnicas para Análise
100
Técnicas para Análise | Unidade iv
A B C D E F G H I J K
1
Custo
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Unitário
3 S C S C S C S C S C
4 Vendas 5.000 5.150 5.000 5.305 5.000 5.464 5.000 5.628
Receitas de
5 50.000,00 51.500,00 50.000,00 53.045,00 50.000,00 54.636,35 50.000,00 56.275,44
Vendas R$
6 CMV
- Mão de
7 obra direta 2,00 1,20 10.600,00 6.550,80 11.236,00 7.152,16 11.910,16 7.808,73 12.624,77 8.525,57
R$ (6%)
- Matéria-
8 prima direta 1,00 1,00 5.400,00 5.562,00 5.832,00 6.187,17 6.298,56 6.882,61 6.802,44 7.656,21
R$ (8%)
- Energia
9 elétrica R$ 0,50 0,40 2.750,00 2.266,00 3.025,00 2.567,38 3.327,50 2.908,84 3.660,25 3.295,71
(20%)
- Outros
10 custos R$ 1,30 1,30 6.825,00 7.029,75 7.166,25 7.602,67 7.524,56 8.222,29 7.900,79 8.892,41
(5%)
11
12 Lucro bruto 24.425,00 30.091,45 22.740,75 29.535,62 20.939,22 28.813,88 19.011,74 27.905,53
- Despesas
13 de vendas 13.375,00 13.776,25 14.311,25 15.182,81 15.313,04 16.732,97 16.384,95 18.441,41
R$ (7%)
-
14 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$ (0%)
15
Lucro antes
16 11.050,00 10.315,20 8.429,50 8.352,81 5.626,18 6.080,91 2.626,79 3.464,13
do IR
- Imposto
17 de renda R$ 3.757,00 3.507,17 2.866,03 2.839,96 1.912,90 2.067,51 893,11 1.177,80
(34%)
Lucro após
18 7.293,00 6.808,03 5.563,47 5.512,85 3.713,28 4.013,40 1.733,68 2.286,32
o IR
+
19 Depreciação 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00 0,00 6.000,00
R$
20
Fluxo de
21 caixa livre 7.293,00 12.808,03 5.563,47 11.512,85 3.713,28 10.013,40 1.733,68 8.286,32
R$ (FCL)
Fluxo
22 Incremental 5.515,03 5.949,38 6.300,12 6.552,64
R$ (S – C)
101
Unidade iv | Técnicas para Análise
23
24
25 VPL 1.481,83
26 Vendas 5.000
27 MDO 1,20
À medida que você modifica o valor da venda, o Excel calcula automaticamente o valor
do VPL sem que você desfaça fórmulas. O mesmo procedimento pode ser feito para
mão de obra e outros itens. Essa é uma maneira fácil e rápida de construir cenários.
102
CAPÍTULO 4
Método da Certeza Equivalente
Já sabemos que uma maneira de analisar um investimento de capital é calcular seu VPL.
Para tanto, atualizamos os fluxos de caixa esperados usando como fator de desconto
o custo do capital. Uma segunda forma seria aplicar o método da certeza equivalente
que transforma os fluxos de caixa esperados em fluxos sem risco, por meio de um
artifício que basicamente expurga o componente aleatório (incerteza) dos fluxos de
caixa esperados. Assim, eles se tornam fluxos certos, que podem então ser descontados
usando como fator de desconto a taxa livre de risco.
Imaginemos que uma pessoa tenha direito a receber uma dívida de R$ 100,00 daqui a
um período, mas o recebimento da quantia não seja totalmente certo. Vamos supor,
Ainda, que o devedor proponha trocar dívida com pagamento incerto por outra de
R$ 95,46, mas pagamento garantido e totalmente certo. A pessoa somente aceitaria
a troca se a quantia proposta lhe satisfizesse, e se achasse justo e racional sacrificar
R$ 4,54 (R$ 100 - R$ 95,46) para garantir o recebimento futuro, evitando incerteza.
0 1
EC = R$ 95,96
0 1
103
Unidade iv | Técnicas para Análise
livre de risco, pois, como tem seu recebimento garantido, ela não apresenta risco.
Dado que a pessoa aceitaria a troca se ficasse igualmente satisfeita, as duas quantias
devem proporcionar a mesma satisfação monetária em termos de valor presente. Logo,
podemos igualar os dois valores presentes e, a seguir, destacar o valor da quantia certa:
O prêmio pelo risco é a diferença entre o fluxo incerto e o fluxo equivalente certo:
104
Técnicas para Análise | Unidade iv
Para o período n:
Como o custo de capital (K) é constante no tempo e K > Rf, deve-se ter que An+1 >
An, pois:
Então, podemos deduzir que o uso de um fator de desconto (custo do capital) constante
para atualizar os fluxos de caixa esperados exige que os fatores de certeza equivalente
decresçam com o tempo a uma razão constante. Essa é uma hipótese implícita nos
métodos de desconto de fluxos de caixa esperados.
Para entendermos este conceito vamos imaginar que um projeto requeira investimento
inicial de R$ 800,00, financiado integralmente com recursos próprios, tenha duração
105
Unidade iv | Técnicas para Análise
Fator de conversão
Decréscimo do fator Fluxo equivalente certo
Ano (t) Fluxo de Caixa (Cn)
An (Ecn = Cn x An)
106
TÉCNICAS PARA
OTIMIZAÇÃO E UNIDADE V
SIMULAÇÃO
107
Unidade v | Técnicas para Otimização e Simulação
Para decisões mais complexas, um modelo mental pode ser impossível de construir,
ou insuficiente, e outros tipos de modelo tornam-se necessários. Por exemplo, um
conjunto de desenhos ou projetos para uma casa ou um edifício fornece um modelo
visual da estrutura do mundo real. Esses desenhos ajudam a ilustrar como as diversas
partes da estrutura se encaixarão quando ela estiver concluída. Um mapa rodoviário
é outro tipo de modelo visual, pois ajuda um motorista a analisar as várias rotas de
determinado local a outro.
Outro tipo comum é um modelo matemático, que usa relações matemáticas para
descrever ou representar um objeto ou problema de decisão. Neste material, estudaremos
o modo como vários modelos matemáticos podem ser implementados e analisados
em computadores com o uso de software de planilha.
108
CAPÍTULO 1
Simulação de Monte Carlo
Nos casos em que não se dispõe de uma expressão, fórmula analítica ou equação
matemática que expresse totalmente determinado fenômeno, muitas vezes é usado um
procedimento chamado simulação de Monte Carlo (SMC). Em essência, esse método
nos permite ‘simular’ caminhos para a evolução do fenômeno, até encontrarmos uma
aproximação satisfatória que o explique.
Quando é utilizada uma fórmula matemática para determinar o valor de uma variável, o
resultado encontrado representa uma resposta exata, mas nem sempre reflete fielmente
a realidade. Já quando é utilizada a SMC, o objetivo não é encontrar um resultado
exato e único, mas a distribuição de valores que melhor descreva o comportamento
do fenômeno estudado.
Por simular situações incertas a fim de determinar valores esperados para variáveis
não conhecidas, a SMC pode ser definida como um método de ensaios estatísticos,
em que os valores são estabelecidos por meio de uma seleção aleatória, na qual a
probabilidade de escolher determinado resultado entre todos os possíveis é obtida a
partir de uma amostragem aleatória de identificação de eventos. Na simulação, os fatores
não conhecidos com certeza são chamados variáveis aleatórias, cujo comportamento
é descrito por uma distribuição de probabilidades.
A técnica de simulação de Monte Carlo está associada a diversos ramos da ciência. Sua
utilização como ferramenta de análise teve impulso na Segunda Guerra Mundial, durante
as pesquisas da bomba atômica. Desde então, vem sendo aplicada em diversas áreas,
como pesquisa operacional, física nuclear, química, biologia e medicina. Em finanças,
é indicada para lidar com problemas de orçamentação de capital, avaliação de carteiras
de investimento, hedging com futuros, opções reais e financeiras, gerenciamento de
risco sobre taxa de juros, cálculo de value at risk, medição de risco de mercado e de
crédito etc.
O método de SMC vem sendo cada vez mais utilizado devido ao rápido avanço na área
computacional, que permite a execução de simulações complexas em curto espaço de
tempo. É útil na resolução de problemas multidimensionais, ou seja, à medida que
aumenta o número de variáveis das quais os resultados dependem, a SMC mostra-se
uma ferramenta poderosa.
109
Unidade v | Técnicas para Otimização e Simulação
Uma das vantagens da SMC é que ela nos força a especificar explicitamente as
interdependências entre as variáveis, mostrando de que forma essas variáveis estão
correlacionadas e ajudando a verificar o que ocorre com o projeto (VPL) quando as
variáveis determinantes sofrem mudanças aleatórias. Pode servir, por exemplo, para
mostrar de que modo vendas e margem de lucro movem-se juntas. Enfim, a SMC amplia
o entendimento do projeto, possibilitando aumentar sua qualidade ou rentabilidade.
110
Técnicas para Otimização e Simulação | Unidade v
Por outro lado, a SMC tem algumas desvantagens, pois pode tomar muito tempo
e tornar-se onerosa para o problema analisado. Afinal, realismo significa maior
complexidade. A entrada de dados e o estabelecimento das relações entre as variáveis
podem ser complicados, sendo muitas vezes necessário tomar cuidado com as correlações
entre as variáveis com grande peso no resultado.
Muitas vezes, quando se domina uma técnica, há uma tendência natural de querer
superdimensionar sua utilidade, chegando-se inclusive a querer aplicá-la além de suas
possibilidades. Por exemplo, uma prática difundida em alguns setores da indústria e
defendida em alguns textos universitários é usar a SMC para obter a distribuição de
VPLs como medida de risco de um projeto. Entretanto, essa prática não é adequada e
é, inclusive, criticada por conceituados livros de finanças.
Ou seja, propor distribuição de VPLs como medida de risco de um projeto não tem
sentido. Quando se fala de decisão de investimento, supõe-se uma decisão ótima entre
investir ou não. A distribuição de probabilidades resultante da simulação não diz nada
sobre otimização; afinal, a técnica de SMC é apenas uma ferramenta de simulação de
probabilidades, e não uma ferramenta de otimização sob incerteza. Por isso, usá-la
para determinar taxas de desconto, com o objetivo de tomar uma decisão ótima em
ambiente de incerteza é, no mínimo, uma compreensão inadequada dessa técnica e de
suas possibilidades. A SMC tampouco faz qualquer distinção entre risco diversificável
e não diversificável (que geram efeitos distintos na taxa de desconto), nem entre
incerteza técnica e incerteza econômica, as quais, como será visto, têm efeitos opostos
na decisão de investimento.
A SMC deve ser usada para entender o projeto, verificar quais riscos técnicos o afetam
mais, definir se vale a pena ou não investir em informação adicional e, finalmente,
fazer previsões dos fluxos de caixa. Feito isso, pode-se então proceder ao desconto dos
fluxos de caixa com a taxa ajustada ao risco do projeto.
111
Unidade v | Técnicas para Otimização e Simulação
112
Técnicas para Otimização e Simulação | Unidade v
Passo 2: Em seguida, deve ser usada uma tabela de números aleatórios, daquelas
comumente apresentadas em textos de estatística, ou geradas por algum programa
de cômputo estatístico que possua gerador de números aleatórios. Uma tabela típica
é mostrada a seguir.
A tabela pode ser usada em qualquer direção, desde que se mantenha um padrão
uniforme. Cada número aleatório indica o resultado de determinado experimento
e, de acordo com sua coincidência com os números representativos das variáveis,
podem-se determinar o preço e a demanda que correspondem a cada experimento.
Na prática, pela lei dos grandes números, seria recomendável usar um mínimo de cem
113
Unidade v | Técnicas para Otimização e Simulação
experimentos para obter resultados de boa qualidade, mas por limitações de espaço
usaremos apenas dez experimentos.
Para este exemplo usaremos as duas primeiras colunas da tabela: a primeira para os
experimentos do preço e a segunda para os experimentos da demanda. Assim, o número
0, primeiro número da primeira coluna, situa-se na faixa representativa de 0 - 19 dos
preços, portanto esse primeiro experimento resulta em um preço de R$ 1,60. O número
45, segundo número da primeira coluna da tabela, está na faixa representativa de 45
- 74 dos preços, portanto esse segundo experimento resulta em um preço de R$ 2,40.
Deve-se seguir o mesmo procedimento até alcançar os dez experimentos previstos.
Preços Demanda
Valor (unidade/
Número aleatório Valor (R$) Número aleatório
ano)
0 1,60 34 100.000
45 2,40 82 180.000
76 2,80 34 100.000
89 2,80 75 140.000
95 3,20 84 180.000
84 2,80 96 220.000
19 1,60 29 100.000
42 2,00 62 140.000
87 2,80 82 180.000
0 1,60 34 100.000
Fonte: Elaborado pelo autor.
Passo 3: Com base nos resultados do quadro anterior, podemos elaborar quadros
de frequência que definam a distribuição de probabilidades das variáveis. Para isso,
criamos faixas representativas capazes de abarcar as observações de preços e demanda
do passo anterior. Nesse caso, dado que foram realizados apenas dez experimentos,
criamos unicamente quatro faixas representativas.
114
Técnicas para Otimização e Simulação | Unidade v
Por exemplo, no caso do preço há três observações situadas na faixa R$ 1,60 - R$ 1,99,
o que representa uma probabilidade de 0,3 (3 observações em 10 experimentos). Há
quatro observações na faixa R$ 2,00 - R$ 2,39, o que representa uma probabilidade
de 0,1 (1 observações em 10 experimentos), e assim sucessivamente. No caso da
demanda, há quatro observações situadas na faixa 100.000 - 129.999, o que representa
uma probabilidade de 0,4 (4 observações em 10 experimentos). Há duas observações
na faixa 130.000 - 159.999, representando uma probabilidade de 0,2 (2 observações
em 10 experimentos), e assim sucessivamente.
115
Unidade v | Técnicas para Otimização e Simulação
Lembrando que os preços aumentarão 10% ao ano, e a demanda, 20%, o quadro a seguir
apresenta os preços e demanda, projetados para os quatro anos seguintes:
Na versão em português do Excel, uma variável aleatória pode ser gerada pela função
ALEATÓRIOENTRE(). Essa função produz números aleatórios entre um valor inicial e
116
Técnicas para Otimização e Simulação | Unidade v
um valor final, todos com a mesma probabilidade de ocorrência. Por exemplo, em uma
planilha, a fórmula resultará em uma distribuição de números aleatórios fracionários
ou inteiros entre 12 e 17. Com a fórmula INT(ALEATÓRIOENTRE(12;17) geraremos
uma distribuição de números aleatórios inteiros entre 12 e 17.
A distribuição mais conhecida é a normal Que, como se sabe, tem papel extremamente
importante na estatística, em problemas analíticos, nas finanças e na simulação. No
Excel, para gerar uma variável aleatória normal com média igual a 100 e desvio padrão
igual a 10, usamos a fórmula: = DIST.NORM.N (ALEATÓRIO();100;10). Além da
distribuição normal, o Excel permite também associar as variáveis que formam o fluxo
de caixa a outras distribuições de probabilidade, tais como a distribuição log-normal,
a distribuição gama, beta, hipergeométrica, exponencial, qui-quadrada, binomial
negativa etc.
Para ilustrar o procedimento a ser seguido na simulação via planilha Excel, no exemplo
abaixo será analisado um projeto de investimento. De início, ele será analisado
deterministicamente (na planilha “INICIAL”), logo depois será efetuada uma única
simulação (na planilha “DEMANDA ALEATÓRIA”) considerando as vendas como
a única variável aleatória. Por fim, serão feitas automaticamente cem simulações (na
planilha “100 SIMULAÇÕES”).
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A B C D E F
1 Suposições
2 Investimento R$ 300.000,00
3 Preço unitário de vendas R$ 28.000,00
4 Custos fixos R$ 14.000,00
5 Depreciação/ano R$ 8.000,00
6 Custo variável (da receita) 60%
7 Custo de capital 10%
8 Alíquota do IR 30%
9 Vendas/ano 15
10
11 Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
12 Vendas 15 15 15 15
13 Receita R$ 420.000,00 R$ 420.000,00 R$ 420.000,00 R$ 420.000,00
14 Custos fixos -R$ 14.000,00 -R$ 14.000,00 -R$ 14.000,00 -R$ 14.000,00
-R$ -R$
15 -R$ 252.000,00 -R$ 252.000,00
Custo variável 252.000,00 252.000,00
16 Depreciação -R$ 8.000,00 -R$ 8.000,00 -R$ 8.000,00 -R$ 8.000,00
17 Lucro antes do IR R$ 146.000,00 R$ 146.000,00 R$ 146.000,00 R$ 146.000,00
18 IR -R$ 43.800,00 -R$ 43.800,00 -R$ 43.800,00 -R$ 43.800,00
19 Lucro após o IR R$ 102.200,00 R$ 102.200,00 R$ 102.200,00 R$ 102.200,00
20 Fluxo de caixa -R$ 300.000,00 R$ 110.200,00 R$ 110.200,00 R$ 110.200,00 R$ 110.200,00
21
22 VPL R$ 49.319,17
23 TIR 17,39%
A B C D E F
1 Suposições
2 Investimento R$ 300.000,00
3 Preço unitário de vendas R$ 28.000,00
4 Custos fixos R$ 14.000,00
5 Depreciação/ano R$ 8.000,00
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A B C D E F G H
1 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 VPL TIR
2 Simulação 16 15 17 14 R$ 62.872,24 19,48%
3 1 13 14 12 15 R$ 68.168,16 20,12%
4 2 12 14 15 15 R$ 7.926,37 11,25%
5 3 16 17 13 12 R$ 54.786,45 18,13%
6 4 17 16 12 13 R$ 18.100,54 12,76%
7 5 14 12 15 17 R$ 3.733,54 10,56%
8 6 15 15 12 12 R$ 38.245,39 15,89%
9 7 13 13 15 13 R$ 7.331,99 11,15%
10 8 13 13 17 12 R$ 29.174,32 14,33%
11 9 12 12 13 15 -R$ 12.753,96 8,02%
12 10 12 13 12 15 R$ 1.977,16 10,31%
13 11 13 14 17 15 R$ 8.627,85 11,38%
14 12 14 15 13 17 R$ 55.969,87 18,44%
15 13 17 12 16 13 -R$ 3.281,28 9,51%
16 14 13 12 14 13 R$ 37.849,14 15,75%
17 15 12 12 13 12 R$ 23.171,56 13,45%
120
CAPÍTULO 2
Árvore de Decisão
A figura a seguir ilustra uma árvore de decisão, com duas decisões sequenciais de
investimento.
Investe R$ 1.000,00
produção em escala
paralela
Sucesso
VPL = R$ 1500,00
(1/2)
Não investe
Testa VPL = 0
(investe R$
125) Investe R$ 1.000,00
Início produção em escala
paralela
Insucesso
VPL = -R$ 500,00
Não testa (1/2)
Pare Não investe
VPL = 0
Para responder a essa pergunta primeiro se deve calcular o VPL na árvore de trás para
frente (backward induction), eliminando os ramos não ótimos (‘podando’ a árvore), isto
é, os ramos que um gerente racional não seguiria por ter um VPL esperado negativo.
Essa ‘poda’ da árvore é, na verdade, um processo de otimização: por isso, ao contrário
da simulação de Monte Carlo, a árvore de decisão é uma ferramenta de otimizaçao
de decisões.
121
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» Agora falta decidir se vale ou não a pena investir R$ 125,00 na planta piloto.
Para isso devemos calcular o VPL esperado, e isso só poderá ser feito com o
cálculo dos VPLs dos cenários que se abrem com essa decisão, ou seja, com a
análise de trás para frente feita anteriormente e com as ‘podas’ já realizadas.
Assim, sabe-se que, em caso de sucesso (50% de chance), o VPL valerá R$
1.500,00 e, em caso de insucesso (50% de chance), valerá zero, Logo, o VPL
esperado no instante zero será:
Logo, o investimento na planta piloto deve ser feito. Observe que, em uma simulação
em que a ‘poda’ (otimizaçáo) não tivesse sido feita, o valor de VPL negativo do ramo
de baixo teria sido considerado (em vez do valor ‘racional’ ou otimizado, que é zero)
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e o VPL da planta piloto teria sido menor (em alguns casos poderia até ser negativo,
levando os gestores a não fazer o projeto,o que teria sido um erro).
O método de calcular de trás para frente (backward induction) foi importante para
mostrar também um ponto geral: se a decisio de hoje afeta o que será feito amanhã,
então, para agir racionalmente hoje, é necessário analisar previamente a decisão de
amanhã, É como acontece com um jogador de xadrez que, para fazer uma jogada, tem
que prever algumas jogadas mais à frente, isto é, as consequências do lance feito.
Essa opção seria claramente pior, pois, além de se arriscar a ter uma perda de R$
500,00, a empresa perceberia que o VPL. A empresa perceberia que o VPL, sem o
teste, é menor:
Quanto mais complexo for o processo decisório, mais complexa será a árvore. Existem
softwares profissionais que minimizam o problema de manuseio de grandes árvores ao
colocar ramos da árvore em várias planilhas distintas e uma árvore geral que aponta
para esses vários ramos.
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Vamos ver uma outra aplicação da árvore de decisão, quanto ao aluguel de um depósito.
Vamos imaginar que um gerente esteja enfretando a seguinte questão: se alugará espaço
em depósito para os próximos três anos e a quantidade a alugar.
O aluguel a longo prazo atualmente é mais barato do que a taxa do mercado à vista
para espaço em depósito. O gerente prevê incerteza na demanda e nos preços à vista
para espaço em depósito durante os próximos três anos. O aluguel a longo prazo
é mais barato, mas pode cair em desuso se a demanda for inferior à esperada. Essa
opção também pode acabar sendo mais cara se os preços futuros do mercado à vista
caírem. Inversamente, as taxas do mercado à vista são altas e o espaço em depósito
nessa modalidade será caro se a demanda futura for alta. O gerente está considerando
três opções:
Agora, vamos discutir como o gerente pode tomar a decisão apropriada, levando em
consideração a incerteza.
Mil metros quadrados de espaço em depósito são necessários para cada mil unidades
de demanda, e a demanda atual na empresa é de 100 mil unidades por ano. O gerente
decide usar uma representação binomial multiplicativa da incerteza para demanda e
preço. De um ano para o seguinte, a demanda poderá subir 20%, com uma lucratividade
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de 0,5, ou cair 20%, com uma lucratividade de 0,5. As probabilidades dos dois resultados
são independentes e inalteradas de um ano para o seguinte.
O gerente geral pode contratar um aluguel de três anos a um preço de R$ 1,00 o m².
O espaço em depósito atualmente está disponível no mercado à vista a R$ 1,20 o
m². De um ano para o outro, os preços à vista para espaço em depósito podem subir
10%, com lucratividade de 0,5, ou cair 10%, com lucratividade de 0,5, de acordo com
um processo binomial. As probabilidades dos dois resultados são independentes e
inalteradas de um ano para o seguinte.
O gerente geral acha que os preços do espaço em depósito e a demanda para o produto
flutuam independentemente. Cada unidade conduzida pela empresa resulta em receitas
de R$ 1,22 e a empresa está empenhada em lidar com toda a demanda que aparece. A
empresa utiliza uma taxa de desconto de k = 0,1 para cada um dos três anos.
O gerente geral considera que todos os custos são incorridos no início de cada ano e,
portanto, constrói uma árvore de decisão com T = 2. A árvore de decisão aparece na
Figura 30, e cada nó representa a demanda (D) em milhares de unidades e preço (p)
em reais. A lucratividade de cada transição é de 0,25, pois o preço e a demanda flutuam
independentemente.
Figura 30. Árvore de decisão para a empresa considerando a flutuação de demanda e preço.
D=144
p= R$1,45
D=144
p= R$1,19
D=96
D=120
p= R$1,45
p= R$1,32
0,25
D=144
0,25 D=120 p= R$0,97
p= R$1,08
D=100
D=96
p= R$1,20 0,25
p= R$1,19
D=80
p= R$1,32
0,25 D=96
p= R$0,97
D=80
p= R$1,08 D=64
p= R$1,45
D=64
p= R$1,19
D=64
p= R$0,97
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O gerente analisa primeiro a opção de não contratar um aluguel e obter todo o espaço
em depósito pelo mercado à vista. Ele começa com o Período 2 e avalia o lucro da
empresa em cada nó. No nó D = 144, p = R$ 1,45. A empresa precisa satisfazer uma
demanda de 144.000 e enfrenta um preço à vista de R$ 1,45 por m² de espaço em
depósito no Período 2. O custo contraído no Período 2 no nó D = 144, p = R$ 1,45 é
representado por C(D = 144, p = 1,45, 2) e é dado por
Custo Lucro
Nó Receita
C(D =, p = , 2) L(D = , p = , 2)
D = 144, p = 1,45 144.000 x 1,22 144.000 x 1,45 - R$ 33.120,00
D = 144, p = 1,19 144.000 x 1,22 144.000 x 1,19 R$ 4.320,00
D = 144, p = 0,97 144.000 x 1,22 144.000 x 0,97 R$ 36.000,00
D = 96, p = 1,45 96.000 x 1,22 96.000 x 1,45 - R$ 22.080,00
D = 96, p = 1,19 96.000 x 1,22 96.000 x 1,19 R$ 2.880,00
D = 96, p = 0,97 96.000 x 1,22 96.000 x 0,97 R$ 24.000,00
D = 64, p = 1,45 64.000 x 1,22 64.000 x 1,45 - R$ 14.720,00
D = 64, p = 1,19 64.000 x 1,22 64.000 x 1,19 R$ 1.920,00
D = 64, p = 0,97 64.000 x 1,22 64.000 x 0,97 R$ 16.000,00
126
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O gerente, assim, avalia o lucro esperado no Período 2, por todos os quatro estados
possíveis do nó D = 120, p = R$ 1,32 no Período 1, como sendo LE(D = 120, p = 1,32,
1), onde
O lucro esperado total para todos os outros nós no Período 1 é avaliado como mostra
a Quadro 15.
Para o Período 0, o lucro total L(D = 100, p = 1,20, 0) é a soma do lucro do Período 0
e o valor presente do lucro esperado pelos quatro nós no Período 1.
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Assim, o VPL esperado de não assinar o aluguel e obter todo o espaço em depósito
pelo mercado à vista é dado por
O raciocínio será o mesmo para avaliar a opção de aluguel fixo. Ou seja, o gerente
avalia a alternativa na qual é contratado o aluguel para 1.000 m² de espaço em depósito.
Mas, muda o resultado em termos de lucro. Por exemplo, no nó D = 144, p = 1,45, o
gerente precisará de 44.000 m² de espaço em depósito do mercado à vista a R$ 1,45
por m², pois somente 100.000 m² foram alugados a R$ 1,00 por m². Se a demanda for
menor que 100.000 unidades, a empresa ainda terá de pagar pelos 100.000 m² inteiros
de espaço alugado. Para o Período 2, o gerente obtém lucro em cada um dos nove nós,
conforme mostra o Quadro 16.
Para o Período 0, o lucro esperado LE(D = 100,p = 1,20, 0) pelos quatro nós no Período
1 é dado por
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Lucro
Espaço Espaço em depósito no mercado à vista
Nó L(D = , p = , 2) = D x 1,22 – (100.000 x
alugado ou spot (S)
1+ S x p)
D = 144, p =
100.000 m² 44.000 m² R$ 11.880
1,45
D = 144, p = 1,19 100.000 m² 44.000 m² R$ 23.320
D = 144, p = 100.000 m² 44.000 m²
R$ 33.000
0,97
D = 96, p = 1,45 100.000 m² 0 m² R$ 17.120
D = 96, p = 1,19 100.000 m² 0 m² R$ 17.120
D = 96, p = 0,97 100.000 m² 0 m² R$ 17.120
D = 64, p = 1,45 100.000 m² 0 m² - R$ 21.920
D = 64, p = 1,19 100.000 m² 0 m² - R$ 21.920
D = 64, p = 0,97 100.000 m² 0 m² - R$ 21.920
Lucro
Espaço em depósito
Nó LE(D = ,p = , 1) no mercado à vista L(D = , p = , 2) = D x 1,22
ou spot (S) – (100.000 x 1+ S x p) +
LE(D = ,p = , 1)/(1 + k)
0,25 x [L(D=144,p = 1,45, 2) + L(D=144,p=1,19,
D = 120,
2) + L(D=96,p=1,45, 2) + L(D=96,p=1,19, 2) = 20.000 R$ 35.782
p = 1,32
0,25(11.880+23.320+17.120 + 17.120) = 17.360
D = 120,
0,25(23.320 + 33.000 + 17.120 + 17.120) = R$ 22.640 20.000 R$ 45.382
p = 1,08
D = 80,
0,25(17.120 + 17.120 – 21.920 – 21.920) = - R$ 2.400 0 - R$ 4.582
p = 1,32
D = 80,
0,25(17.120 + 17.120 – 21.920 – 21.920) = - R$ 2.400 0 - R$ 4.582
p = 1,08
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Unidade v | Técnicas para Otimização e Simulação
O lucro esperado total é obtido como a soma do lucro no Período 0 e o valor presente
do lucro esperado por todos os quatros nós no Período 1. Ele é:
VPL(Aluguel)=R$ 38.364
130
Técnicas para Otimização e Simulação | Unidade v
não terem tido o alcance que se imaginava no início, existem nichos de aplicação e
grandes empresas que os empregam na prática.
Cada neurônio artificial recebe diversas entradas, pondera (atribui pesos a) essas entradas
e envia ou não um sinal para a frente. Cada neurônio artificial tem uma função soma
(com os pesos), para fazer uma soma ponderada dos sinais de entrada, e uma função
transmissão, para enviar o sinal para a rede. A rede retém conhecimento por meio da
observação e da experiência.
131
Unidade v | Técnicas para Otimização e Simulação
Outro uso possível é prever a oscilação das cotações no mercado acionário. Para
isso, treina-se a rede usando como dados de entrada as séries históricas de preços da
ação, índices financeiros e econômicos da empresa, índices econômicos nacionais
etc., obtendo-se como dados de estimativa do futuro ou tendência de variação do
valor da ação.
As redes neurais também são usadas para análise de risco de crédito, isto é, para saber
qual o risco de fornecer crédito a uma empresa solicitante. Usam-se como dados de
entrada os índices de balanço da empresa nos últimos anos, seu histórico de negócios
e todos os fatores julgados relevantes para determinar padrões de risco de crédito,
tendo como saída o grau de avaliação do risco.
Por fim, as redes neurais também podem ser usadas como ferramenta auxiliar no
cálculo de opções financeiras, ou no cálculo de opções reais. Contudo, como o atual
estágio dessa técnica na área de análise econômica de projetos é ainda embrionário, ela
deve ser sempre vista como uma ferramenta auxiliar, e não como um novo paradigma
de análise.
O algoritmo genético (AG), por sua vez, é uma importante técnica de busca adaptativa
inspirada no princípio darwiniano da evolução das espécies. Com efeito, baseia-se na
seleção natural e na reprodução genética, por meio da troca aleatória de informações. É
uma técnica de otimização peculiar, que se dá pela sobrevivência do mais adaptado: como
se fossem espécies vivas, as melhores soluções sobrevivem com direito a recombinações
genéticas, como mutação, reprodução etc.), enquanto as piores sucumbem. As soluções
vão evoluindo, ao longo das gerações, sendo selecionadas soluções cada vez melhores.
A solução ótima nem sempre é encontrada; nesse caso, escolhe-se a que esteja mais
perto do ótimo.
132
Técnicas para Otimização e Simulação | Unidade v
Com o AG, a informação obtida em determinado estágio da busca é usada para influenciar
a direção futura de busca. Cada solução é um organismo, e o conjunto de possíveis
soluções em determinado estágio da evolução é chamado de população. Os AGs básicos
são constituídos dos seguintes passos:
Os AGs são sistemas não lineares complicados, que geralmente demandam muito tempo
de processamento computacional. Têm diversas aplicações em análise de investimentos,
seja no mercado financeiro (otimização de carteiras, estratégia de melhor timing no
mercado de ações etc.), seja em aplicações de análise de projetos (determinação da melhor
quantidade de poços de petróleo para explotar determinada jazida, por exemplo). Ainda
existem grandes desafios a vencer em AG, mas, por permitir a otimização de sistemas
complexos, essa técnica tem despertado grande atenção na área de análise econômica.
Outro assunto muito atual é a teoria do caos. Essa teoria encontra nichos de aplicações,
especialmente derivadas da distribuição de fractais usados em computação gráfica. Mas
ela também tem aplicações na modelagem probabilística de reservatórios de petróleo e
em meteorologia. No mercado financeiro, a teoria do caos também se aplica, embora
seu uso ainda seja visto com reservas e os estudos estejam em um estágio embrionário.
133
Unidade v | Técnicas para Otimização e Simulação
Alguns aspectos da teoria do caos não são tão recentes como muitos supõem. A teoria
avançada das funções não lineares foi desenvolvida por Volterra em 1913; depois,
Wiener aplicou essas ideias à análise de processos estocásticos e desenvolveu o que hoje
se conhece como caos homogêneo. Em 1938, Wiener provou uma das propriedades
desse processo (chamada de propriedade de representação caótica) para o caso do
movimento browniano.
134
REFERÊNCIAS
135