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de Poços
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 7
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 10
UNIDADE I
PERFURAÇÃO .................................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
POÇOS DE PETRÓLEO ........................................................................................................... 11
UNIDADE II
EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO ..................................................................................... 20
CAPÍTULO 1
SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO DE CARGAS ................................................................................. 20
CAPÍTULO 2
SISTEMA DE GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA .............................................................. 24
CAPÍTULO 3
SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS ............................................................................. 27
CAPÍTULO 4
SISTEMA DE ROTAÇÃO .......................................................................................................... 34
CAPÍTULO 5
SISTEMA DE CIRCULAÇÃO ..................................................................................................... 40
CAPÍTULO 6
SISTEMA DE SEGURANÇA DO POÇO ...................................................................................... 43
CAPÍTULO 7
SISTEMA DE MONITORAÇÃO .................................................................................................. 47
UNIDADE III
COLUNA DE PERFURAÇÃO ................................................................................................................. 50
CAPÍTULO 1
COMANDOS (DRILL COLLARS) .............................................................................................. 51
CAPÍTULO 2
TUBOS PESADOS (HEAVY-WEIGHT DRILL PIPES - HWDP) ............................................................. 54
CAPÍTULO 3
TUBOS DE PERFURAÇÃO (DRILL PIPES - DP) ............................................................................. 57
CAPÍTULO 4
ACESSÓRIOS DA COLUNA DE PERFURAÇÃO .......................................................................... 61
CAPÍTULO 5
FERRAMENTAS DE MANUSEIO DA COLUNA ............................................................................. 65
UNIDADE IV
BROCAS ............................................................................................................................................ 68
CAPÍTULO 1
BROCAS SEM PARTES MÓVEIS ................................................................................................ 70
CAPÍTULO 2
BROCAS COM PARTES MÓVEIS .............................................................................................. 73
UNIDADE V
FLUIDO DE PERFURAÇÃO ................................................................................................................... 76
CAPÍTULO 1
PROPRIEDADES DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO ..................................................................... 77
CAPÍTULO 2
CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO ................................................................... 80
UNIDADE VI
OPERAÇÕES DE SONDA.................................................................................................................... 83
CAPÍTULO 1
OPERAÇÕES NORMAIS DE PERFURAÇÃO ............................................................................... 83
CAPÍTULO 2
OPERAÇÕES ESPECIAIS DE PERFURAÇÃO............................................................................... 98
UNIDADE VII
CONCEITOS BÁSICOS NA COMPLETAÇÃO DE POÇOS ....................................................................... 102
CAPÍTULO 1
TIPOS DE COMPLETAÇÃO DE POÇOS .................................................................................. 102
CAPÍTULO 2
ATIVIDADES ENVOLVIDAS POR UM COMPLETADOR DE POÇOS .............................................. 107
UNIDADE VIII
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO .......................................... 110
CAPÍTULO 1
CARACTERÍSTICAS DO CIMENTO E CLASSIFICAÇÃO ............................................................. 110
CAPÍTULO 2
EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS UTILIZADOS NA CIMENTAÇÃO ............................................... 115
CAPÍTULO 3
AVALIAÇÃO DA CIMENTAÇÃO ............................................................................................. 121
CAPÍTULO 4
CANHONEIO ...................................................................................................................... 135
UNIDADE IX
DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO............................... 150
CAPÍTULO 1
COLUNA DE PRODUÇÃO .................................................................................................... 150
UNIDADE X
ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS..................................................... 164
CAPÍTULO 1
CONTROLE DE PRODUÇÃO DE AREIA .................................................................................. 164
CAPÍTULO 2
TRATAMENTO QUÍMICO ....................................................................................................... 169
CAPÍTULO 3
FRATURAMENTO HIDRÁULICO .............................................................................................. 174
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à refexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oerecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos especícos da área e atuar de orma
competente e conscienciosa, como convém ao prossional que busca a ormação continuada para
vencer os desaos que a evolução cientíco-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na prossional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
7
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
orma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para refexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
nal, serão indicadas, também, ontes de consulta, para aproundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a m de que o aluno faça uma pausa e reita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
8
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de xação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e xação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
9
Introdução
Antes de começarmos a discutir sobre PERFURAÇÃO gostaria de azer algumas perguntas que os
levassem a refetir sobre o tema. Como é denida a peruração? Quais são os equipamentos de
uma sonda de peruração? Quais são os sistemas utilizados neste processo? O que é e por que é tão
importante controlar o kick?
No decorrer desta apostila responderemos todas estas indagações de orma clara e objetiva.
A peruração de poços é uma das mais importantes operações para retirada de petróleo e gás
natural. Geralmente a peruração de poços de petróleo é um trabalho árduo e de diícil execução.
Os equipamentos utilizados são enormes (só a torre de uma sonda chega a medir 40 metros de
altura). O tubo vertical é sustentado pela torre, a broca é colocada na extremidade da coluna de
peruração para peruração das rochas com movimentos de rotação e de peso transmitidos pela
coluna de perfuração à broca.
Um fuido conhecido como “lama de peruração” tem a unção undamental de lubricar a rocha
no momento do impacto e manter a pressão controlada dentro do poço. Esta lama é composta de
bentonita, argila, óleo e água, que após o seu uso é reutilizada numa nova peruração depois de
serem separados os fragmentos nela contidos.
Os tubos têm a unção de trazer o petróleo para a superície. A vida útil da broca é muito pequena
e para retirá-la precisaremos retirar todos os tubos (operação de manobra) e manter a pressão no
interior para que tudo não desabe.
No decorrer desta apostila vamos explicar as atividades seguintes de orma criteriosa e sucinta.
Esperamos que você possa entender todos os processos da perfuração de uma maneira clara,
objetiva e que contribua para seu sucesso como prossional.
Bons estudos!!!!
10
PERFURAÇÃO UNIDADE I
No que consiste a perfuração? Como ela é denida? A perfuração de poços é uma das
mais importantes no processo de prospecção de petróleo e gás natural. É denida
como um conjunto de etapas nas quais há um aumento na profundidade do poço. É
caracterizada pela aplicação de peso e rotação na broca e pela circulação de uido.
O peso e a rotação têm a função de destruir as rochas; já o uido retira os cascalhos
gerados pela broca e os transporta para a superfície.
CAPÍTULO 1
Poços de petróleo
Convém destacarmos que na natureza o petróleo se encontra nos vazios de uma rocha porosa
denominada rocha reservatório. O poço de petróleo é o elo entre a rocha reservatório e a superície
e ou fundo do mar.
a. Quanto à nalidade.
Especial 9
11
UNIDADE I │ PERFURAÇÃO
Os poços exploratórios visam a descobertas de novos campos ou novas jazidas de petróleo, avaliação
de suas reservas e novos dados que completam as avaliações geológicas e se dividem em:
Pioneiro (tipo 1) - São perurados com a nalidade de se descobrir petróleo baseados em dados
geológicos e geoísicos. É o primeiro poço perurado numa área em busca de uma jazida. Neste
poço se solicita mais amostras de calha do que nos poços de desenvolvimento e estas amostras são
importantes, pois localizam importantes zonas produtoras.
Estratigráco (tipo 2) - Descoberta da bacia sedimentar por meio de mapeamento numa área
em busca da jazida. A locação é eita, associando-se os dados obtidos do poço estratigráco e
da geofísica.
Pioneiro adjacente (tipo 4) - Tipo de poço perurado em local adjacente ao perurado com o
objetivo de determinar se sua estrutura corresponde ou não com a do campo preliminar.
Jazida mais rasa ou mais profunda (5 ou 6) - Visam descobrir jazidas mais rasas ou mais
profundas dentro dos limites do campo.
O poço explotatório ou de lavra visa retirar hidrocarbonetos da rocha reservatório, podendo ser:
Desenvolvimento (tipo 7) - Os poços são perurados para serem postos em produção, assim que
conrmada a viabilidade econômica do reservatório.
Injeção (tipo 8) - Poços são perurados com a intenção de injetar fuidos na rocha reservatório
que ajudem na recuperação de hidrocarbonetos.
O poço especial é aquele que não tem o objetivo de procurar ou produzir hidrocarbonetos. Exemplos:
produção de água, poço de combate ao blow-out, também chamado de poço de alívio.
b. Quanto à proundidade.
Poços médios - A proundidade nal está entre 1.500 metros e 2.500 metros.
c. Quanto ao percurso.
Lembremos que o percurso do poço é infuenciado por diversos atores: inclinação e direção
das camadas da rocha, características da coluna que está empregada na peruração e dureza das
ormações a serem atravessadas. Classicam-se em:
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PERFURAÇÃO │ UNIDADE I
Poço direcional - A sonda e o alvo não estão situados na mesma vertical. Dentre os motivos da
peruração direcional podemos citar:
» alvo com dierentes posições para serem atingidas pelo mesmo poço.
Profundidade
Raio de tolerância
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UNIDADE I │ PERFURAÇÃO
Em terra
Convém destacarmos que o prexo de um poço em terra é constituído de quatro caracteres separados
por híen.
Ex.: 7 - MG - 50 - BA
BA - Miranga é na Bahia.
Ex.: 1 - MO - 1 - RN
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PERFURAÇÃO │ UNIDADE I
Ex.: 1-TO-1C-SE
Terceira tentativa de se perurar o primeiro poço para encontrar petróleo em Timbó, Sergipe.
No mar
As locações exploratórias que se encontram na plataorma continental se identicam com três
caracteres, sendo que no segundo junto com a sigla do estado deverá ser acrescentada a letra “S”.
Ex.: 3 - BD - 1 - ESS
Perfuração em terra
Ao serem conrmadas as dimensões e a presença de jazidas de petróleo, logo em seguida é iniciado
um projeto especíco para estudar sua viabilidade técnico-econômica e ambiental (EVTEA), onde
são determinadas outras especicações importantes para o novo local a ser explorado, além da
própria descoberta em si, como: valor de mercado, custo da extração, receita esperada, tecnologia
disponível e as condições ambientais.
O poço começa a ser preparado depois de tomadas as medidas iniciais cabíveis, introduzindo tubos
de aço revestidos com cimento, evitando assim o desmoronamento das paredes e a contaminação
com outros minerais. Na coluna, os técnicos descem uma espécie de mini-canhão que “detona” a
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UNIDADE I │ PERFURAÇÃO
rocha e abre uros, o petróleo será empurrado pela pressão e jorra até a superície, onde estão às
válvulas de produção, conhecidas como “árvore de natal”.
Quando não existe pressão suciente para que o petróleo chegue até a superície, uma segunda
opção é utilizada, no caso de um óleo mais viscoso ou uma rocha reservatório pouco permeável:
são utilizados processos mecânicos para bombeamento (chamados de “cavalo de pau”), injeção de
fuidos (água, gás, vapor e outros produtos) ou processos mais sosticados como a combustão in
situ (rente de calor no interior da jazida). Podendo estes últimos ser utilizados na recuperação de
uma jazida de petróleo, mesmo com outros métodos mais comuns, nenhum resultado satisatório
seria obtido.
Perfuração no mar
As etapas de uma perfuração no mar, de modo geral, seguem os mesmos processos de uma
perfuração em terra. Evidentemente, que a perfuração no mar requer mais cuidados, investimentos
e tecnologia, levando em consideração a complexidade da logística das operações para perurar
os poços.
Métodos de perfuração
» Mastro.
» Coluna de peruração:
Trépano (bit).
Hastes de perfuração.
Precursor.
Conectores.
» Cabos:
Cabo de perfuração.
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PERFURAÇÃO │ UNIDADE I
» Caçamba.
1. cerca de 1,5 a 2,5 metros são perurados para então retirar a broca;
3. a caçamba é retirada e depois que estiver limpa dos cascalhos é novamente descida
no poço com um barril de água doce. Esta água é deixada no undo para ormar a
“lama” com os ragmentos que serão gerados pela ação da broca;
Vantagens da percussão:
Desvantagens da percussão:
b. na perfuração de poços profundos, o método vai se tornando cada vez mais demorado
a medida que a proundidade aumenta;
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UNIDADE I │ PERFURAÇÃO
Fonte de energia
Roda motora Balancin
Caçamba
Cabo de perfuração
Haste de aço
Broca
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PERFURAÇÃO │ UNIDADE I
Bloco de coroamento
Torre
Mesa rotativa
Guincho Catarina
Gancho
Bomba da lama
BOP
Kelly
Tubo de perfuração
Comando
Broca
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EQUIPAMENTOS
DA SONDA DE UNIDADE II
PERFURAÇÃO
Quais são as unções dos equipamentos da sonda de peruração? Os equipamentos de uma
sonda rotativa de perfuração de um poço são constituídos de sistemas que compõe uma sonda.
Estes sistemas são nomeados: de sustentação de cargas, de geração e transmissão de energia, de
movimentação de carga, de rotação, de circulação, de segurança de poço, de monitoração e o sistema
de subsuperície (coluna de peruração).
CAPÍTULO 1
Sistema de sustentação de cargas
20
EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
Torre ou mastro
A broca é substituída por outra após o seu desgaste, sendo retirada até a superície e substituída por
uma nova. Este tipo de operação é conhecida como manobra. Visando a economia, a manobra é eita
retirando-se seções de dois ou três tubos (cada tubo tem o comprimento de 9m), sendo exigida uma
torre ou mastro com mais de 45 metros.
A torre ou mastro é uma estrutura de forma piramidal formada de aço especial que tem a função de
prover um espaçamento vertical livre acima da plataorma de trabalho visando permitir a execução
das manobras. A torre permite movimentos para cima e para baixo da coluna de peruração.
A torre (derrick) possui um grande número de peças, que são montadas uma a uma. É uma estrutura
semelhante a uma torre erguida em local preestabelecido para a peruração. A torre é capaz de
manipular todas as operações dentro do poço.
Já o mastro é uma estrutura tubular ou treliçada, que depois de baixada pelo guincho da sonda, é
subdividida em três ou quatro seções, que são transportadas para a locação do novo poço, onde são
21
UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
montadas na posição horizontal e logo colocadas para vertical. O mastro tem sido preerido pela
acilidade, economia de tempo e montagem em perurações terrestres. (THOMAS, 2004).
O mastro de peruração é ácil de se transportar de canteiro para canteiro, são resistentes a uma
tração de 1,5 milhão de libras e podem atingir uma altura de 41 metros, acilitando assim o manuseio
de tubulações de peruração ou revestimento de 27 metros de comprimento.
As torres e os mastros devem possuir rigidez aos esorços aplicados e não possuir vibração excessiva
quando exposta aos esorços das operações rotineiras.
Qual é a principal dierença entre a torre e o mastro de peruração? A torre é peças montada peça
por peça, já o mastro é uma estrutura treliçada, dividida em 3 ou 4 seções.
Figura 6 – Mastro.
Subestruturas
As subestruturas criam um espaço de trabalho sobre a plataorma, onde serão instalados os
equipamentos de segurança. São constituídas de vigas de aço montadas sobre a fundação ou base
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EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
da sonda. As estruturas rígidas são construídas em concreto, aço ou madeira, que apoiadas em solo
resistente suportam todos os esorços provocados pela sonda. Elas são conhecidas como undações
ou base.
Convém destacarmos que as subestruturas são a base da sonda, suportam os equipamentos e criam
um ambiente de trabalho sob a plataorma onde são instalados os equipamentos de segurança
do poço.
Figura 7 – Subestrutura.
Estaleiros
O estaleiro mantém todas as tubulações (comandos, tubos de peruração, revestimentos etc.)
dispostas paralelamente a uma passarela para acilitar o seu manuseio. Ele ca posicionado na
frente da sonda.
O estaleiro é uma estrutura de metal constituída de vigas apoiadas acima do solo por pilaretes.
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CAPÍTULO 2
Sistema de geração e transmissão
de energia
Onde há produção de gás é mais comum, e econômica, a utilização de turbinas a gás para geração
de energia para toda a plataforma. A utilização de energia elétrica de redes públicas é utilizada
quando a sonda permanece muito tempo em uma locação. O torque e a velocidade variáveis aetam
o processo de transmissão de energia.
Sondas mecânicas
Os vários motores são ligados a compounds nos quais são conectados os principais equipamentos
de peruração; usam-se conversores de torque e embreagens. A energia é distribuída a todos os
sistemas de peruração através de diversos eixos, rodas dentadas e correntes que azem parte do
compound. Os motores são acoplados ou desacoplados pelas embreagens, causando maior eciência
na utilização dos motores a diesel.
Figura 9 – Esquema de uma sonda mecânica com cinco motores diesel. (THOMAS, 2004).
MOTORES A DIESEL
Conversor de Toque
Embreagem
Gerador AC
Equipamentos
Guincho
Bombas de lama COMPOUND
Mesa rotativa Pequenos motores AC
Sondas diesel-elétricas
Nas sondas diesel-elétricas a geração de energia é feita em corrente alternada e a utilização é em
corrente contínua, geralmente são do tipo AC/DC.
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EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
Geradores de corrente alternada (AC) que alimentam um barramento triásico de 600 volts são
acionados por motores a diesel ou turbinas a gás. O barramento pode receber energia da rede
pública de forma alternada.
A energia do barramento é recebida pelas pontes de reticadores controlados de silício (SCR) e logo
transformada em corrente contínua, que alimenta os equipamentos da sonda.
As sondas diesel-elétricas com sistemas tipo AC/AC (geração e utilização ocorrem em corrente
alternada) têm uso incipiente, mas com tendência de grande evolução no uturo. Não há necessidade
de reticação de corrente por utilizar motores AC, mas sim do controle da requência aplicada
aos motores.
Figura 10 - Esquema de uma sonda AC/DC, típica de sondas marítimas. (THOMAS, 2004).
SCR1
600v AC Bombas de Lama
SCR2
Mesa rotativa
SCR3
Guincho
Geradores AC
Transformador Motores AC
» Fontes de energia:
motores a diesel;
turbinas a gás;
energia elétrica.
» Sondas mecânicas:
motores a diesel.
» Sondas diesel-elétricas:
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UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
Responda as questões:
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CAPÍTULO 3
Sistema de movimentação de cargas
Guincho (draw-work)
A energia mecânica necessária para a movimentação de cargas na transmissão principal é realizada
pelo guincho, no caso de sondas diesel, ou diretamente de um motor elétrico.
O tambor principal aciona o cabo de peruração, causando os movimentos da carga dentro do poço.
O reio é muito importante dentro de uma sonda, pois ele repara ou retarda a movimentação de
descida de carga no poço, permitindo a aplicação e controle de peso sobre a broca. O reio de uma
sonda pode ser dividido em dois tipos: o reio principal, que é mecânico por ricção, tem a unção de
parar e assim manter a carga que está sendo movimentada; e o reio secundário, que é hidráulico ou
eletromagnético e diminui a velocidade de descida da carga, facilitando a atuação do freio principal.
O tambor auxiliar ou de limpeza é instalado no eixo secundário do guincho, cando acima do tambor
principal. Tem a unção de movimentar equipamentos leves, como: registradores de inclinação e
direção do poço, amostradores de fundo, equipamentos de completação e de teste do poço.
O molinete unciona como embreagem e tem a unção de tracionar cabos e cordas. Podemos
encontrar dois tipos de molinetes em uma sonda: o molinete das chaves futuantes, que apertam ou
desapertam as conexões da coluna de peruração ou revestimentos; e o giratório, ou cathead, que
permite içar pequenas cargas quando nele or enrolada uma corda, chamada catline.
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UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
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EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
» cabo de peruração;
Suas vigas são xadas a outras polias, onde os cabos auxiliares seguintes são instalados:
Possui dupla unção, de suportar o peso da coluna de peruração durante as operações do poço e
de efetuar as manobras de descida e retirada da broca no poço. As catarinas são construídas com
3 a 6 polias, dependendo da carga, sua capacidade pode variar entre 90 a 500 toneladas. As polias
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UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
da catarina devem obedecer, tanto em diâmetro quanto aos gornes, às mesmas especicações
para os blocos de coroamento. Abaixo, ou integrada a catarina, ca o gancho que amortece os
choques e vibrações durante a peruração, evitando que essas vibrações se transmitam para o
sistema bloco-catarina.
Os principais são:
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EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
» Análise Estática;
» Análise Dinâmica.
No conjunto existe também uma trava que evita os movimentos de rotação da peça. O gancho da
catarina auxilia no manuseio de operação com o kelly, retirando e posicionando-o no buraco do rato.
31
UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
Figura 16 – Gancho
Cabo de perfuração
É um cabo de aço trançado em torno de um núcleo ou alma, sendo que cada trança é formada por
diversos os de pequeno diâmetro de aço especial. O cabo proveniente do carretel é passado e xado
numa âncora situada próxima à torre, onde se encontra um sensor para medir a tensão no cabo,
a tensão está relacionada com o peso total sustentado pelo guincho. Daí ele é passado no sistema
bloco-catarina e enrolado e xado no tambor do guincho. (THOMAS, 2004)
Lembremos especialmente que este cabo de perfuração interliga o bloco de coroamento com a
catarina, ele deve suportar todo o peso da coluna de perfuração ou revestimento. Suas características
principais são:
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EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
» resistência.
Elevador
Convém destacarmos que o elevador é o equipamento que segura a tubulação durante as
movimentações (manobras). É utilizado para movimentar elementos tubulares, tubos de peruração
e comandos.
O elevador tem duas partes ligadas por dobradiças resistentes com ormato de anel bipartido, que
contém um trinco especial para seu echamento.
33
CAPÍTULO 4
Sistema de rotação
Lembremos que nas sondas convencionais, a coluna de perfuração é girada pela mesa rotativa
localizada na plataorma da sonda. A rotação é transmitida a um tubo de parede externa poligonal, o
kelly ca enroscado no topo da coluna de peruração. Nas sondas equipadas com top drive a rotação
é transmitida diretamente ao topo da coluna de peruração por um motor acoplado à catarina. O
conjunto desliza em trilhos xados à torre, onde o torque devido à rotação da coluna é absorvido.
Existe a possibilidade de se perurar com um motor de undo, colocado logo acima da broca. O
torque necessário é gerado pela passagem do fuido de peruração no seu interior. Esse motor pode
ser de deslocamento positivo ou uma turbina. O sistema de rotação convencional é constituído de
equipamentos que promovem ou permitem a livre rotação da coluna de peruração. São eles: mesa
rotativa, o kelly e cabeça de circulação ou swivel. (THOMAS,2004)
Convém destacarmos que o sistema rotativo é responsável pelos movimentos rotativos da coluna
de peruração. Ele imprime rotação à broca para peruração das ormações rochosas. O sistema
rotativo tem como principais nalidades:
» permitir que o torque aplicado à coluna de peruração pela mesa rotativa seja
adequado e suciente para se perurar o poço;
A mesa rotativa recebe energia sob a forma de rotação no plano vertical e transforma em rotação
horizontal, que é transmitida a coluna; serve como suporte no acunhamento da coluna.
» a mesa rotativa deve estar sempre xada à subestrutura da torre para evitar que a
mesma se desloque junto com a coluna de peruração, provocando graves acidentes;
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EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
Kelly
É o elemento responsável pelo movimento giratório da coluna de peruração que através das buchas
instaladas na mesa rotativa, transmitem estes movimentos à coluna de perfuração. Pode ser de
haste quadrada ou hexagonal.
Em sondas terrestres a quadrada é a mais utilizada e em sondas marítimas a hexagonal é mais bem
empregada.
O kelly é parte integrante da coluna e deve permitir a passagem de fuido em seu interior. É o kelly
que faz a ligação entre o swivel (Cabeça de injeção) e a coluna de peruração.
» A bucha do kelly trabalha com guia e, através do encaixe dos pinos nos
furos da mesa rotativa, se consegue transmitir giro a coluna de perfuração.
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UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
O swivel é composto de: mandril, corpo, castelo, pescoço do ganso, alça de suspensão (do kelly) e
substituto intermediário.
O swivel pode suportar até 250 toneladas, com rotações superiores a 350 RPM (rotação por minuto).
À esquerda cam as roscas do substituto para evitar que desenrosquem durante as operações de
perfuração.
Mas porque o nome cabeça de injeção? Porque o fuido é injetado dentro da coluna através desse
Swivel.
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EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
Existem dois sistemas alternativos de aplicação de rotação na broca: top drive e motor de fundo.
Top drive
A perfuração com top drive elimina o uso da mesa rotativa, do kelly e da bucha do kelly. A coluna
de peruração gira movida por um motor conectado diretamente no topo. O motor desliza sobre o
trilhos xados à torre permitindo o movimento vertical da coluna. Este sistema consegue diminuir
em 25% o tempo útil em operações normais de peruração. A operação de peruração é executada
com 3 tubos (uma seção) sem interrupção para conexão. Eetua a operação de conexão e desconexão
de tubos da mesa rotativa, usando o próprio motor de peruração e é aplicado torque de aperto
desejado com back up tong (duas chaves de torque do sistema pipe handler).
O sistema top drive pode ser utilizado em sondas de peruração xas e em plataormas futuantes.
No caso de operações de conexão e desconexão de tubos em sondas futuantes é necessário que o
operador (sondador) deixe um espaço reservado entre a coluna de peruração e o undo do poço,
evitando assim o movimento ascendente e descendente (heave) da plataforma.
Este sistema permite também que a retirada ou descida da coluna seja eita tanto com rotação como
com circulação de fuido de peruração pelo seu interior, isto é extremamente importante em poços
de alta inclinação ou horizontais. (THOMAS, 2004)
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UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
Motor de fundo
Em poços direcionais este tipo de equipamento é muito utilizado, pois o objetivo a ser atingido não
se encontra na vertical que passa pela sonda de peruração. O giro deste motor só é realizado na parte
inerior do motor de undo, solidário a broca. O motor hidráulico tipo turbina ou de deslocamento
positivo é colocado acima da broca. O torque imposto à coluna de peruração é nulo e seu desgaste
ca muito reduzido, pois a coluna de peruração não gira.
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EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
Responda as questões:
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CAPÍTULO 5
Sistema de circulação
O sistema de circulação apresenta as seguintes nalidades: az um reboco nas paredes do poço,
mantém o equilíbrio de pressões dentro do poço e traz os cascalhos cortados pela broca até a
superfície.
Fase de injeção
As bombas de lama azem a sucção do fuido de peruração e o injetam na coluna de peruração até
passar para o anular entre o poço e a coluna por oriícios na broca conhecidos como jatos de broca.
No decorrer da proundidade e da geometria do poço as vazões e as pressões variam. Usa-se apenas
uma bomba quando são utilizadas altas pressões e baixas vazões no início da peruração e pistões
e camisas são substituídos por outros de menor diâmetro am de atender às solicitações do poço.
40
EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
Fase de retorno
Inicia-se com a saída do fuido de peruração nos jatos de broca e naliza-se com a chegada do fuido
na peneira vibratória.
Fase de tratamento
A eliminação de sólidos ou gás que se juntam ao fuido no decorrer da peruração e o adicionamento
de produtos químicos com a nalidade de ajuste das propriedades é chamada de ase de tratamento
ou condicionamento.
O primeiro equipamento é a peneira vibratória que tem a nalidade de retirar da lama o cascalho
e outros detritos de maior tamanho da lama. Após este processo o fuido passa por um conjunto
de dois a quatro hidrociclones1 de 8’’ a 20’’ conhecidos como desareiadores, que são responsáveis
por retirar a areia do fuido de peruração. Este processo unciona por decantação de gravidade
e centriugação. Após sair do desareiador, o fuido de peruração passa pelo dessiltador, possui
um conjunto de 8 a 12 hidrociclones de 4” a 5” e tem a unção de retirar partículas de dimensões
equivalentes ao silte. O equipamento seguinte é o mud cleanner que tem a unção de executar a
limpeza do fuido de peruração executando dupla unção: conjuga a separação de sólidos nos
vindos da peruração através da centriugação pelos hidrociclones e o peneiramento utilizando tela
na. Ainda temos a centríugação em que são utilizadas algumas sondas, sendo essas responsáveis
pela retirada de partículas menores que não tenham sido descartadas pelos hidrociclones.
Outro equipamento que está sempre presente na sonda é o desgaseicador que tem a unção de
retirar o gás do fuido de peruração. No decorrer da peruração de uma ormação com gás ou quando
houver a ocorrência de infuxo de gás contido na ormação para dentro do poço, as partículas de gás
são incorporadas no fuido de peruração e sua recirculação no poço é perigosa. (THOMAS, 2004).
1 Hidrociclones são equipamentos que aceleram o processo natural de decantação de partículas.Constam de cones ocos,com
entrada para fuido de peruração,uma pequena abertura no undo para descarga dos sólidos,e uma abertura maior na parte
superior,para saída do fuido recuperado
41
UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
Faça uma pesquisa mais detalhada sobre cada um dos equipamentos do sistema de
circulação, esquematizando-os, apresentando suas principais funções e a forma que
cada um deles opera.
42
CAPÍTULO 6
Sistema de segurança do poço
Dentre estes equipamentos o Blowout Preventer (BOP) é o mais importante, pois possui válvulas
que permitem echar o poço quando houver necessidade.
Sempre quando houver ocorrência de kick (entrada de um fuido indesejado da ormação para
o poço) os BOPs são acionados. Para que o kick aconteça, a pressão hidrostática do fuido de
peruração deverá ser menor que a pressão da ormação. Quando não há controle do kick este se
transformará num blow out, podendo criar sérias consequências, tais como: acidentes pessoais,
danos nos equipamentos de sonda, poluição e danos ao meio ambiente.
43
UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
Cabeça de produção
Suspensor de revestimento
Carretel de revestimento
Suspensor de revestimento
Cabeça de revestimento
Saída
O que é uma kill line (linha de matar)? Qual é a sua função? A kill line é uma linha
de alta pressão que possui um conjunto de válvulas, com pressão de trabalho igual
ou maior que a pressão de trabalho do BOP, que pode ser instalada no carretel de
perfuração ou no bloco de gavetas.
A kill line possui a unção de bombear o fuido para dentro do poço quando, não conseguimos azer a
circulação normal por causa de obstrução de coluna, mangueira de injeção rompida ou no combate
do kick com a coluna ora do poço. Pode ser usada em circulações reversas e para testes de pressão
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EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
do BOP. No conjunto de válvulas da kill line, existe sempre uma válvula de retenção (check valve),
que impede a entrada da pressão do poço para a kill line (linha de matar).
BOP anular
Consta de um equipamento que é montado na parte superior do conjunto BOP. Ele é equipado
com elemento de vedação (borracha), cuja unção é echar o poço independente da erramenta que
45
UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
esteja em seu interior. O BOP possui um pistão que ao se deslocar do dentro do corpo do cilíndrico
comprime um elemento de borracha que é ajustado contra a tubulação que esteja dentro do poço.
O BOP anular pode echar um poço sem coluna, embora este procedimento não seja aconselhável por
causar dano ao elemento de borracha. O preventor anular atua em qualquer diâmetro de tubulação.
BOP gaveta
O BOP gaveta possui dois pistões que tem a unção de echar o espaço anular. Ao serem acionados
hidraulicamente deslocam as duas gavetas, uma contra a outra, transversalmente ao eixo do poço.
O BOP pode echar o poço sem coluna no seu interior. Os blocos de gavetas podem ser: simples,
duplo ou triplo.
» gaveta de tubo;
» gaveta cega;
» gaveta cisalhante;
» gaveta variável.
Em terra, normalmente se utilizam três preventores: um anular e dois de gavetas. Já no mar, há duas
possibilidades: em plataormas xas ou que estão apoiadas no undo do mar, onde os equipamentos
operam na superfície, utiliza-se um preventor anular e três ou quatro de gavetas. Em plataformas
futuantes, navios e semissubmersíveis em que os equipamentos trabalham no undo do mar,
normalmente se trabalha com dois preventores anulares e três ou quatro de gavetas.
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CAPÍTULO 7
Sistema de monitoração
Os manômetros, indicadores de peso sobre a broca e os indicador de torque azem parte do sistema
de monitoração e são equipamentos necessários ao controle da perfuração.
A velocidade da mesa rotativa e da bomba de lama são medidas pelo tacômetro, a pressão de
bombeio indicada pelo manômetro, o torque da coluna indicado no torquímetro e o indicador do
peso no gancho sobre a broca.
A taxa de penetração da broca é o registro mais importante e este é responsável para se avaliar
as mudanças das ormações peruradas, o desgaste da broca e a adequadação dos parâmetros de
perfuração.
Geolograph - Instrumento onde é inserida uma carta rotativa que registra continuamente
parâmetros como:
» taxa de penetração;
Indicador de peso - Tem dois ponteiros que indicam o peso sobre a broca e o peso suspenso no
gancho. É um equipamento analógico.
O ponteiro amarelo ornece o peso total da coluna de peruração (carga suspensa), enquanto que o
vermelho acusa leituras mais sensíveis, exemplo: o peso sobre a broca é acilmente calibrável e não
se altera sob os eeitos das condições atmoséricas.
São geralmente instalados no recalque das bombas de lama, no tubo bengala, no choke manifold e
no painel do sondador (dog house).
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UNIDADE II │ EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO
Indicador de nível dos tanques - Detecta variações bruscas no nível de tanque de lama, o que
o torna muito importante na segurança, uma vez que estas variações podem ser indicativos de
infuxos de fuidos da ormação.
Tacômetro da mesa rotativa (RPM) - Este instrumento indica as medidas em RPM dos
movimentos da mesa rotativa, melhorando o controle do sondador durante a peruração do poço.
Possui um gerador de corrente alternada, movidos por um eixo, cuja velocidade de rotação seja
proporcional a da mesa rotativa.
Durante a peruração a velocidade de rotação e o peso sobre a broca se relacionam deste modo:
Torquímetro - Mede o torque na mesa rotativa e o torque dado pelas chaves nas conexões e tubos.
Indicador de torque rotativo - Avalia o torque rotativo que a coluna de perfuração se submete
durante as operações de peruração de um poço. Algumas resistências iniciais são vencidas pela
coluna de peruração para eetuar o movimento rotativo dentro do poço. Estas resistências são:
» o fuido de peruração.
Chamamos de torque rotativo útil à orma de energia usada na superação destes obstáculos. O seu
valor depende dos seguintes atores:
As variações de tração sorida pela corrente da mesa rotativa são transmitidas à alavanca
inter-resistente, esta aciona o pistão comprimindo o fuido, que através da mangueira chega
48
EQUIPAMENTOS DA SONDA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE II
Indicador de torque da chave futuante - Mede com precisão o torque de aperto nas conexões
dos tubos e comandos de perfuração, o torque é aplicado, por intermédio dos cat head direito ou
esquerdo, instalados no guincho de peruração, ou chaves hidráulicas. O conjunto é composto
de um cilíndrico hidráulico, que é conectado diretamente ao medidor de torque através de uma
mangueira hidráulica.
A tração sorida pelo cabo de aço tende a comprimir o pistão existente dentro do cilindro, o fuido
nele contido segue através da mangueira até o tubo bourdon, o qual se deforma e proporciona a
indicação do valor do torque no indicador.
O cilindro ca geralmente instalado no braço da chave futuante e o indicador de torque posicionado
no painel do sondador (dog house).
Indicador de velocidade de penetração - Mede a velocidade com que as brocas penetram nas
ormações (taxa de penetração metro/hora). As mudanças do grau de dureza das ormações são
indicadas pelo indicador de velocidade de penetração.
É acionado mecanicamente por um cabo de aço (no) xado à engrenagem do instrumento e à outra
extremidade, passando por uma polia localizada abaixo do bloco de coroamento e xada no swivel.
A cada movimento do swivel corresponde um registro do aparelho em uma carta instalada dentro
do aparelho, com uma escala em metros.
Os registros podem ser eitos em pés ou metros, e a velocidade de penetração em qualquer ponto
do gráco.
TORQUE ELÉTRICO
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COLUNA DE UNIDADE III
PERFURAÇÃO
Comandos (Drill Collar ou DC), tubos pesados (Heavy-Weight ou HW) e tubos de peruração (Drill
Pipe ou DP).
Qual seria a função da coluna de perfuração? Quais são seus principais objetivos?
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CAPÍTULO 1
Comandos (Drill Collars)
Os comandos tem a unção de ornecer peso sobre a broca promovendo rigidez a coluna. Como
trabalham sobre pressão estes tubos devem possuir paredes espessas. Os comandos são eitos de
uma liga de aço cromo molibdênio orjados e usinados no diâmetro externo, sendo o diâmetro
interno perurado. Os comandos possuem alto peso linear devido à grande espessura da parede.
As uniões enroscáveis usinadas diretamente no corpo do tubo permite a conexão destes elementos.
Os comandos podem ser lisos ou espiralados externamente. Sua especicação deve levar em conta
o diâmetro externo, diâmetro interno, tipo da união, acabamento externo e a existência ou não de
ressalto para o elevador e normalmente são normalizados pelo API.
São abricados no tamanho de 30 a 32 pés, podendo em casos especiais ter de 42 a 43,5 pés. A
conexão é protegida por uma camada osatada na superície sendo usinada no próprio tubo. A
conexão é a parte mais rágil dos comandos. Os comandos podem ter seção quadrada e tem a unção
de prevenir a prisão por dierencial, mas são poucos utilizados pela diculdade de erramentas
de pescaria.
Os comandos podem possuir pescoço no qual são adaptados elevadores, evitando assim a utilização
de lift-sub, ganhando assim tempo na manobra.
Para dar rigidez na coluna os comandos podem ser utilizados junto com os estabilizadores e também
podem ser utilizados no controle da inclinação do poço.
Convém destacarmos que quando os comandos tem rebaixamento no ponto de aplicação das cunhas
evita a necessidade de se utilizar o colar de segurança durante as conexões, diminuindo o tempo
durante a manobra.
Os comandos são especicados em: diâmetro interno, diâmetro externo, tipo de conexão e
características especiais.
O diâmetro externo é especicado de acordo com o diâmetro do poço e sempre se coloca em questão
a necessidade de se fazer uma futura pescaria.
O diâmetro interno está relacionado ao peso do comando, sendo muito comum se especicar o peso
em lb/pé no lugar do diâmetro interno.
51
UNIDADE III │ COLUNA DE PERFURAÇÃO
O mais importante nos comandos é o uso do torque recomandado, devido às conexões serem seu
ponto frágil.
O aperto deve ser eito com tração constante e demorada nos cabos e nunca deve ser eito com
puxões violentos devido a sua grande inércia.
A quebra da coluna é muito mais frequente nos comandos do que nos tubos de perfuração, devido
ao fato dos esforços nos comandos serem mais severos e serem submetidos a maiores esforços.
Durante as manobras os comandos devem ser desconectados sempre nas juntas que não tenham
sido eitas na última manobra, permitindo assim o trabalho igual de todas as conexões.
Nos comandos não há classicação para o desgaste, o que não acontece com os tubos de peruração.
Devemos tomar os seguintes cuidados em relação aos comandos:
» Durante as conexões não usar a cunha no lugar da chave futuante, pois a cunha
pode causar dano ao corpo do tubo.
» Ao bater nos tubos não utilizar martelo ou marreta. Caso se zer necessário, utilizar
a marreta de bronze.
» Não se deve utilizar a corrente para enroscar os tubos, pois a corrente pode correr e
se encaixar entre o pino e a caixa danicando assim a rosca e o espelho.
» Deve-se apoiar os tubos em três pontos com tiras de maneiras; uma em cada
extremidade e outra no meio quando os comandos estiverem estaleirados. Nunca
utilizar cabo de aço ou tubos de pequeno diâmetro.
» Deve-se lavar as roscas com solvente apropriado, secar, aplicar a graxa e colocar os
protetores de roscas no término de cada poço.
» Para alinhar as seções de comandos no tabuleiro não se deve usar a chave de tubo
(grio), pois isso danica o espelho do pino.
52
COLUNA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE III
» Conservar as roscas limpas e usar graxa especial para roscas, quando enroscá-los.
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CAPÍTULO 2
Tubos pesados (Heavy-Weight Drill Pipes
- HWDP)
Os tubos pesados (Heavy Height Drill Pipes – HWDP) são elementos tubulares de aço orjado2
que possuem maior espessura da parede em relação aos drill pipes (DP), mas possuem o mesmo
diâmetro externo. Os HWDP são utilizados para dar peso sobre a broca, além de serem utilizados
entre os comandos e os drill pipes para permitir uma mudança gradual da rigidez da coluna.
Convém destacarmos que os tubos pesados são bastante utilizados em poços direcionais, como
elemento auxiliar no ornecimento de peso sobre a broca, em substituição de alguns comandos.
» aumenta a capacidade e a eciência das sondas de pequeno porte por ter maior
acilidade de manuseio em relação aos comandos;
» diâmetro nominal;
54
COLUNA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE III
» comprimento;
No desgaste do WH não há normalização, logo a resistência dos tubos usados deve ser avaliada pelo
usuário.
Os smooth hard material podem ser aplicados nos tool joints ou no reforço intermediário.
Convém destacarmos que os tubos pesados (Heavy Height Drill Pipes HWDP)
apresentam as seguintes funções:
55
UNIDADE III │ COLUNA DE PERFURAÇÃO
TORQUE DE APERTO E RESISTÊNCIA DAS CONEXÔES DOS TUBOS PESADOS (HEAVY WEIGHT)
Propriedades Mecânicas
Conexões Diâmetro Diâmetro
Tamanho Nominal e Tipos e Peso
externo interno Torção
(pol) dimensões Tração aproximado Torque de
(pol) (pol) (pol) (lb) inclusive tubo aperto (lbxpé)
(lbxpé)
e junta (lbxpé)
N. C.38
31/2 43/4 23/16 748/750 17,575 25,3 9,900
(31/21.F.)
4 N. C.40 (4.F.H) 51/4 211/16 711/475 23,525 29,7 13,250
41/2 N.C. 48 (4 LF.) 61/4 27/8 1.024.500 38,800 41,0 21,800
N.C. 50
5 61/2 31/8 1.286.000 51,375 49,3 29,400
(41/21F.)
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CAPÍTULO 3
Tubos de perfuração (Drill Pipes - DP)
Os tubos de peruração (Drill Pipes-DP) são tubos de aço sem costura que possuem nas suas
extremidades conexões cônicas conhecidas como tool joints, soldadas em seu corpo. Além disso, os
DP são tratados internamente com aplicação de resinas que diminuem o desgaste interno e corrosão.
Os tubos de peruração podem ser eitos de outros materiais (por exemplo, de alumínio) para
condições especiais.
» peso nominal;
» tipos de rosca.
Diâmetro nominal - Pode ser identicado como OD que vem do inglês Outside Diameter e é o
diâmetro medido entre as extremidades transversais dos tubos. Os mais utilizados cam entre 2
3/8” e 6 5/8”.
Diâmetro interno - Pode ser identicado como ID que vem do inglês Inside Diameter, é o
diâmetro medido entre as superfícies internas do tubo.
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UNIDADE III │ COLUNA DE PERFURAÇÃO
Peso nominal - Corresponde ao valor médio do peso do corpo com os Tool Joint (uniões cônicas).
O peso nominal é dado em libra por pé (ld/t),ou seja, a cada pé de comprimento (0,3048) teremos
X libras (multiplicamos por 45,35 para obter o valor em kg) de massa de um tubo.
» diâmetro interno;
Tool Joints ou uniões cônicas - Os tool joints (uniões cônicas soldadas no tubo de peruração)
são estruturas encontradas nos tubos de peruração, exceto nos Comandos.
Tipo de reforço da solda dos tool joints (upset) - Apresenta três tipos de reforços de solda e
se diere com a variação dos diâmetros internos e externos destas uniões.
IU (Internal Upset) - Ocorre a redução do diâmetro interno do tubo sem alteração do diâmetro
externo.
EU (External Upset) - Ocorre o aumento do diâmetro externo do tubo sem alteração do diâmetro
interno.
IEU (Internal External Upset) - Ocorre a redução do diâmetro interno em conjunto com o
aumento do diâmetro externo.
Grau do aço - As tensões de escoamento de ruptura do tubo de peruração são determinadas pelo
grau do aço. A tensão de escoamento é a tensão necessária para ocasionar uma deformação plástica
no tubo. Os últimos tubos montados durante a peruração sorem uma grande tensão devido ao
peso de toda coluna, essa força é aumentada de acordo com a profundidade do poço por ter uma
maior quantidade de tubos montados, por isso, para cada tipo de poço a ser perfurado utilizaremos
dierentes tubos de graus variados, podendo ser:
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COLUNA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE III
O comprimento corresponde ao tamanho médio dos tubos de peruração. Existem três grupos em
unção do comprimento:
São comumente utilizados nas sondas de peruração (conorme API) os seguintes tipos de roscas:
Os tubos de peruração classe Premium são comumente utilizados em perurações em alto mar. As
classes 1 e 2 são utilizadas em sondas para perurações em terra. Os tubos com desgaste maior de
40% não devem ser utilizados.
O torque na conexão das uniões dos tubos é uma importante variável no caso da união ser do tipo
macaco-parauso que ao continuar a apertar a conexão algo irá romper. O pino poderá quebrar
ou a caixa poderá alargar-se. O torque insuciente az com que a conexão nos espelhos não que
59
UNIDADE III │ COLUNA DE PERFURAÇÃO
adequada, permitindo assim a passagem dos fuidos por entre os os das roscas, ocasionando assim
a lavagem da rosca, ou até mesmo a lavagem da conexão resultando na quebra da conexão.
» A chave futuante não deve ser utilizada no lugar da cunha durante as conexões. A
utilização da cunha pode ocasionar dano ao corpo do tubo.
» O martelo e a marreta não devem ser utilizados para se bater nos tubos. Se houver
necessidade deve ser utilizado o martelo de bronze.
» As correntes devem ser utilizadas para enroscar os tubos, pois se a corrente correr e
se encaixar entre o pino e a caixa isto poderá danicar a rosca e o espelho.
» Deve ser evitada a utilização de tubos tortos na coluna de perfuração, pois seu uso
pode ocasionar um desgaste prematuro das uniões cônicas.
» Quando não existir Heavy Weight, a cada manobra os tubos de perfuração que
estão acima dos comandos devem ser mudados.
» Deve-se apoiar os tubos em três pontos com tiras de madeiras quando os tubos
estiverem estaleirados; uma em cada extremidade e outra no meio. Nunca usar cabo
de aço ou tubos de pequeno diâmetro.
» Deve-se lavar as roscas com solvente apropriado, secar, aplicar graxa e colocar
protetores de rosca no término de cada poço.
» Para alinhar as seções de tubos no tabuleiro não usar chave de tubo (grio), pois isso
danica o espelho do pino.
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CAPÍTULO 4
Acessórios da coluna de perfuração
Substitutos
Os substitutos (subs) são pequenos tubos que apresentam várias unções de acordo com suas
características. Os substitutos são utilizados para movimentação dos comandos, para conexão das
brocas e para conexão de tubos de dierentes roscas e diâmetros.
Os subs de peruração são acessórios indispensáveis à coluna de peruração, pois através deles se
consegue conectar roscas de diversos tipos nos componentes da coluna de perfuração.
Sub de içamento ou elevação (Lift Sub) - Tem como principal função movimentar os comandos
durante as manobras de descida e retirada da coluna de perfuração. A sua seção superior possui
diâmetro externo igual aos tubos de peruração visando permitir a adaptação do elevador.
Sub de broca (Near Bit) - Permite a conexão do pino da broca com o pino do comando na coluna
de perfuração.
Sub de cruzamento (Cross Over) - Pequenos tubos que permitem a conexão de tubos com
roscas dierentes que podem ser:
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UNIDADE III │ COLUNA DE PERFURAÇÃO
Estabilizadores
Os estabilizadores são responsáveis por dar maior rigidez à coluna, e por terem diâmetro igual ao
da broca, auxiliam a manter o diâmetro (calibre) do poço. Em poços direcionais têm como unção
o deslocamento dos pontos de apoio dos comandos nas paredes do poço, de modo a permitir maior
controle da trajetória do poço.
Tipos:
» Rotativos:
Escareadores (Roler-Reamers)
Os escareadores são erramentas que apresentam as mesmas unções dos estabilizadores. É utilizada
em ormações abrasivas, com roletes que mantém o calibre do poço.
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COLUNA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE III
» Reamer de coluna com três roletes: mantém o calibre do poço e ajuda na eliminação
de dog-legs e chavetas. É utilizado entre os comandos.
» Reamer de undo com seis roletes: é utilizado entre os comandos e a broca. Devido
ao seu grande número de apoios evita alterações abruptas na direção e inclinação.
Figura 37 – Escareadores.
Alargadores
Ferramenta que permite o aumento do diâmetro do poço já perurado, desde a superície ou a partir
de uma certa profundidade de subsuperfície.
Figura 38 – Alargadores.
» Hole Opener;
» Under Reamer;
O hole opener é utilizado quando se deseja alargar o poço desde a superície e possui braços xos.
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UNIDADE III │ COLUNA DE PERFURAÇÃO
O Under Reamer é utilizado quando se deseja alargar apenas um trecho de um poço, começando
por um ponto abaixo da superície. Possui braços móveis que são normalmente abertos por um
aumento de pressão de bombeio.
O amortecedor de choque por não ser tão rígido quanto o comando, sua colocação perto da broca
pode induzir inclinações no poço, por isso é recomendado:
» O amortecedor de choque deve ser colocado acima do sub de broca com poços sem
tendência ao desvio.
Protetores de coluna
Elementos não rotativos que evitam o contato do tubo de perfuração com a parede do poço ou
revestimento, evitando assim o desgaste do tubo de perfuração e das paredes do poço.
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CAPÍTULO 5
Ferramentas de manuseio da coluna
As chaves futuantes operam com o auxílio do plataormista que trava e destrava as chaves futuantes
no sentido de folgar ou apertar as roscas de tubos e comandos de perfuração durante as manobras.
As chaves futuantes são compostas de várias peças, que são articuladas por pinos que dão orma ao
equipamento:
» braço da chave;
» mandíbula grande;
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UNIDADE III │ COLUNA DE PERFURAÇÃO
» mandíbula pequena;
» mandíbula da trava;
» braço elevador;
» mordentes.
Cunhas
Equipamento que mantém a coluna de peruração suspensa na mesa rotativa. As cunhas servem
para apoiar totalmente a coluna de peruração na plataorma e possuem ormato cônico o qual se
adapta perfeitamente ao formato da mesa rotativa.
As chaves futuantes possuem mordentes cambiáveis que são encaixados entre a tubulação e a bucha
da mesa rotativa.
Cunha manual - Contém três alças xas na parte superior para acilitar o manuseio. Possui
três partes sólidas, onde são xados os mordentes, unidos através de dobradiças com pinos que
permitem a fexibilidade nos movimentos de abrir e echar da mesma.
Cunha pneumática - O seu acionamento é eito pelo ar da plataorma que é conduzido por
mangueiras fexíveis, da unidade de ar até a boca da mesa rotativa, onde a mesma será instalada.
É apoiada sobre a mesa rotativa e tem uma estrutura sólida que permite realizar suas unções,
independente do uso da mesa rotativa.
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COLUNA DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE III
Figura 40 - À esquerda, cunha para tubos de perfuração, e à direita, cunha para comandos. (THOMAS, 2004).
Colar de segurança
Tem como unção primordial evitar a queda da coluna do poço se a mesma deslizar pelas cunhas. O
colar de segurança não possui rebaixamento para cunha. Este equipamento é colocado próximo ao
topo da coluna quando suspensa pela sua cunha na mesa rotativa.
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BROCAS UNIDADE IV
A broca é uma erramenta que é capaz de perurar as rochas e está sempre conectada a extremidade
inerior da coluna de peruração. As brocas conseguem penetrar nos dierentes tipos de rochas
(ormações geológicas) devido ao eeito da rotação e ação do peso da coluna sobre a broca. A rocha
se desintegra quando a broca atravessa a ormação, esta ação causa o surgimento de cascalho, que é
movido até a superície pelo fuido de peruração.
Convém destacarmos que as brocas utilizam como ataque para vencer a estrutura das rochas os
seguintes princípios: cisalhamento, acunhamento, esmerilhamento, esmagamento e erosão por
ação de jatos de fuido.
Outro importante aspecto a ser analisado é a escolha do tipo de broca utilizada. Se o terreno or duro
como o do Amazonas, um material mais resistente será utilizado (tungstênio ou diamante) e em
solos mais moles, as brocas são de aço. A escolha do tipo de broca pode determinar o desempenho
e a economicidade na peruração dos poços de petróleo.
» propriedades da rocha.
Os valores de ideais de peso, rotação e vazão de circulação do fuido de peruração devem ser
denidos para se obter o melhor rendimento das brocas.
1. Sub-broca ou substituto da broca: A broca tem pino para cima e a coluna tem pino
para baixo.
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BROCAS │ UNIDADE IV
FISHTAIL BIT - (BROCA RABO DE PEIXE) - Broca tipo rabo de peixe, apropriada para
formações macias (brandas).
TRICONE BIT - (BROCA TRICÔNICA) - Broca com três cortadores cônicos montados
sobre rolamentos de trabalho contínuo.
69
CAPÍTULO 1
Brocas sem partes móveis
Convém destacarmos que nas brocas sem partes móveis não há muitos índices de alhas devido à
alta de partes móveis e rolamentos.
Os principais tipos de brocas sem partes móveis são: integral de lâminas de aço, diamantes naturais
e diamantes articiais (PDC/TSP).
70
BROCAS │ UNIDADE IV
quanto mais duras e abrasivas orem as ormações, menores devem ser os diamantes. Os diamantes
utilizados neste tipo de broca são arredondados e irregulares.
As brocas de diamantes naturais são largamente utilizadas nas operações em que se perura apenas
uma coroa da ormação, preservando a parte interna para estudo (testemunhagem) ou em ormações
extremamente duras e abrasivas.
Enquanto a peruração é realizada, somente os diamantes entram em contato com a rocha, restando
assim um pequeno espaço onde circula o fuido de peruração, limpando o poço e ao mesmo tempo
em que resfria os diamantes.
71
UNIDADE IV │ BROCAS
As brocas maiores e com poucos cortadores são usadas em ormações mais moles, enquanto,
em ormações mais duras utilizaremos cortadores menores e em maior número. O tamanho e a
quantidade dos cortadores denem em que ormação as brocas serão utilizadas.
As brocas PDC oram criadas para serem utilizadas em ormações moles com altas taxas de
penetração e maior vida útil, devido ao ato em que o calor gerado durante a peruração destrói
a ligação entre os diamantes e o cobalto. Para solucionar este problema foram desenvolvidos os
compactos TSP (Thermally Stable Polycrystalline), que resistem mais ao calor por não possuírem
cobalto.
As brocas PDC possuem dierentes tipos, dierentes diâmetros e abricantes de acordo com ormações
em que irão operar. Estes tipos de brocas podem rodar a altas velocidades e podem ser utilizadas
com motores de fundo ou turbinas, com diferentes pesos sobre a broca.
72
CAPÍTULO 2
Brocas com partes móveis
As brocas tricônicas são as brocas com partes móveis mais utilizadas devido a sua eciência e menor
custo inicial. Podem apresentar-se na forma de um a quatro cones. A rotação desses cones de forma
controlada permite a mudança de direção do processo de perfuração, e com isso alcançar pontos
desejados. Elas possuem dois elementos principais: estrutura cortante e rolamentos.
A estrutura cortante das brocas tricônicas pode ser dividida em: brocas dentes de aço e brocas
de insertos.
Existem vários ormatos de dente e de inserto utilizados para um tipo de ormação dierente. As
brocas tricônicas de inserto possuem insertos de carbureto de tungstênio instalados por processo
de interferência em orifícios abertos na superfície do cone. As brocas dente de aço possuem sua
estrutura cortante resada no próprio cone.
73
UNIDADE IV │ BROCAS
O eeito da raspagem é predominante nas rochas projetadas para ormações moles. O eeito de
esmagamento provou ser mais adequado em rochas duras, onde a taxa de penetração é baixa e os
custos com a perfuração são mais elevados.
2. Rolamentos
As brocas tricônicas podem ter três tipos básicos de rolamentos: com roletes e eseras não selados,
com roletes e esferas selados e com mancais de fricção tipo journal.
O fuido de peruração lubrica os rolamentos não selados, pois estes não possuem lubricação
própria. Os rolamentos não selados apresentam pouca resistência e um custo baixo.
O sistema interno de lubricação das brocas com rolamentos não permite o contato dos fuidos de
perfuração com os rolamentos, aumentando assim a vida útil das brocas.
Os roletes das brocas com rolamentos do tipo journal são substituídos por mancais de fricção,
revestidos com metais nobres, além de possuírem dispositivo interno de lubricação. Estes tipos de
brocas são as mais ecazes e as que apresentam baixo índice de alha, mas apresentam o maior custo.
Como devemos considerar a equação que envolve a hora correta para se tirar
a broca do poço e os devidos custos? Podemos calcular os custos a partir da
seguinte equação:
C= (CB+CS. (TP+TM)
CP
Onde:
São de suma importância os programas de brocas, que são determinados pelos dados de correlação
(poços perurados nas mediações do poço e que apresentam as mesmas ormações), pers geológicos
e dados de abricantes. O custo métrico na comparação entre as brocas é dado pela seguinte equação:
Cm = CB + CH x (tp + tm)
Mp
74
BROCAS │ UNIDADE IV
Onde:
CM = Custo métrico;
CB = Custo das brocas;
CH = Custo horário da sonda de peruração;
tp = Tempo gasto perurando;
tm = Tempo gasto manobrando;
Mp = Intervalo perfurado.
O acompanhamento do custo métrico em intervalos de tempo predeterminados indica o melhor
momento para se trocar a broca. Um bom indicativo da necessidade de troca da broca é quando o
custo começa a aumentar. A retirada da broca analisa outros parâmetros: torque da mesa rotativa
e taxa de penetração.
75
FLUIDO DE UNIDADE V
PERFURAÇÃO
Os fuidos de peruração podem ser resultados de misturas de sólidos, líquidos, produtos químicos
e algumas vezes podem até mesmo serem constituídos por gases. O fuido de peruração tem que
possuir as seguintes características desejáveis:
» Ser bombeável.
Convém destacarmos que o fuido de peruração também pode ser chamado de lama de peruração.
76
CAPÍTULO 1
Propriedades dos fluidos de perfuração
Os fuidos de peruração podem ter propriedades ísicas e químicas. As propriedades ísicas são
medidas em qualquer tipo de fuidos e são mais genéricas, enquanto que as propriedades químicas
distinguem certos tipos de fuidos e são mais especícas.
As propriedades ísicas mais importantes dos fuidos de peruração são: a densidade, os parâmetros
reológicos, as orças géis (inicial e nal), os parâmetros de ltração e o teor de sólidos. As
propriedades físicas de menor importância são a resistência elétrica, o índice de lubricidade e a
estabilidade elétrica.
As propriedades químicas mais importantes vistas no laboratório são o PH, os teores de cloreto e de
bentonita e a alcalinidade. Outras propriedades químicas menos importantes são: excesso de cal, o
teor de cálcio e de magnésio, a concentração de H2S e a concentração de potássio.
a. Densidade
A pressão de poros3 (limite mínimo) e a pressão de raturas4 (limite máximo) das ormações expostas
denem a densidade dos fuidos para se perurar uma ase.
Adicionando baritina (tornar mais denso), ou água ou óleo (tornar menos denso) este tipo de
propriedade pode ser controlada.
Adiciona-se geralmente a baritina, BaSO4, que tem densidade de 4,25 quando se deseja aumentar a
densidade de um certo tipo de fuido, enquanto a densidade dos sólidos perurados é em torno de
2,60. A densidade dos fuidos à base de água é reduzida diluindo água com densidade de 1,00 ou
óleo diesel com densidade de 0,82.
b. Parâmetros reológicos
c. Forças géis
Propriedade ísica, associada a fuidos tixotrópicos (fuidos que adquirem um estado semi-rígido
quando estão em repouso e voltam a adquirir um estado de fuidez quando são colocados novamente
em movimento). A orça gel é um parâmetro também de natureza reológica indicando assim o
grau de gelicação devido à interação elétrica entre as partículas dispersas. A orça inicial mede a
resistência inicial para colocar o fuido em fuxo. A orça gel nal mede a resistência do fuido para
reiniciar o fuxo quando este ca um certo tempo em repouso. A dierença entre elas indica o grau
de tixotropia do fuido. (THOMAS, 2004).
3 Pressão de poros - É a pressão atuante no fuido que se encontra no espaço poroso da rocha.
77
UNIDADE V │ FLUIDO DE PERFURAÇÃO
d. Parâmetros de ltração
Para o sucesso da perfuração e completação é muito importante a formação de reboco formado pela
capacidade de peruração do fuido e ormação de uma camada de partículas sólidas úmidas. Para
se ormar o reboco deve haver a presença de infuxo da ase líquida do fuido do poço. Este processo
é denominado ltração. O fuido deve possuir partículas menores que as dimensões dos poros das
rochas expostas.
A obstrução dos poros é rápida quando existem partículas sólidas com dimensões adequadas e
somente a ase líquida do fuido, o ltrado invade a rocha. O comportamento do fuido quanto à
ltração pode ser denido pelo fuido ltrado e pela espessura do reboco.
e. Teor de sólidos
Deve ser o mínimo possível, pois a quantidade de sólidos infui nos parâmetros de densidade,
viscosidade, e forças géis, além de causar desgaste nos equipamentos de circulação, fratura de
ormações, prisão da coluna e redução da taxa de penetração.
Existem dois tipos de tratamentos para reduzir o teor de sólidos: o preventivo e o corretivo.
A inibição do fuido, ísica ou quimicamente, evitando a dispersão dos sólidos perurados, trata-se
do tratamento preventivo, enquanto que no tratamento corretivo faz-se o uso e equipamentos que
extraem sólidos, tais como tanques de decantação, peneiras, hidrociclones e centriugadores, ou
az-se a diluição do fuido.
f. Concentração hidrogeniônica-pH
g. Alcalinidades
Propriedade química que tem como objetivos principais identicar o teor salino da água de
preparação do fuido, identicar infuxos de água salgada, além de identicar eventual peruração
de uma rocha ou domo salino.
A análise volumétrica que serve como indicador da quantidade de sólidos ativos ou bentoníticos no
fuido de peruração é eita pelo teste do azul de metileno ou MBT, além da troca de cátions (CTC)
das argilas e sólidos ativos presentes.
78
FLUIDO DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE V
A densidade, o teor de sólidos, o ltrado e a viscosidade são propriedades dos fuidos de penetração
que mais infuenciam na taxa de penetração e consequentemente no custo.
79
CAPÍTULO 2
Classificação dos fluidos de perfuração
A água é o principal componente do fuido, podendo ser doce ou salgada. Sua principal unção é
promover a dispersão dos produtos aplicados na mistura para conecção do fuido de peruração.
Outros tipos de produtos químicos mais especícos podem estar presentes, dentre eles citar-se:
anticorrosivos, traçadores químicos, antiespumantes, entre outros.
Figura 47 - Esquema de classificação dos fluidos de perfuração à base de água. (THOMAS, 2004).
Fluidos de perfuração
base de água
Eletrólitos Salgado
Com floculante Com dispersante Polímeros Lignosulfatos
Ca, K, NH4, Na saturado
80
FLUIDO DE PERFURAÇÃO │ UNIDADE V
Os fuidos à base de óleo, devido a estas características, têm conerido excelentes resultados na
peruração dos seguintes poços:
Desvantagens dos fuidos à base de óleo em relação aos fuidos à base de água:
81
UNIDADE V │ FLUIDO DE PERFURAÇÃO
c. Fluidos à base de ar
O ar (ou gás) é aplicado (no topo ou em parte) como fuido que circula na ase rotativa. Estes tipos
de fuidos são usados em situações onde existem zonas de perda severa devido à baixa pressão nas
paredes da ormação. Usa-se este fuido de peruração quando existe escassez de água ou óleo e em
ormações muito duras.
A espuma é a caracterização da dispersão de gás em líquido, na qual a fase contínua é constituída por
um lme delgado de uma ase líquida, estabilizada através de um tenso ativo especíco denominado
espumante.
Quando se necessita de uma eciência elevada de carreamento dos sólidos é empregada à espuma
como fuido circulante, uma vez que ela apresenta alta viscosidade.
A peruração com fuidos aerados é utilizada quando se perura com gradiente de pressão
intermediário aos ornecidos pelos fuidos convencionais e as espumas. Esta técnica consiste
em injetar ar, nitrogênio ou gás natural no fuxo contínuo do fuido de peruração, diminuindo a
densidade do sistema. Em regiões onde ocorrem perdas de circulação severas a peruração com
fuido aerado é recomendada.
82
OPERAÇÕES DE UNIDADE VI
SONDA
É uma série de operações realizadas durante a peruração de um poço que se caracteriza pela
aplicação de peso e rotação na broca enquanto o fuido de peruração circula.
CAPÍTULO 1
Operações normais de perfuração
Alargamento e repassamento
O alargamento consiste em uma operação que se reperura o poço com broca de diâmetro maior do
que a utilizada na sua peruração. Para economizar tempo, as operações de peruração e alargamento
podem ser feitas simultaneamente com um alargador posicionado acima da broca.
O repassamento é caracterizado por baixo peso e baixa rotação na broca para evitar seu desgaste
prematuro.
Conexão - É realizada quando o topo do kelly se aproxima da mesa rotativa, quando então a
perfuração é paralisada para acréscimo de mais um tubo metálico à coluna de perfuração.
83
UNIDADE VI │ OPERAÇÕES DE SONDA
» Observar com atenção qual a seção dos tubos que está sendo usada pelo torrista
durante a descida da coluna.
» Usar a cunha certa para os diversos diâmetros dos comandos, não esquecer o colar
de segurança.
Manobra – Antes
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OPERAÇÕES DE SONDA │ UNIDADE VI
Manobra – Durante
Circulação - Consiste na injeção do fuido de peruração pela bomba de lama para pressurizá-lo,
enquanto a coluna permanece girando lentamente um pouco acima do poço. Os principais motivos
de uma circulação no poço são:
» limpeza do fuido;
» amortecimento do poço;
Circulação direta - É realizada quando o fuido de peruração é bombeado pela coluna e retorna
pelo espaço anular. O fuido sai dos tanques de lama, passa pela bomba, linhas de recalque, tubo
bengala, swivel, kelly, coluna de perfuração e retorna pelo espaço anular até as peneiras de lama.
Apresenta a vantagem de manter a pressão interna do poço com a pressão da formação sob controle,
evitando desmoronamentos das paredes do poço.
Circulação reversa - É o inverso da circulação direta. O fuido é bombeado pelo espaço anular e
retorna pela coluna de produção. O BOP é echado, o fuido é injetado pela kill line, espaço anular e
retorna pelo interior da coluna, choke manifold, peneiras de lama e tanques.
Possui como desvantagem a transmissão de uma contra pressão superior que a pressão da formação,
podendo com isso causar perda de fuido para a ormação, além de provocar danos à mesma.
85
UNIDADE VI │ OPERAÇÕES DE SONDA
» Cuidados com as peneiras de lama, para não haver perda de fuido e entupimento
dos drenos provocados pelo excesso de cascalho.
A pressão de poros e de fraturas, que indicam o risco de prisão da coluna por diferencial de pressão,
ocorrência de kicks, desmoronamento das paredes do poço ou perda do fuido de peruração para as
ormações, determinam o número de ases e o comprimento das colunas de revestimento.
O revestimento consiste na descida de uma coluna de tubos no interior do poço possuindo diâmetro
e proundidades pré-determinadas, objetivando isolar as ormações anteriores peruradas, que são
tubos denominados de coluna de revestimento. O elevador e o spider pneumático são utilizados
para se descer a coluna de revestimento.
86
OPERAÇÕES DE SONDA │ UNIDADE VI
Garantir a estanqueidade.
Revestimento Condutor
Assentado a pequena proundidade (10 m a 50 m) e tem como objetivo isolar o poço das zonas
superciais pouco consolidadas. É o primeiro revestimento do poço. Pode ser assentado por jateamento
(no mar), cravação ou por cimentação em poço perurado. Diâmetros típicos: 30”, 20”, 13 3/8”.
Revestimento de superície
Tem como objetivo suportar o peso do BOP e das demais colunas de revestimento, proteger os
aquíeros contra contaminações e isola o poço das zonas superciais pouco consolidadas. Possui
comprimento variando na aixa de 100 m a 600 m.
Revestimento intermediário
O revestimento intermediário isola e protege ormações desmoronáveis, zonas de alta e baixa pressão,
zonas de perda de circulação e ormações portadoras de fuidos corrosivos ou contaminantes.
O revestimento intermediário é cimentado na parte inerior ou em alguns casos, num trecho
87
UNIDADE VI │ OPERAÇÕES DE SONDA
Revestimento de produção
Suporta as paredes do poço isolando os vários intervalos produtores. Tem como objetivo principal
a produção do poço e seu emprego dependem da ocorrência de zonas de interesse. Apresenta os
seguintes diâmetros típicos: 9 5/8”,7”,5 1/2”.
Liner
Visa cobrir apenas a parte inferir do poço aberto. É uma coluna curta de revestimento que é descida
e cimentada no poço. É independente do sistema de cabeça de poço e seu topo ca ancorado um
pouco acima da extremidade inerior do revestimento inerior e é independente do sistema de cabeça
de poço. Seu uso apresenta economia, versatilidade e rapidez de operação. O liner pode ser usado
em substituição ao revestimento intermediário (liner de produção) e ao revestimento de produção
(liner de produção). Diâmetros típicos: 13 3/8”,9 5/8”,7”, 5 1/2”.
Tie Back
É quando o liner é levado até a superície devido a limitações técnicas ou operacionais que exigem
proteção do revestimento anterior. Diâmetros típicos: 9 5/8”,5 1/2”.
Coluna de produção
É o tubo lançado até a superície por onde fuirá toda a produção do poço. Em geral trata-se de um
tubo de 4” de diâmetro.
Podemos citar vários critérios do projeto que são levados em conta para dimensionamento da coluna
de revestimento, dentre eles podemos citar:
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OPERAÇÕES DE SONDA │ UNIDADE VI
» Invasão do volume de gás deve ser considerada como tendo invadido a formação.
CASING (REVESTIMENTO) - Tubulação de aço utilizada para revestir um poço após o término da
operação de perfuração.
89
UNIDADE VI │ OPERAÇÕES DE SONDA
CASING PRESSURE (PRESSÃO DO REVESTIMENTO) - Pressão de gás que se cria entre uma
coluna de revestimento e uma coluna de tubulação.
a. Tipos de cimentação
Cimentação Primária
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OPERAÇÕES DE SONDA │ UNIDADE VI
Cimentação original e principal, que é realizada após a descida de cada coluna de revestimento do
poço. A sua qualidade é avaliada por pers acústicos corridos dentro do revestimento, após a pega
do cimento.
Cimentação Secundária
Visa corrigir a cimentação primária quando se zer necessário. Se o topo do cimento não alcançar a
altura prevista no espaço anular, pode-se efetuar a recimentação, onde a pasta de cimento circula por
trás do revestimento, através dos canhoneios (perurações realizadas no revestimento). O squeeze
ou a compressão é realizado quando não é possível a circulação da pasta e tem como principal
objetivo corrigir deeitos localizados na cimentação primária ou acabar com vazamentos na coluna de
revestimento. As compressões de cimento são amplamente utilizadas para a vedação dos canhoneios
em rente às zonas que se deseja isolar, nas operações de completação e de work over.
b. O cimento
Alumina (Al2O2) - de 3% a 8%
91
UNIDADE VI │ OPERAÇÕES DE SONDA
Silicato Tricálcio (C3S): Controla a resistência inicial do cimento (até 28 dias). É o composto
mais abundante no cimento.
Silicato Dicálcio (C2S): Possui uma baixa resistência mecânica inicial, porém conere ao cimento
um aumento da resistência no longo prazo.
O cimento Portland oi classicado pelo API em nove classes, as mais comuns são: A, B, C, G (Brasil).
Classe A – Para uso em poços de até 1.830 metros de proundidade, quando não são requeridas
propriedades especiais. Trata-se do cimento comum.
Classe B – Também aplicado em poços de até 1.830 metros, porém quando requerida moderada a
alta resistência aos sulfatos.
Classe C – Idem aos anteriores, porem usado quando requerida alta resistência inicial.
Apresenta alta resistência aos sulfatos.
Classe D – Para uso em poços de 1.830 a 3.050 metros, sob condições de temperaturas
moderadamente elevadas e altas pressões. Apresenta alta resistência aos sulatos.
Classe E – Para proundidades variando entre 3.050 e 4.270 metros, sob condições de temperatura
e pressões elevadas. Apresenta alta resistência aos sulatos.
Classe F – Para proundidades de 3.050 a 4.880 metros, porém sob condições extremamente
altas de pressão e temperatura. Apresenta alta resistência aos sulfatos.
Classe G e H – Para utilização sem aditivos em proundidades até 2.440 metros. Esse cimento
tem composição compatível com aditivos aceleradores ou retardadores de pega. Pode ser utilizado
em praticamente todas as condições previstas para os cimentos das classes de A a F, por isso são as
classes mais utilizadas atualmente na indústria do petróleo.
Classe J – Para uso em proundidades de 3.660 a 4.880 metros, sob condições de temperatura
e pressão extremamente elevadas.
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OPERAÇÕES DE SONDA │ UNIDADE VI
A indústria do petróleo padronizou o procedimento para testar todas as pastas de cimento utilizadas
em poços de petróleo. O comportamento da pasta de cimento em unção da pressão, temperatura, o
tempo previsto da operação e o regime de fuxo durante o deslocamento são simulados pelos testes.
» nura;
» água livre;
» resistência à compressão;
» perda d’água;
» densidade;
A consistometria é o teste mais importante, pois indica o tempo em que a pasta mantem fuidez para
ser bombeada, em condições de pressão e temperatura.
Retardadores de pega - Retarda o início da pega da pasta, mantém sua fuidez quando a
temperatura e a pressão são muito altas para o uso de cimentos sem aditivos.
Redutores de ricção (ou dispersantes) - Alteram suas propriedades reológicas atuando nas
cargas elétricas superciais da pasta de cimento e possibilitam o bombeio com maior vazão e menor
perda de carga, reduzindo assim a viscosidade aparente da pasta.
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UNIDADE VI │ OPERAÇÕES DE SONDA
e. Acessórios de cimentação
São acessórios conectados e axados à coluna de revestimento, garantindo assim o melhor resultado
da cimentação.
Sapata
A sapata está localizada na extremidade da coluna e serve de guia para a introdução no revestimento.
A sapata pode dispor de um mecanismo de vedação para evitar que a pasta, que é mais pesada que o
fuido de peruração, volte ao interior do revestimento após o seu deslocamento. A sapata futuante
é o tipo de sapata mais comum que possui uma válvula que impede o fuxo para o interior da coluna.
Obturador infável, permanente, que pode ser instalado na coluna de revestimento para promover a
vedação do espaço anular em pontos críticos ou para isolamento de intervalos de interesse. O ECP
pode ser instalado logo abaixo do colar de estágio, garantindo que o cimento do segundo estágio não
desça pelo anular, se houver perdas localizadas abaixo.
Os colchões de lavagem são bombeados à rente da pista de cimento para evitar a contaminação
da pasta pelo fuido de peruração e vice-versa, possibilitando assim melhorar a aderência do
cimento com o auxílio na remoção do reboco de lama das paredes do poço visando à boa qualidade
da cimentação.
Colar
94
OPERAÇÕES DE SONDA │ UNIDADE VI
Tampões
Auxiliam na cimentação e são eitos de borracha. Normalmente são utilizados dois tampões, o de
fundo e o de topo, com o intuito de evitar a contaminação de cimento.
Colar de estágio
Quando o trecho a cimentar é muito extenso ou quando existem zonas críticas muito acima da
sapata, o colar de estágio permite que a cimentação seja eita com mais de uma etapa ou estágio. O
colar de estágio ca posicionado em algum ponto intermediário da coluna.
Centralizadores
São peças de aço que são xas externamente à coluna de revestimento, estas peças são compostas
por jogos de lâminas curvas. Os centralizadores causam um pequeno aastamento da parede do
poço, o que garante a distribuição do cimento no anular.
Arranhador
Remove todo o reboco que se forma na parede do poço. A remoção é feita através da rotação da
coluna ou de movimentos verticais, empregando-se para cada caso apropriado um arranhador
diferente.
Ao se comprimir a pasta contra uma rocha permeável ocorre um processo de ltração com deposição
de reboco de cimento na superície da rocha e penetração do ltrado nos poros. Nas operações
de squeeze, a pasta de cimento, normalmente, é bombeada pela coluna de produção, sendo
deslocada até a posição desejada por um volume de fuido que permita obter um tampão de pasta
hidrostaticamente balanceado. A pasta é então comprimida em intervalos regulares, aumentando-
se gradativamente a pressão, sem se ultrapassar o limite da pressão de fraturamento da formação.
Na superície, o registro de uma carta de pressão permite o acompanhamento da operação e, ao nal
do trabalho, quando a ltração é pequena, a pressão é praticamente estabilizada. (THOMAS, 2004)
95
UNIDADE VI │ OPERAÇÕES DE SONDA
CEMENT PLUG (VEDADOR DE CIMENTO) - O termo plug de cimento é usado para a coluna
de cimento que é colocada na peruração de um poço por várias razões. O plug pode ser de apenas
alguns pés de comprimento ou pode se estender a milhares. Também é utilizado na vedação de uma
área no undo do poço (plug back) que desviou do vertical a m de reperurar no ângulo correto
de desvio. Plugs também são usados para a vedação de zonas de formação porosa que permitem a
perda de lama de peruração ou a contaminação de reservatório de água potável.
Perfilagem
Operação que se realiza logo após a peruração ou após determinada ase na qual é comum
a descida de registradores para se medir algumas propriedades da formação. A partir destas
inormações é possível compreender melhor o reservatório possibilitando assim traçar um plano de
desenvolvimento de campo. A perlagem é comumente realizada em poços exploratórios.
96
OPERAÇÕES DE SONDA │ UNIDADE VI
Movimentação da sonda
Quando o poço está terminado, é necessário mudar a sonda para uma nova locação. A operação que
desmonta a sonda em terra em diversas partes e a transporta para a nova locação por caminhões ou
helicópteros para depois montá-la é conhecida como DTM (Desmontagem, Transporte e Montagem).
97
CAPÍTULO 2
Operações especiais de perfuração
Lembremos que dentre as operações especiais podemos destacar: controle de kicks, operações de
pescaria, testemunhagem e teste de ormação.
Kick
O kick consiste na entrada de um fuido indesejado da ormação para o poço. Para que isto ocorra a
pressão hidrostática exercida pelo fuido de peruração deverá ser menor que a pressão da ormação.
Caso não seja combatido rapidamente, o kick pode levar à perda do controle do poço (blow-out).
» pistoneio;
Indícios de kick:
» aumento da taxa de penetração;
Controle de kick
» leitura das pressões na cabeça (SIDPP e SICP);
98
OPERAÇÕES DE SONDA │ UNIDADE VI
Pescaria
A pescaria são todas as operações realizadas dentro do poço em que objetiva a recuperação ou
retirada de objetos caídos no poço. O objeto retirado do poço recebe o nome de peixe e pode ser:
brocas ou cones de broca, parte da coluna de perfuração ou das colunas de revestimento, mordentes
de cunha ou de chave futuante ou acessório de peruração caídos no poço acidentalmente.
Recuperação de coluna partida: A coluna pode provocar o desgaste, fadiga, corrosão ou até
mesmo um acidente operacional. O over shot é a ferramenta utilizada para pescaria de coluna.
99
UNIDADE VI │ OPERAÇÕES DE SONDA
» diculdade para a coluna de peruração sair (arrasto nas paredes do poço, drags).
A pescaria é uma operação indesejável em um poço, além de causar grandes prejuízos à peruração
como:
Testemunhagem
Operação que consiste em colher, em qualquer proundidade, uma amostra da porção da ormação
que será analisada em laboratório por processos especiais para análise de permeabilidade,
porosidade e análise de fuidos presentes na rocha.
A descida de uma broca vazada, conhecida como coroa e dois barriletes, um interno, aonde irá se
alojar o testemunho e um externo, que gira com a coluna, é empregada neste tipo de operação.
Durante a operação, à medida que a coroa avança, o cilindro de rocha não é perurado é encamisado
pelo barrilete interno e posteriormente trazido à superfície. Conforme a composição da coluna é
possível obter testemunhos de 9,18 ou 27 metros neste processo.
100
OPERAÇÕES DE SONDA │ UNIDADE VI
b. Testemunhagem a cabo
c. Testemunha lateral
» apanhador;
» barrilete interno;
» barrilete externo.
A operação unciona assim: a coroa corta um pedaço cilíndrico da rocha que está sendo testemunhada,
o qual é retido pelo apanhador. Ao ser retirada a erramenta, o testemunho é recuperado.
101
CONCEITOS
BÁSICOS NA UNIDADE VII
COMPLETAÇÃO DE
POÇOS
CAPÍTULO 1
Tipos de completação de poços
Conceitos básicos
Antes de azer uma descrição dos tipos de completação de poços, vamos tentar dar uma denição para
esse conjunto de procedimentos. A completação inicia-se quando a broca perura por completo a zona
produtora, e tem como nalidade colocar o poço em condições de produção, de orma econômica,
priorizando as operações de segurança e minimizando o impacto do meio ambiente. Também envolve
todos os procedimentos realizados para maximizar a produção dos fuidos de interesse.
É importante também salientar que os tipos de completação vão depender muito do tipo de
reservatório a ser encontrado. De modo geral, os reservatórios de hidrocarbonetos podem ser
classicados como reservatórios de petróleo ou reservatórios de gás. A exploração de cada um deles
vai estar justicada por meio de um estudo econômico com cálculos baseados nas características
petroísicas das rochas e dos fuidos a serem produzidos. Os reservatórios de petróleo podem ser
classicados segundo a energia que atua sobre eles, como reservatórios volumétricos ou gás em
solução, reservatórios com camada de gás e reservatórios com empuxo de água. Adicionalmente
pode ser incluída neles a condição de segregação gravitacional.
» Os reservatórios que têm camada de gás se caracterizam por ter uma camada na
parte superior do reservatório de petróleo. Dependendo do seu tamanho, pode
ornecer energia suciente para deslocar o petróleo que se encontra debaixo dele,
ajudando a manter a energia para o fuxo do reservatório. Este reservatório demora
102
CONCEITOS BÁSICOS NA COMPLETAÇÃO DE POÇOS │ UNIDADE VII
mais em depletar, mas tem o inconveniente que, nos estágios nais de produção,
existe uma grande produção de gás que teria que ser controlada.
Outra característica que pode estar associada a esses mecanismos naturais de produção é a segregação
gravitacional, característica que está relacionada diretamente com a inclinação dos reservatórios,
o que pode contribuir para o deslocamento dos fuidos. É importante destacar que cada um desses
mecanismos pode acontecer num reservatório de maneira simultânea, sendo que cada um deles iria
prevalecer sobre os outros, dependendo do tamanho eda orma da estrutura geológica (Figura 1.).
103
UNIDADE VII │ CONCEITOS BÁSICOS NA COMPLETAÇÃO DE POÇOS
São conhecidos como técnicas de poços aberto aquelas onde não é colocado nenhum tipo de
revestimento que possa limitar o fuxo do reservatório para o poço. Entre as técnicas de poço aberto
podemos enumerar as seguintes: poço aberto propriamente dito (barefoot completions), poços com
uma seção de revestimentos ranurados (slotted liner), poços com empaque com grava (gravel pack) e
sistemas multilaterais simples. É importante destacar a importância do idioma inglês na indústria do
petróleo, o que justica que algumas palavras sejam colocadas entre parêntese como indicado acima.
É importante destacar que a colocação de um poço de petróleo ou gás para produção vai depender do
retorno econômico que possa gerar a produção desse poço. Caso seja um reservatório com produção
de petróleo e gás e a presença de gás não gere um retorno econômico, este pode ser considerado
como fuido não desejado. Nesse caso, não poderia ser utilizado esse tipo de completação, pois não
haveria nenhuma restrição para a saída do gás. No entanto, se a produção de gás osse pequena, este
problema poderia ser solucionado utilizando separadores em superfície.
Outra limitação ao utilizar esse tipo de completação aparece quando existem mais de um reservatório
sendo atravessado pelo poço, pois nada impediria a mistura dos fuidos produzidos dentro do poço,
o que impediria azer um acompanhamento da produção de cada reservatório por separado.
Outros tipos de completação de poço aberto são os mostrados nas Figuras 2, cada uma deles
tendo as limitações mencionadas anteriormente na presença de fuidos indesejados (água ou
gás) ou na presença de mais um reservatório. No entanto, na Figura 2 (a), a completação aberta
liner ranurado (slotted liner) é usada quando as ormações não são consolidadas: podendo existir
o risco de desmoronamento das paredes do poço e a possibilidade de que o poço possa produzir
areia. Neste é utilizado o sistema que inclui tela para o controle de areia, mostrado na Figura 2 (b).
Com esse sistema se minimiza a presença de areia na superfície, o que poderia causar estragos no
equipamento de produção de superície. Em ambas as guras, oi considerado como “liner” uma
seção de revestimento que está em contacto com a formação produtiva e que está suportada, na
sua parte superior, por um obturador, mais conhecido como packer, em inglês. Desses acessórios
estaremos alando com mais detalhes no capítulo 8, correspondente ao controle de areia.
104
CONCEITOS BÁSICOS NA COMPLETAÇÃO DE POÇOS │ UNIDADE VII
Figura 2. Poço aberto: (a) Liner ranurado (b) Tela para o controle de areia
Mas o que fazer quando temos presença de um aquífero e queremos evitar a produção de água, ou
como azer para completar um poço que tem mais de uma zona produtiva? Neste caso, teríamos
que utilizar o segundo grupo mencionado inicialmente, o tipo “poços canhoneados”. Neste tipo
de completação, é colocado um revestimento ou uma seção de revestimento (liner) na formação
produtiva, para ser cimentado posteriormente. Depois de endurecer a parte cimentada, localizada
entre no espaço anular entre o poço e a parede externa do revestimento metálico, é descido um
equipamento cilíndrico, contendo explosivos (canhão) para poder urar o revestimento, o cimento e
a ormação, a m de criar um meio para a posterior saída do fuido do reservatório.
Na Figura 3, podemos observar dierentes tipos de completação para quando o poço é canhoneado.
Repare que em todos os casos temos presença de cimento entre o espaço anular que ca entre a parte
externa do revestimento e o poço. Na Figura 4 (a), mostramos uma seção de revestimento (liner)
e a seção canhoneada na zona produtora de petróleo. Os canhoneados não oram direcionados na
zona de gás “g” nem na zona do aquíero “a”. A Figura 4 (b) é semelhante à Figura (a), no entanto
aqui oi colocado um revestimento de produção que chega até a superície. Não oi colocado liner.
Muitas vezes é colocado liner quando o poço é muito proundo e, por razões econômicas, é preerível
colocar somente essa seção de revestimento. Na Figura 4 (c), temos outra gura que apresenta dois
reservatórios separados por uma camada impermeável de olhelhos (representado pelos traços) e a
presença do cimento que evita que exista comunicação detrás do revestimento entre eles. Para que
essa comunicação seja eetiva na parte interna do revestimento, é colocada uma coluna de produção
dentro do poço de tal maneira que possa se isolar a produção de ambos os reservatórios (Figura
4). Esse isolamento tem como nalidade acilitar os estudos que possam ser realizados para cada
reservatório por separado. Na superície, esses fuidos podem misturar-se (BELLARBY, 2009).
105
UNIDADE VII │ CONCEITOS BÁSICOS NA COMPLETAÇÃO DE POÇOS
106
CAPÍTULO 2
Atividades envolvidas por um
completador de poços
Na área de engenharia de petróleo, o completador tem que interatuar com o perurador de poços e
com o geólogo, para poder azer um melhor desenho do esquema de completação a ser utilizado, isto
é, saber se precisa colocar um determinado tipo de revestimento (dependendo da litologia e pressão
de formação), assim como o diâmetro do revestimento de produção a ser colocado.
Também será necessário entrar em contacto com o engenheiro de reservatórios para saber se esse poço
soreu algum tipo de dano, inormação que é obtida por meio dos testes de pressão, a m de programar
um processo de estimulação de poços. O dano produz-se quando a pressão hidrostática do fuido de
peruração é maior que a pressão no reservatório, assim, o fuido ingressa dentro do reservatório até a
ormação de um reboco na parede da ormação, podendo provocar algum tipo de dano. O dano refete-se
quando a permeabilidade natural do reservatório sore uma diminuição, o que diculta a saída do petróleo
quando este é colocado em produção. Lembramos que o parâmetro chamado de permeabilidade pode
ser dimensionado e é denido como a acilidade que tem um fuido para atravessar um meio poroso,
suas unidades são o Darcy e pode ser quanticado usando testes de pressão.
Já quando o poço está em produção, ele também pode mostrar uma baixa produtividade. Neste
ponto é importante distinguir se a baixa produtividade é provocada por algum tipo de dano no
reservatório ou por algum problema no sistema de elevação. A produtividade da ormação também
poderia ser aetada pela produção excessiva de gás ou de água, dependendo das características do
reservatório, eeitos que teriam que ser minimizado pelo completador.
Na área geofísica de poço, o completador tem que avaliar a qualidade de cimento que foi colocado
no espaço anular localizado entre a parede externa do revestimento e o poço. Para isso são utilizadas
erramentas sônicas. Caso a cimentação não seja boa, ele terá que recimentar. Caso contrário, terá
que partir para a etapa do canhoneio. Com tal objetivo, o completador tem que saber interpretar a
respostas de pers sônicos e radioativos, para determinar a proundidade em que está localizado o
intervalo produtivo e, posteriormente, descer um aparelho chamado de canhão e colocar o poço em
produção.
Quais são as tareas que um completador está envolvido regularmente? Em resumo, podemos
enumerar as seguintes.
107
UNIDADE VII │ CONCEITOS BÁSICOS NA COMPLETAÇÃO DE POÇOS
108
CONCEITOS BÁSICOS NA COMPLETAÇÃO DE POÇOS │ UNIDADE VII
Cabe dierenciar que, nos processos mencionados, existem algumas operações chamadas de
cimentação secundária.
109
USO E AVALIAÇÃO
DO PROCESSO DE UNIDADE VIII
CIMENTAÇÃO NA
COMPLETAÇÃO
CAPÍTULO 1
Características do cimento e
classificação
A abricação do cimento, aliás, do clínquer, é obtida em ornos rotativos após a mistura adequada do
calcário com a argila, em processo de via seca ou úmida. No forno rotativo, a clinquerização é efetuada
a temperaturas da ordem de 1450-1500 °C, em que a cal, a alumina, a sílica e o óxido de erro presentes
no calcário e na argila reagem entre si em estado sólido e de usão parcial, ormando grãos ou torrões
denominados clínquer. Na saída do forno, o clínquer é resfriado e, a seguir, pode ser estocado ou
moído com adição entre 5% de gesso e adquirindo a nura adequada, ensacado para venda.
Assim, são formados os quatro componentes principais de todos os cimentos. A simbologia usada
para representar os minerais presentes no cimento é: C = óxido de cálcio (CaO), A = óxido de
alumínio (Al2O3), F = óxido de erro (Fe2O3) e S = sílica (SiO2).
Esses componentes estão agrupadas em quatro ases no cimento e identicadas classicamente por
C3S (silicato tricálcico), C2S (silicato bicálcico), C3A (aluminato tricálcico) e C4AF (erro alumino
tetracálcico). A cristalização dessas ases é unção da composição e nura da mistura de calcário
com argila, do tratamento térmico e das reações de usão em ases sólida e liquida.
Vamos apresentar as principais características de cada uma dessas quatro fases, lembrando que a
nomenclatura utilizada não corresponde à formula química.
110
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
É o principal responsável pela pega do cimento, pois reage rapidamente com a água,
conerindo ao cimento, juntamente com o C3S, a resistência inicial a solicitações
mecânicas. É o componente do cimento que apresenta o maior calor de hidratação.
A adição de água ao cimento produz uma pasta bombeável que tem a propriedade de conservar uma
plasticidade durante certo tempo, após o qual sore um aumento brusco na sua viscosidade. A perda
de plasticidade é denominada “pega” do cimento e ocorre em paralelo com um lento processo de
endurecimento, responsável pelas propriedades mecânicas de pastas, argamassas e concretos.
As reações de pega e endurecimento do cimento são bastante complexas, pelo ato de ser o cimento
uma mistura heterogênea de vários compostos que se hidratam mais ou menos independentemente.
O comportamento dos dierentes compostos rente à hidratação é responsável pelas propriedades
aglomerantes do cimento (VICENTE et al., 1995).
111
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
cada proundidade e condição de temperatura. O requerimento de água para cada tipo de cimento
varia com o tamanho do grão ou da areia supercial.
» Cimento tipo A é usado da superície até 6.000 pés (1.830 metros), quando
propriedades especiais não são requeridas. Disponível somente no tipo ordinário.
» Classe B também é usado da superície até 6.000 pés (1.830 metros), quando é
necessário moderar a alta resistência ao sulfato.
» Cimento tipo C é usado da superície até 6.000 pés (1.830 metros), quando as
condições exigem rápida pega e grande resistência compressiva.
» Cimentos tipo D-E-F são retardados, para sua utilização em grandes profundidades.
A retardação acontece pela redução da quantidade das ases de hidratação mais
rápida (C3S e C3A), e pelo aumento do tamanho dos grãos do cimento. Atualmente
são utilizados aditivos.
» Classe E é usado de 10.000 pés (3.050 m) até 14.000 pés (4.270 m), sob condições de
altas temperaturas e pressões. Está disponível nos tipos de média e alta resistência
ao sulfato.
» Classe F é usado de 14.000 pés (4.270 m) até 16.000 pés (4.270 m), sob condições de
altas temperaturas e pressões. Está disponível nos tipos de média e alta resistência
ao sulfato.
» Cimentos dos tipos G e H são usados sem aditivos químicos, da superície até 8.000
pés (2.440 m) ou com aceleradores e retardadores para cobrir um grande intervalo
de pressões e temperaturas.
» Cimento tipo H é semelhante ao tipo G, mas tem os grãos mais grossos. Tendo eeito
de retardo para condições mais quentes e proundas.
Para temperaturas maiores que 230 °F, o cimento atingirá o máximo de sua resistência compressiva
nas primeiras semanas, até que começa a decrescer. A 350 °F, a máxima resistência de compressão
é atingida em menos de 24 horas, mas essa resistência compressiva é bem menor da desenvolvida
por cimentos a temperaturas menores. Uma razão para essa deterioração da pasta é que a altas
temperaturas ocorrem perda de água e mudança na estrutura do cimento hidratado, tornando-se
uma estrutura raca e porosa. (VICENTE et al., 1995).
112
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
Para a maioria dos trabalhos com cimento na completação, a pasta deve se apresentar bastante
fuida, não gelicar quando estática, manter sua viscosidade quase constante até que se dê a pega,
ter baixa perda de ltrado, sem separação de água livre ou decantação de sólidos.
Os tempos de bombeabilidade necessários para cada operação também variam e dependem das
profundidades envolvidas, da técnica a ser empregada, dos equipamentos disponíveis, da agilidade
da equipe de sonda e outros atores. Com a necessidade de adequar o desempenho da pasta de
cimento a essa variada gama de situações, uma grande quantidade de aditivos está disponível no
mercado. Esses aditivos são geralmente classicados em oito categorias: controladores de ltrado,
aceleradores, retardadores, dispersantes, estendedores, controladores de perda de circulação e
especiais. As principais categorias de aditivos estão descritas a seguir.
113
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
114
CAPÍTULO 2
Equipamentos e acessórios utilizados na
cimentação
Para completar um poço utilizando revestimentos ou liner de produção próximos da zona produtiva, é
necessária a colocação de cimento. Lembramos que nesta ase já oram colocados durante a peruração
outros tipos de revestimentos (conector, superície e intermediários) e que também já oram realizados
a cimentação dessas ases. Quando esse processo de cimentação é realizado na última ase, é chamada
de completação. Para que seja realizada uma cimentação, são necessários diversos equipamentos,
como já teria sido abordado na etapa de peruração. Portanto, neste capítulo, abordaremos de orma
resumida os principais equipamentos usados na completação de um poço.
Unidades de cimentação
Montadas em caminhões para operações em terra ou sobre skids em sondas marítimas, as unidades
de cimentação constam geralmente de dois motores, para ornecer energia; dois tanques de 10 barris
(bbl) cada, para a água de mistura ou fuido de deslocamento; duas bombas triples; dois conversores
para converter o movimento rotativo dos motores no movimento alternativo das bombas; bombas
centríugas auxiliares ; um sistema de mistura de pasta, onde a água de mistura (água e aditivos) é
bombeada sob pressão por pequenos oriícios, fuindo em jatos sob um unil por aonde chega o cimento.
A proporção da água injetada determinará a densidade da pasta e é controlada pelo operador. A pasta
resultante é acumulada em um tanque ou uma cuba para homogeneização e medidores de fuxo, sendo
feito o registro num registro circular onde esses valores são traçados, permitindo análise posterior. As
unidades mais modernas dispõem de sistema recirculador, que permite a homogeneização de certo
volume da pasta antes de sua injeção para o poço, além de controle automatizado dos volumes de água
e cimento para obtenção da pasta com a densidade programada.
A ligação entre a unidade de cimentação e o poço é feita por tubulação de alta pressão, formada
por uma série de tubos curtos interligados por meio de conexões móveis dotadas de rolamento,
para possibilitar montagem até a posição em que que o topo do revestimento. Atualmente, há a
tendência de utilização de mangueiras especiais fexíveis, de borracha, mais práticas.
Suas dimensões vão depender do diâmetro do tubo que chega à superície. Nos casos de peruração
marítima com unidades futuantes ou de liner, cuja coluna de assentamento consiste de tubos de
115
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Acessórios de cimentação
Diversos acessórios são conectados ou axados à coluna de revestimento, visando a garantir o
melhor resultado da cimentação. Os principais acessórios são a sapata, o colar, os tampões, o colar
de estágio, os centralizadores,o arranhador, entre outros.
(NGUYEN, 1993).
» Colar: posicionado 2 a 3 tubos acima da sapata, o colar serve para reter os tampões
de cimentação, além de poder receber mecanismos de vedação. Caso não tenha
mecanismo de vedação, é denominado colar retentor. Tem, em suas extremidades,
roscas do mesmo tipo usado na coluna (Figura 6).
Figura 6. Colar
(NGUYEN, 1993)
116
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
O tampão de fundo tem uma membrana de borracha de baixa resistência em sua parte
central e, ao ser lançado na coluna, à frente da pasta de cimento, é empurrado por ela
até que toque no colar retentor, quando a membrana se rompe, permitindo a passagem
da pasta. O tampão de topo é rígido e, ao ser lançado após a pasta, separa-a do fuido
de perfuração ou completação , que a deslocará, para evitar sua contaminação. É retido
pelo colar, causando um aumento de pressão que indica o término do deslocamento,
permitindo a realização do teste de estanqueidade da coluna.
(VICENTE, 1995).
Figura 8. Centralizadores
(VICENTE, 1995).
117
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Figura 9. Arranhador
(VICENTE, 1995).
118
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
(NGUYEN, 1993).
Para o cálculo da pasta de cimento, além da concentração de aditivos sólidos e líquidos, o cálculo
determina volume de cimento, peso especíco e rendimento da pasta. Com tal objetivo, é considerado,
como base dos cálculos, um saco de cimento de 94 libras e a concentração de líquidos é dada pela
relação em volume entre o aditivo e um saco de cimento (um pé cúbico).
Para o cálculo das principais propriedades da pasta de cimento, deve ser montada uma planilha
com todos os componentes químicos e suas respectivas concentrações. Para 1 pé cúbico de cimento,
a planilha teria a seguinte conguração (Tabela 1). Nesse quadro, aparece como componentes dos
produtos, aditivos líquidos e sólidos, sendo que uma pasta pode conter mais de um aditivo líquido ou
sólido. Também é necessário especicar se a água é salgada ou doce, pois o valor do volume absoluto
pode variar dependendo desse fato. A coluna de dados correspondente ao volume absoluto tem
unidades de gal/libra e esse valor pode ser encontrado em quadros especícos para cada produto a
ser utilizado na composição da pasta de cimento.
119
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Água V% A B C=AxB
Aditivo Líquido I G=I/H H I
Aditivo Sólido W% M = (W / 100) * 94 N O=MxN
SOMATÓRIO T U
Após a entrada de dados (peso especíco da pasta, concentrações dos aditivos etc.) e o cálculo do
peso da água, determinam-se as propriedades da pasta de cimento
120
CAPÍTULO 3
Avaliação da cimentação
A avaliação de cimentação, tema deste capítulo, ocorre após a instalação dos equipamentos de
segurança e o posterior condicionamento do revestimento de produção ou liner.
Nas cimentações primárias, a pasta posicionada no espaço anular entre a parede do poço e
o revestimento descido em cada ase de peruração tem vários objetivos, além de suportar
o peso dos tubos. Por exemplo, no revestimento condutor, o objetivo é impedir a circulação
de fluidos de perfuração e uma possível corrosão do aço. No revestimento de superfície, o
cimento visa a proteger horizontes supericiais de água e suportar equipamentos e colunas a
serem descidos posteriormente. No revestimento intermediário, o objetivo é isolar/proteger
ormações instáveis geologicamente, portadoras de luidos corrosivos, com pressão anormal e/
ou com perda de circulação. No revestimento de produção, o objetivo principal do cimento é
promover a vedação hidráulica eiciente e permanente entre os diversos intervalos produtores,
impedindo a migração de fluidos.
Existem diversos métodos para a avaliação da qualidade de uma cimentação. Entre os principais,
encontram-se os testes hidráulicos, os testes de pressão, os pers de temperatura, os traçadores
radioativos e os pers sônicos e ultrassônicos. A escolha do método de avaliação depende dos
objetivos de cada trabalho.
O presente material trata especicamente das técnicas de avaliação de cimentação mediante pers
sônicos. Este é o método mais utilizado e que permite eetivamente avaliar a qualidade da cimentação
e a possibilidade de migração de fuidos. (VICENTE, 1992)
A perlagem sônica em poço revestido tem como objetivos principais: inerir a existência ou não
de intercomunicações entre os intervalos de interesse; analisar o grau de isolamento entre as zonas
de gás, óleo e água; e vericar a aderência do cimento ao revestimento e a ormação. Obtendo um
bom isolamento hidráulico entre as diversas zonas permeáveis, vai se impedir a movimentação de
fuidos, seja líquido ou gás, pelo espaço anular ormado entre o revestimento e a ormação.
121
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Tipos de aderência
Os principais tipos de aderência são a aderência mecânica e hidráulica.
» Aderência mecânica (Shear Bond Strength): denida como sendo a razão entre a
força requerida para iniciar o deslocamento de um tubo cimentado e a área lateral de
contato. Geralmente é expressa em psi (pound square inch ou libras por polegada ao
quadrado) e traduz o grau de adesão entre o cimento e o revestimento (Figura 11 a).
(VICENTE, 1992).
122
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
Fadiga mecânica
123
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Perfis sônicos
A Figura 12 é um desenho esquemático da erramenta usada na obtenção do perl combinado sônico
CBL/VDL (VICENTE, 1992). CBL é a abreviatura do nome, em inglês, Cement Bond Log (registro
de aderência do cimento) e VDL, a abreviatura do Variable Density Log (registro de densidade
variável).
O transmissor recebe pelo cabo condutor a energia elétrica e a converte em energia mecânica, emitindo
repetidamente pulsos curtos de energia acústica (10 a 60 pulsos por segundo) ,com duração de cerca
de 50 microssegundos cada. A requência de cada pulso é de 20 KHz para erramentas de grandes
diâmetros (acima de 3”) ou de 30 KHz para erramentas de diâmetros menores (abaixo de 2”).
O pulso sonoro emitido az vibrar o meio fuido no qual o transmissor está imerso, criando uma
rente de onda aproximadamente esérica que se propaga em todas as direções. Quando encontra o
revestimento, a energia acústica é reratada (Lei de Snell), tomando dierentes caminhos até chegar
ao receptor. Uma parcela dessa energia se propaga segundo um ângulo de incidência crítico, viajando
pelo revestimento. Outra parcela é refetida e se propaga diretamente pelo fuido no interior do
poço, e parte é reratada para o anular (entre o revestimento e a ormação).
124
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
A onda longitudinal que viaja diretamente pelo revestimento é, geralmente, a primeira a chegar
devido à maior velocidade do som no aço que nos demais meios envolvidos. Posteriormente, chegam
as ondas longitudinais e transversais oriundas da ormação e os sinais que viajam pelo fuido.
A Figura 13 é uma representação esquemática por ordem de chegada dos sinais e também contém
uma composição nal do trem de ondas (conjunto). No receptor, a energia sonora é reconvertida
em energia elétrica e os sinais são enviados à superfície pelo cabo condutor para serem devidamente
processados.
» A primeira pista contém a curva do tempo de trânsito (TT), uma curva de correlação
a poço aberto (Gamma Ray) e um localizador de luvas do revestimento (Casing Colar
Locator). O perl de raios gama, que mede a radioatividade natural da ormação,
pode ser corrido a poço aberto ou revestido. O CCL é usado para detectar as luvas do
revestimento, que causam uma defexão na curva. O CCL é utilizado como reerência
de proundidade para as operações uturas no poço. Os dados de proundidade são
registrados na pista 1.
125
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
126
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
-revestimento.
Este perl é conhecido como aquele que eetua o controle de aderência entre cimento e revestimento.
As variações de amplitude indicam mudanças na resistência do cimento à compressão, na
percentagem da circunerência cimentada. Por último, cabe ressaltar que este perl é sensível à
presença de microanular.
Revestimento livre
A Figura 15 apresenta um perl CBL/VDL, característico de um revestimento livre (espaço não
preenchido com cimento). Devido à homogeneidade do meio (fuido no anular), os sinais são
uniormes, alternando aixas paralelas claras e escuras, bem distintas. Os sinais da ormação não
são registrados. Existem muitos sinais secundários causados por refexões das luvas de revestimento
(conexões), que chegam ao receptor. Em rente às luvas do revestimento livre é observado o
127
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
efeitochevron, que são marcas em orma de ‘w’ causadas por refexões devido à descontinuidade do
metal nas luvas.
(VICENTE, 1992).
(VICENTE, 1992).
128
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
Figura 17. Boa aderência entre revestimento e cimento /Aderência ruim entre cimento e formação
(VICENTE, 1992).
(VICENTE, 1992).
129
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
» O CCL (Casing colar locator), é o registro de uma erramenta acústica que detecta as
luvas do revestimento e fornece a informação da profundidade.
Na segunda pista aparecem os registros chamados de DEV. WWM, CSMX, CSMN e RB, os quais
serão descritos a seguir.
130
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
(VICENTE, 1992).
Finalmente, na terceira pista, aparece a superfície cilíndrica do poço colocada em forma planar
(em duas dimensões), mostrando na cor branca onde estaria altando cimento e na cor escura onde
teríamos uma boa cimentação. A diferença do CBL- VDL, não é possível determinar em que interface
estaria altando cimento, ou seja, se é na interace cimento- revestimento ou na interace cimento-
formação. Na verdade, ele completa a avaliação da qualidade da cimentação em combinação com o
perl CBL/VDL.
131
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Uma razão água-óleo (RAO) elevada apresenta várias desvantagens como perda de energia do
reservatório, dispêndio de energia em elevação articial e custos com tratamento e descarte, além
de riscos de degradação ao meio ambiente. Uma elevada produção de água pode ser consequência
da elevação do contato óleo, devido ao mecanismo de produção (infuxo de água). O aparecimento
de água é normal em um reservatório com infuxo de água. Se a zona produtora é grossa, podem-se
tamponar os canhoneados e recanhonear apenas na parte superior, o que resolve o problema
temporariamente. Uma razão gás-óleo alta pode ter como causa o próprio gás dissolvido no óleo ou o
gás de uma camada adjacente ao reservatório. Este problema pode ser contornado temporariamente
por meio das técnicas de compressão de cimento.
As operações com cimento na completação podem ser classicadas, quanto ao nível de pressão
utilizada, em operações à baixa pressão e operações à alta pressão. Nas operações à baixa pressão,
o cimento é colocado nas posições desejadas sem que se rature qualquer zona, e à alta pressão,
raturando-se alguma ormação. O entendimento deste assunto é requisito mínimo necessário ao
prossional que se propõe a trabalhar com cimento na completação.
A pasta de cimento é uma suspensão de partículas sólidas de cimento disperso em água. Na técnica
à baixa pressão, a pasta, sujeita a um dierencial de pressão poço-ormação, perde parte da água de
mistura para o meio poroso e um reboco de cimento parcialmente desidratado é formado. Ao término
deste processo de ltração, todo o canhoneado está preenchido por reboco de cimento (Figura 20), e
por este reboco ter uma permeabilidade bastante baixa, a pressão na superície estabiliza-se.
132
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
A pasta ideal em uma operação com cimento deve ter uma taxa de desidratação controlada, de
orma a permitir a deposição uniorme do reboco sobre toda a superície permeáve; preencher os
vazios e as canalizações por detrás do revestimento; preencher os túneis de canhoneio; e deixar
pequenos nódulos dentro do revestimento. Nessa situação, o restante da pasta permanece fuida no
interior do poço, podendo ser removida por circulação (VICENTE et al., 1995).
Em alguns casos, com ormações de baixa permeabilidade, o squeeze à baixa pressão pode não ser
possível, de orma a permitir que a pasta ocupe os espaços desejados. Alguns autores acreditam
que a criação de uma ratura, a m de permitir a comunicação entre poço e esses espaços a serem
preenchidos com cimento, pode ser uma solução. É importante observar que deve ser criada uma
pequena ratura, e que a operação deve ser concluída a uma pressão abaixo da pressão de quebra
da formação.
Entretanto, mesmo com a utilização de uma boa técnica, a técnica de alta pressão envolve uma
série de riscos que podem comprometer o sucesso da operação, sendo recomendado, sempre que
possível, as operações à baixa pressão.
Como exemplos de riscos têm-se: a possibilidade da criação de grandes raturas que podem propiciar
a comunicação indesejada de zonas que se pretendia isolar; o desenvolvimento de uma direção
preerencial ditada pelo estado de tensões da rocha; a ratura pode não interceptar o canal que
se pretendia eliminar; a ratura pode se estender ao longo de um intervalo com boa cimentação e
comunicação entre zonas indesejadas.
133
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Existem duas técnicas mais usadas no processo de squezze, uma delas é chamada de tampão
balanceado e, a outra, é chamada de injeção direta. A técnica de tampão balanceado é normalmente
empregada em operações à baixa pressão, sendo que os volumes da pasta de cimento, do colchão
espaçador à frente e atrás da pasta e do deslocamento são calculados de forma a se obter um tampão
balanceado hidrostaticamente.
A partir daí a pasta é comprimida segundo a técnica de hesitação. Hesitação é uma técnica de
compressão geralmente utilizada em operações à baixa pressão, na qual a pasta é comprimida em
intervalos regulares para diversos níveis de pressão. Após a pressurização inicial, sempre inerior
à pressão de quebra, aguarda-se, examinando-se a curva de pressão registrada na superície. O
aumento do raio de curvatura da queda de pressão indica a formação de reboco, ao passo que uma
curvatura de raio constante nos diversos ciclos indica a injeção de pasta em alguma cavidade por
detrás do revestimento ou a existência de uros ou vazamentos no interior do poço. Após a conclusão
da compressão, é necessário liberar a pressão da tubulação. Mesmo em intervalos fraturados, a
técnica de hesitação é aplicável, com resultados plenamente satisatórios, sendo recomendado usar
pastas com maior ltrado API. Nos casos de zonas raturadas onde não se consegue atingir pressões
estabilizadas, é conveniente que, após se injetar um volume desejado de pasta, se eche o poço e
aguarde a pega da pasta.
Uma operação considerada ideal é aquela em que tudo acontece de acordo com o previsto, sem
sobressaltos, resultando em testes de pressão positivos. No caso de correções de cimentação
primária, é recomendável que não se sonegue pasta, caso a operação esteja exigindo, visto que se
pretende preencher completamente o restante do anular que não tenha sido preenchido durante a
cimentação primária (VICENTE et al., 1995).
Recimentação
É a técnica a ser utilizada quando os pers sônicos indicam má cimentação onde o isolamento
hidráulico está sendo exigido. A ausência de cimento em determinados trechos pode ser decorrência
de entupimentos do anular, por carreamento de detritos durante a cimentação primária, gerando
incremento da pressão de circulação e o fraturamento de alguma formação, ou também pode ser
decorrência de sobredeslocamento da pasta. A recimentação consiste basicamente na circulação de
colchões lavadores, colchões espaçadores e pasta de cimento entre os pontos previamente perurados,
de orma similar a uma cimentação primária. Como diretriz, a recimentação deve ser executada o
mais breve possível, logo após o término da cimentação primária, onde tenha se vericado indícios
de alhas. Isto se deve ao ato de que o fuido de peruração em repouso no anular pode ocasionar
decantação dos sólidos, inviabilizando a circulação da pasta de cimento.
134
CAPÍTULO 4
Canhoneio
O requisito mínimo para que possa haver algum sucesso na completação de um poço é o
estabelecimento de uma comunicação limpa e eetiva entre o poço e a ormação. A maximização
do potencial de produção dos hidrocarbonetos existentes em um reservatório somente pode ser
alcançada com a minimização das restrições ao fuxo.
No iníciodos anos 1930, oi desenvolvido o equipamento que permitiu a peruração do revestimento
E composto por cargas explosivas chamadas cargas à bala (bullet charges), eram montadas em
série sobre um suporte metálico e introduzidas em um tubo. O conjunto oi chamado de canhão
de peruração (perfurator gun) e era descido com auxílio de um cabo de perlagem. A penetração
média dos projéteis cava entre 1 e 2 polegadas (Figura 21).
Figura 21.
135
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Até nal da década de 1940, a maioria das operações de canhoneio realizada utilizava lama de
peruração como fuido de amortecimento e dierencial de pressão sentido poço-ormação, conhecido
como canhoneio sobrebalanceado (overbalanced perforating), no momento do canhoneio.
Figura 22.
A partir de 1948, o processo de desenvolvimento das técnicas de canhoneio oi acelerado. Uma
extensa série de testes de perormance com cargas à bala e a jato oram realizados, revelando o
grande potencial de penetração das cargasa jato e a imprevisibilidade do resultado das cargas à bala
(Figura 23).
Figura 23.
136
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
No início dos anos 1970, o canhoneio à bala já tinha sido praticamente abandonado, considerando-
se a utilização do canhoneio a jato com cargas moldadas. O canhoneio subbalanceado estava sendo
bastante empregado. Esta técnica consiste em criar um diferencial de pressão no sentido formação
para o poço aplicado no momento do disparo das cargas (underbalanced perforating). (BIANCO;
VICENTE, 2009).
O sistema Underbalanced, que permite uma indução de um fuxo da ormação para o poço,
imediatamente após o canhoneio, possibilitava uma melhora signicativa na produtividade dos
canhoneados, uma vez que possibilitava a remoção da parte dos resíduos existentes no interior dos
furos e da matriz da formação.
Na Figura 23, podem-se observar os testes realizados em dierentes tipos de ormações nos
Estados Unidos, usando dierentes esorços compressivos (compressive strenght) e a profundidade
de penetração atingida pelas cargas à bala em polegadas (inches) e notamos como a penetração
decresce quando a resistência à penetração do revestimento e à formação aumentam.
Entre as vantagens que podem ser mencionadas usando o método de canhoneio, podemos
mencionar a capacidade de viabilizar a produção de fuido de ormações em poços que se encontram
já revestidos, agregando mais estabilidade à completação; e a seletividade na produção, devido aos
diversos níveis da ormação em que ocorrem os disparos do canhão.
Explosivos
Os explosivos oram inventados, inicialmente, na China e, depois, oram passando por modicações
segundo sua composição química. Assim, eles podem ser classicados como de baixos explosivos,
altos explosivos e altos explosivos primários e secundários.
» Os baixos explosivos são usados nas modernas aplicações de campo como cargas
de pólvora, cargas à bala e a propelentes para uso no assentamento de erramentas.
» Os altos explosivos são utilizados nas cargas moldadas, nos cordões detonantes,
nos detonadores e nas espoletas. Os altos explosivos podem ser subdivididos de
acordo com a sua velocidade de reação e pressão de combustão em: altos explosivos
primários e altos explosivos secundário.
» Os altos explosivos primários são mais sensíveis e áceis de detonar por choque,
ricção e calor. Por razões de segurança, altos explosivos primários, como a azida de
chumbo, são usados somente em detonadores elétricos ou de percussão.
137
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Cargas moldadas
As cargas moldadas foram inicialmente desenvolvidas e usadas na II Guerra como arma antitanque.
Uma carga moldada para canhoneio a jato é constituída por um invólucro externo, uma carga
principal de alto explosivo, uma carga iniciadora e um liner.
138
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
Como eeitos negativos das cargas moldadas, é possível armar que no momento do disparo, os
túneis sorem obstrução, sendo preenchidos por uma “cenoura”, ormada por resíduos sólidos da
detonação do explosivo, restos do metal do liner e outras partículas existentes na lama ou fuido
no poço, assim com das partículas nas de areia quebrada e fuido de peruração e eeito de
esmagamento e compactação dos grãos de areia ao redor do furo.
Canhão
Um canhão é composto por uma sequência de cargas moldadas, xadas a um tubo. Um cordão
detonante percorre todas as cargas, ligando-as na sequência da detonação. O iniciador da onda de
detonação é chamado detonador e pode ser de iniciação elétrica ou por impacto. É conectado a uma
extremidade do cordão detonante e tem vital importância na segurança do sistema.
No detonador elétrico, a seção de ignição é energizada pela passagem de corrente por meio de dois
resistores, causando aquecimento de um lamento e ignição de um componente de queima (ósoro
ou pólvora). A queima deste componente detona uma carga primária, que detona a carga da seção
de impulsão por propagação da onda de choque pelo ar existente no espaço entre as duas cargas.
A temperatura e a pressão de operação para as aplicações expostas são críticas e nunca devem ser
excedidas, sob risco de ocorrer a autodetonação.
139
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Os canhões podem ser classicados basicamente em duas categorias principais, segundo suas
características operacionais: canhão recuperável (retrievable hollow carrier gun) e canhão não
recuperável (expendable gun).
Canhão recuperável
Consiste em um cilindro de aço especial com uros onde as cargas são alojadas e seladas à pressão
atmosférica no interior da carcaça. Eles podem ser descidos no poço pelo cabo ou com a coluna de
produção. Apresenta como principais vantagens a alta eciência, devido ao sistema de carga estar
protegido pela carcaça; alta resistência mecânica; rapidez na operação;resistência a altas pressões
e temperaturas; possibilidade de ser descido várias vezes; não deixar detritos no interior do poço e
não causar deormação no revestimento (Figura 27).
140
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
O mau uncionamento de um canhão pode estar relacionadoa um ou mais motivos, presença de água
no canhão, no cordão detonante ou na carga principal; insuciência de corrente elétrica; detonador
deeituoso ou de baixa qualidade; liner incorretamente posicionado, entre outros. A norma API
RP-43 padroniza os testes para avaliação do desempenho das cargas e dos sistemas de canhoneio.
Classificação
Quanto ao sistema de classicação do canhoneio, este se dá em unção da pressão exercida junto à
ormação. O processo pode ser caracterizado como Overbalance, Underbalance ou ainda Extreme
Overbalance.
Overbalance
O método de Overbalance baseia-se em uma pressão positiva do poço em relação à formação,
exercida pelo fuido presente no poço (fuido de completação). Devido a esse dierencial de pressão,
logo após o canhoneio acaba ocorrendo uma invasão do fuido de completação dentro da área
canhoneada, contaminando as imediações do poço. Isto representa perigo para a completação, pois
caso haja uma incompatibilidade entre o fuido e as argilas da ormação, então, pode-se provocar
um dano tal que só seja possível a descontaminação por meio de tratamento químico especíco, o
que acarretaria mais gastos com o poço.
Além disso, outro problema que ocorre no processo de Overbalance é a compactação dos detritos
da explosão nos poros da ormação. O fuxo que se inicia após o disparo acaba por empurrar os
resíduos dos explosivos, do cimento e do revestimento, assim como outras partículas existentes na
lama ou no fuido de completação, em direção aos poços da ormação. Este enômeno é chamado
tamponamento, e vem a dicultar o fuxo de fuido da ormação em direção ao poço, implicando
queda de produtividade.
141
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Underbalance
O método de Underbalance, como o próprio nome já sugere, tem como mecanismo principal o
inverso do Overbalance. Isto signica que agora a pressão exercida é no sentido da ormação para
o poço. Este método busca solucionar as deciências apresentadas pelo Overbalance. O dierencial
contrário de pressão passa a ser, neste novo caso, avorável à limpeza dos detritos do canhoneio
imediatamente após a explosão, prevenindo o tamponamento. Outra vantagem é que, se o fuxo
tende a ser da ormação para o poço, então também não deve haver contaminação da ormação pelo
fuido do poço.
Para o canhoneio por Underbalance é necessário que o poço seja totalmente completado antes de
se iniciar o processo, visto que a pressão negativa no poço em relação à formação indica que, logo
após os disparos ocorram, o poço dará início à produção do fuido da ormação. Essta capacidade de
início imediato da produção é uma das principais vantagens do Underbalance.
142
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
A elevada pressão no EOB é produzida por aplicação direta na cabeça do poço. Os fuidos utilizados
no poço são um fuido de completação e N2 (gás). Como resultado desse processo, tem-se uma
eciência de quase 100% do canhoneio, com a maioria dos canhoneados aptos a contribuir para o
fuxo de hidrocarbonetos. Com o emprego desta técnica ,obtiveram-se resultados surpreendentes,
que aparentemente superam as diculdades encontradas no uso das técnicas convencionais.
Apesar de essa técnica estar se diundindo rapidamente, a experiência das companhias operadoras
e de serviço nesse tipo de completação ainda é pequena. Poucas operações oram realizadas, e por
isso os resultados ainda são bastante discutíveis (BIANCO; VICENTE, 2009).
Tipos de canhoneio
Como refexo de constantes pesquisas e inovações na busca por melhora de produtividade,
dierentes tipos de canhoneio oram surgindo ao longo do tempo, entre os quais podemos mencionar
principalmente os seguintes: Through Tubing (TT), Convencional (Casing gun), e Tubing-conveyed
Perforation (TCP), como aparece na Figura 30.
143
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
» Casing Gun: para alguns trabalhos pode ser eetuado usando canhões recuperáveis,
descidos por cabo ou com tubulação (tubing). Usa grandes cargas que ornecem
grande proundidade de penetração e oriícios maiores. Usa de preerência o
sistema overbalance, sendo a pressão no poço ligeiramente maior que a pressão
de ormação e, posteriormente, é eetuado um trabalho de pistoneio para induzir o
fuxo. Pode existir a possibilidade de estimular o poço para obter uma boa produção.
144
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
Vantagens do TCP
145
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
Desvantagens do TCP.
Controle da profundidade
Os intervalos a serem perurados e completados são escolhidos a partir dos pers corridos a poço
aberto, sendo que, para eetuar o canhoneio, se az necessário ter um perl para correlação que
unciona a poço aberto e revestido. Geralmente se usa um perl de raios gama (GR) que apresenta
a medida da radioatividade natural das ormações, sendo que em rochas sedimentares dá uma ideia
do teor de olhelhos.
Juntamente com o GR corre um perl localizador de luvas conhecido como CCL (Casing Collar
Locator), que tem a proundidade amarrada ao GR e, portanto, relacionada ao perl básico. O
conjunto GR/CCL é conhecido como perl de controle de canhoneio ou PDCL (Perforation Depth
Control Log),
A proundidade das luvas deve ser ajustada correlacionando-se o GR/CCL com o perl GR corrido a
poço aberto no período da perfuração. Todas as medidas de profundidade posteriores vão se referir
a este perl GR/CCL). A utilização desses pers é simples e as possibilidades de erros no controle de
proundidade são remotas (Figura 32).
146
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
Eficiência de canhoneio
As técnicas e os equipamentos empregados na completação de poços têm como objetivo principal
maximizar a produtividade dos mesmos, reduzindo ao mínimo as restrições ao fuxo entre o
reservatório e o poço. Diversos atores, durante a ase de peruração e completação, contribuem para
que haja restrição ao fuxo, sendo alguns relacionados ao canhoneio e às condições em que o mesmo
oi eetuado. Há três conjuntos de parâmetros que devem ser controlados, a m de maximizar a
vazão de um poço:
Nos canhoneios em que o dierencial de pressão é positivo (pressão hidrostática maior que a da
formação), torna-se necessário induzir surgência no poço por meio de uma operação de pistoneio.
Ao se aliviar a pressão hidrostática, apenas alguns oriícios serão desobstruídos, permanecendo
outros tamponados.
Fatores geométricos
Os atores geométricos mais relevantes para o estudo da eciência de canhoneio são: densidade
de tiros; proundidade de penetração; deasagem entre os tiros; distância entre o canhão e o
revestimento; diâmetro do oriício.
Densidade de tiros
A vazão e a queda da pressão através dos oriícios do canhoneio são proundamente aetados pela
densidade de tiros. Estudos mostram que ao aumentar-se a densidade para até 12 tiros por pé,
consegue-se um aumento da vazão do poço, desde que haja um direcionamento adequado dos tiros,
a m de se evitar eeitos de intererência de fuxo.
Profundidade de penetração
A proundidade de penetração dos tiros é muito importante, pois, para que seja eetivo, o canhoneio
necessita ultrapassar a zona danicada durante a peruração (conorme anteriormente comentado).
Experimentalmente pode se vericar a ocorrência de um aumento signicativo da produtividade
quando o disparo ultrapassa a zona danicada.
147
UNIDADE VIII │ USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO
A deasagem entre os tiros é causada pela distribuição angular das cargas no canhão. Um mesmo
número de tiros por pé, quando disparados em dierentes direções, produz maior relação de
produtividade.
A distância que separa o canhão do revestimento deve ser a menor possível, a m de não comprometer
a penetração do disparo. No caso do canhão ser do tipo multidirecional, seu diâmetro deve ser o
maior possível, compatível com o do revestimento, para que o eeito adverso acima relacionado seja
desprezível e a técnica, efetiva.
Diâmetro do orifício
Sob circunstâncias normais, o diâmetro do oriício de canhoneio aeta muito pouco a vazão do poço.
Entretanto, se um ltro de areia or utilizado, deve-se azer uso do maior oriício de entrada possível,
pois quanto maior o seu diâmetro, menor a perda de carga.
148
USO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CIMENTAÇÃO NA COMPLETAÇÃO │ UNIDADE VIII
Segurança
A questão da segurança é crítica quando se trata de operações em que se emprega o uso de explosivos,
e o canhoneio é uma delas. Portanto, a atenção dispensada a este item deve ser exagerada e cumprida
à risca.
Todos os procedimentos da legislação vigente na localidade devem ser seguidos, no que se refere
ao manuseio de explosivos. Além disso, cada companhia operadora possui suas próprias normas
internas de segurança.
Emrelaçãoaopoço,comoocanhãoéacionadoporpulsoelétricoemalgunscasos,sãoterminantemente
proibidas as transmissões de rádio nas proximidades da operação. Para aumentar a segurança na
área, utiliza-se um BOP. É imprescindível que se observe atentamente o comportamento do poço
logo após o disparo, para não correr riscos de manobras precipitadas de retirada do canhão. O
mesmo deve ser retirado lentamente para evitar pistoneio (caso ainda haja cargas carregadas, existe
certo risco de que elas sejam acidentalmente acionadas). Somente com a total retirada do canhão
do poço e a vericação de que todas as cargas oram detonadas é seguro retomar as transmissões de
rádio (BIANCO; VICENTE, 2009).
149
DESCRIÇÃO
DOS PRINCIPAIS
ACESSÓRIOS DE UNIDADE IX
UMA COLUNA DE
COMPLETAÇÃO
CAPÍTULO 1
Coluna de produção
A composição da coluna de produção é unção de uma série de atores, tais como: localização do
poço (terra ou mar), regime de produção de fuidos (surgente ou com elevação articial), tipo de
fuido a ser produzido (óleo ou gás, com CO2 e ou H2S), necessidade de contenção da produção de
areia associada aos hidrocarbonetos, vazão de produção e número de zonas produzindo (Figura 34).
150
DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO │ UNIDADE IX
(THOMAS, 2004).
Uma composição ótima da coluna deve levar em conta os aspectos de segurança técnico operacional
e econômico, e é obtida questionando-se sempre a validade da utilização de um equipamento.
Vamos mencionar as principais componentes de uma coluna de produção.
Tubos de produção
Na Petrobrás, existe uma padronização nacional para tipos de conexão, grau do aço e peso dos tubos
de produção, acilitando o intercâmbio entre as regiões e permitindo menos itens de estoque e,
consequentemente, menores custos operacionais. Assim, as conexões padronizadas para colunas de
produção são: EU (external upset); NU (non-upset); TDS (tubing double seal); e PH-6 (Figura 35).
A seleção da tubulação a ser empregada num determinado poço leva em conta 4 atores.
» Fluido a ser produzido: dene o tipo do aço (grau) dos tubos, bem como o tipo das
conexões.
151
UNIDADE IX │ DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO
(THOMAS, 2004).
As roscas EU e NU enquadram-se na categoria de” perl redondo” e são padronizadas pela norma
API. A rosca NU está em desuso em nossa região e a rosca EU é a mais comumente utilizada, dada a
grande quantidade de poços produtores de óleo, sem outros fuidos agressivos associados, em nossa
região. A gura apresenta algumas características desses tubos.
Em poços produtores de gás, com fuidos agressivos ou com alta pressão, são empregados tubos
com roscas premium, especicamente as roscas TDS e VAM-ACE.
Shear-Out
É um equipamento instalado na extremidade inerior da cauda de produção, que permite o
tamponamento temporário da mesma (Figura 36). Possui três sedes, sendo a inerior tamponada.
Atualmente tem sido descida sem a sede inferior tamponada, isto é, apenas com duas sedes. Antes
da descida, é dimensionada a pressão do seu rompimento e, de acordo com o cálculo, colocados
tantos parausos de cisalhamento quanto necessário. Ao pressurizar-se a coluna, a orça atuante na
sede az com que os parausos cisalhem, caindo no undo do poço e liberando a passagem na coluna.
152
DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO │ UNIDADE IX
(THOMAS, 2004).
Hydro-Trip
Tal como a shear-out, serve para tamponamento temporário da coluna. Porém por ter rosca também
na parte inferior, pode ser instalada em qualquer ponto da coluna. A sede no entanto não cai para
o fundo do poço, pois tem um collet que se expande, entrando na reentrância apropriada para isto.
Como desvantagem, não permite passagem plena na coluna após o rompimento da sede (Figura
37). O dimensionamento dos parausos de cisalhamento e operação são semelhantes à da shear-out.
(THOMAS, 2004).
153
UNIDADE IX │ DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO
Nipples de assentamento
Os nipples de assentamento possuem uma área polida para vedação e uma sede de travamento.
Servem para alojar, numa proundidade bem-denida, plugs (para isolamento de zonas
produtoras), standing valves (para impedir perda de fuido para a ormação), instrument hanger
com registradores de pressão para testes de produção, e chokes (estes de uso raro, permitem a
produção simultânea de 2 zonas com dierentes pressões). São especicados pelo diâmetro da área
polida onde os equipamentos de controle de fuxo azem a vedação.
Normalmente são instalados na cauda de produção, abaixo de todas as outras erramentas. Podem,
também ser instalados tantos quantos necessários, em qualquer ponto da coluna, ressalvando-se a
seletividade dos mesmos. Basicamente há dois tipos principais de nipples de assentamento: nipple
R (não seletivo) e nipple F (seletivo).
Os nipple R (não seletivo) possuem um batente na parte inerior com diâmetro interno menor que
o diâmetro interno da área polida. Normalmente, é utilizado em dois casos: quando a coluna requer
um único nipple ou como o último (mais proundo) de uma série de nipples do mesmo tamanho. A
utilização de mais de um nipple não seletivo na mesma coluna, somente é possível se os
diâmetros internos dos mesmos forem diferentes, decrescendo com a profundidade
de instalação.
O nipple F (seletivo) não possui batente, isto é, a própria área selante, serve de batente (Figura 38).
Podem ser instalados vários nipples seletivos de mesmo tamanho em uma mesma coluna. Neste
caso, o posicionamento do equipamento desejado é eito pela erramenta de descida e/ou tipo de
trava do equipamento a ser instalado.
154
DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO │ UNIDADE IX
Sliding sleeve
A sliding sleeve (ou camisa deslizante) possui uma camisa interna que pode ser aberta ou echada
por meio de operações de arame, para prover comunicação anular-coluna ou coluna-anular
(Figura 39).
(THOMAS, 2004).
Seu uso está restrito, atualmente, para completação seletiva, que permite a produção da zona
superior. Alguns poços antigos ainda possuem essa válvula na composição da cauda, porém, este
uso oi abolido nas novas colunas devido pouca conabilidade na vedação dos o-rings da camisa
quando se azia o echamento com arame.
155
UNIDADE IX │ DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO
(GARCIA, 1997).
Ele é posicionado de tal orma que a extremidade da coluna de produção que a aproximadamente
30 m acima do topo da ormação produtora, para permitir perlagens de produção (Figura 41).
(GARCIA, 1997).
156
DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO │ UNIDADE IX
É assentado a cabo, utilizando-se uma unidade de perlagem. Para ser assentado, é conectado
a uma ferramenta de assentamento e descido até a profundidade apropriada. Ao se acionar
eletricamente, há uma detonação de um explosivo que cria um movimento da camisa superior para
baixo, comprimindo todo o conjunto. Este movimento expande o elemento de vedação e as cunhas
contra o revestimento.
Unidade selante
É o equipamento descido na extremidade de uma coluna, que pode ser apoiado ou travado no packer
permanente, promovendo a vedação na área polida do packer.
(THOMAS, 2004).
A unidade selante mostrada na gura é travada na rosca do packer permanente por meio de garra,
que é conectada com a liberação de peso sobre a ferramenta e desconectada com rotação à direita.
Os dentes de garra têm perl horizontal na parte superior, o que garante a impossibilidade de
liberação por tração.
157
UNIDADE IX │ DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO
A vedação entre os dois conjuntos (camisa externa e mandril) é promovida pelo conjunto de unidades
selantes sobre o mandril polido. O travamento entre os dois conjuntos, para descida ou retirada, é
promovido através do J-slot existente na sapata-guia.
(THOMAS, 2004).
(THOMAS, 2004).
158
DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO │ UNIDADE IX
A Figura 45 mostra em corte uma válvula de gás-lift típica, indicando suas partes principais e a
maneira como é instalada na coluna de produção. A válvula apresentada na gura está echada,
com a esfera encostando na sede da válvula. Para que ela abra, é necessário que a pressão no anular
atinja um valor preestabelecido, de acordo com a pressão de nitrogênio no interior do domo e de
acordo com a tensão da mola (elemento que tendem a manter a válvula echada). Existem vários
tipos de válvulas para diversos tipos de aplicações.
(THOMAS, 2004).
159
UNIDADE IX │ DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO
(THOMAS, 2004).
A bomba utilizada é do tipo centrífuga de múltiplos estágios e nela são colocados tantos estágios
quanto orem necessários para que os fuidos cheguem à superície. A admissão da bomba está
localizada na parte inerior da bomba e é o caminho do fuido para o abastecimento do primeiro
estágio. Os motores elétricos utilizados no bombeio centrífugo submerso são de tipo trifásico ,que
uncionam com uma velocidade constante de 3.500 rpm para uma requência de rede de 60 Hz.
O eixo do motor conecta-se ao eixo do protetor, à admissão da bomba e ao impulsor da bomba,
constituindo-se num único eixo que deve estar pereitamente alinhado para não se partir ao entrar
em uncionamento. O protetor é um equipamento instalado entre o motor e a admissão da bomba
,conectando o eixo do motor ao eixo da bomba por meio de duas luvas de acoplamento e tem
160
DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO │ UNIDADE IX
como unção principal prevenir a entrada de fuido produzido no motor. Finalmente, a energia é
transmitida da superfície para o motor por um cabo elétrico trifásico com condutores de cobre ou
alumínio.
Equipamentos de superfície
São os equipamentos responsáveis pela ancoragem da coluna de produção, pela vedação entre a
coluna e o revestimento de produção e pelo controle do fuxo de fuidos na superície. Existe uma
série de equipamentos padronizados que constituem os diversos sistemas de cabeça de poço.
Cabeça de produção
É um carretel com dois fanges e duas saídas laterais (Figura 7.14). Quando a cabeça de produção é
instalada, o fange inerior ca apoiado na cabeça do revestimento de produção e o fange superior
recebe a árvore de natal com seu adaptador. Em uma das saídas laterais, geralmente é conectada a
linha de injeção de gás (poços equipados para gás lift) e na outra a linha de matar (kill line), para um
eventual amortecimento do poço.
(THOMAS, 2004).
Internamente existe uma sede na qual se apoia o suspensor da coluna de produção que, por sua vez,
suporta o peso da coluna. Existem vários modelos de suspensores e adaptadores, projetados para as
mais diversas situações.
161
UNIDADE IX │ DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO
Normalmente as ANC’s estão equipadas com duas válvulas mestres, duas laterais e uma válvula de
pistoneio. As válvulas mestres têm a unção principal de echamento do poço. As válvulas laterais
têm o objetivo, similar às válvulas mestres, de controlar o fuxo do poço, e permitem que o fuxo
seja interrompido, enquanto equipamentos são introduzidos no poço. A válvula de pistoneio é uma
válvula que ca localizada no topo das ANC’s, acima do ponto de divergência do fuxo. Sua unção é,
quando aberta, permitir a descida de ferramentas dentro da coluna de produção.
(GARCIA, 1997).
162
DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ACESSÓRIOS DE UMA COLUNA DE COMPLETAÇÃO │ UNIDADE IX
A Figura 49 representa um diagrama esquemático de uma árvore de natal molhada. São as seguintes
as opções de operação realizadas pela Unidade Estacionária de Produção (UEP) numa ANM:
» lavagem das linhas de 4” e 2”: devem ser abertas as válvulas W1, CO e W2. É a
operação necessária à recuperação do óleo existente na linha de produção, no caso
de uma intervenção no poço;
» produção normal com injeção de gás pelo anular: devem ser abertas as
válvulas M1, W1, M2 e W2, mantendo echada as demais. A abertura das válvulas
M1 e W1 permitem a passagem do óleo e das válvulas M2 e W2, a injeção de gás no
anular. Para a produção normal sem injeção de gás pelo anular, ddevem ser abertas
as válvulas M1 e W1, mantendo echadas as demais;
» produção pela linha de 2”: em casos excepcionais, o fuido do poço pode ser
produzido pela linha de 2”, abrindo as válvulas DHSV, M1, XO e W2, mantendo as
demais echadas.
(GARCIA, 1997).
163
ACOMPANHAMENTO
DA PRODUÇÃO E UNIDADE X
ESTIMULAÇÃO DE
POÇOS
CAPÍTULO 1
Controle de produção de areia
Introdução
O Gravel Pack é uma técnica para controle da produção de areia de ormações com problemas
de consolidação. A extração do óleo em arenitos riáveis tem apresentado constantes desaos à
indústria do petróleo, nem tanto pela necessidade da contenção da produção de areia propriamente
dita, mas pelas altas perdas de carga impostas pelo processo, que podem abreviar, em alguns anos,
a vida produtiva de um poço.
164
ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS │ UNIDADE X
(BELLARBY, 1995).
165
UNIDADE X │ ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS
Esta técnica, empregada em poço aberto ou revestido, pode variar desde a simples utilização de um
único tubo telado a uma complexa completação múltipla. Os empaques com grava são realizados
para assentar a tubulação ranurada no poço e circular a grava, utilizando um fuido adequado até
a posição desejada. Para ter ótimos resultados, todo o espaço deve estar preenchido com areia de
alta permeabilidade. A aplicação desta técnica é mais simples em poços abertos do que revestidos
e canhoneados. Embora o alto custo, tem se demonstrado que esta técnica de controle de areia é
muito eciente e, portanto, o mais utilizado (HUGHES). .
» As telas estão sujeitas à corrosão e/ou erosão devido às altas velocidades de fuxo ou
à produção de fuidos corrosivos.
A preparação do poço deve ser eita da seguinte orma. A circulação intermitente de colchões lavadores
e fuidos gelicados devem ser usados para remover lama e resto de cimento no revestimento.
É recomendável usar uma coluna com o maior diâmetro possível, com o objetivo de aumentar a
velocidade no espaço anular, maximizando o arraste e o carreamento. A pasta com grava possui
grande poder abrasivo, exigindo exclusividade dos equipamentos e das linhas e uma manutenção
166
ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS │ UNIDADE X
cuidadosa, principalmente nas superícies em contato com a pasta. O sistema de fuidos também
deve ter atenção especial, principalmente se o fuido já tiver sido utilizado para lama de peruração.
(GARCIA, 1997).
Para oerecer maior eciência na retenção de areia e ter maior fexibilidade na aplicação da técnica
em poços horizontais, é conveniente o uso de telas ranuradas. Essas telas são dimensionadas
considerando o tamanho da grava utilizada, como é mostrado na Tabela 2, em que é descrito o
dimensionamento das telas (gauge) com respeito ao tamanho da grava.
(GARCIA, 1997.)
167
UNIDADE X │ ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS
Um exemplo que mostra a estrutura dessas telas é apresentado na Figura 52, que também é
caracterizada por ter várias camadas concêntricas.
(GARCIA, 1997).
168
CAPÍTULO 2
Tratamento químico
Grande parte do dano à formação é causada por práticas descuidadas de perfuração ou completação
podendo, portanto, ser evitado. Mesmo quando o dano é inevitável, o estudo de sua natureza é
fundamental para a seleção do tratamento adequado.
Tipos de danos
As características ísicas do dano são parâmetro undamental, pois determinam o tipo de fuido de
tratamento ideal. Os tipos de danos existentes são os seguintes.
» Emulsões: são causadas pela mistura de fuidos à base de óleo com soluções
aquosas no interior da formação. Tal tipo de dano é estabilizado por materiais
tenso-ativos (suractantes). Nestes casos, solventes com ou sem desemulsicantes
são geralmente usados.
» Siltes e argilas: dano causado por siltes e argilas onde ocorre invasão do espaço
poroso pela lama de peruração e a migração de argilas. Quando as partículas
que causam dano se originam da própria rocha reservatório; elas são chamadas
genericamente de “nos”. A remoção de danos por nos em reservatórios
carbonáticos se az com acido clorídrico (HCl), que apesar de não dissolver os nos,
pode dispersá-los.
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UNIDADE X │ ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS
Pseudodano
Atribuir o ato de dano (ou skin) encontrado nos testes de formação totalmente ao dano constitui
um erro comum. Existem outras contribuições não relacionadas com o dano à ormação, chamadas
genericamente de pseudodano. Estas devem ser subtraídas do dano total para que se possa estimar
o valor real do dano e não se superestime a potencialidade de uma possível operação de remoção.
A origem do pseudodano deriva da conguração do poço, das condições de produção ou de outras
causas mecânicas.
Todo pseudodano restante após uma completação pode ser atribuído à conguração do poço.
Nenhum destes componentes do dano é devido ao reservatório. Algumas das causas são: entrada
de fuxo limitada; completação parcial do poço; baixa densidade de canhoneios etc. Podem haver
outras causas para o pseudodano: colapso do tubo de produção; colapso dos canhoneados; mau
isolamento de uma zona ocasionado por uma má cimentação.
» Caso o intervalo a ser tratado seja muito espesso, adotar medidas para promover a
divergência dos fuidos de tratamento em todo o intervalo.
170
ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS │ UNIDADE X
Tipos de ácidos: usar normalmente até 1000 gal de HCl 15% com inibidor de corrosão e sequestrador
de ferro.
Procedimento: o ácido deve ser injetado até a extremidade da coluna à baixa vazão e circulado a alta
vazão. Devem ser coletadas amostras do ácido no início, no meio e no nal do retorno e enviadas
para a sede, a m de se eetuarem análises de concentração de ácido e do teor de erro.
Tipos de ácidos: usar geralmente HCl de 5% a 15% em pequenos volumes. Além de inibidor de
corrosão e sequestrador de ferro, deve-se utilizar elevado teor de surfactante.
Procedimento: proceder a lavagem ácida da coluna de operação para remover a errugem; colocar
um tampão de ácido em rente aos canhoneados e deixar em imersão ou promover agitação. Repetir
este processo ou injetar o ácido à baixíssima pressão; remover o ácido gasto imediatamente.
Tipos de ácidos: HCl de 5% a 15%. Agentes redutores e sequestrador de erro devem ser utilizados
quando a incrustação for de ferro.
Tipo de ácidos: usar geralmente HCl 15% em peso. Pode-se, eventualmente, emulsionar ou gelicar
o ácido, a m de reduzir as taxas de reação e conseguir maior penetração para ultrapassar a região
danicada.
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UNIDADE X │ ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS
Tipo de ácidos: uma mistura de ácido fuorídrico (HF) e ácido clorídrico (HCl), conhecida como
mud acid. A unção do tratamento é remover dano causado por sólidos dos fuidos injetados na
ormação ou pelas próprias argilas contidas na rocha reservatório, que podem inchar ou migrar e
obstruir as gargantas de poros.
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ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS │ UNIDADE X
Técnicas de divergência: existem vários métodos para controlar a distribuição do ácido, que
podem ser mecânicos, pelo isolamento da zona a ser tratada, químicos, ou em estágios, pelo
tamponamento temporário das zonas já tratadas. O número de estágios depende da espessura da
ormação. A seleção da técnica de divergência é baseada nas condições mecânicas do poço, nos
fuidos produzidos e injetados, nas características do reservatório e na experiência de campo.
173
CAPÍTULO 3
Fraturamento hidráulico
Quando esse procedimento é realizado em orma adequada em reservatórios com alta permeabilidade,
a vazão inicial é maior e a produção é mais rápida se comparada ao comportamento do reservatório
sem ter aplicado essa técnica. No entanto, quando essa técnica é aplicada em reservatórios de
baixa permeabilidade, além de a vazão inicial ser maior, existe um incremento na produtividade do
reservatório.
De uma maneira geral, o processo unciona melhorando o acesso dos fuidos do reservatório ao
poço. A geometria do fuxo radial é modicada para um fuxo axial ao redor da ratura.
A zona ao redor do poço também é crítica porque danos de formação podem ocorrer, e pode consistir
em redução da permeabilidade causada pelo contato da ormação com o fuido do reservatório. Em
alguns tipos de danos ocorrem:
» inltração de sólidos no espaço poroso, ou seja, sólidos do fuido cam “presos” nos
poros da formação, diminuindo a permeabilidade.
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ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS │ UNIDADE X
Fluidos de fraturamento
Os fuidos de raturamento têm como unções principais: abrir e propagar a ratura, bem como
transportar o agente de sustentação. Para a seleção do fuido ideal, também devem ser levadas em
considerações as seguintes características/uncionalidades.
» Deve resultar baixo coeciente global de ltração (do fuido para as ormações), já
que quanto maior este coeciente, maior o volume de fuido a ser bombeado para a
execução de uma mesma ratura.
» Não deve depositar uma quantidade signicativa de resíduos nas paredes da raturas,
resíduos que são provenientes do gelicante, do reticulador, do aditivo controlador de
ltrado, pois esta deposição também prejudicaria a condutividade da ratura.
» Ser econômico.
A seguir, são descritas as unções dos vários fuidos que compõem as várias ases de um raturamento
hidráulico.
» Pré-colchão: o fuido abre e esria a ratura, além de promover uma perda inicial,
criando condições para reduzir a perda de fuido do colchão e carreador. Deve
possuir média viscosidade.
» Colchão: estende a fratura criada e promove uma abertura mínima de modo que a
ratura possa receber o agente de sustentação. Também auxilia na redução da perda
de fuido do carreador, promovendo a ormação do reboco. Possui alta viscosidade.
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UNIDADE X │ ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE POÇOS
Os fuidos à base de água possuem como principais aditivos as seguintes substâncias: gelicante,
reticulador, ativador, quebrador, controladores de ltrado, suractante, estabilizador de argila,
estabilizadores térmicos.
Os tipos de agentes de sustentação mais empregados são: areia selecionada e bauxita. A escolha do
tipo de agente de sustentação (areia ou bauxita), a sua granulametria (8/12, 12/20, 16/30 ou 20/40
Mesh) e a quantidade a ser empregada por unidade de área de ratura (libras de areia por pé quadrado
de ratura) são unções da condutividade adimensional de ratura que se deseja, considerando a
permeabilidade do reservatório que está sendo raturado e o estado de tensões presente.
O estado de tensões é muito importante na escolha do tipo de agente de sustentação, pois após o
echamento da ratura, estes estarão sujeitos a tensões de connamento, e quanto maiores essas
tensões, menores as condutividades de ratura resultantes. De uma orma simplista, tem-se a utilização
de areia selecionada para menores proundidades (e portanto menores tensões de connamento) e de
bauxita para maiores proundidades (e maiores tensões). No Brasil, pelo alto custo de aquisição de
areia (dierente do resto do mundo), utiliza-se quase que, exclusivamente, bauxita.
Outros processos de raturamento das ormações já oram pesquisados. Devido aos altos riscos
e custos envolvidos, até agora nenhum outro método se mostrou competitivo; o raturamento
hidráulico, juntamente com a acidicação, continuam sendo os mais ecazes métodos de estimulação
empregados na indústria petrolífera.
Procedimento operacional
As operações de raturamento são executadas com bombas especiais para alta pressão. O fuido de
raturamento é succionado dos tanques de estocagem para o equipamento de mistura (blender),
onde é feita a dosagem dos produtos químicos e do agente de sustentação. A mistura é bombeada
para a sucção das bombas de alta pressão e daí é injetada na ormação, por meio da coluna ou
do próprio revestimento (Figura 53). Para a execução dos trabalhos de estimulação de poços, a
Petrobras mantém contratos com companhias de serviço especializadas, tais como Halliburton,
Dowell e Sabep (GARCÍA, 1997).
(GARCIA,1997).
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Referências
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ROCHA, L.; AZEVEDO, C. Projetos de Poços de Petróleo. 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência,
2007.
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José Luis. Operações com cimento na completação. Petrobras Petróleo Brasileiro S.A., 1995.
Sites
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REFERÊNCIAS
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