Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E DIREÇÃO
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO...................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
DEFINIÇÃO E TIPOS DE SUSPENSÃO........................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
COMPONENTES E FUNCIONAMENTO........................................................................................................................................................ 29
UNIDADE II
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE DIREÇÃO............................................................................................................................................................ 39
CAPÍTULO 1
COMPONENTES E FUNCIONAMENTO........................................................................................................................................................ 39
CAPÍTULO 2
SISTEMAS DE DIREÇÃO MECÂNICA, HIDRÁULICA E ELÉTRICA..................................................................................................... 49
UNIDADE III
A IMPORTÂNCIA DO CHASSI E FUNDAMENTOS DE PROJETOS DE SUSPENSÃO E DIREÇÃO.......................................................... 61
CAPÍTULO 1
TIPOS DE CHASSIS.............................................................................................................................................................................................. 61
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTOS DE PROJETO DE SUSPENSÃO E DIREÇÃO............................................................................................................. 66
CAPÍTULO 3
ESTABILIDADE DIRECIONAL........................................................................................................................................................................... 70
UNIDADE IV
ASPECTOS RELACIONADOS À DIRIGIBILIDADE DO VEÍCULO.......................................................................................................................... 81
CAPÍTULO 1
MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE SUSPENSÃO E DIREÇÃO.............................................................................................................. 81
CAPÍTULO 2
SEGURANÇA.......................................................................................................................................................................................................... 87
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................................................................... 92
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
6
INTRODUÇÃO
Pode-se afirmar que a suspensão, juntamente com a direção, são os principais sistemas
no que tange assegurar estabilidade, segurança e conforto aos passageiros. Tais sistemas
são responsáveis diretos pela sensação prazerosa de conduzir um veículo.
Para ter sistemas que forneçam conforto, estabilidade, suavidade e prazer ao dirigir,
tudo isso ao mesmo tempo, são necessários profissionais com larga experiência e
conhecimento.
Objetivos
Ao final dessa disciplina esperamos que o aluno possa compreender o funcionamento
de sistemas de suspensão e direção, entender princípios da dinâmica veicular e também
a importância da manutenção de sistemas de suspensão e direção nos veículos.
No material, procuramos descrever os principais componentes de sistemas de suspensão
e de direção bem com o os principais tipos de cada sistema.
7
INTRODUÇÃO
AOS SISTEMAS UNIDADE I
DE SUSPENSÃO
CAPÍTULO 1
Definição e Tipos de Suspensão
Introdução
Todos nós naturalmente trabalhamos com uma suspensão. Usamos as pernas
para amortecer impactos ou as mãos ao cair. Ao fazer isso estamos, mesmo que
inconscientemente, amortecendo o nosso corpo.
Ao pular, dobrarmos os joelhos para que as forças do impacto não sejam integralmente
transferidas para o nosso corpo. As pernas trabalham com as articulações de tornozelos
e joelhos para criar uma “suspensão natural”. As forças resultantes são, portanto,
transferidas para vários tendões e músculos amortecendo o impacto.
A suspensão foi criada há muito mais tempo que o carro como um todo. Isso porque,
com a finalidade de minimizar trepidações e vibrações decorrentes de imperfeições e
saliências nos pisos, fabricantes de carruagens criaram um sistema de suspensão ligado
pelos eixos. O amortecimento era feito por feixes de molas ou barras de torção.
Essas duas partes ficam suspensas e o contato com o solo é feito nas bandas de
rodagem dos pneus, acoplados às rodas. Mas o que conecta essa massa suspensa
às rodas?
Esse papel de ligar as rodas ao chassi do carro é feito pela suspensão do veículo
que, além disso, é também responsável por garantir a sua sustentação. O sistema
9
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
A ideia inicial de trazer mais conforto aos passageiros foi alcançada e não havia
preocupações quanto ao controle direcional, pois as carruagens não passavam de 40
km/h. Porém, com a invenção dos automóveis, isso mudou.
Amortecedor
Pneu
Suspensão Traseira
Banco
Telescópico (suporte
da mola helicoidal)
Suspensão dianteira
independente Barra estabilizadorra
10
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Para evitar qualquer perigo, é importante que apenas pessoal treinado trabalhe nos
chassis dos veículos. Os componentes da suspensão devem ser verificados regularmente,
e sempre se deve usar, no caso de trocas e manutenções, componentes certificados.
A suspensão faz parte do chassi dos veículos. Ela carrega o peso do veículo e visa
garantir que este permaneça estável e que os desníveis e imperfeições encontrados
nas estradas não sejam transmitidos diretamente ao automóvel e consequentemente
a seus ocupantes. A suspensão é responsável pelo isolamento de vibração.
A suspensão tem como função proteger passageiros, carga e o próprio veículo contra
fortes solavancos ocasionados pelos mais diversos tipos de imperfeições encontrados
11
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
nas estradas. As velocidades mais altas alcançadas pelos veículos só são possíveis graças
aos sistemas de suspensão.
Os amortecedores são responsáveis por garantir uma combinação ideal entre conforto
e segurança. De um lado, os ocupantes devem ser protegidos contra vibrações
desconfortáveis de elevação, inclinação e rotação, bem como solavancos, de outro, a
melhor aderência possível deve ser alcançada.
O objetivo de converter a força de alto impacto em uma carga menor, um pouco
mais longa e duradoura no corpo e em seus ocupantes é alcançado após uma deflexão.
O balanço prolongado é inútil e é percebido como desconfortável pelos ocupantes e,
por isso, os amortecedores de vibração são instalados. No entanto, a vibração também
deve ser amortecida rapidamente para garantir a segurança ao dirigir, porque a força
entre a estrada e as rodas diminui na direção oposta quando a vibração se desvia e não
pode mais ser suficiente.
A suspensão é composta por elementos que guiam as rodas em trajetos pré-determinados
quase perpendiculares em relação à carroceria. O design do sistema de suspensão é uma
parte essencial da tecnologia do veículo. Basicamente podemos classificar as suspensões
nos seguintes diferentes tipos:
» suspensão do tipo eixo rígido ou barra de torção;
» suspensão independente;
» suspensão MacPherson;
» triângulo duplo;
» duplo A;
» feixe de molas.
12
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Como o próprio nome diz, trata-se de uma barra composta por material flexível que
absorve as irregularidades da estrada com sua própria energia elástica, dispensando o
uso de molas e amortecedores.
A suspensão do tipo eixo rígido ou barra de torção é um feixe rígido com perfil aberto,
geralmente em forma de U, que conecta os dois lados da suspensão da roda e também
atua como estabilizador. As rodas direitas e esquerdas são ligadas por um único eixo
e, com isso, o movimento de um lado afeta o do outro.
Trata-se de um sistema de suspensão mais antigo que o próprio automóvel, pois era
empregado em carruagens. Até meados do século XX, veículos de baixo custo como
Kombi, Fusca e outros usavam essa tecnologia na sua suspensão traseira.
Fonte: alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_barra_torcao.jpg?w=878.
Neste tipo de suspensão os eixos e os seus apoios são pesados, aumentando a massa
suspensa do carro, porém têm custos de produção menores e são bastante resistentes.
As vantagens dos eixos rígidos são:
» Custo;
» construção plana;
13
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
» baixíssima manutenção;
» robustez mecânica;
Fonte: www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/eixo-tor%C3%A7ao-renault-5-turbo-750x501.jpg
Suspensão independente
14
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
A independência das posições da roda e a baixa massa não suspensa são vantagens
em comparação com a orientação comum das rodas usadas na suspensão do tipo eixo
rígido. Essa é uma classificação muito vaga já que todas as demais suspensões geralmente
também são independentes.
Suspensão independente
A independência entre as rodas é uma característica excelente para lidar com os terrenos
acidentados e as irregularidades e buracos das estradas brasileiras. Em veículos com
tração traseira, a suspensão independente colabora para a transmissão de potência
com mais eficiência às rodas direita e esquerda.
Em 1903, Henry Royce comprou a Decauville e não ficou satisfeito com sua
operação. Juntamente com Charles Rolls, ele decidiu construir um carro melhor
e, assim, nasceu a famosa marca Rolls-Royce. Na Alemanha, os Decauville foram
fabricados sob licença por uma empresa chamada Wartburg, precursor da BMW.
Fontewww.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/suspensao-independente-750x551.jpg
16
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Suspensão MacPherson
Fonte:alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_mc_pherson1.jpg
Trata-se do tipo de suspensão mais comum nos carros modernos. Uma suspensão
MacPherson padrão é composta de molas e amortecedores telescópicos nas quatro
rodas, independentes nas rodas dianteira e ligados por um braço na traseira.
17
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Fonte www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/suspensao-mcpe-647x750.jpg.
18
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
» conforto;
» estabilidade;
» Pivô
» Braço inferior
» Manga de eixo
» Buchas
» Amortecedor Strut
20
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Fonte: www.oficinabrasil.com.br/uploads/imagens/consultor-ob/213-1-os-diferentes-tipos-de-suspensao-sistema-double-wishbone.jpg
O sistema Multilink é um tipo de suspensão independente em que cada uma das rodas
do eixo é guiada com o auxílio de quatro ou cinco elos possibilitando que as quatro
rodas trabalhem da forma mais individualizada possível.
O sistema Multilink pode ser entendido como a evolução do sistema duplo A, pois
corrige seus principais defeitos e preserva suas principais qualidades. Ele entrega a
mesma estabilidade da suspensão duplo A em percursos mais longos, sem prejuízo do
conforto ou necessidade de molas muito rígidas.
Pode ser também entendido como um sistema de triângulos duplos avançado que
utiliza entre três e cinco braços para manter a posição do eixo, em vez de dois braços.
Esses estão separados e têm muita liberdade, no que diz respeito ao posicionamento.
O maior número de braços permite lidar com movimento em muitas direções e mantém
as rodas em contato com a superfície da estrada a todo momento.
21
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Fonte: www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/s-multilink-750x581.jpg
Fonte:alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_multilink.jpg?w=878.
Como boa parte das inovações recentes, o sistema Multilink tem maior custo de
produção e manutenção cara. Encontrar profissionais para fazer reparos fora da rede
autorizada ainda é um desafio aqui no Brasil. Do ponto de vista funcional, seu ponto
franco reside na menor capacidade de carga, posto que sua aplicação principal é em
carros de passeio premium de alta performance.
22
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Fonte:alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/duplo_a_suspensao.jpg?w=878.
23
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Feixe de molas
boa parte dos veículos de carga utilizam o feixe de molas como seu sistema de suspensão.
Sua principal vantagem é suportar grandes massas sem prejuízo no comportamento
dinâmico ou distensão do conjunto.
Fonte: alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_feixe_de_molas.jpg?w=878.
24
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Em vez de molas mecânicas clássicas e amortecedores, cada roda é conectada a uma esfera
de mola pelo pistão de um cilindro hidráulico. Ele é preenchido com nitrogênio sob
alta pressão, que é separado do fluido hidráulico que atua sobre ele por uma membrana.
A conexão com a roda é feita usando uma quantidade variável de fluido hidráulico,
que transmite os movimentos da roda através do cilindro hidráulico para a membrana
da esfera de mola associada. A quantidade de fluido hidráulico nos cilindros das rodas
do respectivo eixo é determinada por uma válvula reguladora automática chamada
de corretor de altura.
Nesse sistema, a frequência natural do veículo aumenta com a carga útil. Essa é a
razão pela qual os veículos com suspensão hidropneumática são projetados para serem
relativamente macios quando vazios e para que não pareçam muito duros quando
carregados.
25
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Suspensão a ar
O primeiro tipo apareceu em veículos pesados como ônibus rodoviários, pois entregam
excelente conforto e estabilidade. A suspensão a ar em ônibus e caminhões, é aquela
na qual um compressor gera pressão de ar que fornece suspensão confortável com a
opção de regulação de nível.
Dependendo da carga, o ar é bombeado para dentro ou para fora para manter o volume
de enchimento e, portanto, o nível do veículo constante. O fole é colocado em uma
mola de borracha, a chamada mola de emergência, que também pode ser acionada em
caso de falha da suspensão pneumática.
Seu bônus consiste na possibilidade de regulagem do vão livre do veículo para o solo,
sendo constantemente instaladas em carros de tuning. Por outro lado, este sistema
exige a instalação de bolsas de ar e compressor no veículo, agregando peso extra de
50 a 100 quilos. Em veículos pesados, ele não é significativo em relação à massa total,
mas fica inviabilizado para os leves. Modelos de alto luxo da Land Rover, Lincoln e
Cadillac também utilizam esse sistema.
26
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Os parâmetros do conjunto são fixos, tendo como base de cálculo o melhor desempenho
obtido considerando peso, carga, habilidade para executar manobras e qualidade na
condução (CORRÊA, 2011).
Já a suspensão ativa utiliza uma tecnologia que controla os movimentos verticais das
rodas com um sistema de bordo, não deixando que essa característica seja inteiramente
indicada pelas condições da estrada, como acontece na suspensão passiva (CORRÊA,
2011).
27
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
A suspensão ativa foi utilizada pela primeira vez na Fórmula 1, na qual contribuiu para
melhorar a aerodinâmica dos carros entre o período de 1987-1993. No final de 1993,
foi banida pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Em 1989, o Toyota
Celica introduziu uma suspensão hidráulica informatizada. Segundo a Toyota, essa foi
a primeira suspensão totalmente ativa do mundo em automóveis. A Mercedes-Benz
introduziu um sistema semelhante para chassis, em 1999, conhecida por Active Body
Control.
28
CAPÍTULO 2
Componentes e Funcionamento
Introdução
Dependendo da configuração, o material rodante dos carros modernos é uma combinação
de componentes mecânicos, hidráulicos, pneumáticos, elétricos e eletrônicos, com cada
novo desenvolvimento a proporção de sistemas de controle e regulação eletrônica das
propriedades dinâmicas do veículo é cada vez maior. Os eixos de um veículo precisam
absorver uma infinidade de forças diferentes. Isso inclui o peso do veículo, mas também
forças de frenagem, influências de tração e forças nas curvas. Os eixos dos veículos
são projetados para serem rígidos ou divididos com suspensão independente da roda.
Ambas as construções têm propriedades fundamentalmente diferentes, com vantagens
e desvantagens correspondentes.
Os eixos rígidos geralmente são relativamente pesados e isso não apenas aumenta o
peso do veículo, mas também massas não suspensas mais altas não são propícias às
características de direção. Por outro lado, os eixos rígidos também apresentam sérias
vantagens. Isso inclui, por exemplo, maior estabilidade e, portanto, maior capacidade
de carga. Devido ao design bastante simples dos eixos rígidos, eles também são menos
propensos a reparo e mais baratos para fabricar.
Os eixos traseiros para veículos comerciais pesados ainda são fabricados em ferro
fundido devido à sua maior estabilidade. No entanto, no caso de construções para
facilitar o uso do veículo, os fabricantes utilizam principalmente perfis de caixas de
aço prensado.
29
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Quanto menor a massa não suspensa em relação à massa suspensa do veículo, menores
são as flutuações indesejáveis na carga da roda e, em menor grau, os impactos no corpo.
Um grande deslocamento da mola permite a compensação de grandes saliências na
estrada, mas faz com que o veículo tenha um alto centro de gravidade e, portanto, se
opõe às altas velocidades nas curvas.
Molas
» Massa suspensa: massa suportada pelas molas, por ex.: chassi e motor.
» Molas helicoidais
» Feixe de molas
A barra de torção acumula energia quando é torcida. Uma das extremidades é fixada à
carroceria, enquanto a outra é ligada a um elemento capaz de suportar o esforço. A barra
de torção é frequentemente utilizada como estabilizador e é fabricada em aço e montada
transversalmente à linha de eixo do automóvel com buchas de borracha e com as extremidades
ligadas à suspensão, dobradas de modo a atuarem como alavancas (COSTA, 2002).
Amortecedores
31
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
32
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Válvulas reguladoras e canais de passagem comandam o fluxo de óleo, nos dois sentidos,
através do pistão. O espaço acima do pistão é menor do que o espaço abaixo dele.
Assim, não é possível conter todo o óleo deslocado pelo pistão quando esse se dirige
para a extremidade inferior do cilindro. Uma válvula comanda a saída do excesso de óleo
para um depósito ou câmara de recuperação, que envolve o cilindro. O amortecedor
é hermético e normalmente mantém o depósito sob pressão.
Pneu
Um pneu é a parte da roda sobre a qual a roda rola sendo o elemento que conecta
o carro ao solo. Não existem outros pontos de conexão e, por isso, os pneus são tão
importantes. Eles ficam na circunferência da roda e transferem as forças entre a roda
e a estrada. A parte do pneu que está em contato com o solo é chamada de área de
contato do pneu, e a banda de rodagem se estende ao seu redor.
O pneu suporta toda a carga presente na roda: aceleração, frenagem, força em curvas,
enfim, todas as forças e os momentos que dão ao motorista controle e estabilidade
agem sobre os pneus.
O ar é retido em uma câmara de ar ou, no caso de pneus sem câmara, preso entre
o pneu e o aro. Dependendo do tipo de carcaça, é feita uma distinção entre pneus
diagonais e radiais.
33
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Os diagonais apresentam uma carcaça constituída por duas ou mais lonas ou camadas
de tela. Essa designação é dada, pois seus fios são transversais em relação ao pneu e
formam ângulos retos com a direção de rotação. Este pneu proporcionava conforto,
mas provocava efeitos secundários na direção. Descobriu-se, posteriormente, que,
dispondo os fios paralelos à direção da rotação, a estabilidade direcional aumentava,
em detrimento do conforto (COSTA, 2002).
www.youtube.com/watch?v=v6TVFn-WHyM.
www.youtube.com/watch?v=7pl0Yv5WUwE
Num pneu radial, o desgaste, quando o automóvel faz uma curva, é reduzido e a duração
do pneu é consideravelmente aumentada, embora neste tipo de pneu o conforto
proporcionado seja menor a velocidades mais baixas. Os pneus radiais constam de
duas partes: as lonas, ou telas e um anel de lonas ou telas estabilizadoras. Hoje em dia,
há uma predominância dos pneus radiais sobre os diagonais (COSTA, 2002).
Os pneus são nomeados de acordo com o uso pretendido para vários meios de
transporte. Existem, por exemplo, pneus de carro, pneus de veículos comerciais,
pneus de motocicleta, pneus agrícolas e florestais, pneus industriais e pneus de aviões.
Alguns pneus são projetados separadamente para eixos de direção ou eixos de tração.
A relação pneu-pista produz certa aderência máxima. Os melhores pilotos são aqueles
que levam o pneu ao limite em todos os momentos e dirigem com a combinação
máxima de forças. Um pneu que foi tratado dessa forma apresenta melhor desgaste
dinâmico do que um pneu que exerce apenas uma força (em uma direção).
34
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
» ser silencioso;
» ter durabilidade.
Além disso os pneus devem corresponder a todos esses requisitos em quaisquer condições
atmosféricas e sobre todos os pavimentos, molhados ou secos, sem sobreaquecer
(COSTA, 2002).
O pneu em sua forma atual foi possibilitado por várias invenções feitas com relativa
rapidez, uma após a outra. Confira abaixo uma breve linha do tempo sobre esse
importante elemento (RUFFO, 2010).
35
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Demais componentes
Existem outros tantos componentes que também fazem parte do sistema de suspensão,
por exemplo: o pivô, o coxim, a barra estabilizadora, a bucha e o rolamento.
O pivô, também conhecido por junta esférica, é responsável por fazer a coluna da
suspensão girar em torno do seu próprio eixo, permitindo que a caixa de direção
empurre as rodas e execute os comandos da direção. Além de possibilitar a articulação
da roda, o pivô sustenta o peso de todo o conjunto (COSTA, 2002).
O mais comum defeito de um pivô é a folga. Essa folga pode ser identificada no alinhamento
do veículo. Um pivô com folga não deixa o veículo ficar alinhado por muito tempo.
Outro defeito comum é se o pivô estiver com a coifa rasgada (COSTA, 2002).
Os rolamentos, por sua vez, são compostos de um conjunto de rolos ou esferas que
reduzem a resistência ao atrito (absorvem forças radiais e ou axiais), proporcionando
36
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
menos esforço no deslizamento. Eles são usados para fixar eixos e, ao mesmo tempo,
permitem a rotação do eixo ou dos componentes montados em um eixo como, por
exemplo, a roda.
Fonte: upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4a/Ball-bearing-numbered.png/220px-Ball-bearing-numbered.png.
1. anel externo;
2. guia;
3. elementos rolantes;
4. gaiola;
5. guia;
6. anel interno.
As juntas homocinéticas devem ser lubrificadas com graxa, razão pela qual geralmente
são encapsuladas com uma luva de eixo para evitar contaminação. Normalmente são
feitas em uma única peça e deslizadas sobre o eixo para montagem. Apesar de não
ser um componente do sistema de suspensão elas devem ser citadas por sua ligação a
mesma. Ela deve ser trocada em caso de ruídos de atrito metálico e estalos.
38
INTRODUÇÃO
AOS SISTEMAS UNIDADE II
DE DIREÇÃO
CAPÍTULO 1
Componentes e Funcionamento
Volante
Coluna de direção
Barra de direção
Manga de eixo
Caixa de direção
Roda
Fonte:slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/2/SISTEMA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O+Volante+Coluna+de+dire%C3%A7%C3%A3o+Barr
a+de+dire%C3%A7%C3%A3o.jpg.
A direção do eixo giratório é usada apenas em veículos muito simples, tais como
carruagens e carroças. Isso ocorre porque o veículo precisa de uma distância até
o solo suficiente para permitir que as rodas girem sob o piso do veículo ou o eixo
deve ser largo o suficiente para que as rodas possam girar para fora da carroceria
do veículo. Para a suspensão do eixo, geralmente é necessária uma plataforma
giratória, o que aumenta ainda mais o centro de gravidade do veículo.
O Volante
O volante é parte integrante do sistema de direção de um veículo. E sua função é
converter o seu movimento rotacional em um movimento deslizante das hastes.
O volante está no final da coluna de direção e é a ligação do condutor com a pista.
Os volantes são sempre operados a mão a não ser em carros com adaptações para
pessoas com alguma deficiência física. Por razões ergonômicas, o volante é disposto
em ângulo com o eixo longitudinal do veículo na parte superior do corpo de maneira
que seja fácil de manusear (COSTA, 2002).
40
Introdução Aos Sistemas De Direção | Unidade II
Os primeiros volantes geralmente tinham uma coroa feita de madeira maciça mantida
unida por raios de metal. Volantes de madeira continuaram a existir por muito tempo,
mas também com um núcleo de metal no qual pedaços sólidos de madeira eram rebitados.
Com o tempo, a madeira foi cada vez mais substituída por materiais plásticos com
grãos de madeira. Por causa da melhor aderência, os volantes cobertos com couro ou
imitação de couro se tornaram populares e agora são padrão.
A maioria dos volantes de hoje se assemelha a um anel que está conectado à parte central.
O atuador da buzina geralmente está localizado em cima desse anel. Desde os anos
2000, outros controles têm sido frequentemente acoplados ao volante, por exemplo,
para controle de velocidade cruzeiro, rádio ou computador de bordo. Esses volantes
com controles adicionais também são chamados de volante multifuncional (MFL).
41
Unidade II | Introdução Aos Sistemas De Direção
Fonte:c.pxhere.com/photos/3a/10/car_dials_car_interior_classic_car_close_up_dashboard_ford_mustang_odometer_speedometer-1560605.jpg!d.
No caso dos volantes de três raios, os dois que se situam na horizontal têm a função
de servir, por pequenos instantes, para descansar os dedos em longas jornadas.
Além disso são utilizados como apoio para a pegada “quinze para as três”.
Os volantes de dois raios são encontrados em modelos mais antigos e com o advento do
airbag, no início dos anos de 1990, os volantes de dois raios praticamente desapareceram.
Os de quatro ainda são encontrados.
Fonte:i2.wp.com/primeiramarcha.com.br/wp-content/uploads/2016/06/mercedes-benz_e_55_amg_t-modell.jpeg?resize=740%2C576&ssl=1,
Em 1894, Alfred Vacheron participou da famosa corrida de Paris. Ele deu o nome
de Vacheron ao seu veículo, mas, na verdade, tratava-se de um Panhard 4 hp de
1893 que ele havia equipado com um volante. Essa é uma das primeiras aplicações
42
Introdução Aos Sistemas De Direção | Unidade II
conhecidas desse princípio de direção. Nessa corrida vencida por um carro a vapor
De Dion Bouton, Vacheron terminou em décimo primeiro (PRATI, 2015; KENNEDY;
LÉVY, 2016; MOK, 2017).
O fabricante francês Panhard & Levassor introduziu o volante para seus modelos
em 1898. Então, o volante se tornou cada vez mais popular. Uma buzina de bola
foi colocada no aro do volante desde o início. Antes da introdução do ajuste
automático da ignição, era comum integrar as alavancas correspondentes no
volante (MOK, 2017).
No caso de uma colisão frontal, esse sistema puxava o volante em direção ao painel
por meio de um cabo de aço colocado ao redor do bloco do motor. O sistema foi
descontinuado em 1994, com a introdução das novas séries A4 e A8 e do Audi A6 100
(VOLLMER, 1989).
Os volantes atuais são, em sua maioria, espumados com um material macio e cobertos
adicionalmente com couro, diferentemente de alguns anos atrás quando um plástico
rígido era usado ou até mesmo madeira, materiais que causavam ferimentos ainda mais
sérios em acidentes. Além disso, esses materiais oferecem pouca aderência, razão pela
qual luvas eram utilizadas pelos motoristas.
A direção ocorre com as mãos estendidas para que uma das mãos segure o volante o
tempo todo. Suas mãos também devem estar nessa posição ao fazer curvas. Isso garante
o controle ideal do veículo mesmo no caso de manobras evasivas inesperadas.
Dirigir com uma mão ou com o dedo entre os raios aumenta a propensão a acidentes.
43
Unidade II | Introdução Aos Sistemas De Direção
Coluna de direção
A coluna de direção é responsável por levar o movimento do volante até a caixa de
direção. Em alguns modelos de veículo esta peça permite um ajuste do volante em
relação ao motorista, trazendo mais conforto para o ato de dirigir (COSTA, 2002; DE
AZEVEDO MACEDO, 2016).
Até pouco tempo atrás, esses equipamentos eram disponíveis apenas para veículos
de luxo, mas já é possível ver modelos de carros médios com essa tecnologia
(ROMERA, 2011).
repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21400.
44
Introdução Aos Sistemas De Direção | Unidade II
Volante
Suporte deslocável
Carroceria
Tubo da coluna
Fonte: slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/5/COLUNA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O.jpg.
Caixa de direção
A primeira caixa de direção vem de Carl Benz. Tratava-se de uma manivela que
transmitia os movimentos de direção para o garfo dianteiro por meio de uma coluna
de direção (eixo), um pinhão e duas cremalheiras (VON FERSEN, 1987).
Sensor de torque
Pinhão
Unidade de controle
Cremalheira com
fuso
Carcaça da
direção Motor
Porcas com
esferas
recirculantes
Fonte: www.canaldapeca.com.br/blog/wp-content/uploads/sites/19/2018/07/Conhecendo-em-detalhes-o-sistema-05.jpg.
Barra de direção
Barra de direção, braço de direção ou terminal axial é o nome dado ao componente que
liga a caixa de direção aos terminais da roda, possibilitando o movimento de um lado
46
Introdução Aos Sistemas De Direção | Unidade II
Uma barra de direção consiste em duas juntas sendo uma em cada extremidade e um
tubo de metal no qual há também uma espécie de coifa de proteção para evitar possíveis
contaminações aos elementos internos (COSTA, 2002).
Fonte:upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/be/Steer_system.jpg/220px-Steer_system.jpg.
Por ser uma barra com articulações, além de permitir que a roda vire para ambos
os lados, ela também garante o seu movimento de subida e descida, causado pelas
imperfeições da pista de rolamento. Sem isso, andar de carro não seria uma experiência
agradável, pois o amortecimento de impactos não funcionaria.
A barra de direção é um componente fabricado para ter longa durabilidade sendo
um item crucial quando se fala sobre segurança veicular. Um problema na barra de
direção é apontado como a principal responsável pela morte de Airton Senna, em
1994. A principal hipótese aponta que a barra de direção rompeu fazendo com que ele
perdesse o controle da direção, não conseguindo contornar a curva de Tamburello,
no circuito de Ímola, na Itália, vindo o veículo a colidir a mais de 300 km/h contra o
muro de contenção. Na nossa unidade IV traremos essa historia com mais detalhes.
Terminal de direção
O terminal de direção conhecido também por ponteiras assemelha-se ao pivô da
suspensão e é ligado ao montante da roda. As barras de direção são rosqueadas neste
47
Unidade II | Introdução Aos Sistemas De Direção
componente. Esse componente é composto por pequenas peças que ligam o sistema
de direção dos carros às rodas. Ele tem a função de interligar a articulação axial com
a roda do veículo possibilitando os movimentos angulares do carro (COSTA, 2002).
É basicamente isso o que acontece quando você vira o volante do seu carro.
48
CAPÍTULO 2
Sistemas de Direção Mecânica,
Hidráulica e Elétrica
Direção mecânica
Há diversos tipos de mecanismos de direção mecânica. O mais comum é o tipo
pinhão e cremalheira. O mecanismo pinhão e cremalheira é também frequentemente
instalado em veículos com sistema de direção assistida. Esse conjunto realiza duas
operações: converte o movimento de rotação do volante de direção no movimento
linear necessário para girar as rodas e proporciona uma redução por engrenagens,
o que facilita virar as rodas.
49
Unidade II | Introdução Aos Sistemas De Direção
Terminal de
articulação Coifa
Cremalheira
Barra de direção
Engrenagem da
cremalheira
Pinhão helicoidal
Fonte: slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/9/SISTEMA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O+MEC%C3%82NICA.jpg.
Direção hidráulica
A direção hidráulica é um sistema hidráulico que consiste na bomba ser acionada
pelo motor (por isso a direção hidráulica não funciona com o veículo desligado)
no reservatório de óleo, na válvula servo, no cilindro hidráulico e nas linhas de
pressão associadas.
50
Introdução Aos Sistemas De Direção | Unidade II
Fonte: quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/hidraulica.jpg?quality=70&strip=info.
51
Unidade II | Introdução Aos Sistemas De Direção
Com a tendência de motores dianteiros, veículos mais pesados, pneus mais largos e,
portanto, maior força de direção, quase todos os carros, hoje em dia, têm sistemas
que auxiliam a direção. Porém, a direção hidráulica já “ficou para trás”. Hoje em dia,
os novos veículos têm direção elétrica.
52
Introdução Aos Sistemas De Direção | Unidade II
Mangueira de alimentação
Reservatório Bomba hidráulica
Mangueira de pressão
Mangueira de retorno
Caixa de direção
Fonte: i2.wp.com/blog.carlider.com.br/wp-content/uploads/2018/05/caixa-de-direcao-funcionando.jpg?w=800.
A pressão resultante é regulada pela válvula de alívio de pressão até uma pressão máxima,
a do sistema. Isso cria o apito, que você ouve de vez em quando ao estacionar, porque
o fluxo de óleo é completamente direcionado para as áreas de trabalho da direção.
Neste caso, a potência máxima da bomba é alcançada.
A direção hidráulica também exige uma manutenção constante das mangueiras, uma
checagem do reservatório e substituição do óleo a cada 50 mil quilômetros, em média.
Mesmo com tudo isso, a direção hidráulica é a mais popular entre os motoristas, uma
vez que é a mais conhecida e mais utilizada em solo brasileiro.
A servo válvula é uma mola de torção com rigidez definida. Quando o motorista
gira o volante, a mola de torção é desviada e abre as aberturas das válvulas na
extremidade superior, que liberam o fluxo de fluido hidráulico, o que aumenta
ainda mais o movimento no sistema. Isso reduz a resistência no pilar da mola de
torção, de modo que a seção transversal da válvula na extremidade superior da
mola de torção é reduzida novamente.
www.youtube.com/watch?v=bGlivS42fBo.
Direção eletro-hidráulica
A estrutura do sistema de assistência da direção eletro-hidráulica é semelhante à da
direção hidráulica convencional. Nesse sistema, a pressão e o fluxo de óleo necessários
para a assistência de energia hidráulica são gerados por uma bomba elétrica que funciona
independentemente do motor térmico.
Atualmente, este sistema está equipado com um dispositivo de controle que regula o
funcionamento da bomba elétrica por vários sensores.
54
Introdução Aos Sistemas De Direção | Unidade II
Volante
Tubos hidráulicos
Bateria
Caixa de direção
Inversor Motor
Bomba Braço Pitman
elétrico
Fonte: pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/engineeringproceedings/simea2016/PAP78.pdf.
A bomba elétrica, portanto, não precisa de um acionamento mecânico por correia para
que possa ser posicionada livremente, independentemente do motor. O requisito de
energia da bomba deve ser levado em consideração ao projetar o sistema elétrico do
veículo. A direção eletro-hidráulica tem as seguintes vantagens:
Direção elétrica
As vantagens da direção com acionamento elétrico, do inglês Electric Power Steering
(EPS), em comparação com a direção hidráulica são óbvias porque os componentes
necessários para gerar a pressão hidráulica são eliminados.
Embora a mudança da direção hidráulica convencional para a elétrica seja algo mais
sutil para o motorista médio do que a mudança de uma direção normal para a hidráulica,
a troca é um grande passo na evolução automotiva. Essa tecnologia é encontrada nos
mais diversos veículos modernos, e algumas marcas dão um passo adiante com a
introdução de um sistema de condução por cabos e fios (direção by wire).
56
Introdução Aos Sistemas De Direção | Unidade II
Fonte: quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/direcao-psd.jpg?quality=70&strip=info.
O torque de suporte e, portanto, a força no volante, pode ser alterado, por exemplo,
dependendo da velocidade do veículo. O sistema de direção pode ser usado como
um atuador para tarefas adicionais de assistência ao motorista como intervenções
automáticas de direção, estacionamento e assistência na manutenção de faixas etc.
Estudos indicam que a direção elétrica leva a uma economia de combustível de até 0,25
litros para cada 100 km rodados em comparação com os sistemas de direção hidráulicos
convencionais. Isso porque, como o acionamento da direção não está acoplado ao
motor, não é necessário acionar a correia da bomba hidráulica.
Além de ser mais leve e econômico, esse sistema permite a adoção de itens sofisticados,
como sistema de estacionamento automático, de manutenção de faixa e de condução
semiautônoma. Isso é possível porque o motor elétrico pode ser ativado e controlado
eletronicamente, ou seja, é possível mover o volante sem a ação do motorista o que é
muito útil no caso dos veículos autônomos.
Todas as direções elétricas possuem um sistema de backup caso o motor, que é integrado
à direção elétrica, pare de funcionar. Isso permite que o motorista possa conduzir
normalmente o veículo mesmo com o volante um pouco mais “duro” do que o de costume.
Apesar de ter um custo mais elevado, a direção elétrica tem uma manutenção mais
barata do que a da direção hidráulica, uma vez que é um sistema mais simples. Porém,
defeitos ou danos no funcionamento de sistemas elétricos, apesar de mais raros, são
mais difíceis de entender. No caso de sistemas digitais controlados por programas, há
preocupações de segurança com relação a erros no código.
Há também uma maior facilidade dos sistemas de direção elétrica quanto a calibração.
Geralmente, tudo o que se precisa é um pequeno ajuste na programação. Com o sistema
de cabos e fios (by wire) isso se torna mais fácil ainda.
58
Introdução Aos Sistemas De Direção | Unidade II
Componentes eletrônicos estão se tornando cada vez mais baratos para substituir, o que
faz com que esse sistema seja ainda mais interessante. A direção assistida eletricamente
está cada vez mais presente nos novos veículos de série e já se trata do sistema do
direção mais utilizado nos carros que saem de fabrica (zero km). A transição está
sendo rápida para sistemas e os custos efetivos estão cada vez menores.
Direção hidrostática
Em um sistema de direção hidrostática, a direção é determinada basicamente pelo
conjunto válvula de controle de fluxo e pistões, não havendo dispositivos mecânicos
do tipo pinhão e cremalheira.
59
Unidade II | Introdução Aos Sistemas De Direção
Para evitar o problema de grandes forças de direção, existem unidades de direção com
vários conjuntos de engrenagens como bombas de medição, dos quais um (ou mais)
é desligado em caso de emergência, a fim de alterar a relação de transmissão entre o
volante e as rodas, reduzindo o volume de entrega.
60
A IMPORTÂNCIA
DO CHASSI E
FUNDAMENTOS UNIDADE III
DE PROJETOS DE
SUSPENSÃO E DIREÇÃO
As boas características de condução e, acima de tudo, seguras exigem que os componentes
do chassi sejam coordenados com precisão. Os eixos, o sistema de direção, o sistema de
transmissão, os freios e as suspensões das rodas desempenham um papel crucial nisso.
O fato é que o chassi surgiu bem antes do automóvel. O chassi foi se aperfeiçoando
com o desenvolvimento e o aumento do conhecimento acerca da tecnologia.
Hoje, seu desenvolvimento se dá pelo design assistido por computador e métodos de cálculo
avançado bem como seleção de conceitos técnicos e soluções construtivas avançadas.
CAPÍTULO 1
Tipos de Chassis
61
Unidade III | A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção
O chassi tem duas tarefas principais no veículo. Ser responsável pelo conforto do
passageiro e ter a função de contribuir significativamente para a dinâmica e a segurança
da direção, garantindo que as forças que surjam nas zonas de contato entre a estrada
e o pneu sejam sempre transmitidas de maneira ideal.
As demandas no chassi são tão complexas quanto sua estrutura. Um chassi deve
transmitir forças de tração, frenagem e direção, amortecer forças verticais, apoiar forças
laterais. Além disso, o chassi tem a tarefa de diminuir as vibrações, a fim de garantir
um alto nível de conforto ao dirigir e, ao mesmo tempo, criar uma experiência direta
de direção mantendo o veículo onde ele deve estar, na estrada.
O Câmber tem relação direta com a curvatura, ou inclinação, de uma roda, ou seja,
o desvio da posição vertical. O desvio é chamado de ângulo de curvatura. Se a
roda estiver inclinada para fora (como se quisesse cair para fora), a curvatura é
positiva; uma roda inclinada para dentro tem uma curvatura negativa.
62
A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção | Unidade III
O sistema é apenas para modelos de tração traseira (RWD). A rigidez desse sistema
pode ser definida em dois níveis: o modo normal, mais suave e o modo esporte, mais
rígido (CYTRYNSKI, 2018; MERKER et al., 2002).
Na série S-Class 221, o chassi ABC foi complementado com estabilização de vento
cruzado. As influências do vento cruzado nos corpos são quase que completamente
compensadas. Os sensores de taxa de guinada e aceleração lateral são utilizados em um
programa de estabilidade eletrônico chamado ESP do inglês Electronic Stability Control
(MULLA e UNAUNE, 2013; CYTRYNSKI, 2018).
Para executar suas tarefas, o sistema obtém informações dos sensores que convertem
informações (quantidades físicas) em sinais elétricos controlando vários atuadores,
como, por exemplo, a temperatura do óleo hidráulico enviando as informações para
a unidade de controle (CYTRYNSKI, 2018).
63
Unidade III | A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção
Durante uma curva as válvulas são controladas pela UC para que os êmbolos se estendam
para fora da curva e, portanto, as molas sejam pré-carregadas. Ao mesmo tempo, os
êmbolos são retraídos no interior da curva e as molas relaxadas (CYTRYNSKI, 2018).
» Válvulas de controle
» Válvulas de retenção
» Controlador de processos
64
A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção | Unidade III
65
CAPÍTULO 2
Fundamentos de Projeto de Suspensão
e Direção
Suspensão
Como vimos na nossa unidade I, durante sua trajetória, um veículo está sujeito a muitos
esforços. A suspensão deve impedir que esses esforços desviem o automóvel da trajetória
desejada pelo condutor. Além da suspensão, deve impedir que as rodas oscilem e se
desloquem para os lados, para trás e para frente ou modifiquem consideravelmente o
seu ângulo de inclinação (COSTA, 2002).
Há uma tendência atual de projetar a suspensão de acordo com o tipo de pneu. A banda
de rodagem varia de acordo com as superfícies sobre as quais os pneus rolarão. Um pneu
com ranhuras profundas é ideal para a lama enquanto é impróprio para condução a
altas velocidades. Já um revestimento mais espesso produzirá calor em excesso, o que
poderá causar o seu estouro além do seu rápido e irregular desgaste (COSTA,2002).
Uma roda grande amortecerá a maior parte das irregularidades da pista de rolamento,
porém, o seu tamanho não pode ser tão grande de forma a anular os efeitos de todas essas
66
A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção | Unidade III
Direção
A direção das duas rodas (direção das rodas dianteiras) é a forma mais comum de direção
na maioria dos veículos rodoviários, na qual as duas rodas são dirigidas no mesmo eixo.
A direção da roda traseira geralmente é usada apenas para veículos de marcha lenta
como empilhadeiras e colheitadeiras, nos quais a direção das rodas traseiras simplifica
a construção do eixo dianteiro com muita carga e aumenta a capacidade de manobra.
O eixo dianteiro direcional não deve estar muito à frente em veículos com grandes
cargas úteis e, quanto mais próximos os dois eixos traseiros estiverem, menos a direção
será prejudicada. Isso porque devido a uma grande carga útil na traseira do veículo,
muito pouco do peso total do veículo atua no eixo dianteiro e as rodas dianteiras
perderiam a aderência ao dirigir.
67
Unidade III | A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção
Os eixos das rodas ou as pontas de eixo não são exatamente horizontais, mas apontam
levemente para baixo ou para cima na extremidade externa. Assim, as rodas são
empurradas e a folga nos rolamentos é compensada. Por outro lado, a curvatura
negativa compensa a tendência do rolo nas curvas e melhora a aderência dos pneus
na curva. Os eixos giratórios são levemente inclinados para dentro, de modo que sua
extensão se aproxime da área de contato da roda. A força de direção e a reação das
rodas são reduzidas.
A roda, na verdade, a combinação entre roda e pneu, faz parte tanto do sistema de
direção quanto de suspensão. A roda representa todo o corpo, consistindo de um aro
e um disco da roda. O aro é usado para segurar o pneu. O disco da roda é usado para
fixar centralmente a roda no cubo da roda.
As rodas não são exatamente paralelas ao dirigir em frente, mas formam um ângulo
agudo na direção o que melhora o funcionamento direto e evita que a direção flutue
devido à folga do rolamento. Ao girar a direção, as rodas se afastam e formam um
ângulo que se abre para a frente, de modo que a roda interna possa seguir um raio de
curva menor que a roda externa.
As rodas são o ponto de contato entre o material rodante e a estrada. Elas têm uma
influência significativa na dinâmica de direção. A roda é parte das massas não suspensas
dos veículos e, portanto, deve ser o mais leve possível.
As cargas variáveis exigem muita força das rodas e desgastam os pneus, com isso, os
pneus devem criar uma conexão livre de derrapagem na estrada sempre que possível,
independentemente do clima e das diferentes superfícies da estrada.
O que é FlexRay?
Os projetos de veículos hoje estão cada vez mais focados na conectividade e essa
tendência será cada vez mais consolidada. Não se trata apenas de carros, mas
de veículos versáteis que podem ser conectados em rede com qualquer mídia
inteligente e oferecem ao motorista (ou usuário) uma experiência de direção
perfeita.
68
A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção | Unidade III
www.youtube.com/watch?v=cbwvXO3Y9kI.
69
CAPÍTULO 3
Estabilidade Direcional
Introdução
A dinâmica de condução ou direção é um campo especializado da dinâmica que, a
partir das leis da física e de muita experimentação, procura encontrar as dependências
no movimento dos veículos terrestres. A dinâmica de condução inclui determinações
de distância, tempo, velocidade, aceleração, consumo de energia, forças motrizes,
desempenho, resistência ao movimento.
Por exemplo, uma maior distância entre eixos oferece mais espaço na traseira e boa
estabilidade direcional. Já uma forte inclinação lateral nas curvas traz surpresas como
travamento lateral, falta de estabilidade direcional ou levantamento de pelo menos
uma roda.
O fluxo ao redor do veículo não só leva à resistência, mas também a forças aéreas
e momentos adicionais, e esses têm influência na estabilidade de direção. Em altas
velocidades de direção, seus efeitos sobre o conforto de direção podem ser sentidos e,
em casos extremos, os aspectos de segurança também são afetados.
A corrente de ar, ou fluxo de ar, ao redor do veículo gera uma força de sustentação
e um momento de inclinação. Isso resulta em cargas variáveis nas rodas e, como
consequência, mudanças nas condições de aderência dos pneus. A interação dessas
forças e momentos no veículo influencia tanto a estabilidade ao dirigir em linha reta
quanto seu comportamento ao mudar de direção.
Fonte: i.ebayimg.com/00/s/NjUzWDQ4Ng==/z/VVYAAOSw6lpclA3s/$_10.PNG.
Fonte: i.ebayimg.com/00/s/MzAwWDQ3OQ==/z/9q0AAOSwYvNclA3w/$_10.PNG.
71
Unidade III | A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção
Analisando a figura acima, vimos que as forças laterais foram decompostas em Fyf e Fyr.
Fy
= Fyf + Fy r
UNDERSTEER OVERSTEER
Fonte: i.ytimg.com/vi/EwmDdMzzDjY/hqdefault.jpg
72
A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção | Unidade III
www.youtube.com/watch?v=EwmDdMzzDjY.
recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/12079/1/DM_MiguelAraujo_2017_MEM.pdf.
Lr
Fzr = G *
L
Com base nas equações que representam as forças laterais podemos concluir que:
Fy f Fz f L f
= =
Fyr Fzr Lr
Portanto, a distribuição das forças laterais e de carga que atuam no centro de gravidade
nas rodas dianteiras e traseiras depende da posição do centro de gravidade na direção
longitudinal. Essa distribuição tem um efeito decisivo na direção do veículo sendo
uma distribuição de peso equilibrada muito importante.
Há vários anos, muitos engenheiros refletem sobre como os carros podem ser construídos
para serem o mais econômicos possível. Há sempre três pontos principais a serem
otimizados:
» Peso, pois quanto mais leve o veículo, mais econômico e livre de emissões
ele é.
» Resistência ao rolamento.
» Resistência do ar.
74
A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção | Unidade III
Na subida e na aceleração, a carga do veículo se altera para trás enquanto que na descida
ou na frenagem a carga passa para a frente. A força de aceleração causa aumento da
força de carga atrás e redução da força de carga na frente.
É por esse motivo que os carros com tração traseira (RWD, do inglês Rear-wheel-
drive) têm uma vantagem. Ao acelerar, eles têm mais atrito estático na traseira.
Em contraste, em carros com tração dianteira (FWD, do inglês Front-wheel-drive)o
eixo motor é aliviado e, portanto, o efeito de aceleração é influenciado negativamente.
Existe, ainda, a famosa de tração nas quatro rodas.
Em termos literais, todo veículo 4×4 pode ser chamado de 4WD (4-wheel drive) e
AWD (all-wheel drive). Porém, na prática, isso é um pouco diferente.
A maior diferença é que a tração nas quatro rodas (4WD) pode ser ligada
manualmente com configurações para uso em autoestrada, off-road ou na neve.
Já a tração do tipo AWD é permanente, estando o sistema sempre “ligado”, o que
significa que a eletrônica controla a movimentação das rodas dianteiras e traseiras
conforme necessário.
Outra diferença entre essas duas tecnologias é que um veículo com três eixos
(seis rodas) e tração em apenas dois eixos (quatro rodas) pode ser classificado
como 4WD, mas não como AWD, pois nem todas as rodas são motrizes. Já uma
motocicleta com tração nas duas rodas é um veículo AWD, mas não 4WD, pois
não possui quatro rodas.
75
Unidade III | A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção
Uma vez que toda a potência do motor de um veículo com tração nas quatro rodas
é transmitida por quatro em vez de duas rodas, as forças nas rodas individuais
são apenas metade do tamanho e podem ser melhor convertidas em propulsão.
Ao travar, no entanto, não tem vantagens com a tração integral, porque o pneu
não tem de transmitir a potência do motor.
Ao frear, a força de frenagem atua na parte traseira e como uma reação à força de
inércia na parte dianteira. A força de frenagem aumenta a força de carga na frente e
uma redução da força de carga na parte traseira. Por essa razão freios maiores também
são instalados na frente. O eixo dianteiro é, portanto, sempre projetado como “travado
excessivamente”.
Se a roda deve transferir a força lateral para a estrada, então cada mudança em sua
carga é imediata no ângulo de desvio do curso. Este ângulo aumenta quando a carga é
removida da roda.A carga dinâmica nas rodas está, portanto, mudando constantemente.
Numa suspensão rígida, o eixo é rígido, ocorrem pequenas mudanças nas forças de
carga, tem melhor orientação lateral e menos conforto. Quando não se trata de eixo
rígido, há maior parte dos veículos, ocorrem pequenas mudanças nas forças de carga,
e a orientação lateral é mais pobre e com isso oferece mais conforto.
76
A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção | Unidade III
Ao realizarmos um ajuste em um par das rodas de forma que as rodas estejam ligeiramente
apontadas para o centro, podemos dizer que o par tem um ângulo to e-in, ou convergência,
enquanto, se tiverem apontadas ligeiramente para fora, temos um ângulo to e-out, ou
divergência (MAXWELL, 2020).
Tais ângulos, medidos em graus, têm como função compensar a tendência que as rodas
dos veículos têm de se fecharem ou se abrirem quando o carro está em movimento.
Esses ângulos variam de acordo com o fabricante.
CONVERGÊNCIA DIVERGÊNCIA
Fonte: i274.photobucket.com/albums/jj264/Carrao/toe.jpg.
77
Unidade III | A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção
Com a finalidade de reduzir o desgaste precoce dos pneus, as rodas devem apontar
para a frente quando o veículo está se locomovendo em linha reta. Convergência ou
divergência excessiva fazem com que os pneus escorreguem sempre que são esterçados.
Muita convergência leva a um desgaste acelerado nas bordas externas dos pneus,
enquanto muita divergência leva a um desgaste nas bordas internas dos pneus.
Geralmente veículos com tração traseira trabalham convergentes enquanto veículos
de tração dianteira geralmente normalmente trabalham divergentes.
Fonte:www.noticiasdaoficinavw.com.br/v2/wp-content/uploads/2012/07/caster.jpg.
roda estiver inclinado para fora e, se a roda está inclinada para dentro, a curvatura é
negativa.
O câmber contribui para a estabilidade e aderência dos pneus ao piso. Geralmente este
ângulo é fixo e, quando está fora de medida, alguma peça como braço oscilante, barra de
direção ou o próprio amortecedor deve ser substituída. Quando a cambagem é ajustada
corretamente, ela permite a toda a superfície do pneu aderir à pista, maximizando o uso
da área de contato do pneu ao fazer curvas em altas velocidades (MAXWELL, 2020).
Quanto maior o ângulo de cambagem, menor será a área de contato entre o pneu e a
superfície da estrada. Quanto maior a deflexão da roda de sua posição original maior
será a dificuldade de manter um ângulo ideal de cambagem (MAXWELL, 2020).
Fonte: https://www.carrodegaragem.com/y/4030/cambagem-e1573578802586-599.webp.
79
Unidade III | A Importância Do Chassi E Fundamentos De Projetos De Suspensão E Direção
Mesmo que tenha a impressão de que os seus pneus são maciços e aderem à estrada,
a área de contacto entre os pneus e a estrada é muito pequena. Mesmo em condições
climáticas ideais, a pressão do pneu tem influência direta no tamanho da área de contato
e a pressão correta pode alterar esta área.
80
ASPECTOS
RELACIONADOS
À DIRIGIBILIDADE UNIDADE IV
DO VEÍCULO
CAPÍTULO 1
Manutenção de Sistemas de Suspensão
e Direção
Suspensão
A suspensão tem grande influência na dinâmica do automóvel, bem como na segurança
do condutor e, após um tempo, que pode ser acelerado com a falta de manutenção
preventiva como alinhamento e balanceamento, começamos a perceber sintomas como:
» A direção começa a “puxar” o veículo para um dos lados, impedindo que o
veículo se mantenha em linha reta caso o motorista não segure firmemente
o volante.
» Ocorre instabilidade em altas velocidades quando a direção começa a tremer,
causando desconforto para o motorista e possíveis danos para as peças da
suspensão em geral.
» Há um desgaste desigual de pneus fazendo com que uma das bandas de
rodagem do pneu fique mais gasta do que a outra.
81
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
Direção
Já os sistemas de direção possuem componentes que sofrem forte desgaste devido aos
atritos ao qual estão sujeitos. Problemas como folga na direção (folga entre o pinhão
da válvula de controle e a cremalheira) são os mais comuns. Se essa folga for muito
grande, notamos o volante “solto” durante a direção, ou seja, a força que se imprime
na parte superior não atinge as rodas na parte inferior, enquanto que, se a força for
muito pequena, a direção acaba sendo dificultada.
82
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
Outro cuidado importante é com a coluna de direção, pois é normal, com o passar
do tempo, que ocorra certo desgaste nela. No caso de sinais como ruídos frequentes,
trepidações ou qualquer outro tipo de desconforto, é imprescindível que o condutor
procure um serviço especializado para verificar o problema.
Nos veículos de direção mecânica, os principais indícios de que algo está errado são
os ruídos estranhos ao virar o volante, sentir o volante mais duro do que o normal ou
com folga nas engrenagens, gerada pelo esforço das peças, principalmente na ligação
entre pinhão e cremalheira. São sintomas de desgaste do sistema de direção:
Nos carros com direção hidráulica, os sinais são basicamente os mesmos: esforço
excessivo nas manobras, excesso de folga (volante muito “solto”), além de ruídos,
chiados agudos e vazamentos.
As bombas de direção hidráulica são geralmente projetadas para serem muito estáveis
desde que sejam utilizadas com óleo hidráulico limpo e em quantidade suficiente. O ar
pode entrar no sistema devido a vazamentos na área de sucção ou falta de ventilação após
um reparo. Danos sérios e em um tempo muito curto podem ocorrer se a lubrificação
for interrompida.
Óleo hidráulico sujo também pode danificar ou destruir a bomba. Se uma bomba
estiver com defeito e for identificada a contaminação por lascas de metal que entraram
83
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
no sistema hidráulico, após a sua substituição o sistema hidráulico deve ser lavado
cuidadosamente até que todos os contaminantes tenham sido eliminados.
Se isso não for feito, existe o risco de a nova bomba ser danificada imediatamente
por resíduos antigos. Após a lavagem, o sistema hidráulico deve ser preenchido com
óleo hidráulico limpo e fresco e ventilado de acordo com as instruções do fabricante.
No caso das bombas hidráulicas acionadas por motores elétricos, problemas como falta
de suporte ou suporte insuficiente podem ocorrer, principalmente a longo prazo, e
ruídos altos podem indicar essa possível falha. Nesse caso, a primeira coisa a se verificar
é a condição da bateria, pois o sistema em operação tem um alto consumo de energia
e uma bateria com carga incompleta pode levar a irregularidades no sistema.
No caso de direção elétrica, as anomalias são mais raras. As avarias mais comuns ocorrem
devido a direção rígida, causada pela falta de assistência. Os motores elétricos podem
perder o suporte por alimentação incorreta do motor, erros de conexão ou valores
incorretos do sensor de ângulo do volante ou erro no sensor de torque.
84
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
Outro item que merece especial atenção nos sistemas de direção é a engrenagem
da direção. Defeitos comuns neste componente são perda de óleo, jogo de direção
comprometido, ruídos e forças de direção desiguais.
Esse sinal não deve ser ignorado, pois é um forte indicador de que um dano grave
pode acontecer no sistema de suspensão ou no sistema de direção, além do risco
de comprometer e desgastar vários outros componentes determinantes para uma
direção segura.
Ruídos ao manobrar podem ser sinais de que a caixa de direção pode estar com
problemas. Porém, esses ruídos podem indicar problemas em outros componentes.
Falhas nos terminais também podem ocasionar ruídos ao manobrar o veículo e
as principais causas são:
É muito importante não trocar imediatamente a caixa de direção, pois nem sempre
é ela que está causando o problema. Alguns dos itens que podem causar essas
falhas são:
85
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
» tubulações danificadas;
» vazamentos;
86
CAPÍTULO 2
Segurança
A segurança automotiva vai muito além de bons freios e pneus bem conservados. Os
dispositivos de segurança incluem sistemas de assistência ao motorista, como sistemas
de travagem antibloqueio, controle ou assistência da dinâmica do veículo, airbags
entre outros.
Quando o cabo era apertado pelo motor, os cabos puxavam o volante em direção à
frente do carro afastando-o do motorista e também removiam qualquer folga nos
cintos de segurança, mantendo os ocupantes mais firmemente em seus assentos.
Veja um pouco mais sobre esse sistema no link abaixo.
www.youtube.com/watch?v=qzaBJkpdoa8.
87
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
normalmente só mostram o seu efeito real em caso de acidente, e têm como objetivo
proteger os ocupantes da melhor forma possível. Historicamente, a segurança passiva
de veículos está com os motoristas há muito mais tempo do que os sistemas ativos
modernos.
Cintos também têm tensores com a função de apertar os cintos de segurança em caso de
acidente para que o ocupante do veículo possa “participar” mais cedo na desaceleração
geral do veículo.
O airbag é constituído por um saco de plástico que, em caso de acidente, se abre com
um grande estrondo e preenche o espaço entre o ocupante e as partes do interior do
veículo em 20 a 50 milissegundos. Isso evita que o ocupante bata em partes duras do
interior, como o volante ou o painel. O sistema de airbag só é acionado por fortes
valores de aceleração negativa (desaceleração).
Os veículos podem ser equipados com diversos airbags. Nos países desenvolvidos, os
airbags frontais, laterais e de cabeça geralmente fazem parte do equipamento padrão
88
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
Como exemplo, imagine que um carro está virando à direita. Se houver o risco de a
traseira tender para a esquerda devido a uma reação de mudança de carga após uma
rápida mudança no ângulo de direção (um estouro de um pneu traseiro, por exemplo)
o sistema freia a roda dianteira esquerda criando um momento de guinada para a
esquerda que neutraliza a sobreviragem do veículo.
89
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
Existem sensores que são usados para monitorar a pressão dos pneus de modo a evitar
acidentes causados por pressão incorreta.
Outro fator que merece atenção é a folga na caixa de direção que pode tornar a condução
imprecisa. Isso acontece porque, ao virar o volante, nem sempre as rodas virarão na
mesma proporção, uma vez que existe um “curso morto”, por conta da folga. Em casos
extremos, o motorista acaba precisando corrigir a rota a todo momento gerando uma
grande insegurança. Isso sem falar do risco da perda de controle ao entrar em curvas
com maior velocidade, cujo resultado pode ser um grave acidente.
Uma caixa de direção hidráulica com problemas de vazamento pode se tornar dura
repentinamente, pela falta de óleo em seu sistema. A direção continuará funcionando,
porém, mais pesada, o que pode surpreender o motorista e causar um acidente.
A barra de direção exige muitos cuidados, pois uma falha nesse componente pode
colocar em risco a segurança de todos os ocupantes do veículo. Foi a barra de direção
provavelmente a responsável pelo acidente do piloto Airton Senna, como você pode
ver no boxe a seguir.
90
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
Basicamente, Senna virava o volante para tentar fazer a curva e o carro continuava
em linha reta, pois a caixa de direção não recebia o comando do volante. Literalmente,
Ayrton perdeu o controle do carro. Em uma curva de alta velocidade, a mais de
300 km/h, nosso campeão virou o volante ligeiramente para a esquerda e o carro
não obedeceu.
www.carrosegaragem.com.br/ayrton-senna-a-verdadeira-causa-do-acidente-
que-matou-o-campeao-2/.
Bem, como você pode observar, segurança deve sempre vir antes de conforto, potência,
design etc. Trata-se de um fator decisivo. Apresentamos alguns dos vários sistemas
que auxiliam na segurança de um veículo. Em muitos países esses sistemas já são itens
obrigatórios enquanto em outros são itens de série que tornam o veículo mais e mais caro.
91
REFERÊNCIAS
92
Referências
Sites e links
alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_barra_torcao.jpg?w=878.
www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/eixo-tor%C3%A7ao-renault-5-turbo-
750x501.jpg.
alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_rigida_independente.jpg.
www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/suspensao-independente-750x551.jpg.
alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_mc_pherson1.jpg.
www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/suspensao-mcpe-647x750.jpg.
www.oficinabrasil.com.br/uploads/imagens/consultor-ob/213-1-os-diferentes-tipos-de-suspensao-
sistema-double-wishbone.jpg.
www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/s-multilink-750x581.jpg.
alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_multilink.jpg?w=878.
alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/duplo_a_suspensao.jpg?w=878.
alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_feixe_de_molas.jpg?w=878.
www.youtube.com/watch?v=v6TVFn-WHyM.
93
Referências
www.youtube.com/watch?v=7pl0Yv5WUwE.
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4a/Ball-bearing-numbered.png/220px-Ball-
bearing-numbered.png.
slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/2/SISTEMA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O+Volante+
Coluna+de+dire%C3%A7%C3%A3o+Barra+de+dire%C3%A7%C3%A3o.jpg.
c.pxhere.com/photos/3a/10/car_dials_car_interior_classic_car_close_up_dashboard_ford_mustang_
odometer_speedometer-1560605.jpg!d.
i2.wp.com/primeiramarcha.com.br/wp-content/uploads/2016/06/mercedes-benz_e_55_amg_t-
modell.jpeg?resize=740%2C576&ssl=1.
repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21400.
slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/5/COLUNA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O.jpg.
www.canaldapeca.com.br/blog/wp-content/uploads/sites/19/2018/07/Conhecendo-em-detalhes-
o-sistema-05.jpg.
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/be/Steer_system.jpg/220px-Steer_system.jpg.
slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/9/SISTEMA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O+MEC%C3
%82NICA.jpg.
quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/hidraulica.jpg?quality=70&strip=info.
i2.wp.com/blog.carlider.com.br/wp-content/uploads/2018/05/caixa-de-direcao-funcionando.
jpg?w=800.
pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/engineeringproceedings/simea2016/PAP78.pdf.
quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/direcao-psd.jpg?quality=70&strip=info.
www.youtube.com/watch?v=cbwvXO3Y9kI.
i.ebayimg.com/00/s/NjUzWDQ4Ng==/z/VVYAAOSw6lpclA3s/$_10.PNG.
i.ebayimg.com/00/s/MzAwWDQ3OQ==/z/9q0AAOSwYvNclA3w/$_10.PNG.
i.ytimg.com/vi/EwmDdMzzDjY/hqdefault.jpg.
www.youtube.com/watch?v=EwmDdMzzDjY.
recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/12079/1/DM_MiguelAraujo_2017_MEM.pdf.
i274.photobucket.com/albums/jj264/Carrao/toe.jpg.
www.noticiasdaoficinavw.com.br/v2/wp-content/uploads/2012/07/caster.jpg.
https://www.carrodegaragem.com/y/4030/cambagem-e1573578802586-599.webpwww.youtube.
com/watch?v=qzaBJkpdoa8.
www.carrosegaragem.com.br/ayrton-senna-a-verdadeira-causa-do-acidente-que-matou-o-
campeao-2/.
www.youtube.com/watch?v=bGlivS42fBo.
94