Explique o que se entende por contraditório e ampla defesa na
administração pública Contraditório e ampla defesa são princípios fundamentais do processo administrativo na administração pública. O princípio do contraditório refere-se ao direito de uma pessoa ser ouvida e ter a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos antes de qualquer decisão ser tomada pela administração pública. Isso significa que a administração deve notificar a pessoa sobre o que está sendo alegado ou discutido, permitindo que ela apresente argumentos e evidências em sua defesa. Já o princípio da ampla defesa refere-se ao direito de uma pessoa se defender de forma plena e eficaz em um processo administrativo, ou seja, ela deve ter a oportunidade de apresentar todos os meios de prova e argumentos que julgar relevantes para sua defesa. A administração pública, por sua vez, deve analisar de forma imparcial todas as provas e argumentos apresentados antes de tomar qualquer decisão. Esses princípios são fundamentais para garantir que os processos administrativos sejam justos e equilibrados, permitindo que todas as partes envolvidas possam se manifestar e que as decisões tomadas pela administração sejam baseadas em evidências e argumentos relevantes.
2. Explique o conceito de autotutela na administração
Autotutela é um princípio que permite que a administração pública exerça o controle e a revisão dos seus próprios atos, com o objetivo de corrigir eventuais irregularidades ou ilegalidades. Em outras palavras, a autotutela é a capacidade que a administração pública tem de rever, anular ou modificar seus próprios atos administrativos, quando estes ferem a lei ou os princípios administrativos. Essa prerrogativa é importante para garantir a legalidade e a efetividade dos atos administrativos, permitindo que a administração corrija eventuais erros ou ilegalidades e evitando a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário em casos que possam ser resolvidos administrativamente. No entanto, é importante destacar que a autotutela deve ser exercida com cautela e respeitando os direitos e garantias dos administrados, como o contraditório, a ampla defesa e o devido processo legal. Além disso, a revisão dos atos administrativos deve estar fundamentada em razões de legalidade e interesse público, evitando arbitrariedades ou desrespeito aos direitos individuais. 3. Explique o princípio da continuidade dos serviços públicos O princípio da continuidade dos serviços públicos é um dos fundamentos do direito administrativo que estabelece que os serviços públicos essenciais devem ser prestados de forma contínua e ininterrupta à população, sem interrupções ou paralisações indevidas. Esse princípio tem como objetivo garantir a satisfação das necessidades básicas da sociedade e a proteção dos direitos dos cidadãos, evitando a suspensão ou interrupção dos serviços públicos que possam comprometer a vida, a saúde, a segurança e o bem-estar da população. Assim, é dever do Estado assegurar a prestação adequada e regular dos serviços públicos essenciais, tais como saúde, segurança pública, educação, transporte, saneamento básico, entre outros, mesmo em situações de crise ou emergência, como desastres naturais, epidemias ou conflitos. Além disso, a continuidade dos serviços públicos também implica na obrigatoriedade da manutenção e conservação dos bens públicos, como estradas, pontes, hospitais, escolas, entre outros, garantindo sua funcionalidade e preservação ao longo do tempo. Por fim, cabe ressaltar que o princípio da continuidade dos serviços públicos é um dos pilares da prestação de serviços de qualidade pela administração pública, contribuindo para o bem-estar e o desenvolvimento da sociedade como um todo.
4. Defina razoabilidade e proporcionalidade da administração pública
Razoabilidade e proporcionalidade são dois princípios fundamentais da administração pública que estão relacionados com a tomada de decisões administrativas e com a adequação entre meios e fins. O princípio da razoabilidade estabelece que a administração pública deve agir com bom senso e equilíbrio, tomando decisões que sejam adequadas e proporcionais aos fatos e circunstâncias envolvidos em cada caso. Isso significa que as decisões tomadas pela administração devem ser fundamentadas em critérios objetivos, razoáveis e coerentes, evitando decisões arbitrárias ou caprichosas. Por sua vez, o princípio da proporcionalidade exige que a administração pública adote medidas adequadas, necessárias e proporcionais para atingir seus objetivos, evitando medidas excessivas ou desproporcionais que possam causar prejuízos aos cidadãos ou à sociedade em geral. Esse princípio implica em analisar os custos e benefícios de uma medida e escolher a opção que melhor equilibra os interesses públicos e privados envolvidos. Em conjunto, os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade exigem que a administração pública adote uma postura justa, equilibrada e adequada em suas decisões e ações, buscando sempre o equilíbrio entre a eficiência, a eficácia e a legalidade, e garantindo a proteção dos direitos e interesses dos cidadãos e da sociedade. 5. Defina a presunção de legitimidade dos atos da administração A presunção de legitimidade é um princípio que atribui aos atos da administração pública uma presunção de validade e legalidade, até que se prove o contrário. Em outras palavras, a administração pública parte do pressuposto de que seus atos são legítimos e válidos, até que sejam contestados e invalidados pelo Poder Judiciário ou por outros meios legais. Essa presunção de legitimidade é uma decorrência do princípio da legalidade, que estabelece que a administração pública só pode agir dentro dos limites da lei e do direito, e que seus atos devem estar fundamentados em normas jurídicas válidas e aplicáveis ao caso concreto. Assim, a presunção de legitimidade significa que os atos da administração pública gozam de uma proteção jurídica especial, que lhes confere uma presunção de validade que deve ser respeitada até que sejam questionados e invalidados por meios legais. No entanto, cabe destacar que a presunção de legitimidade não significa que os atos da administração pública são invioláveis ou imunes a contestações. Ao contrário, a presunção de legitimidade exige que a administração pública justifique e fundamente seus atos de forma clara e objetiva, e que esteja sujeita ao controle do Poder Judiciário e dos demais órgãos de controle e fiscalização da legalidade dos atos administrativos.
6. Explique o que se entende por “motivação” nos atos da
administração A motivação é um dos requisitos fundamentais dos atos administrativos, que consiste na exposição dos motivos e razões que justificam a decisão da administração pública em determinado caso. A motivação é uma exigência legal e constitucional que visa garantir a transparência, a legalidade e a legitimidade dos atos da administração pública. Isso porque, ao fundamentar suas decisões em motivos objetivos e razoáveis, a administração pública torna seus atos mais claros, precisos e justos, e evita decisões arbitrárias ou baseadas em critérios subjetivos. A motivação deve ser feita de forma clara, objetiva e suficiente, indicando as circunstâncias fáticas e jurídicas que fundamentaram a decisão administrativa, e demonstrando a coerência e a conformidade do ato com a legislação e as normas aplicáveis ao caso concreto. Além disso, a motivação também é importante para assegurar o direito de defesa e contraditório dos interessados, permitindo que eles possam questionar a decisão da administração pública e apresentar seus argumentos em sua defesa. Por fim, cabe ressaltar que a falta de motivação ou a motivação insuficiente pode levar à nulidade do ato administrativo, ou seja, à sua invalidação por vício de ilegalidade ou inconstitucionalidade. 7. Explique o que se entende por “segurança jurídica proteção a confiança e boa-fé” Segurança jurídica é um princípio fundamental do Estado Democrático de Direito que se traduz na garantia de estabilidade e previsibilidade do ordenamento jurídico, bem como na proteção dos direitos e interesses legítimos dos cidadãos em face da ação do Estado. A proteção à confiança e à boa-fé decorrem diretamente da segurança jurídica, e consistem na garantia de que os indivíduos possam confiar nas decisões e atos do Estado, e que estes sejam praticados de acordo com os princípios da legalidade e da transparência. Assim, a proteção à confiança e à boa-fé significa que os cidadãos têm o direito de esperar que as normas e as decisões do Estado sejam claras, estáveis e previsíveis, de forma a permitir que eles possam planejar suas ações e investimentos de acordo com as regras estabelecidas pelo poder público. Isso implica, por exemplo, que os atos e as decisões administrativas devem ser pautados pela legalidade, transparência e imparcialidade, e que os cidadãos devem ser informados adequadamente sobre seus direitos e obrigações em relação ao Estado. A proteção à confiança e à boa-fé também implica na vedação de retroatividade das normas e dos atos administrativos, salvo em casos excepcionais e devidamente fundamentados, de forma a garantir que os cidadãos não sejam surpreendidos por mudanças bruscas e imprevisíveis no ordenamento jurídico.