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1.

Explique o que se entende por contraditório e ampla defesa na


administração pública
Contraditório e ampla defesa são princípios fundamentais do processo
administrativo na administração pública.
O princípio do contraditório refere-se ao direito de uma pessoa ser ouvida e ter
a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos antes de qualquer decisão
ser tomada pela administração pública. Isso significa que a administração deve
notificar a pessoa sobre o que está sendo alegado ou discutido, permitindo que
ela apresente argumentos e evidências em sua defesa.
Já o princípio da ampla defesa refere-se ao direito de uma pessoa se defender
de forma plena e eficaz em um processo administrativo, ou seja, ela deve ter a
oportunidade de apresentar todos os meios de prova e argumentos que julgar
relevantes para sua defesa. A administração pública, por sua vez, deve
analisar de forma imparcial todas as provas e argumentos apresentados antes
de tomar qualquer decisão.
Esses princípios são fundamentais para garantir que os processos
administrativos sejam justos e equilibrados, permitindo que todas as partes
envolvidas possam se manifestar e que as decisões tomadas pela
administração sejam baseadas em evidências e argumentos relevantes.

2. Explique o conceito de autotutela na administração


Autotutela é um princípio que permite que a administração pública exerça o
controle e a revisão dos seus próprios atos, com o objetivo de corrigir eventuais
irregularidades ou ilegalidades.
Em outras palavras, a autotutela é a capacidade que a administração pública
tem de rever, anular ou modificar seus próprios atos administrativos, quando
estes ferem a lei ou os princípios administrativos.
Essa prerrogativa é importante para garantir a legalidade e a efetividade dos
atos administrativos, permitindo que a administração corrija eventuais erros ou
ilegalidades e evitando a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário em
casos que possam ser resolvidos administrativamente.
No entanto, é importante destacar que a autotutela deve ser exercida com
cautela e respeitando os direitos e garantias dos administrados, como o
contraditório, a ampla defesa e o devido processo legal. Além disso, a revisão
dos atos administrativos deve estar fundamentada em razões de legalidade e
interesse público, evitando arbitrariedades ou desrespeito aos direitos
individuais.
3. Explique o princípio da continuidade dos serviços públicos
O princípio da continuidade dos serviços públicos é um dos fundamentos do
direito administrativo que estabelece que os serviços públicos essenciais
devem ser prestados de forma contínua e ininterrupta à população, sem
interrupções ou paralisações indevidas.
Esse princípio tem como objetivo garantir a satisfação das necessidades
básicas da sociedade e a proteção dos direitos dos cidadãos, evitando a
suspensão ou interrupção dos serviços públicos que possam comprometer a
vida, a saúde, a segurança e o bem-estar da população.
Assim, é dever do Estado assegurar a prestação adequada e regular dos
serviços públicos essenciais, tais como saúde, segurança pública, educação,
transporte, saneamento básico, entre outros, mesmo em situações de crise ou
emergência, como desastres naturais, epidemias ou conflitos.
Além disso, a continuidade dos serviços públicos também implica na
obrigatoriedade da manutenção e conservação dos bens públicos, como
estradas, pontes, hospitais, escolas, entre outros, garantindo sua
funcionalidade e preservação ao longo do tempo.
Por fim, cabe ressaltar que o princípio da continuidade dos serviços públicos é
um dos pilares da prestação de serviços de qualidade pela administração
pública, contribuindo para o bem-estar e o desenvolvimento da sociedade
como um todo.

4. Defina razoabilidade e proporcionalidade da administração pública


Razoabilidade e proporcionalidade são dois princípios fundamentais da
administração pública que estão relacionados com a tomada de decisões
administrativas e com a adequação entre meios e fins.
O princípio da razoabilidade estabelece que a administração pública deve agir
com bom senso e equilíbrio, tomando decisões que sejam adequadas e
proporcionais aos fatos e circunstâncias envolvidos em cada caso. Isso
significa que as decisões tomadas pela administração devem ser
fundamentadas em critérios objetivos, razoáveis e coerentes, evitando
decisões arbitrárias ou caprichosas.
Por sua vez, o princípio da proporcionalidade exige que a administração
pública adote medidas adequadas, necessárias e proporcionais para atingir
seus objetivos, evitando medidas excessivas ou desproporcionais que possam
causar prejuízos aos cidadãos ou à sociedade em geral. Esse princípio implica
em analisar os custos e benefícios de uma medida e escolher a opção que
melhor equilibra os interesses públicos e privados envolvidos.
Em conjunto, os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade exigem que
a administração pública adote uma postura justa, equilibrada e adequada em
suas decisões e ações, buscando sempre o equilíbrio entre a eficiência, a
eficácia e a legalidade, e garantindo a proteção dos direitos e interesses dos
cidadãos e da sociedade.
5. Defina a presunção de legitimidade dos atos da administração
A presunção de legitimidade é um princípio que atribui aos atos da
administração pública uma presunção de validade e legalidade, até que se
prove o contrário. Em outras palavras, a administração pública parte do
pressuposto de que seus atos são legítimos e válidos, até que sejam
contestados e invalidados pelo Poder Judiciário ou por outros meios legais.
Essa presunção de legitimidade é uma decorrência do princípio da legalidade,
que estabelece que a administração pública só pode agir dentro dos limites da
lei e do direito, e que seus atos devem estar fundamentados em normas
jurídicas válidas e aplicáveis ao caso concreto.
Assim, a presunção de legitimidade significa que os atos da administração
pública gozam de uma proteção jurídica especial, que lhes confere uma
presunção de validade que deve ser respeitada até que sejam questionados e
invalidados por meios legais.
No entanto, cabe destacar que a presunção de legitimidade não significa que
os atos da administração pública são invioláveis ou imunes a contestações. Ao
contrário, a presunção de legitimidade exige que a administração pública
justifique e fundamente seus atos de forma clara e objetiva, e que esteja sujeita
ao controle do Poder Judiciário e dos demais órgãos de controle e fiscalização
da legalidade dos atos administrativos.

6. Explique o que se entende por “motivação” nos atos da


administração
A motivação é um dos requisitos fundamentais dos atos administrativos, que
consiste na exposição dos motivos e razões que justificam a decisão da
administração pública em determinado caso.
A motivação é uma exigência legal e constitucional que visa garantir a
transparência, a legalidade e a legitimidade dos atos da administração pública.
Isso porque, ao fundamentar suas decisões em motivos objetivos e razoáveis,
a administração pública torna seus atos mais claros, precisos e justos, e evita
decisões arbitrárias ou baseadas em critérios subjetivos.
A motivação deve ser feita de forma clara, objetiva e suficiente, indicando as
circunstâncias fáticas e jurídicas que fundamentaram a decisão administrativa,
e demonstrando a coerência e a conformidade do ato com a legislação e as
normas aplicáveis ao caso concreto.
Além disso, a motivação também é importante para assegurar o direito de
defesa e contraditório dos interessados, permitindo que eles possam
questionar a decisão da administração pública e apresentar seus argumentos
em sua defesa.
Por fim, cabe ressaltar que a falta de motivação ou a motivação insuficiente
pode levar à nulidade do ato administrativo, ou seja, à sua invalidação por vício
de ilegalidade ou inconstitucionalidade.
7. Explique o que se entende por “segurança jurídica proteção a
confiança e boa-fé”
Segurança jurídica é um princípio fundamental do Estado Democrático de
Direito que se traduz na garantia de estabilidade e previsibilidade do
ordenamento jurídico, bem como na proteção dos direitos e interesses
legítimos dos cidadãos em face da ação do Estado.
A proteção à confiança e à boa-fé decorrem diretamente da segurança jurídica,
e consistem na garantia de que os indivíduos possam confiar nas decisões e
atos do Estado, e que estes sejam praticados de acordo com os princípios da
legalidade e da transparência.
Assim, a proteção à confiança e à boa-fé significa que os cidadãos têm o direito
de esperar que as normas e as decisões do Estado sejam claras, estáveis e
previsíveis, de forma a permitir que eles possam planejar suas ações e
investimentos de acordo com as regras estabelecidas pelo poder público.
Isso implica, por exemplo, que os atos e as decisões administrativas devem ser
pautados pela legalidade, transparência e imparcialidade, e que os cidadãos
devem ser informados adequadamente sobre seus direitos e obrigações em
relação ao Estado.
A proteção à confiança e à boa-fé também implica na vedação de
retroatividade das normas e dos atos administrativos, salvo em casos
excepcionais e devidamente fundamentados, de forma a garantir que os
cidadãos não sejam surpreendidos por mudanças bruscas e imprevisíveis no
ordenamento jurídico.

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