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Processo de Execução
O processo civil brasileiro prevê um processo de conhecimento para acertamento do direito, definição
do credor e da quantia devida e também uma fase de execução, que pode ser consequência procedimental dessa
ação de conhecimento (título executivo judicial) ou uma própria ação de execução (título executivo extrajudicial).
A tutela jurisdicional executiva visa efetivar uma situação jurídica subjetiva ativa ou seja, concretizar o
direito subjetivo reconhecido no título executivo judicial ou extrajudicial.
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1. Procedimento e classificações
Temos ainda:
a) Execução definitiva = é a execução do título definitivo, acobertada por coisa julgada material ou dó título
executivo extrajudicial;
b) Execução provisória = é a execução do título provisório, aquele que ainda pode ser substituído face ao julgamento
de recurso pendente.
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Situações especiais:
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a) Demanda executiva:
Quando há um processo de execução, a demanda se materializa por uma petição inicial. Quando há
fase de execução, a demanda executiva se materializa por simples petição nos autos.
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b) Título executivo
O título executivo comprova a presença das condições da ação executiva, materializa a obrigação e é o
documento indispensável à propositura da demanda. É indispensável para a admissibilidade da execução, mas não
implica na sua procedência.
Dever ser:
a) Líquido: objeto definido ou definível e com quantidade definida ou definível;
b) Certo: existência de obrigação exequenda; a certeza da obrigação não significa sua
imutabilidade ou indiscutibilidade.
c) Exigível: consubstancia o direito a uma prestação de forma eficaz, é aquela que não se
submete a qualquer condição ou termo que impeça o exercício do direito do credor.
A não satisfação pelo devedor, o torna inadimplente. Se o devedor não paga, o credor pode exigir a
execução forçada, com base no título executivo:
a) Judicial: decorrem do resultado de prestação da atividade jurisdicional: art. 515, CPC
b) Extrajudicial: decorrem do encontro de vontade das partes em uma relação de direito
material: art. 784, do CPC
Na execução, a atuação do Judiciário se destina à satisfação do crédito, tendo em vista que visa a
realizar o interesse do exequente: receber o que lhe é devido!
A atuação do juiz importa um caráter inquisitorial: Arts. 772 e 773 + 139, todos do CPC.
Também existem diversas situações em que terceiros deverão cooperar com o órgão jurisdicional para a
satisfação do processo executivo, vejamos:
a) a vizinhança do imóvel a ser penhorado pode contribuir caso possua informações a respeito do
executado não encontrado;
b) os bancos devem apresentar, uma vez ordenados, a documentação relativa às movimentações
financeiras do executado;
c) os cartórios de registro de imóveis devem apresentar, uma vez ordenados, a documentação relativa a
imóveis de propriedade do executado.
Atenção: a interpretação do conteúdo normativo de medidas necessárias precisa ser feita de acordo com o poder
geral de efetivação das decisões judiciais (art. 139, CPC); não já um rol típico de medidas que podem ser tomadas
visando dar cumprimento à ordem de entrega de documentos e dados.
O comportamento das partes, sujeitos do processo, independentemente de sua intenção, deve ser
transparente, legal e a conduta não deve ser contraditória. No CPC, devemos somar as normas dispostas no art. 77,
IV com art. 774. Nesses artigos, existe um rol de atuações omissivas e comissivas comuns na execução.
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Atenção: O art. 77, §2º, prevê que a multa aplicada pelo ato atentatório à dignidade da justiça é revertida ao Estado,
tendo em vista que o ato é diretamente contra o Judiciário. No caso do art. 774, a multa será revertida a favor do
exequente, que pode exigi-la nos próprios autos do processo de execução.
Quem será o responsável, individualmente, na execução, pela obrigação constante do título executivo?
Temos os responsáveis originários, elencados no art. 789, CPC e os responsáveis secundários, dispostos no art. 790,
CPC.
Deve ser analisada na conjunção de dois artigos : 790 + 832, ambos do CPC. Permite-se que os bens
indicados no art. 790 garantam a execução, desde que tais bens não estejam gravados pela impenhorabilidade.
8.2.1 - Responsáveis patrimoniais: são sujeitos que, em regra não são parte da relação material obrigacional, mas
tem seu patrimônio atingido pela execução.
8.2.2 - Responsabilidade executória primária: é do devedor solvente, que é titular da relação jurídica material,
responde primeiramente com seus bens face ao adimplemento da obrigação, ainda que seus bens estejam em poder
de terceiros.
8.2.3 - Responsabilidade executória secundária: sujeição de bens pertencentes a sujeitos não titulares da relação
material. Se bens de terceiros forem penhorados para garantir determinada execução, tem eles à disposição os
“embargos de terceiros”, ação própria, de conhecimento, que possui o objetivo livrar da construção judicial injusta
bens que foram apreendidos em um processo no qual o seu proprietário ou possuidor não figura como parte.
Todos os bens, salvo aqueles que a lei proíbe, podem ser objeto de execução!
8.3 - Bens submetidos ao regime de superfície:
O direito de superfície pode ser definido como sendo um direito real sobre coisa alheia que autoriza o
terceiro não proprietário a construir ou plantar em terreno de outrem, por tempo determinado, ou ainda, o direito
real de ter coisa própria de ter coisa própria incorporada em terreno alheio. (art. 1.369 a 1.377, CC)
Se a execução tiver por objeto obrigação de que seja sujeito passivo o proprietário de terreno
submetido ao regime do direito de superfície ou superficiário, responderá pela dívida, exclusivamente, o direito real
do qual é titular o executado, recaindo a penhora ou outros atos de constrição exclusivamente sobre o terreno ou
sobre a construção ou a plantação, a depender do legitimado passivo.
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A penhora anotada no registro de imóvel, deve deixar claro que se faz sobre o direito de superfície ou
sobre o domínio do terreno.
A verificação da fraude à execução não leva à invalidação do negócio jurídico de alienação ou oneração
do bem. Perante o credor, caracterizada e reconhecida a fraude, o negócio jurídico realizado pelo devedor é ineficaz,
permitindo-se a penhora regular do bem. Para o terceiro adquirente do bem, haverá responsabilidade sem débito
(haftung sem schuld).
A fraude à execução não exige necessariamente a propositura de processo executivo, esta pode ocorrer
na pendência de processo de conhecimento, o que é necessário é que o responsável tome ciência da existência da
ação.
Configurando-se a fraude, a ineficácia do ato é decretada com efeitos ex tunc.
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I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde
que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do
art. 828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição
judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-
lo à insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.
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Outras responsabilidades: