PARTE Prof. José Moisés Ribeiro • Gestão de bens públicos • Há o uso comum ou normal, o uso especial ou anormal (que tem suas subdivisões) e a utilização compartilhada. Cada um desses tipos de utilização possui suas características e peculiaridades, as quais serão descritas a seguir. • A utilização comum, como o próprio nome já diz, trata-se dos bens que possuem uma determinada destinação e são utilizados pelos membros da coletividade sem haver restrições. É o caso de praias, ruas, mares, etc. • Hely Lopes Meirelles (2001, p. 483) acrescenta que: “para esse uso só se admitem regulamentações gerais de ordem pública, preservadoras da segurança, da higiene, da saúde, da moral e dos bons costumes, sem particularização de pessoas ou categorias sociais”. • Em relação à utilização especial, podemos dizer que ela possui uma regra diferente. Não é de livre uso da coletividade, deve ser remunerada e possui a necessidade de autorização da Administração Pública. Isso quer dizer que, caso o particular ou a empresa queiram dispor daquele bem, devem formalizar um contrato perante a autoridade competente e regularizado por normas próprias (MEIRELLES, 2001). • Para Di Pietro (2003, p. 562), o uso privativo deve ser adquirido por particular ou pessoa jurídica mediante título jurídico individual para que exerçam com exclusividade sobre parcela de bem público. • a) Autorização de Uso • De acordo com Di Pietro (2003, p. 564), a autorização de uso é: • O ato administrativo unilateral e discricionário, pelo qual a Administração consente, a título precário, que o particular se utilize de bem público com exclusividade. A discricionariedade se refere ao fato de Administração poder escolher se aquele uso é conveniente para o interesse público ou não. A unilateralidade significa que o Estado não precisa da participação da outra parte e ser precário demonstra que a qualquer momento o contrato pode ser desfeito sem gerar indenização; • b) Permissão de uso • É um ato unilateral, discricionário e precário em que a Administração Pública autoriza um particular a utilizar privativamente o bem público, mas atendendo ao interesse público e privado. É o caso de bancas de revista, mesinhas nas calçadas, feiras de artesanato. Ressalte-se que, a permissão de uso é mais segura, pois sua precariedade é menor do que a de autorização de uso; • c) Concessão de uso de bem público • Trata-se de um ato mais solene, pois é realizado mediante contrato administrativo no qual o Poder Público transfere ao particular a utilização de um bem público. Depende de licitação, está sujeito às cláusulas, prazo determinado e sua extinção antes do prazo gera indenização. Além dessas características, a concessão de uso diferencia-se das duas anteriores em razão do seu caráter bilateral, concedido de acordo com o interesse público e não é ato precário, apesar de sua estabilidade não ser absoluta; • d) Concessão de Direito Real de uso • É instituída de forma remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, para fins específicos de regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo de terra, entre outros; • e) Concessão de Uso especial para fins de moradia • . Aquele que, até o dia 30 de junho de 2001, possuiu como seu por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, admitindo o aproveitamento da posse de sucessor, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, tem direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que seja observada a condição de ele não ser proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. • O bem público tem natureza imprescritível, e que não pode ser usucapido. Ocorre que, no caso da concessão de uso especial para fins de moradia, o sujeito não possui a propriedade, mas apenas adquire o direito de permanecer naquele lugar haja vista uma autorização da Administração Pública. Pode-se dizer que o intuito do legislador, ao criar essa Medida Provisória, foi atingir a finalidade social da propriedade para que aqueles que preencherem os requisitos possuam o direito de usar o bem público para fins de moradia. • NOVA LEI DE LICITAÇÕES – LEI Nº 14133/2021 COTEJANDO COM A LEI Nº 8666/93 – NOVAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO, INVERSÃO DAS FASES CONTIDAS NAS LEIS DE PREGÃO ELETRÔNICO E PRESENCIAL (O JULGAMENTO ANTECEDERÁ A FASE DE HABILITAÇÃO). • – (Conceituação com um pequeno histórico; abordagem de pontos cruciais de alteração da lei 14133 em realção à 8666/93 e inovações trazidas pela nova lei : • Aplicação • Crimes: artigo 178 do CP; • Principiologia estendida ; razoabilidade, segurança jurídica, competitividade, proporcionalidade, celeridade, economicidade, transparência, probidade); • Os objetivos foram ampliados na nova lei, pois além da isonomia e desenvolvimento, haverá: seleção da proposta apta a gerar resultado (executabilidade), ciclo de vida, evitar sobrepreços, manifestante inexequível, superfaturamento, incentivar a inovação; • A micro e pequenas empresas não podem participar com privilégios dentro do mesmo exercício, bem como empresas não podem participar duas vezes como prestadoras emergenciais. • Mudança nas modalidades : saem carta convite e tomada de preços e prevalecem: pregão, concorrência, concurso, leilão e a novidade que é o diálogo competitivo), • As licitações centrar-se-ão na natureza do objeto e não no valor e a virtualização será a tônica, inclusive para o edital, pois não mais haverá editais publicados em jornais, mas no portal do órgão; • O pregão será usado para serviços comuns de engenharia e com planilha, será modalidade obrigatória para bens e serviços comuns com a forma de uso virtual (eletrônico); • A locação de imóveis de uso especial e indispensável não tem mais a exigência de licitação, desde que não extrapole os preços de mercado. • Concorrência: bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia; • Diálogos Competitivos: obras e serviços e compras, quando a administração não tem a solução ou conhecimento pertinente; O leilão não mais para valores até R$1.430.000,00, mas para todos os valores; • Concurso não é mais o preço levado em consideração, mas a melhor técnica ou conteúdo artístico; • Não é mais uma comissão de licitação que agirá, mas um servidor efetivo ou empregado público dos quadros permanentes; • Na lei 8666/93 as audiências eram públicas e na lei 14133 haverá publicação de oito dias no portal eletrônico e a presença será facultativa. • Questões para discussão em sala de aula • 01 – A lei 14133/2021 abrange todas as esferas administrativas, com atenção para as fundações, autarquias, Judiciário e Legislativo e toda a administração pública direta e indireta. Essa é uma acertiva correta? Explique. • 02 – O FUNDEB e o Fundo de Participação dos Municípios são resguardados pela lei 14133/2021, mas não tem essa, a competência de agir sobre todas as ações de Judiciário e Legislativo. Essa acertiva é correta ou incorreta? Por quê?