Você está na página 1de 52

Prof. Eng.

Alexandre Cabral Cavalcanti

Planejamento Urbano Regional e Transporte


Engenharia civil
Aula 03 – Instrumentos Urbanísticos
Instrumentos Urbanísticos
Na aula passada listamos os instrumentos urbanísticos mais importantes relativos a
Imposto e Taxas no que tange aos aspectos Jurídicos e Políticos.

Os Instrumento Urbanísticos presentes no Estatuto da Cidade (Lei Federal nº


10.257/2001), defini que cada município deverá escolher os instrumentos que são
mais adequados a sua realidade e regulamentá-los no seu Plano Diretor; isso quer
dizer que nem todos os instrumentos citados serão regulamentados na minuta de
Plano Diretor em elaboração.
Parcelamento, Edificação e Uso Compulsório + IPTU
Progressivo no Tempo + Desapropriação por títulos da
Dívida Pública
São instrumentos de indução da função social da
propriedade urbana. Os imóveis sem construção, com
construção menor do que o coeficiente de aproveitamento
mínimo ou que, mesmo com construção, estejam sem uso,
não são benéficos à sociedade. Por isso, a Prefeitura pode
fazer uma série de medidas para garantir que esses imóveis
passem a cumprir a função social.
Função social da propriedade urbana

A Propriedade não é só um direito, mas também um dever. É


um direito do proprietário de ter para si a coisa e também um
dever dele para com a coletividade de que
essa propriedade produza frutos e atinja sua função social.

A referência da propriedade urbana é a propriedade do espaço,


como condição dinâmica de existência da própria cidade.
Essa referência produz diversas outras regulações sociais e
jurídicas, como é o caso das relações que envolvem a
mobilidade, os serviços, o consumo, o lazer, o trabalho, etc.
Função social da propriedade urbana

São convencionadas como funções sociais urbanísticas:


habitação, trabalho, lazer e mobilidade; funções de cidadania:
educação saúde, segurança e proteção; e as funções de gestão:
prestação de serviços, planejamento, preservação do patrimônio
cultural e natural, e sustentabilidade urbana.

Esse direito prevê que a propriedade deve atender a uma


necessidade na sociedade, ou seja, ter uma função social.
Sendo assim, quando um bem cumpre sua finalidade ele
atende sua função social, por exemplo se uma casa estiver
sendo habitada.
Procedimento Possível ao descumprimento da Lei
Direito de Preempção
É a preferência que o Poder Público tem na compra de certos
imóveis. Isso significa que, para os imóveis marcados no Plano
Diretor como direito de preempção, o proprietário, nos
primeiros 05 anos, deverá primeiro ofertar a venda à Prefeitura,
que poderá comprar ou não. Em caso de recusa, o proprietário
pode abrir a venda para qualquer pessoa.
Direito de Preempção
O direito de preempção é um instrumento jurídico de
política urbana que confere ao poder público
municipal, preferência para a compra de imóvel
urbano, respeitado seu valor no mercado imobiliário
antes que o imóvel de interesse do município seja
comercializado entre particulares. Este instrumento é
regulamentado nos artigos 25 a 27 do Estatuto da
Cidade (Lei Federal 10.257 de 10 de julho de 2001), que
regulamenta os artigos 182 e 183 do capítulo de
política urbana da Constituição Federal de 1988.
Direito de Preempção
Para a correta aplicação do município de usufruir do
direito de preempção, o deverá possuir lei municipal,
baseada no Plano Diretor, que delimite as áreas onde
incidirá a preempção, ou seja, o Plano Diretor deve
definir as características das áreas urbanas onde o
direito de preempção poderá ser exercido, bem como
as necessidades de uso para estas áreas urbanas.
Direito de Preempção
O registro cadastral urbano é fundamental na delimitação das
áreas de preempção, pois disponibiliza ferramentas que
auxiliam o gestor público na tomada de decisão (Sistemas de
Informação Cadastral); proporcionando um procedimento
rápido de avaliação do valor do imóvel (Planta de Valores
Genéricos); possibilita o enquadramento das áreas em
finalidades específicas e programadas a partir de critérios
técnicos embasados na realidade ocupacional do espaço
urbano; assim como permite o acompanhamento da
dinâmica do mercado imobiliário e a contenção da
especulação imobiliária.
Direito de Preempção
Em suma podemos afirmar que o direito de preempção tem inúmeras
vantagens, dentre elas destaca-se o fato de permitir que o Poder
Público tenha conhecimento de todos os projetos de venda existentes
nas áreas definidas, podendo intervir nos casos em que for ameaçado
o interesse coletivo. Possibilitando ainda a contenção da especulação
imobiliária, fazendo com que a cidade se torne mais justa socialmente.

Possibilitando também a criação de uma nova cultura de gestão


municipal revisando os sistemas de tomada de decisão, incorporando
o geoprocessamento, mais especificamente os Sistemas de Informação
Territorial, como uma ferramenta de grande potencialidade dentro do
planejamento urbano municipal, onde o principal objetivo deve ser o
atendimento às diretrizes do Estatuto da Cidade, que trouxe inúmeras
vantagens sociais. 
Outorga Onerosa do Direito de Construir
É a possibilidade de construir acima do coeficiente de aproveitamento
(CA) básico, mediante pagamento de um valor à Prefeitura.

O Plano Diretor deve indicar as áreas da


cidade onde a Outorga Onerosa do Direito de
Construir pode ser utilizada. No geral, são nas
áreas com melhor infraestrutura
Outorga Onerosa do Direito de Construir

O dinheiro arrecadado com a Outorga Onerosa deve


ser usado para melhorias no espaço urbano. Tais
melhorias também devem ser estabelecidas no Plano
Diretor
Zona Especial de Interesso Social

Áreas em que recaem parâmetros específicos de


parcelamento, uso e ocupação do solo com vistas à
garantia da moradia da população de menor renda.
No geral, são divididas em ZEIS que demarcam
áreas ocupadas – como favelas, loteamentos
irregulares – e ZEIS em terrenos vazios.
Possibilidades na Gestão das ZEIS

ZEIS em áreas Regularização


ocupadas Fundiária

Construção de unidades
habitacionais de baixa
ZEIS de Vazios renda.
Transferência do Direito de Construir
Consiste na possibilidade de um proprietário exercer o direito
de construir de um imóvel em outro ou vender a outro
proprietário que quiser construir acima do coeficiente de
aproveitamento básico.

Poderão receber a transferência do direito de


construir: a) Prioritariamente os imóveis situados nas
áreas delimitadas na Lei de Parcelamento, Ocupação e
Uso do Solo em que haja predominância de condições
favoráveis de infraestrutura e topografia, chamadas Zona
de Adensamento Preferencial (ZAP)
Transferência do Direito de Construir
Válido quando o imóvel for necessário para: implantação de
equipamentos urbanos; preservação histórica, ambiental,
paisagística, social ou cultural; servir a programas de
regularização fundiária, urbanização ou produção de Habitações
de Interesse Social (HIS).
Transferência do Direito de Construir

Proprietários de imóveis tombados


que estão localizados em zonas com
potencial construtivo muito maior
que o efetivamente utilizado poderão
transferir a diferença para outro lote,
minimizando ou mesmo anulando as
perdas financeiras. A intenção é evitar
que o proprietário deixe de fazer as
manutenções necessárias à edificação
e de dificultar o trabalho de
preservação, por estar insatisfeito
com as possibilidades de ganhos
financeiros com o seu imóvel. Dessa
forma, ele pode vender o potencial
construtivo sobre o qual ele teria o
direito, caso a edificação fosse
comum, sem interesse histórico.
Contribuição de Melhoria
São características da contribuição de melhoria?

Características.

A contribuição de melhoria é considerada uma espécie


de tributo, ao lado de imposto, taxa, empréstimo
compulsório, contribuições sociais e contribuições
especiais.
Contribuição de Melhoria
É uma forma do Poder Público recuperar os recursos aplicados
em obras públicas que tenham gerado valorização dos imóveis
no entorno. É o caso, por exemplo, de imóveis que foram
valorizados por conta de uma nova estação de metrô nos
arredores. Desses imóveis, é cobrado um valor que os
proprietários devem pagar ao Poder Público.
Contribuição de Melhoria
A base de cálculo da contribuição de melhoria é a
valorização imobiliária. Tem como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que
da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Se não
houver aumento do valor do imóvel, não pode o poder
público cobrar-lhe a mais valia.

Art. 145º Constituição Federal, prevê a CONTRIBUIÇÃO DE


MELHORIA, tem como fato gerador o acréscimo do valor
do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou
indiretamente por obras públicas.
Contribuição de Melhoria
TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
SEÇÃO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
  Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Tombamento
O tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção
do patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela
administração federal, estadual e municipal.

Em âmbito federal, o tombamento foi instituído pelo 


Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, o primeiro
instrumento legal de proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro
e o primeiro das Américas, e cujos preceitos fundamentais se
mantêm atuais e em uso até os nossos dias.
Tombamento
De acordo com o Decreto, o Patrimônio Cultural  é definido como um
conjunto de bens móveis e imóveis existentes no País e cuja
conservação é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos
memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. São também
sujeitos a tombamento os monumentos naturais, sítios e paisagens
que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham
sido dotados pela natureza ou criados pela indústria humana.
Tombamento
A palavra tombo, significando registro, começou a ser
empregada pelo Arquivo Nacional Português, fundado por Dom
Fernando, em 1375, e originalmente instalado em uma das
torres da muralha que protegia a cidade de Lisboa. Com o
passar do tempo, o local passou a ser chamado de Torre do
Tombo. Ali eram guardados os livros de registros especiais ou
livros do tombo. No Brasil, como uma deferência, o Decreto-Lei
adotou tais expressões para que todo o bem material passível
de acautelamento, por meio do ato administrativo do
tombamento, seja inscrito no Livro do Tombo correspondente. 
Tombamento
Sob a tutela do Iphan, os bens tombados se subdividem em bens
móveis e imóveis, entre os quais estão conjuntos urbanos,
edificações, coleções e acervos, equipamentos urbanos e de
infraestrutura, paisagens, ruínas, jardins e parques históricos,
terreiros e sítios arqueológicos. O objetivo do tombamento de
um bem cultural é impedir sua destruição ou mutilação,
mantendo-o preservado para as gerações futuras. 
PARCELAMENTO DO SOLO
ÁREA EM QUE É PERMITIDA A IMPLANTAÇÃO DE
LOTEAMENTO
A Lei nº 6.766/1979 assim relaciona as áreas em que é permitida
a instalação de loteamentos:

Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins


urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de
urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou
aprovadas por lei municipal.
Sobre esse aspecto, “segundo esse comando peremptório, a
partir da vigência da Lei nº 6.766/1979, não mais se permite
loteamentos ou desmembramentos, para finalidades urbanas, na
zona rural”.
PARCELAMENTO DO SOLO
ÁREA EM QUE É PERMITIDA A IMPLANTAÇÃO DE
LOTEAMENTO
O sentido e o alcance do art. 3º é altamente meritório, posto que
visa proteger os “cinturões verde” das cidades, evitando o
avanço do meio urbano sobre o rural, avanço que pouco a pouco
vinha exterminando as propriedades agrícolas, tão necessárias
para a nossa auto subsistência.

O panorama especulativo dos “sítios e chácaras de recreio”


substituindo as plantações era o retrato fiel de um país que
preferia o lazer ao trabalho mesmo que pareça absurdo, assim
se constatou ao longo dos anos.
PARCELAMENTO DO SOLO
ÁREA EM QUE É PERMITIDA A IMPLANTAÇÃO DE
LOTEAMENTO
Vale ressaltar que essas zonas devem ser determinadas pelo
Município, por meio do Plano Diretor ou lei municipal, conforme
determina a Lei nº 10.257/2001 - Estatuto da Cidade:
Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros
instrumentos:
[...]
III – planejamento municipal, em especial:
a) plano diretor;
b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;
c) zoneamento ambiental;
ÁREA EM QUE NÃO É PERMITIDA IMPLANTAÇÃO DE LOTEAMENTO 
Segundo dispõe o art. 3º, parágrafo único, da Lei nº 6.766/1979, não é permitido o
parcelamento do solo nas seguintes áreas:
 Terrenos alagadiços e/ou sujeitos a inundações;
* admite-se o parcelamento nessas áreas apenas depois de tomadas providências
para assegurar o escoamento das águas.
 Terrenos nos quais tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública;
* admite-se o parcelamento nessas áreas apenas depois de previamente saneadas.
 Terrenos com declividade igual ou superior a 30%;

* admite-se o parcelamento nessas áreas se atendidas exigências específicas das


autoridades competentes.
 Terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
 Áreas de preservação ecológica;
 Áreas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis.

* admite-se o parcelamento nessas áreas se for feita a correção sanitária.


FAIXAS NÃO EDIFICÁVEIS
Dentre os requisitos urbanísticos para a implantação de
loteamentos, a Lei nº 6.766/1979 fixou uma área não edificável
de 15 (quinze) metros ao longo de águas correntes e dormentes,
das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias e ao longo
de dutovias:
Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:
[...]
III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das
rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15
(quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica;
§ 1º A legislação municipal definirá, para cada zona em que se divida o território do
Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação
do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os
coeficientes máximos de aproveitamento.
ÁREAS VERDES
A imprescindibilidade de reserva de áreas verdes nos
loteamentos, para José Afonso da Silva, busca atender
“uma necessidade higiênica, de recreação e até de
defesa e recuperação do meio ambiente em face da
degradação de agentes poluidores”.
As áreas verdes estão inseridas nos espaços livres de
uso público, um dos requisitos urbanísticos para a
implantação de loteamento fixados pela Lei nº
6.766/1979:
Estatuto da Cidade
Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos
seguintes requisitos:
I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a
implantação de equipamento urbano e comunitário, bem
como a espaços livres de uso público, serão
proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo
plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona
em que se situem.
Estatuto da Cidade - PARCELAMENTO
Nesse sentido, devemos compreender que as áreas
verdes, para esclarecer, que estas não se confundem
com as faixas non edificandi estabelecidas no art. 4º,
inciso I, da Lei nº 6.766/1979:
Elas vão adquirindo regime jurídico especial, que as distinguem dos
demais espaços livres e de outras áreas non aedificandi, até porque se
admitem certos tipos de construção nela, em proporção reduzidíssima,
porquanto o que caracteriza as áreas verdes é a existência de vegetação
continua, amplamente livre de edificações, ainda que recortada de
caminhos, vielas, brinquedos infantis e outros meios de passeios e
divertimentos leves, quando tais áreas se destinem ao uso público.
Parcelamento do Solo
Ao Município cabe regulamentar a
destinação dos espaços livres de uso
público, de acordo com a densidade
de ocupação prevista no Plano Diretor
ou em lei municipal, conforme
prescreve o artigo supracitado.
Reserva Legal
Sobre a reserva legal em parcelamentos do solo para fins
urbanos, o Novo Código Florestal – Lei nº 12.651/2012 assim
dispõe:

Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido


mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro
da manutenção da área de Reserva Legal, que só será extinta
concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins
urbanos aprovado segundo a legislação específica e consoante
as diretrizes do plano diretor de que trata o § 1º do art. 182 da
Constituição Federal.
INFRAESTRUTURA BÁSICA DOS LOTEAMENTOS
De acordo com a Lei de Parcelamento do Solo, a infraestrutura
básica dos loteamentos é constituída dos seguintes
equipamentos urbanos (art. 2º, § 5º):

1. Escoamento das águas pluviais;


2. Iluminação pública;
3. Esgotamento sanitário;
4. Abastecimento de água potável;
5. Energia elétrica pública e domiciliar; e
6. Vias de circulação.
Além destes, outros equipamentos podem ser exigidos por lei
municipal.
INFRAESTRUTURA BÁSICA EM ZHIS
Se o loteamento for em Zona Habitacional de Interesse Social,
assim declarada por lei, a infraestrutura consistirá, no mínimo,
dos seguintes equipamentos (art. 2º, § 6º, da Lei nº 6.766/1979):

1. Vias de circulação;
2. Escoamento das águas pluviais;
3. Rede para o abastecimento de água potável; e
4. Soluções para o esgotamento sanitário e a energia elétrica
domiciliar.

Da mesma forma, o Município pode, por meio de lei, contemplar


outros equipamentos.
Implantação da infraestrutura básica
O art. 18, inciso V, da Lei Federal nº 6.766/1979 estabelece que as obras
devem ser executadas no prazo máximo de 4 (quatro) anos da data da
aprovação do projeto, in verbis:

Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá


submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de
caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos:
[...]
V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação
pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das obras exigidas por
legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execução das vias de circulação do
loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento
das águas pluviais ou da aprovação de um cronograma, com a duração máxima de
quatro anos, acompanhado de competente instrumento de garantia para a execução
das obras;
GARANTIA DA EXECUÇÃO DAS OBRAS
Para garantir a execução das obras de infraestrutura, o loteador
deve apresentar o competente instrumento de garantia, conforme
estipulado no art. 18,
inciso V, da Lei Federal nº 6.766/1979. Trata-se da chamada
“caução”, garantia dada pelo parcelador, ao Município, com o
objetivo de assegurar a execução das obras.
Esse instrumento de garantia pode ser apresentado na forma de
dinheiro, títulos da dívida pública, hipotecas, imóveis, seguro-
fiança, etc. O mais comum é que sejam oferecidos lotes do
próprio loteamento que se deseja implantar, sobre os quais recai
restrição de alienação registrada no Cartório de Registro de
Imóveis.
GARANTIA DA EXECUÇÃO DAS OBRAS
Para garantir a execução das obras de infraestrutura, o loteador
deve apresentar o competente instrumento de garantia, conforme
estipulado no art. 18,
inciso V, da Lei Federal nº 6.766/1979. Trata-se da chamada
“caução”, garantia dada pelo parcelador, ao Município, com o
objetivo de assegurar a execução das obras.
Esse instrumento de garantia pode ser apresentado na forma de
dinheiro, títulos da dívida pública, hipotecas, imóveis, seguro-
fiança, etc. O mais comum é que sejam oferecidos lotes do
próprio loteamento que se deseja implantar, sobre os quais recai
restrição de alienação registrada no Cartório de Registro de
Imóveis.
CAUÇÃ O
Caso o loteador não realize as obras de infraestrutura no
prazo estipulado, a responsabilidade recairá sobre o
Município, podendo o Ministério Público manejar a
competente ação civil pública visando compelir o ente
municipal a executar essas obras.
O Município torna-se coobrigado na conclusão das obras
de urbanização do parcelamento aprovado (art. 40, da Lei
Federal nº 6.766/1979), haja vista que constitui seu dever
exercer o controle sobre o uso e ocupação do solo
urbano, nos termos do art. 30, inciso VIII, da Constituição
Federal.
CAUÇÃ O

De acordo com assente entendimento


jurisprudencial, “Quanto à responsabilidade
do Município, o entendimento atual e
dominante desta Corte é no sentido de que
o Município responde solidariamente pela
regularização do loteamento" (STJ. REsp
1.656.415/SP, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de
02/05/2017).
REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO LOTEAMENTO

Propriedade da gleba: título de propriedade do imóvel ou


certidão da matrícula (art. 18, inciso I, da Lei nº 6.766/1979).
Títulos de propriedade anteriores: histórico dos títulos de
propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos,
acompanhados dos respectivos comprovantes (art. 18, inciso II,
da Lei nº 6.766/1979).
Certidões negativas: tributos federais, estaduais e municipais
incidentes sobre o imóvel; ações reais referentes ao imóvel, pelo
período de 10 (dez) anos; ações penais relacionadas a crimes
contra o patrimônio e contra a Administração Pública (art. 18,
inciso III, da Lei nº 6.766/1979).
REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO LOTEAMENTO
Outras certidões: dos cartórios de protestos de títulos,
em nome do loteador, pelo período de 10 (dez) anos; de
ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10
(dez) anos; de ônus reais relativos ao imóvel; de ações
penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos
(art. 18, inciso IV, da Lei nº 6.766/1979).
Certidão de Uso do Solo: emitida pela Prefeitura, indica
as diretrizes do ordenamento urbano e confirma que o
loteamento será instalado em zona urbana, de expansão
urbana ou de urbanização específica (art. 3º da Lei nº
6.766/1979).
PROJETO E LICENCIAMENTO MUNICIPAL
Projeto do loteamento deverá estar de acordo com as diretrizes
para uso e ocupação do solo determinadas pelo Município,
orientado pelo traçado previamente fixado pela legislação
municipal, na forma do art. 6º da Lei Federal nº 6.766/1979:
Art. 6º. Antes da elaboração do projeto de loteamento, o
interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito
Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do
solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e
das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário,
apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel
contendo, pelo menos:
PROJETO E LICENCIAMENTO MUNICIPAL

I - as divisas da gleba a ser loteada;


II - as curvas de nível à distância adequada, quando exigidas por lei
estadual ou municipal;
III - a localização dos cursos d’água, bosques e construções existentes;
IV - a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a
localização das vias de comunicação, das áreas livres, dos equipamentos
urbanos e comunitários existentes no local ou em suas adjacências, com
as respectivas distâncias da área a ser loteada;
V - o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina;
VI - as características, dimensões e localização das zonas de uso
contíguas.
PROJETO E LICENCIAMENTO MUNICIPAL

Deve contemplar, ainda, as áreas institucionais destinadas a


equipamentos públicos e as áreas verdes (art. 4º, inciso I, da Lei
nº 6.766/79); bem como indicativo da infraestrutura que irá
guarnecer o loteamento, discriminação das ruas, projeto de
drenagem pluvial, fornecimento de água, coleta de esgoto, etc.

Além de apresentar o cronograma de execução das obras, que


poderá ser de no máximo 4 (quatro) anos, o empreendedor
deverá consignar caução para garantir a execução das obras.
Geralmente, o empreendedor reserva uma parte dos lotes como
caução (art. 2º, § 5º e art. 18, inciso V, da Lei nº 6.766/79).
Até Semana que vem

Você também pode gostar