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Ainda nos dias atuais não é raro encontrarmos extensas áreas de terras
não urbanizadas muito próximas a metrópoles ou cidades de médio porte em
fase de desenvolvimento e que ainda estão nas mãos de um único proprietário.
Com a expansão urbana, estas áreas passam a ser visadas e valorizadas pelos
empreendedores imobiliários que buscam justamente terrenos com estas
características para o desenvolvimento de novos projetos, os quais poderão ser
realizados através da implantação de loteamentos urbanos.
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2 A estruturação de loteamentos urbanos
através de contrato de parceria
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Artigo 2º. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as
disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes.
§ 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de
circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
§ 2º - Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema
viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem prolongamento, modificação ou
ampliação dos já existentes.
§ 3º (VETADO)
§ 4º - Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos
pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe.
§ 5º - A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas
pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias
de circulação.
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2 A estruturação de loteamentos urbanos
através de contrato de parceria
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Hoje, por força constitucional, os Estados e Municípios têm competência para estabelecer normas complementares relativas
ao parcelamento do solo municipal para adequar às peculiaridades regionais e locais.
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Lei nº 6.766/79 – artigo 18: aprovado o projeto de loteamento ou desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao
registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes
documentos: (...).
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através de contrato de parceria
Para que esta negociação tenha êxito, é preciso que ela esteja muito
bem estruturada. Nesse sentido, o instrumento jurídico que regulará
a parceira entre o terreneiro e o empreendedor deverá estabelecer
todos os direitos e obrigações das partes envolvidas nas suas diversas
fases, desde a concepção e desenvolvimento do projeto, passando
pela regularização da área, aprovação do projeto até a comercialização
dos lotes urbanizados. O contrato de parceria deverá regrar também o
modo de repartição das receitas oriundas das vendas dos lotes.
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Na lição de Sílvio de Salvo Venosa, “se a avença contratual tiver por objeto regular relações negociais menos comuns, ou sui
generis, mais ou menos empregadas na sociedade, mas não descritas ou especificadas na lei, estaremos perante um contrato
atípico (ou inominado, segundo a doutrina mais antiga)”. E, prossegue, afirmando que “Nos contratos atípicos, a determinação
formal é dada pelas partes. Isso não significa que a lei não proteja essa manifestação de vontade. Como estamos no campo da
autonomia da vontade, respaldada pelo ordenamento, a descrição das condutas, feita pelas partes nesses contratos, estará
inserida em um negócio jurídico perfeitamente válido e eficaz”. (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações
e teoria geral dos contratos. 11ª ed. Volume 2. São Paulo: Atlas, 2011, p. 421-422).
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através de contrato de parceria
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2 A estruturação de loteamentos urbanos
através de contrato de parceria
EMPREENDEDORA PARCERIA
(know how em loteamentos) (proprietária da área)
CONTRATO
DE PARCERIA
Obrigações da Empreendedora:
Obrigações da Parceira:
- implementar o Loteamento.
- entregar o imóvel para a Empreendedora.
- elaboração de estudos e projetos para
- manter a propriedade da área sem
aprovação do loteamento.
onerá-la com hipotecas e outros ônus.
- estudos sobre a situação ambiental
- arcar com os impostos incidentes
e legal da área.
sobre a área até o momento do registro
- definir o cronograma de obras.
do loteamento ou até a entrega da posse
- executar as obras para a implementação
da área para a Empreendedora.
física do loteamento.
- elaborar o plano de marketing e tabela de
vendas dos lotes.
- promover a venda dos lotes.
Adquirentes
Partilha do valor
das vendas entre
Parceira e
REGISTRO Empreendedora
DO
LOTEAMENTO Valor das conforme ajustado
Vendas no contrato.
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