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2.

MARCO LEGAL
A política de atendimento apresentada nesse PDR está condicionada ao
ordenamento jurídico utilizado no país e às políticas de salvaguarda ambiental e
social do BID, assim como as determinações da Lei que será promulgada para
regulamentar a operação de financiamento junto ao BID.
O arcabouço jurídico disponível se mostra suficiente para respaldar as
ações propostas nesse PDR, mas alguns instrumentos específicos, como as
declarações de utilidade pública e de interesse social sobre as áreas de
intervenção do Programa, serão requeridos para iniciar a execução das obras e
demais ações socioambientais.
Resumidamente os instrumentos jurídicos que incidem no PDR são:
2.1. DESAPROPRIAÇÕES
Os fundamentos da Desapropriação repousam nas disposições do artigo 5 da Constituição
Federal Brasileira de 1988 e no Código Civil Brasileiro
(Lei 10.406/2002), que regulamenta a desapropriação por interesse social.
Na Constituição Federal de 1988 o direito à propriedade foi garantido como fundamental (art.
5o, XXII), sendo inviolável e essencial ao ser humano. À
propriedade foi atribuído o interesse social, pois o art. 5o, XXIII prega que “a
propriedade atenderá a sua função social", e dessa forma, fica condicionada à
sua efetividade neste âmbito.
No Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002) - § 3o O proprietário pode
ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade
pública ou interesse social, bem como na requisição, em caso de perigo público
iminente. Neste caso, segundo o § 5o, se fixará a justa indenização devida ao
proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do
imóvel em nome dos possuidores.
São também incidentes sobre o PDR o Decreto Estadual No 21147/00 de
Desapropriação de Imóveis para Obras Públicas, Utilidade Pública ou Interesse
Social e a Lei Estadual No 2754/02 - Trato dos Bens Imóveis do Estado do
Amazonas.
A implantação do PDR depende da promulgação de Decreto de
Desapropriação por Interesse Público/ Interesse Social, o
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qual poderá ser coletivo, no sentido de contemplar um único perímetro,
correspondente à localização dos imóveis titulados, ou individuais com vários
decretos dirigidos a cada um dos proprietários de imóveis de domínio particular
O instrumento da Desapropriação implica pagamento de Indenização
aos proprietários, e esta compensação constitui requisito indispensável para se
proceder a emissão de posse do imóvel ao poder público, sem a qual não está
o terreno habilitado para implantação de obras.
Conflitos envolvendo discussões sobre o valor da indenização e
problemas documentais dos imóveis costumam onerar significativamente o custo do processo
de desapropriação. Isso em função da incidência de juros
moratórios e compensatórios cumuláveis durante o período em que ocorrem os
referidos conflitos. Nos termos do citado dispositivo constitucional, a
indenização, nos casos de desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, será devida em dinheiro.
Ressarcimentos através de outros mecanismos (adjudicação de
moradias construídas em núcleos residenciais ou compradas no mercado
imobiliário) estarão respaldados no mecanismo da Permuta, abordado no item
REASSENTAMENTO.
2.2. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
A área delimitada para implantação do Programa em sua grande parte é
constituída por terrenos com ocupações precárias que carecem de regularização
fundiária que garantam a propriedade efetiva das áreas ocupadas. Nesse
sentido se prevê, além da regularização e titulação das unidades habitacionais
a serem construídas, um trabalho em parceria com as instituições públicas do
Estado (PGE e SUHAB) para promover a regularização fundiária da área de
intervenção.
Os fundamentos para as ações de regularização fundiária, se respaldam
no amplo arcabouço jurídico disponível a nível federal e estadual, entre os quais
se destacam:
A Lei Federal no 13.465, de 2017 - Que dispõe sobre a regularização
fundiária rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos
assentados da reforma agrária e sobre a regularização fundiária no
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âmbito da Amazônia Legal; institui mecanismos para aprimorar a eficiência dos
procedimentos de alienação de imóveis da União e o Decreto No 9.310, de 2018
Que institui as normas gerais e os procedimentos aplicáveis à Regularização Fundiária Urbana
e estabelece os procedimentos para a avaliação e a alienação
dos imóveis da União, ao nível federal.
Na esfera estadual a Lei No 2754, de 2002 - Que regulamenta o artigo
134 da Constituição do Estado do Amazonas, dispondo sobre a aquisição, destinação,
utilização, regularização e alienação dos bens imóveis do Estado do
Amazonas e dá outras providências e a Lei No 3804, de 2012- Que dispõe sobre
a regularização fundiária das terras situadas em áreas de domínio do Estado do
Amazonas, visando à regularização de ocupações, incentivos às sociedades
empresárias, à criação de projetos de assentamentos e à proteção às
comunidades tradicionais.
2.3. REASSENTAMENTO
Contrato de Adesão à Alternativa de Remanejamento
Entre as diretrizes regentes deste PDR, deve ser instituída uma fase de
implantação destinada especificamente a um processo de distribuição das
famílias entre as alternativas de remanejamento oferecidas. Uma vez realizada
a opção, o contrato será considerado um Acordo entre cada família e o Governo
do Estado.

Contrato de Permuta utilizado para as situações de construção de
moradias em unidades habitacionais, ou permuta de moradia afetada por
moradia construída, atua como um contrato, através do qual, as partes
transferem e recebem um bem uma da outra, os quais se substituem
reciprocamente no patrimônio dos permutantes. O uso do preceito da permuta
para implantação das soluções de remanejamento de população possibilitará,
cumprir a diretriz de não repassar aos afetados custos das soluções, além de
possibilitar que as famílias recebam moradias de maior valor e sem ônus em
troca de suas habitações originais.
A premissa segundo a qual não recairá sobre a família remanejada o
custo da solução, irá requerer regulamentação específica para celebração de
Contrato de Permuta entre o GEA e cada uma das famílias, que
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deverão ser deslocadas da área requerida para implantação do Programa,
exceção feita, evidentemente, aos casos habilitados ao instituto da
desapropriação/indenização focalizados anteriormente neste capítulo.
2.4. TRABALHO SOCIAL
Portaria N° 464 Ministério das Cidades, de 25 de julho de 2018 - Esta Portaria estabelece as
normas e orientações para elaboração, contratação e
execução do Trabalho Social dos Programas e Ações do Ministério das Cidades,
incluindo: as intervenções de habitação e saneamento, objetos de operações de
repasse ou financiamento, firmadas com o setor público; as intervenções de
habitação, objetos de operações de repasse com entidades privadas sem fins
lucrativos.
Lei N° 13.146, de 6 de julho de 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão
da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Lei N° 9.795, de 27 de abril de 1999 - Dispõe sobre a educação
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências.

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