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Curso Remoto de Gestão e

Operação Portuária
da Universidade Federal
Fluminense

A caracterização da Governança
Portuária: Atores e regimes
jurídicos
Prof. Me. Luciana C. Guerise
out.2020

ALEXSANDRO SANTANA AZEVEDO - 01159265771


Port Planning 1970

O que é PORTO?
Um porto é um projeto de grande importância nacional. Requer habilidade e
conhecimentos técnicos para operar eficientemente por, pelo menos, 100 anos
Isamu Hiroi;

Requer conhecimentos técnicos e arte na concepção. Requer entendimento


de como operar, de todas as funções de um porto, e das necessidades de
seus usuários
B. Nagorski

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O que é PORTO?
Algumas tantas Definições:

Área de trânsito, onde as cargas devem ser embarcadas/desembarcadas rapidamente -


porto é local de convergência para o transporte de carga terra-mar.

O porto é considerado um “nó” na chamada “cadeia” de distribuição de atividades físicas -base


para operações logísticas.

Porto é uma zona costeira abrigada da ação do mar, onde a navegação pode ancorar com
segurança e proceder com suas atividades relacionadas com o setor terrestre.

São conjuntos de infraestruturas e equipamentos que viabilizam fluxos de pessoas e


mercadorias.
São parte da rede mundial de transportes

É resultado de um jogo de relações locais, regionais, nacionais e internacionais

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O que é PORTO?
outras tantas definições:

Parte vital da infra estrutura de transporte das Nações

Interface concentradora de Rodovias e Ferrovias

Interface concentradora da infraestrutura e da atividade comercial

Interface onde ocorrem os maiores custos e atrasos

Interface onde as políticas Governamentais e Alfandegárias são implementadas

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O que é um PORTO?

Adequação dos fluxos Oferta X Demanda

Setores Produtivos
Portos
Agro-alimentar

Automotivo

Eletro-eletrônico

Fármaco-químico

Fonte: Denise Portella Rosa


Higiene e limpeza

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O que é um PORTO?
PORTO: Ponto de transposição modal

SEA PORT: Ponto de transposição entre os modais terrestres e marítimo

Um ELO da Cadeia Logística

Um EMPREENDIMENTO

Um instrumento de DESENVOLVIMENTO

O QUE JUSTIFICA UM PORTO?


(na perspectiva da atividade) local físico, dotado de infraestruturas para os serviços de
transferência de carga respeitando as condições técnicas e exigências das entidades envolvidas

(na perspectiva do negócio) centro integrado de negócios, dotado de infraestruturas e


superestruturas portuárias, áreas de serviços, zonas de serviços de logística e zonas de implantação
industrial, visa assegurar vantagens competitivas ao sistema econômico.
Fonte: CARVALHO; Adácio C. P.O novo papel dos Portos

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A especialização dos terminais portuários é
decorrente do aumento dos fluxos de transporte
marítimo advindo da globalização das economias que
se reflete na concentração em tipos diversificados de
cargas (granéis sólidos, granéis líquidos e gasosos,
carga geral e carga conteinerizada). Essa
especialização influencia a escolha da infraestrutura e
localização do terminal, em relação de causa e efeito
com o porte dos navios atendidos.

Fonte: https://cembra.org.br/index.php/livro-o-brasil-e-o-mar-no-seculo-xxi
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Os portos eram cheios de navios e abarrotados de pessoas para o trabalhos de manuseio de
carga. Os portos modernos são mais sutis. Os navios fazem escalas fugazes em terminais
altamente automatizados e aparentemente desertos. A atividade é menos visível, mas muito
mais intensa.

Funções Portuárias tradicionais:


1ª Geração: EMBARQUE e DESEMBARQUE
Até 1960
Necessidade de alocação Mão de Obra
Carga Geral fracionada
Porto a.c

Funções Portuárias Tradicionais


Após 1960 EMBARQUE e DESEMBARQUE a.c
d.c
até 1990 +
PERCEPÇÃO INTERMODAL
conteinerização

FUNÇÕES DE INTELIGÊNCIA E
Após 1990 AGREGAÇÃO DE VALOR:
Economias de Escala / Fusões / Just in
Time / On Demand / B2B / e-Logistics
Portos 4.0 – IA , IOT , 3D Print,
2020
Computação Quantica
(2) Economic and Social Comission For Asia and Pacific – UNCTAD, 2002;6
https://www.youtube.com/watch?v=5IpqV15f
rb4&pp=qAMBugMGCgJwdBAB ALEXSANDRO SANTANA AZEVEDO - 01159265771
Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as
Presidência da República atividades desempenhadas pelos operadores portuários; altera as Leis nos 5.025, de 10 de junho de 1966,
Casa Civil 10.233, de 5 de junho de 2001, 10.683, de 28 de maio de 2003, 9.719, de 27 de novembro de 1998, e
Subchefia para Assuntos Jurídicos 8.213, de 24 de julho de 1991; revoga as Leis nos 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, e 11.610, de 12 de
dezembro de 2007, e dispositivos das Leis nos 11.314, de 3 de julho de 2006, e 11.518, de 5 de setembro
LEI Nº 12.815, DE 5 DE JUNHO DE 2013. de 2007; e dá outras providências.

Capítulo I
O que regula? R: A exploração pela União, direta ou indiretamente

A exploração indireta das


instalações portuárias A exploração indireta
localizadas dentro da área das instalações
do porto organizado portuárias localizadas
ocorrerá mediante fora da área do
concessão e arrendamento porto organizado
de bem público.
Arrendamento Autorização

Delegação Concessão
Total ou parcial do Porto
Organizado cessão onerosa do
Transferido por porto organizado, com vistas à
Convênio administração e à exploração de
sua infraestrutura por prazo
determinado ;
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Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as
Presidência da República atividades desempenhadas pelos operadores portuários; altera as Leis nos 5.025, de 10 de junho de 1966,
Casa Civil 10.233, de 5 de junho de 2001, 10.683, de 28 de maio de 2003, 9.719, de 27 de novembro de 1998, e
Subchefia para Assuntos Jurídicos 8.213, de 24 de julho de 1991; revoga as Leis nos 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, e 11.610, de 12 de
dezembro de 2007, e dispositivos das Leis nos 11.314, de 3 de julho de 2006, e 11.518, de 5 de setembro
LEI Nº 12.815, DE 5 DE JUNHO DE 2013. de 2007; e dá outras providências.

✓ CAP I – DEFINIÇÕES – Houve alterações de definições


✓ CAP II - MODELO DE EXPLORAÇÃO - Arrendamento e Autorização

✓ CAP III - PODER CONCEDENTE - Planejamento pela SNPTA - A Agência regulamentação e Fiscalização

✓ CAP IV - AUTORIDADE PORTUÁRIA – Administração Portuária


✓ CAP V – DA OPERAÇÃO PORTUÁRIA – Qualificações e Responsabilidades
✓ CAP VI – TRABALHO PORTUÁRIO - exclui multifuncionalidade (Art. 44)

✓ CAP VIII – PROGRAMA DE DRAGAGEM


✓ CAP IX – DISPOSIÇÕES FINAIS - Continuidade dos Projetos de Expansão em Terminais PRIVADOS, que estão
dentro da área do Porto Organizado

✓ LOGÍSTICA INTEGRADA
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Pres. República

Departamento de Departamento Departamento de


Novas Outorgas e Gestão de Departamento de
de Gestão e
Políticas Contratos de Navegação e
Modernização
Regulatórias Arrendamento e Hidrovias
Portuária
Portuárias Concessão

Órgãos Colegiados CONAPORTOS

Autarquias Especiais

Empresas Públicas
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Cias. Docas
E no Brasil?

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Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as
Presidência da República atividades desempenhadas pelos operadores portuários; altera as Leis nos 5.025, de 10 de junho de 1966,
Casa Civil 10.233, de 5 de junho de 2001, 10.683, de 28 de maio de 2003, 9.719, de 27 de novembro de 1998, e
Subchefia para Assuntos Jurídicos 8.213, de 24 de julho de 1991; revoga as Leis nos 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, e 11.610, de 12 de
dezembro de 2007, e dispositivos das Leis nos 11.314, de 3 de julho de 2006, e 11.518, de 5 de setembro
LEI Nº 12.815, DE 5 DE JUNHO DE 2013. de 2007; e dá outras providências.

Art.2.° III - instalação portuária: instalação localizada


e utilizada em movimentação de passageiros, em movimentação ou armazenagem
de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário;

Art.2.° II - área do porto organizado: delimitada por ato do Poder Executivo que
compreende as instalações portuárias e a infraestrutura de proteção e de acesso ao porto
organizado;

Art.2.° XI - arrendamento: e infraestrutura públicas localizadas


do porto organizado, para exploração por prazo determinado;

Art.2.° XII - autorização: de instalação portuária localizada


da área do porto organizado e formalizada mediante contrato de adesão; e

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Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as
Presidência da República atividades desempenhadas pelos operadores portuários; altera as Leis nos 5.025, de 10 de junho de 1966,
Casa Civil 10.233, de 5 de junho de 2001, 10.683, de 28 de maio de 2003, 9.719, de 27 de novembro de 1998, e
Subchefia para Assuntos Jurídicos 8.213, de 24 de julho de 1991; revoga as Leis nos 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, e 11.610, de 12 de
dezembro de 2007, e dispositivos das Leis nos 11.314, de 3 de julho de 2006, e 11.518, de 5 de setembro
LEI Nº 12.815, DE 5 DE JUNHO DE 2013. de 2007; e dá outras providências.

– em muitos
casos haviam, dentro das linhas
poligonais áreas privadas ou
equipamentos urbanos
municipais que não mantinham
nenhuma relação com a atividade
portuária.
Já no espaço aquático foram
encontradas muitas pontos
discrepantes (infinitudes e áreas
que não seriam responsabilidade
do Estado

O primeiro passo para revisão das


Poligonais e analisar os pontos e
coordenadas e propor a revisão em
função dos terrenos e acesso
aquaviário

ALEXSANDRO SANTANA AZEVEDO - 01159265771 Poligonal Itaqui (MA)


OBJETO: A diferença de regimes jurídicos no setor portuário brasileiro.

PROBLEMA: Diferenças entre regimes jurídicos aplicáveis à atividade de movimentação de carga no


Brasil podem ocasionar a interpretação de concorrência assimétrica.

PERGUNTA DE PARTIDA (hipótese)


Há assimetria concorrencial pela diferença de regimes jurídicos presentes no sistema
portuário brasileiro?

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Portos Públicos: Σ Tp Terminal de Uso Privado
(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

Critérios Portos Públicos - PP Terminais de Uso Privado - TUP


1. Base Legal
2. Infraestrutura
3. Modalidade de Outorga
4. Prazo
5. Desempenho Econômico
6.Tarifas Portuárias ou outros
7. Preços
8. Ativos Imobilizados
9. Clientes
10. Mão-de-Obra
11. Interlocução com Governo
12. Risco do Investimento
13. Órgãos de Controle

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Porto Organizado

✓ Lei 8.666/93 e ✓ Lei 10.233/01 ✓ Res ANTAQ 2.967/13


✓ Res. ANTAQ 7/16 ✓ Lei 11.428/06 ✓ Res ANTAQ 3.259/14
✓ Lei 8.987/95
✓ Portaria 111/13 ✓ Lei Comp. 140/11 ✓ Res. ANTAQ 20/2018
✓ Lei 10.233/01
✓ Portaria 140/14 ✓ Lei 12.815/13 ✓ Portaria SPU 7145/18
✓ Lei 12.815/13
1. Base Legal ✓ Portaria 244/14 ✓ Decreto 8.033/13 ✓ Portaria SPU 7178/18
✓ Decreto 8.033/13
✓ Portaria 338/15 ✓ Decreto 8.437/15 ✓ Portaria 1.064/2020
✓ Decreto 10.025/19
✓ Portaria 525/15 ✓ Decreto 10.025/19
✓ Res. ANTAQ 3.259 /14
✓ Portaria 530/2019 ✓ Decreto 9.048/17
✓ Res. ANTAQ 3.274 /14

2. Infraestrutura BEM PÚBLICO - A ser arrendada em Sítio Padrão BEM PRIVADO - A ser construída – Greenfield

CC Art. 103. O uso comum dos bens públicos


pode ser gratuito ou retribuído, conforme for
Bem Público transferido ao particular por estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem.
concessão ou permissão
Bem Público transferido ao particular por
aforamento - negócio jurídico pelo qual o
proprietário (senhorio) transfere ao
adquirente, em caráter perpétuo, o
domínio útil, a posse direta, o uso, o gozo e
o direito de disposição sobre bem imóvel,
mediante o pagamento de renda anual
(foro).
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3.Modalidade de Licitação - cessão onerosa de infraestrutura pública -


Autorização -(não há pagamento de outorga)
Outorga (poderá haver pagamento para outorga)

MODALIDADE DE OUTORGA: Enquanto os PPs passam por um processo de licitação pública, os TUP, em
contrapartida, são direcionados ao processo de Anúncio Público que equalizam a modalidade de TUP ao processo
licitatório dos PPs.
Além de ser uma exigência inócua aos TUP, por se tratar de área de domínio útil e investimento privado, a exigência
de Anúncio Público burocratiza e retarda o prazo de investimentos demandando custos de transação a exemplo das
exigências de Garantias de Execução.

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(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

Até 70 anos (35+35) a critério do poder Período 25 sucessivos (obrigação de Investimentos)


4. Prazo
concedente. Reembolsáveis EVTEA – Sem reembolso

Após devidamente assinados, os contratos de arrendamento de PPs possuem prazos que podem ser prorrogados até 70
anos. Os TUPs possuem 25 com períodos sucessivos.

O Regime Jurídico aplicável aos PPs, outorgados por meio de contrato de arrendamento, após prévia licitação, se difere
do dos TUP, cuja exploração se dá mediante a outorga de autorização, sem a realização de certame.
No caso dos PPs, os prazos poderão ser renovados por mais 35 anos, entretanto nunca passarão dos 70 anos. Após
esse período poderão ser novamente licitados. Já os TUPs poderão ser prorrogados por períodos sucessivos
indefinidamente, desde que a atividade portuária seja mantida. Apesar de possuírem horizonte contratual de 25 anos, os
TUP têm a posse (propriedade) de seus terrenos o que pode sugerir a hipótese perpetuidade de suas outorgas. Mesmo
assim, é exigido por Lei que a renovação das autorizações se dê mediante novos investimentos.

Prazo definido v. Perpetuidade: os investimentos efetuados nos PP´s são remunerados pelo arrendador; os
termos do arrendamento são negociados periodicamente; é possível o reequilíbrio econômico-financeiro desses
contratos, o que implica em um compartilhamento de lucros e prejuízos entre arrendador e arrendatário. Nos TUP(M)´s,
os riscos são tolerados pelos empreendedores. CADE (2010) – Acórdão no Ato de Concentração 08012.007452/2009-31
.

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(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

5.Desempenho
Direito ao Reequilíbrio econômico e financeiro. Assunção total dos riscos do negócio (100% risco)
Econômico Contrato
Os contratos de arrendamento dos PPs possuem, no mínimo, 12 cláusulas essenciais que tratam do objeto de arrendamento, o
valor do arrendamento, os reajustes e revisão dos valores de arrendamento. São exemplos dessas cláusulas a movimentação mínima
contratual, a exigência de fornecimento de dados, investimentos, entre outros que totalizam, em média, 52 cláusulas contratuais.
Nos contratos de TUP há 16 cláusulas contratuais determinantes para o objeto, movimentação, fornecimento de dados. Todavia, é
válido lembrar que nos contratos de adesão existem cláusulas que extrapolam o direito privado uma vez que exigem a
modicidade tarifária, indicadores de desempenho, entre outras que só dizem respeito aos contratos públicos.

As cláusulas dos contratos de arrendamento, por serem oriundos da Administração Pública na vertente do Direito Administrativo
possuem previsão editalícia e uma delas diz respeito ao equilíbrio econômico financeiro de contrato.
O reequilíbrio econômico financeiro é a relação existente entre o conjunto de encargos impostos ao particular e a
remuneração correspondente, ou seja, os encargos devem ser matematicamente iguais às vantagens. Essa cláusula é essencial ao
investidor de PPs, pois qualquer externalidade negativa que prejudique a remuneração no curso do contrato, as partes (investidor e
Governo) podem repactuar o contrato. No caso dos TUP, o risco é totalmente do investidor.

“Por representarem opções de investimento menos atraentes do que os terminais arrendados, que contam com cláusulas de
equilíbrio econômico-financeiro, os terminais privativos encontram mais dificuldades para obter crédito e têm que gerar
taxas de retorno mais altas para os investidores (12).” (CERME, 2012, 70).
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Portos Públicos: Σ Tp Terminal de Uso Privado
(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

Pagamento das Tarifas Portuárias como forma de Sem pagamento de Tarifas, porém com manutenção
6.Tarifas Portuárias contribuições parafiscais (reversão do pagamento em das facilidades acessos e berços por conta
manutenção das facilidades do condomínio portuário) própria.*+ Pagamento de Espelho d’água e IPTU

Os TUPs que utilizam canal de navegação pagam Tarifas, mas não possuem nenhum tipo de manutenção de suas
infraestruturas

Além do pagamento do valor do arrendamento, os PPs pagam pelas tarifas públicas que podem ser devidas pelo requisitante dos
serviços (Arrendatário ou Operador) para as Autoridades Portuárias que são entendidas como o rateio de despesas
necessárias a manutenção do Porto Organizado. Os recursos gerados serão utilizados em obras de dragagem de manutenção,
vias internas de acesso, iluminação, abastecimento do condomínio portuário, entre outros.

Os contratos de Adesão dos TUPs não consubstanciam cessão onerosa de bens públicos e é exatamente por esse motivo que a
legislação diferenciou e excluiu os TUPs de qualquer regime de regulação tarifária. Embora alguns TUPs sejam isentos do
pagamento de tarifas, toda despesa de manutenção é realizada com recursos próprios. Há casos de pagamento de Tarifa
Pública pelos TUPs sem a devida proporcionalidade, muito menos a reversão da manutenção dos serviços do
condomínio portuário, ou seja, o TUP é obrigado a pagar tarifa pública sem receber pelos serviços de manutenção, pelo menos
de forma proporcional.

Outros custos atribuídos aos TUP é, primeiramente, o pagamento das estruturas náuticas, mais conhecidas por espelho
d´água e também o pagamento de Imposto sobre a Propriedade Territorial e Urbana – IPTU. Os PPs não pagam esses
tributos sob o fundamento de que prestam serviço público em áreas públicas, assim isentos destas cobranças. (Há
discussão, no âmbito do STF sobre a obrigatoriedade
ALEXSANDRO de pagamento
SANTANA AZEVEDO de- IPTU pelos PPs)
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Porto Organizado
Pagamento das Tarifas Portuárias como forma de contribuições Sem pagamento de Tarifas, porém com manutenção das facilidades
6.Tarifas Portuárias parafiscais (reversão do pagamento em manutenção das acessos e berços por conta própria.*+ Pagamento de Espelho
facilidades do condomínio portuário) d’água e IPTU

Os TUPs que utilizam canal de navegação pagam Tarifas, mas não possuem nenhum tipo de manutenção de suas infraestruturas

Acompanhados pela Agência Reguladora –


7.Preços Acompanhados pela Agência Reguladora – ANTAQ.
ANTAQ.
Por conta de um regime jurídico diferenciado o formato de valores de serviços cobrados pelos TUPs não são e não
podem ser entendidos como Tarifa, mas sempre como preço, submetido as exigências do mercado, portanto com
ampla liberdade comercial (preços livres - art. 45 Lei 10.233/01 c/c art. 35-A Dec. 8.033/13). A lógica da livre
competição, formam e acompanham os preços de mercado. Os serviços prestados por terminais portuários aos
seus clientes são disciplinados por regime de direito privado.
O termo "tarifa" é utilizado para designar a importância que o poder público cobra dos usuários de seus serviços ou
que é cobrada por particulares, concessionários de serviços públicos, mas fixada pelo poder público a troco de
contribuições parafiscais. No caso de terminais portuários trata-se de negócios realizados por empresas comerciais
(embarcadores, os armadores e os operadores de terminais portuários), em condições negociadas e ajustadas
livremente pelos empresários do setor. As negociações comerciais entre prestador e tomador de serviços geram
condições e preços diferenciados caso a caso.
Eventuais abusos, como nos casos de oligopólios e monopólios, devem ser reprimidos pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica, mediante a aplicação da Lei nº 12.529/2011.
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Portos Públicos: Σ Tp Terminal de Uso Privado
(TUP / ETC / IPT)
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8.Ativos Imobilizados Sem reversibilidade Sem reversibilidade

No arrendamento de terminais de portos públicos, os ativos imobilizados, ou seja, os bens das instalações
(equipamentos de transbordo, balanças, tanques, shiploaders, e outros) ao final do contrato são, obrigatoriamente,
revertidos ao patrimônio público, que cuidará de ressarcir o arrendatário caso esses bens ainda não tenham sido
totalmente depreciados. Nos TUP, não há reversibilidade de bens ao Governo e as despesas por bens ainda não
totalmente amortizados são por conta e risco do investidor.

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Portos Públicos: Σ Tp Terminal de Uso Privado
(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

9. Clientes Pré-definido pelo uso do porto A ser constituído

Os PPs são um conjunto de terminais portuários localizados dentro das poligonais de um porto organizado e já comercialmente
estabelecidos, apresentando uma carteira de clientes pré-definida, ou seja, embarcadores em sua área de influência. No caso de
TUPs, essa carteira deverá ser constituída, o que representa um tempo maior para maturação do negócio e esforço maior do que no
público.

Universalidade v. Seleção de Clientes (cream skimming): não foram trazidas evidências concretas de que os TUP(M)´s estariam
em posição de “escolher” clientes em detrimento dos PP´s. Aliás, a obrigatoriedade (regulatória) de o PP receber cargas gera maior
confiabilidade no usuário que o TUP(M) – credible commitment. CADE (2010) – Acórdão no Ato de Concentração
08012.007452/2009-31

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Portos Públicos: Σ Tp Terminal de Uso Privado
(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

10. Mão de Obra Contratação do OGMO – custo variável Livre Contratação – custos fixos

A criação de um OGMO, em cada porto organizado, se conceitua como um instrumento de redução dos custos da mão de obra
portuária, uma vez que seu conceito é de se ter uma mão de obra ativa em momentos variáveis, desta forma excluindo a
necessidade de uma mão de obra cativa em períodos de ociosidade operacional dos terminais portuários.
Os TUP, por definição da Lei dos Portos, não estão obrigados a utilizar a mão de obra do OGMO mesmo que esta represente um
custo variável nas operações de cargas. A Lei 12.815/13 é clara ao estabelecer que a operação portuária em instalações localizadas
fora da área do porto organizado será disciplinada pelo titular da respectiva autorização.

A opção em não utilizar o OGMO, pode ser justificada pelo fato do OGMO apresentar um quadro efetivo de trabalhadores
que possuem índices de desempenho abaixo da média do mercado e sua demanda cativa resulta num custo elevado dessa
mão de obra. Custos de mão de obra (contratação via OGMO): de fato, é injusto impor aos Portos Públicos uma modalidade
de contratação ineficiente e custosa, como a realizada via OGMO´s. Porém, “...isto não implica que o constrangimento da
concorrência dos terminais privativos seja a melhor resposta” (Voto, p. 1304). CADE (2010) – Acórdão no Ato de
Concentração 08012.007452/2009-31.

Art. 32 - Parágrafo único. Caso celebrado contrato, acordo ou convenção coletiva de trabalho entre trabalhadores e tomadores de
serviços, o disposto no instrumento precederá o órgão gestor e dispensará sua intervenção nas relações entre capital e trabalho no
porto.

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Portos Públicos: Σ Tp Terminal de Uso Privado
(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

11.Interlocução com
Participação cativa no Conselho de Autoridade Portuária Participa como convidado sem expressão de voto
Governo

O CAP é o órgão consultivo dos Portos Públicos e o principal interlocutor entre a comunidade portuária e o Governo
Federal e, dentre muitas atividades, pode se considerar que se apresente como facilitador de ações demandadas
pelos usuários junto a Autoridade Portuária e ao Governo Federal.

O CAP, como um órgão colegiado, tenta otimizar o atendimento das necessidades de todo o condomínio portuário
(público) e não apenas para um ou outro terminal portuário isoladamente. Os PPs possuem cadeira cativa nos CAPs
por meio das Associações de Classe, já os TUPs são apenas convidados a participar da reunião, porém ser nenhuma
expressão de voto. A não participação dos TUPs nos CAP foi um equívoco das normas infralegais que não
previram aqueles TUP que sofrem influencia direta de Portos Públicos, sendo atingidos diretamente pelas
políticas públicas derivadas de aumento de tarifas portuárias, falta de drgagem de canal de acesso, entre outros

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Portos Públicos: Σ Tp Terminal de Uso Privado
(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

BNDES
12.Risco Investimento BNDES Project finance + difícil
Garantias bancárias + taxas maiores

No caso dos TUP, o risco é totalmente do investidor. Não existe nenhum tipo de verba pública envolvida nos projetos, como também
não existem cláusulas de reequilíbrio econômico e financeiro dos contratos.

Assim como descrito no trabalho do CERME (12), por representarem opções de investimento menos atraentes do que os terminais
arrendados, que contam com cláusulas de equilíbrio econômico-financeiro, os TUP encontram mais dificuldades para obter crédito e
têm que gerar taxas de retorno mais altas para os investidores.

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Portos Públicos: Σ Tp Terminal de Uso Privado
(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

Mesmo órgãos de controle para as operações + controle da verba Mesmo órgãos de controle para as operações 100%
13.Órgãos de controle
pública Capital Privado

Tanto PPs como TUP possuem os mesmos órgãos intervenientes, tanto para aprovação dos investimentos como
para a fiscalização de todas as operações portuárias. Os PP estão sujeitos as fiscalizações dos intervenientes que
verifcam as verbas públicas, tais como: AGU, CGU e TCU ou mesmos as Autoridades Portuárias.

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PERGUNTA DE PARTIDA (hipótese)
Há assimetria concorrencial pela diferença de regimes jurídicos presentes no
sistema portuário brasileiro?

Portos Públicos: Σ Tp Terminal de Uso Privado


(TUP / ETC / IPT)
Porto Organizado

NÃO EXISTEM ASSIMETRIAS CONCORRENCIAIS, EXISTEM


ASSIMETRIAS REGULATÓRIAS

CADE (2010) – Acórdão no Ato de Concentração 08012.007452/2009-31


CERME/UnB (2012) – Estudo sobre Assimetrias ente PP´s e TUP(M)´s.
TCU (2013) – Acórdão AC-0402-07/13-P, no Processo TC 015.916/2009-0 (Representação FNP).
TCU (2014) – Acórdão AC-0940-11/14-P, no Processo TC 024.011/2013-4 (Auditoria Codesp).

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CARTEIRA DE INVESTIMENTO PORTUÁRIO NOS ÚLTIMOS 8 ANOS

Terminal de Uso Privado Arrendamentos

+ 113 TUP e + 18 ampliações


26 áreas Leiloadas

R$ 43 bilhões R$ 4,5 bilhões Outorga + CAPEX

R$ 6,4 bilhões R$ 6,2 bilhões


Previstos em Anúncios Públicos (45) Previsto 9 áreas para 2020
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Vamos finalizar?

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Relações Econômicas e Jurídicas na Cadeia de Suprimentos

Sob ponto de vista Sob ponto de vista


econômico Fato Gerador jurídico

COMÉRCIO
Relação de Compra e Venda (Importador e Exportador) DIREITO PRIVADO
EXTERIOR:

LOGÍSTICA
Escolha do Modal Transporte da Carga (Marítimo) DIREITO PRIVADO
DISTRIBUIÇÃO:

OPERAÇÃO
Transbordo entre Terra e Mar DIREITO PRIVADO
PORTUÁRIA:
Natureza ou regime?
Direito Privado

A Relação de Compra e Venda dá origem a um conjunto de atividades cuja realização demanda +


3 outros tipos de contratos

Direito Privado Direito Privado

Direito Privado Direito Privado

Direito Privado ARMADOR Direito Privado


Exportador Importador

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Quais atividades se qualificam, por sua natureza, como serviço público ou atividade econômica?

Os serviços públicos como: energia, iluminação, esgoto, transporte, saúde e etc. São ofertados à
coletividade e a generosidade dos indivíduos.
Acontece o mesmo com o serviço portuário? É, esta atividade, aberta a comunidade?

Em terminais portuários prestam-se serviços a uma coletividade indeterminada de usuários.

Portos Públicos Terminal Privado Exercem atividades de natureza econômica, revestidas de interesse público
Economia de escopo Economia de escopo
Economia de escala Economia de escala
LRB (2003) HLM (1993)

Portos foram (são?) tradicionalmente um serviço público. (defesa/controle)


“Os contornos do serviço público variam em função do tempo e do
espaço, flutuando ao sabor das necessidades políticas, econômicas e
sociais da comunidade, em cada momento da história”
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O ponto diferencial...
(considerações finais)

Artigo 2.° Lei 12.815/13


Porto Público Terminal de Uso Privado
XI - arrendamento: cessão onerosa de área e XII - autorização: outorga de direito à
infraestrutura públicas localizadas dentro do exploração de instalação portuária localizada
porto organizado, para exploração por prazo fora da área do porto organizado e formalizada
determinado; mediante contrato de adesão;

Outorga de bem PÚBLICO Direito à exploração área PRIVADA


ATIVIDADE
ECONÔMICA

A diferenciação regulatória entre as duas modalidades, inicia-se pela dominialidade do bem

bem PÚBLICO área PRIVADA

Dominialidade privada e funcionalidade de interesse público, atuando em regime de


maior liberdade comercial
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Portos Marítimos: serviço público, ou é
atividade econômica REGULADA?

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