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1. INTRODUÇÃO
1.1.Motivação do Trabalho
Este trabalho motiva-se na importância que as estruturas portuárias possuem para a
sociedade em geral.
Com a evolução dos meios de produção e da população mundial ocorrida
especialmente no último século, a demanda por produtos dos mais diversos gêneros aumentou
consideravelmente, conduzindo à necessidade de uma cadeia logística que suportasse as novas
demandas. Nesse contexto, fatores como o aprimoramento das técnicas de construção naval,
permitindo navios cada vez maiores, o avanço da tecnologia empregada nos equipamentos e a
conteinerização fizeram com que os complexos portuários se tornassem fundamentais nas cadeias
de suprimentos hoje existentes.
O Brasil, por exemplo, país com extensa faixa litorânea voltada ao Oceano Atlântico,
possui atualmente quase a totalidade do seu comércio exterior e uma parte considerável do seu
comércio interno dependentes do transporte aquaviário, fato que ocorre também em diversos outros
países ao redor do mundo.
No âmbito local a cidade do Rio Grande, banhada pelo Oceano Atlântico, Lagoa dos
Patos e Lagoa Mirim, possui histórica relação com o mar e a região costeira, possuindo grande parte
da sua economia ligada a esses ambientes, destacando-se as atividades portuárias, de construção
naval e de pesca. A cidade consolidou a sua vocação para essas atividades ao longo dos anos e
especialmente na última década, quando além da expansão de terminais do seu complexo portuário
recebeu a criação do Pólo Naval do Rio Grande, onde são construídas inúmeras unidades de
produção de petróleo e gás para a Petrobrás.
As estruturas em geral possuem importância fundamental para o funcionamento das
instalações das quais fazem parte, uma vez que são as responsáveis pela estabilidade das
construções. As estruturas portuárias, além disso, possuem uma parcela adicional de importância,
pois do seu adequado funcionamento depende uma cadeia inteira de suprimentos cuja interrupção
acarretaria inúmeros prejuízos para a sociedade.
2
1.2.Objetivos
Os objetivos do presente trabalho podem ser desmembrados em objetivos gerais e
específicos, conforme segue.
Tabela 2.1. Portos em atividade no país em 31 de dezembro de 2014 (Fonte: ANTAQ, 2015)
Entidade Nº em operação
Portos Organizados 34
Arrendamentos Portuários 136
Terminais de Uso Privado 148
Estações de Transbordo de Carga 16
Instalação Portuária de Turismo 1
Total de portos outorgados pela ANTAQ 335
navegação oriundas e destinadas a outros portos dentro da mesma região hidrográfica, ou com
comunicação por águas interiores; e portos lacustres, que recebem embarcações de linhas dentro de
lagos, em reservatórios restritos, sem comunicação com outras bacias.
Alfredini & Arasaki (2009) expõem que o conceito atual de porto está ligado a cinco
aspectos:
a) Abrigo: trata das condições que possui o porto de proteção das embarcações aos efeitos
de ventos, ondas e correntes, podendo referir-se a condições naturais ou obras de
proteção portuária;
b) Profundidade e acessibilidade: trata da adequabilidade das condições de altura de lâmina
d’água e largura dos canais de acesso às áreas internas dos portos, que devem se adequar
às dimensões das embarcações-tipo;
c) Área de retroporto: compreende as áreas terrestres onde são movimentadas e
armazenadas as cargas;
d) Acesso: trata das condições de acesso que o porto dispõe, podendo ser terrestres,
aquaviários ou aeroviários;
e) Impacto ambiental: trata das implicações aos meios físico e biológico no entorno do
ambiente portuário.
Nota-se que os aspectos citados acima são condicionantes para que os portos cumpram as
suas funções da forma mais adequada possível, devendo ser observados de maneira integrada.
Segundo os autores, os portos podem ser classificados de diversas formas. Quanto à
natureza, os portos podem ser naturais, quando necessitam de muito pequena ou nenhuma obra de
melhoramento, ou artificiais, quando necessitam de obras de melhoramento de vultos consideráveis.
Já quanto à localização, os portos podem ser exteriores, quando se situam diretamente na costa
marítima, interiores, quando se localizam em áreas abrigadas como estuários, lagunas ou deltas, e
ao largo, quando distantes da costa. Por fim, quanto à sua utilização, sendo a carga movimentada e
os equipamentos utilizados os parâmetros de classificação, podendo ser portos de carga geral,
quando movimentam cargas acondicionadas em qualquer tipo de invólucro, ou portos
especializados, quando movimentam predominantemente determinados tipos de carga.
O Porto do Rio Grande é subdividido em três áreas, denominadas Porto Velho (PV),
destinado à atividades pesqueira, de navegação interior, transporte de passageiros, entre outras;
Porto Novo (PN), destinado a atividades militares do 5º Distrito Naval, carga e descargas de granéis
sólidos, roll-on/roll-off, contêineres e fertilizantes; e Super Porto (SP), onde se localizam os
terminais de maior porte de cargas diversas, o Estaleiro Rio Grande e o Terminal de Contêineres do
Porto do Rio Grande. A Figura 2.1c apresenta a localização das três áreas no complexo portuário
em questão.
Conforme pode ser observado na Figura 2.2, obtida no sítio da SEP/PR - Secretaria
Especial de Portos da Presidência da República, o Porto do Rio Grande ocupa posição de destaque
no cenário nacional, figurando entre os dez maiores movimentadores nacionais entre todos os
terminais do país nos anos de 2014 e 2015. A Figura 2.3 apresenta o ranking da movimentação de
cargas no período apenas para os portos públicos, onde o Porto do Rio Grande ocupa a quarta
posição.
6
Figura 2.3. Ranking de movimentação de cargas dos portos públicos brasileiros em 2014 e 2015
(Fonte: Sítio da SEP/PR).
Por último, de acordo com a ANTAQ (2013), o município do Rio Grande possui um
porto público do tipo marítimo, administrado pela SUPRG – Superintendência do Porto do Rio
Grande.
terminal possui uma área total de 829.685,29m², e uma capacidade para armazenamento de 39.000
TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – Unidades Equivalentes a 20 Pés). A sua estrutura compreende
900 m de cais, 06 guindastes portêiner do tipo post-panamax e 02 guindastes móveis portuários com
capacidade de 100 t. O terminal conta ainda com diversos equipamentos de pátio, tais como
empilhadeiras, tratores, guindastes, entre outros. O terminal é apresentado na Figura 2.4.
Figura 2.4. O TECON – Terminal de Contêineres do Porto Organizado do Rio Grande (Fonte: Sítio
da SUPRG).
O TECON é o principal responsável pela movimentação de contêineres do Porto do
Rio Grande, respondendo por quase a totalidade desse tipo de movimentação de carga no referido
porto. Trata-se de uma modalidade de carga bastante importante para os comércios interno e
externo, e pelo qual são transportados produtos das mais variadas naturezas.
Na Figura 2.5 observa-se a importância do referido terminal no cenário nacional de
movimentação de carga conteinerizada, estando o Porto do Rio Grande na quarta posição em
movimentação total por peso, em importação e exportação, nos anos de 2014 e 2015.
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Figura 2.5. Ranking de movimentação de contêineres dos terminais portuários brasileiros em 2014
e 2015 (Fonte: Sítio da SEP/PR).
Figura 2.6. Representação da movimentação portuária, por produtos, em 2015 (Sítio da SEP/PR).
C: 6,058
20' Dry
L: 2,438 2.330 33,1 21.610
Container
A: 2,581
C: 12,192
40' Dry
L: 2,438 4.000 67,5 26.480
Container
A: 2,591
C: 12,192
40' High cube
L: 2,438 3.840 76,4 26.640
Container
A: 2,896
C: 6,058
20' Open Top
L: 2,438 2.300 32,5 28.180
Container
A: 2,591
C: 12,192
40' Open Top
L: 2,438 4.300 65,9 26.680
Container
A: 2,591
C: 6,058
20' Flat Rack
L: 2,438 2.750 - 31.250
Container
A: 2,591
C: 12,192
40' Flat Rack
L: 2,438 4.900 - 45.100
Container
A: 2,591
C: 6,058
20' RF
L: 2,438 3.325 28 23.675
Container
A: 2,896
C: 12,192
40' RF
L: 2,438 3.700 58 25.000
Container
A: 2,591
C: 5,588
20' High Cube
L: 2,366 3.300 33 24.060
RF Container
A: 2,595
C: 12,192
40' High cube
L: 2,438 4.730 67,5 29.270
Container
A: 2,896
11
Figura 2.7. Evolução das dimensões ao longo das últimas seis décadas e classificação dos navios
porta-contêineres (Fonte: Thoresen, 2014).
2.4.Estruturas Portuárias
2.4.1. Obras Acostáveis
obras acostáveis para carga geral ou para granéis sólidos ou líquidos, dentre os quais se distinguem
os terminais petroleiros, mineraleiros, de fertilizantes, para cereais e outros. É importante destacar
que cada uma das funções pelas quais se classificam as estruturas acostáveis acarreta em
peculiaridades quando das etapas de projeto, construção e manutenção das estruturas.
Mason (1981) e Alfredini & Arasaki (2009) propõem classificação semelhante das
estruturas portuárias de acostagem em função dos seus tipos ou naturezas estruturais, dividindo-as
em contínuas ou discretas, sendo essa uma classificação bastante utilizada.
As estruturas acostáveis contínuas, os cais ou píers, desempenham as funções de
acesso, suporte de equipamentos e resistência à atracação e amarração das embarcações de forma
integrada em uma plataforma principal. Essas estruturas podem ser de paramento fechado ou de
face vertical, quando possuem uma cortina frontal que assegura a contenção do terrapleno de
retaguarda; ou de paramento aberto, nas quais as áreas sob as plataformas de operação apresentam
um talude a partir da retaguarda da estrutura. As estruturas acostáveis contínuas representam cais
corridos com uma frente acostável, conforme ilustrado na Figura 2.8.
Dentro desse grupo ainda se encontram os píers do tipo finger, que possuem duas
frentes acostáveis possibilitando maior rendimento operacional, os cais de cortina atirantada com
fundações independentes para suporte de equipamentos, entre outros.
Figura 2.8. Estruturas acostáveis contínuas de paramento fechado e aberto. (Fonte: Mason, 1981)
essas estruturas, destacam-se os dolfins, estruturas construídas geralmente nas adjacências dos cais,
complementando-os. Os dolfins podem ser de atracação, se destinados a resistirem aos esforços
oriundos da aproximação e impacto dos navios; de amarração, se destinados a resistirem aos
esforços dos cabos de amarração das embarcações; e mistos, quando possuírem ambas as
características em uma única estrutura. A Figura 2.9 apresenta as estruturas discretas.
Mason (1981) expõe que nas obras acostáveis existem alguns elementos estruturais
essenciais, que realizam funções básicas necessárias ao adequado funcionamento da obra. Esses
componentes constituem as estruturas de suporte dos equipamentos, as estruturas de acostamento,
os elementos de fixação dos navios e os órgãos de proteção contra choques.
Os elementos em questão podem estar integrados na mesma estrutura ou não,
conforme arranjo da obra portuária. Na maior parte das estruturas contínuas essas funções estão
integradas na plataforma principal, com as funções de suporte dos equipamentos e de acostamento
sendo exercidas pela estrutura propriamente dita, e as funções de fixação dos navios e proteção
14
Figura 2.10. Cabeços de amarração e ganchos de desengate rápido (Fonte: Sítio da SUPRG e
Thoresen, 2014).
Defensas
As defensas são dispositivos posicionados nas faces verticais das estruturas
acostáveis visando a proteção das mesmas. Sua principal função é dissipar a energia de atracação,
protegendo tanto as estruturas quanto os navios nas operações de atracação e durante os períodos de
permanência das embarcações nos terminais.
Existem diversos tipos de defensas, voltadas às diferentes necessidades das
atividades praticadas, exigindo um minucioso estudo da aplicabilidade das mesmas. As defensas
mais utilizadas na proteção de obras acostáveis são as de madeira, de borracha, as pneumáticas, as
preenchidas com espuma e as mecânicas (Tsinker, 1997). A Figura 2.11 tais dispositivos.
15
Figura 2.11. Defensas instaladas no cais do Porto Novo do Rio Grande (Fonte: Sítio da SUPRG).
Figura 2.12. Soluções estruturais para obras de acostagem de paramento aberto (Fonte: Thoresen,
2014).
Figura 2.13. Navio atracado ao cais do TECON Rio Grande (Fonte: Sítio da SUPRG).
Figura 2.15. Principais ações em estruturas acostáveis. (Fonte: Adaptada de Thoresen, 2014).
existentes. A escolha do tipo de portêiner mais adequado para cada terminal está associada a
diversos fatores, como as dimensões das embarcações-tipo, os níveis de produtividade dos terminais
e as condições de acesso dos complexos portuários, que limitam o tamanho dos navios com
capacidade de acessar os terminais, entre outras. A Figura 2.16 apresenta os portêineres do tipo
Super Post Panamax.
Figura 2.16. Portêineres Super Post Panamax, Porto de Khorfakkan, Emirados Árabes Unidos
(Fonte: Catálogo Liebherr).
Figura 2.17. Guindastes Móveis Portuários, Porto de Lirquen, Chile (Fonte: Catálogo Liebherr).
d) Equipamentos de pátio
São utilizados nas áreas de armazenagem de contêineres, sendo alguns deles apenas
raramente utilizados na estrutura acostável propriamente dita.
Os Transtêineres (Rail-mounted/Rubber-tyre stacking cranes) são equipamentos de
movimentação constituídos de uma estrutura aporticada disposta sobre pneus ou trilhos, sendo
capazes de efetuar a movimentação vertical e horizontal dos mesmos. Os Reach Stackers são
equipamentos utilizados para a movimentação de contêineres em distâncias pequenas a médias,
dotados de lança especial para essa finalidade. Os Straddle Carriers são equipamentos aporticados
sobre pneus também destinados ao transporte em pequenas e médias distâncias. Por fim, também
podem ser encontradas em terminais de contêineres empilhadeiras do tipo fork lift, utilizadas na
movimentação geral de cargas de menor vulto. Os principais equipamentos de pátio são
apresentados na Figura 2.19.
Figura 2.19. Transtêineres, Reach Stackers e Straddle Cariers (Fonte: Catálogo Liebherr).
3. ESTADO DA ARTE
4. METODOLOGIA
4.1.Análise Estrutural
A análise estrutural é a etapa de um projeto de engenharia na qual é realizada a
previsão do comportamento da estrutura quando atuam os seus carregamentos.
Nessa etapa são utilizadas as teorias físicas e matemáticas resultantes da
formalização da engenharia estrutural como ciência. A análise estrutural trabalha em quatro níveis
sequenciais, apresentados na Figura 4.1 (Martha, 2010).
Figura 4.1 – Sequência de níveis referentes a análises estruturais (Fonte: Martha, 2010).
= . 5600 (4.1)
= . (4.2)
sendo igual a 0,93 para concretos classe C50 que utilizam granito como agregado
graúdo.
A referida norma ainda fixa os valores dos coeficientes de Poisson e de dilatação
térmica para efeitos de análise estrutural de estruturas de concreto. Os parâmetros dos materiais
adotados nas análises desenvolvidas neste trabalho são apresentados na Tabela 4.1
O arranjo estrutural do cais em questão prevê uma laje de espessura de 0,20 m sobre
vigas longitudinais e transversais de seções diversas, que por sua vez apóiam-se em estacas
circulares vazadas de diâmetros externo de 0,80 m e interno de 0,50 m. Para as vigas transversais,
trechos das vigas longitudinais situados entre os blocos e as estacas foram projetados em concreto
pré-moldado. A Figura 4.2 apresenta a vista em planta do cais.
Figura 4.2. Vista em planta do cais analisado. (Fonte: Projeto estrutural do cais do TECON Rio
Grande)
A estrutura conta basicamente com cinco vigas longitudinais dispostas em todo o seu
comprimento longitudinal e inúmeras vigas transversais pré-moldadas apoiadas sobre as
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longitudinais, sendo a maior parte destas em seção tipo pi. O cais conta ainda com duas vigas de
reforço lateral, mais robustas, localizadas nos extremos laterais de cada módulo. As propriedades
das seções dos elementos estruturais foram retiradas das pranchas integrantes dos projetos, como o
corte transversal da estrutura mostrado na Figura 4.3.
Figura 4.3 - Seção transversal típica (Fonte: Projeto estrutural do cais do TECON Rio Grande)
Como pode ser visto na figura acima, o cais possui algumas estacas inclinadas na
razão 1:4, que corresponde a um ângulo de 14º com a vertical. Algumas estacas possuem ainda uma
inclinação de 3º com uma reta horizontal de sentido frente-fundo do cais.
A tabela 4.2 apresenta as propriedades geométricas de todos os elementos estruturais
utilizados na modelagem do cais.
30
Figura 4.4 – Modelo estrutural adotado para o cais do TECON Rio Grande, em vistas de
perspectiva e lateral.
Processo semelhante foi efetuado na viga de paramento VL-E, cuja seção transversal
também possui trecho em balanço. Essa viga apresenta ainda a peculiaridade de possuir seção
reforçada nas regiões onde há cabeços de amarração e defensas. O processo de modelagem das
vigas de paramento é apresentado na Figura 4.6.
33
Figura 4.8. Estrutura de elementos discretos interconectados (Zienkiewicz & Taylor, 2000).
35
q
q = q q = , ... (4.3)
q
a
a = a a = , ... (4.4)
a
q = K a + f + f (4.5)
σ = Q a + σ (4.6)
q a
q a
q = e a = ⋮ (4.7)
⋮
q a
K K ⋯ K
K = ⋮ ⋮ ⋱ ⋯⋮ (4.8)
K ⋯ ⋯ K
a
a= ⋮ (4.9)
a
r
r= ⋮ (4.10)
r
X
r = (4.11)
Y
37
r = q = q + q + ⋯ (4.12)
r = K a + K a +⋯+ f (4.13)
onde
f = f + f (4.14)
Ka = r − f (4.15)
K = K
(4.16)
f = f
O sistema de equações da equação 4.15 pode ser solucionado uma vez que condições
de deslocamentos impostas a certos nós são substituídas. Para a estrutura da Figura 4.8, as
condições de contorno consistem em os deslocamentos dos nós 1 e 6 serem nulos. Assim,
0
a =a = (4.17)
0
o que reduz o número de equações de equilíbrio, originalmente igual a doze, para
oito, já que quatro incógnitas são conhecidas.
Se todas as equações do sistema forem montadas,
38
K a +K a +⋯=r −f
K a +K a +⋯=r −f (4.18)
⋯
⋯
Uma vez que todas as condições de contorno forem substituídas o sistema poderá ser
resolvido para os deslocamentos nodais a e assim, conhecendo-se os carregamentos e os
deslocamentos nodais em cada elemento poderão ser encontrados os esforços internos atuantes na
estrutura.
4.2.Ações na Estrutura
4.2.1. Definições da NBR 8681
A NBR 8681 define as ações como as causas que provocam esforços ou deformações
nas estruturas. As ações podem ser classificadas em permanentes, variáveis ou excepcionais.
a) Ações permanentes
São aquelas cujos valores permanecem constantes ou que possuam variabilidade
muito pequena em torno dos seus valores médios durante a vida da estrutura.
As ações permanentes se dividem em diretas, contemplando o peso próprio de todos
os elementos permanentes e equipamentos fixos, empuxos de terras não removíveis e outras; e
indiretas, referentes à protensões, recalques de apoio e retração de materiais.
b) Ações variáveis
Ocorrem com variações relevantes em torno da sua média durante a vida da
construção. Referem-se às sobrecargas acidentais, efeitos de frenagem e impactos, efeitos de vento,
de variações de temperatura, entre outros.
Em função da sua probabilidade de ocorrência ao longo da vida útil da obra, podem
ser classificadas em normais, quando possuem probabilidade de ocorrência suficientemente grande
para que sejam obrigatoriamente consideradas nos projetos; e especiais, como as ações sísmicas ou
cargas acidentais de natureza ou de intensidade especiais. A norma define ainda cargas acidentais
como ações variáveis que atuam nas construções em função de seu uso (pessoas, mobiliário,
veículos, materiais diversos etc.).
c) Ações excepcionais
Possuem duração extremamente curta e probabilidade baixíssima de ocorrência
durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas nos projetos de determinadas
estruturas. São aquelas decorrentes de causas tais como explosões, choques de veículos, incêndios,
enchentes ou sismos excepcionais.
analisou
alisou 227 possíveis combinações de esforços na mesma estrutura e avaliou aquelas que
resultariam nos valores máximos e mínimos de reações de forças e momentos na base das estacas.
Os carregamentos considerados neste trabalho são apresentados a seguir.
Ações Ações
Permanentes Variáveis
Peso próprio
Portêineres
Pavimentação
Guindastes
móveis
O valor de carga distribuída por metro quadrado poderia ser aplicado diretamente
caso tivessem sido considerados elementos de placa simulando a laje existente no projeto. Como o
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modelo adotado neste trabalho incorporou a laje às seções transversais das vigas e dispõe apenas de
elementos lineares, as cargas oriundas da pavimentação devem ser introduzidas como
carregamentos distribuídos linearmente. Conforme observado na Figura 4.12 a pavimentação atua
apenas nas vigas VL-C, VL-D, VT-102, VT-101(não mostradas, paralelas às VT-102) e VL-B
(assumida como recebendo parcela do carregamento de pavimentação da retaguarda do cais). A
carga distribuída por metro quadrado deve então ser multiplicada pela largura da área de pavimento
considerada para cada viga. O cálculo dos valores dessas ações é mostrado na Tabela 4.5.
Figura 4.12. Camadas de enchimento de areia e blocos intertravados de concreto (Fonte: Projeto
estrutural do cais do TECON Rio Grande).
Sobrecarga
A NBR 9782, que procedimentava a estimativa das ações em estruturas portuárias,
marítimas ou fluviais no Brasil atribuía para cais de contêineres uma sobrecarga de utilização
mínima de 40 kN/m². No entanto, a referida norma foi cancelada em maio de 2015, deixando uma
lacuna na legislação brasileira sobre o assunto.
Contêineres de 20 pés em pilhas de até dois contêineres produzem cargas distribuídas
na faixa de 25-35 kN/m², dependendo dos produtos contidos no interior dos mesmos. Às estruturas
sobre as quais ocorra tráfego de contêiner devem ser atribuídas sobrecargas mínimas de 40 kN/m²
(Thoresen, 2014). Esse foi o valor adotado para a sobrecarga neste trabalho.
De forma análoga à executada para as cargas de pavimentação, sendo a sobrecarga
também distribuída por metro quadrado e não se dispondo de elementos de placa no modelo
estrutural para sua aplicação direta, deve-se proceder à aplicação de cargas distribuídas linearmente.
Tendo em vista o corte transversal da estrutura apresentada na Figura 4.12, a sobrecarga foi
aplicada nas vigas VL-B, VL-C, VL-D, VL-E-A, VT-101(não mostrada na figura) e VT-102. Foram
feitas simplificações nas vigas VL-B e VL-E-A, sendo nelas concentradas os valores referentes às
suas regiões em balanço, nos trechos de retaguarda e do paramento respectivamente. A carga
distribuída por metro quadrado deve então ser multiplicada pela largura da área considerada para
cada viga. O cálculo dos valores é mostrado na Tabela 4.6.
46
Portêineres
O TECON Rio Grande possui seis guindastes portêineres do tipo post-panamax
utilizados ao longo 900 m de cais existentes no terminal.
Conforme observado na Figura 4.15, este tipo de equipamento apóia-se em conjuntos
de rodas (trolleys) dispostos sobre trilhos, permitindo a sua movimentação ao longo do cais. Dessa
forma, as cargas são aplicadas à estrutura como forças distribuídas linearmente, variando entre 400
e 550 kN/m (Liebherr). Os valores adotados neste trabalho serão compostos pelo peso dos
portêineres somados aos pesos dos contêineres, cujos valores ainda estão em processo de
estimativa. O posicionamento das cargas linearmente distribuídas provenientes dos portêineres será
adotado de acordo com o estudo proposto por Viegas (2015).
Atracação
As cargas de atracação consistem nas forças e momentos gerados pelo impacto das
embarcações nas defensas de proteção, que por sua vez transmitem as forças às estruturas. A
PIANC – Associação Permanente Internacional de Congressos de Navegação apresenta o
procedimento mais usual para o cálculo das ações de atracação em uma estrutura, baseado no
conceito de energia de atracação. Esse valor depende da massa do navio, velocidade de
aproximação e fatores de excentricidade, massa virtual, amortecimento e de configuração do cais.
Calculada a energia de atracação, o valor de reação aplicada ao cais depende do tipo de defensa
considerada. Os fornecedores de defensas apresentam catálogos com curvas de reação x deformação
e reação x energia, de onde as forças de reações transmitidas à estrutura são obtidas.
As cargas de atracação ainda estão em fase de análise, e serão inseridas no modelo
como vetores de forças aplicados nos pontos em que foram previstas defensas, e podendo gerar
momentos fletores em função da excentricidade das defensas com as linhas de referência utilizadas
na modelagem.
Amarração
As cargas de amarração atuam nos cabeços de amarração ou ganchos de desengate
rápido através dos cabos de amarração das embarcações. São esforços provenientes da ação de
ventos, correntes e ondas no corpo das embarcações, e seus valores variam de função da intensidade
e sentido das condições ambientais e de parâmetros das embarcações, como calado, área de
exposição (área vélica) e ângulo de incidência das ações, entre outros. Os esforços de amarração
ainda não foram definidos.
Temperatura
4.3.Análise Probabilística
4.3.1. Variáveis aleatórias e distribuições de probabilidade
Conforme Ang & Tang (2007), variáveis aleatórias são artifícios matemáticos
utilizados para a representação analítica de certos eventos, e seus valores podem ser definidos
dentro de uma faixa de valores possíveis.
Por exemplo, os esforços de amarração em uma estrutura portuária acostável
resultam da interação de diversos eventos randômicos, como ventos, ondas e correntes, entre outros,
que variam dentro de determinadas faixas de valores máximos e mínimos. Essa natureza dos
esforços de amarração faz com que os seus valores variem ao longo do tempo, dentro de um faixa
de valores possíveis, e possuindo valores cujas repetições ocorrem com mais freqüência. Assim, os
valores numéricos possíveis de uma variável aleatória estão associados a um específico valor de
probabilidade de ocorrência. As funções que medem a probabilidade de ocorrência dos valores de
variáveis aleatórias são chamadas de distribuições de probabilidade.
Na formulação que segue, baseada em Ang e Tang (2007), variáveis aleatórias são
representadas em letra maiúscula, e seus possíveis valores numéricos por letras minúsculas.
Define-se Função de Distribuição de Probabilidade Acumulada (FDPA) a função que
descreve a distribuição de probabilidades de uma variável aleatória , conforme a expressão
= ( ≤ ) (4.19)
( )= ( = )= ( ) (4.20)
( < ≤ )= ( ) (4.21)
( )= ( ≤ )= ( ) (4.22)
( )
( )= (4.23)
Figura 4.16. Distribuições de probabilidade para variáveis discretas e contínuas (Fonte: Adaptada
de Ang & Tang, 2007).
a) (−∞) = 0; e (∞) = 1
b) ( ) ≥ 0, para todos os valores de , e não decrescente com
c) ( ) é contínua à direita
Das equações descritas anteriormente, se obtém que, para variáveis discretas,
( < ≤ )= ( ) − ( ) (4.24)
( < ≤ )= ( )− ( ) (4.25)
( < ≤ )= ( )− ( ) (4.26)
Valores centrais
São parâmetros de grande interesse no estudo das variáveis aleatórias, uma vez que
representam os valores médios, ou esperados, dessas variáveis.
Sendo uma variável aleatória discreta, com função de probabilidade ( ), o seu
valor médio, dado por ( ), é
( )= ( ) (4.27)
( )= ( ) (4.28)
52
Medidas de dispersão
Apresentam medidas do quanto se afastam dos valores centrais os possíveis valores
que pode assumir uma variável aleatória. Sendo esses afastamentos em torno do valor médio, uma
medida de dispersão bastante utilizada é a variância ( ).
Sendo ( ) = ( ), para uma variável aleatória ,
( )= ( − ) ( ) (4.29)
( )= ( − ) ( ) (4.30)
( )= ( )− (4.31)
= ( ) (4.32)
= (4.33)
1 1 −
( )= exp − , −∞ < < +∞ (4.34)
√2 2
Podendo ser definida apenas por esses dois parâmetros, a distribuição normal de
Gauss também recebe a notação ( , ). A Figura 4.18 apresenta ilustra o efeito desses parâmetros
nas formas da distribuição em questão.
1 ( / )
( )= , −∞ < < +∞ (4.35)
√2
As distribuições normais padronizadas utilizam também a notação Φ( )
Φ( ) = ( ) (4.36)
onde
−
= (4.37)
=Φ ( ) (4.38)
54
− −
( < ≤ )=Φ −Φ (4.39)
= ( ) (4.40)
Amostragem
Sem informações prévias do comportamento dos resultados, é essencial a obtenção
de saídas para os múltiplos possíveis valores que os parâmetros de entrada podem assumir, devendo
o processo de amostragem ser distribuído de maneira satisfatória. Além disso, sem informações
prévias sobre os pesos relativos dos diferentes parâmetros (ou dimensões), é importante também
que não haja coincidência de valores amostrais. Dessa forma, os dois principais critérios de um
processo de amostragem são o adequado preenchimento do espaço amostral e a ausência de
colapsos entre os valores amostrados (Janssen, 2013)
Há diversos processos de amostragem empregados nas simulações de Monte Carlo.
Dois processos largamente utilizados são as amostragens direta e por hipercubo latino.
Na amostragem direta ou simples os números são gerados de forma estritamente
aleatória, independentes entre si. Essa forma de amostragem embora bastante utilizada demanda um
alto custo computacional em sua implementação.
Na amostragem por hipercubo latino o espaço amostral de cada parâmetro de entrada
do modelo analisado é dividido em faixas que são amostradas uma única vez, fazendo com que o
espaço seja uniformemente coberto pela amostragem. Trata-se de um processo mais avançado, que
pode otimizar o processo de análise pelo método de Monte Carlo.
Na Figura 4.19, o gráfico apresentado à esquerda refere-se a um processo
amostragem direta ou simples. Nota-se que embora o critério de preenchimento do espaço amostral
seja satisfatório pode haver resultados sobrepostos. No gráfico à direita, resultado de um processo
de amostragem por hipercubo latino, nota-se que há uma estratificação dos parâmetros x1 e x2,
sendo que cada faixa é amostrada uma vez, acarretando em uma melhor distribuição e impedindo
colapsos entre os resultados.
Figura 4.18. Processos de amostragem direta e por hipercubo latino (Fonte: Adaptado de ANSYS,
2009).
57
Acurácia do método
A precisão do método de Monte Carlo está intimamente relacionada com o tipo de
fenômeno e o numero de amostras. Assim, quanto maior o número de amostras melhores serão os
resultados da análise. O número ideal de simulações varia com a complexidade do modelo
analisado, sendo que quanto mais complexos os modelos maior o número de simulações para a
obtenção de resultados satisfatórios.
Dado um número de amostras , com média , o desvio-padrão do espaço
amostrado é dado por
(1 − )
= (4.41)
(1 − )
= (4.42)
O erro percentual em uma amostragem pelo método de Monte Carlo é dado por
(1 − )
(%) = 200 (4.43)
Sobrecarga e Equipamentos
Um dos pontos cruciais deste trabalho é a estimativa dos parâmetros estatísticos
referentes às demais ações atuantes na estrutura.
Para a determinação dos parâmetros estatísticos da sobrecarga e das ações
provenientes dos equipamentos fazem-se necessários dados relativos aos pesos dos contêineres
movimentados pelo TECON Rio Grande. Tais dados são disponibilizados para consulta pública no
sítio da ANTAQ, e ainda estão em fase de análise. O objetivo é compilar os dados e ajustá-los à
função de distribuição de probabilidade mais adequada, obtendo-se então os parâmetros estatísticos
característicos para inserção no modelo computacional de análise probabilística. A Figura 4.20
apresenta uma imagem do referido sítio, podendo ser observada parte do relatório gerado para o
mês de abril de 2016. Há ainda diversas outras informações possíveis de serem filtradas no sistema.
Atracação e amarração
Para determinação dos valores dos esforços de atracação e amarração, faz-se
necessária a obtenção de dados de ventos e correntes e dos navios atracados ao cais do TECON Rio
Grande. De posse desses dados, os mesmos serão objeto de análise estatística para determinação dos
parâmetros necessários às análises probabilísticas.
Temperatura
Deverão ser analisados dados históricos de temperatura no município do Rio Grande,
verificando-se valores médios e coeficientes de variação dessas distribuições.
60
5. RESULTADOS
Como a maior parte dos parâmetros das ações externas ainda não estão definidos foi
elaborado um estudo de caso utilizando-se a combinação de número 53 proposta por Viegas (2015),
sendo essa a combinação que gerou a máxima força de reação no sentido do eixo x (sentido
longitudinal do cais). A combinação é apresentada na Figura 5.1.
Número de Número de Ux máx Uy máx Uz máx ROTx máx ROTy máx ROTz máx
divisões elementos (mm) (mm) (mm) (rad) (rad) (rad)
1 436 -5,51 -4,79 -4,67 4,84E-04 -1,31E-04 8,12E-04
2 872 -5,51 -4,99 -4,67 5,69E-04 -1,31E-04 8,12E-04
3 1308 -5,51 -4,98 -4,70 5,66E-04 -1,31E-04 8,12E-04
4 1744 -5,51 -4,99 -4,72 5,69E-04 -1,31E-04 8,12E-04
forças e momentos foram elaborados os gráficos apresentados a seguir, que mostram a distribuição
das reações nas 60 estacas integrantes da estrutura.
Os resultados mostram que o modelo construído no ANSYS apresenta resultados
coerentes, podendo ser considerado satisfatório e adequado aos propósitos deste trabalho.
SAP ANSYS
2500
2300
2100
1900
Reação Fy (kN)
1700
1500
1300
1100
900
700
500
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Estaca
SAP ANSYS
500
400
300
200
Reação Fz (kN)
100
0
-100
-200
-300
-400
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Estaca
SAP ANSYS
120
100
80
60
Reação Mx (kN.m)
40
20
0
-20
-40
-60
-80
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Estaca
simulações de Monte Carlo foi executado comparando-se os resultados para amostragens diretas
(MCS) e por hipercubo latino (LHC). As variáveis de saída analisadas nessa verificação são as
reações de forças e momentos que apresentaram valores absolutos máximos em cada modalidade,
sendo Fy e Mx. Os resultados são apresentados nas Tabelas 5.5 e 5.6, que também apresentam as
diferenças percentuais entre cada avanço no teste. As Figuras que seguem apresentam os resultados
graficamente.
Concluiu-se que o número de simulações n igual a 10.000 é adequado para os fins
deste trabalho.
Tabela 5.6. Convergência das simulações de Monte Carlo: média, desvio-padrão e diferenças
percentuais dos valores de reação Fy máxima.
Número Reação Fy (kN)
de Média Desvio Padrão
simulações MCS Dif. % LHC Dif. % MCS Dif. % LHC Dif. %
10 2173,9 -4,6 2239,7 0,8 415,9 -10,3 328,8 -17,6
25 2278,6 2,8 2223,0 -0,5 463,6 46,8 399,3 17,8
50 2216,3 -0,5 2233,4 0,2 315,7 -9,6 338,9 0,1
100 2226,4 0,9 2228,8 0,0 349,3 -0,2 338,6 -2,2
250 2207,3 -1,0 2229,1 0,0 350,0 0,6 346,2 1,5
500 2229,0 0,4 2228,5 0,0 347,9 2,6 341,2 1,3
1000 2219,5 -0,9 2228,4 0,0 339,0 -1,6 337,0 -1,4
2500 2240,0 0,3 2228,4 0,0 344,6 0,6 341,8 0,9
5000 2232,3 0,0 2228,4 0,0 342,6 0,0 338,8 -0,4
10000 2232,3 0,1 2228,4 0,0 342,7 0,6 340,2 0,0
25000 2230,0 0,1 2228,5 - 340,8 0,8 340,2 -
50000 2228,1 -0,1 - - 338,1 -0,8 - -
100000 2229,4 - - - 341,0 - - -
66
Tabela 5.7. Convergência das simulações de Monte Carlo: média, desvio-padrão e diferenças
percentuais dos valores de reação Mx máxima.
Número Reação Mx (kNm)
de Média Desvio Padrão
simulações MCS Dif. % LHC Dif. % MCS Dif. % LHC Dif. %
10 97,2 -1,0 96,7 0,3 5,7 -39,8 3,8 -55,3
25 98,2 2,5 96,4 -0,2 9,5 14,7 8,4 2,6
50 95,8 -1,0 96,6 0,1 8,2 -2,8 8,2 -1,3
100 96,7 0,6 96,5 0,0 8,5 -1,6 8,3 -4,5
250 96,1 -0,4 96,5 0,0 8,6 5,6 8,7 6,3
500 96,4 -0,3 96,5 0,0 8,2 -3,5 8,2 -3,2
1000 96,7 0,2 96,5 0,0 8,5 -0,4 8,4 -0,4
2500 96,6 0,0 96,5 0,0 8,5 -1,8 8,5 -1,4
5000 96,6 0,0 96,5 0,0 8,7 1,4 8,6 1,1
10000 96,6 0,0 96,5 0,0 8,5 0,1 8,5 0,5
25000 96,5 0,0 96,5 - 8,5 0,4 8,4 -
50000 96,5 0,0 - - 8,5 -0,2 - -
100000 96,5 - - - 8,5 - - -
MCS LHC
2500
2450
Média da reação Fy máxima (kN)
2400
2350
2300
2250
2200
2150
2100
2050
2000
Número de simulações
Figura 5.6. Convergência das simulações de Monte Carlo: média da reação vertical máxima.
67
MCS LHC
800
Desvio-padrão da reação Fy máxima (kN)
700
600
500
400
300
200
100
Número de simulações
Figura 5.7. Convergência das simulações de Monte Carlo: desvio-padrão da reação vertical
máxima.
MCS LHC
110
Média da reação Mx máxima (kNm)
105
100
95
90
85
80
Número de simulações
Figura 5.8. Convergência das simulações de Monte Carlo: média da reação Mx máxima.
68
MCS LHC
12
10
Número de simulações
Figura 5.9. Convergência das simulações de Monte Carlo: desvio-padrão média da reação Mx
máxima.
6. ETAPAS FUTURAS
Etapa Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Modelagem computacional
Qualificação
Levantamento e análise estatística das cargas
Execução das análises probabilísticas
Redação
Defesa final
Figura 6.1. Cronograma de atividades para dissertação de mestrado.
7. REFERÊNCIAS
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ANSYS. Version 12.1 – User’s Manual. Houston: Swanson Analysis System Inc, 2009
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nas estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003 (Versão Corrigida: 2004)
VIEGAS, C. H. H., 2015. Análise dos esforços em estacas de um cais de contêineres de
paramento aberto. Dissertação de Mestrado em Engenharia Oceânica, Programa de Pós-
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estruturas portuárias, marítimas ou fluviais - Procedimento. Rio de Janeiro, 1987 (NORMA
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ARAÚJO, J. M. Curso de Concreto Armado. 4ed. Rio Grande: Editora Dunas, 2014
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