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1. INTRODUÇÃO
A norma brasileira NBR 6118:2003[3] define as lajes nervuradas como “lajes moldadas no
local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração é constituída por nervuras entre as
quais pode ser colocado material inerte” (NBR 6118:2003, p. 86).
As nervuradas constituem um artifício econômico para aumentar a rigidez sem aumentar,
efetivamente, a espessura da laje. A espessura de concreto na região entre as barras de
armadura tracionada pode ser reduzida até a profundidade delimitada pela linha neutra, sem
ônus à capacidade resistente à flexão. Além da racionalização do concreto, há a redução do
peso próprio da estrutura e, o uso de materiais de enchimento é opcional, uma vez que a sua
função é apenas preencher o “espaço vazio” sem contribuir à resistência.
A porção de concreto que contém as barras é semelhante a pequenas vigas que se cruzam, em
lajes armadas em duas direções, solidarizadas à mesa. Sob a ótica estrutural, a laje nervurada
tem um comportamento intermediário entre os comportamentos de placa e de grelha; por isso,
a NBR 6118:2003[3] prescreve dimensões mínimas do perfil nervurado para a dispensa da
verificação da flexão da mesa, do cisalhamento das nervuras ou para considerar a laje
nervurada como laje maciça (a mesa) apoiada sobre a grelha de vigas (as nervuras).
Os arranjos possíveis entre as dimensões da mesa, do intereixo e das nervuras asseguram a
confiabilidade do projeto das lajes nervuradas à temperatura ambiente; o mesmo não se pode
afirmar para a situação de incêndio, uma vez que a resistência ao fogo pode ser avaliada não
somente pelos critérios de estabilidade estrutural, mas também pelos critérios de isolamento
térmico e estanqueidade[11].
Para a situação de incêndio, a resistência ao fogo das estruturas de concreto deve atender aos
critérios definidos pela NBR 14432:2001[2] e pela NBR 15200:2004[4]. Em muitas situações
de carregamento, a resistência ao fogo é conseguida para dimensões inferiores àquelas
normatizadas[4]; entretanto, comprovar a eficiência de dimensões inferiores requer métodos
precisos, quer por ensaios experimentais ou numéricos.
COSTA & SILVA[12] investigaram o desempenho estrutural de 10 amostras de lajes
nervuradas de concreto armado, produzidas com as fôrmas fabricadas e comercializadas pelas
empresas brasileiras Astra S/A Indústria e Comércio, Atex do Brasil Ltda. e Ulma Andaimes,
Fôrmas e Escoramentos, Ltda.; por meio de análise computacional, a estabilidade estrutural à
flexão pôde ser verificada para algumas situações de carregamento, em seções nervuradas
projetadas somente à situação normal de uso, i.e., atendendo apenas às diretrizes da NBR
6118:2003[3] à temperatura ambiente.
Enquanto elementos de compartimentação, as lajes têm a função corta-fogo; assim, a
estabilidade estrutural não governa, exclusivamente, a resistência ao fogo.
Esta pesquisa objetiva avaliar a resistência ao fogo segundo o critério de isolamento térmico
da mesa de perfis nervurados de concreto. Por meio de uma análise paramétrica dimensional,
será investigada a influência da altura, largura e distância entre nervuras, sobre a distribuição
de temperaturas na face superior da mesa, com finalidade de avaliar a eficiência do
isolamento térmico proporcionado pelas nervuradas, desprezando-se a contribuição de
qualquer material de enchimento.
A análise térmica foi obtida por meio de modelagem computacional, empregando-se as leis
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3
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hcapa
be he
bw sem escala
nervuras
altura (he) largura (bw) intereixo (i) intereixo (i) be be largura (bw)
i = bw + be (be = i - bw ) (bw = i - be)
dimensões fixadas:
dimensões fixadas: dimensões fixadas: dimensões fixadas:
largura (bw)
(be) altura (he) altura (he) altura (he)
intereixo (i) (be) largura (bw) intereixo (i)
i = bw + be capa (hcapa) capa (hcapa) i = bw + be
capa (hcapa) capa (hcapa)
capa
(espessura)
U=0 U = 1,5% U = 3% U = 4%
Figura 2. Combinação entre dimensões básicas fixadas e variadas da análise paramétrica dimensional.
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(3)
ρ c ,θ = ρ c , se 20 °C ≤ θ ≤ 115 °C
⎡ ⎛ θ − 115 ⎞⎤
ρ c ,θ = ρ c ⋅ ⎢1 − 0,02 ⋅ ⎜ ⎟⎥, se 115 °C < θ ≤ 200 °C
⎣ ⎝ 85 ⎠⎦
⎡ ⎛ θ − 200 ⎞⎤
ρ c ,θ = ρ c ⋅ ⎢0,98 − 0,03 ⋅ ⎜ ⎟⎥, se 200 °C < θ ≤ 400 °C
⎣ ⎝ 200 ⎠⎦
⎡ ⎛ θ − 400 ⎞⎤
ρ c ,θ = ρ c ⋅ ⎢0,95 − 0,07 ⋅ ⎜ ⎟⎥, se 400 °C < θ ≤ 1200 °C
⎣ ⎝ 800 ⎠⎦
onde: ρc = massa específica do concreto de densidade normal à temperatura ambiente
[kg/m³];
ρc,θ = massa específica do concreto de densidade normal em função da temperatura θ
[kg/m³].
5
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2400
ρc = 2400 kg/m³
2350
2300
ρc,θ (kg/m³)
2250
2200
2150
2100
0 200 400 600 800 1000 1200
temperatura θ (°C)
Figura 3. Condutividade térmica do concreto usual, Figura 4. Variação da massa específica do concreto
em função da temperatura[14] . usual em função da temperatura, cujo valor à
temperatura ambiente é ρc = 2400 kg/m³.
6
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O calor específico por unidade de volume é influenciado pela ação térmica direta e pela massa
específica, a qual também varia com elevação da temperatura (eq. 5). A Figura 6 ilustra a
variação do calor específico por unidade de volume, em função da temperatura elevada, para
o concreto de massa específica ρc = 2400 kg/m³ à temperatura ambiente.
c v ,θ = c p ,θ ⋅ ρ c ,θ (5)
onde: cv,θ = calor específico por unidade de volume do concreto de densidade normal em
função da temperatura θ [J/kg °C].
2800 U=4% 7000
U=4%
2400 6000
cp,θ (kJ/m³.°C)
cp,θ (J/kg.°C)
1600 4000
U=1,5% U=1,5%
1
A condução ocorre dentro do elemento.
7
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Para as superfícies diretamente aquecidas, o fluxo de calor convectivo foi determinado pela
equação de Isaac Newton, para a transferência de calor por convecção:
q c = α c ⋅ (θ g − θ c )
• (7)
•
onde: q c = fluxo de calor convectivo na superfície por unidade de área [W/m²];
αc = coeficiente de transferência de calor por convecção [W/(m².°C)];
θc = temperatura da superfície do elemento estrutural [°C].
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Figura 8. Coeficiente de transferência de calor por Figura 9. Emissividade resultante recomendada pela
convecção recomendada pela EN 1991-1-2:2004[13] EN 1991-1-2:2004[13] para o aquecimento ISO
para o aquecimento ISO 834[22]. 834[22].
A eq. 9 pôde ser simplificada para a eq. 10, uma vez que o material é não-combustível3 e
homogêneo, i.e., as propriedades não variam com a direção considerada. A eq. 5 participou na
simplificação.
A solução da eq. 10 é obtida por métodos numéricos aproximados. Neste trabalho, a solução
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Também conhecido por “corpo negro”.
Nos elementos não-combustíveis, o calor interno gerado ⎛⎜ q ⎞⎟ é nulo.
3 •
⎝ ⎠
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aproximada da equação diferencial de Fourier é obtida via método dos elementos finitos, com
auxílio do software Super Tempcalc®[18].
As propriedades térmicas do material variam com a temperatura do próprio elemento, ponto a
ponto e, a temperatura deste também varia com a temperatura dos gases quentes do
compartimento, resultante da ação térmica do incêndio (eqs. 7 e 8).
∂θ λ c,θ ⎛ ∂ 2θ ∂ 2θ ⎞ (10)
= ⋅ ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟
∂t c v,θ ⎝ ∂x ∂y ⎠
3. MODELAGEM COMPUTACIONAL
A modelagem computacional foi executada com auxílio do Super Tempcalc® – Temperature
Calculation and Design v.5, desenvolvido pela FSD (Fire Safety Design – Suécia), para
análise térmica de seções de elementos estruturais expostas ao calor, por meio do método dos
elementos finitos[18].
O método dos elementos finitos baseia-se no conceito de aproximação de uma função
contínua a um modelo discreto, composto por um conjunto de funções contínuas definidas
sobre um número finito de elementos. Na análise térmica bidimensional, o domínio é a seção
transversal dos elementos aquecidos.
O Super Tempcalc® v.5 foi desenvolvido em ambiente Matlab®, com geração automática de
elementos finitos e interface gráfica compatível com a plataforma Windows™. A
confiabilidade do software é de longe reconhecida, sendo usado pelo CEB Task Group No. 4
na elaboração dos FIP-CEB Bulletins N° 145[8], N° 174[7] e N° 208[6], da prestandard ENV
1992-1-2:1995[15] e da standard EN 1992-1-2:2004[14].
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21 10 22
19 9 20
0.04 17
15 8 18
16 0.04 0.04 0.04
13 7 14
11 6 12
5 0.02
0.02 9
7 4 10
8 0.02 0.02
5 3 6
3 2 4
1 0
0 1 2 0 0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 -0.02 -0.02
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
0.05
0
0.05 0
-0.05
0.04
0.02
0 -0.05 -0.1
0
-0.02
-0.04 -0.05 -0.1 -0.15
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
amostra H-04 – he = 40 mm amostra H-05 – he = 50 mm amostra H-10 – he = 100 mm amostra H-15 – he = 150 mm
0.05 0.05 0.05
0.05
0.05
0 0 0
0 0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
amostra BE-00 amostra BE-05 amostra BE-10 amostra BE-15 amostra BE-20
0.05
0.05 0
0 0.05
0 -0.05
-0.05 -0.05
-0.1 -0.1 -0.1
-0.15 -0.15 -0.15
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
amostra BW-200 amostra BW-400 amostra BWI-150
0.05 0.05 0.05
0 0 0
-0.05 -0.05 -0.05
-0.1 -0.1 -0.1
-0.15 -0.15 -0.15
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
amostra BWI-200 amostra BWI-250 amostra BWI-300
Figura 10. Discretização das principais amostras de perfis nervurados para a análise térmica e análise paramétrica dimensional das nervuras.
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temperatura (ºC)
H-03 BW-150
500 500
H-04 BW-200
400 H-05 400 BW-250
H-06 BW-300
300 300
H-07 BW-350
200 H-08 200 BW-400
H-09 BW-450
100 100
H-10
BW-500
0 0
0 30 60 90 120 0 30 60 90 120
tempo (min) tempo (min)
Amostras grupo H – influência da altura he das nervuras sobre o Amostras grupo BW – influência da largura bw e do intereixo i
TRF. (be constante) sobre o TRF.
800 800
BWI-50
BE-00
700 BWI-100 700
BE-I-00
600 BWI-150 600 BE-05
temperatura (ºC)
temperatura (ºC)
BWI-200
500 500 BE-10
BWI-250
BE-15
400 BWI-300 400
BE-20
300 300 BE-25
200 200 BE-50
BE-100
100 100
BE-200
0 0
0 30 60 90 120 0 30 60 90 120
tempo (min) tempo (min)
Amostras grupo BWI – influência da largura bw e da distância Amostras grupo BE – influência da distância be e do intereixo i
entre be (intereixo i constante) sobre o TRF. (bw constante) sobre o TRF.
Figura 11. Impacto das dimensões das nervuras sobre a resistência ao fogo da mesa, segundo o critério de
isolamento térmico.
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45
bw
i = bw + be
45
160 ºC
30
TRF (min)
TRF (min)
15
30 0
0 100 200 300 400 0 200 400 600 800 1000
he (mm) bw (mm) ou i (mm)
Influência da altura (he) das nervuras sobre o TRF. Influência da largura (bw) das nervuras sobre o TRF.
50
90 intereixo i = bw + be
bw distância be
be 45
60
TRF (min)
TRF (min)
40
30 35
30
0
0 100 200 300
0 100 200 300
bw (mm) ou be (mm) be (mm) ou i (mm)
Influência da largura (bw) e da distância entre faces das nervuras Influência da distância entre faces das nervuras (be) sobre o TRF.
(be), para intereixo (i), constante sobre o TRF.
Figura 12. Impacto das dimensões das nervuras sobre a resistência ao fogo da capa, segundo o critério de
isolamento térmico.
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amostra BE-00 amostra BE-05 amostra BE-10 amostra BE-15 amostra BE-20
Figura 13. Campo de temperaturas da seção para t = 120 min. de aquecimento ISO 834[22] da análise térmica via Super Tempcalc®4.
4
São apresentadas algumas ilustrações das amostras principais.
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2.000 hours
2.000 hours
2.000 hours
2.000 hours 0.04 700
0.04 700
750
700
0.04 750 0.02
0.04 750 750 0.02 800
800 850
800 0.02 800 850 0 900
0.02 850 850 0 900
950
900 900 950
950
1000 0 950 1000 -0.02 1000
0 1000 -0.02
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
95
0
650 950 950
950
700
10
-0.05
00
-0.05 -0.05 -0.05
1000 1000 -0.05 1000
750
800
-0.1 -0.1 -0.1 -0.1 -0.1
850
900
950
1000
-0.15 -0.15 -0.15 -0.15 -0.15
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
amostra BE-00. amostra BE-05 . amostra BE-10 . amostra BE-15 . amostra BE-20 .
2.000 hours
0.05
2.000 hours
0.05 0
700
1000800 700
40 0
400
0.05
600 500
900
0 900
300
500 400
800
-0.05
700
500
100
0
900 800
200
50 0
0 400
800 700
400
900 800
-0.05
900800
300
200
500
-0.05
800
60 0
300
-0.1 -0.1 -0.1 700
700
700
1000
800
700
60
90
-0.15
600 600 80 0
1000 900
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
amostra BW-200 amostra BW-400 amostra BWI-150
2.000 hours
2.000 hours 2.000 hours
0.05
0.05 0.05
0 200
0 0 100
-0.05 300 -0.05 20 0 -0.05 200
500 400 30 0
-0.1 600 -0.1 40 0 500 -0.1
300
400
700 60 0 500
90 0
800 700 600
10 0
900 1000 800 700
00
-0.15 -0.15 -0.15 900 800
10
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
amostra BWI-200 amostra BWI-250 amostra BWI-300
Figura 14. Isotermas da seção para t = 120 min. de aquecimento ISO 834[22] da análise térmica via Super Tempcalc®4.
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200 200
150 150
hcapa = 5 cm hcapa = 8 cm
temperatura (ºC)
temperatura (ºC)
U=0 U=0
U = 1,5% U = 1,5%
100 U = 3% 100 U = 3%
U = 4% U = 4%
θ = 160 ºC θ = 160 ºC
50 50
0 0
0 5 10 15 20 25 30 0 10 20 30 40 50 60
tempo (min) tempo (min)
200 200
U=0 U=0
U = 1,5% U = 1,5%
100 U = 3% 100 U = 3%
U = 4% U = 4%
θ = 160 ºC θ = 160 ºC
50 50
0 0
0 15 30 45 60 75 90 0 30 60 90 120
tempo (min) tempo (min)
Figura 15. Temperatura na superfície não-exposta ao calor, em função do tempo de aquecimento ISO 834[22].
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30 60 50 50 50 80
90
60 90 80 75 75 80
80 90 110 105 95 90 100
120 130 120 115 110 120
70 Nota: *As espessuras das capas atendem ao
TRRF, para a temperatura máxima7 de 160 ºC na
60
face não-exposta ao calor.
50
0 30 60 90 120
TRRF (min)
5. CONCLUSÕES
– A NBR 15200:2004[4] fornece o método tabular para o projeto de lajes nervuradas de
concreto armado em situação de incêndio e, alternativamente, permite o uso de métodos
mais precisos. As dimensões tabulares objetivam assegurar a função corta-fogo, além da
estabilidade estrutural; para dimensões inferiores às normatizadas, outros métodos podem
ser usados para comprovar a resistência ao fogo de tais elementos.
– Neste trabalho, a verificação do isolamento térmico da mesa foi realizada, por meio de
5
Fenômeno de desagregação física do concreto aquecido a temperaturas elevadas; dentre outros fatores, ele
pode ser induzido por elevadas pressões internas de vapor durante o transporte da água do interior para a
superfície do elemento aquecido[5][10][19][24][25][26].
6
O teor de umidade do concreto controla o acesso à armadura de agentes agressivos da atmosfera, tais como os
gases oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2) que induzem a corrosão[21]; o excesso de umidade também
pode favorecer outros mecanismos de envelhecimento e deterioração do concreto[20].
7
Admitindo que a temperatura inicial seja igual a 20 ºC, e incrementos de 140 ºC.
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6. AGRADECIMENTOS
Às indústrias de fôrmas para lajes nervuradas Astra S/A Indústria e Comércio, Atex do Brasil
Ltda. e à Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda.; ao Centro Brasileiro da Construção
em Aço – CBCA; e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico – CNPq pelo
suporte desta pesquisa.
7. REFERÊNCIAS
[1]
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Componentes
construtivos estruturais determinação da resistência ao fogo – Método de ensaio. NBR
5628. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
[2]
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Exigências de
resistência ao fogo de elementos construtivos das edificações. NBR 14432. Rio de
Janeiro: ABNT, 2001.
[3]
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto de
estruturas de concreto. Procedimento. NBR 6118. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
[4]
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto de
estruturas de concreto em situação de incêndio. NBR 15200. Rio de Janeiro: ABNT,
2004.
[5]
BAŽANT, Z. P.; KAPLAN, M. F. Concrete at High Temperatures – material properties
and mathematical models. London: Longman Group, 1996.
[6]
COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON. Fire design of concrete structures.
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