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ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA - 818.916.

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§ 1o Proclamado o resultado da consulta plebiscitária, sendo fa-


Dia 4 vorável à alteração territorial prevista no caput, o projeto de lei
complementar respectivo será proposto perante qualquer das
Casas do Congresso Nacional.
Constituição Federal: art. 18-36
§ 2o À Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de
Código Civil: art. 115-188
lei complementar referido no parágrafo anterior compete proce-
Código Processo Civil: art. 103-149
der à audiência das respectivas Assembleias Legislativas.
Código Penal: art. 53-76
§ 3o Na oportunidade prevista no parágrafo anterior, as respec-
Código Processo Penal: art. 197-250
tivas Assembleias Legislativas opinarão, sem caráter vinculati-
Controle de Leitura vo, sobre a matéria, e fornecerão ao Congresso Nacional os de-
talhamentos técnicos concernentes aos aspectos administrati-
vos, financeiros, sociais e econômicos da área geopolítica afeta-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL da.
§ 4o O Congresso Nacional, ao aprovar a lei complementar, to-
TÍTULO III mará em conta as informações técnicas a que se refere o parág-
Da Organização do Estado rafo anterior.
CAPÍTULO I Art. 5o O plebiscito destinado à criação, à incorporação, à fusão
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA e ao desmembramento de Municípios, será convocado pela As-
Art. 18. A organização político-administrativa da República Fe- sembleia Legislativa, de conformidade com a legislação federal e
derativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito estadual.
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Art. 6o Nas demais questões, de competência dos Estados, do
Constituição.
Distrito Federal e dos Municípios, o plebiscito e o referendo se-
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
rão convocados de conformidade, respectivamente, com a
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
Constituição Estadual e com a Lei Orgânica.
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o en-
serão reguladas em LC.
tende-se por população diretamente interessada tanto a do
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
território que se pretende desmembrar, quanto a do que so-
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem no-
frerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto
vos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da
a população da área que se quer anexar quanto a da que rece-
população diretamente interessada, através de plebiscito, e
berá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual
do Congresso Nacional, por LC.
que se manifestar em relação ao total da população consultada.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por LC Federal, e dependerão de consulta pré- Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
via, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envol- aos Municípios:
vidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
apresentados e publicados na forma da lei. embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada,
na forma da lei, a colaboração de interesse público;
CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO,
II - recusar fé aos documentos públicos;
FUSÃO E FUSÃO E
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
DESMEMBRAMENTO DE DESMEMBRAMENTO DE
ESTADOS MUNICÍPIOS
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
Aprovação da população dire- Lei estadual, dentro do período
tamente interessada, através de determinado por LC Federal EDIÇÃO N. 79: ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
plebiscito INDIRETA
1) Aplica-se a prescrição quinquenal do Decreto n.
LC Divulgação dos Estudos de Via- 20.910/32 às empresas públicas e às sociedades de econo-
bilidade Municipal mia mista responsáveis pela prestação de serviços públicos
Consulta prévia às populações próprios do Estado e que não exploram atividade econômi-
dos Municípios envolvidos, ca.
mediante plebiscito 2) Inexiste direito à incorporação de vantagens decorrentes do
exercício de cargo em comissão ou função de confiança na ad-
ministração pública indireta.
Lei 9709/98. 3) As autarquias possuem autonomia administrativa, finan-
Art. 4o A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou des- ceira e personalidade jurídica própria, distinta da entidade
membramento para se anexarem a outros, ou formarem novos política à qual estão vinculadas, razão pela qual seus dirigentes
Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação da têm legitimidade passiva para figurar como autoridades coa-
população diretamente interessada, por meio de plebiscito toras em Mandados de Segurança.
realizado na mesma data e horário em cada um dos Estados, 4) As empresas públicas e as sociedades de economia mista
e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as prestadoras de serviços públicos possuem legitimidade ativa
respectivas Assembleias Legislativas.
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ad causam para a propositura de pedido de suspensão, quan- § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao
do na defesa de interesse público primário. Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado
5) A universidade federal, organizada sob o regime autárquico, da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídri-
não possui legitimidade para figurar no polo passivo de de- cos para fins de geração de energia elétrica e de outros recur-
manda que visa à repetição de indébito de valores relativos à sos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar
contribuição previdenciária por ela recolhidos e repassados à territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação finan-
União. ceira por essa exploração. (EC 102/19)
6) Os Conselhos de Fiscalização Profissionais possuem natu- § 2º A faixa de até 150 KM de largura, ao longo das fronteiras
reza jurídica de autarquia, sujeitando-se, portanto, ao regime terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
jurídico de direito público. fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupa-
7) O benefício da isenção do preparo, conferido aos entes pú- ção e utilização serão reguladas em lei.
blicos previstos no art. 4º, caput, da Lei n. 9.289/1996, é inapli-
cável aos Conselhos de Fiscalização Profissional. (Tese julgada SÚMULAS SOBRE BENS PÚBLICOS
sob rito do art. 543-C do CPC/73 TEMA 625)
STF
8) O arquivamento provisório previsto no art. 20 da Lei n.
10.522/2002, dirigido aos débitos inscritos como dívida ativa da Súmula 477-STF: As concessões de terras devolutas situadas na
União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela faixa de fronteira, feitas pelos estados, autorizam, apenas, o
cobrados, não se aplica às execuções fiscais movidas pelos uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se
conselhos de fiscalização profissional ou pelas autarquias mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores.
federais. (Súmula n. 583/STJ) (Tese julgada sob rito do art. 543- OBS: são bens da União apenas as terras devolutas indispensá-
C do CPC/73 TEMAS 636 e 612) veis à defesa das fronteiras (art. 20, II, da CF/88).
9) Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da Súmula 479-STF: As margens dos rios navegáveis são domínio
Fazenda estadual desde que coexistam penhoras sobre o mes- público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, ex-
mo bem. (Súmula n. 497/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. cluídas de indenização.
543-C do CPC/73 TEMA 393) Segundo o STJ, o entendimento exposto na súmula 479 do STF
10) As agências reguladoras podem editar normas e regula- não é absoluto e deve ser mitigado quando comprovado que
mentos no seu âmbito de atuação quando autorizadas por o particular possui um justo título sobre a área desapropri-
lei. anda. Assim, o particular desapropriado poderá receber indeni-
11) NÃO É POSSÍVEL a aplicação de sanções pecuniárias por zação por eventuais benfeitorias situadas em terrenos marginais
sociedade de economia mista, facultado o exercício do po- dos rios navegáveis quando as tiver realizado em imóvel de seu
der de polícia fiscalizatório. domínio, assim reconhecido, legitimamente, pelo Poder Público.
Caso não possua justo título, logicamente, não serão indenizá-
CAPÍTULO II veis as benfeitorias (STJ AgRg no REsp 1302118/MG, julgado em
DA UNIÃO 17/05/2012).
Art. 20. São BENS DA UNIÃO: Súmula 480-STF: Pertencem ao domínio e administração da
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser União, nos termos dos artigos 4, IV, e 186, da Constituição Fe-
atribuídos; deral de 1967, as terras ocupadas por silvícolas.
II - as TERRAS DEVOLUTAS indispensáveis à defesa das fron- De acordo com o art. 20, XI, da CF/88, são bens da União as ter -
teiras, das fortificações e construções militares, das vias fede- ras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
rais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em Súmula 650-STF: Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição
lei; Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos que ocupadas por indígenas em passado remoto.
de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam As terras ocupadas, em passado remoto, por aldeamentos indí-
de limites com outros países, ou se estendam a território es- genas não são bens da União (STF AI-AgR 307401/SP).
trangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos margi- STJ
nais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros Súmula 103-STJ: Incluem-se entre os imóveis funcionais que
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, podem ser vendidos os administrados pelas forças armadas e
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto ocupados pelos servidores civis.
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental Súmula 496-STJ: Os registros de propriedade particular de imó-
federal, e as referidas no art. 26, II; veis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à Uni-
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona ão.
econômica exclusiva; Os terrenos de marinha pertencem à União, por uma imposição
VI - o mar territorial; legal, desde a época em que o Estado brasileiro foi criado. A CF/
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 88 apenas manteve essa situação (art. 20, VII, da CF/88). Logo,
VIII - os potenciais de energia hidráulica; não tem qualquer validade o título de propriedade outorga-
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; do a particular de bem imóvel situado em terreno de mari-
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológi- nha ou acrescido. Quando a União faz o procedimento de de-
cos e pré-históricos; marcação do terreno de marinha, ela declara que todos os imó-
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. veis existentes naquela determinada faixa são da União e os
eventuais títulos de propriedade de particulares são também
declarados nulos. Não é nem sequer necessário que a União aju-
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íze uma ação específica de anulação dos registros de proprieda-


de dos ocupantes de terrenos de marinha. Basta o procedimen- Art. 21. Compete à União:
to de demarcação. I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de orga-
nizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ III - assegurar a defesa nacional;
EDIÇÃO N. 124: BENS PÚBLICOS IV - permitir, nos casos previstos em LC, que forças estrangeiras
1) Os bens integrantes do acervo patrimonial de sociedades de transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporari-
economia mista sujeitos a uma destinação pública equiparam- amente;
se a bens públicos, sendo, portanto, insuscetíveis de serem V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven-
adquiridos por meio de usucapião. ção federal;
2) Os imóveis administrados pela Companhia Imobiliária de VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
Brasília - Terracap são públicos e, portanto, insuscetíveis de bélico;
aquisição por meio de usucapião. VII - emitir moeda;
3) O imóvel vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação - VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as
SFH, porque afetado à prestação de serviço público, deve ser operações de natureza financeira, especialmente as de crédi-
tratado como bem público, não podendo, pois, ser objeto de to, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de pre-
usucapião. vidência privada;
4) É possível reconhecer a usucapião do domínio útil de bem IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena-
público sobre o qual tinha sido, anteriormente, instituída ção do território e de desenvolvimento econômico e social;
enfiteuse, pois, nessa circunstância, existe apenas a substituição X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
do enfiteuta pelo usucapiente, não havendo qualquer prejuízo XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
ao Estado. permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei,
5) É incabível a modificação unilateral pela União do valor do que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór-
domínio pleno de imóvel aforado, incidindo somente a correção gão regulador e outros aspectos institucionais
monetária na atualização anual do pagamento do foro na XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
enfiteuse de seus bens (art. 101 do Decreto-Lei n. 9760/1946). ou permissão:
6) As concessões de terras devolutas situadas na faixa de a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
fronteira, feitas pelos Estados, autorizam, apenas, o uso, b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
permanecendo o domínio com a União, ainda que se mento energético dos cursos de água, em articulação com os
mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores. Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
(Súmula n. 477/STF) c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
7) Terras em faixas de fronteira e aquelas sem registro imobiliário tuária;
NÃO SÃO, POR SI SÓ, TERRAS DEVOLUTAS, cabendo ao ente d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
federativo comprovar a titularidade desses terrenos. tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os
8) O descumprimento de encargo estabelecido em lei que limites de Estado ou Território;
determinara a doação de bem público enseja, por si só, a sua e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
desconstituição. cional de passageiros;
9) A ocupação indevida de bem público configura MERA f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
DETENÇÃO, de natureza precária, insuscetível de retenção ou XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Públi-
indenização por acessões e benfeitorias. (Súmula n. 619/STJ) co do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública
10) Construção ou atividade irregular em bem de uso comum do dos Territórios;
povo revela dano presumido à coletividade, dispensada prova XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal a polícia
de prejuízo em concreto. militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
11) Os registros de propriedade particular de imóveis situados bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
em terrenos de marinha não são oponíveis à União. (Súmula n. execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (EC
496/ STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - 104/19)
TEMA 419) XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo-
grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diver-
1) particular invade imóvel 2) particular invade imóvel sões públicas e de programas de rádio e televisão;
público e deseja proteção público e deseja proteção XVII - conceder anistia;
possessória em face do possessória em face de outro XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala-
PODER PÚBLICO: PARTICULAR: midades públicas, especialmente as secas e as inundações;
Não terá direito à proteção Terá direito, em tese, à prote- XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
possessória. Não poderá ção possessória. É possível o hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
exercer interditos possessó- manejo de interditos possessó- XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi-
rios porque, perante o Poder rios em litígio entre particulares ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
Público, ele EXERCE MERA sobre bem público dominical, XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de
DETENÇÃO. pois entre ambos a disputa será viação;
relativa à posse. XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
de fronteiras;
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XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer Competência Privativa da Competência Concorrente
natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a la- União
vra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e
o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos Diretrizes e bases da educação Educação, ensino
os seguintes princípios e condições: nacional
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será ad-
mitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso XXV - registros públicos;
Nacional; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa- XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
ção e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas
médicos, agrícolas e industriais; e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, co- obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
mercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
ou inferior a 2 horas; XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima,
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da defesa civil e mobilização nacional;
existência de culpa (teoria do risco integral); XXIX - propaganda comercial.
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; Parágrafo único. LC poderá autorizar os Estados a legislar so-
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da bre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
atividade de garimpagem, em forma associativa.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Dis-
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: trito Federal e dos Municípios:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; democráticas e conservar o patrimônio público;
II - desapropriação; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tia das pessoas portadoras de deficiência;
tempo de guerra; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifu- histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
são; naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
V - serviço postal; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
metais; cultural;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciên-
valores; cia, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
VIII - comércio exterior e interestadual; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
IX - diretrizes da política nacional de transportes; quer de suas formas;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
aérea e aeroespacial; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abasteci-
XI - trânsito e transporte; mento alimentar;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; IX - promover programas de construção de moradias e a me-
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
XIV - populações indígenas; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali-
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de zação, promovendo a integração social dos setores desfavoreci-
estrangeiros; dos;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
para o exercício de profissões; pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Fe- territórios;
deral e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu-
bem como organização administrativa destes; rança do trânsito.
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia naci- Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a coo-
onais; peração entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Muni -
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança cípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
popular; estar em âmbito nacional.
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI -normas gerais de organização, efetivos, material bélico, ga- Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-
rantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polí- gislar concorrentemente sobre (não inclui Município):
cias militares e dos corpos de bombeiros militares (EC 103/19); I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e urbanístico;
ferroviária federais; II - orçamento;
XXIII - seguridade social; III - juntas comerciais;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
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VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa União.


do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e OBS: a doutrina conceitua os crimes de responsabilidade como
controle da poluição; sendo “infrações político-administrativas”. No entanto, o STF en-
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico tende que, para fins de competência legislativa, isso é maté-
e paisagístico; ria que se insere no direito penal e processual, de forma que
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu- a competência é da União
midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, tu- Súmula vinculante 49-STF: Ofende o princípio da livre con-
rístico e paisagístico; corrência lei municipal que impede a instalação de estabeleci-
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pes- mentos comerciais do mesmo ramo em determinada área
quisa, desenvolvimento e inovação; Súmula 419-STF: Os municípios tem competência para regu-
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas lar o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis
causas; estaduais ou federais válidas.
XI - procedimentos em matéria processual; Súmula 645-STF: É competente o Município para fixar o horá-
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; rio de funcionamento de estabelecimento comercial.
Súmula 722-STF: São da competência legislativa da União a
Seguridade Social Previdência Social definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento
das respectivas normas de processo e julgamento.
Competência privativa Competência concorrente
da União STJ
Súmula 19-STJ: A fixação do horário bancário, para atendi-
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; mento ao público, é da competência da União.
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de OBS: os Municípios podem legislar sobre medidas que propici-
deficiência; em segurança, conforto e rapidez aos usuários de serviços ban-
XV - proteção à infância e à juventude; cários (STF ARE 691591 AgR/RS, julgado em 18/12/2012)
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da Uni-
CAPÍTULO III
ão limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
DOS ESTADOS FEDERADOS
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições
NÃO EXCLUI a competência suplementar dos Estados.
e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
sejam vedadas por esta Constituição (competência residual)
peculiaridades.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante conces-
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUS-
são, os SERVIÇOS LOCAIS DE GÁS CANALIZADO, na forma da
PENDE a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regula-
mentação.
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS § 3º Os Estados poderão, mediante LC, instituir regiões metropoli-
STF tanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organiza-
Súmula vinculante 2-STF: É inconstitucional a lei ou ato nor- ção, o planejamento e a execução de funções públicas de interes-
mativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de se comum.
consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Segundo o STF, a expressão “sistema de sorteios” constante do Art. 26. Incluem-se entre os BENS DOS ESTADOS:
art. 22, XX, da CF/88 alcança os jogos de azar, as loterias e si- I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
milares, dando interpretação que veda a edição de legislação e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decor-
estadual sobre a matéria, diante da competência privativa da rentes de obras da União;
União (ADI 3895, j. em 04/06/2008). II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu
Súmula Vinculante 38-STF: É competente o município para fi- domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios
xar o horário de funcionamento de estabelecimento comerci- ou terceiros;
al. III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
Lei municipal pode dispor sobre: IV - as TERRAS DEVOLUTAS não compreendidas entre as da Uni -
a) Horário de funcionamento de estabelecimento comercial: SIM ão.
(SV 38).
b) Horário de funcionamento dos bancos (horário bancário): Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor-
NÃO (Súmula 19 do STJ). responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara
c) Medidas que propiciem segurança, conforto e rapidez aos dos Deputados e, atingido o número de 36, será acrescido de
usuários de serviços bancários: SIM. tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12.
Súmula Vinculante 39-STF: Compete privativamente à União § 1º Será de 4 anos o mandato dos Deputados Estaduais, apli-
legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e mili- cando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleito-
tar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. ral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
Súmula Vinculante 46-STF: A definição dos crimes de respon- licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
sabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de pro- § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de
cesso e julgamento são da competência legislativa privativa da iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo,
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75% daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Fe- estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites
derais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, máximos (20% a 75% dos Deputados Estaduais).
153, III, e 153, § 2º, I. VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regi- poderá ultrapassar o montante de 5% da receita do Município;
mento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, VIII - INVIOLABILIDADE DOS VEREADORES por suas opiniões,
e prover os respectivos cargos. palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo do Município;
estadual.
VEREADORES
DEPUTADOS ESTADUAIS
Imunidade formal Imunidade material
Imunidade formal Imunidade material
NÃO gozam Possuem, mas desde que
Podem ser de duas espécies: São invioláveis, civil e relacionada ao mandato e por
a) Em relação à prisão penalmente, por quaisquer de manifestações promovidas
b) Em relação ao processo suas opiniões, palavras e votos dentro do Município.
andamento da ação
Requisitos:
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
1) que as opiniões, palavras e
votos tenham relação como o
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado,
exercício do mandato; e
para mandato de 4 anos, realizar-se-á no primeiro domingo de
2) que tenham sido proferidas
outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outu-
na circunscrição (dentro dos
bro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do térmi-
limites territoriais) do
no do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 1°
Município.
de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o
disposto no art. 77.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro car-
go ou função na administração pública direta ou indireta, res- IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, si-
salvada a posse em virtude de concurso público e observado o milares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os
disposto no art. 38, I, IV e V. membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Estado para os membros da Assembleia Legislativa;
Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da As- X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
sembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câma-
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. ra Municipal;
XII - cooperação das associações representativas no planejamento
CAPÍTULO IV municipal;
Dos Municípios XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específi-
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 co do Município, da cidade ou de bairros, através de manifesta-
turnos, com o interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por ção de, pelo menos, 5% do eleitorado;
2/3 dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, aten- XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parág-
didos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constitui- rafo único. (art. 28, §1°)
ção do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
Lei Orgânica do Município não é fruto do Poder Constituinte Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, in-
Derivado Decorrente. cluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relati-
mandato de 4 anos, mediante pleito direto e simultâneo realiza- vos ao somatório da receita tributária e das transferências previs-
do em todo o País; tas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realiza-
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro do no exercício anterior (7% a 3,5%).
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de 70% de sua recei-
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 (segundo tur- ta com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de
no), no caso de Municípios com mais de 200 mil ELEITORES; seus Vereadores.
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do § 2o Constitui CRIME DE RESPONSABILIDADE DO PREFEITO
ano subsequente ao da eleição; Municipal:
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
limite máximo de 9 a 55 vereadores II - não enviar o repasse até o dia 20 de cada mês; ou
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orça-
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, mentária.
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
§ 3o Constitui CRIME DE RESPONSABILIDADE DO PRESIDEN-
153, § 2º, I;
TE DA CÂMARA MUNICIPAL o desrespeito ao § 1 o deste artigo
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas
(gastar mais de 70% da receita da Câmara com folha de paga-
Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, ob-
mento)
servado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios
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DIA 4 / 7

Art. 30. Compete aos Municípios: BA, TCM/GO e TCM/PA. Rio deJaneiro e TCM/São Paulo.
I - legislar sobre assuntos de interesse local; *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que cou-
ber; CAPÍTULO V
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de Seção I
prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; DO DISTRITO FEDERAL
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação es- Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
tadual; reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 turnos com interstício
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa,
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, in- que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
cluído o de TRANSPORTE COLETIVO, que tem caráter essenci- Constituição.
al;
Lei Orgânica do DF é fruto do Poder Constituinte Derivado
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Decorrente. STF (ADI 3756)
Estado, programas de educação infantil e de ensino funda-
mental; § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislati-
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do vas reservadas aos Estados e Municípios.
Estado, serviços de atendimento à saúde da população; § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo- as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
e da ocupação do solo urbano; duração.
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Dis-
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Le- trito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e
gislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos siste- do corpo de bombeiros militar (EC 104/19)
mas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na for-
ma da lei. Seção II
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com DOS TERRITÓRIOS
o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Municí- Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciá-
pio ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, ria dos Territórios.
onde houver. § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios (DF
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as não pode), aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no
contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de Capítulo IV deste Título.
prevalecer por decisão de 2/3 dos membros da Câmara Muni- § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao
cipal. Congresso Nacional, com parecer prévio do TCU
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmen- § 3º Nos Territórios Federais com mais de 100 mil habitantes,
te, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e aprecia- além do Governador nomeado na forma desta Constituição, ha-
ção, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da verá órgãos judiciários de 1a e 2a instância, membros do Minis-
lei. tério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre
§ 4º É VEDADA a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberati-
Contas Municipais. va.

CAPÍTULO VI
Tribunais de Contas DOS Tribunal de Contas DO
DA INTERVENÇÃO
MUNICÍPIOS MUNICÍPIO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Fe-
Órgão estadual que atua na Órgão municipal que atua na deral, exceto para:
fiscalização das contas de fiscalização das contas de um I - manter a integridade nacional;
todos os Municípios de único Município. II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federa-
determinado Estado. ção em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
Atua como órgão auxiliar de Atua como órgão auxiliar de
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas uni-
todas as Câmaras Municipais uma única Câmara Municipal
dades da Federação;
de determinado Estado no no exercício do controle
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
exercício do controle externo externo sobre determinado
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos
sobre os respectivos Município.
consecutivos, salvo motivo de força maior;
Municípios daquele Estado.
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas
A CF/88 permite que os A CF/88 proíbe que sejam nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
Estados criem novos Tribunais criados novos Tribunais de VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judici-
de Contas dos Municípios. Contas Municipais. al;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitu-
Atualmente, existem três: TCM/ Atualmente, existem dois: TCM/ cionais (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS):
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a) forma republicana, sistema representativo e regime demo- no Estado/DF para garantir Legislativo estadual que estiver
crático; o livre exercício de qualquer sendo coagido/impedido, deverá
b) direitos da pessoa humana; dos Poderes nas unidades solicitar (“pedir”) ao Presidente da
c) autonomia municipal; da Federação. República que intervenha no
d) prestação de contas da administração pública, direta e indire- Estado.
ta. Se o Poder Judiciário estiver sendo
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impos- coagido/impedido, deve solicitar
tos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na providências ao STF. Se o STF
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços concordar com o pedido, irá
públicos de saúde. requisitar do Presidente da
República a intervenção (a
PRINCÍPIOS CLÁUSULA PÉTREA requisição é vinculante).
CONSTITUCIONAIS O Decreto de intervenção também
SENSÍVEIS será submetido à apreciação do
CN, no prazo de 24 horas.
Forma republicana Forma federativa
6) A União poderá intervir A decretação da intervenção de-
Sistema representativo
no Estado/DF para prover penderá de requisição do STF, do
Regime democrático (garantir) a execução de or- STJ ou do TSE.
dem ou decisão judicial que Assim, o STF, o STJ ou o TSE, a de-
esteja sendo desrespeitada. pender de qual ordem/decisão judi-
FORMA DE GOVERNO República
cial esteja sendo descumprida,
FORMA DE ESTADO Federação irá requisitar do Presidente da Re-
pública a intervenção federal. Assim,
SISTEMA DE GOVERNO Presidencialismo
p. ex., se a decisão do TSE é que foi
REGIME DE GOVERNO Democracia descumprida, o Presidente desta
Corte irá requisitar a intervenção ao
Presidente da República.
INTERVENÇÃO FEDERAL
E se o Estado/DF estiver descum-
HIPÓTESES PROCEDIMENTO prindo uma decisão de juiz ou Tri-
bunal de 2ª instância?
1) manter a integridade na- O Presidente da República, ao per-
Nesse caso, o Tribunal local deverá
cional. ceber a ocorrência de alguma des-
fazer uma representação ao Tribu-
sas hipóteses, deverá decretar
2) repelir invasão nal Superior competente (STF, STJ
a intervenção, mesmo que não
estrangeira ou de uma ou TSE) solicitando a intervenção.
tenha sido solicitada por nin-
unidade da Federação em Se o Tribunal Superior concordar,
guém. A INTERVENÇÃO SERÁ
outra. ele irá requisitar ao Presidente da
DECRETADA DE OFÍCIO (DE
República a intervenção.
3) pôr termo (acabar) a FORMA ESPONTÂNEA).
Para saber qual o Tribunal Superi-
grave comprometimento da O Presidente decreta a interven-
or será competente deverá ser
ordem pública. ção por meio de um Decreto Pre-
analisada a matéria discutida e
sidencial deverá trazer as regras
4) reorganizar as finanças para quem seria dirigido o eventu-
sobre a intervenção (amplitude,
do Estado/DF caso ele al recurso.
prazo, condições). No Decreto, o
tenha: Obs.: NÃO é necessária a apreci-
Presidente poderá nomear um in-
a) suspendido o pagamento ação pelo CN tendo em vista
terventor para administrar o Esta-
da dívida fundada por mais que a intervenção foi determi-
do, caso entenda necessário.
de dois anos consecutivos, nada pelo Poder Judiciário em
O Decreto deverá ser submetido à
salvo motivo de força julgamento de ação judicial.
apreciação do Congresso Nacio-
maior;
nal, no prazo de 24 horas. A dou- 7) A União poderá intervir A decretação da intervenção de-
b) deixado de entregar aos
trina chama isso de “controle po- no Estado/DF para prover penderá de provimento (decisão
Municípios as receitas
lítico” da intervenção. Se o Con- (garantir) a execução de lei julgando procedente), pelo STF, de
tributárias, dentro dos prazos
gresso não estiver funcionando, o federal que esteja sendo representação do Procurador-
estabelecidos em lei.
Presidente do Senado deverá fazer desrespeitada. Geral da República.
uma convocação extraordinária. Assim, verificando a ocorrência de
8) A União poderá intervir
Antes de decretar a intervenção, o uma dessas duas hipóteses, o PGR
no Estado/DF para assegu-
Presidente consultará o Conselho deverá propor uma representação
rar a observância dos princí-
da República e o Conselho de De- de inconstitucionalidade interven-
pios constitucionais sensí-
fesa Nacional, sendo tais manifes- tiva (ação direta de inconstituci-
veis, que são os seguintes:
tações apenas opinativas (não vin- onalidade interventiva) junto ao
a) forma republicana, siste-
culantes). STF.
ma representativo e regime
Se o STF julgar a ação procedente,
5) A União poderá intervir Se o Poder Executivo ou democrático;
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b) direitos da pessoa huma- deverá levar ao conhecimento do CONGRESSO Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto
na; Presidente da República para que limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa
c) autonomia municipal; este, no prazo improrrogável de medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
d) prestação de contas da até 15 dias, tome as seguintes § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afasta-
administração pública, dire- providências: das de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
ta e indireta. a) expeça decreto de intervenção;
e) aplicação do mínimo exi- b) nomeie, nesse mesmo decreto, CÓDIGO CIVIL
gido da receita resultante o interventor (se couber). Vale res-
de impostos estaduais, saltar que nem sempre haverá a CAPÍTULO II
compreendida a provenien- nomeação de interventor. Da Representação
te de transferências, na ma- O procedimento está previsto na Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou
nutenção e desenvolvimen- Lei 12.562/2011. pelo interessado.
to do ensino (25%) e nas Obs.1: a decretação da interven-
ações e serviços públicos de ção é vinculada, cabendo ao Pre- Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limi-
saúde. sidente a mera formalização da tes de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
decisão tomada pelo STF.
Obs.2: o decreto deve limitar-se a Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é ANULÁVEL
suspender a execução do ato im- o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou
pugnado, se essa medida for sufici- por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
ente para o restabelecimento da Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo re-
normalidade. presentante o negócio realizado por aquele em quem os poderes
Obs.3: NÃO é necessário que a houverem sido subestabelecidos.
intervenção seja apreciada pelo
Congresso Nacional. Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a ex-
tensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a Uni- pelos atos que a estes excederem.
ão nos Municípios localizados em Território Federal, exceto
quando: Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por 2 anos conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia
consecutivos, a dívida fundada; ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; Parágrafo único. É de 180 dias, a contar da conclusão do negó-
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita munici- cio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência
pal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os
assegurar a observância de princípios indicados na Constitui- estabelecidos nas normas respectivas; os da representação volun-
ção Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou tária são os da Parte Especial deste Código.
de decisão judicial.
CAPÍTULO III
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: Da Condição, do Termo e do Encargo
I - no caso do art. 34, IV (garantir o livre exercício dos Poderes), Art. 121. Considera-se CONDIÇÃO a cláusula que, derivando ex-
de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo co- clusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negó-
acto ou impedido, ou de requisição do STF, se a coação for exer- cio jurídico a EVENTO FUTURO E INCERTO.
cida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias
requisição do STF, do STJ ou do TSE; à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condi-
III – ADI INTERVENTIVA - de provimento, pelo STF, de repre- ções defesas se incluem as que privarem de todo efeito o ne-
sentação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. gócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das
34, VII (princípios constitucionais sensíveis), e no caso de recu- partes.
sa à execução de lei federal.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o Art. 123. INVALIDAM os negócios jurídicos que lhes são subordi-
prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o nados:
interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacio- I - as condições física ou juridicamente impossíveis, QUANDO
nal ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de 24 ho- SUSPENSIVAS;
ras. II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a As- III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.
sembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no
mesmo prazo de 24 horas. Art. 124. Têm-se por INEXISTENTES as condições impossíveis,
§ 3º Nos casos do art. 34, VI (prover a execução de lei federal, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
ordem ou decisão judicial) e VII (princípios constitucionais
sensíveis), ou do art. 35, IV, DISPENSADA A APRECIAÇÃO PELO
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SUSPENSIVA INVALIDA O NEGÓCIO Art. 136. O ENCARGO não suspende a aquisição nem o exercí-
CONDIÇÃO JURÍDICO cio do direito, salvo quando expressamente imposto no negó-
IMPOSSÍVEL cio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
RESOLUTIVA CONSIDERA-SE INEXISTENTE
Art. 137. Considera-se NÃO ESCRITO o encargo ilícito ou im-
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condi- possível, salvo se constituir o motivo determinante da libera-
ção suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá ad- lidade, caso em que se INVALIDA o negócio jurídico.
quirido o direito, a que ele visa.
ENCARGO ILÍCITO/IMPOSSÍVEL NÃO ESCRITO
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspen-
siva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, es- ENCARGO ILÍCITO/IMPOSSÍVEL INVALIDA O NJ
tas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem in- (motivo determinante da liberalidade)
compatíveis.
CONDIÇÃO TERMO ENCARGO
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não rea-
lizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a Evento futuro e Evento futuro e Cláusula acessória à
conclusão deste o direito por ele estabelecido. INCERTO CERTO liberalidade
Quando suspensiva: Quando suspensivo: NÃO impede a
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para suspende a NÃO impede a aquisição nem o
todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a aquisição e o aquisição do exercício do direito
um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realiza- exercício do direito direito, mas, apenas - gera direito
ção, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos o seu exercício - adquirido
atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da con- gera direito
dição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. adquirido.

Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a con-


CAPÍTULO IV
dição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a
Dos Defeitos do Negócio Jurídico
quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada
Seção I
a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem
Do Erro ou Ignorância
aproveita o seu implemento.
Art. 138. São ANULÁVEIS os negócios jurídicos, quando as decla-
rações de vontade emanarem de erro substancial que poderia
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição
ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das cir-
suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destina-
cunstâncias do negócio.
dos a conservá-lo.

Art. 131. O TERMO inicial suspende o exercício, mas não a JDC12 Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não es-
aquisição do direito. cusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da
confiança.
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário,
computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o Art. 139. O ERRO é SUBSTANCIAL quando:
do vencimento. -C+F I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da de-
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á pror- claração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
rogado o prazo até o seguinte dia útil. II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu 15° dia. quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influí-
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do nesta de modo relevante;
do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. lei, for o motivo ÚNICO OU PRINCIPAL do negócio jurídico.

Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do her- Art. 140. O falso motivo SÓ VICIA a declaração de vontade
deiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a quando expresso como razão determinante.
esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar
que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contra- Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos
tantes. é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.

Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequí- Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se
veis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar di- referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando,
verso ou depender de tempo. por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a
coisa ou pessoa cogitada.
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as dis-
posições relativas à condição suspensiva e resolutiva. Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da de-
claração de vontade.
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Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico Art. 156. Configura-se o ESTADO DE PERIGO quando alguém,
quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua famí-
oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do lia, de grave dano conhecido pela outra parte, ASSUME OBRI-
manifestante. GAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA.
Seção II Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família
Do Dolo do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando
este for a sua causa. JDC148 Ao “estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o
disposto no § 2º do art. 157.
Art. 146. O DOLO ACIDENTAL só obriga à satisfação das perdas
e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria
Seção V
realizado, embora por outro modo.
Da Lesão
Art. 157. Ocorre a LESÃO quando uma pessoa, sob premente ne-
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional
cessidade, ou por inexperiência, se obriga a PRESTAÇÃO MA-
de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra
NIFESTAMENTE DESPROPORCIONAL ao valor da prestação
parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que
oposta.
sem ela o negócio não se teria celebrado.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valo-
res vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido su-
de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse
plemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a re-
ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negó-
dução do proveito.
cio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos
da parte a quem ludibriou.
JDC149 Em atenção ao princípio da conservação dos contratos,
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possí-
obriga o representado a responder civilmente até a importân- vel, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anula-
cia do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representan- ção, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a se-
te convencional, o representado responderá solidariamente guir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002.
com ele por perdas e danos. JDC150 A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil NÃO
EXIGE DOLO DE APROVEITAMENTO.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma JDC290 A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico
pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização quando verificada, na formação deste, a desproporção mani-
(DOLO BILATERAL ou ENANTIOMÓRFICO) festa entre as prestações assumidas pelas partes, NÃO SE
PRESUMINDO a premente necessidade ou a inexperiência
Seção III do lesado.
Da Coação JDC291 Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do ne-
tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e gócio jurídico, deduzindo, desde logo, pretensão com vista à re-
considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus BENS. visão judicial do negócio por meio da redução do proveito do
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à fa- lesionador ou do complemento do preço.
mília do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se JDC410 A inexperiência a que se refere o art. 157 não deve ne-
houve coação. cessariamente significar imaturidade ou desconhecimento
em relação à prática de negócios jurídicos em geral, poden-
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a ida- do ocorrer também quando o lesado, ainda que estipule contra-
de, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as tos costumeiramente, não tenha conhecimento específico so-
demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. bre o negócio em causa.

Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício nor- ESTADO DE PERIGO LESÃO
mal de um direito, nem o simples temor reverencial.
Premido da NECESSIDADE DE Sob PREMENTE NECESSIDA-
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por tercei- SALVAR-SE, ou a pessoa de DE, ou por INEXPERIÊNCIA,
ro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que sua família, de grave dano co- se obriga a PRESTAÇÃO MA-
aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por nhecido pela outra parte, AS- NIFESTAMENTE DESPROPOR-
perdas e danos. SUME OBRIGAÇÃO EXCESSI- CIONAL ao valor da prestação
VAMENTE ONEROSA. oposta.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de Exige dolo de aproveitamento Não exige dolo de
terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou de- aproveitamento
vesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá
por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
Seção VI
Da Fraude Contra Credores
Seção IV
Art. 158. Os negócios de TRANSMISSÃO GRATUITA DE BENS
Do Estado de Perigo
OU REMISSÃO DE DÍVIDA, se os praticar o devedor já insolven-
ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA - 818.916.441-49

DIA 4 / 12

te, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,


poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesi- Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios
vos dos seus direitos. ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insu- mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de
ficiente. sua família.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem
pleitear a anulação deles. Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resul-
tante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efe-
JDC151 O ajuizamento da ação pauliana pelo credor com ga- tuar o concurso de credores.
rantia real (art. 158, § 1º) prescinde de prévio reconhecimen- Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atri-
to judicial da insuficiência da garantia. buir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticre-
JDC292 Para os efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do se, sua invalidade importará somente na anulação da preferência
crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, inde- ajustada.
pendentemente de seu reconhecimento por decisão judicial.
SÚMULA SOBRE FRAUDE CONTRA CREDORES
Anterioridade da dívida Súmula 195-STJ: Em embargos de terceiro não se anula ato ju-
rídico, por fraude contra credores.
Eventus damni (prejuízo aos credores)
FRAUDE CONTRA Com a entrada em vigor do CPC/2015, há entendimento doutri-
CREDORES Consilium fraudis (intenção de prejudicar nário favorável à possibilidade de formulação de pedido de anu-
Requisitos credores ou conluio entre alienante e lação de ato jurídico por fraude contra credores em sede de Em-
adquirente do bem) bargos de Terceiro. O Enunciado 133 da II Jornada de Direito
OBS: nos casos de disposição gratuita de Processual Civil (2018) espelha essa visão: É admissível a formu-
bens ou remissão de dívida, basta lação de reconvenção em resposta aos embargos de terceiro, in-
comprovar o evento danoso aos credores, clusive para o propósito de veicular pedido típico de ação paulia-
dispensando-se a comprovação de na, nas hipóteses de fraude contra credores.
consilium fraudis • Para fins de prova de concurso, contudo, o entendimento mais
seguro é continuar apontando que a súmula permanece válido.
O ato jurídico praticado tenha levado o
devedor à insolvência
CAPÍTULO V
Da Invalidade do Negócio Jurídico
PRESSUPOSTOS DA FRAUDE CONTRA CREDORES Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando:
No caso de alienação onerosa: Na alienação gratuita ou I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
Eventus damni + consilium remissão de dívida: II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
fraudis Exige-se apenas o eventus III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilíci-
damni. to;
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essen-
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do cial para a sua validade;
devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou hou- VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
ver motivo para ser conhecida do outro contratante. VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a práti-
ca, sem cominar sanção.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda
não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, JDC616 Os requisitos de validade previstos no Código Civil são
desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de to- aplicáveis aos negócios jurídicos processuais, observadas as
dos os interessados. regras processuais pertinentes.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens,
poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. Art. 167. É NULO o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o
que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intenta- § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
da contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas di-
estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que versas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmi-
hajam procedido de má-fé. tem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insol- verdadeira;
vente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-
a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o datados.
concurso de credores, aquilo que recebeu. § 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos
contraentes do negócio jurídico simulado.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros cre-
dores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver
JDC152 Toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante.
dado a algum credor.
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DIA 4 / 13

JDC153 Na simulação relativa, o negócio simulado (aparente) é Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de auto-
nulo, mas o dissimulado será válido se não ofender a lei rização de terceiro, será validado se este a der posteriormente.
nem causar prejuízos a terceiros.
JDC293 Na simulação relativa, o aproveitamento do negócio Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por
jurídico dissimulado não decorre tão-somente do afastamento sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a po-
do negócio jurídico simulado, mas do necessário preenchi- dem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, sal-
mento de todos os requisitos substanciais e formais de vali- vo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
dade daquele.
JDC294 Sendo a simulação uma causa de nulidade do negócio Art. 178. É de 4 anos o prazo de decadência para pleitear-se a
jurídico, pode ser alegada por uma das partes contra a outra. anulação do negócio jurídico, contado:
JDC578 Sendo a simulação causa de nulidade do negócio jurídi- I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
co, sua alegação prescinde de ação própria. II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo
ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapaci-
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alega-
dade.
das por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando
lhe couber intervir.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulá-
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo
vel, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este
juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e
de 2 anos, a contar da data da conclusão do ato.
as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.
JDC538 No que diz respeito a terceiros eventualmente preju-
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirma- dicados, o prazo decadencial de que trata o art. 179 do Códi-
ção, nem convalesce pelo decurso do tempo. go Civil não se conta da celebração do negócio jurídico, mas
da ciência que dele tiverem.
JDC545 O prazo para pleitear a anulação de venda de ascen-
JDC536 Resultando do negócio jurídico nulo consequências pa-
dente a descendente sem anuência dos demais descendentes e/
trimoniais capazes de ensejar pretensões, é possível, quanto a
ou do cônjuge do alienante é de 2 anos, contados da ciência do
estas, a incidência da prescrição.
ato, que se presume absolutamente, em se tratando de
JDC537 A previsão contida no art. 169 não impossibilita que,
transferência imobiliária, a partir da data do registro de
excepcionalmente, negócios jurídicos nulos produzam efei-
imóveis.
tos a serem preservados quando justificados por interesses
merecedores de tutela.
Art. 180. O menor, entre 16 e 18 anos, não pode, para eximir-se
de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocul-
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisi-
tou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-
tos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as
se, declarou-se maior.
partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem
previsto a nulidade.
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anu-
lada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em provei-
JDC13 O aspecto objetivo da convenção requer a existência do to dele a importância paga.
suporte fático no negócio a converter-se.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anu- estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível res-
lável o negócio jurídico: tituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, Art. 183. A invalidade do instrumento NÃO INDUZ a do negó-
lesão ou fraude contra credores. cio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de
salvo direito de terceiro. um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for
separável; a invalidade da obrigação principal implica a das
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negó- obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação
cio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo. principal.

Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já TÍTULO II


foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o in- Dos Atos Jurídicos Lícitos
quinava. Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídi-
cos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de
negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a ex- TÍTULO III
tinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispu- Dos Atos Ilícitos
sesse o devedor.
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DIA 4 / 14

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligên- Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regu-
cia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ain- larmente inscrito na OAB.
da que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quan-
do tiver habilitação legal.
JDC159 O dano moral, assim compreendido todo dano extra-
patrimonial, não se caracteriza quando há mero aborreci- Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem
mento inerente a prejuízo material. procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição,
JDC411 O descumprimento de contrato pode gerar dano ou para praticar ato considerado urgente.
moral quando envolver valor fundamental protegido pela § 1o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, inde-
Constituição Federal de 1988. pendentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15
JDC550 A quantificação da reparação por danos extrapatrimo- dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.
niais não deve estar sujeita a tabelamento ou a valores fixos. § 2o O ato não ratificado será considerado INEFICAZ relativa-
JDC551 Nas violações aos direitos relativos a marcas, patentes e mente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advo-
desenhos industriais, será assegurada a reparação civil ao seu ti- gado pelas despesas e por perdas e danos.
tular, incluídos tanto os danos patrimoniais como os danos ex-
trapatrimoniais. Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instru-
mento público ou particular assinado pela parte, habilita o ad-
vogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber cita-
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que,
ção, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, de-
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
sistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber,
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costu-
dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipos-
mes. ABUSO DE DIREITO.
suficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
§ 1o A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei.
JDC37 A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito § 2o A procuração deverá conter o nome do advogado, seu núme-
independe de culpa e fundamenta-se somente no critério ro de inscrição na OAB e endereço completo.
objetivo-finalístico – a responsabilidade civil é objetiva § 3o Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procura-
JDC412 As diversas hipóteses de exercício inadmissível de uma ção também deverá conter o nome dessa, seu número de registro
situação jurídica subjetiva, tais como supressio, tu quoque, na OAB e endereço completo.
surrectio e venire contra factum proprium, são concreções § 4o Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do
da boa-fé objetiva. próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de co-
JDC413 Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possu- nhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive
em natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade para o cumprimento de sentença.
social de determinada época, e objetiva, para permitir a sindi-
cância da violação dos negócios jurídicos em questões não Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advoga-
abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva. do:
JDC414 A cláusula geral do art. 187 do Código Civil tem funda- I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu
mento constitucional nos princípios da solidariedade, devi- número de inscrição na OAB e o nome da sociedade de advoga-
do processo legal e proteção da confiança, e aplica-se a to- dos da qual participa, para o recebimento de intimações;
dos os ramos do direito. II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
JDC539 O abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma § 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz orde -
em relação à responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusi- nará que se supra a omissão, no prazo de 5 dias, antes de deter-
vo de posições jurídicas desafia controle independentemen- minar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.
te de dano. § 2o Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão conside-
JDC617 O abuso do direito impede a produção de efeitos do radas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio
ato abusivo de exercício, na extensão necessária a evitar sua eletrônico ao endereço constante dos autos.
manifesta contrariedade à boa-fé, aos bons costumes, à função
econômica ou social do direito exercido. Art. 107. O advogado tem direito a:
I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, MES-
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: MO SEM PROCURAÇÃO, autos de qualquer processo, indepen-
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de dentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de
um direito reconhecido; cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá aces-
pessoa, a fim de remover perigo iminente. so aos autos;
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer pro-
quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, cesso, pelo prazo de 5 dias;
não excedendo os limites do indispensável para a remoção do III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo le-
perigo. gal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz,
nos casos previstos em lei.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL § 1o Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou
documento próprio.
CAPÍTULO III
DOS PROCURADORES
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DIA 4 / 15

§ 2o Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da
retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio sentença.
ajuste, por petição nos autos. § 2o O requerimento de limitação INTERROMPE o prazo para
§ 3o Na hipótese do § 2o, é lícito ao procurador retirar os autos manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da deci-
para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 a 6 horas, indepen- são que o solucionar.
dentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo.
§ 4o O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se FPPC10. (arts. 113, §§ 1º e 2º, art. 240, § 1º). Em caso de des -
refere o § 3o se não devolver os autos tempestivamente, salvo se membramento do litisconsórcio multitudinário, a interrupção
o prazo for prorrogado pelo juiz. da prescrição retroagirá à data de propositura da demanda
§ 5º O disposto no inciso I do caput deste artigo aplica-se inte- original.
gralmente a processos eletrônicos (Lei 13.793/19) FPPC116. (arts. 113, §1º, e 139, VI) Quando a formação do litis-
consórcio multitudinário for prejudicial à defesa, o juiz po-
CAPÍTULO IV derá substituir a sua limitação pela ampliação de prazos,
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES sem prejuízo da possibilidade de desmembramento na fase de
Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão vo- cumprimento de sentença.
luntária das partes nos casos expressos em lei. FPPC117. (arts. 113 e 312) Em caso de desmembramento do
litisconsórcio multitudinário ativo, os efeitos mencionados
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato en- no art. 240 são considerados produzidos desde o protocolo
tre vivos, a título particular, NÃO ALTERA a legitimidade das originário da petição inicial.
partes. FPPC386. (art. 113, §1º; art. 4º) A limitação do litisconsórcio fa-
§ 1o O adquirente ou cessionário NÃO PODERÁ ingressar em ju- cultativo multitudinário acarreta o desmembramento do pro-
ízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a cesso.
parte contrária. FPPC387. (art. 113, §1º; art. 4º) A limitação do litisconsórcio
§ 2o O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo multitudinário não é causa de extinção do processo.
como ASSISTENTE LITISCONSORCIAL do alienante ou ceden-
te.
Art. 114. O litisconsórcio será NECESSÁRIO por disposição de
§ 3o Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as par-
lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controverti-
tes originárias ao adquirente ou cessionário.
da, a EFICÁCIA da sentença depender da CITAÇÃO DE TODOS
que devam ser litisconsortes.
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a
sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a inte-
disposto no art. 313, §§ 1o e 2o.
gração do contraditório, será:
I - NULA, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos
Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu advo-
que deveriam ter integrado o processo (litisconsórcio neces-
gado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio
sário e unitário);
da causa.
II - INEFICAZ, nos outros casos, apenas para os que não foram
Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no pra-
citados.
zo de 15 dias, observar-se-á o disposto no art. 76.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o
juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que
Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer
devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena
tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comuni-
de extinção do processo.
cou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor.
§ 1o Durante os 10 dias seguintes, o advogado continuará a re-
Art. 116. O litisconsórcio será UNITÁRIO quando, pela natureza
presentar o mandante, desde que necessário para lhe evitar
da relação jurídica, o juiz tiver de DECIDIR o mérito DE MODO
prejuízo
UNIFORME PARA TODOS os litisconsortes.
§ 2o Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a
procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte
continuar representada por outro, apesar da renúncia. FPPC11. (arts. 116 e 124). O litisconsorte unitário, integrado ao
processo a partir da fase instrutória, tem direito de especificar,
TÍTULO II pedir e produzir provas, sem prejuízo daquelas já produzidas,
DO LITISCONSÓRCIO sobre as quais o interveniente tem o ônus de se manifestar na
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo proces- primeira oportunidade em que falar no processo.
so, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: FPPC118. (art. 116[58]) O litisconsorte unitário ativo, uma vez
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações convocado, pode optar por ingressar no processo na condi-
relativamente à lide; ção de litisconsorte do autor ou de assistente do réu.
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de FPPC119. (arts. 116 e 259, III; art. 7 º da lei 7.347/198560-
pedir; 61) Em caso de relação jurídica plurilateral que envolva
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato diversos titulares do mesmo direito, o juiz deve convocar,
ou de direito. por edital, os litisconsortes unitários ativos incertos e
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao indeterminados (art. 259, III), cabendo-lhe, na hipótese de di-
número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de ficuldade de formação do litisconsórcio, oficiar ao Ministé-
sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida rio Público, à Defensoria Pública ou a outro legitimado para
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DIA 4 / 16

que possa propor a ação coletiva. I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e
pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas susce-
tíveis de influir na sentença;
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das
com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litis-
quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
consórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um
não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Seção III
Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o anda-
Da Assistência Litisconsorcial
mento do processo, e todos devem ser intimados dos respecti-
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente
vos atos.
sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o
adversário do assistido.
LITISCONSÓRCIO LITISCONSÓRCIO
NECESSÁRIO UNITÁRIO CAPÍTULO II
EFICÁCIA da sentença depen- O juiz tiver de DECIDIR o méri- DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE
der da CITAÇÃO DE TODOS to DE MODO UNIFORME Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qual-
PARA TODOS quer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domí-
nio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer
TÍTULO III
os direitos que da evicção lhe resultam;
DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a in-
CAPÍTULO I
denizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no
DA ASSISTÊNCIA
processo.
Seção I
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma
Disposições Comuns
quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser pro-
Art. 119. Pendendo causa entre 2 ou mais pessoas, o terceiro JU-
movida ou não for permitida.
RIDICAMENTE INTERESSADO em que a sentença seja favorável
§ 2o Admite-se UMA ÚNICA DENUNCIAÇÃO SUCESSIVA, pro-
a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
movida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na ca-
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer proce-
deia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não po-
dimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assis-
dendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação,
tente o processo no estado em que se encontre.
hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por
ação autônoma.
FPPC388. (arts. 119 e 138) O assistente simples pode requerer
a intervenção de amicus curiae.
FPPC120. (art. 125, §1º, art. 1.072, II) A ausência de denunciação
da lide gera apenas a preclusão do direito de a parte pro-
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 dias, o pe- movê-la, sendo possível ação autônoma de regresso.
dido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição FPPC121. (art. 125, II, art. 128, parágrafo único) O cumprimento
liminar. da sentença diretamente contra o denunciado é admissível
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente em qualquer hipótese de denunciação da lide fundada no inciso
interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, SEM II do art. 125.
SUSPENSÃO do processo.

Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inici-


Seção II
al, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denuncian-
Da Assistência Simples
te for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte
no art. 131.
principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mes-
mos ônus processuais que o assistido.
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omis-
assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar
so o assistido, o assistente será considerado seu substituto
novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à
processual.
citação do réu.
Art. 122. A assistência simples NÃO OBSTA a que a parte princi-
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:
pal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o
ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos
processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsór-
controvertidos.
cio, denunciante e denunciado;
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de
FPPC389. (art. 122) As hipóteses previstas no art. 122 são mera- prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-
mente exemplificativas se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defe-
interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, sa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a proce-
discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: dência da ação de regresso.
ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA - 818.916.441-49

DIA 4 / 17

Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o rídica pode ser aplicado ao processo falimentar.
autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença tam-
bém contra o denunciado, nos limites da condenação deste na
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as
ação regressiva.
fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sen-
tença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada
passará ao julgamento da denunciação da lide.
ao distribuidor para as anotações devidas.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de de-
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsidera-
nunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da
ção da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hi-
condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucum-
pótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
bência em favor do denunciado.
§ 3o A instauração do incidente SUSPENDERÁ o processo, salvo
se requerida na petição inicial.
FPPC122. (art. 129) Vencido o denunciante na ação principal e § 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pres-
não tendo havido resistência à denunciação da lide, não cabe supostos legais específicos para desconsideração da personalida-
a condenação do denunciado nas verbas de sucumbência. de jurídica.

CAPÍTULO III FPPC248. (art. 134, § 2º; art. 336) Quando a desconsideração da
DO CHAMAMENTO AO PROCESSO personalidade jurídica for requerida na petição inicial, incumbe
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo ao sócio ou a pessoa jurídica, na contestação, impugnar não
réu: somente a própria desconsideração, mas também os demais
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; pontos da causa
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns
deles;
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de
citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo
um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
de 15 dias.

Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsór-


Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será re-
cio passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser
solvido por decisão interlocutória.
promovida no prazo de 30 dias, sob pena de ficar sem efeito o
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe
chamamento.
agravo interno.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, se-
ção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de
2 meses. FPPC390. (arts. 136, caput, 1.015, IV, 1.009, §3º) Resolvida a des-
consideração da personalidade jurídica na sentença, caberá
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo apelação.
em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-
la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codeve- Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a
dores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. oneração de bens, havida em fraude de execução, será INEFICAZ
em relação ao requerente.
CAPÍTULO IV
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA JDPC11 Aplica-se o disposto nos arts. 133 a 137 do CPC às hi-
PERSONALIDADE JURÍDICA póteses de desconsideração indireta e expansiva da perso-
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídi- nalidade jurídica.
ca será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público,
quando lhe couber intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica ob- DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da empresa que estão
servará os pressupostos previstos em lei. “COMUM” em nome dos sócios
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de DESCON- DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens dos sócios que estão
SIDERAÇÃO INVERSA da personalidade jurídica. INVERSA em nome da empresa
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da empresa controla-
FPPC123. (art. 133) É desnecessária a intervenção do Ministé-
INDIRETA dora que estão em nome da contro-
rio Público, como fiscal da ordem jurídica, no incidente de
lada/coligada;
desconsideração da personalidade jurídica, salvo nos casos
em que deva intervir obrigatoriamente, previstos no art. 178. DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens do sócio oculto que
FPPC247. (art. 133) Aplica-se o incidente de desconsideração EXPANSIVA estão em nome de terceiro (“laran-
da personalidade jurídica no processo falimentar. ja”)
CJF 110: A instauração do incidente de desconsideração da per-
DESPERSONALIZAÇÃO Dissolução da pessoa jurídica
sonalidade jurídica NÃO SUSPENDERÁ a tramitação do pro-
cesso de execução e do cumprimento de sentença em face
dos executados originários. CAPÍTULO V
CJF 111: O incidente de desconsideração da personalidade ju- DO AMICUS CURIAE
ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA - 818.916.441-49

DIA 4 / 18

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a RELEVÂNCIA DA IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, man-
MATÉRIA, a ESPECIFICIDADE DO TEMA OBJETO DA DEMAN- damentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o
DA ou a REPERCUSSÃO SOCIAL DA CONTROVÉRSIA, poderá, cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham
por DECISÃO IRRECORRÍVEL, de ofício ou a requerimento das por objeto prestação pecuniária (PODER GERAL DE EFETIVA-
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a ÇÃO);
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade es- V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferenci-
pecializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 almente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
dias de sua intimação. VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produ-
§ 1o A intervenção de que trata o caput NÃO IMPLICA alteração ção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do con-
de competência nem autoriza a interposição de recursos, res- flito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;
salvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário,
do § 3o. força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admi- VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal
tir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o inci- que não incidirá a pena de confesso;
dente de resolução de demandas repetitivas (IRDR). IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o sa-
neamento de outros vícios processuais;
FPPC127. (art. 138) A representatividade adequada exigida do X - quando se deparar com diversas demandas individuais re-
amicus curiae não pressupõe a concordância unânime da- petitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e,
queles a quem representa. na medida do possível, outros legitimados a que se referem o
FPPC128. (art. 138; art. 489, § 1º, IV) No processo em que há in- art. 5° da Lei n 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei n o
tervenção do amicus curiae, a decisão deve enfrentar as ale- 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover
gações por ele apresentadas, nos termos do inciso IV do § 1º a propositura da ação coletiva respectiva.
do art. 489. Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI so-
FPPC249. (art. 138) A intervenção do amicus curiae é cabível no mente pode ser determinada antes de encerrado o prazo re-
mandado de segurança. gular.
FPPC391. (art. 138, §3º) O amicus curiae pode recorrer da de-
cisão que julgar recursos repetitivos. FPPC12. (arts. 139, IV, 523, 536 e 771) A aplicação das medidas
FPPC392. (arts. 138 e 190) As partes não podem estabelecer, atípicas sub-rogatórias e coercitivas é cabível em qualquer
em convenção processual, a vedação da participação do obrigação no cumprimento de sentença ou execução de título
amicus curiae” executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão aplicadas
FPPC393. (arts. 138, 926, §1º, e 927, §2º) É cabível a interven- de forma subsidiária às medidas tipificadas, com observação
ção de amicus curiae no procedimento de edição, revisão e do contraditório, ainda que diferido, e por meio de decisão à luz
cancelamento de enunciados de súmula pelos tribunais. do art. 489, § 1º, I e II.
FPPC394. (art. 138, § 1º, 489, §1º, IV, 1022, II, art. 10) As partes JDPC13 O art. 139, VI, do CPC autoriza o deslocamento para o
podem opor embargos de declaração para corrigir vício da futuro do termo inicial do prazo.
decisão relativo aos argumentos trazidos pelo amicus curi- FPPC129. (art. 139, VI, e parágrafo único) A autorização legal
ae. para ampliação de prazos pelo juiz não se presta a afastar pre-
FPPC395. (art. 138, caput) Os requisitos objetivos exigidos clusão temporal já consumada.
para a intervenção do amicus curiae são alternativos. FPPC251. (art. 139, VI) O inciso VI do art. 139 do CPC aplica-se
FPPC575. (art.138) Verificada a relevância da matéria, a reper- ao processo de improbidade administrativa.
cussão social da controvérsia ou a especificidade do tema obje- FPPC396. (art. 139, IV; art. 8º) As medidas do inciso IV do art.
to da demanda, o juiz poderá promover a ampla divulgação do 139 podem ser determinadas de ofício, observado o art. 8º.
processo, inclusive por meio dos cadastros eletrônicos dos tri-
bunais e do Conselho Nacional de Justiça, para incentivar a par-
VULNERABILIDADE PROCESSUAL: é caracterizada pela susceti-
ticipação de mais sujeitos na qualidade de amicus curiae.
bilidade do litigante, que o impede de praticar atos processuais
JDPC12 É cabível a intervenção de amicus curiae (art. 138 do
em razão de uma limitação involuntária.
CPC) no procedimento do Mandado de Injunção (Lei n.
13.300/2016). INTERROGATÓRIO INFORMAL: termo utilizado para distinguir
o ato do juiz que determina o comparecimento da parte para
TÍTULO IV prestar esclarecimento a respeito dos fatos da causa, em
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA qualquer fase do processo, do depoimento pessoal, meio de
CAPÍTULO I prova produzido em audiência a fim de obter uma confissão.
DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ Sendo um ato informal, a parte não está sujeita à pena de con-
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste fesso.
Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna
II - velar pela duração razoável do processo; ou obscuridade do ordenamento jurídico.
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos pre-
da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias; vistos em lei.
ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA - 818.916.441-49

DIA 4 / 19

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas par- servado o dever de revelação, as partes celebrantes de con-
tes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a venção de arbitragem podem afastar, de comum acordo, de
cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. forma expressa e por escrito, hipótese de impedimento ou
suspeição do árbitro
Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e
réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conse-
guir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os ob- Súmula 72-STF: No julgamento de questão constitucional, vin-
jetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da liti- culada a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, não estão impe-
gância de má-fé. didos os ministros do Supremo Tribunal Federal que ali tenham
funcionado no mesmo processo, ou no processo originário.
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e
danos quando: Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência advogados;
que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente se- causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar al-
rão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determi- guma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar
ne a providência e o requerimento não for apreciado no pra- meios para atender às despesas do litígio;
zo de 10 dias. III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de
seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta
CAPÍTULO II até o 3° grau, inclusive;
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO IV - interessado no julgamento do processo em favor de qual-
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer quer das partes.
suas funções no processo: § 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo,
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como sem necessidade de declarar suas razões.
perito, funcionou como membro do Ministério Público ou § 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
prestou depoimento como testemunha; I - houver sido provocada por quem a alega;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo profe- II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique mani-
rido decisão; festa aceitação do arguido.
III - quando nele estiver postulando, como defensor público,
advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou Art. 146. No prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do
companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição
em linha reta ou colateral, até o 3° grau, inclusive; específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o funda-
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou mento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha fundar a alegação e com rol de testemunhas.
reta ou colateral, até o 3° grau, inclusive; § 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administra- petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu
ção de pessoa jurídica parte no processo; substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador apartado da petição e, no prazo de 15 dias, apresentará suas ra-
de qualquer das partes; zões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de § 2o Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efei-
prestação de serviços; tos, sendo que, se o incidente for recebido:
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advoca- I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
cia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até
afim, em linha reta ou colateral, até o 3° grau, inclusive, mesmo o julgamento do incidente.
que patrocinado por advogado de outro escritório; § 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o in-
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. cidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tu-
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quan- tela de urgência será requerida ao substituto legal.
do o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério § 4o Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição
Público já integrava o processo antes do início da atividade ju- é improcedente, o tribunal rejeita-la-á.
dicante do juiz. § 5o Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de ma-
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracteri- nifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remete-
zar impedimento do juiz. rá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da de-
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no cisão.
caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia § 6o Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará
que tenha em seus quadros advogado que individualmente os- o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
tente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha dire- § 7o O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados
tamente no processo. quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.

FPPC489. (art. 144; art. 145; arts. 13 e 14 da Lei 9.307/1996) Ob- Art. 147. Quando 2 ou mais juízes forem parentes, consanguí-
neos ou afins, em linha reta ou colateral, até o 3° grau, inclusive,
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DIA 4 / 20

o primeiro que conhecer do processo impede que o outro às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao com-
nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os au- portamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
tos ao seu substituto legal. suficiente para reprovação e prevenção [TEORIA MISTA,
ECLÉTICA OU UNIFICADORA] do crime:
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspei- I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
ção: II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites pre-
I - ao membro do Ministério Público; vistos;
II - aos auxiliares da justiça; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de li-
III - aos demais sujeitos imparciais do processo. berdade;
§ 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a sus- IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada,
peição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na por outra espécie de pena, se cabível.
primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos.
§ 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e SEM TEORIAS DAS PENAS
SUSPENSÃO DO PROCESSO, ouvindo o arguido no prazo de 15
dias e facultando a produção de prova, quando necessária. TEORIA ABSOLUTA A imposição de pena é a retribuição ao
§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1 o será discipli- OU RETRIBUTIVA autor de um crime pelo fato cometido.
nada pelo regimento interno. Não visa qualquer efeito social
§ 4o O disposto nos §§ 1 o e 2o não se aplica à arguição de impe- TEORIA RELATIVA A imposição de pena visa evitar futuros
dimento ou de suspeição de testemunha. OU PREVENTIVA crimes. Meio de proteção social.
TEORIA MISTA, A imposição da pena tem função retributi-
CÓDIGO PENAL
ECLÉTICA OU va e preventiva
UNIFICADORA Art. 59, CP.
CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
Penas privativas de liberdade TEORIAS DA PREVENÇÃO
Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites GERAL POSITIVA Reforça ou conserva a crença das
estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de cri- (dirige-se à penas na validade da norma
me. sociedade)
NEGATIVA Poder de intimidação da pena, que
Penas restritivas de direitos impediria a prática de crimes
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, inde- ESPECIAL POSITIVA Ressocialização
pendentemente de cominação na parte especial, em substituição (dirige-se ao
à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 NEGATIVA Segregação, inocuização
agente)
ano, ou nos crimes culposos.

Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos SÚMULAS SOBRE APLICAÇÃO DA PENA
III (LFS), IV (PSC), V (ITD) e VI do art. 43 terão a mesma dura- STF
ção da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o
disposto no § 4o do art. 46. Súmula 718-STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em
abstrato do crime não constitui motivação idônea para a im-
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do posição de regime mais severo do que o permitido segundo a
art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no pena aplicada.
exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre Súmula 719-STF: A imposição do regime de cumprimento
que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação
idônea.
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 STJ
deste Código (suspensão de autorização ou de habilitação
para dirigir veículo), aplica-se aos crimes culposos de trânsito. Súmula 171-STJ: Cominadas cumulativamente, em lei especial,
penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substitui-
Pena de multa ção da prisão por multa
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem Súmula 231-STJ: A incidência da circunstância atenuante NÃO
os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código. PODE conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. Súmula 241-STJ: A reincidência penal não pode ser conside-
44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se independente- rada como circunstância agravante e, simultaneamente,
mente de cominação na parte especial. como circunstância judicial.
Súmula 269-STJ: É admissível a adoção do regime prisional se-
CAPÍTULO III miaberto aos reincidentes condenados a pena ≤ a 4 anos se
DA APLICAÇÃO DA PENA favoráveis as circunstâncias judiciais.
Fixação da pena Súmula 440-STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é veda-
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos anteceden- do o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do
tes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas
na gravidade abstrata do delito.
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DIA 4 / 21

Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais ramos da psiquiatria ou da psicologia.


e ações penais em curso para agravar a pena-base 14) O expressivo prejuízo causado à vítima justifica o aumento
Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para a forma- da pena-base, em razão das consequências do crime.
ção do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante 15) O comportamento da vítima em contribuir ou não para a
prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal. prática do delito não acarreta o aumento da pena-base, pois
Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espon- a circunstância judicial é neutra e não pode ser utilizada em
tânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reco- prejuízo do réu.
nhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a
mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio.
Critérios especiais da pena de multa
Súmula 636-STJ: A folha de antecedentes criminais é docu-
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender,
mento suficiente a comprovar os maus antecedentes e a reinci-
principalmente, à situação econômica do réu.
dência.
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz
considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é inefi-
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ caz, embora aplicada no máximo.
Multa substitutiva
EDIÇÃO N. 26: APLICAÇÃO DA PENA -
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
6 meses, pode ser substituída pela de multa, observados os cri-
1) O aumento da pena-base em virtude das circunstâncias judi-
térios dos incisos II e III do art. 44 deste Código (não reincidente
ciais desfavoráveis (art. 59 CP) depende de fundamentação
em crime doloso e circunstâncias judiciais favoráveis).
concreta e específica que extrapole os elementos inerentes ao
tipo penal.
Circunstâncias agravantes
2) Não há ilegalidade na análise conjunta das circunstâncias
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena,
judiciais comuns aos corréus, desde que seja feita de forma
quando não constituem ou qualificam o crime:
fundamentada e com base nas semelhanças existentes.
I - a reincidência;
3) A culpabilidade normativa, que engloba a consciência da
II - ter o agente cometido o crime:
ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa e que constitui
a) por motivo fútil ou torpe;
elementar do tipo penal, não se confunde com a circunstân-
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
cia judicial da culpabilidade (art. 59 do CP), que diz respeito
impunidade ou vantagem de outro crime;
à demonstração do grau de reprovabilidade ou censurabili-
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou
dade da conduta praticada.
outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do
4) A premeditação do crime evidencia maior culpabilidade
ofendido;
do agente criminoso, autorizando a majoração da pena-base.
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou
5) O prazo de 5 anos do art. 64, I, do Código Penal, afasta os
outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo
efeitos da reincidência, mas não impede o reconhecimento
comum;
de maus antecedentes.
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge -
STF: Após o prazo de 5 anos previsto no art. 64, I, do CP, cessam
CADI;
não apenas os efeitos decorrentes da reincidência, mas também
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de rela-
quaisquer outras valorações negativas por condutas pretéritas
ções domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com
praticadas pelo agente.
violência contra a mulher na forma da lei específica;
6) Os atos infracionais não podem ser considerados maus
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a
antecedentes para a elevação da pena-base, tampouco para
cargo, ofício, ministério ou profissão;
a reincidência.
h) contra criança, MAIOR de 60 anos, enfermo ou mulher
7) Os atos infracionais podem ser valorados negativamente na
grávida;
circunstância judicial referente à personalidade do agente.
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da
8) Os atos infracionais não podem ser considerados como
autoridade;
personalidade desajustada ou voltada para a criminalidade
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qual-
para fins de exasperação da pena-base.
quer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
OBS: A prática de atos infracionais anteriores serve para justifi-
l) em estado de embriaguez preordenada (aplica-se a teo-
car a decretação ou manutenção da prisão preventiva como
ria da actio libera in causa)
garantia da ordem pública, considerando que indicam que a
personalidade do agente é voltada à criminalidade, havendo
Agravantes no caso de concurso de pessoas
fundado receio de reiteração (STJ, RHC 63.855-M)
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente
10) O registro decorrente da aceitação de transação penal
que:
pelo acusado não serve para o incremento da pena-base aci-
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige
ma do mínimo legal em razão de maus antecedentes, tam-
a atividade dos demais agentes;
pouco para configurar a reincidência.
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
12) Havendo diversas condenações anteriores com trânsito
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito
em julgado, não há bis in idem se uma for considerada
à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qua-
como maus antecedentes e a outra como reincidência.
lidade pessoal;
13) Para valoração da personalidade do agente é dispensável a
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou
existência de laudo técnico confeccionado por especialistas nos
promessa de recompensa.
ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA - 818.916.441-49

DIA 4 / 22

(estrangeiro) (Brasil) tes


Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete
novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, CONSEQUÊNCIAS DA REINCIDÊNCIA
no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime ante- Agravante (art. 61, I do CP)
rior.
Torna mais gravoso o regime inicial de cumprimento de pena
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (art. 33, § 2º do CP);
I - NÃO PREVALECE a condenação anterior, se entre a O reincidente em crime doloso não tem direito à substituição da
DATA DO CUMPRIMENTO ou EXTINÇÃO da pena e a infração pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (art. 44, II);
posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 anos,
computado o período de prova da suspensão ou do livramen- O reincidente em crime doloso não tem direito à suspensão
to condicional, se não ocorrer revogação; condicional da pena – sursis (art. 77, I), salvo se condenado ape-
II - não se consideram os crimes militares próprios e po- nas a pena de multa (§ 1º do art. 77);
líticos. O réu reincidente não poderá ser beneficiado com o privilégio
no furto (art. 155, § 2º), na apropriação indébita (art. 170), no es-
REINCIDÊNCIA telionato (art. 171, § 1º) e na receptação (art. 180, § 5º, do CP);

FICTA/PRESUMIDA REAL A reincidência impede a concessão da transação penal e da sus-


pensão condicional do processo (arts. 76, § 2º, I e 89, caput da
Para ser considerado reincidente Verifica-se a reincidência
Lei nº 9.099/95);
basta a prática de novo crime, quando o agente comete
depois de sentença penal con- novo crime depois de ter No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproxi-
denatória com trânsito em jul- cumprido pena pelo delito mar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes,
gado, mesmo não tendo o réu anterior. entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determi-
cumprido a pena do crime ante- nantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência
rior. Adotado pelo CP. (art. 67 do CP);
Influencia no tempo necessário para a concessão do livramento
REINCIDÊNCIA condicional (art. 83);
CRIME CONTRAVENÇÃO O prazo da prescrição executória aumenta em 1/3 se o conde-
nado é reincidente (art. 110) (obs.: não influencia na prescrição
“Art. 63 C.P. - Verifica-se a rein- “Art. 7º LCP. - Verifica-se a
da pretensão punitiva);
cidência quando o agente co- reincidência quando o agente
mete novo crime, depois de pratica uma contravenção de- É causa de interrupção da prescrição executória (art. 117, VI);
transitar em julgado a sentença pois de passar em julgado a
É causa de revogação do sursis (art. 81, I e § 1º), do livramento
que, no País ou no estrangeiro, sentença que o tenha conde-
condicional (art. 86, I e II, e art. 87) e da reabilitação, se a conde-
o tenha condenado por crime nado, no Brasil ou no estran-
nação for a pena que não seja de multa (art. 95).
anterior.” geiro, por qualquer crime, ou, CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Folha de antecedentes criminais é um documento válido para comprovar
no Brasil, por motivo de con- maus antecedentes ou reincidência. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/033cc385728c51d97360020ed57776f0>
travenção.”

Crime-crime Crime-contravenção Circunstâncias atenuantes


Contravenção-contravenção Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21, na data do fato, ou maior de
70 anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social
SENTENÇA PENAL NOVA INFRAÇÃO CONSEQUÊNCIA ou moral;
CONDENATÓRIA PENAL b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência,
DEFINITIVA logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências,
ou ter, ANTES DO JULGAMENTO, reparado o dano;
Crime (Brasil ou Crime Reincidente (art.
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em
estrangeiro) 63, CP)
cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a in-
Crime (Brasil ou Contravenção Reincidente (art. 7, fluência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
estrangeiro) LCP) vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a
Contravenção Penal Contravenção Reincidente (art. 7,
autoria do crime;
(Brasil) LCP)
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tu-
Contravenção Penal Crime Maus anteceden- multo, se não o provocou.
(Brasil) tes

Contravenção Penal Contravenção Penal Maus anteceden- com agravante da promessa de re-
compensa.
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DIA 4 / 23

Possível compensação com agravante da reincidência. ção da agravante da reincidência com a atenuante da confissão
da CONFISSÃO espontânea. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC)
com agravante da violência contra
10) Nos casos em que há múltipla reincidência, é inviável a com-
mulher.
pensação integral entre a reincidência e a confissão – Tribunais
Superiores vem mitigando e aplicando de acordo com o caso
CONFISSÃO concreto
Admite a prática do crime
SIMPLES Cálculo da pena
Total: confessa a prática de todo o crime Art. 68 - SISTEMA TRIFÁSICO - A pena-base será fixada
Parcial: confessa a prática de parte do crime atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida se-
rão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por
QUALIFICADA Confessa a prática do crime, mas levanta a seu último, as causas de diminuição e de aumento.
favor uma excludente de culpabilidade ou ili- Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de
citude diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a
Ex: réu é acusado de roubo; ele confessa a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, toda-
subtração do bem, negando, porém, o empre- via, a causa que mais aumente ou diminua.
DE CRIME go de violência ou grave ameaça contra a víti-
DIVERSO ma. Dessa forma, confessou a prática de crime 1a Fase: circunstâncias judiciais
diverso, qual seja, furto. Assim, não deverá in- SISTEMA
2a Fase: atenuantes e agravantes
cidir a atenuante da confissão espontânea, TRIFÁSICO
considerando que o réu não reconheceu a au- 3a Fase: causas de diminuição e de aumento
toria do fato típico imputado.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Agravantes e atenuantes Causas de aumento e de
diminuição
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de cir-
cunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora São consideradas na 2a fase do São consideradas na 3a fase do
não prevista expressamente em lei (Atenuante inominada) cálculo da pena. cálculo da pena.
Coculpabilidade pode ser atenuante inominada. Localizadas, em regra, na Parte Localizadas na Parte Geral e na
Geral do CP. Legislação extra- Parte Especial do CP, bem
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes vagante também pode prevê. como na legislação extravagan-
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena te.
deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias pre-
Não há previsão legal do Existe previsão legal do quan-
ponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos MO-
quantum de aumento ou dimi- tum.
TIVOS determinantes do crime, da PERSONALIDADE do agente
nuição (fica a critério do juiz).
e da REINCIDÊNCIA.
Agravante e atenuante devem As causas de aumento e de di-
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ respeitar os limites mínimo e minuição de pena podem ex-
máximo previsto em lei. trapolar os limites previstos no
EDIÇÃO N. 29: APLICAÇÃO DA PENA preceito secundário.
AGRAVANTES E ATENUANTES
2) Em observância ao critério trifásico da dosimetria da pena es-
tabelecido no art. 68 do Código Penal - CP, não é possível a CONCURSO ENTRE CAUSA DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO
compensação entre institutos de fases distintas. Duas causa de aumento Aplicadas isoladamente
4) Incide a atenuante prevista no art. 65, inciso III, alínea d, do CP genéricas (Princípio da incidência
na chamada CONFISSÃO QUALIFICADA, hipótese em que o au- isolada)
tor confessa a autoria do crime, embora alegando causa ex-
cludente de ilicitude ou culpabilidade. Duas causa de diminuição Aplicadas cumulativamente
5) A condenação transitada em julgado pelo CRIME DE PORTE genéricas (Princípio da incidência
DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE PARA USO PRÓPRIO NÃO cumulativa)
gera reincidência – STF: A CONDENAÇÃO PRÉVIA POR POR- Causas de aumento e causa Aplicadas cumulativamente:
TE DE DROGAS PARA CONSUMO PRÓPRIO NÃO GERA REIN- de diminuição 1° aumenta
CIDÊNCIA (ambas genéricas) 2° diminui
7) Diante do reconhecimento de mais de uma qualificadora,
somente uma enseja o tipo qualificado, enquanto as outras Duas causas de aumento Juiz limita-se a um só aumen-
devem ser consideradas circunstâncias agravantes, na hipóte- específicas to, prevalecendo a que mais
se de previsão legal, ou, de forma residual, como circunstância aumenta
judicial do art. 59 do Código Penal. Duas causas de diminuição Juiz limita-se a uma só dimi-
8) A agravante da reincidência pode ser comprovada com a fo- específicas nuição, prevalecendo a que
lha de antecedentes criminais, não sendo obrigatória a apre- mais diminua
sentação de certidão cartorária.
9) É possível, na segunda fase do cálculo da pena, a compensa- Causas de aumento e causa Aplicadas cumulativamente:
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DIA 4 / 24

de 1° aumenta ção de suas matérias-primas), e o crime do art. 55 da Lei n.


diminuição 2° diminui 9.605/98 (que protege o meio ambiente, proibindo a extração
(ambas específicas) de recursos minerais), não havendo conflito aparente de normas
já que protegem bens jurídicos distintos.
Causa de aumento genérica e Aplica, isoladamente, os dois
4) O aumento decorrente do concurso formal deve se dar de
específica aumentos
acordo com o número de infrações.
Causa de diminuição genérica Aplica, cumulativamente, as 5) A apreensão de mais de uma arma de fogo, acessório ou
e específica duas diminuições munição, em um mesmo contexto fático, não caracteriza con-
curso formal ou material de crimes, mas delito único.
Concurso material 6) O benefício da suspensão do processo não é aplicável em re-
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou lação às infrações penais cometidas em concurso material, con-
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, apli- curso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima
cam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majoran-
que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de te, ultrapassar o limite de um (01) ano. (Súmula n. 243/STJ)
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. SISTEMA DO 7) No concurso de crimes, o cálculo da prescrição da preten-
CÚMULO MATERIAL são punitiva é feito considerando cada crime isoladamente,
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido NÃO SE COMPUTANDO O ACRÉSCIMO decorrente do con-
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos curso formal, material ou da continuidade delitiva.
crimes, para os demais será incabível a substituição de que 8) No caso de concurso de crimes, a pena considerada para
trata o art. 44 deste Código. fins de competência e transação penal será o resultado da
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o soma ou da exasperação das penas máximas cominadas ao
condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatí- delito.
veis entre si e sucessivamente as demais.
Crime continuado – TEORIA DA FICÇÃO JURÍDICA
Concurso formal Art. 71 - CRIME CONTINUADO GENÉRICO - Quando o
Art. 70 - CONCURSO FORMAL PRÓPRIO - Quando o agen- agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois
te, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais cri- ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tem-
mes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas ca- po, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem
bíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro,
qualquer caso, de um 1/6 até 1/2. SISTEMA DA EXASPERA- aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a
ÇÃO. mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um
CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO - As penas apli- 1/6 a 2/3. SISTEMA DA EXASPERAÇÃO.
cam-se, entretanto, cumulativamente, se a AÇÃO OU OMISSÃO Parágrafo único – CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO - Nos
É DOLOSA e os CRIMES CONCORRENTES RESULTAM DE DE- CRIMES DOLOSOS, contra VÍTIMAS DIFERENTES, COMETIDOS
SÍGNIOS AUTÔNOMOS, consoante o disposto no artigo anterior. COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA, poderá o juiz,
SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL. considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria ca- a personalidade do agente, bem como os motivos e as circuns-
bível pela regra do art. 69 deste Código. tâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou
a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do
parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
CONCURSO MATERIAL BENÉFICO: ocorre quando o aumento
da pena resultante da fração do concurso formal é maior do que
a soma das penas no concurso material, neste caso, apesar dos Súmula 711-STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime con-
crimes serem cometidos em uma única ação as penas serão so- tinuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à
madas. cessação da continuidade ou da permanência.

JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ

EDIÇÃO N. 23: CONCURSO FORMAL EDIÇÃO N. 17: CRIME CONTINUADO - I


1) O roubo praticado contra vítimas diferentes em um único 1) Para a caracterização da continuidade delitiva é impres-
contexto configura o concurso formal (PRÓPRIO) e não cri- cindível o preenchimento de requisitos de ordem objetiva -
me único, ante a pluralidade de bens jurídicos ofendidos. mesmas condições de tempo, lugar e forma de execução - e
Segundo decidiu o STJ em caso de roubo praticado no interior de ordem subjetiva - unidade de desígnios ou vínculo subje-
de ônibus o fato de a conduta ter ocasionado violação de patri- tivo entre os eventos (TEORIA MISTA OU OBJETIVO-SUBJE-
mônios distintos (o da empresa de transporte coletivo e o do TIVA).
cobrador não descaracteriza a ocorrência de crime único se to- 2) A continuidade delitiva, em regra, não pode ser reconhe-
dos os bens subtraídos estavam na posse do cobrador. cida quando se tratarem de delitos praticados em período
2) A distinção entre o concurso formal próprio e o impróprio superior a 30 dias.
relaciona-se com o elemento subjetivo do agente, ou seja, a 3) A continuidade delitiva pode ser reconhecida quando se
existência ou não de desígnios autônomos. tratarem de delitos ocorridos em comarcas limítrofes ou
3) É possível o concurso formal entre o crime do art. 2º da Lei n. próximas.
8.176/91 (que tutela o patrimônio da União, proibindo a usurpa- 4) A continuidade delitiva não pode ser reconhecida quando
ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA - 818.916.441-49

DIA 4 / 25

se tratarem de delitos cometidos com modos de execução


diversos. Multas no concurso de crimes
5) Não há crime continuado quando configurada habitualida- Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são apli-
de delitiva ou reiteração criminosa. cadas distinta e integralmente. SISTEMA DO CÚMULO MATE-
8) O estupro e atentado violento ao pudor cometidos contra RIAL.
a mesma vítima e no mesmo contexto devem ser tratados STJ: "Na hipótese da aplicação da pena de multa no crime conti-
como crime único, após a nova disciplina trazida pela Lei n. nuado, não é aplicável a regra do artigo 72, do Código Penal”
12.015/09.
9) É possível reconhecer a continuidade delitiva entre estupro e Erro na execução (ABERRATIO ICTUS) - Atinge mesmo
atentado violento ao pudor quando praticados contra vítimas bem jurídico
diversas ou fora do mesmo contexto, desde que presentes os Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de
requisitos do artigo 71 do Código Penal. execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia
10) A Lei n. 12.015/09, ao incluir no mesmo tipo penal os delitos ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse pra-
de estupro e atentado violento ao pudor, possibilitou a caracte- ticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º
rização de crime único ou de crime continuado entre as condu- do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pes-
tas, devendo retroagir para alcançar os fatos praticados antes da soa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70
sua vigência, por se tratar de norma penal mais benéfica. deste Código (concurso formal)
11) No concurso de crimes, a pena considerada para fins de
fixação da competência do Juizado Especial Criminal será o Resultado diverso do pretendido (ABERRATIO CRIMINIS)-
resultado da soma, no caso de concurso material, ou da Atinge bem jurídico diverso
exasperação, na hipótese de concurso formal ou crime con- Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por aci-
tinuado, das penas máximas cominadas aos delitos. dente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado di-
EDIÇÃO N. 20: CRIME CONTINUADO - II verso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é
1) Para a caracterização da continuidade delitiva, são consi- previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado
derados crimes da mesma espécie aqueles previstos no mes- pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código (concurso
mo tipo penal. formal)
2) É possível o reconhecimento de crime continuado entre os
delitos de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do Limite das penas
CP) e de sonegação de contribuição previdenciária (art.337- Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de
A do CP). liberdade não pode ser superior a 30 anos.
3) Presentes as condições do art. 71 do Código Penal, deve ser § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de
reconhecida a continuidade delitiva no crime de peculato-des- liberdade cuja soma seja superior a 30 anos, devem elas ser unifi-
vio. cadas para atender ao limite máximo deste artigo.
4) Não é possível reconhecer a continuidade delitiva entre os § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do
crimes de roubo (art. 157 do CP) e de latrocínio (art. 157, § cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se,
3º, segunda parte, do CP) porque apesar de serem do mes- para esse fim, o período de pena já cumprido.
mo gênero não são da mesma espécie. Concurso de infrações
5) Não é possível reconhecer a continuidade delitiva entre os Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeira-
crimes de roubo (art. 157 do CP) e de extorsão (art. 158 do mente a pena mais grave.
CP), pois são infrações penais de espécies diferentes.
6) Admite-se a continuidade delitiva nos crimes contra a CÓDIGO PROCESSO PENAL
vida.
8) Na continuidade delitiva prevista no caput do art. 71 do CP, o CAPÍTULO IV
aumento se faz em razão do número de infrações praticadas DA CONFISSÃO
e de acordo com a seguinte correlação: 1/6 para duas infrações; Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios ado-
1/5 para três; 1/4 para quatro; 1/3 para cinco; 1/2 para seis; 2/3 tados para os outros elementos de prova, e para a sua aprecia-
para sete ou mais ilícitos. ção o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do pro-
9) Na continuidade delitiva específica, prevista no parágrafo úni- cesso, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou
co do art. 71 do CP, o aumento fundamenta-se no número de concordância.
infrações cometidas e nas circunstâncias judiciais do art. 59
do CP. Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão,
10) Caracterizado o concurso formal e a continuidade delitiva mas poderá constituir elemento para a formação do convenci-
entre infrações penais, aplica-se somente o aumento relativo mento do juiz (parte final não recepcionada pela CF/88)
à continuidade, sob pena de bis in idem.
12) No crime continuado, a pena de multa deve ser aplicada Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório,
mediante o critério da exasperação, tendo em vista a inaplica- será tomada por termo nos autos, observado o disposto no art.
bilidade do art. 72 do CP. 195.
13) O reconhecimento dos pressupostos do crime continuado,
notadamente as condições de tempo, lugar e maneira de execu- Art. 200. A confissão será DIVISÍVEL e RETRATÁVEL, sem
ção, demanda dilação probatória, incabível na via estreita do ha- prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das
beas corpus. provas em conjunto.
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INFORMANTES Não prestam o compromisso.


CAPÍTULO V
DO OFENDIDO PRÓPRIAS Ouvida especificamente sobre os fatos
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualifica- delituosos
do e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja IMPRÓPRIA, Presta depoimento sobre um ato da
ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, to- INSTRUMENTÁRIA persecução criminal.
mando-se por termo as suas declarações. OU FEDATÁRIA
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem
motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da LAUDADORES Prestam declarações sobre os
autoridade antecedentes do infrator
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relati- TESTEMUNHAS DE Agentes infiltrados
vos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação COROA
de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que
a mantenham ou modifiquem. INÓCUA Pessoa que nada sabe para elucidar a
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no en- causa. Não será computada com
dereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, testemunha (art. 209, § 2º).
o uso de meio eletrônico.
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, Art. 202. TODA PESSOA poderá ser testemunha.
será reservado espaço separado para o ofendido.
§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a pro-
ofendido para atendimento multidisciplinar, especialmente nas messa de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado,
áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residên-
do ofensor ou do Estado. cia, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com
da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, poden- qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as ra-
do, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos da- zões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-
dos, depoimentos e outras informações constantes dos autos a se de sua credibilidade.
seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sen-
CAPÍTULO VI do permitido à testemunha trazê-lo por escrito.
DAS TESTEMUNHAS Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretan-
CARACTERÍSTICAS DA PROVA TESTEMUNHAL to, breve consulta a apontamentos.

JUDICIALIDADE Testemunha é a pessoa que presta Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemu-
depoimento perante o magistrado nha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao seu alcance,
ORALIDADE Admite consulta a apontamentos podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.

OBJETIVIDADE Evitar emissão de opinião pessoal Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obriga-
INDIVIDUALIDADE Cada testemunha será ouvida de forma ção de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascen-
individual dente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que
desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusa-
RETROSPECTIVIDADE Narrará fatos com o qual já teve do, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se
contato ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

NÚMERO DE TESTEMUNHAS Art. 207. São PROIBIDAS de depor as pessoas que, em ra-
zão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar se-
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO gredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem
8 dar o seu testemunho.
1a FASE DO JÚRI
PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art.
a
2 FASE DO JÚRI 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14
5 anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.
LEI DE DROGAS
PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO 3 Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir ou-
tras testemunhas, além das indicadas pelas partes.
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pesso-
CLASSIFICAÇÃO as a que as testemunhas se referirem [TESTEMUNHAS REFERI-
NUMERÁRIAS Arroladas pelas partes e DAS]
compromissadas § 2o Não será computada como testemunha a pessoa que
nada souber que interesse à decisão da causa.
EXTRANUMERÁRIAS Ouvidas por iniciativa do juiz; em regra,
compromissadas (art. 209)
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Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per


si, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa
das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao prevista no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de
falso testemunho. desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da diligên-
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua cia.
realização, serão reservados espaços separados para a garantia da
incomunicabilidade das testemunhas. Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou
por velhice, de comparecer para depor, serão inquiridas onde
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer estiverem.
que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a
verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os
para a instauração de inquérito. senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os gover-
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em nadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os pre-
plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir decisão na feitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às As-
audiência (art. 538, § 2), o tribunal (art. 561), ou o conselho de sembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário,
sentença, após a votação dos quesitos, poderão fazer apresen- os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Esta-
tar imediatamente a testemunha à autoridade policial. dos, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão
inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes di- eles e o juiz.
retamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que pu- § 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os
derem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou im- presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do
portarem na repetição de outra já respondida [SISTEMA DO Supremo Tribunal Federal poderão optar pela PRESTAÇÃO DE
CROSS EXAMINATION] DEPOIMENTO POR ESCRITO, caso em que as perguntas, formu-
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz ladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes serão transmitidas
poderá complementar a inquirição. por ofício.
§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade su-
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste perior.
suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narra- § 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art.
tiva do fato. 218, devendo, porém, a expedição do mandado ser imediatamen-
te comunicada ao chefe da repartição em que servirem, com indi-
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão cação do dia e da hora marcados
contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos,
que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz
fará consignar a contradita ou arguição e a resposta da testemu- será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se,
nha, mas só excluirá a testemunha ou não lhe deferirá com- para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as
promisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208. partes.
§ 1o A expedição da precatória NÃO SUSPENDERÁ a ins-
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, trução criminal.
tanto quanto possível, às expressões usadas pelas testemunhas, § 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamen-
reproduzindo fielmente as suas frases. to, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será
junta aos autos.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a ter- § 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de
mo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha testemunha poderá ser realizada por meio de videoconferên-
não souber assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que o cia ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e ima-
faça por ela, depois de lido na presença de ambos. gens em tempo real, permitida a presença do defensor e poden-
do ser realizada, inclusive, durante a realização da audiência de
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá instrução e julgamento.
causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemu-
nha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do de- SÚMULAS SOBRE PRECATÓRIA
poimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente
na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do STF
réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defen- Súmula 155-STF: É relativa a nulidade do processo criminal
sor. por falta de intimação da expedição de precatória para inqui-
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previs- rição de testemunha.
tas no caput deste artigo deverá constar do termo, assim como os
motivos que a determinaram. STJ
Súmula 273-STJ: Intimada a defesa da expedição da carta pre-
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de catória, torna-se desnecessária intimação da data da audiên-
comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à cia no juízo deprecado.
autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja ATENÇÃO: se o réu for assistido pela Defensoria Pública e, na
conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio sede do juízo deprecado a Instituição estiver instalada e estrutu-
da força pública. rada, será obrigatória a intimação da Defensoria acerca do dia
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do ato processual designado, sob pena de nulidade (STF RHC


106394/MG, j. em 30/10/2012). Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o
reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova
em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas.
Art. 222-A. As cartas rogatórias SÓ serão expedidas se
demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, arcando
CAPÍTULO VIII
a parte requerente com os custos de envio.
DA ACAREAÇÃO
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre
nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código.
acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou tes-
temunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sem-
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua naci-
pre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou cir-
onal, será nomeado intérprete para traduzir as perguntas e res-
cunstâncias relevantes.
postas.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-
que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo
mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192.
o ato de acareação.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de 1
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações
ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples
divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se darão a co-
omissão, às penas do não-comparecimento.
nhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que
explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á pre-
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou,
catória à autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente,
por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo
transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha pre-
da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a
sente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do refe-
requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamen-
rido auto, a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a tes-
te o depoimento.
temunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a teste-
munha presente. Esta diligência só se realizará quando não im-
CAPÍTULO VII
porte demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda con-
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
veniente.
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reco-
nhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
CAPÍTULO IX
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convi-
DOS DOCUMENTOS
dada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão
II - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colo-
apresentar documentos em qualquer fase do processo.
cada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qual-
quer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconheci-
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos,
mento a apontá-la;
instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente
o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência,
autenticada, se dará o mesmo valor do original.
não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida,
a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenori-
meios criminosos, não serão admitidas em juízo.
zado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proce-
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo
der ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda
Parágrafo único. O disposto no n° III deste artigo não terá
que não haja consentimento do signatário.
aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julga-
mento.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento
relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providencia-
O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o reconheci- rá, independentemente de requerimento de qualquer das partes,
mento de pessoas (reconhecimento pessoal). Vale ressaltar, no para sua juntada aos autos, se possível.
entanto, que as disposições contidas no art. 226 do CPP con-
figuram uma recomendação legal, e não uma exigência ab- Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão
soluta. Assim, a inobservância das formalidades legais para o submetidas a exame pericial, quando contestada a sua autentici-
reconhecimento pessoal do acusado não enseja nulidade, por dade.
não se tratar de exigência, mas apenas recomendação, sendo
válido o ato quando realizado de forma diversa da prevista em Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuí-
lei. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1444634/SP, Rel. Min. Joel Ilan zo de sua juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por
Paciornik, julgado em 01/06/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela
1054280/PE, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em autoridade.
06/06/2017.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferi-
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com das com o original, em presença da autoridade.
as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
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Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia,
quando não exista motivo relevante que justifique a sua conser- salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de
vação nos autos, poderão, mediante requerimento, e ouvido o penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado
Ministério Público, ser entregues à parte que os produziu, ficando ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a
traslado nos autos. abrir a porta.
§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará previa-
CAPÍTULO X mente sua qualidade e o objeto da diligência.
DOS INDÍCIOS § 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e forçada a entrada.
provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indu- § 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de
ção, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. força contra coisas existentes no interior da casa, para o descobri-
mento do que se procura.
CAPÍTULO XI § 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausen-
DA BUSCA E DA APREENSÃO tes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas ra- § 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar,
zões a autorizarem, para: o morador será intimado a mostrá-la.
a) prender criminosos; § 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será ime-
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios crimino- diatamente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de
sos; seus agentes.
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação § 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circuns-
e objetos falsificados ou contrafeitos; tanciado, assinando-o com 2 testemunhas presenciais, sem pre-
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na juízo do disposto no § 4o.
prática de crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à de- Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior,
fesa do réu; quando se tiver de proceder a busca em compartimento habitado
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em comparti-
ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento mento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou
do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; atividade.
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção. Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procura-
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada da, os motivos da diligência serão comunicados a quem tiver so-
suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos frido a busca, se o requerer.
mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não moleste os moradores mais do que o indispensável para o
não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser prece- êxito da diligência.
dida da expedição de mandado.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a não importar retardamento ou prejuízo da diligência.
requerimento de qualquer das partes.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no
Art. 243. O mandado de busca deverá: território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando,
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coi-
realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou mo- sa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, an-
rador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá tes da diligência ou após, conforme a urgência desta.
de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; § 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão
II - mencionar o motivo e os fins da diligência; em seguimento da pessoa ou coisa, quando:
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte,
que o fizer expedir. a seguirem sem interrupção, embora depois a percam de vista;
§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por infor-
do mandado de busca. mações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo
§ 2o Não será permitida a apreensão de documento em po- removida ou transportada em determinada direção, forem ao seu
der do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento encalço.
do corpo de delito. § 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para
duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências,
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados
caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a que apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade,
pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou pa- mas de modo que não se frustre a diligência.
péis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for
determinada no curso de busca domiciliar.
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