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CURSO PARA A 2ª FASE DE PENAL

PROFESSORAS ANA CRISTINA MENDONÇA E CLÁUDIA BARROS

PRESCRIÇÃO

EXEMPLOS DOS SLIDES UTILIZADOS EM AULA e outros

Observação:

Lembre-se de fundamentar sua resposta com todos os artigos pertinentes e NÃO utilizar abreviações na sua prova, como PPP1,
PPP2, PS, PR e PPE.

Abaixo você irá encontrar apenas os esquemas e não a resposta como deveria ser na sua prova!

Você já sabe: EXPLICAR E FUNDAMENTAR.

EXEMPLO CONCLUSÃO

Ágata
Extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, CP - pena: 8 a Pena máxima em abstrato 15 anos - art. 109, I, CP = prescreve em 20
15 anos) anos.
Fato ocorreu em 07/09/1980
Inquérito policial arquivado em 18/04/1989 por autoria igno- Não interessa a informação do inquérito policial arquivado, do surgimento
rada de novas provas, nem do oferecimento de denúncia.
Surgiram novas provas em 1998, ensejando o desarquiva-
mento. ADRIA CRISTINA DE EntreCASTRO
a data do fatoROSA
e o recebimento da denúncia, passaram-se mais de
Denúncia oferecida em 03/09/2000 20 anos, portanto, ocorreu a PPP1.
dricrosa8@gmail.com
Recebimento da denúncia 07/09/2000 818.916.441-49

Dominique Pena máxima em abstrato 10 anos – art. 109, II, CP = prescreve em 16


Roubo (art. 157, caput, CP – pena: 4 a 10 anos) anos.
Fato ocorreu em 04/02/1993
Recebimento da denúncia 02/02/2000 Não ocorreu PPP1, contudo ocorreu a PPP2, pois entre a data do rece-
Sentença condenatória 10/02/2016 bimento da denúncia e a sentença condenatória passaram-se mais de 16
anos.

Tókio Pena máxima em abstrato 6 meses - art. 109, VI, CP = prescreve em 3


Dano (art. 163, caput, CP - pena: 1 a 6 meses) anos.
Fato ocorreu em 01/10/2012
Conhecimento da autoria em 10/10/2014 e oferecimento da Não ocorreu a PPP1, nem a PPP2.
queixa em 08/11/2014
Recebimento da queixa 10/11/2014 Obs: Se a acusação recorreu, então a PS deve ser analisada pela pena
Sentença absolutória 20/03/2015 máxima em abstrato.
Querelante recorreu
Acórdão condenatório 21/09/2015 Neste caso, ocorreu a prescrição da pretensão punitiva na modalidade
Do acórdão recorreram ambas as partes prescrição superveniente (PS).
Até hoje não foi julgado o recurso
Pena concreta 6 meses O recurso deveria ter sido julgado até 20/09/2018.
Até quando será possível julgá-lo?
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EXEMPLO CONCLUSÃO

Rio Pena máxima em abstrato 4 anos - art. 109, IV, CP = prescreve em 8 anos.
Apropriação indébita (art. 168, caput, CP - pena: 1 a 4 anos)
Fato ocorreu em 10/02/1995 Não ocorreu a PPP1, porém ocorreu a PPP2.
Recebimento da denúncia 12/10/2000
Sentença condenatória 19/07/2010 Obs: Neste caso, o restante dos dados informados pelo exemplo serviria
MP e Defesa recorreram para analisar a prescrição superveniente, caso não tivesse ocorrido a
Até hoje não foi julgado o recurso PPP2, e se a acusação recorreu, então, a prescrição superveniente (PS)
Pena concreta 1 ano deveria ser analisada pela pena máxima em abstrato e no exemplo men-
cionado ocorreria a prescrição superveniente.

Pena máxima em abstrato 5 anos - art. 109, III, CP = prescreve em 12


anos.

Moscou Não ocorreu a PPP1, nem a PPP2.


Estelionato (art. 171, CP - pena: 1 a 5 anos)
Fato ocorreu em 07/09/2001 Pena concreta 2 anos e 1 mês – art. 109, IV, CP = prescreve em 8 anos.
Recebimento da denúncia 23/12/2003
Sentença condenatória 21/02/2010 Obs: Se somente a defesa recorreu, então a prescrição retroativa (PR) e
Pena concreta 2 anos e 1 mês a prescrição superveniente (PS) devem ser analisadas pela pena em con-
Somente a Defesa recorreu – art. 617, CPP. creto.
Julgamento da apelação 03/08/2018
ADRIA CRISTINA DE CASTRO
Então, neste caso,ROSA
ocorreu a prescrição da pretensão punitiva na modali-
dade prescrição superveniente.
dricrosa8@gmail.com
818.916.441-49

Pena máxima em abstrato 20 anos – art. 109, I, CP = prescreve em 20


Átila anos.
Homicídio (art. 121, CP – pena: 6 a 20 anos)
Fato ocorreu em 17/11/1993 Não ocorreu PPP1, nem a PPP2.
Recebimento da denúncia 07/06/2000
Pronúncia 18/05/2013 Pena concreta 7 anos – art. 109, III, CP = prescreve em 12 anos.
Não houve recurso da pronúncia
Sentença condenatória 22/04/2015 Obs.: Ocorrendo o trânsito em julgado para a acusação, devemos analisar
Não houve recurso a prescrição retroativa (PR) com base na pena em concreto.
Trânsito em julgado 09/05/2015
Pena concreta 7 anos reclusão Então, neste caso, ocorreu a prescrição retroativa entre o recebimento da
denúncia e a pronúncia.

Manassés Pena máxima em abstrato 4 anos – art. 109, IV, CP = prescreve em 8


Furto (art. 155, CP – pena: 1 a 4 anos) anos.
Fato ocorreu em 06/05/2010 Não ocorreu PPP1, nem a PPP2.
Recebimento da denúncia 15/06/2011
Sentença condenatória 27/09/2016 Pena concreta 2 anos – art. 109, V, CP = prescreve em 4 anos.
Somente a Defesa recorreu – art. 617, CPP
Pena concreta 2 anos Obs.: Ocorrendo o trânsito em julgado para a acusação, devemos analisar
a prescrição retroativa (PR) com base na pena em concreto.

Neste caso, ocorreu a prescrição retroativa entre o recebimento da denún-


cia e a sentença condenatória.
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EXEMPLO CONCLUSÃO

Pena máxima em abstrato 10 anos – art. 109, II, CP = prescreve em 16


anos.
Dandara
Roubo (art. 157, caput, CP – pena: 4 a 10 anos) Não ocorreu PPP1, nem a PPP2.
Fato ocorreu em 04/02/1993
Recebimento da denúncia 02/02/2005 Pena concreta 4 anos e 8 meses – art. 109, III, CP = prescreve em 12
Sentença absolutória 12/12/2006 anos.
Somente o MP recorreu
Acórdão condenatório 07/01/2007 Obs.: Ocorrendo o trânsito em julgado para a acusação, devemos analisar
Trânsito em julgado 28/01/2007 a prescrição retroativa (PR) com base na pena em concreto.
Pena concreta 4 anos e 8 meses
Neste caso, não ocorreu a prescrição retroativa e qualquer outra modali-
dade de prescrição.

Pena máxima em abstrato 4 anos – art. 109, IV, CP = prescreve em 8 anos.


Como Jade era menor de 21 anos na data do fato = art. 115, CP = PPP em
Jade 4 anos
Perigo de contágio de moléstia grave (art. 131, CP – pena: 1
a 4 anos) Não ocorreu PPP1, nem a PPP2.
Data nascimento 07/04/1988
Fato ocorreu em 03/04/2009 Pena concreta 2 anos – art. 109, V, CP = prescreve em 4 anos.
Recebimento da denúncia 02/03/2011 ADRIA CRISTINAJade DEeraCASTRO
menor de 21ROSA
anos na data do fato = art. 115, CP = prescreve em
Sentença condenatória 07/08/2013 2 anos.
dricrosa8@gmail.com
Somente a Defesa recorreu – art. 617 CPP 818.916.441-49
Pena concreta 2 anos Obs.: Ocorrendo o trânsito em julgado para a acusação, devemos analisar
a prescrição retroativa (PR) com base na pena em concreto.

Neste caso, ocorreu a prescrição retroativa entre o recebimento da denún-


cia e a sentença condenatória.

Pena máxima em abstrato 4 anos – art. 109, IV, CP = prescreve em 8


anos.
Como Ilana era menor de 21 anos na data do fato, a prescrição conta pela
metade (115 CP) = PPP em 4 anos.

Ilana (menor de 21 anos) Não ocorreu PPP1, nem a PPP2.


Furto (art. 155, CP – pena: 1 a 4 anos)
Fato ocorreu em 06/05/2010 Pena concreta 2 anos – art. 109, V, CP = prescreve em 4 anos. No caso
Recebimento da denúncia 12/07/2012 da Joana (menor de 21), em 2 anos.
Sentença condenatória 20/07/2015
Somente a Defesa recorreu – art. 617, CPP Obs.: Ocorrendo o trânsito em julgado para a acusação, devemos analisar
Pena concreta 2 anos a prescrição retroativa (PR) com base na pena em concreto.
Neste caso, ocorreu a prescrição retroativa entre o recebimento da denún-
cia e a sentença condenatória.
Não há que se falar em PR entre a data do fato e o recebimento da de-
núncia, já que o crime ocorreu após a vigência da Lei 12.234/10.
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EXEMPLO CONCLUSÃO

Pena máxima em abstrato 5 anos - art. 109, III, CP = prescreve em 12 anos.


Como Lorran já tinha 70 anos na data da sentença = art. 115, CP = pres-
Lorran creve em 6 anos.
Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A, CP - pena: 2
a 5 anos) Não ocorreu a PPP1, nem a PPP2.
Completou 70 anos em 27/08/2016
Fato ocorreu em 06/08/2008 Pena concreta 4 anos – art. 109, IV, CP = prescreve em 8 anos.
Recebimento da denúncia 17/09/2010 Lorran já tinha 70 anos na data da sentença = art. 115, CP = prescreve em
Sentença condenatória 29/08/2016 4 anos.
As partes foram intimadas da decisão na própria audiência.
Não houve recurso Obs.: Ocorrendo o trânsito em julgado para a acusação, devemos analisar
Pena concreta 4 anos a prescrição retroativa (PR) com base na pena em concreto.

Neste caso, ocorreu a prescrição retroativa entre o recebimento da denún-


cia e a sentença condenatória.

EXEMPLO CONCLUSÃO

Kali, em 02/06/2010, foi presa em flagrante pela Em se tratando de crime continuado, o cálculo da prescrição regula-se pela pena base imposta
prática do crime de receptação. No curso do in- na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuidade, seja ele de 1 ou 2/3,
quérito policial foi descoberto que Kali costumava conforme dispõe a Súmula 497 do Supremo Tribunal Federal.
ADRIA CRISTINA DE CASTRO
No caso concreto, o acréscimo pelaROSA
continuidade delitiva foi, na sentença de 1º. grau, de 1/3,
praticar esse tipo de crime reiteradamente no totalizando a soma de 8 meses à pena base, que era de 2 anos de reclusão.
dricrosa8@gmail.com
mesmo bairro, sendo recebida, em 07/06/2010, a Interposto recurso pela acusação, o mesmo teve parcial provimento, apenas sendo majorado o
818.916.441-49
denúncia pelo crime de receptação, na forma con- acréscimo pela continuidade delitiva, não havendo, por parte do tribunal, qualquer alteração na
tinuada (art. 180, caput, c/c 71 do Código Penal). pena base aplicada, que se manteve em 2 anos de reclusão.
Em 13/07/2012, foi proferida sentença conde- Sendo assim, no caso concreto deve-se desconsiderar o acréscimo da continuidade, utilizando-
nando Kali a 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de re- se para fins de cálculo prescricional apenas a pena base de 02 anos, a qual prescreve em 04
clusão em virtude da aplicação da majoração de anos, nos termos do art. 109, V, do Código Penal, conforme determina a Súmula 497 do STF.
1/3 pela continuidade (não houve incidência de No caso concreto, entre a data do recebimento da denúncia (07/06/2010) e a da publicação da
agravantes e atenuantes). A sentença foi publi- sentença condenatória (15/07/2012), o lapso temporal é superior a 2 anos, motivo pelo qual
deverá ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva na modalidade prescrição retroativa.
cada em 15/07/2012. Como indicado acima, o acréscimo referente ao crime continuado não deverá ser computado
Interposto recurso pelo Ministério Público reque- para fins do cálculo prescricional (art. 119, CP e Súmula 497 do Supremo Tribunal Federal)
rendo aumento da pena e da fração aplicada em Assim, considerando a pena base aplicada a Kali, que foi de 2 anos de reclusão, a prescrição
virtude da continuidade delitiva, foi julgada a ape- ocorreria no prazo de 4 anos. Contudo, em sendo Kali menor de 21 anos na data dos fatos, o
lação em 16/07/2016, sendo o pedido parcialmente cálculo prescricional dar-se-á pela metade, conforme art. 115 do CP, e diante do lapso temporal
provido, apenas para aumentar para 2/3 a fração decorrido entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória, verifica-
em virtude da continuidade delitiva, restando a se prazo superior, restando extinta a punibilidade pela prescrição retroativa, na forma do art.
pena privativa de liberdade final de 3 anos e 4 me- 107, IV, c/c 109, V, 110, §1º, e 115, todos do Código Penal.
ses. Desta decisão não houve novo recurso da Cumpre ressaltar que, no caso concreto, o recurso nem precisaria ter sido analisado, no mérito,
pelo Tribunal, uma vez que, em sendo desconsiderado, para fins de cálculo de prescrição, o
acusação. Cabe informar ainda que Kali era me- aumento pela continuidade, a pena máxima para o crime de receptação seria de 4 anos, pena
nor à época dos fatos. Qual o pleito a ser formu- esta que estaria prescrita, no caso de Kali, em 4 anos, em face de sua menoridade.
lado pelo advogado de defesa? Fundamente. Repare que o recurso do MP somente foi julgado decorridos mais de 4 anos da data da publi-
cação da sentença condenatória. Assim, o Tribunal deveria ter reconhecido a prescrição super-
veniente.
Então, na hipótese, poderia ser reconhecida tanto a prescrição superveniente (pela pena em
abstrato), diante do lapso temporal entre a publicação da sentença condenatória e o julgamento
da apelação, como, diante do trânsito em julgado para a acusação, a prescrição retroativa, pela
pena em concreto, em razão do lapso decorrido entre o recebimento da denúncia e a publicação
da sentença.

EXEMPLO CONCLUSÃO
CURSO PARA A 2ª FASE DE PENAL
PROFESSORAS ANA CRISTINA MENDONÇA E CLÁUDIA BARROS

Rudá, 20 anos de idade, praticou, em 18/05/2007, na A denúncia em face de Rudá sequer poderia ter sido oferecida e recebida, uma vez
Av. Amaral Peixoto, em Niterói, o crime de roubo que já havia ocorrido a prescrição da pretensão punitiva em seu favor, conforme art.
tentado, tipificado no art. 157 c/c 14, II, ambos do 107, IV, combinado com os arts. 109, III, e 115, todos do Código Penal.
CP. Os policiais tentaram capturar o agente, porém Como o crime praticado por Rudá deu-se na modalidade tentada, a pena em abs-
não obtiveram êxito. O inquérito foi instaurado para trato a ser considerada no caso concreto será calculada levando-se em considera-
averiguação do fato, sendo posteriormente conclu- ção a redução de 1/3 de que trata o art. 14, parágrafo único, do Código Penal.
ído e remetido ao Ministério Público. A denúncia foi Além disso, em sendo Rudá menor de 21 anos na data do fato, a prescrição é con-
oferecida em 17/05/2013, tendo sido recebida em tada à metade, na forma do art. 115 do mesmo diploma legal. Então, no caso con-
18/05/2013. Depois de todos os trâmites processu- creto, considerando-se a redução da pena abstratamente cominada ao delito em
ais, Rudá foi condenado a uma pena de 2 anos de razão da tentativa, bem como a redução do prazo prescricional em face da idade do
reclusão, em 19/09/2014. Qual a melhor tese defen- agente, a denúncia deveria ter sido recebida até o dia 17/05/2013, ou seja, em lapso
siva aplicável ao caso concreto? temporal inferior a 6 (seis) anos, o que não ocorreu.

Daenerys Pena em concreto 5 anos - art. 109, III, CP = prescreve em 12 anos.


20 anos na data do fato
Roubo ( art. 157, caput, CP – pena: 4 a 10 anos) Daenerys era menor de 21 anos na data do fato = art. 115, CP = prescreve em 6
Trânsito em julgado em 27/05/2010 anos.
Pena concreta 5 anos
Em 01/06/2016 Daenerys foi capturada para cum- R: Daenerys deveria ter sido capturada até 26/05/2016, portando, já ocorreu a pres-
prir pena. crição da pretensão executória, estando extinta a punibilidade.
Qual medida deve ser tomada em favor de Dae-
nerys?

ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA


dricrosa8@gmail.com
818.916.441-49
Caleb, nascido em 25 de junho de 1992, foi conde- A) A orientação dada é de que ocorreu a prescrição da pretensão executória, nos termos do
nado, com sentença transitada em julgado em 12 de art. 110 do Código Penal, já que o prazo prescricional, no caso de concurso material, deve
junho de 2013, à pena de 06 anos de reclusão, pela ser analisado individualmente para cada delito, não interessando a pena total imposta, con-
forme disposto no art. 119 do Código Penal.
prática de 03 delitos, sendo um furto qualificado, Além disso, por ser o agente menor de 21 anos na data do fato, a prescrição é contada pela
uma apropriação indébita e uma receptação, em metade, conforme previsto no art. 115 do Código Penal.
concurso material, sendo a pena para cada um dos Assim, no caso concreto, a prescrição de cada pena imposta ocorreria em 11 de junho de
delitos, de dois anos de reclusão, somando-se 6 2015, visto que cada crime teve pena isolada de 02 anos de reclusão, e, de acordo com o art.
anos de reclusão. Em 18 de março de 2016, foi cum- 109, V do Código Penal a prescrição ocorreria em 04 anos; passando a 02 anos
prido o respectivo mandado de prisão. Em agosto por ser o agente beneficiado pelo prazo prescricional à metade.
de 2016, Ana, companheira de Caleb, procura por Desta forma, caberia a juntada de uma simples petição ao juízo da execução requerendo o
seus préstimos advocatícios, buscando saber se o reconhecimento da extinção de punibilidade pela prescrição da pretensão executória.
Caberia ainda o intento Habeas Corpus como medida mais eficaz ao caso concreto, visto que
mesmo poderia receber algum benefício.
o agente encontra-se preso, fundamentando-se a medida no art. 648, VII do Código de Pro-
A) Qual a orientação jurídica e as medidas legais, se cesso Penal.
cabíveis?
B) Quem seria competente para apreciar tal me- B) A competência para apreciação da petição é do juízo da execução penal, visto que o réu
dida? já se encontra cumprindo pena, com fundamento no art. 66, II da LEP.
C) Se o juízo competente negar o pedido eventual- Em sendo impetrado Habeas Corpus com fundamento no art. 648, VII do Código de Processo
mente formulado, como deve proceder o advo- Penal, a competência para a apreciação da medida é do Tribunal de Justiça.
gado?
C) Mais uma vez, havendo o indeferimento do pedido de extinção de punibilidade realizado
por petição simples ao juízo da execução, cabível o recurso de Agravo em Execução, com
fundamento no art. 197 da Lei de Execuções Penais (Lei nº 7210/84).
Caso houvesse sido impetrado diretamente Habeas Corpus ao tribunal, com fundamento no
art. 648, VII do Código de Processo Penal, em caso de denegação da ordem pelo tribunal,
cabível seria o Recurso Ordinário Constitucional ao Superior Tribunal de Justiça, nos termos
do art. 105, II, “a” da Constituição Federal.

EXEMPLO CONCLUSÃO

Jon Stark
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foi condenado definitivamente por lavagem de di- Pena concreta 6 anos – art. 109, III, CP = prescreve em 12 anos.
nheiro (art. 1º da Lei nº 9.613/98 – pena 3 a 10
anos) R: Jon deve ser capturado até o dia 09/07/2023, sob pena de extinção da punibili-
Trânsito em julgado 10/07/2011 dade pela prescrição da pretensão executória.
Pena concreta 6 anos
Jon está foragido.
Até quando o Estado poderá capturar Jon para que
cumpra a reprimenda imposta?

Dimas, menor de 21 anos à data do fato, foi conde- Devemos calcular a prescrição com base na quantidade de pena restante: 8 (pena
nado por sentença definitiva em 07/08/2004. A pena aplicada) menos 4 (pena cumprida) = 4 anos restantes – art. 109, IV, CP - prescreve
aplicada foi de 8 anos de reclusão em regime inici- em 8 anos.
almente fechado. Em 19/11/2005, Dimas foi captu- Como Dimas era menor de 21 anos à data do fato = art. 115 – prescreve em 4 anos.
rado e iniciou o cumprimento da pena. Cumpridos
4 anos de sua pena, Dimas, já em regime aberto, R: Petição simples endereçada ao juiz da execução penal pedindo que seja reco-
foge em 18/11/2009. Em 05/09/2016 Dimas é captu- nhecida a prescrição da pretensão executória, pois ele deveria ser capturado até
rado. Qual a medida a ser adotada em favor de Di- 17/11/2013 – Fundamento: art. 110 c/c art. 109, IV c/c art. 115 c/c art. 117, V c/c art.
mas? 112, II, CP.

Perfecto foi condenado definitivamente em Devemos calcular a prescrição com base na quantidade de pena restante: 8 (pena
17/05/2009 a uma pena de 8 anos de reclusão. Foi aplicada) menos 3 (pena cumprida) = 5 anos restantes – art. 109, III, CP - prescreve
ADRIA CRISTINA
capturado em 19/05/2009 e iniciou o cumprimento DE CASTRO ROSA
em 12 anos.
da pena. Cumpridos 3 anos da reprimenda, em dricrosa8@gmail.com
18/05/2012 fugiu. Até quando Perfecto deve ser cap- 818.916.441-49
R: Perfecto deve ser capturado até o dia 17/05/2024, sob pena de extinção da puni-
turado? bilidade pela prescrição da pretensão executória.

Armando 5 anos - art. 109, III, CP – prescreve em 12 anos + 1/3 (reincidente) = 12 + 4 = 16


Roubo – art. 157, CP anos
Reincidente
Foi condenada a pena de 5 anos. R: Armando deve ser capturado até o dia 05/10/2020, sob pena de extinção da pu-
Trânsito em julgado em 06/10/2004. nibilidade pela prescrição da pretensão executória.
Até quando Armando deve ser capturado?

Penélope 5 – 2 = 3 anos - art. 109, IV, CP – prescreve em 8 anos + 1/3 (reincidente)


Roubo - art. 157, CP.
Reincidente 8 X 12 meses + 1/3 = 96 meses + 1/3
Foi condenada a pena de 5 anos. 96 meses + 32 meses
Cumpriu 2 anos e está foragida desde o dia 128 meses = 10 anos e 8 meses.
20/07/2008.
Até quando Penélope deve ser recapturada? R: Penélope deve ser capturada até o dia 19/03/2019, sob pena de extinção da
punibilidade pela prescrição da pretensão executória.
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EXEMPLO CONCLUSÃO

Cícero 7 – 2 = 5 anos - art. 109, IV, CP – prescreve em 12 anos que, reduzidos à


Maior de 70 na data da sentença metade, tornam-se 6 anos, devendo ser acrescidos de 1/3 pela reincidência
Reincidente
Foi condenado a pena de 7 anos por tráfico (art. 33 da Lei 6 anos + 1/3 = 8 anos
11.343/2006).
Cumpriu 2 anos e está foragido desde o dia 20/08/2010. R: Cícero deve ser capturado até o dia 19/08/2018, sob pena de extinção da
Até quando Cícero deve ser recapturado? punibilidade pela prescrição da pretensão executória.

(XXV – PORTO ALEGRE) Carlos, 50 anos, foi condenado, A) O argumento a ser apresentado pela defesa técnica de Carlos é
de maneira definitiva, pela prática de crime de roubo, ao no sentido de que a prática de falta grave não gera o reinício do prazo de
cumprimento de pena de 04 anos de reclusão, em regime contagem do livramento condicional. Narra o enunciado que Carlos, quando
inicial semiaberto em razão das peculiaridades do caso, do cumprimento da sua pena, praticou falta grave no interior do estabeleci-
apesar de naquele momento ser primário. mento penitenciário. De acordo com o Art. 118, inciso I, da Lei nº 7.210/84,
Após o cumprimento de 03 anos e 10 dias da pena aplicada, a prática de falta grave enseja à regressão de regime. Todavia, a Lei de
considerando o período de prisão provisória, Carlos veio a Execução Penal não prevê como consequência da prática de falta grave o
praticar falta grave, em 10/03/2015, dentro do estabeleci- reinício do prazo para obtenção do livramento condicional, sendo certo que
mento prisional, sendo que, no mesmo dia, empreendeu a execução penal também está sujeita ao princípio da legalidade. Dessa
fuga. Após processo administrativo disciplinar, inclusive forma, equivocada a decisão do magistrado de determinar a interrupção do
com participação da defesa técnica de Carlos, foi reconhe- prazo para obtenção de livramento condicional, nos termos da Súmula 441
cida a prática de falta grave. do Superior Tribunal de Justiça.
ADRIA
O juiz da execução penal, em procedimento CRISTINA
regular, ainda DE CASTRO ROSA
dricrosa8@gmail.com
no ano de 2015, confirmou o reconhecimento da prática de B) Sem prejuízo, a defesa técnica de Carlos, de imediato, por meio
falta grave e determinou o reinício do prazo para obtenção de Habeas Corpus, poderia buscar o reconhecimento da prescrição da pre-
818.916.441-49
do livramento condicional. Por falhas cartorárias, a defesa tensão executória para evitar a execução do restante da pena privativa de
técnica de Carlos somente foi intimada da decisão em liberdade. Isso porque o prazo da prescrição da pretensão executória,
14/03/2018. Com a intimação, Carlos, que nunca mais foi quando há início do cumprimento da pena, inicia-se quando da interrupção
localizado para cumprimento do restante da pena, apesar deste cumprimento, conforme Art. 112, II, CP, que ocorreu em 10/03/2015.
do mandado de prisão em aberto, procura seu advogado, Ademais, o prazo prescricional deverá ser contado considerando a pena que
indaga sobre as medidas cabíveis, esclarecendo que, de resta a ser cumprida e não a aplicada, nos termos do Art. 113 do CP. No
fato, houve prática de falta grave, mas assegurando estar caso, restava menos de 01 ano de pena a ser cumprida, de modo que, na
ressocializado e que nunca mais se envolveu com a prática forma do Art. 109, inciso VI, do CP, o prazo prescricional da pretensão exe-
de crimes. cutória seria de 03 anos. Ultrapassado o período de 03 anos desde a inter-
Considerando apenas as informações narradas, na condi- rupção do cumprimento da pena, não sendo narrada qualquer causa inter-
ção de advogado de Carlos, responda aos itens a seguir. ruptiva do prazo, deveria a defesa buscar o reconhecimento da perda do
A) Em sede de Agravo à Execução, qual argumento Estado do direito de executar o restante da pena imposta.
deverá ser apresentado para combater o mérito da decisão
do magistrado? Justifique.
B) Por meio de Habeas Corpus, qual argumento de
direito material poderá ser apresentado para evitar a exe-
cução do restante da pena de Carlos? Justifique.
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VAMOS TREINAR?

PRESCRIÇÃO - CASOS PRÁTICOS COM O ESPELHO DE RESPOSTA

Lembre-se de primeiro tentar fazer as questões sem olhar o espelho de respostas. Confira depois, ok?

Questão 1. Christiano foi denunciado pela prática do crime de apropriação indébita do qual foi vítima Rosali. O fato ocorreu em 20/01/2010,
sendo certo que a denúncia somente foi recebida em 15/09/2014. Após a instrução criminal, Christiano foi condenado e a sentença conde-
natória foi publicada em cartório em 18/11/2015. As partes foram intimadas da sentença em 27/11/2015, tendo recorrido tanto a acusação
quanto a defesa. Ambos os recursos foram improvidos em 26/08/2017, sendo mantida a condenação em 1 ano e 4 meses de reclusão. O
trânsito em julgado foi certificado pelo cartório em 18/09/2017. Que providência deverá ser adotada em favor de Christiano?

ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA


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Questão 2. Em 10/03/97, Silvio praticou, com uso de uma faca, crime de homicídio (art. 121 do CP) contra seu primo Renato. Conduzido
até a delegacia mais próxima do local, foi instaurado o inquérito e posteriormente os autos do inquérito foram remetidos ao juízo da 3º Vara
Criminal de Niterói (Tribunal do Júri). Contudo, foi Silvio colocado em liberdade e a denúncia somente foi recebida em 17/02/2002. Na
primeira fase do procedimento, em 03/12/2014, o réu foi pronunciado. Ao final do processo, o réu foi condenado a uma pena de 7 anos e 7
meses de reclusão, sentença publicada em 04/04/2017, tendo a decisão transitado em julgado em 20/06/2017. Você, na qualidade de
advogado, é procurado pela família de Silvio para requerer a medida cabível diante do caso concreto.

ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA


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Questão 3 (VIII EXAME DE ORDEM) João foi denunciado pela prática do delito previsto no art. 299 caput e parágrafo único do Código Penal.
A inicial acusatória foi recebida em 30/10/2000 e o processo teve seu curso normal. A sentença penal, publicada em 29/07/2005, condenou
o réu à pena de 01 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias de reclusão, em regime semiaberto, mais pagamento de 16 (dezesseis) dias-
multa. Irresignada, somente a defesa interpôs apelação. Todavia, o Egrégio Tribunal de Justiça negou provimento ao apelo, ao argumento
de que não haveria que se falar em extinção da punibilidade pela prescrição, haja vista o fato de que o réu era reincidente, circunstância
devidamente comprovada mediante certidão cartorária juntada aos autos. Nesse sentido, considerando apenas os dados narrados no enun-
ciado, responda aos itens a seguir.
A) Está extinta a punibilidade do réu pela prescrição? Em caso positivo, indique a espécie; em caso negativo, indique o motivo. (Valor: 0,75)
B) O disposto no art. 110, caput do CP é aplicável ao caso narrado? (Valor: 0,50)

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Questão 4 (XV EXAME DE ORDEM) No dia 06/07/2010, Júlia, nascida em 06/04/1991, aproveitando-se de um momento de distração de
Ricardo, subtraiu-lhe a carteira. Após recebimento da denúncia, em 11/08/2011, e regular processamento do feito, Júlia foi condenada a uma
pena privativa de liberdade de 01 ano de reclusão, em sentença publicada em 08/10/2014.
Nem o Ministério Público nem a defesa de Júlia interpuseram recurso, tendo o feito transitado em julgado em 22/10/2014. Sobre esses fatos,
responda aos itens a seguir.
A) Diante do trânsito em julgado, qual a tese defensiva a ser alegada em favor de Júlia para impedir o cumprimento da pena? (Valor: 0,75)
B) Quais as consequências do acolhimento da tese defensiva? (Valor: 0,50)

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Questão 5 (V EXAME DE ORDEM) Jaime, brasileiro, solteiro, nascido em 10/11/1982, praticou, no dia 30/11/2000 delito de furto qualificado
pelo abuso de confiança (art. 155, parágrafo 4e, II, do CP). Devidamente denunciado e processado, Jaime foi condenado à pena de 4 (quatro)
anos e 2 (dois) meses de reclusão. A sentença transitou definitivamente em julgado no dia 15/01/2002, e o término do cumprimento da pena
se deu em 20/03/2006. No dia 24/03/2006, Jaime subtraiu um aparelho de telefone celular que havia sido esquecido por Lara em cima do
balcão de uma lanchonete. Todavia, sua conduta fora filmada pelas câmeras do estabelecimento, o que motivou o oferecimento de denúncia,
por parte do Ministério Público, pela prática de furto simples (art. 155, caput, do CP). A denúncia foi recebida em 14/04/2006, e, em
18/10/2006, Jaime foi condenado à pena de 1 (um) ano de reclusão e 10 (dez) dias-multa. Foi fixado o regime inicial aberto para o cumpri-
mento da pena privativa de liberdade, com sentença publicada no mesmo dia. Com base nos dados acima descritos, bem como atento às
informações a seguir expostas, responda fundamentadamente:
A) Suponha que a acusação tenha se conformado com a sentença, tendo o trânsito em julgado para esta ocorrido em 24/10/2006. A defesa,
por sua vez, interpôs apelação no prazo legal. Todavia, em virtude de sucessivas greves, adiamentos e até mesmo perda dos autos, até a
data de 20/10/2010, o recurso da defesa não tinha sido julgado. Nesse sentido, o que você, como advogado, deve fazer? (Valor: 0,60)
B) A situação seria diferente se ambas as partes tivessem se conformado com o decreto condenatório, de modo que o trânsito em julgado
definitivo teria ocorrido em 24/10/2006, mas Jaime, temeroso de ficar mais uma vez preso, tivesse se evadido tão logo teve ciência do
conteúdo da sentença, somente tendo sido capturado em 25/10/2010? (Valor: 0,65)

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Questão 6 (XVIII EXAME DE ORDEM) No dia 02 de março de 2008, Karen, 30 anos, funcionária do caixa do Supermercado Rei, subtraiu
para si a quantia de R$ 700,00 (setecentos reais) do estabelecimento, ao final de seu expediente.
No dia seguinte, percebendo a facilidade ocorrida no dia anterior, Karen voltou a subtrair determinada quantia do caixa do supermercado.
Ainda na mesma semana, a funcionária, com o mesmo modus operandi, subtraiu, por mais duas vezes, valores pertencentes ao estabeleci-
mento comercial. Ocorre que as condutas de Karen foram filmadas e os vídeos foram encaminhados para o Ministério Público, que ofereceu
denúncia pela prática do crime descrito no Art. 155, § 4º, inciso II, do Código Penal, por quatro vezes, na forma do Art. 71 do mesmo diploma
legal.
Em 20 de abril de 2008 a denúncia foi recebida, tendo o feito seu regular processamento, até que, em 25 de abril de 2012, foi publicada
decisão condenando Karen à pena final de 02 anos e 06 meses de reclusão e 12 dias multa, substituída por restritiva de direitos. Para cada
um dos crimes foi aplicada a pena mínima de 02 anos de reclusão e 10 dias multa, mas fixou o magistrado a fração de 1/4 para aumento da
pena, em virtude do reconhecimento do crime continuado. As partes não interpuseram recurso de apelação.
Considerando que não existe mais possibilidade de interposição de recurso da decisão, responda aos itens a seguir.
A) Qual a tese defensiva a ser alegada, de modo a impedir que Karen cumpra a pena que lhe foi aplicada? Fundamente. (Valor: 0,65)
B) Quais as consequências jurídicas do acolhimento dessa tese? Aquela condenação poderá ser considerada para efeito de reincidência
futuramente? (Valor: 0,60)

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Questão 7 - Em 25/01/2002, Maria Antonieta, depois de um dia tenso no trabalho resolveu fazer uma caminhada na orla da praia antes de
entrar em seu edifício. Distraída, Maria Antonieta é surpreendida por um indivíduo, vulgo Zeca, de 20 anos, que anuncia o assalto. Zeca leva
a bolsa da vítima com 1000 reais, um relógio importado e alguns documentos. Alguns minutos depois Zeca foi preso em flagrante com os
objetos do crime. Devidamente processado, Zeca foi condenado a 6 anos de reclusão, com sentença transitada em julgado dia 20/03/2005.
Cumprido exato 1 ano de pena, 25/03/2006, depois de uma rebelião, Zeca fugiu do presídio onde estava custodiado. Ocorre que, em
19/06/2013, Zeca foi finalmente capturado para cumprimento do restante de sua pena. Seu advogado peticiona ao juiz da execução pleiteando
seja reconhecida a prescrição. Contudo, o juiz da execução, em levantamento na Vara de Execuções Penais verifica que, em 10/05/2011,
sobreveio nova condenação definitiva de Zeca, pelo estupro tentado de Maria Eduarda, de 13 anos de idade, na casa da menor, fato este
ocorrido em 06/01/2009.
Assiste razão ao advogado, ou seja, deve o juiz reconhecer a extinção da punibilidade em relação à primeira condenação?

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Questão 8 - Bruno, nascido em 25 de junho de 1992, foi condenado, com sentença transitada em julgado em 12 de junho de 2013, à pena
de 06 anos de reclusão, pela prática de 03 delitos, sendo um furto qualificado, uma apropriação indébita e uma receptação, em concurso
material, sendo a pena para cada um dos delitos, de dois anos de reclusão, somando-se 6 anos de reclusão.
Em 18 de março de 2016, foi cumprido o respectivo mandado de prisão. Em agosto de 2016, Ana, companheira de Bruno, procura por seus
préstimos advocatícios, buscando saber se o mesmo poderia receber algum benefício.
A) Qual a orientação jurídica e as medidas legais, se cabíveis?
B) Quem seria competente para apreciar tal medida?
C) Se o juízo competente negar o pedido eventualmente formulado, como deve proceder o advogado?

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Questão 9 - Henrique, 20 anos de idade, praticou, em 18/05/2007, na Av. Amaral Peixoto, em Niterói, o crime de roubo tentado, tipificado no
art. 157 c/c 14, II, ambos do CP. Os policiais tentaram capturar o agente, porém não obtiveram êxito. O inquérito foi instaurado para averi-
guação do fato, sendo posteriormente concluído e remetido ao Ministério Público.
A denúncia foi oferecida em 17/05/2013, tendo sido recebida em 18/05/2013. Depois de todos os trâmites processuais, Henrique foi conde-
nado a uma pena de 2 anos de reclusão, em 19/09/2014. Qual a melhor tese defensiva aplicável ao caso concreto?

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Questão 10 (V EXAME DE ORDEM) PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL

Em 10 de janeiro de 2007, Eliete foi denunciada pelo Ministério Público pela prática do crime de furto qualificado por abuso de confiança,
haja vista ter alegado o Parquet que a denunciada havia se valido da qualidade de empregada doméstica para subtrair, em 20 de dezembro
de 2006, a quantia de R$ 50,00 de seu patrão Cláudio, presidente da maior empresa do Brasil no segmento de venda de alimentos no varejo.
A denúncia foi recebida em 12 de janeiro de 2007, e, após a instrução criminal, foi proferida, em 10 de dezembro de 2009, sentença penal
julgando procedente a pretensão acusatória para condenar Eliete à pena final de dois anos de reclusão, em razão da prática do crime previsto
no artigo 155, §2º, inciso IV, do Código Penal. Após a interposição de recurso de apelação exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça entendeu
por bem anular toda a instrução criminal, ante a ocorrência de cerceamento de defesa em razão do indeferimento injustificado de uma
pergunta formulada a uma testemunha. Novamente realizada a instrução criminal, ficou comprovado que, à época dos fatos, Eliete havia sido
contratada por Cláudio havia uma semana e só tinha a obrigação de trabalhar às segundas, quartas e sextas-feiras, de modo que o suposto
fato criminoso teria ocorrido no terceiro dia de trabalho da doméstica. Ademais, foi juntada aos autos a comprovação dos rendimentos da
vítima, que giravam em torno de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais. Após a apresentação de memoriais pelas partes, em 9 de
fevereiro de 2011, foi proferida nova sentença penal condenando Eliete à pena final de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão. Em suas
razões de decidir, assentou o magistrado que a ré possuía circunstâncias judiciais desfavoráveis, uma vez que se reveste de enorme gravi-
dade a prática de crimes em que se abusa da confiança depositada no agente, motivo pelo qual a pena deveria ser distanciada do mínimo.
Ao final, converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, consubstanciada na prestação de 8 (oito) horas semanais de
serviços comunitários, durante o período de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses em instituição a ser definida pelo juízo de execuções penais.
Novamente não houve recurso do Ministério Público, e a sentença foi publicada no Diário Eletrônico em 16 de fevereiro de 2011.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija, na qualidade de advo-
gado de Eliete, com data para o último dia do prazo legal, o recurso cabível à hipótese, invocando todas as questões de direito pertinentes,
mesmo que em caráter eventual.
(Valor: 5,0)

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Espelho da questão 1

O advogado deverá peticionar requerendo o reconhecimento da extinção da punibilidade em face da prescrição da pretensão punitiva na
modalidade prescrição retroativa, na forma do art. 107, IV, combinado com os arts. 109, V, e 110, §1º do Código Penal.
Na hipótese narrada, Christiano foi condenado pela prática do crime previsto no art. 168 do CP a uma pena de 1 ano e 4 meses de reclusão,
motivo pelo qual, com o trânsito em julgado para a acusação, a contagem do prazo prescricional levará em conta a pena concretamente
aplicada, a qual, na forma do art. 109, V do CP, prescreve em 4 anos.
De fato, o crime praticado por Christiano ocorreu antes da entrada em vigor da Lei 12.234/2010, motivo pelo qual Christiano faz jus à análise
da prescrição retroativa entre a data do fato (20/01/2010) e o recebimento da denúncia (15/09/2014), lapso este superior ao prazo prescricional
de 4 anos no caso concreto. Vale ressaltar que a Lei 12.234/2010 não se aplica aos crimes praticados antes de sua vigência, em face da
irretroatividade da lei penal prejudicial conforme art. 5º, XL, da CRFB e art. 2º, parágrafo único, do Código Penal.

Vídeo de correção da questão 1: https://www.youtube.com/watch?v=rU0R5PeWjnA

Espelho da questão 2

No fato em tela ocorreu a prescrição da pretensão punitiva, na modalidade prescrição retroativa. Com o trânsito em julgado para a acusação
deverá ser considerada, para fins de análise dos lapsos prescricionais, a pena concretamente aplicada, ou seja, 7 anos e 7 meses de reclusão,
que, conforme art. 109, III, do Código Penal, prescreve em 12 anos.
Assim, sendo o lapso temporal decorrido entre o recebimento da denúncia e a pronúncia superior a 12 (doze) anos, encontra-se prescrita a
pretensão punitiva estatal, através da prescrição retroativa, na forma dos arts. 107, IV, c/c 109, III, e 110, § 1º., todos do Código Penal.
Referida prescrição poderá e deverá ser reconhecida de ofício, mas, caso não o seja, bastará simples petição, a qual poderá ser endereçada
ao próprio juízo processante, ou seja, o Juízo do Tribunal do Júri de Niterói.
ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA
Vídeo de correção da questão 2: https://www.youtube.com/watch?v=2clFqA1xWkk
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Espelho da questão 3

A) Sim, resta configurada a prescrição da pretensão punitiva retroativa, pois entre a data do recebimento da denúncia e a data da publicação
da sentença condenatória transcorreu lapso de tempo superior a quatro anos. Tendo havido o trânsito em julgado para a acusação (pois
somente a defesa interpôs recurso de apelação), deve ser considerado o quantum de pena aplicada por ocasião da sentença condenatória,
ou seja, 01 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias de reclusão, não podendo esta ser majorada por força do princípio que impede a sua
reforma para pior (non reformatio in pejus). Assim, o prazo prescricional é de 4 (quatro) anos, conforme artigos 107, inciso IV, c/c 109, inciso
V e 110, § 1º, todos do CP. Considerando apenas os dados narrados no enunciado, os únicos marcos interruptivos da prescrição, segundo
o art. 117 do CP, são o recebimento da denúncia (30/10/2000) e a publicação da sentença penal condenatória (29/07/2005).

B) Não, o referido dispositivo somente é aplicado em se tratando de prescrição da pretensão executória.


Como o caso apresentado demonstra a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva, não há que se falar no aumento de 1/3 (um terço) no
prazo prescricional. Este entendimento é corroborado pelo verbete 220 da Súmula do STJ ao afirmar que “a reincidência não influi no prazo
da prescrição da pretensão punitiva”.

Vídeo de correção da questão 3: https://www.youtube.com/watch?v=jtnaBy7h7pE

Espelho da questão 4

A) Que Julia era menor de 21 anos na data dos fatos. Entre o recebimento da denúncia e a data da publicação da sentença condenatória
foram ultrapassados mais de 03 anos. A pena privativa de liberdade definitiva aplicada para Julia foi de 01 ano, que, na forma do artigo 109,
V, do Código Penal, prescreve em 04 anos.
Ocorre que, como Julia era menor de 21 anos na data dos fatos, o prazo prescricional deverá ser contado pela metade, conforme prevê o
artigo 115 do Código Penal.

B) Ultrapassado o prazo prescricional de 02 anos entre os marcos interruptivos da prescrição, deverá ser reconhecida a extinção da punibili-
dade de Julia pela prescrição da pretensão punitiva retroativa, na forma do artigo 107, IV, do Código Penal. Cabe destacar que como a
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prescrição a ser reconhecida foi da pretensão punitiva, a ação penal e até mesmo a condenação com trânsito em julgado não produzirá
qualquer efeito para Julia, não servindo para configurar reincidência, maus antecedentes ou funcionar como título executivo no juízo cível.

Vídeo de correção da questão 4: https://www.youtube.com/watch?v=XxEDLVoOcIk

Espelho da questão 5

A) Ingressar com habeas corpus com fulcro no art. 648, VII, do CPP (extinção de punibilidade – art.107, IV, do CP), ou com mera petição
diretamente dirigida ao relator do processo, considerando-se que a prescrição é matéria de ordem pública e pode até ser conhecida de ofício.
O argumento a ser utilizado é a ocorrência de prescrição da pretensão punitiva superveniente/intercorrente/subsequente (causa extintiva de
punibilidade), pois, já ciente do máximo de pena in concreto possível, qual seja, 1 ano e 10 dias-multa, o Estado teria até o dia 17/10/2010
para julgar definitivamente o recurso da defesa, o que não ocorreu, nos termos dos arts. 109, V; 110, §1º; e 117, I e IV, todos do CP. Vale
lembrar que a prescrição da pretensão punitiva superveniente pressupõe o trânsito em julgado para a acusação (tal como ocorreu na espécie)
e é contada a partir da publicação da sentença penal condenatória, último marco interruptivo da prescrição relacionado na questão. Vale
ressaltar que não basta o candidato mencionar que houve prescrição. Tem que ser específico, dizendo ao menos que se trata de prescrição
da pretensão punitiva.

B) Sim, a situação seria diferente, pois neste caso não haveria prescrição da pretensão executória nem outra modalidade qualquer. Como
Jaime é reincidente, já que o 2º furto foi cometido após o trânsito em julgado definitivo de sentença que lhe condenou pelo 1º furto (art. 63 do
CP), a prescrição da pretensão executória tem seu prazo acrescido de 1/3, de acordo com o artigo 110 do CP. Assim, o Estado teria até
23/02/2012 para capturar Jaime, nos termos dos arts. 110, caput e 112, I, do CP.

Vídeo de correção da questão


ADRIA 5: https://www.youtube.com/watch?v=V_1WLPMGfaI
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Espelho da questão 6

A) A questão exige do candidato conhecimento do tema da prescrição. Foi narrada, na hipótese, a condenação de Karen por quatro crimes
de furto qualificado, sendo de 02 anos a pena definitiva de cada um deles. Reconhecida a continuidade delitiva, a pena final fixada foi de 02
anos e 06 meses de reclusão.
Prevê o Art. 119 do Código Penal que, em caso de concurso de crimes, a análise da prescrição deverá ser feita sobre a pena de cada um
dos crimes isoladamente. Assim, no caso, a prescrição deveria considerar a pena aplicada de 02 anos para cada um dos delitos, não de 02
anos e 06 meses. A pena fixada entre 01 e 02 anos prescreverá em 04 anos, na forma do Art. 109, V, do Código Penal.
Entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória, foram ultrapassados mais de 04 anos; logo, ocorreu a prescrição
da pretensão punitiva do Estado. Diante do exposto, a tese defensiva a ser alegada é a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do
Estado em sua modalidade retroativa.
B) A consequência jurídica do acolhimento da tese é o reconhecimento da extinção da punibilidade de Karen, na forma do Art. 107, inciso IV,
do Código Penal. Além disso, considerando que a prescrição foi da pretensão punitiva, essa condenação não gerará qualquer efeito, não
podendo funcionar como maus antecedentes, reincidência ou título executivo na esfera cível.

Vídeo de correção da questão 6: https://www.youtube.com/watch?v=M5PQPwOZWCM

Espelho da questão 7

Neste caso, não assiste razão ao advogado de Zeca, não podendo o juiz reconhecer a extinção da punibilidade em relação à primeira
condenação, visto ser a reincidência, no caso decorrente do estupro praticado em 06/01/2009, nova causa interruptiva da prescrição, con-
forme art. 117, VI, do Código Penal. ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA
Observe-se que Zeca era menor de 21 anos na data dodricrosa8@gmail.com
primeiro fato, motivo pelo qual, conforme art. 115 do CP, a prescrição, em relação a
este crime, deverá ser contada pela metade. 818.916.441-49
No caso, verificamos que da pena aplicada na sentença (6 anos) foi cumprido 1 ano de pena, dois quais restam 5 a cumprir. Assim, como 5
(cinco) anos prescrevem em 12 anos (art. 109, III, CP), e Zeca era menor de 21, aplicando-se a redução do art. 115 do CP, a prescrição da
pretensão executória se daria, quanto ao primeiro crime, em 6 anos, ou seja, em 24/03/2012, que seria a data limite para sua recaptura.
Contudo, como Zeca praticou novo crime em 06/01/2009, data em que se encontrava no prazo da reincidência (arts. 63 e 64, I, do CP), sendo
por este segundo crime condenado definitivamente em 10/05/2011, verifica-se, durante o período em que se encontrava foragido, e antes de
ter ocorrido a referida prescrição da pretensão executória, uma nova causa de interrupção do prazo prescricional, zerando-se o prazo a partir
da data do cometimento do segundo crime pelo qual foi condenado definitivamente (reincidência). Assim, entre a data de 06/01/2009 e a
data de sua recaptura (19/06/2013), o lapso prescricional foi inferior a 6 anos, não se podendo falar em prescrição no caso concreto.
Obs. 1: O aumento de 1/3 em razão da reincidência previsto na parte final do art. 110 do CP não se aplica à prescrição da pretensão executória
do primeiro crime, que é a que está sendo analisada no caso concreto, pois quando da prática deste delito o réu não era reincidente.
Obs. 2: Existe divergência sobre qual seria a data para a reincidência como causa de interrupção da prescrição. Para a primeira corrente,
majoritária, a data em que ocorre a zeragem do prazo deve ser a data do segundo crime, embora a causa interruptiva só possa ser conside-
rada após confirmada a condenação. Para a segunda, deveria ser considerada como data para a interrupção a data do trânsito em julgado
da condenação pelo segundo crime. No caso em tela, ainda que considerássemos a segunda corrente, ou seja, como data para a interrupção
da prescrição da pretensão executória a data do trânsito em julgado da segunda condenação (10/05/2011), ainda assim não estaria prescrito.

Vídeo de correção da questão 7: https://www.youtube.com/watch?v=ulbV-thCfcE

Espelho da questão 8

A) A orientação dada é de que ocorreu a prescrição da pretensão executória, nos termos do art. 110 do Código Penal, já que o prazo pres-
cricional, no caso de concurso material, deve ser analisado individualmente para cada delito, não interessando a pena total imposta, con-
forme disposto no art. 119 do Código Penal.
Além disso, por ser o agente menor de 21 anos na data do fato, a prescrição é contada pela metade, conforme previsto no art. 115 do Có-
digo Penal.
Assim, no caso concreto, a prescrição de cada pena imposta ocorreria em 11 de junho de 2015, visto que cada crime teve pena isolada de
02 anos de reclusão, e, de acordo com o art.
109, V do Código Penal a prescrição ocorreria em 04 anos; passando a 02 anos por ser o agente beneficiado pelo prazo prescricional à
metade.
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PROFESSORAS ANA CRISTINA MENDONÇA E CLÁUDIA BARROS

Desta forma, caberia a juntada de uma simples petição ao juízo da execução requerendo o reconhecimento da extinção de punibilidade
pela prescrição da pretensão executória.
Caberia ainda o intento Habeas Corpus como medida mais eficaz ao caso concreto, visto que o agente encontra-se preso, fundamentando-
se a medida no art. 648, VII do Código de Processo Penal.
B) A competência para apreciação da petição é do juízo da execução penal, visto que o réu já se encontra cumprindo pena, com funda-
mento no art. 66, II da LEP.
Em sendo impetrado Habeas Corpus com fundamento no art. 648, VII do Código de Processo Penal, a competência para a apreciação da
medida é do Tribunal de Justiça.
C) Mais uma vez, havendo o indeferimento do pedido de extinção de punibilidade realizado por petição simples ao juízo da execução, cabí-
vel o recurso de Agravo em Execução, com fundamento no art. 197 da Lei de Execuções Penais (Lei nº 7210/84).
Caso houvesse sido impetrado diretamente Habeas Corpus ao tribunal, com fundamento no art. 648, VII do Código de Processo Penal, em
caso de denegação da ordem pelo tribunal, cabível seria o Recurso Ordinário Constitucional ao Superior Tribunal de Justiça, nos termos do
art. 105, II, “a” da Constituição Federal.

Espelho da questão 9

A denúncia em face de Henrique sequer poderia ter sido oferecida e recebida, uma vez que já havia ocorrido a prescrição da pretensão
punitiva em seu favor, conforme art. 107, IV, combinado com os arts. 109, III, e 115, todos do Código Penal.
Como o crime praticado por Henrique deu-se na modalidade tentada, a pena em abstrato a ser considerada no caso concreto será calculada
levando-se em consideração a redução de 1/3 de que trata o art. 14, parágrafo único, do Código Penal.
Além disso, em sendo Henrique menor de 21 anos na data do fato, a prescrição é contada à metade, na forma do art. 115 do mesmo diploma
legal. Então, no caso concreto, considerando-se a redução da pena abstratamente cominada ao delito em razão da tentativa, bem como a
redução do prazo prescricional em face da idade do agente, a denúncia deveria ter sido recebida até o dia 17/05/2013, ou seja, em lapso
temporal inferior a 6 (seis) anos, o que não ocorreu.
ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA
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818.916.441-49

Espelho da questão 10

O candidato deverá redigir uma apelação, com fundamento no artigo 593, I, do CPP, a ser endereçada ao juiz de direito, com razões inclusas
endereçadas ao Tribunal de Justiça. Nas razões recursais, o candidato deverá argumentar que a segunda sentença violou a proibição
à reformatio in pejus – configurando-se caso de reformatio in pejus indireta –, contida no artigo 617 do CPP, de modo que, em razão
do trânsito em julgado para a acusação, a pena não poderia exceder dois anos de reclusão, estando prescrita a pretensão punitiva
estatal, na forma do artigo 109, V, do Código Penal, uma vez que, entre o recebimento da denúncia (12/01/2007) e a prolação de
sentença válida (09/02/2011), transcorreu lapso superior a quatro anos.

Superada a questão, o candidato deverá argumentar que inexistia relação de confiança a justificar a incidência da qualificadora (Eliete traba-
lhava para Cláudio fazia uma semana) e que a quantia subtraída era insignificante, sobretudo tomando-se como referência o patrimônio
concreto da vítima. Em razão disso, o candidato deverá requerer a reforma da sentença, de modo a se absolver a ré por atipicidade material
de sua conduta, ante a incidência do princípio da insignificância/bagatela.

O candidato deve argumentar, ainda, que, na hipótese de não se reformar a sentença para se absolver a ré, ao menos deveria ser reduzida
a pena em razão do furto privilegiado, substituindo-se a sanção por multa.

Em razão de tais pedidos, considerando-se a redução de pena, o candidato deveria requerer a substituição da pena privativa de liberdade
por multa, bem como a aplicação da suspensão condicional da pena e/ou suspensão condicional do processo.

Deveria ainda o candidato argumentar sobre a impossibilidade do aumento da pena base realizado pelo magistrado sob o fundamento da
enorme gravidade nos crimes em que se abusa da confiança depositada, pois tal motivo já foi levado em consideração para qualificar o delito,
não podendo a apelante sofrer dupla punição pelo mesmo fato – bis in idem.

Por fim, o candidato deveria requerer um dos pedidos possíveis para a questão apresentada, tais como:
1- absolvição;
2- reconhecimento da reformatio in pejus, com a aplicação da pena em no máximo 2 anos e a consequente prescrição;
3- atipicidade da conduta, tendo em vista a aplicação do princípio da bagatela;
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PROFESSORAS ANA CRISTINA MENDONÇA E CLÁUDIA BARROS

4- não incidência da qualificadora do abuso da confiança, com a consequente desclassificação para furto simples;
5- aplicação da Suspensão Condicional do Processo;
6- não sendo afastada a qualificadora, a incidência do parágrafo 2º do artigo 155 do CP;
7- a redução da pena pelo reconhecimento do bis in idem e a consequente prescrição;
8- aplicação de sursis;
9- inadequação da pena restritiva aplicada, tendo em vista o que dispõe o artigo 46, §3º, do CP.

ADRIA CRISTINA DE CASTRO ROSA


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