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PRISÕES CAUTELARES - direito do preso dialogar diretamente com o

juiz
TIPOS DE PRISÃO
- verificar condição socioeconômica do preso
 Prisão pena/sanção: pena para execução da - decidir futuro processo (aplicação
condenação penal cautelares)
 Prisão processual/cautelar: modalidade mais - reduzir eventuais abusos de autoridade
grave de medida cautelar
- visa atender os fins do processo e evitar
novos delitos
Procedimento
- baseada no juízo de cautelaridade/cuidado
 Juiz entrevista o preso
Prisão sem pena: em flagrante, preventiva,
 *Súmula 11
temporária
 Perguntas pelo MP e pela defesa
 Encerrada a oitiva abre-se para manifestações
orais
PRINCÍPIOS CF (art. 5º, LX e seguintes)
 Juiz decide
Legalidade Estrita - no caso de prisão por mandado o juiz da
custódia não avalia a fundamentação do ato
 As prisões são determinadas por lei, incluindo
todo seu trâmite e formalidades Juiz pode decidir por:

Princípio da inafastabilidade da jurisdição  1. Relaxar a prisão (inciso I)


 2. Homologar o flagrante concedendo
 Prisão somente em flagrante ou por ordem liberdade provisória com ou sem fiança (inciso
judicial, exceto as prisões por transgressão II, III)
militar  3. Homologar o flagrante e determinar prisão
Princípio da cláusula de reserva de jurisdição preventiva (se o MP assim solicitou) ou
domiciliar
 Ex.: CPI não pode determinar prisão  4. Determinar remessa de cópia dos autos
Requisitos constitucionais da prisão para investigar eventual crime/infração
administrativa (ex. tortura)
 Comunicação imediata ao juízo
 Comunicação à família FIANÇA
 Direito à advogado É uma garantia real de cumprimento das obrigações
 Direito à integridade física e intelectual processuais do réu, consistente no pagamento em
 Direito à informação de direitos, incluindo de dinheiro ou na entrega de bens/valores ao Estado
ficar calado
 Identificação dos responsáveis pela prisão e  Finalidade (art. 336, CPP)
pelo interrogatório - assegurar o direito de permanecer em
 Cumprimentos das formalidades da prisão liberdade;
previstas em lei (art. 304 e ss. CPP) - garantir eventuais custas processuais;
- cumprimento de multa ou prestação
pecuniária;
- indenizar a vítima
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Quem pode arbitrar?
Cabimento:
 Delegado: flagrante de crime pena máxima
 Prisão em flagrante (art. 310, CPP)
menor 4 anos (art. 322)
- equívoco legislador
 Havendo concurso de crimes ou delito
 Demais formas de prisão (art. 287, CPP)
continuado computa-se pelo somatório
- não ocorre no caso de prisão civil, mas juiz
 Art. 24-A, 2º da lei 11.340 (Maria da Penha)
tem dever de fiscalizar a legalidade do ato
 Delegado pode recusar fiança?
 Finalidade
- verificar legalidade do ato
- se entender prisão preventiva. Falta de Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
fundamento ordem constitucional e o Estado Democrático – Lei nº
 Juiz (art.322, parágrafo único) nos demais 7.170/83
crimes afiançáveis até antes do trânsito em
Situações inafiançáveis (art. 324, CPP)
julgado
 Oitiva do MP ocorre após a prestação (art.  Anterior quebramento de fiança no mesmo
333) processo ou descumprimento das obrigações
 Da decisão cabe RESE (art. 581, V, VPP), mas dos arts. 327 e 328 do CPP
como restringe liberdade, também cabe HC  Prisão civil ou militar
- tanto na transgressão quanto nos crimes
Forma de pagamento? Depósito de dinheiro,
militares
pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da
 Súmula 81, STJ – Superada
dívida pública e hipoteca (art. 330, CPP – art.
 Art. 59 do decreto-lei nº 6.259/44 (ex.: jogo
1.473, CC)
do bicho);
Valor? (art. 325)  Art. 301, CTB, art. 69, parágrafo único, lei
9.099/95 e uso de drogas
Avalia condições conf. Art. 326
Se o réu for absolvido? (art. 337)
1 – 100 Salários-mínimos crime pena menor 4
anos  Devolução da fiança (cuidado art. 336,
parágrafo único, CPP – prescrição é extinção
10 – 200 Salários-mínimos crime pena maior 4
da punibilidade – art. 107, IV, CP)
anos
A fiança do réu condenado destina-se as custas,
p. 1º - modificação dos valores
multa, prestação pecuniária, indenização da vítima.
Por ser medida cautelar o CPP impõe condições:
 Restante é devolvido ao Réu, salvo se
 Comparecer perante a autoridade todas as quebrada ou perdida que é destinada ao
vezes que for intimado; Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN – Lei
 Não mudar de residência sem prévia Complementar nº 79/94)
autorização judicial ou ausentar-se por mais
de 8 dias
PRISÕES CAUTELARES
Descumprimento gera o quebramento da fiança
 PRISÃO EM FLAGRANTE
Quebramento fiança (art. 341)
 Prisão cautelar realizada no instante da
 Perda da metade do valor pago infração penal
 Caráter administrativo (dispensa ordem
Perda da fiança (art. 344)
judicial) mas que é judicializada
 Não se apresentar para cumprimento da pena  Se ação pública ou privada
 Desconta-se custas, indenização, prestação  Facultativo a qqer pessoa (se ilegal + crime de
pecuniária e multa, restante vai p/ fundo constrangimento ilegal ou sequestro) e
penitenciário (art. 345) obrigatório às autoridades policiais
 Flagrante e celular:
Fiança inidônea (art. 338) - policial não pode acessar dados e conversas
 Concedida ilegalmente (Ex.: Súmula 332, STJ) do Réu, nem atender o telefone se passando
por este
Crimes inafiançáveis (art. XLII-XLIV CF; art. 323, CPP) - pode acessar dados e conversas da vítima
 Racismo – Lei 7.716/89 morta
 Necessita de aparência da tipicidade e não de
Crimes hediondos, tráfico de drogas, terrorismo e ilicitude e culpabilidade comprovada
tortura – Lei 8.072/90  Não cabe à autoridade policial avaliar princ.
Insignificância
 Espécies de prisão em flagrante (art. 302)
a. Próprio ou real – cometendo a infração (I) - lavratura do auto de prisão em flagrante
ou acaba de cometer (II) - regra: autoridade policial. Exceção: quem
b. Impróprio (quase flagrante) – perseguido, tenha poder de polícia (ex. súmula 397, STF)
logo após, pela autoridade, pelo ofendido - oitiva do condutor e de 2 testemunhas (ou 2
ou por qualquer pessoa, em situação que testemunhas de apresentação – art. 304, 2º)
faça presumir ser autor da infração (III) - se necessário, ouvir a vítima
- perseguição em ato contínuo, sem - inverter a ordem gera nulidade
intervalos (art. 290, 1º, CPP)
 Algumas regras especiais
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em a. Diplomatas e familiares – não podem ser
perseguição do réu, quando:
presos
b. Parlamentares federais e estaduais – em
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem
interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; flagrante de crime inafiançável
- após auto flagrante, comunicação em 24
b) sabendo, por indícios ou informações hrs à casa respectiva para deliberar por
fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, maioria absoluta sobre a prisão (art. 53,
em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure,
for no seu encalço. 2º, CF)
- o STF, porém, já entendeu que pode
* presumido, assimilado ou ficto – aplicar prisão preventiva (Sem. Delcídio
encontrado logo após com instrumentos do Amaral) ou mesmo em flagrante (Dep.
do crime (IV) Daniel Silveira)
 Outras espécies de flagrante c. Presidente da República – art. 86, 3º, CF
a. Preparado ou provocado (Súm. 145 STF) – d. Magistrados e promotores – flagrante de
ilícito – o agente provocador força a crime inafiançável, com comunicação ao
ocorrência do crime Presidente do Tribunal/PGJ/PGR
Súm. 145, STF - Não há crime, quando a e. Condutores veículos – art. 301, CTB, se
preparação do flagrante pela polícia torna prestar socorro não será preso nem
impossível a sua consumação. exigido fiança
f. Advogado – no exercício da profissão,
* difere do agente disfarçado (art. 33, 1º, somente se crime inafiançável, nos
IV, Lei 11.343/2006 e art. 17, 2°, Lei 10.826/2003) e do demais pode flagrante
agente infiltrado (art. 190-A ss. ECA) g. Apresentação espontânea - ?

b. Esperado – lícito – autoridade aguarda o  Controle da prisão


delito a. Autoridade policial pode avaliar se há
c. Diferido ou prorrogado – lícito – retarda a indícios de autorias e materialidade e
prisão para obter mais informações e assim pode relaxar a prisão, salvo nos
dados (art. 53, II, Lei 11.343) casos de excludente de
ilicitude/culpabilidade
 Outras espécies de flagrante b. Ministério Público pode ofertar ANPP (art.
a. Crimes permanentes – consumação se 28-A) e/ou pedir relaxamento/prisão
prolonga no tempo (ex. guardar drogas) – preventiva
lícita prisão em flagrante; c. Juiz das garantias avalia a prisão como um
b. Crimes habituais – reiteração de atos todo (legalidade, necessidade e
tipifica o crime (ex. casa de prostituição) – adequação), especialmente na audiência
ilícita, imprecisão para determinar o crime de custódia (art. 310)
c. Crimes continuados – art. 71, CP – lícita
prisão no momento de cada delito – Se for para o indivíduo permanecer preso, o auto de
flagrante fracionado prisão em flagrante deve ser convertido em prisão
preventiva
 Formalidades prisão em flagrante (art. 304-
305, CPP)
Inviolabilidade de domicílio – entrada em uma casa 311. qql fase inquérito ou processo - decretada pelo
sem consentimento do morador – pode em caso de juiz, requerimento do MP/querelante/assistente - ou
flagrante delito, desastre ou prestar socorro (dia ou representação da autoridade policial
noite) ou durante o dia, por determinação judicial.
312. pode ser decretada – garantia ordem pública,
Uso de algema - (súmula vinculante 11): Só é lícito o econômica/conveniência da instrução/assegurar
uso de algemas em casos de resistência e de fundado aplicação da lei (perigo de colocar o agente em
receio de fuga ou de perigo à integridade física liberdade) – havendo prova da existência do crime +
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, indício suficiente de autoria e de perigo gerado pela
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de liberdade do imputado (fumaça do cometimento do
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou delito)
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
306. prisão e local comunicados imediatamente ao
processual a que se refere, sem prejuízo da
juiz competente, MP e família/pessoa indicada
responsabilidade civil do Estado.
24 horas p/ encaminhar ao juiz auto de prisão em
292. veda o uso de algemas em mulheres grávidas
flagrante. Nota de culpa ao preso
durante o parto e em mulheres durante a fase de
puerpério imediato 310. após recebimento do APF, no prazo máx de 24
horas após realização da prisão, juiz deve promover
se o indivíduo for preso, mas ele não estava em
audiência de custódia – presença acusado, advogado,
situação de flagrância, esse ato será considerado ilegal
MP, devendo o juiz fundamentadamente:
e a Constituição prevê que, no caso de ilegalidade de
prisão em flagrante o juiz deverá relaxar essa prisão i. relaxar a prisão ilegal
A autoridade competente é o delegado, e a peça será ii. converter a PF em preventiva
auto de prisão em flagrante. Serão ouvidos: 1.
Policiais Militares que fizeram a prisão; 2. iii. conceder liberdade provisória, com ou sem fiança
Testemunhas; 3. O preso (interrogatório), podendo iv. LEEE – conceder liberdade provisória
este ficar em silêncio.
313. cabe:
Com base na oitiva, o delegado decidirá se tem
motivo e situação flagrancial para mantê-lo preso ou i. crimes dolosos PPL máx. superior a 4 anos
se é caso de liberação. Se for mantida a prisão, o ii. cond. Outro crime doloso, em sentença transitada
enviará para a cela para esperar a audiência de em julgado (art. 64, I:  não prevalece a condenação
custódia. anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção
Sem testemunhas? Assinar pelo menos 2 pessoas que da pena e a infração posterior tiver decorrido período
testemunharam apresentação do preso à autoridade de tempo superior a 5 (cinco) anos)

Recusa do acusado em assinar – 2 testemunhas iii. violência doméstica e familiar –


mulher/criança/adolescente/idoso/enfermo/deficiênc
Constar informação sobre existência de filhos ia
Audiência de Custódia: presença do MP e Defensoria § 1º dúvida sobre identidade civil da pessoa ou falta
Pública. Vedada a presença dos agentes policiais de fornecimento – liberdade imediata após
responsáveis pela prisão ou pela investigação. identificação
PRISÃO PREVENTIVA (arts. 311-316) § 2º não pode como antecipação do cumprimento de
 Prisão cautelar determinada pela autoridade pena ou como decorrência imediata de investigação
judiciária, mediante representação da criminal ou da apresentação ou recebimento de
autoridade policial ou requerimento do denúncia
Ministério Público, do querelante ou do 314. não aplica se o juiz verificar pelas provas que se
assistente. (art. 311) juiz não pode de ofício. trata de caso de exclusão de ilicitude (estado
Mas recebendo o APF pode converter, necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de
presentes os requisitos do 312 dever legal, exercício regular de direito)

315. decisão fundamentada


§ 1º indicar concretamente existência de fatos novos - Avaliação do prazo conforme parâmetros para
ou contemporâneos que justifiquem apresentação da denúncia (art. 46)

§ 2° qql que seja a decisão, não se considera • Prisão preventiva na fase judicial
fundamentada se:
- Pode ser decretada em qualquer momento
i. limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase (independente de 1º, 2º grau ou tribunais sup.)
de ato normativo, sem explicar sua relação com o fato
*Não pode preventiva como antecipação de pena
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem
- Seu cumprimento autoriza a aplicação dos benefícios
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
da execução penal (ex. progressão de regime –
III – invocar motivos que se prestariam a justificar Súmula 716, 717 STF - e detração) – art. 2º, §único, lei
qualquer outra decisão 7.210/84

IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no


processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;
• Quem pode pedir?
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
súmula, sem identificar seus fundamentos - Ministério Público, querelante ou assistente, ou por
determinantes nem demonstrar que o caso sob representação da autoridade policial.
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
- Antes da lei 13.964/2019, juiz podia decretar de
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, ofício (art. 2º)
jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso em - art. 20, Lei 11.340 (lei Maria de Penha)
julgamento ou a superação do entendimento. • Pressupostos (art. 312 e 313 CPP)
316. juiz de oficio ou à pedido das partes – revogar se - 1º Recair numa das hipóteses do 313:
verificar falta de motivo no correr da
investigação/processo – ou novamente decretá-la, se I - crime doloso pena máxima superior a 4 anos
se justifica * concurso de crimes, qualificadoras,
p. ún. Decretada, órgão emissor da decisão deve causas de aumento (maior aumento) e de diminuição
revisar a cada 90 dias mediante decisão de pena (menor diminuição – ex. art. 339, 2º , CP)
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão Inciso II - Reincidência em crime doloso (art. 64 CP)
ilegal
*5 anos entre data do cumprimento ou extinção da
- Pode ser decretada na fase inquisitorial ou pena e a infração
judicial
Inciso III - Crime com violência doméstica contra
- Pode ser aplicada a qqer crime que se mulher, menor, idoso, enfermo, deficiente
enquadre nos requisitos
§1º Dúvida sobre a identidade civil ou não
- Não possui prazo determinado fornecimento de elementos necessários para
- Para alguns autores não é possível a identificação
determinação de prisão preventiva após a *Crimes dolosos ou culposos
prisão temporária na fase de investigação
*A identificação criminal (fotos/datiloscopia) afasta a
• Prisão preventiva na fase inquisitorial dúvida
- Como inquérito é dispensável, a decretação da *Súmula 522 STJ X direito ao silêncio
prisão não exige sua existência, bastando uma
investigação preliminar (CPI, inquérito civil, PAD, etc). 2º Fumus comissi delicti (art. 312, caput)

- Obrigatoriedade de apresentação da inicial - Indícios de autoria e prova existência do crime


acusatória
prova da materialidade do delito (existência do crime) * Art. 30 da Lei 7.492, aceita a magnitude da lesão
e indícios suficientes de autoria causada

3º Periculum libertatis (art. 312, caput, parte final) - garantia da ordem econômica – reiteração em
crimes de ordem econômica
garantia da ordem pública, garantia da ordem
econômica, conveniência da instrução criminal - garantia da aplicação da lei penal – previsão de fuga
com ineficácia da execução penal
Portanto, requisitos da prisão preventiva:
* Boa condição socioeconômica não é motivo
• Juízo de necessidade (art. 312, CPP);
* Eventual fuga contra decreto anterior de prisão que
• Garantia da ordem pública: gravidade concreta do
discute sua legalidade não é motivo.
crime com base em circunstâncias específicas; e a
reiteração delitiva; * O fato de ser estrangeiro não presume a fuga (STJ
entendeu que havendo domicílio em seu país de
• Garantia da Ordem Econômica;
origem afasta essa presunção – info 417,
• Conveniência da instrução criminal; principalmente se o Brasil possui tratado de
cooperação judiciária)
• Assegurar a aplicação da lei penal.
* Art. 30 da Lei 7.492, aceita a magnitude da lesão
Reiteração delitiva para fins de garantia da ordem causada
pública (não precisa condenação definitiva), segundo
STJ - Conveniência da instrução penal – impedir que o
agente perturbe o processo e a produção de provas
- Fatos contemporâneos (princ. atualidade, §2º, art.
312) *Indícios de intimidação de testemunhas, peritos, etc.

- Avaliado nos elementos do art. 312: garantia da *Acusado que se ausenta em seu interrogatório não
ordem pública, ordem econômica, garantia da lei está prejudicando a instrução processual (autodefesa
penal e conveniência da instrução penal. - nemo tenetur se detegere).

- garantia da ordem pública – evitar reiteração *Encerrando a instrução processual, afasta o motivo
criminosa (no júri a instrução encerra no plenário)

* Podem ser usados como indícios de periculosidade: Prazo da prisão


inquéritos e processos em curso, atos infracionais
- Caso Valmir Romário de Almeida – 11 anos preso
recentes
sem julgamento
* Não pode fundamentar na gravidade abstrata, na
- Jurisprudência que somava os prazos do processo
repercussão ou no clamor social
*Hj o procedimento até instrução tem prazo de 110 a
* STJ reconheceu a possibilidade para garantir a
190 dias
credibilidade das instituições (info 397)
A duração do processo pode ser interpretada
- garantia da ordem econômica – reiteração em
considerando a complexidade dos fatos (nº
crimes de ordem econômica
réus/fatos, provas complexas, etc)
* Lei nº 1.521/51 (crimes contra a economia popular),
Prazo da prisão
Lei nº 7.134/83 (crimes de aplicação ilegal de créditos,
financiamentos e incentivos fiscais), Lei nº 7.492/86 - Casos que se entende como excesso de prazo:
(crimes contra o sistema financeiro nacional), Lei nº
*1 atraso em diligências pedidas pela acusação
8.078/90 (crimes previstos no CDC), Lei nº 8.137/90
(crimes contra a ordem tributária, econômica e contra Súmula 64 STJ
as relações de consumo), Lei nº 8.176/91 (crimes
contra a ordem econômica), Lei 9.279/96 (crimes em Súmula 52 STJ
matéria de propriedade industrial) e Lei nº 9.613/98 Súmula 21 STJ
(crimes de lavagem de capitais).
*2 atraso/inércia do Poder Judiciário
*3 atraso no desenvolvimento do processo

Prazo da prisão

- Avaliação a cada 90 dias (art. 316, §único)

* Pode/deve ser realizada de ofício

* Se aplica só ao juiz/tribunal que a decretou (STJ HC


589544), logo não se aplica na fase recursal (STJ AgRg
HC 569.701)

* A falta de reanálise da prisão não a revog§a


automaticamente (ADIs 6.581 6.582, STF)

Para converter a prisão em prisão preventiva é


necessário aliar o art. 312 com o art. 313 do CPP.
Exemplos: o agente foi preso por receptação (pena de
1 a 4 anos), possui vários inquéritos e ações penais em
aberto por crimes patrimoniais e foi devidamente
identificado no APF. Na audiência de custódia, o
agente foi apresentado e o representante do
Ministério Público manifestou pela conversão da
prisão em flagrante em prisão preventiva. Você, como
advogado, identifica que há indícios que o agente
praticou a receptação (fumaça do cometimento do
delito) e perigo em estar em liberdade (vários
inquéritos e ações penais), consubstanciando a
reiteração delitiva tornando apta a caracterização da
prisão por garantia da ordem pública. Porém, para
converter em prisão preventiva, o(a) juiz(a) deverá
analisar se está presente o art. 312 e 313 do CPP.
Nesse caso, não se encaixa no inciso I, pois a
receptação é crime cuja pena máxima é 4 anos; não
encaixa no inciso II, pois não há condenação
transitada em julgado por crime doloso anterior; não
se encaixa no inciso III, pois não é delito praticado em
circunstância de violência doméstica ou contra
mulher, criança, adolescente e idoso. Não há dúvida
quanto à identidade civil do agente (§ 1º) ou não
tenha ele fornecido elementos suficientes para
esclarecê-la, vez que o agente foi identificado no APF.
Embora demonstrada a necessidade (art. 312, CPP),
no caso não preenche os requisitos da admissibilidade
(art. 313, CPP). Assim, não poderá converter a prisão
em flagrante em preventiva, devendo você como
advogado se manifestar pela concessão liberdade
provisória. Se o juiz decretar essa prisão, trata-se de
decisão ilegal.

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