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MANUAL DO ESTAGIÁRIO

ARIPREV
Tipos de benefícios concedidos pelo INSS
Aposentadoria por tempo de contribuição (deixou de existir com a Reforma da Previdência, mas ainda pode ser

concedida para que tiver o direito adquirido – implemento dos requisitos antes da EC 103/2019): sem idade

mínima, mas é necessário comprovar 30 anos de tempo de contribuição se mulher e 35 se homem.

Aposentadoria especial: concedido a quem trabalhou com condições insalubres ou exposto a agentes nocivos à

saúde, mesmo que não tenha sofrido danos sido acometido de doenças.

Auxílio-acidente: garantido ao trabalhador acidentado, que teve a capacidade laborativa reduzida.

Aposentadoria por idade: concedida ao homem a partir dos 65 anos de idade, desde que possua 180 meses de

carência e 15 anos de tempo contribuição (aos filiados ao INSS a partir de 13/11/2019 será necessário 20 anos

de contribuição), o requisito etário para a mulher é de 61 anos e meio em 2022, a partir de 2023 passará a ser

62 anos, o tempo de contribuição continua sendo 15 anos.

Aposentadoria do trabalhador rural: 15 anos de trabalho rural (180 meses de carência), 60 anos de idade

homens e 55 anos de idade mulheres;

Benefício assistencial: concedido a pessoas com mais de 65 anos ou pessoas com deficiência em situação de

vulnerabilidade socioeconômica.

Auxílio Por Incapacidade Temporária: pago para trabalhadores que fiquem incapacitados de trabalhar

por conta de enfermidade por um período superior a 15 dias consecutivos (12 meses de carência).

Auxílio Por Incapacidade Temporária decorrente de acidente de qualquer natureza é isento de carência, mas,

necessário a qualidade de segurado.

Aposentadoria Por Incapacidade Permanente: 12 meses de carência e impossibilidade de reabilitação em

atividade que lhe seja possível garantir a própria subsistência.


Pensão por morte: concedida aos dependentes do segurado que veio a óbito, a fim de lhes garantir uma

remuneração que o trabalhador possuía em vida (independe de carência, mas necessário qualidade de

segurado à época do óbito).

Salário-maternidade: concedido às mulheres que se afastam das suas atividades laborais por conta do

nascimento do filho, desde que comprove 10 meses de carência.

Os que mais surgem no escritório são os em destaque.

Observação 1:

“Período de Carência é o número mínimo de meses (competências) pagos ao INSS para que o cidadão, ou em alguns casos o seu depen

ter direito de receber um benefício.”

“Qualidade de segurado é a condição atribuída a todo cidadão filiado ao INSS que possua uma inscrição e faça pagamentos mensais a

título de Previdência Social, sendo que será mantida por 12 meses após cessada as contribuições (período de graça) podendo ser

prorrogada no caso de o segurado possuir 120 contribuições – sem perda da qualidade de segurado entre elas, e se comprovar

situação de desemprego.”

Observação 2:

As principais legislações que dispõem acerca das regras para a concessão dos benefícios previdenciários são: Lei nº 8.213/91, Decreto

nº 3.048/99 e a Instrução Normativa do INSS 77/2015.

Quanto aos benefícios assistenciais: Lei 8.742/93 e Portaria nº 374, de 05 de maio de 2020.

Observação 3:

A filiação no INSS pode ser como:

1. Empregado;

2. Empregado doméstico;

3. Contribuinte individual;

4. Trabalhador avulso;

5. Segurado especial;
! “O segurado especial é o trabalhador rural que exerce suas atividades de forma individual ou em regime de economia

familiar, tirando o sustento próprio e/ou de sua família a partir desta atividade.” !

6. Segurados facultativos;

! “É Segurado Facultativo o maior de 16 (dezesseis) anos de idade que se filia ao Regime Geral de Previdência Social,

mediante contribuição, desde que não esteja exercendo atividade que o enquadre como segurado obrigatório de qualquer

regime previdenciário.” !

Os beneficiários do INSS na condição de dependentes:

1. o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou

inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;

2. os pais;

3. o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual

ou mental ou deficiência grave;

DICAS PARA CONFECÇÃO DAS INICIAIS


ORGANIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS PARA COMPROVAR QUALIDADE DE SEGURADO

ESPECIAL E CARÊNCIA (MESES DE ATIVIDADE RURAL ):

Organizar as provas documentais por ordem de importância e cronológica:

Por exemplo, se a parte autora possui diversas certidões de nascimento de filhos que qualifiquem ela ou o cônjuge como

lavrador (a) é interessante colocar em ordem crescente ou decrescente (da mais velha para mais nova, ou vice-versa) e

citá-las antes de outros documentos, pois tem maior força probatória;

Continuando o exemplo, vamos supor que a pessoa, além das certidões, possui Declaração de Aptidão ao Pronaf (prova

muito boa) que abranja período próximo ao requerimento/implemento dos requisitos, e outras declarações assinadas por

proprietários da terra, que abranja período maior e anterior a DAP, é melhor colocar a Declaração de Aptidão ao

Pronaf antes, pois, mais importante.


Serve para todos os benefícios assegurados aos trabalhadores rurais, salário-maternidade, aposentadoria por idade,

auxílio-doença, pensão por morte e auxílio acidente, mas é importante se atentar ao tempo de carência que pretende

comprovar (quais anos deve abranger) ao organizar por ordem cronológica.

RESUMINDO: SE ATENTEM PARA A FORÇA PROBATÓRIA DO DOCUMENTO (OS DOTADOS DE

FÉ-PÚBLICA SÃO MAIS FORTES) E ORGANIZEM DE UMA FORMA LÓGICA .

ATENÇÃO! OS DOCUMENTOS DEVEM SER ORGANIZADOS NO ARQUIVO EM PDF EXATAMENTE

NA MESMA ORDEM QUE FORAM CITADOS NA PETIÇÃO INICIAL .

Nas pastas de correção, devem ser salvos os documentos já organizados para o protocolo e, após retornar da correção,

deverá a petição inicial deverá ser convertida em PDF e então, a pasta deve ser enumerada da seguinte maneira, para ser

protocolada:

Aposentadoria Rural e Salário Maternidade Rural

1 - Petição Inicial

2 - Procuração e declaração de hipossuficiência

3 - Documentos de identificação (da parte autora)

4 - Comprovante de endereço (acompanhado de declaração e documentos pessoais do titular, caso não seja em nome da parte

autora)

5 - Documentos comprobatórios (as provas da atividade rural e ao final, o indeferimento)

Auxílio Por Incapacidade

1 - Petição Inicial

2 - Procuração e declaração de hipossuficiência

3 - Documentos de identificação da parte autora

4 - Comprovante de endereço (acompanhado de declaração e documentos pessoais do titular, caso não seja em nome da parte

autora)
5 - Documentos Médicos

6 - Documentos comprobatórios da carência e qualidade de segurado (as provas rurais ou, se for urbano, CNIS, CTPS e

Comunicado de Decisão)

Pensão Por Morte

1 - Petição Inicial

2 - Procuração e declaração de hipossuficiência

3 - Documentos de identificação da parte autora

4 - Comprovante de endereço (acompanhado de declaração e documentos pessoais do titular, caso não seja em nome da parte

autora)

5 - Documentos comprobatórios - dependência

6 - Documentos comprobatórios - qualidade de segurado instituidor

Benefício Assistencial ao Deficiente

1 - Petição Inicial

2 - Procuração e declaração de hipossuficiência

3 - Documentos de identificação da parte autora

4 - Comprovante de endereço (acompanhado de declaração e documentos pessoais do titular, caso não seja em nome da parte

autora)

5 - Documentos médicos

6 - Documentos do grupo familiar (primeiro CadÚnico, documentos dos componentes na ordem em que consta nele, lembrem-se do

CNIS, CTPS ou Contracheque, para comprovação da renda de cada um dos integrantes)

Benefício Assistencial ao Idoso

1 - Petição Inicial
2 - Procuração e declaração de hipossuficiência

3 - Documentos de identificação da parte autora

4 - Comprovante de endereço (acompanhado de declaração e documentos pessoais do titular, caso não seja em nome da parte

autora)

5 - Documentos do grupo familiar (primeiro CadÚnico, documentos dos componentes na ordem em que consta nele, lembrem-se do

CNIS, CTPS ou Contracheque, para comprovação da renda de cada um dos integrantes)

Quanto a narração dos fatos: Os advogados orientam a fazer as iniciais genéricas, ou seja, sem se prender tanto às datas, por
exemplo, “a autora morou na Fazenda Deus Nos Ajude de 04/02/2002 a 04/02/2022 blá blá blá”, evitem delimitar o tempo, para

na audiência se esclarecido e delimitado melhor.

Costumo fazer da seguinte forma: SE A PROPRIEDADE FOR DA AUTORA OU DE ESPOSO/COMPANHEIRO,

MENCIONO A DATA EM QUE FOI ADQUIRIDA O IMÓVEL RURAL (DESDE QUE ABRANJA TODO O

TEMPO DE CARÊNCIA NECESSÁRIO AO BENEFÍCIO).

Exemplo 1: A autora desenvolve as atividades rurícolas na Fazenda Tal, a qual adquiriu no ano de 1990. (Algo nesse sentido,

mencionando data que adquiriu a terra, pois daí será possível comprovar a carência pelo período que for, a partir de quando ocorreu a

aquisição).

Exemplo 2: Também menciono datas se a pessoa for assentada (beneficiária de algum assentamento), nestes casos haverá uma

certidão emitida pelo INCRA , como na imagem abaixo:

Exemplo 3: Quando a terra é propriedade familiar, tipo, “A autora reside e exerce suas lides na Fazenda Só Jesus na Causa,

adquirida pelo seu genitor em 1980”, veja bem, não delimitei o tempo que ela esteve na terra, mas mencionei quando foi comprada pelo

familiar, assim poderá ser computado qualquer espaço de tempo de 1980 em diante... ou quando a terra é de sogros “A autora
desenvolve suas lides com auxílio do seu marido, com quem é casada desde 1979, em propriedade dos seus sogros, adquirida por eles

em 1978”. Sacaram?

PROTOCOLO DA PETIÇÃO INICIAL NO PJE


PARA ADICIONAR OUTRO ADVOGADO:
DEPOIS, CLICAR EM INSERIR
CADASTRO DE PROCESSOS NO PERITUM
TESES PARA

PETIÇÃO INICIAL
DIFERENÇA ENTRE INÍCIO DA DOENÇA E INÍCIO DA INCAPACIDADE

DOS FATOS:

Ressalte-se, primeiramente, que a data de Início da Incapacidade nem sempre é a mesma do Início da Doença. Isto porque, em

muitos casos, o paciente pode ser portador de determinada doença por algum período de tempo (início da doença), sem, necessariamente,

apresentar sintomas incapacitantes de maneira imediata, podendo estes se desenvolverem com o passar do tempo (início da incapacidade), ou

sequer se manifestarem.

Deverá explicar que a pessoa até poderia não estar ingressada no RGPS (ou exercendo atividade rural ) quando iniciou a

doença, mas que a incapacidade foi gerada após estar contribuindo (ou durante exercício de atividade rural ), pelo agravamento da patologia.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:

No que tange ao motivo do indeferimento do benefício ora pleiteado (Data de Início da Doença – DID- anterior ao ingresso ou

reingresso ao RGPS), de acordo com o que se restou demonstrado, o reingresso do autor ao RGPS (01/04/2019) se deu anteriormente ao

início da INCAPACIDADE (27/05/2019), de maneira que possuía qualidade de segurado ao tempo desta.

Ademais, dispõe a Súmula nº. 53 da TNU que “ Não há direito a auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez quando a

incapacidade para o trabalho é preexistente ao reingresso do segurado no Regime Geral de Previdência Social”. Desta feita, somente seria

possível indeferir benefício caso o início da INCAPACIDADE se desse anteriormente ao ingresso/reingresso ao RGPS.

Isso porque, conforme já exposto, a existência de DOENÇA não pressupõe INCAPACIDADE imediata, podendo ela se

manifestar somente com o passar do tempo.

Assim, considerando que foi indicada a data de 27/05/2019 como INÍCIO DA INCAPACIDADE , não há que se falar em

incapacidade para o trabalho preexistente ao ingresso/reingresso ao RGPS, visto que o reingresso ocorreu em 01/04/2019, de forma que estava

sob a qualidade de segurado quando ocorreram as condições incapacitantes.

ASSENTADOS – LABOR RURAL PRESUMIDO

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:


Vale considerar, ainda, o fato de que o autor e sua família possuem propriedade em assentamento cedida pelo INCRA . Daí se

infere e se confirma, ainda mais, o trabalho rural exercido em regime de economia familiar. Isso porque é pressuposto para o assentamento de

famílias que os beneficiários sejam trabalhadores rurais (art. 17, Lei 8.629), de feito que não teria sido concedida a terra se já não exercessem

atividade rural ao tempo da concessão.

INDÍGENA – LABOR RURAL

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:

Artigo 7º, §3º, da Instrução Normativa nº 45 do INSS:

Enquadra-se como segurado especial o índio reconhecido pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, (...), independentemente

do local onde resida ou exerça suas atividades, sendo irrelevante a definição de indígena aldeado, indígena não-aldeado, índio em vias de integração,

índio isolado ou índio integrado, desde que exerça a atividade rural individualmente ou em regime de economia familiar e faça dessas atividades o

principal meio de vida e de sustento.

ATIVIDADE RURAL REALIZADA EM PROPRIEDADE DE FAMILIAR

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Além disso, havendo o requerente exercido suas atividades campesinas, anteriormente em propriedade de sua sogra, no P.A .

Palmeirinha, não se faz necessário que os documentos estejam em nome daquele, pois é de costume, na zona rural, que os familiares estejam a

serviço da própria família, auxiliando na produção para subsistência.

Assim:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADES RURAIS.

REQUISITOS. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR . PROVA DOCUMENTAL HÁBIL .

CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL . DOCUMENTOS EM NOME DE

TERCEIROS. CONTEMPORANEIDADE. O tempo de serviço rural que a parte autora pretende ver

reconhecido pode ser comprovado mediante a produção de prova material suficiente, ainda que inicial, complementada
por prova testemunhal idônea. Os documentos que caracterizam o efetivo exercício da atividade rural não necessitam
figurar em nome da parte autora para serem tidos como início de prova do trabalho rural, pois não há essa exigência
na lei e, via de regra, nesse tipo de entidade familiar os atos negociais são efetivados em nome do chefe do grupo
familiar, geralmente o genitor. A qualificação de lavrador ou agricultor em atos do registro civil tem sido considerada

como início de prova material, se contemporânea aos fatos, podendo estender−se ao cônjuge, se caracterizado o regime

de economia familiar. Não se exige prova material plena da atividade rural em todo o período requerido, mas início de

prova material, o que vai ao encontro da realidade social no sentido de não inviabilizar a concessão desse tipo de

benefício. O tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei 8.213/91 pode ser computado para a aposentadoria por

tempo de serviço, sem recolhimento de contribuições, por expressa ressalva do § 2º do art. 55 da referida lei, salvo

para carência. (AC 2001.72.01.005025−4/SC , Relatora Juíza LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH ,

TRF-4, 10/10/2005, DJU : 26/10/05).

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ATIVIDADE

RURAL – DOCUMENTOS EM NOME DO PAI – PROVA TESTEMUNHAL . RECLAMATÓRIA

TRABALHISTA – DOCUMENTOS – RECOLHIMENTOS – AUSÊNCIA . CORREÇÃO

MONETÁRIA . JUROS DE MORA. I. Documentos expedidos por órgão públicos, nos quais consta a

qualificação de familiares como lavradores, podem ser utilizados como início de prova material, como exige a Lei
8.213/91 (art. 55, §3º), para comprovar a sua condição de rurícola, desde que confirmada por prova testemunhal.
II. Considerando os documentos em nome do pai e os testemunhos colhidos, corroborando a atividade rurícola do

autor, viável o reconhecimento do tempo de serviço rural de 18.02.1966 a 01.06.1973. (...). (ApelRemNec

0031099-92.2011.4.03.6301, SP, TRF-3, Relator Desembargadora Federal MARISA SANTOS, e-DJF3:

07/08/2019).

SEGURADO ESPECIAL QUE TEVE VÍNCULO EMPREGATÍCIO DE CURTA DURAÇÃO

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Não obstante o autor ter havido, de fato, vínculo empregatício urbano, o exercício da atividade por breve período de tempo, por

si só, não desqualifica uma vida inteira dedicada ao labor rural, de forma que não se deve impedir a concessão de plano do benefício, sem que antes

seja analisado o caso concreto como um todo.

O exercício de atividade urbana intercalada não impede a concessão de benefício previdenciário de trabalhador rural,

condição que deve ser analisada no caso concreto. (Súmula nº 46, TNU ).
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL RURAL POR IDADE . COMPROVAÇÃO

DA CONDIÇÃO DE TRABALHADOR RURAL PELO PERÍODO DE CARÊNCIA EXIGIDO EM

LEI. VÍNCULO EMPREGATÍCIO URBANO. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO. PARTE

BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA . ISENÇÃO DE CUSTAS PARA O INSS.

APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA . 1. Trata-se de Apelação interposta pelo INSS -

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra sentença que julgou procedente o pedido de

concessão de aposentadoria rural por idade. 2. O Trabalhador Rural tem direito à aposentadoria especial, aos 60

anos, se homem, e aos 55 anos, se mulher (art. 201, parágrafo 7º, da Carta Magna), comprovados o exercício de

labor no campo e o período de carência (art. 143, da Lei 8.213/91). 3. (...). Quanto ao vínculo empregatício urbano

do apelado, tal fato não descaracteriza a sua condição de segurado especial, por continuar indispensável à subsistência

da família a sua atividade rurícola. Ademais, é um vínculo empregatício de período curto, conforme se observa às fls.

121/122. Não se poderia afastar a atividade rural de toda uma vida ou mesmo elidir o período legal equivalente ao de

carência, já que, pelas provas acostadas aos autos, restou devidamente comprovado o labor rural do autor. (...)

(TRF-5 - AC : 10965920144059999, Relator: Desembargador Federal Manoel Erhardt, Data de Julgamento:

24/04/2014, Primeira Turma, Data de Publicação: 02/05/2014).

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE . TRABALHADOR RURAL .

BOIA-FRIA . REQUISITOS LEGAIS. COMPROVAÇÃO. PERÍODOS DE ATIVIDADE

URBANA PELA PARTE AUTORA . NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE

SEGURADA ESPECIAL . CONSECTÁRIOS LEGAIS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

TUTELA ESPECIFICA . 1. Procede o pedido de aposentadoria rural por idade quando atendidos os requisitos

previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º, e 142, da Lei nº 8.213/1991. 2. Comprovado o implemento da idade mínima

(60 anos para homens e 55 anos para mulheres), e o exercício de atividade rural por tempo igual ao número de meses

correspondentes à carência exigida, ainda que a comprovação seja feita de forma descontínua, é devido o benefício de

aposentadoria rural por idade à parte autora. 3. O exercício de atividade urbana pela parte autora por um curto

período de tempo, por si só, não desqualifica uma vida inteira dedicada ao labor rural, comprovado por início de prova

material, que foi corroborada por prova testemunhal consistente e idônea. (grifo nosso) 4. Consectários legais

fixados nos termos do decidido pelo STF (Tema 810) e pelo STJ (Tema 905). (...). (TRF-4 - AC :
50397063320174049999 5039706-33.2017.4.04.9999, Relator: LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO,

Data de Julgamento: 15/05/2018, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR ).

Não suficiente, o período de carência da atividade rural pode ocorrer de maneira descontínua, conforme preceitua o §2º do artigo

48, da Lei 8.213/91, de maneira que, mesmo havendo o afastamento por aproximadamente 02 (dois) anos, foram computados muito além dos 180

(cento e oitenta) meses ou 15 (quinze) anos de labor rurícola exercido pelo demandante.

LOAS – RENDA SUPERIOR A ¼ E INFERIOR A ½ SALÁRIO-MÍNIMO

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:

Outrossim, o fato de o marido da autora auferir renda, não é fator suficiente para impedir que a mesma receba o auxílio ora

pleiteado, visto que a renda per capita percebida pelo grupo familiar é consideravelmente inferior a ½ salário-mínimo, não se demonstrando

humanamente suficiente a prover e sustentar uma família composta por 05 (cinco) pessoas, sendo 01 (uma) delas criança em fase de

desenvolvimento e crescimento e, outra, pessoa acometida de severas doenças, como é o caso da requerente.

Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA . INCAPACIDADE PARA A


VIDA INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO. MISERABILIDADE . CONSTATADA .

SENTENÇA MANTIDA . RECURSO DESPROVIDO. Resumo da demanda: Pedido de benefício de

prestação continuada (BPC ) à pessoa com deficiência. Sentença: Pedido julgado procedente. O núcleo familiar da

parte autora é composto por mais quatro pessoas, a saber: seu pai, Euvaldo Ferreira Leite, que recebe diárias de R$

50,00 como ajudante de pedreiro; sua mãe, Dussulina Pereira Sousa Leite, e duas irmãs menores, Isabela Vitória e

Ester Pereira, todas sem renda declarada. Dessa forma, verifica-se que a renda per capta do grupo familiar é inferior

a ½ salário mínimo (grifo nosso). Razões do recurso: A parte demandante não preenche o requisito miserabilidade.

O pai da criança possui emprego formal percebendo remuneração superior ao salário mínimo. Julgamento do recurso:

A sentença não merece reparos. Impende salientar que, à época da feitura do laudo socioeconômico, o genitor do autor

encontrava-se desempregado, conforme dados do CNIS. De fato, ele retornou ao mercado de trabalho em 18/01/2017

junto à RR CONTRUCOES EIRELI - EPP, na qualidade de demolidor de edificações (CBO 7170-05), onde

labora até a presente data. Ocorre que mesmo que se considere a remuneração auferida no período superveniente

trabalhado, a renda per capita do grupo familiar (que é composto por cinco pessoas) continua sendo
consideravelmente baixa (inferior a ½ do salário-mínimo). Assim, não há elementos concretos que infirmem a

condição de miserabilidade do núcleo familiar constada no laudo socioeconômico. Conclusão: Sentença mantida pelos

próprios fundamentos. Recurso desprovido. Ônus sucumbenciais: A parte recorrente é isenta de custas por ser

entidade pública (art. 4º, inciso I, da Lei 9.289/96), ficando condenada ao pagamento dos honorários advocatícios

arbitrados em 10% sobre o valor da condenação (art. 55 da Lei 9.099/95). ACÓRDÃO: Decide a Turma Recursal

do Tocantins, à unanimidade, nos termos do voto do relator, conhecer e negar provimento ao recurso. (Recurso Cível

JEF nº 0002800-75.2016.4.01.4300, TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

– TOCANTINS, TRF1, RELATOR : Juiz Federal DIOGO SOUZA SANTA CECÍLIA , DATA DE

JULGAMENTO: 05/12/2017)

TERRA SUPERIOR À 4 MÓDULOS FISCAIS

Faz-se mister pontuar que a dimensão da propriedade rural não possui o condão de, por si só, afastar a condição de segurado
especial, especialmente no caso em comento, tendo em vista o fato de que a área total útil para a exploração não compreende toda a propriedade
rural.

Além disso, há que se atentar que diante das provas produzidas e que serão corroboradas pela oitiva das testemunhas, restará
cabalmente demonstrado que as atividades sempre foram exercidas sob o regime de economia familiar, visto que a produção era desenvolvida pelo
próprio núcleo familiar, sem ajuda de empregados, visando a própria subsistência, em relação de mútua dependência, conforme disposto no art. 11,
VII, §1º, da Lei 8.213/91.

Nesse sentido, destaca-se a decisão do Superior Tribunal de Justiça – STJ, proferida em 24 de abril de 2017, no Agravo em
Recurso Especial nº 1.078.863-RS (2017/0072890-3), em que o Relator, Ministro Mauro Campbell Marques, asseverou:

Infere-se, pois que o acórdão recorrido está em sintonia com a jurisprudência do STJ, no sentido de que a dimensão do
imóvel rural, por si só, não pode ser óbice ao reconhecimento da atividade campesina, especialmente quando as demais provas
atestam a referida atividade (grifos acrescidos).

No âmbito dos Juizados Especiais Federais, a Turma Nacional de Uniformização pacificou a questão por meio da Súmula n.º
30, note-se:

Súmula nº 30/TNU : Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta,
por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração em
regime de economia familiar.

Portanto, tem-se que a jurisprudência dominante entende que a extensão da propriedade não constitui empecilho para
descaracterização da qualidade do segurado especial rural, sendo assim, mesmo que ultrapasse o tamanho previsto em lei, deve-se observar
também, os demais requisitos qualificadores.
Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL . APOSENTADORIA RURAL POR IDADE .


REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR . ACÓRDÃO QUE AFASTOU A CONDIÇÃO DE RURÍCOLA
DIANTE DA EXTENSÃO DA PROPRIEDADE . 1. A teor da legislação de regência e da jurisprudência deste
Superior Tribunal de Justiça, o tamanho da propriedade, por si só, não é fundamento suficiente à descaracterização do
exercício de trabalho rural, em regime de economia familiar. 2. Agravo Regimental a que se nega provimento. (STJ.
AgRg no REsp nº 1.532.010/SP, Rel. Ministro Sérgio Kukina. 1ª Turma. DJ: 22/09/2015, DP: 29/09/2015).

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE . TRABALHADOR RURAL .


REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR . REQUISITOS LEGAIS. COMPROVAÇÃO. TRABALHO
URBANO DO CÔNJUGE . TAMANHO DA PROPRIEDADE . HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. [...].
6. A área da propriedade rural, por si só, não constitui óbice ao reconhecimento da condição de segurado especial, sendo
apenas mais um aspecto a ser considerado juntamente com o restante do conjunto probatório. 7. Verba honorária majorada
em razão do comando inserto no § 11 do art. 85 do CPC /2015. (TRF4, AC 5049371-10.2016.4.04.9999, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR , Relator LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, juntado aos
autos em 06/02/2019)

ENDEREÇAMENTO/COMPETÊNCIA

Processos que são de competência de Miranorte, Pedro Afonso, Paraíso do Tocantins e Monte do Carmo, deverão ser
enviados/protocolados/endereçados AO NÚCLEO DE JUSTIÇA PREVIDENCIÁRIO 4.0, conforme última
orientação do Dr. Felipe

ENDEREÇAMENTO: endereçar ao JUÍZO, EXEMPLOS:

COMPETÊNCIA ESTADUAL : AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE _________

COMPETÊNCIA VARA COMUM DA JUSTIÇA FEDERAL :

AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS FEDERAIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO TOCANTINS


COMPETÊNCIA JUIZADO ESPECIAL FEDERAL :

AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DE JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
TOCANTINS

PEDIDOS

ESPECÍFICO DA ESTADUAL :

f) A concessão de tutela antecipada por ocasião da sentença, em caso de procedência dos pedidos, determinando-se que a implantação ocorra
de imediato, sob pena de multa;

g) A condenação do Requerido ao pagamento de custas processuais e sucumbenciais sobre o valor da condenação, na forma do art. 85, § 2º e
§3º do CPC , em percentual condizente com a complexidade do trabalho efetuado e o grau de zelo pelo interesse da parte autora.

ESPECÍFICO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL :

g) Em caso de procedência dos pedidos, a intimação do INSS pra cumprir com a obrigação de implantar o benefício, no prazo estipulado, sob
pena de multa;

h) Havendo interposição de Recurso, desde já requer a condenação do INSS ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios,
na forma do art. 85, § 3º, em percentual condizente com a complexidade do trabalho efetuado e o grau de zelo pelo interesse da parte autora.
QUESITOS PERICIAIS

AUXÍLIO-ACIDENTE

1) A periciada é portadora de lesão ou perturbação funcional que implique redução de sua capacidade para

o trabalho? Qual?

2) Se houver lesão ou perturbação funcional, decorre de acidente de trabalho ou de qualquer natureza?

Em caso positivo, indique o agente causador ou circunstancie o fato.

3) A periciada apresenta sequelas de acidente de qualquer natureza, que causam dispêndio de maior

esforço na execução da atividade habitual?

4) Se positiva a resposta ao quesito anterior, quais são as dificuldades encontradas pela periciada para

continuar desempenhando suas funções habituais? Tais sequelas são permanentes, ou seja, não passíveis de cura?

5) H ouve alguma perda anatômica? Qual? A força muscular está mantida?

A periciada informa que não possui condições financeiras para nomeação de assistente técnico, protestando

pela apresentação de quesitos suplementares.

AUXÍLIO POR INCAPACIDADE

A parte autora, já qualificada nos autos em epígrafe, por meio de sua advogada que esta subscreve, vem à presença de
Vossa Excelência, com fulcro no artigo 465, § 1º, III, do CPC , bem como, artigo 12, § 2º, da Lei 10.259/01, apresentar
quesitos complementares a serem respondidos pelo Perito Judicial, nos termos da Resolução nº 1.488/98 e do Parecer nº
10/2012 do Conselho Federal de Medicina, na forma abaixo:

1. Qual dos documentos médicos (laudos, atestados e exames) apresentados no ato da perícia é o mais antigo?
Descreva-o.
2. É possível a existência de incapacidade laboral em momento anterior à perícia médica judicial? Se sim, especifique,
ainda que de modo estimado, qual o período de convalescença (possível data do surgimento e do término da incapacidade
ao trabalho)?

3. Em razão de sua(s) enfermidade(s), o periciado necessita de assistência permanente de terceiros? Em caso


negativo, justifique.

4. Considerando a(s) doença(s) identificada(s), bem como, os aspectos pessoais, econômicos, sociais e culturais do
periciado, é possível afirmar a existência de incapacidade laborativa do ponto de vista biopsicossocial?

5. Essa incapacidade é suscetível de recuperação ou reabilitação que garanta a subsistência da parte autora,
levando-se em consideração a sua idade, classe social, grau de instrução e atividades exercidas nos últimos anos?

6. Qual o prazo estimado para a recuperação da capacidade laboral (cessação do benefício)?

Periciando informa que não possui condições financeiras para nomeação de assistente técnico, protestando pela
apresentação de quesitos suplementares.

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