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Qualquer trabalhador regido pela CLT tem direito à licença nojo. Além deles, também os servidores públicos. A
diferença entre os dois está nos prazos da licença e na lista dos parentes incluídos.
A licença nojo é um direito trabalhista que permite ao funcionário se ausentar do trabalho em caso de
falecimento de algum parente próximo, sem que haja qualquer desconto no salário ou necessidade
de compensação de horas.
Por se tratar de um momento doloroso, que envolve diversos sentimentos e, em alguns casos, a reestruturação
da rotina familiar, esse direito é garantido em lei para que o colaborador consiga processar o acontecimento e
se recompor.
Mas no Brasil esse benefício também é conhecido como licença de óbito, licença luto ou até afastamento por
falecimento.
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“Art. 473 – O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou
pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica.”
Já para os servidores públicos, a regra está prevista no artigo 97, III, b da Lei nº 8.112/90, que é o Regime
Jurídico dos Servidores Públicos da União. Veja:
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:
III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou
tutela e irmãos.
A Reforma Trabalhista não alterou as regras da licença nojo.
Entretanto, nos dois casos, ela se restringe apenas à morte de familiares diretos, exceto nos casos em
que o acordo coletivo prever a garantia da licença em outros casos.
Licença nojo para CLT
De acordo com a CLT, o prazo da licença nojo é de 2 dias, nos casos de falecimento de:
pais;
avós;
bisavós;
filhos;
netos;
bisnetos;
cônjuge;
irmãos;
pessoa declaradamente dependente econômica.
É importante perceber que nessa classificação ficam excluídos tios e primos e outros parentes indiretos.
Nesses casos, em empresas com uma cultura organizacional mais flexível, que se importa com o bem-
estar dos seus colaboradores, é possível entrar em acordo, oferecendo um abono ou então a
possibilidade de descontar o saldo do banco de horas. Mas essa é uma opção da empresa, já que não
existe previsão na lei.
Licença nojo para servidores públicos
Em geral, servidores estatutários seguem a seguinte regra em relação à licença nojo:
8 dias corridos (excluindo o dia do óbito, caso o servidor compareça ao trabalho) no caso de falecimento de
cônjuge ou companheiro(a), filhos (inclusive natimorto), menores sob guarda ou tutela, pais e irmãos.
2 dias corridos (excluindo o dia do óbito, caso o servidor compareça ao trabalho) no caso de falecimento de
padrasto, madrasta, sogros, cunhados, avós e netos.
Aqui, é importante notar que, além do prazo, a lei fala apenas em filho, e não em descendentes, excluindo,
portanto, os netos, bisnetos, etc. Entretanto, ela inclui madrasta, padrasto e enteados.
Licença nojo para professores
Os professores possuem uma regra especial prevista no artigo 320 da CLT, veja:
“§ 3º – Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadas por motivo de gala ou de luto
em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.”
Sendo assim, o prazo da licença nojo para professores é maior, com 9 dias, mas é limitado ao falecimento de
cônjuge, pai, mãe e filho. A gala, citada no artigo, trata da licença casamento.
A regra é abrangente também aos professores concursados em serviço público.
Após retornar ao trabalho, será necessário entregar os comprovantes referentes ao óbito (certidão de
óbito) e também à relação de parentesco (certidão de nascimento ou casamento), para que a empresa
registre a justificativa da falta.
Nos casos de união estável, também será preciso comprovar a condição por meio de algum dos seguintes
documentos:
certidão de nascimento do filho que tenham ou de adoção;
certidão de casamento religioso;
comprovante de endereço;
conta bancária conjunta;
outro documento que comprove união.
É importante que a empresa esteja preparada para informar ao colaborador quais documentos deverão ser
apresentados após a licença, tão logo seja notificada sobre o falecimento.
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Sendo assim, dependendo do caso, pode ser importante considerar a extensão desse benefício para
garantir o bem-estar e a recuperação psicológica do colaborador.
Oferecer apoio psicológico
Se na empresa existir a oferta de apoio psicológico aos funcionários, a indicação desse atendimento
profissional pode ser importante para ajudar o colaborador a lidar com o luto.
Sendo assim, é importante que a empresa seja flexível e faça uma gestão humanizada quando um
colaborador informa sobre uma situação de morte, e que considere a liberação dele para as cerimônias de
funeral, mesmo que a pessoa não esteja entre os casos previstos em lei.
Normalmente não é preciso que a pessoa se ausente por dias. Apenas a data do velório e enterro, ou o
deslocamento, quando for necessário, já são suficientes.
Oferecer alternativas de trabalho para os primeiros dias após a licença
Dependendo da situação, a empresa pode oferecer alternativas à prestação do trabalho da maneira
convencional. Uma dessas possibilidades é que o colaborador cumpra sua jornada de trabalho em home
office ou de maneira híbrida.
Dessa maneira ele garante a privacidade necessária para lidar com o momento da perda, sem deixar de
cumprir com suas obrigações do trabalho.
Orientar a equipe
Os funcionários que trabalham na equipe do colaborar em licença nojo também devem ser orientados sobre
como abordar o assunto e também sobre a discrição que o momento exige.
Outra dica importante é permitir que os colegas mais próximos que desejam comparecer às cerimônias
funerais, sejam liberados para prestar seus sentimentos.
Ter empatia
A empatia é fundamental nos momentos de perda. Compreender como o colaborador está se sentindo e
oferecer recursos para que ele vença a tristeza do luto é importante.
Além de oferecer apoio e garantir o bem-estar dos funcionários, essas medidas também contribuem para
melhorar a imagem da empresa diante dos outros colaboradores e a sensação de pertencimento à
organização.
Conclusão
Agora você já sabe o que é a licença nojo, quem tem direito a ela, em quais situações e também os prazos de
cada caso.
Também deve ter entendido a importância do RH nesse momento e como o setor pode amenizar a dor
desse colaborador que está passando por esse luto. Essa é uma das maneiras de promover um ambiente
de trabalho harmonioso e comprometido, onde os funcionários acreditam que fazem parte realmente da
empresa.
A licença nojo é um dos tipos de licença trabalhistas previstas na CLT. Se você ainda tem dúvidas sobre os
tipos de licença e quando elas devem ser utilizadas, leia também sobre as 11 situações em que as faltas não
podem ser descontadas do salário do funcionário!