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1ª corrente: Em síntese, com a nova disciplina normativa do divórcio, encetada pela Emenda
Constitucional, perdem força jurídica as regras legais sobre separação judicial, instituto que passa a ser
extinto no ordenamento jurídico, por revogação tácita (entendimento consolidado no STF).
- A tese da manutenção da separação de direito remete a um Direito Civil burocrático, distante da
Constituição Federal, muito teórico, pouco efetivo.
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2ª corrente: A Constituição Federal apenas afastou a exigência prévia de separação para o
divórcio, mas não repeliu expressamente a previsão infraconstitucional da separação e do restabelecimento da
sociedade conjugal.
Com a EC 66/10, conclui-se que a dissolução do casamento pelo DIVÓRCIO – única forma
admitida – engloba as duas hipóteses: dissolução da sociedade conjugal e do vínculo matrimonial – art. 1.571 a
1.582, CC + art. 5º e 34, Lei 6.515/77.
A única ação dissolutória do casamento é a de divórcio, que não mais exige a indicação da
causa de pedir. Eventuais controvérsias sobre causas, culpas ou prazos, deixam de integrar o objeto da
demanda. Não subsiste a necessidade do decurso de um ano do casamento para a obtenção do divórcio
(CC 1.574). O avanço foi significativo. Afinal, se não há prazo para casar, nada justifica a imposição de
prazo para o casamento acabar.
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SEPARAÇÃO DE FATO - Não obstante a dissolução da sociedade conjugal ocorrer com o
divórcio, é a separação de fato que, realmente, põe um ponto final no casamento. Todos os efeitos decorrentes
da nova situação fática passam a fluir da ruptura da união.
Quando cessa a convivência, o casamento não gera mais efeitos, faltando apenas a chancela estatal.
O fim da vida em comum leva à cessação do regime de bens - seja ele qual for -, porquanto já ausente o ânimo
socioafetivo, real motivação da comunicação patrimonial. Esse é o momento de verificação dos bens para
efeitos de partilha.
Ocorrendo a separação de fato, cessam também os direitos sucessórios. Afinal, o casamento acabou.
Dessa forma, após a separação de fato, embora não decretada a separação de corpos nem oficializado o
divórcio, os bens adquiridos por um dos cônjuges só a ele pertence, ainda que se mantenha legalmente na
condição de casado, prevenindo o enriquecimento sem causa (art. 884 do CC).
DIVÓRCIO - O divórcio é uma das causas do término da sociedade conjugal (art. 1.571 IV do
CC), além de ter o condão de dissolver o casamento (art.1.571 §1º do CC). Com o advento da EC 66/10, este é
o único modo de dissolver o casamento, quer consensualmente, quer por meio de ação litigiosa. E, se os
cônjuges não tiverem pontos de discordância nem filhos nascituros ou incapazes, podem obter o divórcio sem a
intervenção judicial, perante um tabelião (art. 733 do CPC), de forma extrajudicial.
O divórcio pode ser requerido a qualquer tempo. No mesmo dia ou no dia seguinte ao casamento.
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O Código de Processo Civil dedica um capítulo às ações de família, no qual indica as normas
aplicáveis a ação de divórcio contencioso (art. 693 a 699 do CPC) e outro ao divórcio consensual (art. 731
a 734 do CPC).
Apesar de os alimentos serem irrenunciáveis (art. 1.707 do CC), a obrigação alimentar entre os
cônjuges pode ser dispensada quando do divórcio. Também é necessária a deliberação a respeito do nome, se
um dos cônjuges havia adotado o sobrenome do outro quando do casamento. No silêncio, presume-se que o
nome permanece inalterado. Mas a qualquer momento, mesmo depois do divórcio, sempre é possível buscar o
retorno ao nome de solteiro, por meio de um singelo procedimento administrativo perante o registro civil.
A depender do regime de bens, é impositivo o arrolamento do patrimônio a partilhar. Essa
providência só é dispensável no regime da separação total de bens. Não havendo acordo sobre a partilha, a
divisão pode ser levada a efeito depois do divórcio (art. 1.581 do CC e art. 731 parágrafo único do CPC).
Existindo filhos incapazes, é indispensável a participação do Ministério Público (arts. 178, II, e 698
do CPC), mas não é necessária a realização de audiência de ratificação.
Decretado o divórcio, após o trânsito em julgado da sentença, é extraído mandado ao Cartório do
Registro Civil para averbação nos assentos de casamento e de nascimento de ambos os cônjuges. Fazendo as
partes jus ao benefício da assistência judiciária, a isenção de pagamento das custas estende-se também aos atos
extrajudiciais de averbação da dissolução do casamento. Após, são extraídos formais de partilha para fim de
averbação no registro de imóveis.
MODALIDADES DE DIVÓRCIO
a) DIVÓRCIO CONSENSUAL (CC 731 + art. 40, §2º da Lei 6.515/77) - Quando de comum
acordo os cônjuges decidem dissolver o casamento. Havendo nascituro ou filhos incapazes, o divórcio precisa
ser buscado por meio de ação judicial, não sendo possível o uso da via extrajudicial (art. 733 do CPC).
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A homologação do divórcio consensual deve ser requerida por petição firmada por ambos os
cônjuges, na qual deve constar (art. 731 do CPC): I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens
comuns; II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges (art.1.694 do CC); III - o acordo
relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas (arts. 1.583, 1.584 e 1.589 do CC); e IV - o valor
da contribuição para criar e educar os filhos (arts. 1.696 do CC). Ou seja, além da demanda de divórcio, é
indispensável o acertamento de questões outras, o que leva a uma cumulação de ações.
A ação precisa ser instruída com a certidão de casamento, a certidão de nascimento dos filhos e o
pacto antenupcial, se existente. Também devem ser juntados os documentos referentes ao patrimônio comum.
c) DIVÓRCIO EXTRAJUDICIAL (art. 733 do CPC) – Por inexistir conflito entre as partes, há a
possibilidade de a dissolução do casamento ocorrer extrajudicialmente, por pública escritura perante o tabelião.
Quando não existe nascituro ou filhos incapazes, sendo o divórcio consensual, totalmente
dispensável que sua dissolução ocorra pela via judicial.
Portanto, os requisitos são a (i) ausência de nascituro ou filhos incapazes e (ii) consenso das partes.
Da escritura devem constar estipulações sobre pensão alimentícia, partilha dos bens, mantença do
nome de casado ou retorno ao nome de solteiro. Nada sendo referido a respeito do nome, presume-se que o
cônjuge que adotou o sobrenome do outro vai assim permanecer. Porém, a qualquer tempo pode buscar a
exclusão, por meio de declaração unilateral, em nova escritura pública, não sendo necessária a via judicial. A
alteração deve ser comunicada ao registro civil.
As partes precisam ser assistidas por advogado ou defensor público, sendo que o mesmo
profissional pode representar a ambos.
Nada obsta a que as partes estabeleçam na escritura outros ajustes - doações recíprocas; instituição
de usufruto, uso ou habitação em favor de um deles ou de terceiros; cessão de bens - ou que assumam obrigação
de qualquer ordem.
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Os cônjuges podem escolher livremente o tabelionato, não havendo qualquer regra que fixe
competência. Depois de lavrada e assinada a escritura, deve ser encaminhado o traslado ao registro civil para a
devida averbação no assento de casamento e de nascimento dos ex-cônjuges.
Não só o divórcio, também a separação de corpos consensual pode ser formalizada por escritura.
Obs.: Divórcio indireto é aquele precedido por uma separação judicial ou extrajudicial, ou por uma
medida cautelar de separação de corpos. A EC 66/2010 aboliu o divórcio indireto ou por conversão. Não se
exige prazo mínimo.
i) Segredo de justiça – art. 189, II – os processos que versam sobre casamento, separação de corpos,
divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes correrão sob
segredo de justiça.
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ESTRUTURA DA PEÇA
2. Legitimidade / Partes
Os cônjuges. Em caso de incapacidade de um deles, será legitimado o curador, ascendente ou irmão (art. 1.582,
p. único + art. 24, parágrafo único da Lei 6.515/77).
6. Fatos
Relação: casamento
Causa: impossibilidade de manutenção da vida em comum
Consequência: divórcio
b) PARTILHA
Partilha de bens: Art. 1.581, CC; Art. 1.640; Art. 1.658 a 1.688, CC (se couber)*
- citar todos os bens detalhadamente, inclusive os valores;
- falar sobre o percentual a ser partilhado.
c) NOME
Manutenção ou alteração do nome: Art. 1.565, §1º, CC; 1.571, §2º, CC; art. 1.578, CC e art. 17, §2º, Lei
6.515/77 (se couber)*
- falar sobre a vontade do(a) requerente em voltar a utilizar o nome de solteiro ou não;
- falar como quer que fique o nome após o divórcio.
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d) ALIMENTOS
Alimentos para o cônjuge: Arts. 1.694 e §1º, CC e 1.704, CC + art. 19, Lei 6.515/77 (se couber)*
- falar sobre a vida do(a) requerente, por exemplo, se nunca trabalhou por ter se dedicado aos cuidados com
a família;
- já tem idade avançada para o trabalho;
- falar sobre as atividades profissionais do(a) requerido(a);
- especificar o percentual da pensão alimentícia pretendida de um cônjuge ao outro, quando um deles não
possui condições suficientes para de manter;
- especificar por quanto tempo os alimentos devem ser prestados. Alimentos transitórios.
e) GUARDA
8. Pedidos e requerimentos
a) Gratuidade de Justiça (se couber)
b) Procedência do pedido para:
- Litigioso: decretação do divórcio, com expedição de ofício ao Cartório de Registro Civil.
- Consensual: procedência do pedido para homologação do pedido, expedindo o competente ofício para
averbação no Cartório de Registro Civil.
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ESTUDO DIRIGIDO - DIVÓRCIO
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