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Segundo Maria Helena Diniz[1], ‘o divórcio é a dissolução de um casamento

válido, ou seja, a extinção do vínculo matrimonial, que se opera mediante


sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias’.

A figura do divórcio foi introduzida no Direito Brasileiro em 1977, por força da


lei n.º 6.515, a qual regulamentou a dissolubilidade do vínculo matrimonial, que
havia sido permitida pela Emenda Constitucional 9 publicada no mesmo ano.
Anteriormente, somente havia previsão para o desquite, no qual se rompia a
convivência, isto é a sociedade conjugal, mas não liberava os cônjuges para
contraírem novas núpcias.

A Constituição Federal de 1988 ampliou as hipóteses de dissolução do


casamento por divórcio: uma das possibilidades é após a prévia separação
judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, hipótese do divórcio
indireto, ou então comprovada a separação de fato por mais de dois anos,
sendo o chamado divórcio direto.

Ademais é oportuno ressaltar que, a ação de divórcio é de cunho


personalíssimo isto quer dizer, o seu pedido somente compete aos cônjuges.
Caso um dos cônjuges seja incapaz poderá defender-se ou ajuizar a ação por
meio de seu curador, ascendente ou irmão.

Já o divórcio direto é aquele que se opera após ter transcorrido mais de dois
anos da separação de fato dos cônjuges. O único requisito legal para a figura
do divórcio direto é que os cônjuges estejam separados de fato (vivendo
separados), a pelo menos dois anos consecutivos. Portanto, se o casal voltar a
viver junto interrompe a contagem desse prazo, o simples encontro dos
cônjuges sem a intenção de se reconciliarem não obsta o curso do prazo da
separação de fato. Nesta modalidade não se exige a demonstração da causa
da separação.

A chamada PEC do Divórcio facilita a dissolução do casamento civil ao


eliminar a exigência atual de separação judicial prévia por mais de um ano ou
de separação de fato por mais de dois anos para que os casais possam se
divorciar. Em relação à aplicação da PEC, entendemos que o novo texto tem
aplicação imediata, ou seja, independe de qualquer norma infraconstitucional.
Contudo, em relação à situação das pessoas que se encontram separadas
juridicamente na vigência da nova lei, elas não podem ser consideradas
automaticamente divorciadas. Há necessidade de ingresso com pedido de
divórcio judicial ou extrajudicial, dependendo de cada caso.
Epa! Vimos que você copiou o texto. Sem problemas, desde que cite o link:
https://www.migalhas.com.br/depeso/111273/pec-do-divorcio-revoluciona-o-
direito-de-familia

3. Divórcio Direito – Modalidades

O divórcio direto pode ser consensual ou litigioso, não sendo necessária a


explicação da causa da separação em ambos.

O divórcio consensual segue o mesmo procedimento da separação consensual,


indicando também os meios de provar o tempo da separação de fato; o valor
da pensão alimentícia do cônjuge que dela necessitar, e de que forma ela será
paga; a partilha dos bens que deverá ser homologada pela sentença do
divórcio, não podendo ser discutida separadamente como acontece na
separação judicial.

O procedimento a ser adotado é o previsto nos artigos. 1.120 a 1.124 do


Código de Processo Civil, devendo-se observar os seguintes requisitos:

“I – a petição conterá a indicação dos meios probatórios da separação de fato,


e será instruída com a prova documental já existente;

II – a petição fixará o valor da pensão do cônjuge que dela necessitar para sua
manutenção, e indicará as garantias para o cumprimento da obrigação
assumida;

III – se houver prova testemunhal, ela será produzida na audiência de


ratificação do pedido de divórcio, a qual será obrigatoriamente realizada;

IV – a partilha dos bens deverá ser homologada pela sentença do divórcio”

No caso de existirem testemunhas que possam comprovar o tempo que o


casal está separado, estas serão ouvidas na audiência de ratificação do pedido
de divórcio.

Ademais, nesta modalidade se faz imprescindível a tentativa de


conciliação,  devendo os cônjuges ser ouvidos pessoalmente pelo juiz.

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