Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DIVÓRCIO EXTRAJUDICIAL
COMODIDADES E DESBUROCRATIZAÇÃO OFERCIDAS PELA LEI 11.441
DE 2007
SÃO PAULO
2022.
DIVÓRCIO EXTRAJUDICIAL
COMODIDADES E DESBUROCRATIZAÇÃO OFERCIDAS PELA LEI 11.441
DE 2007
São Paulo
2022
SUMÁRIO
RESUMO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................6
CONCLUSÃO ...........................................................................................................27
REFERÊNCIAS ........................................................................................................29
RESUMO
INTRODUÇÃO
Foi feito para a pesquisa a seguir exposta uma revisão de doutrinas, elaborado
estudo bibliográfico no intuito de coletar dados, tendo sido utilizado sites eletrônicos
como fonte agregada.
7
separação de corpos com causas que seriam aceitáveis, o adultério, a injúria grave e
o abandono voluntário, quer seja do domicílio ou do conjugal por dois anos
ininterruptos, com condição de ser casado por um período maior que dois anos, ainda
deveria existir consentimento de ambos. Em 1901, discute-se, então, o regime de
bens e institui o termo desquite.
partes, de uma apenas ou das duas, quebra então, parcialmente, a formalidade antes
prevista.
Ao tratar sobre divórcio judicial litigioso, ressalta que, as partes nesse contexto
não chegam a um consenso; mesmo assim, o Juiz irá verificar a vontade de ambos e
mediar os direitos, não existe contradição sobre a adjudicação do divórcio requerido,
o que for discutido nos autos terá função de mediar elementos contidos na dissolução,
com relação a bens, alimentos e subsistência.
Convém destacar que, mesmo com facilidades, existe um rol de requisitos que
rege o divórcio extrajudicial, frisa a necessidade de haver consenso entre o casal,
onde não cabe litígio, concordar quanto ao patrimônio e como será a partilha e o
inventário, são dispostos previstos que possibilitam a realização administrativamente,
por escritura pública. Pela letra da lei, é imprescindível a ausência de filhos menores
ou maiores incapazes, como disposto no artigo 731 do Código de Processo Civil.
1 Art. 52. Os cônjuges separados judicialmente podem, mediante escritura pública, converter a separação
judicial ou extrajudicial em divórcio, mantendo as mesmas condições ou alterando-as. Nesse caso, é
dispensável a apresentação de certidão atualizada do processo judicial, bastando a certidão da averbação da
separação no assento do casamento. (Redação dada pela Resolução nº 120, de 30.09.2010)
13
Ressalte-se, por fim, que o pedido de divórcio direto por averbação fica
restrito, exclusivamente, à dissolução do vínculo, sem possibilidade de
cumulação de qualquer outra providência. Outras questões, como alimentos,
partilha de bens, medidas protetivas etc., devem ser judicializadas e tratadas
no juízo competente, porém com a situação jurídica das partes já estabilizada
e reconhecida como de pessoas divorciadas. Ou seja, a averbação do
divórcio não repercute em nenhum outro direito patrimonial ou existencial. Só
evita que a pessoa se veja compelida a postular uma providência judicial que
não tem qualquer outra função senão a de dissolver o vínculo. Por isso, não
existem riscos aos direitos do outro cônjuge que eventualmente discorde do
pedido de divórcio. Da mesma forma que não há repercussões negativas para
a atividade notarial, pois quem ostenta legitimidade para requerer a
averbação unilateral do divórcio não poderia fazê-lo por escritura pública, à
falta de anuência do outro. A competência exclusiva dos tabeliães de notas,
conforme determina o artigo 7º da Lei 8.935/94, para lavrar escrituras
públicas de separação e divórcio não é atingida.
2
Delgado, Mário Luiz e Simão, José Fernando. Impedir a declaração unilateral de divórcio é negar a natureza
das coisas.
14
no Cartório de Notas o divórcio, pois o intuito dos novos dispositivos como a EC nº.
66 de 2010, simplifica e facilita com mínima intervenção estatal, dá ainda, liberdade e
permite maior autonomia privada, sem precisar ficar discutindo a culpa, que em
consequência disso acaba com prazos de decretação e sentença.3
Ainda no divórcio unilateral, é importante destacar que caso tal instituto fosse
mantido, a guarda dos filhos não poderia ser resolvida por ele, pois como já
contextualizado, todo casal que tenha filhos menores e incapazes e encare a
separação ou divórcio, precisa se sujeitar ao Poder Judiciário.
3
DA CUNHA PEREIRA, RODRIGO. TJPE aprova provimento que possibilita o “Divórcio Impositivo".
Assessoria de Comunicação do IBDFAM, 2019
15
Ao editar a lei 11.441, de 2007, o legislador fez por bem garantir e resguardar
o interesse do filho menor ou incapaz em seu artigo 733, ao dispor a seguinte
redação:
É certo que, ao trazer essa pauta, fica caracterizada a busca para a celeridade
na resolução de medidas que estão sendo transferidas do judiciário para o
administrativo, verifica grande evolução no sistema brasileiro.
Ainda nesse sentido, tramita na Câmara dos Deputados, o projeto de lei nº.
731 de 2021, que tem por interesse, alterações fazer alterar no Código de Processo
17
4
Euclides de Oliveira e Sebastião Amorim
19
3. Regularidades do Cartório
Uma vez que a escritura pública de divórcio não é um ato jurisdicional, não
existe o instrumento da competência, a lei nº. 11.441, de 2007, não especificou ou
criou regras de foro para a lavratura, sendo relativa, discorre sobre esse tema o
Desembargador Luiz Felipe Brasil Santos que, “para a prática do ato notarial pode ser
livremente escolhido qualquer tabelionato de notas, conforme dispõe o art. 8° da Lei
n° 8.935/94, não se submetendo às regras de competência do Código de Processo
Civil (art. 100, I, do CPC). Assim é também no caso de procedimento judicial de
separação ou divórcio consensual, pois, em se tratando de regra de competência
relativa, facultado de ela abrir mão por acordo.”
https://www.cnbsp.org.br/__Documentos/Upload_Conteudo/arquivos/Tabela_Custas/tabela_2021__v
ersao_visualizacao_iss_capital_pdf.pdf
23
3.3.1 Gratuidade
O CNJ editou Resolução de nº. 326, onde trouxe alterações formais nos
textos, os novos feitos reforçaram e pacificaram os direitos a gratuidade ao se falar
sobre gratuidade no divórcio extrajudicial, assim dispõe o texto:
3.4 Documentação
É certo que a lei 11.441 de 2007 mudou o cenário dos divórcios no Brasil
desde seu funcionamento. Em 2006, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), o número de divórcios não chegava a 80 mil, a partir da Emenda
Constitucional 66, que dispôs do divórcio rápido, o aumento de divórcios, segundo o
Colégio Notarial do Brasil de São Paulo, no ano de 2011, foi de 286%.
Dez anos depois e esses números cresceram cada vez mais e mais, com base
no ano de 2020, divórcios efetuados nos Cartórios de Notas já somam 20% das
separações no Brasil, última pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), o total de divórcios no País foi registrado em 385.246, onde
73.818 deles foram executados extrajudicialmente.
Ainda sobre registros, dispôs a relação cedida pelo CNB/SP, que em 2020 no
Estado de São Paulo o número de divórcios extrajudiciais realizados chegou a 17.228,
onde a capital teve o maior número, 5.260 atos.
6
Filho, Milton e Vasconcelos, Aisla. Psicóloga destaca as causas do aumento de divórcios na pandemia.
Disponível em:https://infonet.com.br/noticias/cidade/psicologa-destaca-as-causas-do-aumento-de-divorcios-
na-pandemia/. Acesso em 24/05/2021.
27
CONCLUSÃO
No que lhe concerne, o casal deve estar de comum acordo quanto ao divórcio
e não pode ter filhos menores e incapazes, tramita a ideia da possibilidade de se
realizar divórcio extrajudicial caso as questões de guarda e alimentos já terem sido
previamente resolvidos em juízo.
cabível dizer que o tema deve ser minuciosamente discutido, uma vez que tem o
caráter de ir contra o que deixou o legislador como regra.
REFERÊNCIAS
VENOSA, Sílvio de Salvo Direito Civil: família e sucessões / Sílvio de Salvo Venosa.
– 19. ed. – São Paulo: Atlas, 2019.
Vade Mecum Compacto / obra coletiva de autorias da Editora Saraiva com
colaboração de Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha – 16. Ed. – São Paulo:
Saraiva, 2016.
Código Civil Comentado / coordenadora Regina Beatriz Tavares da Silva. – 9. Ed de
acordo com a Lei n. 12.607/2012, ADPF 132 e a ADI 4.277 – São Paulo: Saraiva,
2013.
MALUF, Adriana Caldas do Rego Freitas Dabus. Novas modalidades de família na
pós-modernidade. São Paulo: Atlas. 2010.
DIAS, Maria Berenice; LARRATÉA, Roberta Vieira. A Constitucionalização das uniões
homoafetivas. In: CHINELATO, Silmara Juny de Andrade; FUJITA, Jorge; SIMÃO,
José Fernando; ZUCCHI, Maria Cristina. (org.). O direito de família no terceiro milênio:
Estudos em homenagem a Álvaro Villaça Azevedo. Atlas. 2010.
Curso de Direito Civil: Responsabilidade Civil (Volume 3). Edição Português | por
Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald, e outros. | 12 mar 2020
ROBERTO GONÇALVES, Carlos; Direito Civil Brasileiro Volume 6 – Direito de
Família, 18º Edição.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Direito de Família, v.5 – 14 ed. – Rio de Janeiro:
Forense, 2019.
https://scholar.google.com.br/scholar?lr=lang_pt&q=compet%C3%AAncia+relativa+d
iv%C3%B3rcio+&hl=pt-BR&as_sdt=0,5. Acesso em 30.06.20.