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FACULDADE DE DIREITO
Fortaleza - Ceará
2007
CONNIE FRANCIS ANDRADE CASTELO BRANCO
Monografia apresentada
como exigência parcial para
a obtenção do grau de
bacharel em Direito, sob a
orientação de conteúdo e
metodológica da Professora
Lilia Maia de Morais Sales.
Fortaleza – Ceará
2007
- -
Monografia apresentada à
banca examinadora da
Universidade Federal do
Ceará, adequada e
aprovada para suprir
exigência parcial inerente à
obtenção do grau de
bacharel em Direito, em
conformidade com os atos
normativos do MEC,
regulamentada pela
Resolução nº 028/99 da
Universidade de Fortaleza.
ABSTRACT
The successoral law in the stable union on the light of the Civil Code of 2002. The
present paper approaches the theme of successoral rights derived from the stable
union,analyzed under the view of the Civil Code of 2002. General notions are
presented about the stable union, making it different from concubinage. The
subject is discussed under the constitutional view,so that the measures taken by
the infraconstitutional legislator may be understood,even because it is appropriate
to analyze the existence or not of an equality between the stable union and the
marriage in its patrimonial effects. The paper presents the legislation previous to
the Civil Code of 2002,which discussed the stable union as well as the succession
of partners; to sum up, the Civil Code of 1916 and the laws 8.971/1994 and
9.278/1996. Then,an analysis of the Civil Code of 2002 is performed,concerning
succesion. The treatment given to the spouse is compared to the treatment given
to the surviver partner when there is succession,verifying the disparities between
the two situations. Concerning the partner's succession, any retrocession in the
infraconstitutional legislation is analyzed, referring to the partner's succession,
focusing the parallel between the Civil Code and the laws in use before it, as well
as the doubts caused by the present law. This paper also presents the several
views of doctrinaires about the subject, with proposals of changes. Finally, it is
noticed that, in this context, an equality between the marriage and the stable
union in all its patrimonial effects did not occur, due to the fact that when there is
succession, this equality does not clearly happen, having the new law placed the
spouse in a privileged position, in the condition of a necessary heir. Besides this,
it is concluded that notorious is the retrocession occurred with the Civil Code of
2002, in many aspects, concerning its rights.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................08
1 UNIÃO ESTÁVEL..............................................................................................12
1.1 União Estável e Concubinato..........................................................................16
2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL: A EQUIPARAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL AO
CASAMENTO.......................................................................................................19
3 LEGISLAÇÃO ANTERIOR AO CÓDIGO CIVIL DE 2002.................................25
3.1 Código Civil de 1916.......................................................................................25
3.2 Leis n. 8.971/1994 e n. 9.278/1996.................................................................28
4 O DIREITO SUCESSÓRIO NO CÓDIGO CIVIL DE 2002.................................32
4.1 Disparidade no Tratamento entre Cônjuge e Companheiro Sobrevivente......33
4.1.1 Sucessão do Cônjuge.............................................................................33
4.1.2 Sucessão do Companheiro.....................................................................37
4.2 Retrocesso na Legislação Infraconstitucional.................................................47
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................53
6 REFERÊNCIAS..................................................................................................55
INTRODUÇÃO
art. 226, §3º: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável
entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento”.
para o casamento e para a união estável, pois a equiparação feita pela Carta
2002.
Civil de 2002.
capítulo, por seu turno, trata do estudo da legislação anterior ao Código Civil atual
capítulo, este analisa de forma mais aprofundada o Código Civil de 2002 no que
família.
de família, haja vista não poder mais ser considerada como tal unicamente a
percebida quando há laço de afetividade que une pessoas. Para Maria Berenice
1
DIAS, Maria Berenice. Conversando sobre Família, Sucessões e o Novo Código Civil. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2005, p. 67.
13
conviventes.
breve fim, justificando que só pode a relação ser considerada estável se durar
União Estável deve ser duradoura, devendo permanecer tempo suficiente para
caracterizar o intuito familiae, mas não se pode desejar aplicar aqui parâmetro
2
GIORGIS, José Carlos Teixeira. A União Estável e os Pressupostos Subjacentes In Questões
Controvertidas no Novo Código Civil. Coord. Mário Luiz Delgado e Jones Figueiredo Alves.
São Paulo: Método, 2006. v. III, pp. 201-224.
3
DIREITO, Carlos Alberto Menezes. Da União Estável no Novo Código Civil In O Novo Código
Civil: Estudos em Homenagem ao Prof. Miguel Reale. Coord. Domingos Franciulli Netto, Gilmar
Ferreira da Silva e Ives Gandra da Silva Martins Filho. São Paulo: LTr, 2003, pp. 1281-1282.
14
a regra que fixava o prazo de cinco anos para a caracterização da União Estável,
o que afastou a exigência de tempo mínimo como conditio sine qua non para sua
circunstâncias do modo de convivência e pela família que daí resulte, ainda que
não dure muitos anos e mesmo que não haja filhos dessa união.4 Dessa maneira,
clandestinas que duram mais de cinco anos e uniões sinceras que não atingem o
definitivamente não faz sentido, não tendo sido exigido sequer na legislação
anterior, haja vista a modernização das relações no mundo fático, em que se tem
familiar. Assim, como a lei não menciona o dever de coabitação, mas vida em
4
OLIVEIRA, Euclides de. Distinção Jurídica entre União Estável e Concubinato In Questões
Controvertidas no Novo Código Civil. Coord. Mário Luiz Delgado e Jones Figueiredo Alves.
São Paulo: Método, 2006. v. II, pp. 243-245.
15
comum, não necessariamente sob o mesmo teto, não se pode exigir como
de casamento.
emanação do dever de lealdade contido na lei, que é mais amplo. Entretanto, não
se deve exigir para a caracterização da família more uxorio o que a lei não coloca
da união estável, por isso, não se deve falar em dever de fidelidade, mesmo
pela lei.
pode tentar impor apenas parâmetros objetivos para o fim de regular relações
ligação adulterina de pessoa casada, sem estar separada sequer de fato de seu
Lato sensu, concubinato é gênero que abrange duas espécies, quais sejam: o
caso atendidos os outros requisitos exigidos por lei; enquanto esse é adulterino
impedimento matrimonial. 6
“inocente”, ou seja, quando declara não ter conhecimento de que seu par tem
5
OLIVEIRA, Euclides de. Distinção Jurídica entre União Estável e Concubinato In Questões
Controvertidas no Novo Código Civil. Coord. Mário Luiz Delgado e Jones Figueiredo Alves.
São Paulo: Método, 2006. v. II. p. 245.
6
SANTOS, Luiz Felipe Brasil. União Estável, Concubinato e Sociedade de Fato: uma distinção
necessária In Questões Controvertidas no Novo Código Civil. Coord. Mário Luiz Delgado e
Jones Figueiredo Alves. São Paulo: Método, 2006. v. III, p. 232.
17
sua má-fé, não sendo reconhecido o vínculo de União Estável, revelando aqui
postura estatal eminentemente punitiva. Quanto aos efeitos jurídicos, estes estão
causa, pois a situação pode beneficiar o parceiro adúltero, que não irá dividir
que traz conseqüência com caráter punitivo para o companheiro que sabia da
a terminologia adotada pelo novo Código Civil Brasileiro, que traça clara linha
Assim, define o Código Civil, em seu artigo 1723, que a União Estável
7
DIAS, Maria Berenice. Op. Cit. pp. 68-69.
8
DIAS, Maria Berenice. Op. Cit. pp. 100-103.
18
família; enquanto seu artigo 1727, definindo o concubinato, afirma que este se
casar.
2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL: A EQUIPARAÇÃO DA UNIÃO
ESTÁVEL AO CASAMENTO
relações familiares dele (mas não unicamente dele) decorrentes; e que a milenar
o paradigma patriarcal.
20
menos um dos genitores com seus filhos – tendo origem não apenas o
familiar, ou seja, a comunidade formada pela união estável ou por qualquer dos
convivência de fato entre homem e mulher, com intuito familiae, conhecida como
por qualquer dos pais e seus descendentes. Assim, família continua sendo a
equiparação.
afirma que o novo Código realmente procura guindar a união estável ao patamar
do casamento civil (art. 226, §1º), ao menos nos seus dois efeitos patrimoniais,
9
DELGADO, Mário Luiz. Controvérsias na Sucessão do Cônjuge e do Convivente In Questões
Controvertidas no Novo Código Civil. Coord. Mário Luiz Delgado e Jones Figueiredo Alves.
São Paulo: Método, 2006. v. III, pp. pp. 238.
22
essenciais11.
seus efeitos desde então, conforme alguns votos em decisões dos Tribunais
Pátrios, sendo alguns vencidos, e outros julgados nesse sentido, inclusive por
unanimidade12. Até porque, em muitos casos, não se tem a união estável como
instituição-meio, mas sim como fim almejado pelos companheiros, como modo de
10
RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil: Direito de Família. São Paulo: Saraiva, 2004. v. 6, pp. 271-
276.
11
VENOSA, Sílvio de Salvo Venosa. Direito Civil: Direito das Sucessões. São Paulo: Atlas, 2005.
v. 7. p.150.
12
TRJ - AC 1.280/90. TSP – Agl 194.370 – 1/3, Boletim AASP, n. 1.785. TRJ - AC 3.570/88. AC
590.069.368, Porto Alegre, AASP, n. 1.708.
13
DIAS, Maria Berenice. Op. Cit. p.104.
23
institutos15.
Diante do que foi exposto, percebe-se que não deve haver mera
Federal de 1988 ficou por um tempo sem ser regulamentado, gerando muitas
14
GEORGIS, José Carlos Teixeira. Op. Cit. p. 205.
15
RODRIGUES, Sílvio. Op. Cit. p. 275.
16
SANTOS, Simone Orodeschi Ivanov dos. União Estável: Regime Patrimonial e Direito
Intertemporal. São Paulo: Atlas, 2005. pp. 74-79.
24
efeitos civis. O que acontecia é que elas eram totalmente ignoradas, como se
não fizessem parte da realidade das relações que ocorriam no país, com o claro
censitório-restritivo.
Verifica-se que uma lei não revogou a outra, vez que a lei 8.971/94
autoriza dizer que a lei 8.971/94 continua em vigor no que tange ao direito
sucessório.
17
OLIVEIRA, Euclides de. Distinção Jurídica entre União Estável e Concubinato In Questões
Controvertidas no Novo Código Civil. Coord. Mário Luiz Delgado e Jones Figueiredo Alves.
São Paulo: Método, 2006. v. II. pp. 239-242.
27
causa mortis, a exemplo dos artigos 248, IV, 1.177, 1.719, III, bem como sobre o
Mesmo o Novo Código Civil, ainda deixa muito a desejar sobre este
nosso Direito, principalmente pela jurisprudência, que foi, por muito tempo,
enriquecimento sem causa. Com a Súmula 380 do STF, temos a síntese na qual
concubina tem direito de ser indenizada pela morte do amásio, se entre eles não
Súmula 382: “A vida em comum sob o mesmo teto more uxório não é
partes tenha sido financeira, bastando seu suporte doméstico para que a outra
estável18.
18
RODRIGUES, Sílvio. Op. Cit. p. 275.
29
bens (art. 3º), além do que, alterou a ordem de sucessão hereditária ao deixar
esposa fosse (art. 2º, inc. III). Dessa maneira, a lei inseriu o companheiro na
descendentes, comuns ou não (art. 2º, inc. I), ou da metade dos bens do de cujus
se não houvesse descendentes, embora ainda vivos os ascendentes (art. 2º, inc.
referido diploma legal, com relação aos bens deixados pelo autor da herança que
19
VENOSA, Sílvio de Salvo. Op. Cit. pp. 148-150.
30
anos ou prole comum. Para fins de meação, a colaboração não era presumida,
seja, aquele que não convive com o casamento. Desse modo, se o de cujus era
cônjuge sob a égide da legislação anterior à atual não era herdeiro necessário,
cinco anos que foi estabelecido como pressuposto na lei anterior; assim como
anterior, está ele restrito aos enlaces sob o regime da comunhão universal de
leis, haja vista tendo sido a lei de 1994 revogada apenas parcialmente, não
21
DIAS, Maria Berenice. O Direito Sucessório na União Estável. Disponível em
<www.mariaberenice.com.br>
22
VENOSA, Sílvio de Salvo. Op. Cit. p. 153.
4 O DIREITO SUCESSÓRIO NO CÓDIGO CIVIL DE 2002
civil brasileira, fixando diretrizes básicas que irão reger a forma de vida da nossa
pois é ele que dispõe sobre a situação social e a conduta dos seres humanos,
divergências com relação a esse assunto, e verificar até que ponto estão
23
FRANCIULLI NETTO, Domingos et alii. O Novo Código Civil: Estudos em Homenagem ao
Prof. Miguel Reale. Coord. Domingos Franciulli Netto, Gilmar Ferreira da Silva e Ives Gandra da
Silva Martins Filho. São Paulo: LTr, 2003. p. 17.
33
respectivamente.
de bens, que deixou de ser o da comunhão universal de bens para ser, a partir da
24
REALE, Miguel. Cônjuges e Companheiros. Disponível em <www.miguelreale.com.br >.
Acesso em 28 de dezembro de 2006.
34
hora da sucessão, os cônjuges que não eram meeiros pela mera situação de
estarem casados25.
nesse caso – e sozinho – a terceira classe dos sucessíveis. Isso significa dizer
Com essa nova disposição legal, também não poderá ser excluído da
verá a seguir, tal não ocorria com o cônjuge anteriormente ao novo Código Civil,
ficando garantido apenas aquele cônjuge com direito à meação, que não se
ao regime de bens. 28
cônjuge excluir o outro da sucessão, seja por testamento, seja através da escolha
27
VELOSO, Zeno. Do Direito Sucessório dos Companheiros. In: DIAS, Maria Berenice; PEREIRA,
Rodrigo da Cunha. (coord.) Direito de Família e o Novo Código Civil. 3. ed. Belo Horizonte: Del
Rey, 2003, p. 286.
28
DELGADO, Mário Luiz. Op. Cit. p. 231.
29
DELGADO, Mário Luiz. Op. Cit. p. 231.
36
dele, trazendo efeitos para o cônjuge que não goza de direito à meação. Como
nova norma é a proteção ao cônjuge casado em regime de bens que não lhe
30
DIAS, Maria Berenice. Op. Cit. pp 120-124.
31
COSTALUNGA, Karime. O art. 1.829 do Código Civil e a Constituição In Questões
Controvertidas no Novo Código Civil. Coord. Mário Luiz Delgado e Jones Figueiredo Alves.
São Paulo: Método, 2006. v. III. pp. 411-412.
37
Por essa razão, muitas pessoas na atualidade têm preferido optar por
para que não haja prejuízo aos seus filhos quando da sucessão, ou apenas por
Código Civil de 2002 para o cônjuge supérstite, que foi elevado à categoria de
ilimitados. 32
32
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil: Direito das Sucessões. Rio de
Janeiro: Forense, 2004. v. VI. p. 154.
38
estabelecida pelo artigo 1.790, caput, do Código Civil de 2002. É aqui onde
33
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Direito das Sucessões. São Paulo: Saraiva, 2003. v. VII. pp.
118.
39
meação, pelo regime legal da comunhão parcial de bens, salvo contrato escrito
34
OLIVEIRA, Euclides de; HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Distinção Jurídica entre
União Estável e Concubinato In: Questões Controvertidas no Novo Código Civil. Coord. Mário
Luiz Delgado e Jones Figueiredo Alves. São Paulo: Método, 2006. v. III. p. 249.
40
o morto, legitimamente, para receber uma quota equivalente à que foi atribuída a
cada filho, quanto aos bens que o falecido adquiriu onerosamente na vigência da
legitimamente, para receber uma quota equivalente à metade do que foi atribuído
35
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em:
<www.planalto.gov.br > . Acesso em 21 set. 2006.
36
NERY, Rosa Maria Barreto Boriello de Andrade. Aspectos da Sucessão Legítima In: O Novo
Código Civil: Estudos em Homenagem ao Prof. Miguel Reale. Coord. Domingos Franciulli Netto,
Gilmar Ferreira da Silva e Ives Gandra da Silva Martins Filho. São Paulo: LTr, 2003. p. 1381.
37
RODRIGUES, Silvio. Op Cit. p. 118.
41
esclarecendo qual deve ser a melhor alternativa a ser aplicada no caso concreto.
regra legal, para que se possa aplicar a lei com maior certeza em situações
fáticas.
São convergentes nessa opinião, entre outros, Mário Luiz Delgado, Francisco
José Cahali, Guilherme Calmon Nogueira da Gama, Sílvio de Salvo Venosa, Rolf
deveria predominar nesse caso o disposto no artigo II, tem-se Zeno Veloso,
Existe ainda uma outra possibilidade, porém que causará ainda mais
38
DELGADO, Mário Luiz. Op Cit. p. 441.
42
comum e apenas a metade do que coubesse aos demais. Mas esse cálculo traria
meação – ainda pode herdar, o que não acontece com cônjuges casados em
cônjuge.
do falecido.
Veloso:
39
NERY, Rosa Maria Barreto Borriello de Andrade. Op. Cit. p. 1381.
40
OLIVEIRA, Euclides de. Sucessão Legítima à Luz do Novo Código Civil. Disponível em:
<http://www.flaviotartuce.adv.br/secoes/artigosc.asp>. Acesso em 01 de jan. 2007.
41
NERY, Rosa Maria Barreto Borriello de Andrade. Op. Cit. p. 1381.
44
portanto, ficarão para esses e apenas um terço para aquele, ao contrário do que
de vocação hereditária.
42
VELOSO, Zeno. Op. Cit. p. 293.
43
RODRIGUES, Silvio. Op Cit. p. 119.
45
diploma legal, que manda atribuir a herança ao Município apenas quando não
44
houver cônjuge sobrevivente, ou companheiro, nem parente algum sucessível .
A título de exemplo, citamos o caso de Nélson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade
Nery 45.
Maria de Andrade Nery que “não está claro na lei como se dá a sucessão dos
bens adquiridos a título gratuito pelo falecido na hipótese de ele não ter deixado
parentes sucessíveis”, por isso concluindo que a herança deve ser atribuída na
aqui comentado, além dos apelos que se faz no sentido de diminuir a diferença
44
OLIVEIRA, Euclides de. Sucessão Legítima à Luz do Novo Código Civil. Disponível em:
<http://www.flaviotartuce.adv.br/secoes/artigosc.asp>. Acesso em 01 de jan. 2007.
45
NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Novo Código Civil e Legislação
Extravagante Anotados. São Paulo: RT, 2002. p. 600.
46
situação esdrúxula, porém possível no campo dos fatos. Imagine-se se, ao tempo
acertada será
diploma legal.
que continha na lei nº. 9.278/1996, entretanto, existe tal previsão legal em
46
DELGADO, Mário Luiz Delgado. Op. Cit. p. 442.
47
não tendo, portanto, direito à legítima, podendo ser livremente excluído pelo
47
OLIVEIRA, Euclides de; HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Op. Cit. p. 249.
48
DIAS, Maria Berenice. A União Estável. Disponível em: <www.mariaberenice.com.br>. Acesso
em 10 out. 2006.
48
pretérita 49.
49
OLIVEIRA, Euclides de; HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Op. Cit. pp. 249 – 250.
49
Então, o companheiro nada herdará, mesmo que não haja parentes sucessíveis,
legal, que manda atribuir a herança ao Município apenas quando não houver
usufruto parcial a incidir sobre a quarta parte ou a metade dos bens se houvesse
Civil.
50
desse discutível e limitado direito de herança, uma vez que desaparecido o direito
retornaria aos herdeiros, sendo que, na falta desses, herdaria em sua totalidade o
companheiro sobrevivente.
usufruto sobre a herança, o patrimônio sobre o qual incidia o referido direito real
sucessão. Ocorre que, “em casos tais, a lei acabaria frustrando o objetivo de
51
amparar o companheiro sobrevivente, que não somente não faria jus à meação,
50
como ainda não seria chamado a suceder o de cujus” .
conclusão de que ocorreu um salto para trás, devido a essa redução de direitos,
6.960/2002, que não foi adiante por questões puramente regimentais, cuja
50
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Op. Cit. pp. 154-155.
51
DELGADO, Mário Luiz. Op. Cit. p. 443.
52
52
RODRIGUES, Silvio. Op. Cit. p. 119.
53
DIAS, Maria Berenice. A União Estável. Disponível em: <www.mariaberenice.com.br> . Acesso
em 10 out. 2006.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
art. 226, §§ 3º e 4º, considerou a união estável como entidade familiar, como o
descendentes.
para o casamento e para a união estável, pois a equiparação feita pela Carta
estabelecida pelo Código Civil vigente, quais sejam, conforme já analisado com
terá, pelo direito de concorrência, quota igual à dos filhos comuns, entretanto,
legal, que procuramos com esse estudo monográfico elucidar, através da análise
julgamento de grande parte dos processos que tratam do tema, pois devido à
processos.
55
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIREITO, Carlos Alberto Menezes. Da União Estável no Novo Código Civil In: O
Novo Código Civil: Estudos em Homenagem ao Prof. Miguel Reale. Coord.
Domingos Franciulli Netto, Gilmar Ferreira da Silva e Ives Gandra da Silva
Martins Filho. São Paulo: LTr, 2003.
NERY JÚNIOR, Nelson; Rosa Maria de Andrade Nery. Novo Código Civil e
Legislação Extravagante Anotados. São Paulo: RT, 2002.
OLIVEIRA, Euclides de. Distinção Jurídica entre União Estável e Concubinato In:
Questões Controvertidas no Novo Código Civil. Coord. Mário Luiz Delgado e
Jones Figueiredo Alves. São Paulo: Método, 2006. v. II.
REALE, Miguel. O Projeto do Novo Código Civil. São Paulo: Saraiva, 1999.
RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil: Direito das Sucessões. 28a ed. São Paulo:
Saraiva, 2004. v.7.
RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil: Direito de Família. 28a ed. São Paulo:
Saraiva, 2004. v. 6.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Direito das Sucessões. 5a ed. São Paulo:
Atlas, 2005. v. 7.