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Evolução
Em 1960 Miguel Reale foi convidado para elaborar o projeto do novo código civil (2002);
Curso do tempo transcorrido entre a criação da Comissão encarregada da elaboração do
novo Código Civil, aprovação e sanção presidencial do Projeto n. 634/1975 ocupou 26 (vinte
e seis) anos de “progressiva e incessante atualização”;
Divórcio
Propostas para ser introduzido em 1893, 1896, 1899, 1900;
A “Constituição” de 1969 tornou o divórcio matéria constitucional exigindo 2/3 dos votos do
congresso para a sua introdução.
Tentativa de introdução do Divórcio por EC rejeitada no congresso;
Foi introduzido no país através da EC 09/77 (regulado pela lei 6.515/77)
Igualdade dos filhos e cônjuges;
Alargamento das formas legais de constituir família;
Reconhecimento constitucional da união estável;
Filiação socioafetiva;
“trisal”;
Alterações sociais;
Evoluções científicas;
Dignidade e realização da pessoa humana;
“próprio de um Código albergar somente questões que se revistam de certa estabilidade, de certa
perspectiva de duração, sendo incompatível com novidades ainda pendentes de estudos. O projeto deve se
limitar, por conseguinte, àquilo que é da esfera civil, deixando para a legislação especial a disciplina de
assuntos que dela extrapolem” Miguel Reale
É função do Código dar tão só “guarida aos institutos e soluções normativas já dotados de certa
sedimentação e estabilidade, deixando à legislação aditiva a disciplina de questões ainda objeto de fortes
dúvidas e contrastes, em virtude de mutações sociais em curso, ou na dependência de mais claras
colocações doutrinárias, ou ainda quando fossem previsíveis alterações sucessivas para adaptações da lei
à experiência social e econômica.” Miguel Reale
Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 2009 –Lei da Adoção – novas referências familiares (família matrimonial,
a família formada pela união estável e a família monoparental;
Família patriarcal (conveniência, política, foco no patrimônio) X Diversidade familiar cujos vínculos
provêm do afeto
“um afeto especial, representado pelo sentimento de duas pessoas que se afeiçoam pelo convívio diuturno,
em virtude de uma origem comum ou em razão de um destino comum, que conjuga suas vidas tão
intimamente, que as torna cônjuges quanto aos meios e aos fins de sua afeição, até mesmo gerando efeitos
patrimoniais”. Sérgio Resende de Barros
Formação da pessoa humana: educação, afeto e comunicação contígua guardam mais importância
que o elo da hereditariedade;
Afeto especial: relação de estabilidade, coabitação, intenção de constituir um núcleo familiar, de
proteção, solidariedade e interdependência econômica, um projeto de vida em comum;
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres
dos cônjuges.
TIPOS DE FAMÍLIAS
Família matrimonial: É a família fruto do casamento civil, ou, sem outras palavras, decorrente do
matrimônio.
Inicialmente era válvula de escape para o desquitado (vedado casar novamente porque o matrimônio
era um vínculo vitalício e indissolúvel);
Família homoafetiva: É a união estável (ou casamento) formado por pessoas do mesmo sexo.
Família paralela ou simultânea: É a família formada por aquele(s) que já possui(em) outro
relacionamento (através de união estável ou casamento).
Chamado concubinato.
§ 1º do artigo 1.723 do Código Civil: a união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do
artigo 1.521, não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de
fato.
Concubinatos putativos: quando um dos conviventes age na mais absoluta boa-fé, desconhecendo
que seu parceiro é casado e que também coabita com o seu cônjuge;
Família anaparental: É aquela em que duas ou mais pessoas vivem como família afetiva, sem interesse
sexual e sem que haja figura paterna/materna.
Tem direito à impenhorabilidade da sua moradia como bem de família
Família poliafetiva: É a família formada por mais de um homem e/ou mais de uma mulher.
Direitos fundamentais – “direitos declarados em uma comunidade política organizada, para satisfação
das necessidades ligadas ao reconhecimento dos princípios da liberdade, igualdade e dignidade
humana”;
Princípio da dignidade humana: liberdade para o planejamento familiar, solidariedade, igualdade entre
cônjuges, proteção da pessoa dos filhos, proteção dos idosos;
CF/88. Art. 226, § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável,
o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais
ou privadas.
CF/88. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.
CF/88. Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando
sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
Proteção à união estável; igualdade dos filhos; facilitação e não limitação do divórcio;
− Ex: Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006); Regime de bens obrigatório para idosos com
idade >= 70 anos *(súmula 377 STF)
Art. 230 do Código Civil de 1916: proibia a alteração incidental do regime de bens conjugal;
Art. 1.639, § 2 do Código Civil de 2002: admite a mudança do regime de bens, mediante autorização
judicial;
Parto anônimo;
Princípio da liberdade
Princípio da solidariedade familiar: Entre cônjuges: dever de mútua assistência (art. 1566, inciso III do
Código Civil de 2002);
Conselho Nacional de Justiça -> vedou a realização de escrituras públicas de uniões poliafetivas:
“à sociedade brasileira tem a monogamia como elemento estrutural e os tribunais repelem relacionamentos
que apresentam paralelismo afetivo”.
Princípio da afetividade:
Princípio da proteção do jovem: Jovem como sujeito de direitos e destinatário da proteção integral;
CASAMENTO
Art. 1.511 do Código Civil: “O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de
direitos e deveres dos cônjuges.”
− Natureza jurídica?
− Contratual? Autonomia privada
− Institucional? Direitos e deveres estabelecidos pelo Estado.
Art. 1.514 do Código Civil: O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam,
perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
Em caso de recusa do cartorário deve ser comunicado o juiz corregedor para tomar as providências
cabíveis.
Características:
16 anos à art. 1.517 do Código Civil: “O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-
se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a
maioridade civil.”
Em caso de divergência entre os genitores pode ser decidido judicialmente à exercício do poder
familiar, art. 1.631, parágrafo único do Código Civil;
Em caso de denegação considerada injusta é possível obtenção de alvará judicial para celebração de
casamento de menor de idade com idade núbil;
A autorização dos genitores ou tutores para celebração do casamento pode ser revogada até a data
da celebração do casamento;
Menor de 18 anos com idade núbil que se casa torna-se civilmente capaz à Emancipação à art. 5º, inc.
II do Código Civil
Caso um dos genitores seja ausente, não há necessidade de suprimento judicial (TJRS, Apelação Cível n°
595073925, 3ª C. Civ., Rel. Des. Flávio Pâncaro da Silva, j. 29/06/95; TJSP, Agravo n° 244.590, Rel. Des.
Pacheco de Mattos, j. 09/09/75 - em RT 482/110)
Até 2019, menor de 16 anos poderia casar para evitar a imposição ou cumprimento de pena criminal
ou em caso de gravidez;
A partir da Lei n. 13.811/2019 à vedou qualquer hipótese de casamento de pessoa que não atingiu a
idade núbil;
APELAÇÃO CÍVEL. ALVARÁ JUDICIAL. SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO AO MATRIMÔNIO.
MENOR IMPÚBERE (13 ANOS) REPRESENTADA PELOS GENITORES. 16 ANOS COMPLETADOS NO
CURSO DO PROCEDIMENTO. INTELIGÊNCIA DO ART. 1.517 DO CÓDIGO CIVIL. PERDA DE OBJETO.
SUPERVENIENTE FALTA DE INTERESSE DE AGIR. CARÊNCIA DE AÇÃO. EXTINÇÃO DO FEITO, DE
OFÍCIO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. EXEGESE DO ART. 485, VI, DO CPC/15. Nos termos do art.
1.517 do Código Civil, o homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, desde que autorizados por
ambos os pais, ou seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. Excepcionalmente,
contudo, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (desde que autorizado
judicialmente), para evitar a imposição ou cumprimento de pena criminal em caso de gravidez (inteligência
do art. 1.520 do Código Civil). Ou seja, somente necessitam de autorização judicial para contração de
núpcias, os menores de 16 (dezesseis) anos. In casu, tendo a Interessada completado 16 (dezesseis) anos
no curso do procedimento, manifesta é a perda de objeto diante da superveniente falta de interesse de agir,
razão pela qual, nessa hipótese, deve ser, de ofício, declarada a carência de ação e, por conseguinte, extinto
o feito, sem resolução do mérito, com fulcro no art. 485, VI, do novo Código de Processo Civil. (TJSC,
Apelação Cível n. 0300271-42.2014.8.24.0020, de Criciúma, rel. Joel Figueira Júnior, Quarta Câmara de
Direito Civil, j. 29-06-2017).
Incapacidade é a vedação que impede determinada pessoa de casar com qualquer outra;
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil,
observado o disposto no art. 1.517 deste Código (incapacidade)
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge
sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio
contra o seu consorte.
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL POST MORTEM. AGRAVO
RETIDO. LEGITIMIDADE PASSIVA. HERDEIROS. IMPEDIMENTO PARA O CASAMENTO.
EXCEPCIONALIDADE. REQUISITOS PARA O RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL.
1.Na ação de reconhecimento e dissolução de união estável "post mortem" os herdeiros tem legitimidade
passiva para responder a demanda.
2.A proibição constante no art.1.521/IV do Código Civil, de casamento entre parentes colaterais até o terceiro
grau, deve ser interpretada em consonância com o Decreto-Lei nº3.200/41, que permite ao juiz autorizar,
em caráter excepcional, o casamento entre tios e sobrinhos desde que assegurada a saúde da prole.
3. Deve ser reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. Ausente
a publicidade no início da relação do casal, mantida em total sigilo, deve-se reconhecer a união estável a
partir do momento em que assumida publicamente no meio social dos companheiros.
4. Agravo retido desprovido. Apelação da autora e recurso adesivo dos réus desprovidos. (Acórdão 716252,
20080110373960APC, Relator: ANTONINHO LOPES, , Revisor: CRUZ MACEDO, 4ª Turma Cível, data de
julgamento: 10/4/2013, publicado no DJE: 2/10/2013. Pág.: 161)
Causa suspensiva não impede o casamento, desde que, no entanto, seja observada alguma
formalidade anterior;
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer
pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento,
será obrigado a declará-lo.
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e
der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois
do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo,
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do
inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em
linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam
também consanguíneos ou afins.
Impedimento -> nulidade total;
União estável – basta comprovação da situação fática; x Casamento - celebrado somente depois de
vencido o procedimento de habilitação encaminhado através do oficial do Registro Civil pelos nubentes;
− Finalidade da habilitação: evitar que um casamento ocorra diante de algum dos impedimentos
matrimoniais ou de alguma das causas suspensivas;
É o processo pelo qual os noivos são submetidos à uma verdadeira consulta pública, feita pelo edital
de proclamas, para verificar a existência de incapacidade, impedimento ou causa suspensiva para o
casamento.
1.525 CC
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio
punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não
existir impedimento que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem
conhecidos;
Fase 1 - subscrição de requerimento firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou por
procurador, com a apresentação da documentação
A habilitação para o casamento seja feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a
audiência do Ministério Público, dispensada a homologação judicial, salvo haja impugnação do oficial,
do Ministério Público ou de terceiros (CC, art. 1.526, parágrafo único).
Documentos:
Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
− Se registrado por apenas um genitor (ex: somente a mãe, necessária autorização somente
pela mãe);
− Pais precisarão justificar a recusa;
− Possibilidade de nomeação de curador especial por suprimento judicial;
− Transcrição integral na escritura antenupcial do instrumento de autorização para casar;
Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não
existir impedimento que os iniba de casar;
Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem
conhecidos;
− Falsidade das informações poderá gerar a invalidade do casamento e ação penal por crime
contra a fé pública;
b) requerimento de habilitação para o casamento somente pode ser feito perante a serventia que tem
sede no local de residência de, pelo menos, um dos noivos (competência da unidade celebrante);
Documentação ok -> o oficial extrairá o edital, a ser afixado durante quinze dias nas circunscrições do
Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, publicado na imprensa local, se houver.
Se cada noivo reside em cidade diferente, também será divulgado em jornal local de cada cidade, se
houver,
Dispensa de proclamas:
− Situação urgente;
− Pedido de dispensa em petição endereçada ao juiz, indicando as razões da urgência;
− Ex: mudança de cidade em razão do trabalho, moléstia grave de um dos nubentes ou de
iminente risco de vida;
Celebração do casamento
Após emissão do certificado de habilitação (CC, art. 1.531): ocorrerá a celebração em dia, hora e lugar
previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato (CC, art. 1.533).
Celebração das núpcias: conjunto de formalidades e solenidades previstas em lei, e que se não
observadas acarretam a nulidade do casamento;
Finalidade: extrair dos nubentes o seu inequívoco consentimento à celebração da união conjugal;
Presença:
− Pessoal dos nubentes (exceção feita ao casamento através de procurador especial [CC, art.
1.535])
− Das testemunhas do ato (duas, se a solenidade for realizada na sede do cartório [CC, art.
1.534], ou quatro testemunhas, se realizado em edifício particular se um dos contraentes não
souber ou não puder escrever [CC, art. 1.534, § 2º])
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes
pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a
autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1 o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as
testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem
casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a
vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome
da lei, vos declaro casados."
Consentimento:
É indispensável para a validade do casamento a solene afirmação da sua vontade (CC, art. 1.538, inc.
I);
Possibilidade de o casamento ser realizado no local onde se encontra o contraente doente (internado
ou em sua residência), em qualquer horário do dia ou da noite, desde que demonstrada a urgência do
casamento;
Necessário duas testemunhas que saibam ler e escrever, para assinarem o termo do casamento;
Não podendo se fazer presente a autoridade competente ou estando impedida para presidir a
cerimônia, comparecerá qualquer dos seus substitutos (CC, art. 1.539, § 1º).
Matrimônio nuncupativo (in articulo mortis) – Art. 1.540 do Código Civil - é forma especial de celebração
de casamento de quem esteja em iminente risco de morte e não consiga obter a presença da
autoridade celebrante, e nem a de seu substituto, pois sequer existe tempo para o formalismo previsto
em lei.
Procedimento:
Algum dos contraentes em iminente risco de vida e sem a presença de autoridade à qual incumba
presidir o ato
O casamento será celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham
parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
As testemunhas comparecem perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo
que lhes tome pôr termo a declaração de:
III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido
e mulher.
Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, o Juiz valida o casamento, com recurso
voluntário às partes.
Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos interpostos, o
juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos, com o assento retroagindo os efeitos do
casamento à data da celebração.
O casamento pode ser celebrado mediante procuração por instrumento público, com poderes especiais
(CC, art. 1.542);
O prazo de validade da procuração não poderá ultrapassar a noventa dias, contados da outorga dos
poderes (CC, art. 1.542, § 3º);
Casamento Putativo:
Casamento putativo é aquele em que um, ou ambos, os nubentes, com boa-fé, acham que se casaram
legalmente mas na verdade isso não ocorreu pela ocorrência de alguma nulidade ou anulabilidade.
Casamento consular:
Um brasileiro e um estrangeiro: Será realizado perante a autoridade do país e terá sua validação feita
perante o Consulado.
O casamento de brasileiro celebrado no exterior perante os cônsules brasileiros (CC, art. 1.544) está
sujeito a ingresso obrigatório no Registro Civil brasileiro, no prazo de 180 dias, contado da volta de um,
ou de ambos os consortes ao Brasil.
Provas do casamento:
Perda ou falta do registro civil: por qualquer outra forma (CC, art. 1.543, parágrafo único);
Realizada a prova judicial da posse do estado de casados, a sentença será registrada no livro do
Registro Civil (art. 1.546), produzindo efeitos civis tanto em relação aos cônjuges, desde a data do
casamento, como no tocante aos filhos.
In dubio pro matrimonio: Havendo dúvida quanto à efetiva existência do casamento, se os cônjuges
viveram ou tiverem vivido na posse do estado de casados, o julgador deverá inclinar-se pela existência
do matrimônio (CC, art. 1.547).
Da invalidade do casamento
Casamento nulo
Casamento nulo é aquele que não gera qualquer efeito, não prescreve, ofende interesse público;
A ação de nulidade pode ser proposta em qualquer tempo, por infringência de impedimento (CC, art.
1.548), por qualquer interessado ou pelo Ministério Público (CC, art. 1.549).
Anulável:
Impedimentos dirimentes;
Estão sujeitos à decadência e podem convalescer pelo silêncio dos interessados, pois ferem apenas
o interesse de pessoas que o legislador quer proteger;
O matrimônio só poderá ser anulado se a ação de anulação for proposta em 180 (cento e oitenta) dias,
por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros
necessários (CC, art. 1.555);
O prazo será contado para o incapaz do dia em que cessou a sua incapacidade, por haver atingido a
maioridade civil aos 18 anos, ou se antes disto foi emancipado.
A contagem do prazo para os seus representantes legais (pais, tutor ou curador) conta a partir da
celebração das núpcias.
Erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge (CC, arts. 1.556 e 1.557) e da coação (CC, art.
1.558).
O erro é uma falsa representação da realidade e faz com que uma pessoa acabe por manifestar uma
vontade diferente daquela a ser realmente externada se tivesse conhecimento exato da situação.
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento
ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II –a ignorância de crime anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III –a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de
moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge
ou de sua descendência;
Erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge (CC, arts. 1.556 e 1.557) e da coação (CC, art. 1.558).
coito)
III.III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize
deficiência
Irremediável;
Tratar de alguma anormalidade orgânica ou funcional que prejudique a prática da relação sexual no
casamento;
antes do casamento;
substancial.
A anulação do casamento cabe somente ao mandante, pois o outro celebrante pode manifestar sua
vontade na própria cerimônia nupcial, consentido ou desistindo das núpcias;
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração,
é de:
§ 1 o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis
anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus
representantes legais ou ascendentes.
§ 2 o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias,
a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento,
em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1 o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos
filhos aproveitarão.
§ 2 o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos
aproveitarão.
CASAMENTO INEXISTENTE
E se a pessoa não der o seu consentimento como invalidar o casamento se a negação não é prevista
nas disposições dos artigos 1.548 e 1.550, do Código Civil?
1. Falta de consentimento
Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:
os deveres próprios do casamento e a comunicação dos bens terminam a contar da data do despacho
que concedeu a separação judicial de corpos.
I - fidelidade recíproca;
Relações de parentesco
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação
de ascendentes e descendentes.
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas
provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na
colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e
descendo até encontrar o outro parente.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do
cônjuge ou companheiro.
Definições:
Colateral – Decorrem do mesmo tronco, sem liame de descendência e ascendência. Vai até o quarto
grau (no código anterior ia até o sexto grau)
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. UNIÃO HOMOAFETIVA. REPRODUÇÃO
ASSISTIDA. DUPLA PATERNIDADE OU ADOÇÃO UNILATERAL. DESLIGAMENTO DOS
VÍNCULOS COM DOADOR DO MATERIAL FECUNDANTE. CONCEITO LEGAL DE
PARENTESCO E FILIAÇÃO. PRECEDENTE DA SUPREMA CORTE ADMITINDO A
MULTIPARENTALIDADE. EXTRAJUDICICIALIZAÇÃO DA EFETIVIDADE DO DIREITO
DECLARADO PELO PRECEDENTE VINCULANTE DO STF ATENDIDO PELO CNJ. MELHOR
INTERESSE DA CRIANÇA. POSSIBILIDADE DE REGISTRO SIMULTÂNEO DO PAI
BIOLÓGICO E DO PAI SOCIOAFETIVO NO ASSENTO DE NASCIMENTO. CONCREÇÃO DO
PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA. 1. Pretensão de inclusão de dupla
paternidade em assento de nascimento de criança concebida mediante as técnicas de reprodução
assistida sem a destituição de poder familiar reconhecido em favor do pai biológico. 2. "A adoção
e a reprodução assistida heteróloga atribuem a condição de filho ao adotado e à criança resultante
de técnica conceptiva heteróloga; porém, enquanto na adoção haverá o desligamento dos vínculos
entre o adotado e seus parentes consanguíneos, na reprodução assistida heteróloga sequer será
estabelecido o vínculo de parentesco entre a criança e o doador do material fecundante."
(Enunciado n. 111 da Primeira Jornada de Direito Civil). 3. A doadora do material genético, no
caso, não estabeleceu qualquer vínculo com a criança, tendo expressamente renunciado ao poder
familiar. 4. Inocorrência de hipótese de adoção, pois não se pretende o desligamento do vínculo
com o pai biológico, que reconheceu a paternidade no registro civil de nascimento da criança. 5.
A reprodução assistida e a paternidade socioafetiva constituem nova base fática para incidência
do preceito "ou outra origem" do art. 1.593 do Código Civil. 6. Os conceitos legais de parentesco
e filiação exigem uma nova interpretação, atualizada à nova dinâmica social, para atendimento do
princípio fundamental de preservação do melhor interesse da criança. 7. O Supremo Tribunal
Federal, no julgamento RE 898.060/SC, enfrentou, em sede de repercussão geral, os efeitos da
paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro, permitindo implicitamente o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseada na origem biológica. 8. O Conselho
Nacional de Justiça, mediante o Provimento n. 63, de novembro de 2017, alinhado ao precedente
vinculante da Suprema Corte, estabeleceu previsões normativas que tornariam desnecessário o
presente litígio. 9. Reconhecimento expresso pelo acórdão recorrido de que o melhor interesse da
criança foi assegurado. 10. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. (REsp 1608005/SC, Rel.
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRATURMA, julgado em 14/05/2019, DJe
21/05/2019)
UNIÃO ESTÁVEL
Art. 226, § 3º: “para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a
mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.
*(Súmula n. 380 do STF: comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível
a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum)
LEI N. 8.971/1994 - tempo mínimo de cinco anos de convivência para a efetiva configuração da união
estável, quando ausente prole;
LEI N. 9.278/1996 reconheceu a existência da união estável, no caso de haver precedente separação
de fato de convivente casado e excluiu o tempo mínimo de cinco anos de convivência;
“A relação afetivo-amorosa entre duas pessoas, não adulterina e não incestuosa, com estabilidade e
durabilidade, vivendo sob o mesmo teto ou não, constituindo família sem vínculo do casamento civil”
Rodrigo da Cunha Pereira
Diversidade de sexos:
- Superado com o julgamento da ADPF n. 132/ RJ e da ADI n. 4.277/DF que confere ao artigo 1.723
do Código Civil interpretação conforme a Constituição Federal, para excluir daquele dispositivo todo
significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do
mesmo sexo como entidade familiar.
Coabitação:
- Requisito implícito;
-Tempo é irrelevante;
Convivência pública:
- coabitação;
- relação conhecida no meio social dos conviventes, perante seus vizinhos, amigos, parentes e colegas
de trabalho;
Continuidade:
-Estabilidade;
-Seriedade;
- Rotina familiar;
Inexistência de impedimento matrimonial
Art. 1.723. § 1,o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521;
não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato
ou judicialmente
Contrato de convivência/Finalidade:
Conversão em casamento:
- Na conversão da união estável em casamento os efeitos se operam ex tunc, são retroativos à data
do início da união estável;
- O regime de bens eventualmente eleito pelos nubentes em pacto antenupcial também tem efeito
retroativo ao início da união estável;
- Por processo judicial de conversão da união estável em casamento (crítica - desatende ao preceito
constitucional do artigo 226, § 3º, da CF/88 - procedimento judicial não é facilitador)
N2
“O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de
um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos”.
Art. 226, § 6.º, da CF/1988 – redação atual: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”.
O casamento pode ser dissolvido pelo divórcio, sem qualquer requisito prévio, por exclusivo ato de
vontade dos cônjuges.
Corrente doutrinária minoritária: entendimento de que a Emenda à Constituição n.º 66/2010 apenas
suprimiu os prazos para realização do divórcio, possibilitando a realização direta.
“A dissolução da sociedade conjugal pela separação não se confunde com a dissolução definitiva
do casamento pelo divórcio, pois versam acerca de institutos autônomos e distintos. A Emenda à
Constituição n.º 66/2010 apenas excluiu os requisitos temporais para facilitar o divórcio. O
constituinte derivado reformador não revogou, expressa ou tacitamente, a legislação ordinária que
cuida da separação judicial, que remanesce incólume no ordenamento pátrio, conforme previsto
pelo Código de Processo Civil de 2015 (arts. 693, 731, 732 e 733 da Lei n.º 13.105/2015). A opção
pela separação faculta às partes uma futura reconciliação e permite discussões subjacentes e
laterais ao rompimento da relação. A possibilidade de eventual arrependimento durante o período
de separação preserva, indubitavelmente, a autonomia da vontade das partes, princípio basilar do
direito privado. O atual sistema brasileiro se amolda ao sistema dualista opcional que não
condiciona o divórcio à prévia separação judicial ou de fato” (STJ, REsp 1.431.370/ SP, 3.ª Turma,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 15.08.2017, DJe 22.08.2017).
O é objeto de análise pelo Supremo Tribunal Federal que, nos autos do Recurso Extraordinário
1.167.478/ RJ.
Será analisado pelo STF se o instituto da separação judicial permanece ou não no ordenamento
jurídico brasileiro. (Pauta de 15.06.2022)
Extinção sem julgamento de mérito, por falta de objeto jurídico viável, quando pendente de julgamento
em primeiro grau;
IV - pelo divórcio.
§ 2 o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o
nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
➢ Não há mais necessidade de cumprir com os deveres do casamento, porém, não é permitido
constituir novo casamento;
Divórcio: fim definitivo da sociedade e vínculo conjugal. É permitido constituir novo casamento.
➢ Resolução Nº 35 de 24/04/2007;
➢ Qualquer tabelião de notas;
➢ Suspensão por 30 dias, ou desistência pela via judicial para realização pela via
extrajudicial;
➢ não dependem de homologação judicial;
➢ São títulos hábeis para o registro civil e o registro imobiliário;
➢ Necessária a presença de advogado;
➢ Não existência de filhos menores de idade ou de nascituro;
➢ Necessário haver consenso
Documentos necessários:
➢ certidão de casamento;
➢ documento de identidade oficial e CPF;
➢ pacto antenupcial, se houver;
➢ certidão de nascimento ou outro documento de identidade oficial dos filhos absolutamente
capazes, se houver;
➢ certidão de propriedade de bens imóveis e direitos a eles relativos; e
➢ documentos necessários à comprovação da titularidade dos bens móveis e direitos, se houver.
Declaração ao tabelião, no ato da lavratura da escritura, que não têm filhos comuns ou, havendo, que
são absolutamente capazes, indicando seus nomes e as datas de nascimento;
➢ Declaração ao tabelião de que não se encontra em estado gravídico, ou ao menos, que não
tenha conhecimento sobre esta condição;
➢ Declaração das partes de que estão cientes das consequências do divórcio, firmes no
propósito de pôr fim à sociedade conjugal e ao vínculo matrimonial;
➢ Alteração de nome;
O tabelião poderá se negar a lavrar a escritura de divórcio se houver fundados indícios de prejuízo a
um dos cônjuges ou em caso de dúvidas sobre a declaração de vontade, fundamentando a recusa por
escrito.
1) Considerar válido o segundo casamento e dissolvido o primeiro, ressaltando a boa-fé dos nubentes;
2) Declarar nulo o segundo casamento, eis que não podem casar as pessoas casadas, nos termos do
art. 1.521, VI, do CC.
Patronímico de casado no divórcio:
Facultativo ao cônjuge que adotou o sobrenome permanecer com o nome de casado ou retornar ao
nome de solteiro (a);
Partilha de bens: Após a Emenda Constitucional n.º 66.2010 o divórcio pode ser decretado
anteriormente a partilha de bens;
REGIMES PATRIMONIAIS
Variedade de regimes;
Permite escolher dentre quatro regimes primários de bens em vigor no Brasil (comunhão parcial de
bens, comunhão universal; separação total de bens e participação final nos aquestos);
Permite mesclar os regimes desde que suas cláusulas não contravenham disposição absoluta de lei
(CC, art. 1.655);
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Liberdade convencional
Liberdade de escolha exercida na união estável através de um contrato particular ou uma escritura
pública de convivência (CC, art. 1.725);
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Liberdade limitada na separação obrigatória de bens (ex: 1.641, CC - para aqueles que se casarem
sem a observância das causas suspensivas, para os maiores de setenta anos e para todos aqueles
que dependerem de suprimento judicial para se casar);
Mutabilidade controlada
Deve ser apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados direitos de terceiros (CC, art.
1.639, § 2º);
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus
bens, o que lhes aprouver.
§ 1 o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
Possibilidade nas hipóteses dos incisos I e III do artigo 1.641 do Código Civil;
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010)
Regimes patrimoniais
Possibilidade de reforçar através do pacto antenupcial o regime da separação de bens para evitar a
aplicação da Súmula 377;
Súmula n. 377 do STF: No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na
constância do casamento
Nas hipóteses dos incisos I e III do artigo 1.641 do Código Civil, vencidos os obstáculos legais que
obrigaram o estabelecimento da separação de bens, é facultado aos cônjuges alterar o regime
obrigatório de separação de bens, nos termos do § 2º do artigo 1.639 do Código Civil;
Livres
Nos regimes livres, eventual silêncio dos cônjuges e conviventes implica a adoção do regime da
comunhão parcial (CC, art. 1.640)
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens
entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes
que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial,
fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.
Até o advento da Lei do Divórcio, em 26 de dezembro de 1977, a comunhão universal de bens era o
regime legal do matrimônio na ausência de pacto antenupcial;
Convencionais;
Expressão da liberdade de escolha do regime de bens, podendo inclusive misturar os diferentes tipos
de regimes, desde que não restrinjam direitos e tampouco dissimulem qualquer forma de fraude à lei
ou aos direitos de terceiros (CC, art. 1.655).
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Pacto Antenupcial
A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu
representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens;
Efeito perante terceiros – após registro, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do
domicílio dos cônjuges;
Alteração De Regime
Art. 1639. § 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em
pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e
ressalvados os direitos de terceiros.
Publicação de editais que imprimam a devida publicidade à mudança incidental do regime de bens
(objetivo de resguardar direitos de terceiros);
A juntada pelos cônjuges, de certidões negativas de dívidas fiscais, municipais, estaduais, federais e
de qualquer outra natureza;
Certidão da Junta Comercial para comprovar que não pertencem às sociedades empresárias;
Separação de Bens
Divergência jurisprudencial
O patrimônio – ativo e passivo – é mantido sob a titularidade daquele que constar do título;
Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do
casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou
reverterem em proveito comum;
Cada cônjuge possui patrimônio próprio, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal,
direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele
adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aquestos,
excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens
móveis.
Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aquestos, computar-se-á o valor das doações feitas
por um dos cônjuges, sem a necessária autorização do outro; nesse caso, o bem poderá ser
reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável,
por valor equivalente ao da época da dissolução.
Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meação, se não
houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar.
Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos cônjuges, somente
este responderá, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do outro.
Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio, o valor
do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro cônjuge.
Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, terá cada um dos cônjuges uma
quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo estabelecido.
Art. 1.680. As coisas móveis, em face de terceiros, presumem-se do domínio do cônjuge devedor,
salvo se o bem for de uso pessoal do outro.
Art. 1.681. Os bens imóveis são de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro.
Art. 1.682. O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime
matrimonial.
Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por divórcio, verificar-se-á
o montante dos aquestos à data em que cessou a convivência.
Art. 1.684. Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-
se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não-proprietário.
Parágrafo único. Não se podendo realizar a reposição em dinheiro, serão avaliados e, mediante
autorização judicial, alienados tantos bens quantos bastarem.
Art. 1.685. Na dissolução da sociedade conjugal por morte, verificar-se-á a meação do cônjuge
sobrevivente de conformidade com os artigos antecedentes, deferindo-se a herança aos herdeiros
na forma estabelecida neste Código.
Art. 1.686. As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigam ao
outro, ou a seus herdeiros.
A PROTEÇÃO DA PESSOA DOS FILHOS
O divórcio provoca o término da sociedade conjugal e dissolve o casamento válido, portanto, não
modifica os deveres dos pais em relação aos filhos (CC, art. 1.579);
Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos também não poderá gerar restrições aos direitos
e deveres dos filhos (CC, art. 1.579, parágrafo único).
Art. 1.579. O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos.
Parágrafo único. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos, não poderá importar
restrições aos direitos e deveres previstos neste artigo.
Constituição Federal;
Código Civil;
Lei n. 13.058/2014: Altera os arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 do Código Civil, para estabelecer o
significado da expressão “guarda compartilhada” e dispor sobre sua aplicação.
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei nº 11.698, de
2008).
§ 2 o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma
equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses
dos filhos. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que
melhor atender aos interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 11.698,
de 2008).
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de
separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; (Incluído pela Lei
nº 11.698, de 2008).
§ 2 o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo
se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. (Redação dada
pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 5 o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá
a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de
preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada pela
Lei nº 13.058, de 2014)
Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de separação de corpos, em sede de medida cautelar de
guarda ou em outra sede de fixação liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos, mesmo
que provisória, será proferida preferencialmente após a oitiva de ambas as partes perante o juiz,
salvo se a proteção aos interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da outra
parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício
do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (Redação dada pela Lei
nº 13.058, de 2014)
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; (Redação dada pela Lei nº 13.058,
de 2014)
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil,
e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
(Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
(Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
Guarda
Guardiões sem poder familiar: na tutela e com as famílias reconstituídas (padrasto/madrasta – guarda
indireta);
Art. 1.630 do C.C de 2002: Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
O poder familiar pode ser entendido como o conjunto de direitos e deveres reconhecidos aos pais, em
razão e nos limites da autoridade parental.
Companhia deve ser interpretada restritivamente por permanência física em um mesmo local?
Art. 4º, ECA. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Art. 1.634, CC. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno
exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
Norberto Novellino define a guarda “como uma faculdade outorgada pela lei aos progenitores de
manter seus filhos perto de si, através do direito de fixar o lugar de residência da prole e com ela
coabitar, tendo os descendentes menores sob seus cuidados diretos e debaixo de sua autoridade
parental.
Permanece intacta a autoridade parental e a guarda jurídica do artigo 1.589 do Código Civil.
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em
sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como
fiscalizar sua manutenção e educação.
Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados
os interesses da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.398, de 2011)
Permanece intacto o direito/dever do pai ou mãe que não detém a guarda de convivência com os filhos,
além de fiscalizar sua manutenção e educação.
Pode ser deferida, liminar ou incidentalmente, nas ações de guarda, nos procedimentos de tutela e
adoção, exceto no de adoção por estrangeiros;
Confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito;
Com a guarda, portanto, os pais detém o direito de ter consigo seus filhos, além dos deveres de cuidá-
los, vigiá-los, dirigir a formação, encaminhando-os para a futura vida adulta e social; e, em
contrapartida, os filhos detém a obrigação de viver em casa com seus progenitores.
Estipulada por consenso entre os pais ou pelo juízo competente a julgar ação de regulamentação de
guarda.
Modalidades:
➢ Guarda unilateral;
➢ Guarda compartilhada;
➢ Guarda compartilhada com residência alternada;
➢ Guarda alternada.
Evolução histórica:
Aprovada pela Lei n. 11.698, de 13 de junho de 2008, o artigo 1.583 do Código Civil passou a adotar
a versão da guarda conjunta dos filhos comuns, ou seja, a preferência passou a ser pela guarda
compartilhada.
mesmo não mais morando sob o mesmo teto, dividem a responsabilidade e o exercício de direitos e
deveres concernentes ao poder familiar dos filhos comuns;
Inicialmente condicionada à convivência harmoniosa dos genitores;
Relacionada à divisão equilibrada entre os pais dos períodos de convivência com seus filhos comuns;
Para definir esse tempo de convivência pode o juiz para subsidiar seu livre convencimento e tomar a
decisão valer-se de uma orientação técnico-profissional ou de equipe disciplinar;
Documento criado para estabelecer as obrigações de cada progenitor quando tiver de tomar decisões
sobre a educação, saúde, bem-estar físico, social e emocional dos filhos.
O plano tem de incluir uma descrição de quem e como realizará as atividades inerentes à sua
responsabilidade parental e, em todos os seus aspectos, não se restringindo à aleatória divisão
equilibrada do tempo dos filhos.
Deve ser acompanhado de um horário-calendário com os métodos e as tecnologias que os pais usarão
para se comunicarem com os seus filhos, implicando, ainda, a existência de diálogo e cooperação
entre os pais.
Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados
os interesses da criança ou do adolescente.
Direito irrenunciável – direito dos filhos, que carecem da presença e do convívio de seus pais;
Direito líquido e certo e enseja mandado de segurança*, a fim de assegurar o seu exercício;
Pode não ser recomendável o seu exercício durante determinado período, porém não pode ser
excluído sem a perda do poder familiar e autoridade parental;
Decorre do direito de convivência familiar que deve ser garantido com prioridade à criança e ao
adolescente conforme disposto na Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente
e no Código Civil.
É direito da criança e do adolescente e dever dos pais. Não deve ser interpretado apenas como um
direito do genitor que não detém a guarda.
Objetiva fortalecer os laços afetivos, preservar a integridade psíquica da criança, a educação e criação.
Condicionar as visitas ao pagamento dos alimentos apenas causaria uma dupla punição aos filhos;
A regulamentação das visitas ao ser fixada deve atender ao melhor interesse da criança e do
adolescente;
Deve atender de modo equilibrado a divisão de tempo de convívio familiar entre os pais e/ou familiares;
Problema de efetividade: não há meios seguros para coagir o genitor ausente e garantir
A mediação exerce papel fundamental para mostrar a quem pratica o abandono a relevância do seu
papel na vida do filho;
A convivência é obrigação de fazer, uma vez que é através dela que se concretizam os deveres
decorrentes da autoridade parental (ex: educação e a criação).
➢ Alternativa coercitiva viável? imposição de multa prevista nos arts. 497 e ss. do CPC?
Art. 497, CPC. Na ação que tenha por objeto a prestação defazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem
a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração
ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de
dano ou da existência de culpa ou dolo.
Se aplicável multa com fundamento no art. 497, CPC, além das astreintes pode gerar indenização por
perdas e danos!
AGRAVO INTERNO (ART. 1.021, CPC/2015) EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DA
AGRAVADA. TENCIONADA REFORMA DA DECISÃO QUE RECEBEU O AGRAVO DE
INSTRUMENTO COM EFEITO SUSPENSIVO, SUSTANDO A ASTREINTE FIXADA EM
PRIMEIRO GRAU. COMINAÇÃO DE MULTA PARA GARANTIR A REALIZAÇÃO DAS VISITAS
PELO GENITOR. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO DE VISITAÇÃO DO PAI À CRIANÇA QUE NÃO
PODE SER, A PRIORI, IMPOSTO POR MEIO DE SANÇÃO. INTERLOCUTÓRIA MANTIDA POR
FUNDAMENTO DIVERSO. "A imposição de multa em caso de descumprimento do dever de
visita não constitui a forma mais adequada de garantir o direito do filho ao convívio com o
pai, eis que o relacionamento entre ambos deve se desenvolver a partir da livre e
espontânea vontade das partes." (TJRS. AI n. 70016868333, rel. Des. Claudir Fidelis Faccenda,
j. em 01.11.2006). RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Agravo n. 4015649-
35.2016.8.24.0000, da Capital, rel. Gerson Cherem II, Câmara Civil Especial, j. 27-07-2017).
Crítica:
Qualquer fato novo que repercuta no melhor interesse do filho faz com que a convivência possa ser
reduzida ou ampliada;
Novo casamento (ou nova união estável) de um dos genitores, modificará a convivência então
estabelecida somente nos casos em que a criança ou o adolescente não receber.
A fixação de regime de visitas não se restringe aos pais, podendo se estender, também, a outros
familiares, tais como tios, padrastos, madrastas, irmãos unilaterais, dentre outros.
Art. 25, ECA. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles
e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além
da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais
a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009 – Lei da adoção)
A relevância dos parentes próximos é tamanha que, inclusive, foi inserido no art. 25 do Estatuto da
Criança e do Adolescente o conceito de família extensa
A preferência dos parentes para acolher as crianças antes da adoção reconhece a importância
das pessoas que integram a família extensa e demonstra que também é possível pleitear o direito
de conviver com os parentes menores de idade, desde que verificada relação de afeto.
As visitas são fixadas de acordo com as necessidades da criança e do adolescente, o que significa
que podem ser suspensas ou realizadas de maneira assistida quando coloquem em risco ou não
atendam o melhor interesse dessa criança ou adolescente.
Visitas assistidas: o genitor que não exerce a guarda deve realizar as visitas acompanhado de alguém
de confiança designado pelo que exerce a guarda.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS.
SENTENÇA QUE SUSPENDEU ACONVIVÊNCIA ENTRE A GENITORA E,OS FILHOS.
RECURSO DA REQUERIDA. EMENDA À INICIAL. ALEGADA NULIDADE DA
MODIFICAÇÃO DO PEDIDO. EXORDIAL QUE PRETENDIA ADOTAR AS VISITAS
ASSISTIDAS. SUPERVENIÊNCIADO PEDIDO DE SUSPENSÃO APÓS A CITAÇÃO
DAREQUERIDA. AVENTADA IMPOSSIBILIDADE,DE RECEBIMENTO DA EMENDA
SEM ANUÊNCIA DA RÉ. TESES RECHAÇADAS. PEDIDO DE SUSPENSÃO DAS
VISITAS APRESENTADO EM RAZÃO,DE PRISÃO DA REQUERIDA.
ENVOLVIMENTO COM ATIVIDADES CRIMINOSAS. NOTÍCIA DE QUE A GENITORA
SE ENCONTRAVA FORAGIDA. POSTERIOR APRESENTAÇÃO DE CONTESTAÇÃO
QUE DEIXOU DE IMPUGNAR A EMENDA. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AOS ARTS.
327, § 1º, E 329, II, DO CPC. PERDA DE OBJETO. TESE DE QUE AS PARTES
COMPUSERAM ACORDO EM AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO.
INSUBSISTÊNCIA.,AVENÇA CLARA QUE ESTIPULOU VISITAS EM DATAS
ESPECÍFICAS. CONDICIONADA A REVISÃO DO ACORDO APÓS PROGRESSÃO DE
REGIME DARÉ QUE SE ENCONTRAVA RECLUSA. TODAVIA, SOBREVEIO A
INFORMAÇÃO DE NOVAPRISÃO DAREQUERIDA POR TER COMETIDO OUTRO
CRIME. INEXISTÊNCIA DE PERDADO OBJETO. SUSPENSÃO DO DIREITO DE
VISITAS. AFIRMAÇÃO DE QUE ACONDIÇÃO DE PRESANÃO RETIRA,O DIREITO DE
CONVIVÊNCIA. DESCABIMENTO. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO QUE
NÃO SE RESTRINGEM À CONDIÇÃO DE RECLUSA DA GENITORA.
ENVOLVIMENTO REITERADO EM PRÁTICAS CRIMINOSAS E USO
DE,ENTORPECENTES. NOTÍCIA DE FUGA DE ESTABELECIMENTO
PENITENCIÁRIO. AUSÊNCIA DE CERTEZA DE QUE POSSUI CONDIÇÕES DE
EXERCER OS CUIDADOS INERENTES À CONVIVÊNCIA COM OS FILHOS. DEVIDA
SUSPENSÃO DAS VISITAS ATÉ QUE A APELANTE COMPROVE A CAPACIDADE DE
RETOMAR O CONVÍVIO COM A PROLE. HONORÁRIOS RECURSAIS DEVIDOS.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0303405-
57.2016.8.24.0004, deAraranguá, rel. OsmarNunes Júnior, Sétima Câmara de Direito
Civil, j. 08-10 2020).
Aliança Parental
Manifestação preliminar: campanha denegritória contra um dos genitores, feita pela própria criança e
que não tenha nenhuma justificativa;
Ambiente familiar hostil (AFH): mais abrangente, fazendo-se presente em quaisquer situações em que
duas ou mais pessoas ligadas à criança ou ao adolescente estejam divergindo sobre educação,
valores, religião, sobre como a mesma deva ser criada, dentre outros.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim
declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de
terceiros:
da paternidade ou maternidade;
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar
ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente;
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da
criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
Princípio da intervenção precoce: atuação do Estado que visa proteger de maneira célere crianças e
adolescentes submetidas a situações de risco;
Art. 100, parágrafo único, inc. VI, ECA: a “intervenção das autoridades competentes deve ser
efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida”.
Riscos de que o tempo consolide atos alienadores com implantação de falsas memórias,
➢ Os processos em curso a que se refere a Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010, que estejam
pendentes de laudo psicológico ou biopsicossocial há mais de 6 (seis) meses, quando da
publicação desta Lei, terão prazo de 3 (três) meses para a apresentação da avaliação
requisitada.
A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qualquer
caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação
parental;
Medidas que podem ser tomadas para coibir a prática de alienação parental (rol exemplificativo do art.
6º):
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
de 2022)
As medidas sancionatórias são aplicadas de modo gradativo: partindo de uma medida mais branda —
advertência — até chegar a imposição de uma medida muito mais grave — suspensão do poder
familiar;
Deve garantindo o contraditório e a ampla defesa, sob pena de flagrante nulidade processual;
Quando não haver um prazo mínimo de suspensão do poder familiar, entende-se que a medida se
aplica enquanto se afigurar, necessária, podendo chegar até que os filhos atinjam a plena capacidade
civil.
Art. 8º-A. Sempre que necessário o depoimento ou a oitiva de crianças e de adolescentes em
casos de alienação parental, eles serão realizados obrigatoriamente nos termos da Lei nº 13.431,
de 4 de abril de 2017, sob pena de nulidade processual. (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)
Escuta Especializada
É o procedimento de entrevista sobre situação de violência com criança ou adolescente perante órgão
da rede de proteção;
Depoimento Especial
Será realizado uma única vez, sempre que possível, em sede de produção antecipada de prova judicial,
garantida a ampla defesa do investigado;
No curso do processo judicial, o depoimento especial será transmitido em tempo real para a sala de
audiência, preservado o sigilo, exceto se houver risco à vida ou à integridade física da vítima ou
testemunha;
O depoimento especial será gravado em áudio e vídeo, exceto se houver risco à vida ou à integridade
física da vítima ou testemunha;
➢ Ser resguardado de qualquer contato, ainda que visual, com o suposto autor ou acusado, ou
com outra pessoa que represente ameaça, coação ou constrangimento;
➢ Ser realizados em local apropriado e acolhedor, com infraestrutura e espaço físico que
garantam a privacidade;
Art. 6º, CF/88. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Alimentação + o que for necessário para moradia, vestuário, assistência médica e instrução, fornecidos
em prestações periódicas por uma pessoa a alguém para suprir essas necessidades e assegurar sua
subsistência.
Alimentos provenientes das relações familiares: exigíveis diante de relações de parentesco (art. 1.694
do Código Civil).
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
Alimentos reparatórios ou indenizatórios: decorrentes de ato ilícito (art. 948 do Código Civil).
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
Alimentos civis ou côngruos: conhecidos também como convenientes: incluem os meios suficientes
para a satisfação de todas as outras necessidades básicas do alimentando, de acordo com as
possibilidades do obrigado;
Alimentos Necessários entre Cônjuges
Art. 234 do Código de 1916 , previa que cessava para o marido a obrigação de prestar alimentos
quando a mulher abandonava sem justo motivo o lar conjugal (culpa).
Por isonomia, aplicar -se -ia o mesmo quando o marido saía injustificadamente do lar.
O abandono voluntário do lar conjugal fazia cessar o direito de pedir alimentos, exceto de o abandono
ocorria por justo motivo.
Não devem ser entendidos os alimentos como uma indenização ao cônjuge inocente.
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade,
respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos
➢ São irrenunciáveis:
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo
o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora
Art. 1.596, CC. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação
“Do princípio da igualdade entre os filhos, previsto no art. 227, § 6.º, da Constituição Federal,
deduz-se que não deverá haver, em regra, diferença no valor ou no percentual dos alimentos
destinados à prole, pois se presume que, em tese, os filhos – indistintamente – possuem as
mesmas demandas vitais, tenham as mesmas condições dignas de sobrevivência e igual acesso
às necessidades mais elementares da pessoa humana. (...)
A igualdade entre os filhos, todavia, não tem natureza absoluta e inflexível, devendo, de acordo
com a concepção aristotélica de isonomia e justiça, tratar-se igualmente os iguais e desigualmente
os desiguais, na medida de suas desigualdades, de modo que é admissível a fixação de alimentos
em valor ou percentual distinto entre os filhos (...) se demonstrada a existência de necessidades
diferenciadas entre eles ou, ainda, de capacidades contributiva diferenciadas dos genitores.
Na hipótese, tendo sido apurado que havia maior capacidade contributiva de uma das genitoras
em relação a outra, é justificável que se estabeleçam percentuais diferenciados de alimentos entre
os filhos, especialmente porque é dever de ambos os cônjuges contribuir para a manutenção dos
filhos na proporção de seus recursos” (STJ, REsp 1.624.050/MG, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy
Andrighi,j. 19.06.2018, DJe 22.06.2018).
Características
Direito personalíssimo: Somente aquele que mantém relação de parentesco, casamento ou união
estável com o devedor ou alimentante pode pleiteá-los, ou seja, a obrigação alimentar não se transmite
aos herdeiros do credor, sendo intransmissível nesse ponto.
Reciprocidade: A reciprocidade da obrigação de prestar alimentos também existe entre pais e filhos,
sendo extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns na
falta de outros.
Art. 1.696, CC. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a
todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros
Art. 1.696, CC. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a
todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros
Possibilidade de pleitear alimentos do pai biológico juntamente com o pai socioafetivo e vice-versa,
“pois a multiparentalidade foi firmada para todos os fins jurídicos, inclusive alimentares e
sucessórios”. Flávio Tartuce
Ascendentes: o grau mais próximo exclui o mais remoto (avós pagam na ausência ou impossibilidade
dos pais)
Descendentes: o grau mais próximo exclui o mais remoto (netos pagam na ausência dos pais).
Irmãos: primeiro os bilaterais, depois os unilaterais. (se ausentes parentes em linha reta, os alimentos
recaem sobre os colaterais)
Demais colaterais:
Impossibilidade