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AULA 4

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022 08:48

Lorena de Castro dos Anjos 19/0139536

Aula 4

Processo de Inventário

Prazo de 2 meses para abrir o inventário (judicial ou extrajudicial) -

Extrajudicial:

Art. 610 - parágrafo primeiro CPC


Resolução 35/CNJ
Escritura pública CNJ
Testamento: STJ - Sim Resp 1.808.767
 Arrolar: listar. Arrolamento de inventário: listar os bens
Procedimento Judicial:

1 - Arrolamento sumário: art. 659 CPC - usado em casos de partilha amigável com herdeiros capazes - caiu em desuso já que normalmente fazem no cartório. 1) mera petição
assinada pelos herdeiros capazes sobre a divisão dos bens.
2 - Adjudicação: art. 659, § 1° CPC - quando há apenas um herdeiro, se assemelha ao arrolamento.
3 - Arrolamento Comum: art. 664 CPC - patrimônio menor, ≤ 1k salários mínimos. 1) Plano de partilha 2) oitiva do MP se tiver incapazes e oitiva dos demais herdeiros 3) decisão
do juiz sobre a partilha se não houver impugnação. 4) casos de impugnação enviará para a análise antes da decisão.

4 - Inventário e Partilha: art. 610 e seguintes CPC -

foge da lógica do processo judicial que costumeiramente conhecemos - autor e réu em litígio. Aqui não há partes, mas sim um conjunto de pessoas confluindo para a divisão do
patrimônio de alguém (viúvo meeiro ou herdeiro, herdeiros, credores..)

Fases:

a) Abertura do inventário - petição (protocolada dentro de 2 meses)


b) Nomeação do inventariante
c) Primeiras Declarações pelo Inventariante - até 20 dias depois da nomeação - quais os bens deixados e quais são os herdeiros e credores - não precisa indicar a partilha, apenas
informar
d) Manifestação dos herdeiros quanto à declaração - dever de colacionar os bens recebidos em doação durante a vida (639 CPC, 544 CC) acrescenta ao monte mor o que foi doado
a ser repartido ou até casos de antecipação da herança
e) Avaliação dos Bens - juiz pode enviar para algum perito
f) Últimas declarações - todos os bens definidos + Plano de Partilha
g) Tributos - em tese, após definido o patrimônio líquido e as dívidas do de cujos, realiza a tributação.

Obs: é definido que a tributação venha por último, mas o fisco não faz dessa forma, ele exige que já seja pago lá no início com a abertura do inventário ou das primeiras declarações.

h) Pagamento das dívidas


i) Partilha

Obs: ao longo do processo vão requerendo habilitação de crédito, antes da partilha (art. 642, CPC) petição apensada aos autos do processo de inventário. Se houver dissenso do
crédito, deve ser enviado para as vias ordinárias para que seja julgado lá.
"Vis Atractiva" do juízo de inventário - todas as questões patrimoniais relativas ao de cujus deve ser trazida ao processo de inventário. Em regra esse juízo deve decidir essas
questões relativas ao de cujus. Exceções: i. dilação probatória -> vias ordinárias (art. 612, 627, § 3, 628, §2, 641, §2, 643 CPC). ii. Ações de exclusão de herdeiro (indignidade,
deserdação, sonegação)

Obs: Após a partilha, o credor teria que abrir uma ação contra cada herdeiro.

Procedimento especial: Inventário - não tem autor e réu, petição inicial, contestação, não segue nada no procedimento comum. É um processo verdadeiramente especial.

Envolve mais o vínculo patrimonial do que o familiar. Sucessões x Família - direito de família valoriza muito os afetos, diferentemente das sucessões, que se mostra indiferente ao
afeto.

Conversão do inventário em insolvência: quando há mais dívida do que patrimônio

A base de cálculo dos tributos da herança é a herança líquida: tributação

Direito real de habitação: direito de moradia ao cônjuge quando tiver apenas um bem. O cônjuge terá o direito real de moradia apesar do bem pertencer, também, aos herdeiros:
obrigação a ser cumprida pelos herdeiros. Função social da propriedade e da dignidade humana.

Fase específica de liquidação da herança de pagamento das dívidas - separação de bens: depuração feita para que determinados bens sejam alienados para pagar.

Direito de herança - ligado à propriedade


Direito à herança - ligado diretamente ao herdeiro

Partilha só se inicia depois que a dívida é paga - cumprido a liquidação da herança


Partilha só ocorre se o resultado da liquidação for positivo

Inventário com desfecho negativo: patrimônio sem bens e dívidas

a. Positivo (partilha)
b. Negativo (insolvência civil)
c. Zero (inv. negativ)

Quem pode ser o inventariante - nomea-se normalmente alguém que sequer tem conhecimento técnico da administração e que há, ainda, conflito de interesse.

Os herdeiros não responderão as dívidas do falecido com seu patrimônio particular de acordo com o artigo 1.792, do Código Civil.
Quando ocorre o evento morte, cria-se a figura chamada Espólio, e este administrará a reunião de bens, direitos e obrigações, incluídas as dívidas, através de seu inventariante.
Se ao final o espólio tiver um valor de bens maior que a dívida, esta será abatida nesse valor e o que sobrar será repartido entre os herdeiros de acordo com as regras estabelecidas
em lei.
Entretanto, se ao final o espólio resultar em um valor maior de dívida do que de bens, a dívida será paga nos limites do patrimônio do falecido administrado pelo espólio, não tendo
os herdeiros nenhum valor a receber.
O que pode ocorrer é que se feita a partilha aos herdeiros e posteriormente aparecerem dívidas do falecido, os herdeiros serão compelidos a pagar na proporção do que receberam de
herança, de acordo com o artigo 796, do Código de Processo Civil.

A responsabilidade pelas dívidas do falecido não é transferida para seus parentes mais próximos, sendo prioritária a utilização da herança para o pagamento das dívidas. Somente os

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A responsabilidade pelas dívidas do falecido não é transferida para seus parentes mais próximos, sendo prioritária a utilização da herança para o pagamento das dívidas. Somente os
bens restantes serão divididos entre os herdeiros e legatários. Os bens deixados pelo falecido, ou seja, a sua herança, serão utilizados para pagamento das dívidas.
Importante: os herdeiros têm a responsabilidade de iniciar o inventário no prazo legal de dois meses após o falecimento e devem informar os prestadores de serviços acerca do óbito
para cancelarem cartões bancários e serviços.

Todas as dívidas do falecido deverão ser pagas, contudo os herdeiros e legatários podem questionar, sempre de forma justificada, e demonstrar que o débito é inexistente ou que não
pode ser cobrado.
Exemplos de dívidas e possíveis situações:

Dívida de cartão de crédito do falecido ou outras dívidas bancárias: geralmente nesses contratos e serviços é importante verificar se há cláusula prevendo seguro em caso de morte.
Assim, com o falecimento a dívida é quitada pela empresa seguradora, não podendo ser cobrada.
Débitos de financiamento de imóveis: nesse tipo de financiamento é comum existirem cláusulas prevendo seguro em caso de falecimento, de forma a quitar o financiamento do
imóvel, sem que tal débito possa ser exigido.
Dívida ativa e outros tributos do falecido: é sempre importante verificar possíveis nulidades desde a origem. Por exemplo, se a inscrição na dívida ativa foi realizada depois do
falecimento, ela não poderá ser cobrada do espólio. Contudo, se já havia cobrança formalizada, então poderá ser requerido dos bens deixados.
Este assunto é complexo e vai além desses exemplos, sendo necessário analisar o caso concreto para formar uma posição, mas é importante que o leitor saiba que é possível anular
cobranças.

Dívidas trabalhistas e previdenciárias: tais dívidas deverão ser pagas pelos bens deixados pelo falecido. No caso de os bens não conseguirem quitar o débito, o restante não se
transfere para os herdeiros.
Crédito consignado do falecido: caso haja débito neste tipo de financiamento, com a morte a dívida se extingue.
Plano de saúde: as dívidas deverão ser pagas com os bens e direitos da herança. Caso os familiares sejam dependentes do mesmo plano familiar, saiba que poderão manter o
convênio com as mesmas regras, benefícios e valores de mensalidade.

Há exceções dos bens utilizados para pagar as dívidas. Quando todos os bens deixados aos herdeiros não consigam saldar as dívidas deixadas e quando há somente um imóvel no
qual a família reside, este imóvel poderá ser considerado um bem de família, não podendo ser utilizado para pagamento de dívida. Porém, tal débito poderá ser cobrado dos
herdeiros assim que possuam condições.

Importante: No Direito há várias questões a serem analisadas. Às vezes um bem de família (o único imóvel no qual a família reside) que é impenhorável (que não pode ser utilizado
para pagamento de débito), poderá perder essa qualidade. Exemplo disto ocorre quando, pela vontade dos donos, o imóvel foi dado como garantia em um contrato. Nesta situação a
lei permite a penhora porque o dono abdicou da segurança dada por lei.

As dívidas devem ser pagas antes da partilha, pelos bens que compõe o espólio, mas poderá ocorrer após a partilha.
Antes da partilha, no processo de inventário, os credores demonstram o seu direito para a cobrança do débito. Dentre os credores existem aqueles que já possuem documentação
regular e obrigação vencida, possibilitando a cobrança imediata, como há também aqueles que precisarão de uma decisão judicial autorizando a cobrança da obrigação ainda não
vencida. Em ambos os casos, os credores podem informar no processo de inventário e exigir que os bens sejam garantidos ou reservados para o pagamento de débitos.
Após a partilha podem surgir cobranças, seja pelo credor que não informou sobre o débito no inventário a dívidas ainda não cobradas. Exemplo: despesa de condomínio atrasado de
um apartamento que ficou com algum herdeiro. As cotas condominiais serão cobradas dos herdeiros. Sim, dos herdeiros, porque cada um pagará na proporção do que recebeu.
Assim, o herdeiro que recebeu algum bem com débito após a partilha não terá o encargo de pagar sozinho. Os débitos serão divididos entre todos os herdeiros na proporção do que
receberam da herança.

Se forem verificados bens insuficientes para pagamento das dívidas durante o inventário, conforme ressaltado no início do artigo, como a dívida não se transfere para outros
familiares, os credores ficarão sem receber. Se não há bens para quitar débitos, poderá ser realizado um inventário negativo, somente para informar tal situação.
1 – O pagamento do imposto causa mortis
Como observado anteriormente, o imposto a ser recolhido no processo de inventário é o ITCMD, que tem alíquota, para o estado de São Paulo, de 4% do valor total do monte
partível.
Sendo assim, determinado o pagamento do imposto pelo juízo, deverá ser protocolizado, pelo inventariante, procedimento administrativo junto ao Posto Fiscal para recolhimento
tributário, no qual serão geradas guias para pagamento, divididas entre os herdeiros.
Recolhido o imposto, a Fazenda do Estado se manifestará nos autos informando a quitação e nada opondo ao prosseguimento do feito.

2 – A contadoria judicial
A função da contadoria judicial no processo de inventário se traduz na conferência do plano de partilha, isto é, se os quinhões foram atribuídos igualitariamente de acordo com a
participação de cada um dos herdeiros na herança.
Conferido o plano de partilha, se estiver correto, a contadoria informará o juízo que nada tem a opor ao prosseguimento do feito.

3 – As últimas declarações e a homologação da partilha


O próximo passo é a apresentação das últimas declarações que, via de regra, serão iguais as primeiras, ressalvada a realização de venda de algum bem constante do acervo para
pagamento de tributo ou coisa parecida. Se o espólio restou intocado durante a tramitação, o inventariante deverá informar nos autos que nada tem a retificar às primeiras
declarações.
A chancela judicial derradeira ao processo de inventário leva o nome de homologação de partilha, sentença definitiva pela qual o juiz atribui aos herdeiros os respectivos quinhões.
4 – O formal de partilha
Após o trânsito em julgado da decisão que homologou a partilha, é expedido documento chamado formal de partilha, que tem por finalidade emprestar concretude ao comando
judicial, ou seja, os bens imóveis só poderão ser transferidos para titularidade dos herdeiros com o respectivo registro do formal junto ao Cartório de Registro de Imóveis local; os
bens móveis que dependem de autorização judicial para transferência (tais como carros e motos) prescindirão de alvará, que terá sua expedição determinada no ato da homologação
da partilha.

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