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DIREITO EMPRESARIAL I

Teoria da Empresa. Empresário Individual. Microempreendedor


individual.
TEORIA DA EMPRESA

• Alberto Asquini – “Os perfis da empresa”


• Quatro perfis (poliedro) que remetem à ideia de empresa
• Subjetivo: A pessoa que exerce profissional e organizadamente de atividade
econômica (empresário)
• Funcional: Atividade desempenhada para utilizar bens, capital e trabalho
conjugadamente para produção ou circulação de bens (atividade empresarial)
• Objetivo: Organização dos bens e separação dos bens destinados à atividade
(estabelecimento)
• Corporativo: Instituição social que organiza o comando do empresário sobre um
núcleo social (dimensão ideológica)
• Influenciou a estrutura e os conceitos do Código Civil de 2002
• Superação da matriz objetiva dos Atos de Comércio que definiam o sujeito a partir
da prática de atos típicos
• Maior abrangência das atividades econômicas passíveis de ser objeto de empresa
EMPRESÁRIO

• Definição legal (art. 966 do CC)


• “CC. Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
• Elementos
• Exercício de atividade econômica (atividade criadora de riqueza, não meramente moral ou
benemérita)
• Profissionalidade (desempenhada com habitualidade, não ocasional, mesmo que periódica)
• Organização (organização dos fatores de produção – trabalho, natureza e capital – para
auferir lucro)
• Produção ou circulação de bens ou serviços (atividade em todos os ramos e setores –
agropecuária, comércio, indústria e serviços)
• Sujeito de direito
• Pessoa que está no cerne do regime jurídico
• Separação entre Indivíduo (direito civil) e empresário (direito empresarial) (Empresário vs.
Consumidor)
• Norma qualificativa e delimitativa (Insere o sujeito no regime de direito de empresa)
CONCEITO DE EMPRESÁRIO
“A empresa é uma atividade e, como tal, deve ter um sujeito que a exerça, o titular da atividade (o empresário). Este é quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (conceito do Código Civil, art. 966 – no mesmo sentido do art. 2.082 do Código
Civil italiano).
O empresário é o sujeito de direito, ele possui personalidade. Pode ele tanto ser uma pessoa física, na condição de empresário individual, quanto uma pessoa
jurídica, na condição de sociedade empresária, de modo que as sociedades empresárias não são empresas, como afirmado na linguagem corrente, mas empresários.
A configuração do sujeito exercente da empresa pressupõe uma série de requisitos cumulativos, em relação aos quais há alguma divergência de tratamento na
doutrina”. (TOMAZETTE, 2020, p. 74)

“Diferentemente do comerciante, que era inicialmente identificado no papel de intermediário da corrente circulatória (excluídos o primeiro e o
último de seus anéis), o empresário vem conceituado de modo mais abrangente, como partícipe de todo o fluxo da circulação de riquezas, desde
a produção até o último dos atos em que aquela se desdobra.
O simples exercício de uma atividade econômica, porém, não basta para caracterizá-lo. É preciso que tal atividade seja exercida com
habitualidade, em caráter profissional, ficando afastados do conceito, destarte, aqueles que a exercem por amadorismo, por puro diletantismo ou
em caráter eventual. O empresário é um profissional do mercado e, portanto, um perito na produção ou na circulação de bens ou de serviços, que,
por isso, almeja obter resultados lucrativos nesse desiderato. A finalidade lucrativa decorre do caráter profissional com que é exercida a atividade
econômica (Tullio Ascarelli, Corso di diritto commerciale, p. 189).
Além do caráter profissional, é suposta uma organização, a sugerir a existência de uma estrutura e de um planejamento, ainda que mínimos, para
o exercício da profissão de mercador, suficientes para exteriorizar a existência de uma empresa, como organização dos fatores de produção:
trabalho e capital – a que alguns agregam a tecnologia –, harmonicamente reunidos na produção ou circulação de bens ou de serviços. Essa
organização, portanto, é da atividade econômica para os fins a que se propõe o empresário realizar.
Por outro lado, a qualidade de empresário é uma situação de fato que, para ser reconhecida, prescinde de qualquer formalidade. Revela-se pelo
exercício de uma atividade econômica nas condições descritas pelo artigo sob exame””. (GONÇALVES NETTO, 2017, p. 42)
SUJEITOS NÃO EMPRESÁRIOS

• Exceção legal (art. 966, P. Ún. do CC)


• “CC. Art. 966 (...) Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa”.
• Profissões excluídas
• Intelectual (Advogados, contadores, médicos, engenheiros)
• Científica (Professores, pesquisadores)
• Literária (Escritores, poetas)
• Artística (Pintores, escultores)
• Mesmo que com concurso de auxiliares (consultório médico com enfermeiras ou
escritório de advocacia com secretária)
• Exceção (mesmo nessas profissões considera-se empresário)
• Se o exercício “constituir elemento de empresa”
• Organização e profissionalismo da atividade econômica
• Ex. Médico vs. Hospital; Engenheiro vs. Construtora; Palhaço vs. Circo
AT I V I D A D E E MP R E S A R I A L

• Atividade empresarial
• Independe de formalidades (a atividade é empresária por sua natureza – objeto de empresa)
• Sujeito de Direito (Empresário)  Patrimônio (Estabelecimento)  Objeto de Direito
(Empresa – atividade empresarial)
• “Cada vez mais se sedimenta o entendimento de que a empresa nada mais é senão a
atividade desenvolvida pelo empresário, sujeito de direito. É a materialização da
iniciativa criadora do empresário, da projeção patrimonial de seu trabalho de
organização dos distintos fatores produtivos. Repita-se, a empresa é a atividade
desenvolvida pelo empresário” (BERTOLDI e RIBEIRO, 2015, p. 56)
• Atividade não empresarial
• Profissionais liberais (art. 966, P. Ún. do CC)
• Personalismo da atividade (prestação pessoal do serviço)
• Autorregulação pela classe (OAB, CFM, CREA)
• Responsabilidade subjetiva (art. 14, §4º, CDC)
• Trabalhadores
• Relação de emprego (art. 2º, CLT)
• Consumidores
• Utilização do produto ou serviço como destinatário final (art. 2º do CDC)
DIREITOS DO EMPRESÁRIO

• Regime jurídico empresarial


• Direitos
• Possibilidade de requerer recuperação judicial e falência (art. 1º,
Lei 11.101/05)
• Tratamento tributário simplificado (Lei Complementar n. 123)
• Proteção à concorrência (Lei 12.529/11)
• Acesso a jurisdição especializada (Câmara de Direito Empresarial
do TJ-SP)
• Acesso a linhas de crédito
• Contratação com a administração
• “Regras do jogo” do mercado
• Regras comuns a todos os empresários
E M P R E S Á R I O I ND I V ID U A L

• Pessoa física
• Atende aos requisitos do art. 966 do CC
• Exerce profissionalmente atividade organizada de produção e circulação de bens e serviços
• Direitos e deveres de empresário (regime jurídico empresarial)
• Separação (imperfeita) entre a vida civil e empresarial
• Registro próprio (Registro Civil vs. Junta Comercial)
• Adoção de nome próprio (Nome Civil vs. Nome empresarial)
• Patrimônio próprio (Patrimônio pessoal vs. Patrimônio da empresa )
• Domicílio próprio (Domicílio vs. Sede)
• Registro fiscal próprio (CPF vs. CNPJ)
• Separação imperfeita do patrimônio
• O empresário individual não tem responsabilidade limitada
• Ele responde subsidiariamente pelas obrigações contraídas com seu patrimônio pessoal
• Há somente benefício de ordem (Enunciado nº 5 da I Jornada de Direito Comercial do
pelo Conselho da Justiça Federal: “Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o
empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá primeiramente
com os bens vinculados à exploração de sua atividade econômica, nos termos do art.
1.024 do Código Civil”.
CONCEITO

“A pessoa física que exerce profissionalmente atividade econômica


organizada para a produção ou para a circulação de bens ou de serviços, ainda
que com o auxílio de empregados, é considerada empresário individual.
O referido empresário é titular da empresa individual e, apesar de inscrito no
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda (CNPJ/MF),
para que possa se beneficiar de alíquotas diferenciadas em relação ao
recolhimento de tributos, não é pessoa jurídica, mas sim pessoa física, que
atua em nome próprio e sem qualquer diferenciação com a pessoa natural.
Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao
Registro Público de Empresas Mercantis que transforme seu registro de
empresário para sociedade empresária.
Como empresário individual, não há distinção do patrimônio pessoal em
relação ao desenvolvimento de sua atividade. A responsabilidade do
empresário individual é ilimitada às obrigações contraídas. Ainda que tenha
que se inscrever obrigatoriamente no Registro Público de Empresas
Mercantis, não há separação patrimonial. As obrigações contraídas como
empresário individual vincularão seu patrimônio pessoal ao adimplemento das
obrigações contraídas”. (SACRAMONE, 2021, p. 28)
MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI)

• Regimes jurídicos especiais


• Função: simplificação e desoneração das atividades econômicas de pequeno porte
• Fundamento legal: CF, art. 146, III, “d” e art. 170, IX, CF
• Regime jurídico concedido a empresários regularmente constituídos (registrados)
• “LC 123. Art. 18-E. O instituto do MEI é uma política pública que tem por objetivo
a formalização de pequenos empreendimentos e a inclusão social e previdenciária.”.
• Requisitos (LC 123 art. 18-A, §1º)
• Regular registro na Junta como empresário individual
• Optante pelo Simples Nacional (regime tributário especial da LC 123)
• Receita bruta anual de até R$ 81.000,00
• Atividades previstas na LC 123
• Benefícios
• Recolhimento de tributos e contribuições individuais com base em valores fixos
mensais
• Integração do empresário informal aos regimes de tributação, previdência e
seguridade social
CONCEITO

“O MEI é espécie de microempresa. Caracteriza-se, nos termos do art. 18-a da LC


n. 123/2006, como Microempreendedor Individual – MEI o empresário individual
de responsabilidade ilimitada ou o produtor rural, os quais tenham auferido
receita bruta no ano calendário anterior de até R$ 81.000,00, que seja optante
pelo Simples Nacional e que não esteja impedido.
Seu tratamento como MEI lhe permite optar pelo recolhimento dos impostos e
contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais,
independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista
neste artigo.
Em relação às suas obrigações empresariais, as microempresas e as empresas de
pequeno porte são desobrigadas da realização de reuniões e assembleias, as quais
serão substituídas por deliberação representativa do primeiro número inteiro
superior à metade do capital social, exceto se houver disposição contratual em
contrário ou ocorra hipótese de justa causa que enseje a exclusão de sócio ou caso
um ou mais sócios ponham em risco a continuidade da empresa em virtude de
atos de inegável gravidade (art. 70 da LC n. 123/2006). Basta, para tanto, que a
maioria do capital social se manifeste, mesmo sem que haja assembleia geral ou
reunião, para que se forme a vontade social”. (SACRAMONE, 2021, p. 28)
EMPRESÁRIO E REGIMES ESPECIAIS

• Sujeito de direito
• Pessoa física ou jurídica que realiza atividade empresarial
• Empresário individual
• Sociedade empresária
• Registrada na junta comercial

• Regimes especiais
• Regimes complementares concedidos aos empresários regularmente
habilitados (LC n. 123)
• Micro Empreendedor Individual (MEI)
• Microempresa (ME)
• Empresa de Pequeno Porte (EPP)
“ESPÉCIES” DE EMPRESÁRIOS

• Empresário Individual (art. 966, CC)


• Pessoa física que exerce atividade empresarial
• MEI

• Sociedade empresária (art. 966 c/c 44, II, CC)


• Pessoa jurídica que exerce atividade empresarial
• ME e EPP

• Empresários que se constituem pelo registro (art. 971, CC)


• Empresário Rural (atividade agropecuária)
• Associação Futebolística Profissional (atividade de esporte)

• Não empresários (art. 966, p. ún., CC)


• Profissionais liberais (atividades científica, literária ou artística)
CAPACIDADE DO EMPRESÁRIO

• Capacidade do empresário (art. 972, CC)


• Capacidade civil
• Ausência de impedimento legal
• Incapacidade civil
• Incapacidade superveniente – continuidade da empresa pelos assistentes (art. 974,
CC)
• Impedimento legal
• Normas que proíbem que a pessoa atue como empresário (salvo sócios-quotistas)
• Ex. Juízes, promotores, militares, servidores públicos diversos
• Sanções legais ao empresário
• Ex. Inabilitação do empresário falido ou condenado por crime falimentar
• Sanção para o impedido
• “CC. Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de
empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas”.
AUXILIARES E PREPOSTOS

• O empresário tradicionalmente emprega auxiliares e prepostos


para realizar a sua atividade empresarial
• Arts. 1.169 a 1.178 do Código Civil
• Prepostos
• Pessoa indicada por sócio ou gerente para representar a sociedade em um ato
• É comum que a sociedade empresária se faça representar em juízo por um
preposto, que comprova seus poderes mediante a Carta de Preposição
• Gerentes
• O gerente exerce a representação da sociedade com permanência
• É o representante na sede, filial, sucursal ou agência da empresa
• Contabilista e auxiliares
• Os assentos (assinaturas) dos contabilistas são considerados como se do
próprio empresário
ATIVIDADE

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• 1. Insira o número que está na tela


• 2. Escreva seu nome
• 3. Aguarde o início

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