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EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO PROCESSUAL

CIVIL - VÍCIO DE JULGAMENTO EXTRA PETITA - NÃO


CONFIGURAÇÃO - AÇÃO DE EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO
- BENS IMÓVEIS INDIVISÍVEIS - AVALIAÇÃO JUDICIAL -
DIREITO DE ADJUDICAÇÃO CONCEDIDO AOS RÉUS PELA
AUTORA - EXERCÍCIO DO DIREITO - HASTA PÚBLICA
DESNECESSÁRIA. 1 - Em harmonia com as garantias
constitucionais do contraditório e ampla defesa, o princípio da
congruência, previsto nos arts. 141 e 492 do CPC, impede o
julgamento fora (decisão extra petita), além (decisão ultra
petita) ou aquém (decisão citra petita) do pedido deduzido na
petição inicial. 2 - O art. 1.320 do Código Civil assegura ao
condômino o direito de exigir a divisão da coisa comum,
observando-se a norma do art. 1.322 do mesmo Código,
quando se tratar de coisa indivisível. 3 - Avaliados os imóveis
por perito judicial e concedido aos réus, pela autora, o direito
de adjudicação, exercido este, tem-se por extinto o
condomínio.

(TJ-MG - AC: 10145140136063001 Juiz de Fora, Relator:


Claret de Moraes, Data de Julgamento: 27/06/2017, Câmaras
Cíveis / 10ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
07/07/2017)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - TUTELA PROVISÓRIA DE


URGÊNCIA - INDEFERIMENTO - AÇÃO DE EXTINÇÃO DE
CONDOMÍNIO - PRETENSÃO AUTORAL DE AUTORIZAÇÃO
PARA A ALIENAÇÃO DO BEM - NECESSIDADE DE
OBSERVAÇÃO DO DIREITO DE PREFERÊNCIA DA RÉ -
IMPRESCINDÍVEL A AVALIAÇÃO JUDICIAL DO IMÓVEL
PARA FIXAÇÃO DO JUSTO PREÇO ANTES DE EFETIVAR A
ALIENAÇÃO - AUSÊNCIA DOS REQUISITOS ELENCADOS
NO ARTIGO 300 DO CPC - MANUTENÇÃO DA DECISÃO
IMPUGNADA. O artigo 300 do Código de Processo Civil
estabeleceu como requisitos para a concessão da tutela
provisória de urgência de natureza satisfativa a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo. Pretensão autoral de autorização para a alienação do
bem em sede de tutela antecipada. Necessidade de observação
do direito de preferência da ré, sendo imprescindível a
avaliação judicial do imóvel para fixação do justo preço antes
de efetivar a alienação. Ante a ausência dos requisitos
autorizadores elencados no artigo 300 do Código de Processo
Civil, a manutenção da decisão impugnada é medida que se
impõe. Negado provimento ao recurso.

(TJ-RJ - AI: 00867292920208190000, Relator: Des(a).


EDSON AGUIAR DE VASCONCELOS, Data de Julgamento:
09/02/2021, DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 18/02/2021)

Apelações cíveis em conexas ações de divisão e extinção de


condomínio. Bem imóvel adquirido pelas partes, que são
irmãos, por sucessão hereditária, cada qual ocupando um lote
do mesmo. Impossibilidade de convivência harmoniosa entre
as partes. Sentença que julga improcedente o pleito divisório
formulado pela irmã e julga procedente o pleito extintivo de
condomínio formulado pelo irmão, determinando a alienação
judicial do bem, garantido o direito de preferência previsto no
art. 1.322 do Código Civil, com a partilha do produto
arrecadado no percentual de 50% para cada condômino.
Inconformismo da parte sucumbente, que apela em ambos os
feitos requerendo a produção de prova pericial para avaliação
do bem de modo a descobrir o real valor de mercado e
possibilitar uma oferta para aquisição do quinhão de seu
irmão. 1. O art. 1.113 do Código de Processo Civil, ao tratar do
leilão judicial, determina sua realização apenas para os casos
expressos em lei. Por outro lado, o Código Civil, em seu art.
1.322, não exige que a venda do bem comum, na extinção do
condomínio, se dê pela via judicial. 2. É muito pouco comum,
como nos demonstra a experiência, que a alienação de bens
imóveis em leilão se faça por valor igual ou superior à
avaliação. À toda evidência, a alienação judicial do bem seria
danosa não só à apelante, que objetiva manter a posse do
imóvel onde reside, mas para o próprio apelado, a quem
interessa, como a qualquer dono, lograr na alienação de sua
propriedade o máximo preço possível. 3. Ressalte-se que, nos
autos da ação de divisão, o ora apelado demonstrou não se
opor à divisão do bem, seja através da proposta de acordo
oferecida, onde sua irmã ficaria com o lote maior, seja através
da venda particular do imóvel, justamente com o fito de evitar
prejuízos com eventual alienação judicial do bem. 4. Assim, a
melhor solução para o caso concreto é a determinação da prova
pericial requerida pela apelante para que seja possível um
acordo entre as partes e, caso infrutífera a tentativa
conciliatória, a solução se daria através da venda extrajudicial
do imóvel, observado o valor da avaliação judicial como preço
mínimo de alienação. 5. Provimento de ambos os recursos.

(TJ-RJ - APL: 00071722220098190212, Relator: Des(a).


MARCOS ALCINO DE AZEVEDO TORRES, Data de
Julgamento: 29/11/2011, DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL)

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