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DIREITO CIVIL V

DIREITO
NOTURNO

TEMA: Cessão de direitos hereditários

Primeiramente, vejamos o que dispõe o Art. 1.793 do CC.

Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de


que disponha o
coerdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
§ 1 o Os direitos, conferidos ao herdeiro em consequência de
substituição ou de
direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão
feita anteriormente.
§ 2 o É ineficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito
hereditário sobre qualquer
bem da herança considerado singularmente.
§3o
Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da
sucessão, por qualquer
herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a
indivisibilidade.

Ao contrário do Código Civil de 1916, o novo código civil regulamentou


mais detalhadamente sobre ao instituto da Cessão de Direito Hereditários.
Somente após a abertura da sucessão, ou seja, após a morte do autor da
herança, pode-se falar em cessão dos respectivos direitos, posto que, tanto no
ordenamento antigo (art.1.089) quanto no atual (art. 426), a herança de pessoa
viva não pode ser objeto de contrato.

Com a abertura da sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos


herdeiros legítimos e testamentários, permanecendo, até o partilhamento final,
o estado de indivisão, ou seja, na expressão do Código Civil, “como um todo
unitário, ainda que vários sejam os herdeiros” (art.1.791) e a cessão deverá
revestir-se de forma pública, ou seja, deverá ser feita em notas do tabelião (por
escritura pública)

Analisemos duas formas de cessão de direitos hereditários, para pontuar


sobre os efeitos a serem produzidos. Primeiro, uma, a título universal: quando
um ou mais de um coerdeiro cede, no todo ou em parte, seu quinhão
hereditário, cuja cessão deve incidir sobre a totalidade da herança. Outra a, a
título singular, ou seja, sobre bem certo e determinado da herança, quando a
sub-rogação do cessionário relaciona-se tão somente ao particularmente
negociado.

Segundo César Fiúza, “cessão de herança é a alienação gratuita ou


onerosa da herança a terceiro, estranho ou não ao inventário. A cessão pode ser
total ou parcial, quando envolver todo o quinhão do cedente ou parte dele”

Nesse caso, o cessionário receberá a herança assim como se encontra, ou


seja, em estado de indivisibilidade. No que diz respeito à cessão, a título
singular,
por qualquer herdeiro, pendente a indivisibilidade, quando já existe ação
judicial, parece que deva ser aplicado o parágrafo segundo do artigo 1.793, com
prévia autorização do juiz da sucessão. Admitida a cessão, ela poderá ser feita,
mesmo anteriormente à propositura da ação. A autorização judicial a que se
refere o dispositivo em tela somente terá cabimento quando já estiver
tramitando o feito.

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