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A. IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO
B. ALEGAÇÕES DO REPRESENTANTE
LEGITIMIDADE DO AUTOR
O representante possui legitimidade para representar ao Tribunal? Sim
(Fundamento: art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, c/c o art. 237 do Regimento
Interno/TCU)
REDAÇÃO EM LINGUAGEM COMPREENSÍVEL
A representação está redigida em linguagem clara e objetiva, contém nome Sim
legível, qualificação e endereço do representante?
(Fundamento: art. 235 do Regimento Interno/TCU)
INDÍCIO CONCERNENTE À IRREGULARIDADE OU ILEGALIDADE
A representação encontra-se acompanhada do indício concernente à Sim
irregularidade ou ilegalidade apontada pelo autor?
(Fundamento: art. 235 do Regimento Interno/TCU)
COMPETÊNCIA DO TCU
A representação trata de matéria de competência do TCU? Sim
(Fundamento: art. 235 do Regimento Interno/TCU)
INTERESSE PÚBLICO
PERIGO DA DEMORA
O contrato/a ata decorrente do certame já foi assinado(a)? Não
Há decisão judicial ou administrativa, sem especificação de prazo, para Não
suspender o andamento do processo licitatório ou a contratação?
Análise:
3. Está configurado o pressuposto do perigo da demora, em razão da iminência do término
da fase recursal sobre o julgamento da proposta vencedora, o que possibilitaria, em breve, a
celebração do contrato. Em contato telefônico com o Assessor Jurídico da Presidência do TRT 13ª
Região, Sr. Tibério Adonys de Almeida Fialho, no dia 30/5/2019, foi informado que a Empresa
Zoih Engenharia Ltda. apresentou recurso administrativo em face do julgamento das propostas
(peça 5, p. 3-11), pelo que foi aberto prazo para as demais empresas apresentarem contra-razões,
dentro de 5 (cinco) dias úteis (peça 5, p. 1-2).
PERIGO DA DEMORA REVERSO
O serviço/bem é essencial ao funcionamento das atividades do órgão/entidade? Não
O órgão ou entidade está coberto contratualmente pelo serviço com razoável Não se
vigência (há a possibilidade de voltar a fase ou refazer o certame, a depender aplica
da consequência da concessão de cautelar no caso concreto) ou admite
prorrogação excepcional?
Caso haja a possibilidade de manutenção do contrato com a atual prestadora Não se
dos serviços, as condições dessa contratação seriam melhores (menor preço e aplica
atendimento satisfatório) que o que se está em vias de contratar?
Análise:
4. Em que pese o objeto da contratação mencionar serviços de “reforma” e de
“manutenção”, verifica-se, pela leitura do projeto básico integrante do edital (peça 4, p. 24-26), que
ambos os serviços tratam da realização de reforma, não havendo características de natureza
continuada na contratação almejada. Portanto, apesar de as justificativas constantes do projeto
básico indicarem para a necessidade efetiva das reformas nos ambientes do TRT 13ª Região, não
se verifica a existência do perigo da demora reverso, tendo em vista que o funcionamento das
atividades do órgão não resta impossibilitada até que se aguarde o deslinde dos fatos apontados na
representação.
PLAUSIBILIDADE JURÍDICA
sendo a ART “o instrumento que define, para os efeitos legais, os responsáveis técnicos pela
execução de obras ou prestação de serviços relativos às profissões abrangidas pelo Sistema
Confea/Crea”, e o acervo técnico o conjunto das atividades desenvolvidas ao longo da vida do
profissional,
16. O acervo técnico é instrumentalizado por meio da emissão da Certidão de Acervo
Técnico (CAT), na qual constam os assentamentos do Crea referentes às ART arquivadas em nome
do profissional, sendo então o documento oficial do Crea apto a fazer prova da capacidade técnica
do profissional, mas não da empresa licitante.
17. A jurisprudência dessa Egrégia Corte de Contas também é unânime nesse sentido,
conforme se observa nos seguintes acórdãos:
“9.4. dar ciência ao Município de Itagibá/BA, de modo a evitar a repetição das irregularidades
em futuros certames patrocinados com recursos federais, de que:
(...)
9.4.2. a exigência de comprovação de aptidão técnica devidamente registrada junto ao Crea,
dando conta de que a empresa interessada já desenvolveu serviços idênticos/semelhantes ao
previsto no objeto do edital, contraria a Resolução 1.025/2009 do Confea e o Acórdão 128/2012
- TCU - 2ª Câmara;” (Acórdão 655/2016-Plenário, Relator Ministro Augusto Sherman
Cavalcanti).
“1.7. Dar ciência à Fiocruz acerca das seguintes falhas constatadas no âmbito do Pregão
Eletrônico 28/2016:
1.7.1. exigência de registro e/ou averbação de atestado da capacidade técnica-operacional, em
nome da empresa licitante, no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia –
Crea, o que não está previsto no art. 30, § 3º, da Lei 8.666/1993, que ampara a exigência do
referido atestado, contida no item 8.7.2 do instrumento convocatório, e contraria a Resolução
Confea 1.025/2009 e os Acórdãos 128/2012-TCU-2ª Câmara e 655/2016-TCU-Plenário;”
(Acórdão 205/2017-Plenário, Relator Ministro Bruno Dantas).
18. Dessa forma, o dispositivo constante do edital, no sentido de exigir um documento
certificado pelo Crea ou CAU, que seria a CAT, para que comprove a experiência anterior de
licitante, é impossível de ser atendido e ilegal, na medida em que ultrapassa o conceito estabelecido
pelo artigo 30, § 1° da Lei 8.666/1993, podendo restringir indevidamente a competitividade do
certame. Tal aspecto conecta-se à questão da inclusão no edital de um item ilegal.
19. O outro aspecto já foi mencionado no item 9 da presente instrução e diz respeito ao
momento da avaliação dos requisitos de habilitação pela Comissão Permanente de Licitação. Ou
seja, há que se saber se realmente houve uma restrição indevida à competitividade do certame
quando a CPL inabilitou metade das empresas licitantes por conta da não comprovação do exigido
no item 4.3.9 do edital.
20. Em contato telefônico com o Assessor Jurídico da Presidência do TRT 13ª Região, Sr.
Tibério Adonys de Almeida Fialho, no dia 30/5/2019, foi informado que o motivo da inabilitação
das quatro empresas mencionadas no item 8 da presente instrução não teve nenhuma dependência
com a questão da interpretação do item 4.3.9.1, especificamente no que tange ao registro das
declarações, atestados ou certidões no Crea, mas sim porque as mesmas não conseguiram
comprovar a experiência anterior com a execução de 50% dos serviços similares ao objeto licitado.
Neste contexto, em que pese estar configurado o pressuposto do perigo da demora e de ser afastado
o perigo da demora reverso, resta ainda esse ponto a ser avaliado, que compromete a conclusão
quanto à plausibilidade jurídica dos argumentos trazidos na representação.
21. Ante o exposto, considerando a necessidade de se concluir a respeito da plausibilidade
jurídica dos argumentos trazidos na representação, propõe-se a oitiva prévia do TRT da 13ª Região
para que apresente a motivação pela inclusão desse item no edital da Tomada de Preços 1/2019,
assim como pela interpretação dada ao mesmo quando da decisão de inabilitação de quatro das oito
empresas participantes do certame.
E. IMPACTO DOS ENCAMINHAMENTOS PROPOSTOS
Urbanismo (CAU), o que não está previsto no art. 30, § 3º, da Lei 8.666/1993, que ampara a
exigência do referido atestado, , e contraria a Resolução Confea 1.025/2009 e os Acórdãos
128/2012-TCU-2ª Câmara, 655/2016-TCU-Plenário e 205/2017-TCU-Plenário;
b) inabilitação, com fundamento no subitem 4.3.9 do Edital da Tomada de Preços
01/2019, pela Comissão Permanente de Licitação das empresas abaixo relacionadas, encaminhando
os relatórios técnicos que fundamentaram a decisão:
b.1) NSEG Construções Eireli-ME;
b.2) RCS – Reformas Construções e Serviços Eireli-ME;
b.3) GH Engenharia Ltda ME; e
b.4) MVP Engenharia Ltda;
c) informar o estágio atual do certame ou da contratação dele decorrente;
d) demais informações que julgar necessárias; e
e) designação formal de interlocutor que conheça da matéria para dirimir eventuais
dúvidas, informando nome, função/cargo, e-mail e telefone de contato.
22.3. alertar o Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região quanto à possibilidade de o TCU
vir a conceder medida cautelar para a suspensão do certame, caso haja indicativo de afronta às
normas legais e/ou possibilidade de ocorrência de prejuízos à Administração, ou mesmo de
determinar a anulação dos atos decorrentes do certame ou a não prorrogação do contrato, caso haja
elementos suficientes para a decisão de mérito após a realização da oitiva prévia, com base no
disposto no art. 276, § 6º, do Regimento Interno deste Tribunal;
22.4. encaminhar cópia da presente instrução ao Tribunal Regional do Trabalho da 13ª
Região, de maneira a embasar as respostas à oitiva prévia.
Selog, 4ª Diretoria, em 30/5/2018.
(Assinatura Eletrônica)
Niselky de Avila Gordin
AUFC Mat. 7302-4