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0034931-07.2019.8.03.

0001

RESUMO

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Excelências, há o patente cerceamento do direito de defesa do recorrente, quanto
a produção de prova.
No andamento #28 o douto juízo determina que as partes especifiquem as provas
que pretendem produzir.
O recorrente especificou as provas, arrolando testemunhas a serem ouvidas #32.
No andamento de ordem #50, o douto juízo manda cadastrar as testemunhas
arroladas pelo recorrente, indicando que instruiria o processo e ouviria as
testemunhas. Gerando a expectativa nas partes.
Já no andamento #53, surpreendente, o juiz decidiu que o caso era de julgamento
antecipado, sustentando que as partes não tinham requerido outros meios de
provas.
Inclusive, na própria sentença o juízo afirma que as partes não teriam interesse na
produção de provas, mesmo tendo pedido expresso nos autos.

Desta forma, Resta claro que o direito do recorrente foi cerceado pois requereu a
produção de provas, o juiz inicialmente deferiu e deu a entender que produziria as
provas, depois simplesmente julgou antecipadamente o mérito.

Por isso, a preliminar arguida deve ser acolhida por vossas excelências, devendo a
sentença ser anulada pelo evidente cerceamento de defesa na produção de provas
requeridas pelo recorrente, devendo ainda o processo voltar ao momento
processual no qual se produzam as provas requeridas pelo recorrente.
NO MERITO
AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA E DA
VINCULAÇÃO AO EDITAL – comprovação do direito do recorrente.

Excelências, o recorrente comprovou nos autos os fatos


constitutivos de seu direito, pois os documentos juntados são suficientes a
demonstração do seu direito a matrícula no curso de formação de soldados
policiais (CFSD 2019).

Especificamente em relação ao atestado médico, temos


que ele é documento que goza de fé pública, pois foi produzido por médico
servidor público, em hospital público – assinado e carimbado pelo médico da
rede pública.

Não há nenhuma prova nos autos que desconstitua a


veracidade do documento/atestado médico.

Então cabia ao recorrido desconstituir a sua autenticidade


para assim também desconstituir o direito do recorrente.

Todavia, não comprovou nenhum fato impeditivo,


modificativo ou extintivo do direito do recorrente, conforme estabelece o art.
373 do CPC.

Desta forma, observamos que a sentença não leva em


consideração as provas que compõem o processo, preferindo se sustentar
unicamente no princípio da vinculação ao edital, o que o juízo aplica de forma
absoluta e não observa as peculiaridades do caso concreto.

A sentença sequer observou que a situação do Recorrente


se tratava de verdadeiro caso de força maior, tendo em vista que não pôde
comparecer ao ato de matrícula do Curso de Formação por não ter condições
de saúde, conforme comprovado nos autos pelo atestado médico juntado com
inicial.

Sendo assim, o princípio da vinculação ao edital tem de ser


afastado e/ou relativizado no caso dos autos, para dar lugar a razoabilidade e
a proporcionalidade, pois o recorrente não compareceu a matrícula por
questão de saúde (força maior).

Excelência, não é crível que o recorrente, após ter logrado


êxito nas 06 (seis) fases anteriores de um certame público tão concorrido
como o concurso público para soldado da PM/AP, não tenha comparecido ao
ato da matrícula do curso de formação senão por um motivo que lhe tenha
realmente o impossibilitado de está presente ao ato.

No dia marcado para a sua apresentação para a matrícula


no curso de formação, o Recorrente passou mal de saúde e teve de ser
levado ao hospital, do qual o médico lhe determinou o afastamento de
qualquer tipo de trabalho pelo prazo de 01 (um) dia, conforme se pode
constatar do Atestado Médico que juntou na inicial. Por esse motivo, o
Apelante não pôde comparecer para fazer a sua matrícula no Curso de
Formação de Soldados, no entanto, foi eliminado do certame público.

Assim, não se mostrou proporcional a conduta do


Recorrido em eliminar o Apelante do concurso a qual dedicou anos de
estudos para passar, ainda mais sendo ele de origem humilde e teve
de contar com o esforço de toda a sua família para que pudesse
estudar.

A justificativa apresentada cumpre todos os requisitos


legais, inclusive embasada em ATESTADO DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE,
sendo a sua ausência no dia da matrícula devidamente justificada por motivo
de doença, o que lhe dava o direito de continuar no certame e ser
matriculado no curso de formação de policiais militares, conforme restou
reconhecido e deferido na decisão que concedeu a tutela de urgência (MO
#14).

O recorrido sequer impugnou o atestado, o que comprova


a total autenticidade do documento.

Assim, temos que a sentença não guardou congruência


com foi produzido nos autos, pois não observou as provas produzidas nos
autos, sendo no presente caso, medida que se impõe, o afastamento da
regra do edital de que não era possível a apresentação de justificativa
para a ausência de candidatos no ato da matrícula do curso de
formação de policiais.

É pacífico o entendimento dos tribunais, inclusive do


próprio e. TJAP, Câmara Única, que o princípio da vinculação ao edital
não é absoluto, pelo contrário, a análise do caso deve observar a
razoabilidade, vejamos:
PROCESSUAL CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA - REEXAME
NECESSÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL - CONCURSO PÚBLICO -
DIPLOMA - APRESENTAÇÃO DE CERTIFICADO DE CONCLUSÃO
DE CURSO NO ATO DA POSSE - POSSIBILIDADE - SENTENÇA
MANTIDA. 1) O princípio da vinculação ao edital não pode
ser tido como absoluto, devendo ser sopesado com os
princípios da razoabilidade, legalidade e isonomia; 2) A
nomeação e posse de candidata aprovada em concurso público
que apresentou atestado de conclusão do curso superior não
causa grave lesão ao interesse público. Mesmo porque, tanto o
diploma quanto certificado de conclusão de curso revelam a
mesma situação fática: comprovação da escolaridade mínima
exigida no certame. Precedentes; 3) Remessa necessária
conhecida e desprovida. Apelo prejudicado. (REMESSA EX-
OFFICIO(REO). (TJAP - Processo Nº 0009065-
94.2019.8.03.0001, Relator Juiz Convocado MARIO MAZUREK,
CÂMARA ÚNICA, julgado em 9 de Julho de 2020) – grifei.

Desta forma, o recorrente requereu em seu recurso de


apelação a reforma da r. sentença, para que seja julgado procedente a ação.

No entanto, se outro for o entendimento de vossa


excelências, devem observar que no presente caso já operou-se o fato
consumado.

Fato consumado - DA QUESTÃO SOCIAL DO CASO CONCRETO - DA


CONCLUSÃO DO CURSO FORMAÇÃO DE SOLDADOS PM/AP, POSSE E
EXERCÍCIO DO RECORRENTE NO CARGO DE SOLDADO PM/AP.

Excelência, outro ponto trazido no recurso de apelação do


recorrente é que a situação jurídica e social no caso concreto já se encontra
consumada, ou seja, considerando as circunstancias do caso, já se operou o
fato consumado.

É que, o recorrente concluiu o curso de formação de


soldados da PM/AP, tomou posse e entrou em exercício no cargo de soldado
(há cerca de 03 anos). E além disso, mesmo com a revogação da decisão
liminar a Polícia Militar demonstra de forma inequívoca que não tem
interesse na exclusão do autor dos quadros da Polícia Militar, eis que
até a presente data o mesmo continua exercendo suas funções de SOLDADO
DA POLÍCIA MILITAR estando lotado no Batalhão do interior, no Município de
Porto Grande, no destacamento da Comunidade do CUPIXI.

Deste modo, não faz mais sentido a eliminação do


Recorrente do concurso público, tampouco seria interessante para
administração, posto que trará prejuízo para o Estado sua eliminação do
concurso neste momento, ante ao quadro deficitário e escassez de policiais
militares no Estado.

Certamente a saída do recorrente nesse momento causará


prejuízo para o policiamento do interior, na comunidade de CUPIXI em Porto
Grande onde está lotado.
Ao analisar o caso, observamos que ele cumpriu todos os
requisitos para ter reconhecido e aplicado a teoria do fato consumado:

1 – Longo lapso temporal (cerca de 03 anos);

2 – Redução do dano – questão social.

3 – Censo de Justiça e interesse da administração.

Desta forma, por tudo que consta nos autos, requer o


provimento do presente recurso para que seja reformada a r. sentença e
julgado totalmente procedente os pedidos da inicial, anulando-se o ato
administrativo que eliminou o recorrente do certame público, garantindo-se
sua permanência nos quadros da Polícia Militar do Estado do Amapá.

São os termos.
Resta claro no processo que O recorrente trouxe aos autos todos os documentos
necessários a demonstração do seu direito.
editais, editais de convocação e o atestado médico que comprova que ele não
pôde comparecer na data da matricula por questão de saúde.
Ou seja, ele cumpriu com o seu dever de trazer os fatos e as provas que
comprovem o seu direito.
Enquanto que o estado não trouxe absolutamente nada, nenhum documento, e
sequer requereu a produção de outras provas.

Ou seja, percebemos que o recorrente comprovou os fatos constitutivos de seu


direito, pois os documentos juntados são suficientes a demonstração do seu direito
a matricula no curso de formação de policiais.
Especificamente em relação ao atestado médico, temos que ele é documento que
goza de fé pública, pois foi produzido por médico servidor público, em hospital
público – assinado e carimbado pelo médico da rede pública.
Então cabia ao recorrido desconstituir a sua autenticidade para assim também
desconstituir o direito do recorrente.
Todavia, não comprovou nenhum fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do recorrente, conforme estabelece o art. 373 do cpc.
Desta forma, observamos que a sentença não leva em consideração as provas que
compõem o processo, preferindo se sustentar unicamente no princípio da
vinculação ao edital, o que o juízo aplica de forma absoluta e não observa as
peculiaridades do caso.
A sentença sequer observou que a situação do Recorrente trata-se de verdadeiro
caso de força maior, tendo em vista que não pôde comparecer ao ato de matrícula
do Curso de Formação por não ter condições de saúde, conforme comprovado nos
autos pelo atestado médico juntado com inicial.
O principio da vinculação ao edital tem de ser afastado, para dar lugar a
razoabilidade e a proporcionalidade, pois o recorrente não compareceu a matricula
por questão de saúde.
O recorrido sequer impugnou o atestado, o que comprova a total autenticidade do
documento.
Assim, temos que a sentença não guardou congruência com foi produzido nos
autos, pois não observou as provas produzidas nos autos.

Acaso entendam que as provas não são suficientes a demonstração do direito do


autor, hão de reconhecer que a situação jurídica e social já encontra-se
consumada, ou seja, considerando as circunstancias do caso, já operou-se o fato
consumado da questão.
Pois o recorrente
Concluiu o curso de formação com conceito “muito bom”.. o que se acredita pois...
Foi nomeado e empossado como soldado policial militar e exerce a sua função há
mais de 02 anos.
Têm-se noticia de que ele é um dos melhores do batalhão.
Deste modo, não faz mais sentido a eliminação do Recorrente do concurso,
tampouco seria interessante para administração, posto que trará prejuízo para o
Estado sua eliminação do concurso neste momento.
Ao analisar o caso, observamos que ele cumpriu todos os requisitos
1 – longo lapso temporal;
2 – redução do dano – questão social
Falar do quadro deficitário da policia militar (governador noticiou concurso – 600
vagas imediatas) - exerce a função no interior – se sair vai causar prejuízo ao
policiamento pq não tem como repor a sua vaga.
Falar das condições pessoais do recorrente – pessoa humilde – estudou e se
preparou.

3 – requisitos preenchidos
4 – senso de justiça
requer o provimento do presente recurso para que seja reformada a r.
sentença e julgado totalmente procedente os pedidos da inicial, anulando-se o
ato administrativo que eliminou o recorrente do certame público

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