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OS FATOS
O recorrente efetivou sua inscrição para o concurso em tela, tendo conhecimento, em
28/10/2023, que seu nome fora excluído da listagem de candidatos com a inscrição homologada,
em face de “documentação incompleta” com o fundamento de que “O candidato apresentou
certidão de antecedentes criminais da justiça estadual fora da validade de 90 dias.
Documentou venceu em 10/04/2022”, conforme consta no resultado preliminar de
homologação da inscrição e convocação para a prova escrita publicada no site da UEPA.
MÉRITO
Outros documentos devem ser cobrados na fase final do certame, a exemplo dos
concursos para cargos da administração pública que, em regra geral, são exigidos somente após
a nomeação para fins de posse no cargo público que o interessado foi aprovado.
Assim, toda exigência documental em concursos públicos deve ser realizada sob o
prisma da lógica, ou seja, deve existir uma justificativa necessária para que se faça tal exigência,
antes da realização das provas de conhecimentos dos candidatos.
Com efeito, exigências despropositadas devem ser consideradas nulas, por afrontarem
o direito brasileiro, especialmente o Princípio da Razoabilidade e o do Livre Acesso aos Cargos
Públicos, se caracterizando como mera discriminação fortuita.
Desta forma, o diploma no curso superior, por exemplo, somente pode ser exigido na
data da posse. Inclusive, após muitas ações judiciais sobre essa questão, o STJ editou uma
súmula que deixa claro. Súmula 266: O diploma ou habilitação legal para o exercício do
cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.
O mesmo entendimento deve ser aplicado no caso do recorrente, uma vez que não faz
qualquer sentido exigir a certidão de antecedentes criminais na fase inicial do concurso.
Com efeito, conforme as decisões judiciais acima transcritas que tratam de casos
similares ao ora recorrido, não é razoável exigir, sem qualquer justificativa, na fase inicial do
concurso público, documentos que podem ser apresentados pelos candidatos na fase final dos
certames, sendo desproporcional excluir os interessados por esse fato.
A decisão ora recorrida, se mantida, o que não se acredita, além violar os princípios
da proporcionalidade e razoabilidade, restringe a competição nos concursos, ferindo também o
disposto no §1º do art. 3º da Lei de Licitações.
CONCLUSÃO
Requerente
OAB/PA 7.542