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ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros
da PRIMEIRA Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo
regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Sérgio Kukina (Presidente), Regina
Helena Costa, Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região) e Napoleão Nunes Maia
Filho votaram com o Sr. Ministro Relator.
Brasília (DF), 18 de agosto de 2015(Data do Julgamento)
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AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 41.031 - PR
(2013/0040967-3)
O recorrente pede a apreciação da pretensão pelo órgão colegiado, por considerar não ser
pacífico o posicionamento jurisprudencial sobre o tema. Defende que a candidata, porque
classificada fora do número de vagas, não tem direito subjetivo à nomeação mesmo que o candidato
imediatamente anterior na ordem de classificação, regularmente convocado, manifeste desistência.
É o relatório.
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AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 41.031 - PR
(2013/0040967-3)
EMENTA
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO.
DESISTÊNCIA DE CANDIDATO CONVOCADO. VAGA CORRELATA
NÃO PREVISTA ORIGINALMENTE NO EDITAL. DIREITO SUBJETIVO
DO CANDIDATO CLASSIFICADO IMEDIATAMENTE APÓS.
EXISTÊNCIA.
1. Embora exista diferença entre as situações fático-jurídicas daqueles que se
encontram classificados imediatamente após o candidato desistente de vaga
disponibilizada no edital do concurso e aqueles classificados fora das vagas ofertadas,
deve-se reconhecer que o ato administrativo que convoca candidato para preencher
outras vagas, oferecidas após o preenchimento daquelas previstas pelo edital, gera o
mesmo efeito do ato de convocação dos candidatos aprovados dentro do número de
vagas, quando há desistência.
2. É que, também nessa hipótese, a administração, por meio de ato formal, manifesta
necessidade e interesse no preenchimento da vaga, de tal sorte que a convocação de
candidato que, posteriormente, manifesta desinteresse, não gera somente expectativa de
direito ao candidato posterior, mas direito subjetivo.
3. O ato administrativo que prevê novas vagas para o certame adita o edital inaugural,
necessitando preencher os mesmos requisitos de validade e produzindo os mesmos
efeitos jurídicos com relação aos candidatos. Assim, se o ato de convocação, perfeito,
válido e eficaz, encontra motivação nas novas vagas ofertadas, não há fundamento para
se diferenciar o entendimento aplicável às mencionadas categorias de candidatos, à luz
dos princípios constitucionais da isonomia, da moralidade e da legalidade.
4. Agravo regimental não provido.
VOTO
O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): A omissão
legislativa quanto à regulamentação do princípio constitucional do concurso público oportunizou certa
variação do entendimento jurisprudencial sobre o direito à nomeação daqueles que logram
aprovação dentro e fora do número de vagas.
Parte dessa lacuna normativa tem sido sanada, caso a caso, por meio da orientação do
Supremo Tribunal Federal, a qual, por ser definitiva, serve de parâmetro razoável e adequado para
extirpar a insegurança jurídica que situações fático-jurídicas complexas causam tanto à
administração, quanto aos candidatos.
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de verem anulados seus atos de nomeação em razão de a decisão final lhes ser desfavorável, nem
impor a administração pública a formação de uma relação jurídica que, de forma superveniente, seja
considerada ilegal ou, até mesmo, inconstitucional.
Isso colocado, deve-se anotar que ambas as Turmas da Primeira Seção do STJ têm
externado o entendimento de que "o candidato aprovado em concurso publico fora do número
de vagas previsto no edital tem mera expectativa de direito à nomeação [...] compete à
Administração, dentro do seu poder discricionário e atendendo aos seus interesses,
nomear candidatos aprovados de acordo com a sua conveniência, respeitando-se, contudo,
a ordem de classificação, a fim de evitar arbítrios e preterições" (RMS 33.875/MT, Rel.
Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 22/06/2012).
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magistrado, daí porque pode-se reconhecer, judicialmente, o direito à nomeação, impondo-se ao
administrador a contratação, sem que seja ofendido o princípio constitucional da Independência dos
Poderes.
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Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Concurso
público. Candidata aprovada, inicialmente, fora das vagas do edital. Desistência dos
candidatos mais bem classificados. Direito a ser nomeada para ocupar a única vaga
prevista no edital de convocação. Precedentes.
1. O Tribunal de origem assentou que, com a desistência dos dois candidatos mais bem
classificados para o preenchimento da única vaga prevista no instrumento convocatório, a
ora agravada, classificada inicialmente em 3º lugar, tornava-se a primeira, na ordem
classificatória, tendo, assim, assegurado o seu direito de ser convocada para assumir a
referida vaga.
2. Não se tratando de surgimento de vaga, seja por lei nova ou vacância, mas de vaga já
prevista no edital do certame, aplica-se ao caso o que decidido pelo Plenário da Corte, o
qual, ao apreciar o mérito do RE nº 598.099/MS-RG, Relator o Ministro Gilmar Mendes,
concluiu que o candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas
previstas no edital tem direito subjetivo à nomeação.
3. Agravo regimental não provido.
(ARE 661760 AgR, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 03/09/2013,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-214).
No caso, o candidato desistente não fora convocado para preencher uma das vagas
constantes do edital, mas de vaga surgida posteriormente.
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É que, também nessa hipótese, a administração, por meio de ato formal, manifesta
necessidade e interesse no preenchimento da vaga, de tal sorte que a convocação de candidato que,
posteriormente, manifesta desinteresse, não gera somente expectativa de direito ao candidato
posterior, mas direito subjetivo.
O ato administrativo que prevê novas vagas para o certame adita o edital inaugural,
necessitando preencher os mesmos requisitos de validade e produzindo os mesmos efeitos jurídicos
com relação aos candidatos. Assim, se o ato de convocação, perfeito, válido e eficaz, encontra
motivação nas novas vagas ofertadas, não há fundamento para se diferenciar o entendimento
aplicável às mencionadas categorias de candidatos, à luz dos princípios constitucionais da isonomia,
da moralidade e da legalidade.
É como voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA
AgRg no
Número Registro: 2013/0040967-3 PROCESSO ELETRÔNICO RMS 41.031 / PR
Relator
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. DENISE VINCI TULIO
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : HELEN REGINA PRIMO
ADVOGADOS : ALESSANDRO EDISON MARTINS MIGLIOZZI
ELIZÂNGELA BONFIM CARNEVALLE MIGLIOZZI E OUTRO(S)
RECORRIDO : ESTADO DO PARANÁ
PROCURADOR : LEILA CUELLAR E OUTRO(S)
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : ESTADO DO PARANÁ
PROCURADOR : LEILA CUELLAR E OUTRO(S)
AGRAVADO : HELEN REGINA PRIMO
ADVOGADOS : ALESSANDRO EDISON MARTINS MIGLIOZZI
ELIZÂNGELA BONFIM CARNEVALLE MIGLIOZZI E OUTRO(S)
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto
do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Sérgio Kukina (Presidente), Regina Helena Costa, Olindo Menezes
(Desembargador Convocado do TRF 1ª Região) e Napoleão Nunes Maia Filho votaram com o Sr.
Ministro Relator.
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