Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Obs: não foram incluídos neste informativo esquematizado os julgados de menor relevância para concursos
públicos ou aqueles decididos com base em peculiaridades do caso concreto. Caso seja de seu interesse
conferi-los, os acórdãos excluídos foram os seguintes: REsp 1.103.224-MG; REsp 1.103.769-MG; AgRg no
REsp 1.110.017-SP; REsp 1.218.859-ES; REsp 1.238.965-RS; REsp 1.139.785-PR; REsp 834.487-MT; REsp
1.052.781-PA.
DIREITO ADMINISTRATIVO
1) O candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital tem direito subjetivo à
nomeação no prazo de validade do certame. A Administração Pública tem a
discricionariedade de identificar a melhor oportunidade ou conveniência para realizar as
nomeações durante o período de validade do concurso. O que ela não pode fazer é deixar de
nomear o candidato aprovado dentro do número de vagas (RMS 33.875/MT).
2) O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas previsto no edital tem
mera expectativa de direito à nomeação (STJ MS 17.147/DF).
3) O candidato aprovado fora do número de vagas, em princípio, não tem direito subjetivo à
nomeação, mesmo que surjam ou sejam criadas vagas durante o prazo de validade do
concurso. Assim, o fato de terem sido criados novos cargos enquanto ainda vigente o
concurso não obriga, por si só, a Administração a nomear o candidato aprovado fora do
número de vagas (STJ AgRg no REsp 1263916/PR).
5) De igual modo, a Administração não está obrigada a prorrogar o prazo de validade dos
concursos públicos. Trata-se de ato discricionário, submetido ao juízo de oportunidade e
conveniência; porém, se novos cargos vêm a ser criados, durante tal prazo de validade,
mostra-se de todo recomendável que se proceda a essa prorrogação.
vagas existentes, com preterição daqueles que, aprovados, estariam aptos a ocupar o
Página
www.dizerodireito.com.br
Conclusão:
Os candidatos aprovados fora do número de vagas previsto no edital, em princípio, não tem
direito subjetivo à nomeação. No entanto, caso surjam novas vagas e o concurso ainda esteja no
prazo de validade, esses candidatos adquirem direito subjetivo de serem nomeados desde que
fique comprovado que há interesse público na nomeação.
Essa comprovação pode ser feita de diversas formas, como, por exemplo:
a) quando há contratação de pessoal, de forma precária, para o preenchimento de vagas
existentes, com preterição dos aprovados (STJ RMS 34.319-MA);
b) quando a Administração está utilizando servidores requisitados de outros órgãos para
desempenharem as funções dos candidatos aprovados (STF RE 581.113/SC);
c) quando logo após (seis meses) o término de validade do concurso, a Administração realiza
novo certame para os mesmos cargos dos aprovados que não foram chamados, sendo que
havia vagas abertas mesmo antes do concurso expirar (STJ RMS 27.389-PB);
d) quando o edital previa expressamente que o concurso se destinava também para as vagas
que surgissem durante o prazo de validade do certame (STJ MS 18.881-DF). Esse é o caso, por
exemplo, dos concursos que preveem cadastro de reserva;
e) quando as vagas surgem por conta da desistência de candidatos nomeados e que decidiram
não assumir ou pediram exoneração (STJ AgRg no REsp 1225356 / AM).
Dessa feita, caso haja vagas disponíveis e a Administração decida pela não nomeação dos
candidatos, ela deverá motivar esse ato.
Não serve como motivação o simples argumento de que tais candidatos ficaram mal
posicionados no concurso, considerando que, segundo já decidiu o STJ, do primeiro ao último
aprovado, todos foram considerados aptos pela Administração (STJ RMS 27.389-PB).
Comentários A situação decidida pelo STJ foi a seguinte:
Determinado órgão abriu concurso público para selecionar servidores para seus quadros.
O edital de abertura previu que o concurso se destinava ao provimento de 49 vagas, bem
como daquelas que viessem a surgir durante o período de validade do certame.
Ao final de todas as etapas do concurso, a impetrante ficou na 81ª posição.
Durante o prazo de validade do concurso, foram abertas 45 novas vagas.
O órgão nomeou, no total, 71 candidatos.
O STJ, ao analisar a questão, em sede de recurso, considerou que a impetrante foi aprovada
dentro do número de vagas oferecidas, considerando que o edital afirmava que o concurso
seria destinado a 45 vagas, “acrescidos dos cargos que vagarem durante o período de
validade do concurso público”.
Eram, inicialmente, 45 vagas e, durante o prazo de vigência, surgiram mais 49. Logo, são 94
vagas no total. Para o STJ, todos os candidatos classificados nestas vagas têm direito
subjetivo à nomeação porque o próprio edital assim previu.
O princípio da moralidade impõe obediência às regras insculpidas no instrumento
convocatório pelo Poder Público, de sorte que a oferta de vagas vincula a Administração,
segundo, ainda, o princípio da legalidade.
Precedentes Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o momento no
do STF qual se realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de
relacionados acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma,
com o tema um dever imposto ao poder público. Uma vez publicado o edital do concurso com número
específico de vagas, o ato da Administração que declara os candidatos aprovados no
certame cria um dever de nomeação para a própria Administração e, portanto, um direito à
nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro desse número de vagas.
2
(RE 598099, Relator Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 10/08/2011/MS)
Página
INFORMATIVO esquematizado
A Administração não está obrigada a prorrogar o prazo de validade dos concursos públicos;
porém, se novos cargos vêm a ser criados, durante tal prazo de validade, mostra-se de todo
recomendável que se proceda a essa prorrogação.
(RE 581113, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 05/04/2011)
Precedentes Primeira Seção (1ª e 2ª Turmas)
do STJ A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que os candidatos
relacionados classificados em concurso público fora do número de vagas previstas no edital possuem
mera expectativa de direito à nomeação, apenas adquirindo esse direito caso haja
comprovação do surgimento de novas vagas durante o prazo de validade do concurso
público, bem como o interesse da Administração Pública em preenchê-la, o que não
ocorreu no caso dos autos. (...)
(MS 17.147/DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, julgado em 27/06/2012)
Primeira Turma
O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas previsto no edital tem
mera expectativa de direito à nomeação. Com isso, compete à Administração, dentro do
seu poder discricionário e atendendo aos seus interesses, nomear candidatos aprovados de
acordo com a sua conveniência, respeitando-se, contudo, a ordem de classificação, a fim de
evitar arbítrios e preterições. (...)
(RMS 33.875/MT, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, julgado em 19/06/2012)
Segunda Turma
1. A mera criação de novos cargos enquanto ainda vigente o concurso não garante, por si só,
o direito do candidato aprovado, mas não classificado dentre as vagas ofertadas, à nomeação.
Tampouco obriga, a princípio, a administração a prorrogar o prazo de validade do concurso,
ato discricionário, submetido ao juízo de oportunidade e conveniência administrativas.
2. No entanto, em recente julgado, o Supremo Tribunal Federal decidiu, com relação aos
cargos criados pela Lei nº 10.842/2004, que "na hipótese de haver novas vagas, prestes a
serem preenchidas, e razoável número de aprovados em concurso ainda em vigor quando
da edição da Lei que criou essas novas vagas, não são justificativas bastantes para o
indeferimento da prorrogação da validade de certame público por razões de política
administrativa interna do Tribunal Regional Eleitoral que realizou o concurso" (RE
581113/SC, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 31/05/2011).
3. Não obstante o Tribunal Superior Eleitoral tenha determinado o aproveitamento dos
novos cargos pelos candidatos habilitados em concurso público, realizado ou em
andamento na data de publicação da Lei n.º 10.842/2004 (art. 2º da Resolução nº
21.832/2004), a Administração manteve-se inerte, deixando de nomear os candidatos
aprovados para, assim que exaurido o prazo de validade, realizar novo procedimento para o
mesmo fim.
4. Afasta-se excepcionalmente a discricionariedade da Administração quanto à nomeação
de candidatos aprovados em concurso público fora das vagas previstas no edital,
considerando que a edição da Lei n.º 10.842/2004 teve um propósito específico, qual seja, a
regularização do quadro de pessoal da Justiça Eleitoral, com a maior brevidade possível.
5. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1263916/PR, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 14/08/2012)
INFORMATIVO esquematizado
Sexta Turma
1. Os aprovados em concurso público têm apenas expectativa de direito, em virtude da
discricionariedade administrativa, submetendo a nomeação dos candidatos ao juízo de
conveniência e oportunidade da Administração, e não viola, destarte, os princípios da
isonomia e legalidade. Não há, portanto, qualquer direito líquido e certo aos demais
candidatos que, fora das vagas indicadas no edital, seguiram como suplentes na ordem de
classificação do certame.
2. Não restaram comprovadas as hipóteses excepcionais como, por exemplo, quando
ocorre preterição na ordem de classificação dos candidatos, criação de novos concursos
enquanto vigente o anterior, ou na hipótese de contratação de servidores precários para
mesmas funções do cargo em que o concurso esteja em andamento.
3. Ainda que novas vagas surjam no período de validade do concurso, - por criação de lei, ou
mesmo por força de vacância -, o seu preenchimento está sujeito a juízo de conveniência e
oportunidade da Administração. (...)
(AgRg no RMS 21.362/SP, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do
TJ/RS), Sexta Turma, julgado em 10/04/2012)
Se o autor ingressa com ação de cobrança contra o Poder Público provando que é servidor
público e que não está recebendo sua remuneração, incumbe à Administração Pública
demonstrar, enquanto fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da parte autora
(art. 333, II, do CPC), que o requerente não recebeu sua remuneração por não ter havido o
efetivo exercício no cargo.
Comentários Imagine a seguinte situação hipotética:
José é servidor público municipal e não recebe há 3 meses, razão pela qual propôs ação de
cobrança contra o Município.
Na contestação, a Fazenda Pública não negou que José seja realmente servidor público (fato
incontroverso), mas alegou que ele não recebeu porque não trabalhou durante esse período.
Desse modo, o réu alegou um fato novo (a não prestação dos serviços).
fato constitutivo de seu direito (art. 333, I, do CPC) uma vez que, sendo provado que o
Página
indivíduo é servidor público, isso significa que, em regra, ele tem direito à remuneração.
INFORMATIVO esquematizado
Art. 333. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
Isso foi provado, considerando que José alegou sua condição de servidor público, o que foi
demonstrado documentalmente e não negado pelo Município, tornando-se incontroverso
(art. 334, III, do CPC).
E o réu?
Tendo o autor provado o fato alegado, caberá ao requerido provar o fato novo por ele
alegado. Logo, incumbe ao réu provar que o servidor não estava no efetivo exercício do
cargo durante o período (art. 333, II, do CPC).
2ª corrente: SIM. É possível anular judicialmente o ato demissional que ocorre em desatenção
ao acervo probatório dos autos e com desatenção à proporcionalidade na sanção, sem
prejudicar eventual aplicação de diversa penalidade administrativa (MS 15.810/DF, Rel. Min.
Humberto Martins, Primeira Seção, julgado em 29/02/2012, DJe 30/03/2012)
Comentários É possível que o Poder Judiciário, no julgamento de mandado de segurança, faça a revisão
da penalidade imposta no processo administrativo disciplinar (PAD), sob o argumento de
que a punição aplicada violou o princípio da proporcionalidade?
NÃO SIM
No âmbito do controle jurisdicional do É possível anular judicialmente o ato
processo administrativo disciplinar, é demissional que ocorre em desatenção ao
vedado ao Poder Judiciário adentrar no acervo probatório dos autos e com
mérito do julgamento administrativo, desatenção à proporcionalidade na sanção,
cabendo-lhe, apenas, apreciar a sem prejudicar eventual aplicação de
regularidade do procedimento, à luz dos diversa penalidade administrativa (Primeira
princípios do contraditório e da ampla Seção. MS 15.810/DF, Rel. Min. Humberto
defesa (Primeira Seção. MS 17.479-DF, Rel. Martins, julgado em 29/02/2012, DJe
Min. Herman Benjamin, julgado em 30/03/2012)
5
28/11/2012).
Página
INFORMATIVO esquematizado
Outro julgado no sentido da 1ª corrente:
2. Segundo a pacífica jurisprudência desta Corte Superior de Justiça "o controle jurisdicional
dos processos administrativos se restringe à regularidade do procedimento, à luz dos
princípios do contraditório e da ampla defesa, sem exame do mérito do ato administrativo
(RMS 22.567/MT, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 28/04/2011,
DJe 11/05/2011). (...)
(MS 11.053/DF, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/RS), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/04/2012, DJe 31/08/2012)
É frustrante porque não consigo dizer a posição que você deve adotar em um concurso. Em
minha opinião, isso não deveria ser cobrado em uma primeira fase. Sendo exigido em uma
prova discursiva ou prática, deve-se explicar as duas correntes e “defender” a posição mais
favorável ao cargo para o qual está prestando o concurso.
Se fosse, no entanto, necessário arriscar uma posição majoritária, penso ser a 1ª corrente.
Processo Primeira Seção. MS 17.479-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/11/2012.
DIREITO CIVIL
Responsabilidade civil
Se a pessoa sofrer uma lesão que reduzir ou impossibilitar a sua capacidade de trabalho, o
autor do dano deverá pagar, como indenização, uma pensão correspondente à importância do
trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ela sofreu, nos termos do art. 950 do CC.
Vale ressaltar que o art. 950 do CC não exige que tenha havido também a perda do emprego ou
a redução dos rendimentos da vítima para que fique configurado o direito ao recebimento da
pensão. O dever de indenizar decorre unicamente da perda temporária da capacidade laboral.
Comentários Neste julgado, a 3ª Turma do STJ fez algumas considerações sobre os arts. 949 e 950 do
Código Civil. Vejamos as conclusões expostas no julgado:
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum
outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
6
INFORMATIVO esquematizado
A indenização deverá abranger:
Despesas do tratamento de saúde;
Lucros cessantes até ao fim da convalescença;
Qualquer outro prejuízo sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou
profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e
paga de uma só vez.
No caso concreto julgado pelo STJ, a vítima ficou um ano sem trabalhar, no entanto, ela era
servidora pública. Logo, recebeu normalmente sua remuneração no período. Diante disso,
indaga-se: mesmo assim ela terá direito à pensão de que trata o art. 950 do CC?
SIM. Para o direito à pensão, o dispositivo legal não exige que a vítima tenha perdido o
emprego ou tenha reduzido os seus rendimentos. O dever de indenizar decorre unicamente
da perda ou redução da capacidade laboral.
Esta indenização é de cunho civil e não se confunde com o benefício previdenciário. Assim,
para fins de indenização civil do art. 950, é irrelevante o fato de que a vítima, durante o
período do seu afastamento do trabalho, tenha continuado a auferir renda através do
sistema previdenciário dos servidores públicos. O que importa é que ela ficou, durante um
ano, impossibilitada de trabalhar, devendo ser indenizada por esse simples fato.
Processo Terceira Turma. REsp 1.306.395-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/12/2012.
DIREITO DO CONSUMIDOR
Plano de saúde não pode negar o custeio de cirurgia de gastroplastia (indicada para
tratamento de obesidade mórbida)
Assim, é abusiva a negativa do plano de saúde em cobrir as despesas de intervenção cirúrgica
de gastroplastia, necessária à garantia da sobrevivência do segurado.
Comentários A gastroplastia, indicada para o tratamento da obesidade mórbida, bem como de outras
doenças dela derivadas, constitui cirurgia essencial à preservação da vida e da saúde do
paciente segurado, não se confundindo com simples tratamento para emagrecimento.
Os contratos de seguro-saúde são contratos de consumo submetidos a cláusulas contratuais
gerais, ocorrendo a sua aceitação por simples adesão pelo segurado (contratos de adesão).
7
INFORMATIVO esquematizado
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias,
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Desse modo, mesmo que o contrato do seguro-saúde contenha uma cláusula que exclua da
cobertura securitária o tratamento estético de emagrecimento, isso não significa que
também esteja excluída a cirurgia para tratamento de obesidade mórbida (gastroplastia),
tendo em vista que esta não pode ser considerada apenas como procedimento para
emagrecimento, sendo, na verdade, tratamento indispensável à vida do paciente.
Interpretativo Segundo o Min. Paulo de Tarso Sanseverino, a regra prevista no art. 423 do CC e no art. 47
contra do CDC é uma versão moderna do princípio que havia no direito romano chamado de
proferentem interpretativo contra proferentem ou interpretatio contra stipulatorem. Segundo este
postulado, como o predisponente teve a possibilidade de pré-estabelecer todo o conteúdo
do contrato, as imprecisões, dúvidas e ambiguidades das cláusulas predispostas
interpretam-se contrariamente aos seus interesses. Portanto, esta regra estabelece, em
síntese, que, na dúvida, a interpretação será contrária aos interesses do predisponente ou
de forma mais favorável ao do aderente.
As regras do art. 423 do CC e do art. 47 do CDC representam, no entanto, uma evolução do
interpretativo contra proferentem, considerando que são destinadas, atualmente, em
especial, para a contratação estandardizada, ou seja, negócios jurídicos em larga escala,
celebrados por grandes empresas com um número indeterminado de pessoas, situação
que, obviamente, não havia no direito romano.
Processo Terceira Turma. REsp 1.249.701-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 4/12/2012.
É vedado o envio de cartão de crédito, ainda que bloqueado, à residência do consumidor sem
prévia e expressa solicitação.
Comentários É vedado o envio de cartão de crédito, ainda que bloqueado, à residência do consumidor
sem prévia e expressa solicitação.
Essa prática comercial é considerada abusiva nos moldes do art. 39, III, do CDC,
contrariando a boa-fé objetiva:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou
fornecer qualquer serviço;
O referido dispositivo legal tutela os interesses dos consumidores até mesmo no período
pré-contratual, não sendo válido o argumento de que o simples envio do cartão de crédito à
residência do consumidor não configuraria ilícito por não implicar contratação, mas mera
proposta de serviço.
Processo Terceira Turma. REsp 1.199.117-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/12/2012.
8
Página
INFORMATIVO esquematizado
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
É vedada a veiculação de material jornalístico com imagens que envolvam criança em situações
vexatórias ou constrangedoras, ainda que não se mostre o rosto da vítima.
O MP detém legitimidade para propor ação civil pública com o intuito de impedir a veiculação
de vídeo, em matéria jornalística, com cenas de tortura contra uma criança, ainda que não se
mostre o seu rosto.
Comentários Um programa de TV pode divulgar imagens que mostram um adulto espancando e
torturando, de forma bárbara, uma criança (ainda que sem mostrar o rosto da vítima)?
NÃO. A 3ª Turma do STJ entendeu que a exibição de imagens com cenas de espancamento
e de tortura praticados por adulto contra infante afronta a dignidade da criança exposta na
reportagem, como também de todas as crianças que estão sujeitas à sua exibição.
O direito constitucional à informação e à vedação da censura não é absoluto e cede passo,
por juízo de ponderação, a outros valores fundamentais também protegidos
constitucionalmente, como a proteção da imagem e da dignidade das crianças e dos
adolescentes.
O MP pode ajuizar uma ação civil pública para impedir essa exibição?
SIM. O MP detém legitimidade para propor ACP com o intuito de impedir a veiculação de
vídeo, em matéria jornalística, com cenas de tortura contra uma criança, ainda que não se
mostre o seu rosto. A legitimidade do MP, em ação civil pública, para defender a infância e
a adolescência abrange os interesses de determinada criança (exposta no vídeo) e de todas
indistintamente, ou pertencentes a um grupo específico (aquelas sujeitas às imagens com a
exibição do vídeo).
ECA:
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses
individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
Processo Terceira Turma. REsp 509.968-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/12/2012.
A eventual nulidade declarada pelo juiz de ato processual praticado pelo serventuário não
pode retroagir para prejudicar os atos praticados de boa-fé pelas partes.
Dessa forma, no processo, exige-se dos magistrados e dos serventuários da Justiça conduta
pautada por lealdade e boa-fé, sendo vedados os comportamentos contraditórios.
Em outras palavras, aplica-se também o venire contra factum proprium para atos do juiz e dos
serventuários da justiça.
Comentários Exemplo hipotético (diferente do caso julgado):
Serventuário da justiça (servidor público) fez uma certidão no sentido de que o mandado de
citação cumprido foi juntado aos autos no dia 12/03/2012. Logo, a partir desse dia,
9
começou a correr o prazo de contestação do réu, conforme prevê o art. 241, I, do CPC.
Página
INFORMATIVO esquematizado
O juiz, ao receber a contestação e analisar o processo, percebe que a juntada do mandado
de citação ocorreu no dia 08/03/2012. Diante disso, o juiz torna sem efeito a certidão do
serventuário, determinando que outra seja expedida com a data correta da juntada e
declarando intempestiva a contestação.
Regulamentação
A composição e competência do CJF foram regulamentadas pela Lei n. 11.798/2008.
Composição
O Conselho da Justiça Federal será integrado:
I – pelo Presidente e pelo Vice-Presidente do STJ;
II – por 3 (três) Ministros, eleitos entre os integrantes do STJ;
10
Terão direito a assento no CJF, sem direito a voto, os Presidentes do Conselho Federal da
OAB e da AJUFE.
INFORMATIVO esquematizado
A Presidência do Conselho da Justiça Federal será exercida pelo Presidente do STJ.
Os Conselheiros terão mandato de 2 (dois) anos.
O CJF reunir-se-á ordinariamente 1 (uma) vez por mês, durante o ano judiciário, e,
extraordinariamente, sempre que for necessário, por convocação de seu Presidente.
Principais competências
Ao CJF compete:
I – aprovar sugestões de alteração legislativa relacionadas com a Justiça Federal;
II – expedir normas relacionadas ao sistema de administração judiciária da Justiça Federal;
III – apreciar, de ofício, ou a requerimento de magistrado federal, as decisões
administrativas dos Tribunais Regionais Federais que contrariarem a legislação vigente;
IV – aprovar as propostas orçamentárias e os pedidos de créditos adicionais relacionados
com a Justiça Federal;
V – avocar processos administrativos em curso;
VI – julgar processos administrativos disciplinares relativos a membros dos Tribunais
Regionais Federais, imputando, quando for o caso, as penalidades cabíveis, assegurados a
ampla defesa e o contraditório;
VII – decidir, em grau de recurso, as matérias relacionadas aos direitos e deveres dos
servidores de sua Secretaria e dos juízes, quando a esses for aplicada sanção em processo
disciplinar decidido pelo Tribunal Regional Federal;
VII – zelar pelo cumprimento das decisões do Conselho Nacional de Justiça, no âmbito da
Justiça Federal.
Diante disso, o STJ entendeu que a decisão de primeiro grau que analisa diretamente
legalidade de ato do CJF viola o disposto no art. 1º, § 1º, da Lei n. 8.437/1992, que
estabelece o seguinte:
§ 1° Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua
liminar, quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado segurança, à
competência originária de tribunal.
Segundo o STJ, se tais ações pudessem ser propostas em 1ª instância, seria aberta a
possibilidade das decisões do Conselho serem controladas pelos próprios destinatários e
interessados no ato (os juízes federais). Logo, os atos do CJF, se nulos ou ilegais, devem ser
apreciados obrigatoriamente pelo STJ.
ordinária, suspende ato praticado pela administração judiciária com base em decisão do
Conselho da Justiça Federal (...)
Página
(Rcl 3.890/RO, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, julgado em 09/06/2011)
Processo Corte Especial. Rcl 3.495-PE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgada em 17/12/2012.
INFORMATIVO esquematizado
Indeferimento da petição inicial
É possível a extinção de ação rescisória sem resolução do mérito na hipótese de indeferimento
da petição inicial, em face da ausência do recolhimento das custas e do depósito prévio, sem
que tenha havido intimação prévia e pessoal da parte para regularizar essa situação.
Comentários “X” ajuizou ação rescisória no Tribunal de Justiça, no entanto, não recolheu as custas nem
efetuou o depósito prévio de que trata o art. 488, II, do CPC:
Art. 488. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art.
282, devendo o autor:
II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, a título de multa,
caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou improcedente.
Logo, como a falta de recolhimento de custas e depósito na ação rescisória não se enquadra
nas hipóteses do § 1º do art. 267 do CPC, a intimação prévia da parte não era necessária
para que fosse possível a extinção do processo.
Cuidado Nesta hipótese específica, o STJ entendeu que não era necessária a intimação prévia do
autor para regularizar a situação. No entanto, em diversos outros casos, a 2ª Turma do STJ
tem reconhecido que, antes de indeferir a petição inicial, o juiz deve intimar o autor para
sanar a irregularidade detectada, nos termos do art. 284 do CPC:
Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos
arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10
(dez) dias.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Veja:
(...) O indeferimento liminar da petição inicial do mandado de segurança por ausência de
12
(REsp 1297948/MG, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 14/02/2012)
INFORMATIVO esquematizado
1. Na ação rescisória, faltando o pedido de novo julgamento, quando este se revele
obrigatório, cabe ao relator, nos termos do art. 284 do CPC, determinar a intimação do
autor para que emende a petição inicial e, aí, formule a pretensão ausente.
2. Apenas após o transcurso do prazo estabelecido para que o autor emende a inicial, sem
que este o tenha feito, é que poderá o relator indeferir a petição inicial.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1227735/RS, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em
22/03/2011, DJe 04/04/2011)
Processo Terceira Turma. REsp 1.286.262-ES, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/12/2012.
A impugnação à justiça gratuita deve ser feita em autos apartados. No entanto, caso tenha sido
feita nos próprios autos principais, isso, por si só, não gera nulidade, salvo se a parte contrária
conseguir provar que sofreu algum prejuízo em decorrência dessa irregularidade.
Comentários Garantia de assistência jurídica integral e gratuita
A CF/88 prevê a garantia da assistência jurídica integral e gratuita em seu art. 5º, LXXIV:
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
A pessoa beneficiada pela justiça gratuita está dispensada do pagamento de quais verbas?
Art. 3º A assistência judiciária compreende as seguintes isenções:
I - das taxas judiciárias e dos selos;
II - dos emolumentos e custas devidos aos Juízes, órgãos do Ministério Público e
serventuários da justiça;
III - das despesas com as publicações indispensáveis no jornal encarregado da divulgação
dos atos oficiais;
IV - das indenizações devidas às testemunhas que, quando empregados, receberão do
empregador salário integral, como se em serviço estivessem, ressalvado o direito regressivo
contra o poder público federal, no Distrito Federal e nos Territórios; ou contra o poder
público estadual, nos Estados;
V - dos honorários de advogado e peritos.
13
VI – das despesas com a realização do exame de código genético – DNA que for requisitado
pela autoridade judiciária nas ações de investigação de paternidade ou maternidade.
Página
VII – dos depósitos previstos em lei para interposição de recurso, ajuizamento de ação e
demais atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório.
INFORMATIVO esquematizado
Obs: a assistência judiciária não abrange a isenção do pagamento de multa por litigância de
má-fé (STJ RMS 15.600-SP).
Se a pessoa física faz essa declaração, há uma presunção relativa de que ela seja necessitada
Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos da lei,
sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais (art. 4º, § 1º, da LAJ).
Não é necessário que a pessoa física junte nenhuma prova de que é necessitada, sendo
suficiente essa afirmação.
Vale ressaltar que, mesmo havendo essa presunção, o juiz pode indeferir o pedido:
“A afirmação de hipossuficiência, almejando a obtenção do benefício da assistência
judiciária gratuita, possui presunção legal juris tantum, ou seja, relativa, podendo o
magistrado, com amparo no art. 5º, da Lei n.º 1.050/60, infirmar a miserabilidade da
requerente.” (AgRg no AREsp 121.135/MS, DJe 27/11/2012).
Ainda de acordo com o STJ, o juízo pode, inclusive, investigar a real situação financeira do
requerente antes de deferir o benefício da assistência judiciária gratuita (AgRg no AREsp
181.573/MG, DJe 30/10/2012).
petição avulsa, que deverá ser processada em apenso aos autos principais, conforme
INFORMATIVO esquematizado
previsto no art. 6º da LIA, e não no próprio corpo do recurso, constituindo erro grosseiro
essa prática (STJ REsp 1229778/MA, DJe 13/12/2012).
E se a impugnação à justiça gratuita for formulada e julgada nos próprios autos (ou seja,
não foram formados autos apartados)?
Segundo o STJ, não enseja nulidade o processamento da impugnação à concessão do
benefício de assistência judiciária gratuita nos mesmos autos do processo principal, se isso
não acarretar prejuízo à parte.
O processamento incorreto da impugnação nos mesmos autos do processo principal deve
ser considerado mera irregularidade. Conforme o princípio da instrumentalidade das
formas e dos atos processuais, consagrado no caput do art. 244 do CPC, quando a lei
prescreve determinada forma sem cominação de nulidade, o juiz deve considerar válido o
ato se, realizado de outro modo, alcançar sua finalidade. Assim, a parte interessada deveria
arguir a nulidade e demonstrar a ocorrência concreta de prejuízo, por exemplo, eventual
falta do exercício do contraditório e da ampla defesa. O erro formal no procedimento, se
não causar prejuízo às partes, não justifica a anulação do ato impugnado, até mesmo em
observância ao princípio da economia processual (STJ REsp 1.286.262-ES).
Se a pessoa afirma que é pobre, mas, ao final, descobre-se que ela tinha sim condições de
pagar as custas e que, portanto, fez uma declaração falsa, ela comete algum crime?
NÃO. Segundo a jurisprudência do STF e do STJ, a apresentação de declaração de pobreza,
com informações falsas, para obter assistência judiciária gratuita não caracteriza crime de
falsidade ideológica ou de uso de documento falso.
Processo Terceira Turma. REsp 1.286.262-ES, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/12/2012.
O CPC permite que o juiz fixe multa cominatória para compelir o réu ao cumprimento de
obrigação de fazer. Essa multa é conhecida como astreinte.
INFORMATIVO esquematizado
Existem precedentes do STJ para as três correntes. No julgado noticiado neste Informativo,
adotou-se a 3ª posição.
Comentários Se o autor ajuíza uma ação pretendendo que o réu seja obrigado a fazer ou não fazer alguma
coisa, o juiz, atendidos os requisitos legais, poderá conceder a tutela antecipada, na forma de
tutela específica, determinando que o réu adote o comportamento que é objeto da ação.
Exemplo (hipotético): “A”, atriz, ingressa com ação de obrigação de fazer contra o site “X”,
especializado em celebridades, tendo como pedido (objeto) que o referido site retire de
suas páginas fotos íntimas da autora e cuja publicação ela não autorizou.
O juiz analisa a petição inicial e entende que é relevante o fundamento da demanda e que
há justificado receio de ineficácia do provimento final, razão pela qual concede
liminarmente a tutela antecipada determinando que o site retire, em 24 horas, as fotos de
suas páginas. Essa decisão interlocutória está fundada no § 3º do art. 461 do CPC:
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
(...)
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia
do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação
prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer
tempo, em decisão fundamentada.
O juiz, para que a sua decisão tenha “força” e desperte no réu a ânsia de cumpri-la, deve
determinar alguma medida coercitiva. A mais conhecida delas é a multa cominatória,
prevista no § 4º do art. 461 do CPC:
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao
réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.
A parte beneficiada com a imposição das astreintes somente continuará tendo direito
ao valor da multa se sagrar-se vencedora. Se, no final do processo, essa parte sucumbir,
Página
não terá direito ao valor da multa ou, se já tiver recebido, deverá devolver.
INFORMATIVO esquematizado
O autor pode exigir o pagamento das astreintes antes do final do processo (antes do
trânsito em julgado)? Em outras palavras, é possível a execução provisória das astreintes
fixadas em tutela antecipada?
Surge, então, neste julgado, uma terceira corrente, intermediária entre as duas posições
acima explicadas. O que ela preconiza?
É possível a execução provisória das astreintes fixadas em tutela antecipada desde que
cumpridos dois requisitos:
a) o pedido a que se vincula a astreinte seja julgado procedente na sentença ou acórdão;
b) o recurso interposto contra essa sentença ou acórdão não tenha sido recebido no efeito
suspensivo.
Voltando ao nosso exemplo. O juiz concedeu liminarmente a tutela antecipada para que o
site retirasse as fotos em até 24 horas, sob pena de multa de R$ 1 mil por cada hora de
descumprimento.
A direção do site recebeu a intimação, mas somente retirou as fotos 48 horas depois. Logo,
terá que pagar uma multa de R$ 24 mil pelo atraso no cumprimento da obrigação de fazer
estabelecida pela decisão judicial. O processo continua e ainda não foi sentenciado.
Imagine, então, que é proferida sentença julgando procedente o pedido do autor. O réu
recorre e a apelação é recebida em seu duplo efeito (devolutivo e suspensivo), mas ainda
não julgada. Será possível a execução provisória das astreintes?
Para a 1ª corrente: NÃO.
Para a 2ª corrente: SIM.
Para a 3ª corrente: ainda não, considerando que houve sentença julgando procedente o
17
pedido do autor, no entanto, foi interposto recurso contra essa decisão, tendo ele sido
Página
INFORMATIVO esquematizado
A apelação é improvida, sendo mantida, portanto, a sentença. O réu não se conforma e
interpõe recurso especial e recurso extraordinário, que são recebidos apenas no efeito
devolutivo. Será possível a execução provisória das astreintes?
Para a 1ª corrente: NÃO.
Para a 2ª corrente: SIM.
Para a 3ª corrente: SIM, considerando que houve sentença julgando procedente o
pedido do autor, confirmada por um acórdão e os recursos interpostos não gozam de
efeito suspensivo.
Resumindo:
É POSSÍVEL A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS ASTREINTES FIXADAS EM TUTELA ANTECIPADA?
exigível com o trânsito em por descumprimento fixada a liminar que as fixou for
julgado da decisão que, em antecipação de tutela” confirmada em sentença ou
INFORMATIVO esquematizado
confirmando a tutela (AgRg no AREsp 50.816/RJ, 2ª acórdão de natureza
antecipada no âmbito da T., DJe 22/08/2012) definitiva (art. 269 do CPC),
qual foi aplicada, julgar desde que o respectivo
procedente a demanda.” (...) É possível a execução recurso deduzido contra a
(AgRg no AREsp 50.196/SP, da decisão interlocutória decisão não seja recebido no
1ª T, DJe 27/08/2012) que determinou o efeito suspensivo. A pena
pagamento de astreintes no incidirá, não obstante, desde
caso de descumprimento a data da fixação em decisão
de obrigação (...) (AgRg no interlocutória.”
REsp 1299849/MG, 3ª T, (REsp 1347726/RS, 4ª T, DJe
DJe 07/05/2012) 04/02/2013)
Na doutrina: Na doutrina: Na doutrina:
Cândido Rangel Dinamarco Cássio Scarpinella Bueno Não encontrada referência.
Luiz Guilherme Marinoni Fredie Didier Jr.
Para fins de concurso, essa pergunta não poderia ser cobrada em uma primeira fase por
ainda representar divergência jurisprudencial. Para provas discursivas, é importante que
você conheça a existência das três correntes. Particularmente, entendo como mais razoável
a 3ª posição. De qualquer forma, havendo mudança no panorama acima, eu aviso a vocês.
Previsões Atenção. A explicação dada acima refere-se ao regramento do processo individual regulado
específicas pelo CPC. Existem, contudo, previsões em leis especiais estabelecendo que as astreintes
somente podem ser exigidas após o trânsito em julgado. Confira:
INFORMATIVO esquematizado
O CESPE, em um concurso realizado em 2012, exigiu essa previsão específica. Veja:
(Juiz de Direito/AC – 2012) A respeito da proteção judicial dos interesses individuais, difusos
e coletivos das crianças e dos adolescentes, assinale a opção correta conforme disposição do
ECA e entendimento do STJ:
A) Ao deferir liminar ou proferir sentença, o juiz poderá impor, independentemente de
pedido do autor, multa diária ao réu, suficiente ou compatível com a obrigação. Nesse caso,
o pagamento da multa será exigível somente após o trânsito em julgado da sentença
favorável ao autor, mas o valor será devido desde o dia em que tiver sido configurado o
descumprimento da obrigação. (alternativa considerada CORRETA)
Processo Quarta Turma. REsp 1.347.726-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 27/11/2012.
Não é possível que o autor impetre um mandado de segurança para obter fornecimento de
medicamentos para tratamento da doença que o acomete.
MUITA Isso porque a instrução de MS somente com laudo médico particular não configura prova pré-
ATENÇÃO constituída da liquidez e certeza do direito do impetrante de obter do Poder Público
PGE
determinados medicamentos e insumos para o tratamento de enfermidade.
Comentários Imagine a seguinte situação:
Pedro é portador de uma grave doença e seu médico prescreveu determinado
medicamento que não é fornecido pela rede pública de saúde, considerando que o SUS
adota outro tipo de tratamento que, segundo alegam as autoridades governamentais, é
igualmente eficaz.
Pedro impetrou, então, um mandado de segurança contra o Secretário Estadual de Saúde
pedindo o fornecimento do medicamento e juntando, como prova, um laudo médico
particular prescrevendo o tratamento não fornecido pelo SUS.
Sob o ponto de vista exclusivamente do direito processual, a ação proposta terá êxito?
NÃO. Segundo decidiu o STJ, a instrução de mandado de segurança somente com laudo
médico particular não configura prova pré-constituída da liquidez e certeza do direito do
impetrante de obter do Poder Público determinados medicamentos e insumos para o
tratamento de enfermidade acometida por ele.
20
O laudo de médico particular, embora aceito como elemento de prova, não pode ser
imposto ao magistrado como se a matéria fosse, exclusivamente, de direito. Esse parecer
Página
INFORMATIVO esquematizado
controvérsia, de natureza complexa, depende de conhecimento técnico-científico,
necessário para saber a respeito da possibilidade de substituição do medicamento ou sobre
sua imprescindibilidade.
Além do mais, o laudo médico, como elemento de prova, deve submeter-se ao
contraditório, à luz do que dispõe o art. 333, II, do CPC, principalmente quando, para o
tratamento da enfermidade, o Sistema Único de Saúde ofereça tratamento adequado,
regular e contínuo.
Nesse contexto, o laudo médico particular, não submetido ao crivo do contraditório, é
apenas mais um elemento de prova, que pode ser ratificado ou infirmado por outras provas
a serem produzidas no processo instrutório, dilação probatória incabível no MS.
Desse modo, o meio adequado ao reconhecimento do direito à obtenção de medicamentos
do Poder Público é a ação ordinária (e não o MS), uma vez que, como foi dito, apenas o
laudo médico atestado por profissional particular sem o crivo do contraditório não
evidencia direito líquido e certo para impetração do writ.
Atenção Não se trata de uma posição pacífica ou consolidada na jurisprudência, podendo acontecer
de, no caso concreto, ser admitido o MS por conta da desnecessidade de dilação probatória.
No entanto, para fins de concurso, este entendimento acima explicado deve ser adotado.
Processo Segunda Turma. RMS 30.746-MG, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 27/11/2012.
Não cabe recurso especial contra decisão proferida em pedido de suspensão de liminar.
O REsp tem como finalidade discutir argumentos referentes a exame de legalidade, e o pedido
de suspensão ostenta juízo político.
O REsp não se presta à revisão do juízo político realizado pelo tribunal para a concessão da
suspensão de liminar, notadamente porque decorrente de juízo de valor acerca das circunstâncias
fáticas que ensejaram a medida, cujo reexame é vedado nos termos da Súmula 7 do STJ.
Comentários PEDIDO DE SUSPENSÃO DE SEGURANÇA
Conceito
O pedido de suspensão é
- um instrumento processual (incidente processual)
- por meio do qual as pessoas jurídicas de direito público ou o Ministério Público
- requerem ao Presidente do Tribunal que for competente para o julgamento do recurso
- que suspenda a execução de uma decisão, sentença ou acórdão proferidos
- sob o argumento de que esse provimento jurisdicional prolatado causa grave lesão à
ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.
Natureza jurídica
Prevalece que se trata de um “incidente processual” (Leonardo José Carneiro da Cunha).
Leonardo Cunha.
INFORMATIVO esquematizado
A vedação ao Resp e ao RE decorreria,
segundo tais autores, do fato de que tais
recursos não admitem análise de matéria
de fato ou de prova.
Nomenclatura
Comumente, esse instituto é chamado de pedido de “suspensão de segurança”. Isso porque
ele foi previsto, originalmente, na lei, apenas para suspender as decisões liminares ou
sentenças proferidas em mandados de segurança.
Ocorre que, com o tempo, foram editadas novas leis trazendo a possibilidade de suspensão
para, praticamente, toda e qualquer decisão judicial prolatada contra a Fazenda Pública.
Por essa razão, atualmente, além de “suspensão de segurança”, pode-se falar em
“suspensão de liminar”, “suspensão de sentença”, “suspensão de acórdão” etc.
Previsão legal
Há cinco diferentes leis prevendo pedido de suspensão:
Art. 12, § 1º da Lei n. 7.347/85 (suspensão de liminar em ACP):
Art. 4º da Lei n. 8.437/92 (suspensão de liminar ou sentença em ação cautelar, em
ação popular ou em ACP). É considerada pela doutrina como a previsão mais geral
sobre o pedido de suspensão;
Art. 1º da Lei n. 9.494/97 (suspensão de tutela antecipada concedida contra a Fazenda
Pública);
Art. 16 da Lei n. 9.507/97 (suspensão da execução de sentença concessiva de habeas data);
Art. 15 da Lei n. 12.016/09 (suspensão de liminar e sentença no mandado de segurança).
ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o
julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.
INFORMATIVO esquematizado
Legitimidade
Quem pode formular pedido de suspensão?
a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
b) Autarquias e fundações;
c) Ministério Público;
d) Concessionárias de serviço público (desde que para tutelar o interesse público primário).
Competência
A competência para apreciar o pedido de suspensão é do
Presidente do Tribunal que teria competência para julgar o
recurso contra a decisão.
Decisão prolatada por
Ex: concedida liminar por juiz federal do AM, o pedido de
juiz de 1ª instância:
suspensão será julgado pelo Presidente do TRF1.
Ex2: concedida liminar por juiz de direito do AM, o pedido de
suspensão será julgado pelo Presidente do TJAM.
O pedido de suspensão será decidido pelo:
Presidente do STF: se a matéria for constitucional.
Presidente do STJ: se a matéria for infraconstitucional.
Decisão prolatada por
membro de TJ ou TRF:
Ex: concedida liminar pelo Desembargador do TJ/AM, o pedido
de suspensão será dirigido ao Presidente do STF ou do STJ, e não
ao Presidente do TJ/AM (art. 25 da Lei n. 8.038/90).
Se a causa tiver fundamento constitucional, é possível o
Decisão prolatada por
ajuizamento de pedido de suspensão dirigido ao Presidente do STF.
membro de Tribunal
Se a causa não tiver fundamento constitucional, não há
Superior:
possibilidade de pedido de suspensão.
Apesar de não se examinar o mérito, deve ser realizado um juízo mínimo de delibação:
Mesmo sendo vedado ao Presidente do Tribunal examinar o mérito da demanda principal, é
preciso, para que se conceda a suspensão de liminar, que haja um mínimo de plausibilidade
na tese da Fazenda Pública porque o pedido de suspensão funciona como uma
contracautela, devendo, por isso, demonstrar fumus boni iuris e periculum in mora inverso:
23
INFORMATIVO esquematizado
dentre outros).
(STA 73 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2008, DJe-
078 DIVULG 30-04-2008 PUBLIC 02-05-2008 EMENT VOL-02317-01 PP-00001)
Cabe recurso da decisão do Plenário ou da Corte Especial que julga esse agravo?
NÃO. Segundo entendimento pacífico, não cabe Recurso Extraordinário ou Recurso Especial
de decisões proferidas no âmbito do pedido de suspensão.
O recurso especial não se presta à revisão do juízo político realizado pelo tribunal a quo
para a concessão da suspensão de liminar, notadamente porque decorrente de juízo de
valor acerca das circunstâncias fáticas que ensejaram a medida, cujo reexame é vedado nos
termos da Súm. n. 7/STJ (AgRg no AREsp 126.036-RS).
No entanto, se, na decisão do agravo, não for concedida ou mantida a suspensão, a Fazenda
Pública ainda terá outro instrumento: apresentar novo pedido de suspensão, desta vez para
o STJ ou para o STF, a depender da natureza da matéria (se infraconstitucional ou
constitucional).
Ex1: juiz concede liminar contra a Fazenda Pública, que formula pedido de suspensão para o
Presidente do TJ; este concede a suspensão; a parte autora agrava da decisão do Presidente
para o Plenário, que reforma a decisão do Presidente e restabelece a liminar concedida em
primeira instância. Dessa decisão do Plenário, a Fazenda Pública não poderá interpor Resp ou
RE, mas terá a possibilidade de formular novo pedido de suspensão para o STJ ou para o STF.
Ex2: juiz concede liminar contra a Fazenda Pública, que formula pedido de suspensão para o
Presidente do TJ; este não concede a suspensão; a Fazenda Pública agrava da decisão do
Presidente para o Plenário, que mantém a decisão do Presidente e a liminar concedida em
primeira instância. Dessa decisão do Plenário, a Fazenda Pública não poderá interpor Resp ou
RE, mas terá a possibilidade de formular novo pedido de suspensão para o STJ ou para o STF.
INFORMATIVO esquematizado
Ação demolitória
Arrematação
Tanto em um caso como no outro, o devedor é chamado em juízo para pagar o débito e,
caso não o faça, seus bens são penhorados.
O que é a penhora?
Penhorar significa apreender judicialmente os bens do devedor para utilizá-los, direta ou
indiretamente, na satisfação do crédito executado.
INFORMATIVO esquematizado
A isso se dá o nome de expropriação, conforme previsto no art. 647 do CPC:
Art. 647. A expropriação consiste:
I - na adjudicação em favor do exequente ou das pessoas indicadas no § 2º do art. 685-A
desta Lei;
II - na alienação por iniciativa particular;
III - na alienação em hasta pública;
IV - no usufruto de bem móvel ou imóvel.
I – Adjudicação
A adjudicação ocorre quando a propriedade do bem penhorado é transferida ao exequente
ou aos terceiros legitimados.
Art. 685-A. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer
lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
§ 1º Se o valor do crédito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositará de imediato a
diferença, ficando esta à disposição do executado; se superior, a execução prosseguirá pelo
saldo remanescente.
§ 2º Idêntico direito pode ser exercido pelo credor com garantia real, pelos credores
concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelos descendentes ou
ascendentes do executado.
§ 3º Havendo mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação; em igualdade
de oferta, terá preferência o cônjuge, descendente ou ascendente, nessa ordem.
(...)
INFORMATIVO esquematizado
O que é arrematação?
Consiste na alienação do bem penhorado em hasta pública.
Excepcionalmente, o § 1º do art. 694 traz algumas hipóteses nas quais poderá ocorrer o
desfazimento ou dissolução da arrematação:
§ 1º A arrematação poderá, no entanto, ser tornada sem efeito:
I - por vício de nulidade;
II - se não for pago o preço ou se não for prestada a caução;
III - quando o arrematante provar, nos 5 (cinco) dias seguintes, a existência de ônus real ou
de gravame (art. 686, inciso V) não mencionado no edital;
IV - a requerimento do arrematante, na hipótese de embargos à arrematação (art. 746, §§
1º e 2º);
V - quando realizada por preço vil (art. 692);
VI - nos casos previstos neste Código (art. 698).
Processo Quarta Turma. REsp 1.313.053-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/12/2012.
Página
INFORMATIVO esquematizado
DIREITO PENAL
O contrabando e o descaminho estão previstos no mesmo tipo penal (art. 334 do CP). Por
que não pode ser utilizado o mesmo critério do descaminho para o contrabando no que
tange à insignificância?
Descaminho Contrabando
Corresponde à entrada ou à saída de Corresponde à conduta de importar ou
produtos PERMITIDOS, todavia elidido, no exportar mercadoria PROIBIDA.
todo ou em parte, o pagamento de direito
ou de imposto devido pela entrada, pela
saída ou pelo consumo da mercadoria.
Desse modo, no delito de contrabando, o objeto material sobre o qual recai a conduta
criminosa é a mercadoria PROIBIDA (proibição absoluta ou relativa).
Em outras palavras, o objetivo precípuo dessa tipificação legal é evitar o fomento de
transporte e comercialização de produtos proibidos por lei.
No contrabando não se cuida, tão somente, de sopesar o caráter pecuniário do imposto
sonegado, mas, principalmente, de tutelar, entre outros bens jurídicos, a saúde pública.
Em suma, no contrabando, o desvalor da conduta é maior, razão pela qual se deve afastar a
aplicação do princípio da insignificância (STF HC 110.964).
cia
Processo Quinta Turma. REsp 1.212.946-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 4/12/2012.
Página
INFORMATIVO esquematizado
Roubo circunstanciado pelo emprego de arma
É necessário que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a
majorante do art. 157, § 2º, I, do Código Penal?
NÃO. O reconhecimento da referida causa de aumento prescinde (dispensa) da apreensão e da
realização de perícia na arma, desde que provado o seu uso no roubo por outros meios de prova.
No entanto, se a arma é apreendia e periciada, sendo constatada a sua inaptidão para a produção
de disparos, neste caso, não se aplica a majorante do art. 157, § 2º, I, do CP, sendo considerado
roubo simples (art. 157, caput, do CP). O legislador, ao prever a majorante descrita no referido
dispositivo, buscou punir com maior rigor o indivíduo que empregou artefato apto a lesar a
integridade física do ofendido, representando perigo real, o que não ocorre na hipótese de
instrumento notadamente sem potencialidade lesiva. Assim, a utilização de arma de fogo que
não tenha potencial lesivo afasta a mencionada majorante, mas não a grave ameaça, que
constitui elemento do tipo “roubo” na sua forma simples.
Comentários O art. 157 do Código Penal prevê o crime de roubo:
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.
O § 2º do art. 157 prevê cinco causas de aumento de pena para o roubo. Desse modo, se
ocorre alguma dessas hipóteses, tem-se o chamado “roubo circunstanciado” (também
conhecido como “roubo agravado” ou “roubo majorado”):
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
NÃO. Até 2002, prevalecia que sim. Havia até a Súmula 174 do STJ afirmando isso. Contudo,
Página
essa súmula foi cancelada, de modo que, atualmente, no crime de roubo, a intimidação
feita com arma de brinquedo não autoriza o aumento da pena.
INFORMATIVO esquematizado
3) É necessário que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a
majorante?
NÃO. O reconhecimento da causa de aumento prevista no art. 157, § 2º, I, do Código Penal
prescinde (dispensa) da apreensão e da realização de perícia na arma, desde que provado o
seu uso no roubo por outros meios de prova.
Se o acusado alegar o contrário ou sustentar a ausência de potencial lesivo na arma
empregada para intimidar a vítima, será dele o ônus de produzir tal prova, nos termos do
art. 156 do Código de Processo Penal.
4) Se, após o roubo, foi constatado que a arma empregada pelo agente apresentava defeito,
incide mesmo assim a majorante?
Depende:
Se o defeito faz com que o instrumento utilizado pelo agente seja absolutamente
ineficaz, não incide a majorante. Ex: revólver que não possui mecanismo necessário
para efetuar disparos. Nesse caso, o revólver defeituoso servirá apenas como meio para
causar a grave ameaça à vítima, conforme exige o caput do art. 157, sendo o crime o de
roubo simples;
Se o defeito faz com que o instrumento utilizado pelo agente seja relativamente
ineficaz, INCIDE a majorante. Ex: revólver que algumas vezes trava e não dispara. Nesse
caso, o revólver, mesmo defeituoso, continua tendo potencialidade lesiva, de sorte que
poderá causar danos à integridade física, sendo, portanto, o crime o de roubo
circunstanciado.
5) O Ministério Público que deve provar que a arma utilizada estava em perfeitas condições
de uso?
NÃO. Cabe ao réu, se assim for do seu interesse, demonstrar que a arma é desprovida de
potencial lesivo, como na hipótese de utilização de arma de brinquedo, arma defeituosa ou
arma incapaz de produzir lesão (STJ EREsp 961.863/RS).
6) Se, após o roubo, foi constatado que a arma estava desmuniciada no momento do crime,
incide mesmo assim a majorante?
NÃO. A utilização de arma desmuniciada, como forma de intimidar a vítima do delito de
roubo, caracteriza o emprego de violência, porém, não permite o reconhecimento da
majorante de pena, já que esta está vinculada ao potencial lesivo do instrumento,
pericialmente comprovado como ausente no caso, dada a sua ineficácia para a realização de
disparos (STJ HC 190.067/MS).
7) Além do roubo qualificado, o agente responderá também pelo porte ilegal de arma de fogo
(art. 14 ou 16, da Lei n. 10.826/2003)?
Em regra, não. Geralmente, o crime de porte ilegal de arma de fogo é absorvido pelo crime
de roubo circunstanciado. Aplica-se o princípio da consunção, considerando que o porte
ilegal de arma de fogo funciona como crime meio para a prática do roubo (crime fim),
sendo por este absorvido.
“A conduta de portar arma ilegalmente é absorvida pelo crime de roubo, quando, ao longo
Página
INFORMATIVO esquematizado
as duas condutas e que os delitos foram praticados em um mesmo contexto fático,
incidindo, assim, o princípio da consunção” (STJ HC 178.561/DF).
No entanto, poderá haver condenação pelo crime de porte em concurso material com o
roubo se ficar provado nos autos que o agente portava ilegalmente a arma de fogo em
outras oportunidades antes ou depois do crime de roubo e que ele não se utilizou da arma
tão somente para cometer o crime patrimonial.
Ex: “Tício”, às 13h, mediante emprego de um revólver, praticou roubo contra “Caio”, que
estava na parada de ônibus (art. 157, § 2º, I, CP). No mesmo dia, por volta das 14h 30min,
em uma blitz de rotina da polícia (sem que os policiais soubessem do roubo ocorrido),
“Ticio” foi preso com os pertences da vítima e com o revólver empregado no assalto. Em um
caso semelhante a esse, a 5ª Turma do STJ reconheceu o concurso material entre o roubo e
o delito do art. 14, da Lei n. 10.826/2003, afastando o princípio da consunção.
O início do prazo prescricional em relação ao crime previsto no art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990
é o momento da constituição definitiva do crédito tributário, elemento imprescindível para o
desencadeamento da ação penal.
Segundo o enunciado da Súmula 436/STJ, a entrega de declaração pelo contribuinte
reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra
providência por parte do fisco.
No caso concreto, o contribuinte declarou o débito por meio de GIA, remetendo-a ao Fisco
estadual, mas deixando de recolher, no prazo legal, o ICMS devido ao Erário estadual,
31
relações de consumo.
Os arts. 1º e 2º da Lei trazem os crimes praticados por particulares contra a ordem tributária.
INFORMATIVO esquematizado
Vejamos um pouco mais sobre o delito previsto no art. 2º, II:
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado
ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres
públicos;
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Bem jurídico
O bem jurídico protegido é a ordem tributária, ou seja, o interesse do Estado na
arrecadação dos tributos. Alguns autores falam que o bem jurídico é o erário.
Apropriação indébita
O art. 2º, II, da Lei n. 8.137/90 é uma forma especial de apropriação indébita.
É muito semelhante também com o delito de apropriação indébita previdenciária (art. 168-
A do CP), sendo a principal diferença a seguinte:
Art. 168-A do CP Art. 2º, II, da Lei n. 8.137/90
O agente deixa de repassar contribuições O agente deixa de repassar quaisquer
previdenciárias recolhidas dos outros tributos (que não contribuições
contribuintes. previdenciárias) recolhidas dos
contribuintes.
Sujeito ativo
Comete o crime aquele que era o responsável por recolher aos cofres públicos o valor do
tributo ou da contribuição social descontado ou cobrado, mas não o faz.
Doutrinariamente, é classificado como crime comum considerando que não se exige
qualidade especial do sujeito ativo (pode ser qualquer pessoa que tinha responsabilidade
pelo recolhimento e não o fez dolosamente).
Sujeito passivo
Será a União, o Estado-membro ou o Município tributante.
Tipo objetivo
Algumas vezes a legislação estabelece que a pessoa tem, como obrigação tributária
acessória, que recolher o tributo ou a contribuição social devida por outra e depois repassar
esse valor ao ente tributante.
Ex1: o empregador, ao efetuar o pagamento do salário do empregado, deverá reter uma
parcela desse rendimento e repassar tal valor à Receita Federal.
Se a pessoa fizer o desconto e não recolher, no prazo legal, o valor do tributo ou da
contribuição social para o Fisco, haverá a prática desse crime.
Competência
A competência para julgar o crime irá variar de acordo com a competência tributária para
32
instituir o respectivo tributo. Assim, por exemplo, se for tributo de competência da União, a
Página
competência jurisdicional será da Justiça Federal. Se o tributo for instituído pelos Estados
ou Municípios, a competência jurisdicional será da Justiça Estadual.
INFORMATIVO esquematizado
Consumação e início da prescrição
No julgado noticiado neste informativo, a 6ª Turma discutia o início do prazo prescricional
do crime previsto no art. 2º, II, da Lei n. 8.137/90.
Segundo entendeu a 6ª Turma, para que seja proposta ação penal pelo crime do art. 2º, II,
da Lei n. 8.137/90 é indispensável que, antes da denúncia ser oferecida, ocorra a
constituição definitiva do crédito tributário.
Logo, para o STJ, cabia discutir quando houve a constituição definitiva e, assim, poderia se
descobrir quando se iniciou o prazo prescricional.
Dessa feita, no caso concreto julgado (envolvendo ICMS), o termo inicial do prazo prescricional
do crime previsto no art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990 foi a data da entrega da declaração GIA
pelo próprio contribuinte, e não a inscrição do crédito tributário em dívida ativa.
Atenção Cuidado. A posição defendida neste julgado, qual seja, a de que a ação penal pelo crime do
art. 2º, II, da Lei n. 8.137/90 exige antes a prévia constituição definitiva do crédito
tributário não é pacífica. É importante conhecer o precedente, mas não se deve imaginar
que é algo tranquilo.
Processo Sexta Turma. HC 236.376-SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/11/2012.
Se o Ministério Público estadual oferece uma denúncia na Justiça estadual contra o réu e esta é
posteriormente encaminhada ao STJ, tal denúncia somente poderá ser processada e julgada se
for ratificada pelo Procurador-Geral da República ou por um dos Subprocuradores-Gerais.
A partir do momento em que houve modificação de competência para o processo e julgamento do
feito, a denúncia oferecida pelo parquet estadual somente poderá ser examinada pelo STJ se for
ratificada pelo MPF, órgão que tem legitimidade para atuar nas ações penais de competência
originária do Tribunal da Cidadania.
Comentários Exemplo hipotético:
O Procurador Geral de Justiça (Ministério Público estadual) ofereceu denúncia, no Tribunal
de Justiça, contra “X” (prefeito).
Deve-se lembrar que os Prefeitos possuem foro por prerrogativa de função no Tribunal de
Justiça (art. 29, X, da CF/88).
33
Antes que a denúncia fosse recebida, “X” foi eleito e diplomado Governador do Estado.
A competência para processar e julgar os Governadores pela prática de infrações penais
Página
comuns é do STJ (art. 105, I, a, da CF/88). Logo, o TJ perdeu a competência para analisar se
deveria ou não receber a denúncia, devendo remeter o processo ao STJ.
INFORMATIVO esquematizado
Chegando o processo ao STJ, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual somente
poderá ser examinada por aquela Corte se for ratificada pelo Procurador-Geral da República
(ou por um dos Subprocuradores-Gerais que atue por delegação), em homenagem ao
princípio do promotor natural. Isso porque o órgão ministerial que tem legitimidade para
atuar no STJ é o Procurador-Geral da República (ou um Subprocurador-Geral, mediante
delegação do Procurador-Geral). Nesse sentido, confira o art. 48, II, da LC n. 75/93:
Art. 48. Incumbe ao Procurador-Geral da República propor perante o Superior Tribunal de
Justiça:
(...)
II - a ação penal, nos casos previstos no art. 105, I, "a", da Constituição Federal.
Parágrafo único. A competência prevista neste artigo poderá ser delegada a Subprocurador-
Geral da República.
Processo Corte Especial. APn 689-BA, Rel. Min. Eliana Calmon, julgada em 17/12/2012.
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
Página
INFORMATIVO esquematizado
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
Como se vê pela redação literal, a Justiça Federal NÃO julga contravenções penais, uma vez
que o art. 109 da CF fala apenas em crimes. Nesse sentido, é a súmula 38 do STJ:
Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o
processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades.
Desse modo, por exemplo, se for praticada uma contravenção penal a bordo de navio ou
aeronave, mesmo que esteja navegando ou em voo, a competência será da Justiça Estadual:
(...) 1. A Justiça Federal não tem competência para julgar contravenção penal, ainda que
praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, nos termos da Súmula
nº 38 desta Corte.
2. O artigo 109, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, utilizado pelo Juízo suscitado
para embasar o declínio da competência para o Juízo Federal, refere-se tão somente aos
crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves, excluídas, portanto, as contravenções
penais. (...)
(CC 117.220/BA, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Seção, julgado em 26/10/2011)
A doutrina afirma que existe uma exceção na qual a Justiça Federal julgaria contravenção
penal: contravenção penal praticada, por exemplo, por juiz federal. Nesta hipótese, essa
contravenção penal seria julgada pelo TRF.
Processo Terceira Seção. CC 120.406-RJ, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE),
julgado em 12/12/2012.
DIREITO TRIBUTÁRIO
Incidência de juros moratórios sobre a multa punitiva
Em caso de inadimplemento do crédito tributário, os juros de mora deverão incidir sobre a
totalidade da dívida, ou seja, sobre o tributo acrescido da multa fiscal punitiva, a qual também
integra o crédito tributário.
Comentários Em caso de inadimplemento no pagamento do tributo, o Fisco aplica uma multa punitiva.
Assim, em decorrência do atraso, o sujeito passivo passará a ter que pagar o tributo mais a
multa. Isso constitui o crédito tributário.
35
Em suma, segundo o STJ, é legítima a incidência dos juros de mora sobre a multa fiscal punitiva,
considerando que ela também integra o crédito tributário juntamente com o débito original.
INFORMATIVO esquematizado
O fundamento para essa conclusão está na combinação do art. 113, § 1º com o art. 161 do CTN.
Com efeito, o art. 113, § 1º do CTN determina que o crédito tributário engloba tanto o tributo
como a penalidade pecuniária (multa).
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente.
O art. 161 do CTN, por sua vez, determina que os juros de mora deverão incidir sobre o
crédito tributário, ou seja, sobre o tributo e mais a multa:
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja
qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e
da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.
Processo Primeira Turma. AgRg no REsp 1.335.688-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 4/12/2012.
Quando interrompido pelo pedido de adesão ao Refis, o prazo prescricional de 5 anos para a
cobrança de créditos tributários devidos pelo contribuinte excluído do programa reinicia na
data da decisão final do processo administrativo que determina a exclusão do devedor do
referido regime de parcelamento de débitos fiscais.
Comentários O Programa de Recuperação Fiscal – Refis, regime peculiar de parcelamento dos tributos
devidos à União, é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art. 151, VI, do
CTN) e, ao mesmo tempo, causa de interrupção da prescrição (art. 174, parágrafo único, IV,
do CTN), na medida em que representa confissão extrajudicial do débito.
Dessa forma, o crédito tributário submetido ao aludido programa será extinto se houver
quitação integral do parcelamento, ou, ao contrário, retomará a exigibilidade em caso de
rescisão do programa, hipótese em que o prazo prescricional será reiniciado, uma vez que,
como foi dito, a submissão do crédito ao programa representa causa de interrupção, e não
de suspensão, da prescrição.
Ocorre que, no caso do Refis, o Fisco, atento aos princípios do contraditório e da ampla
defesa, prevê a obrigatoriedade de instauração de processo administrativo para a exclusão
de tal regime de parcelamento, nos moldes da Resolução CG/Refis 9/2001, com as
alterações promovidas pela Resolução CG/Refis 20/2001.
Assim, considerando o fato de que o STJ possui entendimento de que a instauração do
contencioso administrativo, além de representar causa de suspensão da exigibilidade do
crédito tributário, amolda-se à hipótese do art. 151, III, do CTN – razão pela qual perdurará
a suspensão da exigibilidade até decisão final na instância administrativa –, deve ser
prestigiada a orientação de que, uma vez instaurado o contencioso administrativo, a
exigibilidade do crédito tributário – e, com ela, a fluência da prescrição – somente será
retomada após a decisão final da autoridade fiscal.
Logo, caso o devedor tributário tenha sido excluído do REFIS, o prazo prescricional para
cobrança do tributo somente se inicia com a decisão final da autoridade fiscal após o
36
INFORMATIVO esquematizado
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Auxílio-acidente
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Julgue os itens a seguir:
1) (AGU 2012) Caso determinado desembargador federal conceda tutela antecipada em agravo de
instrumento, poderá a fazenda pública insurgir-se contra a decisão, mediante a interposição de
suspensão de segurança dirigida ao presidente do STJ, sendo a matéria infraconstitucional. ( )
2) (AGU 2012) Se determinado juiz, em ação civil pública, conceder liminar desfavorável à fazenda pública,
esta poderá interpor pedido de suspensão de segurança, ainda que esteja pendente de julgamento
agravo de instrumento interposto contra a mesma decisão. ( )
3) (Juiz Federal TRF1 2011) Se for interposto agravo de instrumento contra liminar concedida, não poderá
a parte se valer do pedido de suspensão de segurança. ( )
4) (Promotor/PI – CESPE – 2012) Tratando-se de crime de contrabando, aplica-se, conforme o montante
do imposto sonegado, o princípio da insignificância. ( )
5) (Juiz Federal/TRF2 – 2011) O crime de contrabando não se caracteriza enquanto não houver decisão
definitiva no processo administrativo fiscal acerca da constituição do tributo devido, admitindo-se, em
juízo, a incidência do princípio da insignificância. ( )
Gabarito
1. C 2. C 3. E 4. E 5. E
37
Página
INFORMATIVO esquematizado