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Questão 31 – Analista Legislativo (Assessoramento Jurídico): Versão 02

Hipoteticamente, Caio prestou concurso para analista legislativo da Câmara Municipal.


O certame oferecia 100 vagas, e Caio ficou classificado em 101º lugar. Foram
convocados os 100 primeiros candidatos. Dentro do prazo de validade do concurso
prestado por Caio, foi aberto novo concurso para o mesmo cargo de analista
legislativo da Câmara Municipal. De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal
Federal, pode-se corretamente afirmar que Caio:
(A) terá direito à nomeação se comprovar a preterição arbitrária e imotivada por parte
da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do poder
público capaz de revelar a inequívoca necessidade de sua nomeação durante o
período de validade do certame.
(B) não terá direito algum de ser nomeado, tendo em vista que foi aprovado em
classificação superior ao número de vagas ofertadas pelo edital, podendo a
Administração Pública, de forma livre e discricionária, independentemente de qualquer
motivação, escolher entre nomear os candidatos aprovados além do número de vagas
ou abrir novo concurso.
(C) terá direito subjetivo de ser nomeado, se, dentro do prazo de validade do concurso
por ele prestado, for nomeado algum candidato do novo concurso aberto pela Câmara
Municipal, tendo em vista a vedação da preterição da ordem de aprovação.
(D) terá direito subjetivo de ser nomeado, pois a abertura de novo concurso para o
mesmo cargo, mesmo após o término de validade do certame anterior, gera
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas
previstas no edital.
(E) terá direito subjetivo de ser nomeado, pois a abertura de novo concurso para o
mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, gera automaticamente
o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital.

A alternativa “C” foi considerada incorreta pelo gabarito (versão 02), mas apresento
argumentos para sustentar sua correção:
A assertiva “C” afirma que Caio terá direito subjetivo de ser nomeado se, dentro do
prazo de validade do concurso por ele prestado, for nomeado algum candidato do
novo concurso aberto pela Câmara Municipal, tendo em vista a vedação da preterição
da ordem de aprovação.
Tais disposições estão em plena concordância com o entendimento exarado pelo STF
no julgamento do Recurso Extraordinário nº 831.311, senão vejamos:
“A aprovação em concurso público em colocação superior à do número de vagas
disponibilizado no edital para o cargo pretendido ou em cadastro de reserva não gera
para o candidato direito subjetivo à nomeação, salvo se preterido na ordem de
classificação.
(...) O art. 37, inc. IV, da Constituição Federal determina que durante o prazo
improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira (...).
(...) O Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu, em 9.12.2015, no Recurso
Extraordinário n. 837.311, que o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo
concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não
gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas
previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por
parte da administração.”
É exatamente o que ocorreu no caso em comento. Embora o servidor não tivesse, em
um primeiro momento, direito subjetivo à nomeação (pois fora aprovado fora do
número de vagas previsto), o fato de ter sido preterido (não convocado com
prioridade) em relação aos demais servidores aprovados em concurso público
posterior, como assevera a Constituição, lhe gerou tal direito.
Dessa forma, a assertiva C deve ser considerada como correta, conforme os
argumentos apresentados.

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