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ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade
dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do
voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman
Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques.
Brasília (DF), 02 de dezembro de 2014.
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AgRg nos EDcl no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 34.578 - ES
(2011/0129922-1)
RELATÓRIO
O agravante sustenta, em síntese, que o concurso público sob exame não dispunha de
cláusula editalícia de barreira, de maneira que a circunstância de não ter sido convocado para as
etapas subsequentes não implica o reconhecimento dessa premissa, tampouco havendo falar na
repercussão geral aplicada.
Demais, a sua condição era de candidato aprovado, daí por que o surgimento
posterior de vagas lhe conferiria o direito de ser convocado para a prova de títulos e para a prova
de digitação.
É o relatório.
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AgRg nos EDcl no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 34.578 - ES
(2011/0129922-1)
EMENTA
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL
NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ORDINÁRIO EM
MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. APROVAÇÃO.
PROVA OBJETIVA. CLASSIFICAÇÃO. CLÁUSULA DE BARREIRA.
IMPEDIMENTO. CONVOCAÇÃO. ETAPAS POSTERIORES.
ENCERRAMENTO. CERTAME. SURGIMENTO. VACÂNCIA.
PRETENSÃO. RESTABELECIMENTO. CONCURSO. CONVOCAÇÃO.
PROVA PRÁTICA. TÍTULOS. INEXISTÊNCIA. DIREITO LÍQUIDO E
CERTO. RE 635.739/AL. REPERCUSSÃO GERAL.
1. Cuida-se de caso concreto em que o recorrente foi aprovado apenas na primeira
fase do certame, deixando de prosseguir, portanto, às subsequentes provas de título e
prática, o concurso tendo sido homologado sem que ele constasse na lista final de
aprovados e classificados.
2. Em vista disso, a circunstância de ser considerado aprovado apenas na primeira
fase não lhe dá o direito de, havendo vacância superveniente, pleitear a restauração
da execução do certame e a realização das demais etapas, tampouco confere algum
direito de postular o provimento dessas vagas surgidas posteriormente.
3. Agravo regimental não provido.
VOTO
A despeito dessa limitação inicial, afirma que entre a homologação do concurso e a data
da impetração da ação mandamental, foram nomeados mais cinquenta e cinco candidatos,
totalizando, portanto, sessenta e cinco provimentos, havendo, todavia, ainda vagos outros treze
cargos.
Alegou, nesse eito, que apesar dessa vacância, foram contratadas pessoas em regime
temporário para o desempenho das mesmas funções do cargo para o qual foi aprovado, assim
por que tal conjuntura lhe fraqueava o direito líquido e certo à nomeação, precedida esta, contudo
da devida convocação para a prova prática de digitação e para a de títulos.
Isso porque a contrário do alegado pelo agravante, não houve a sua aprovação nem a
sua classificação em cadastro de reserva, mas apenas a incidência de cláusula de barreira a qual
impediu regularmente a sua convocação para a fase seguinte do concurso público porque,
reconhece ele, não atingiu a pontuação mínima para fazer jus a essa prerrogativa.
Verificou-se, portanto, que no concurso público em questão o edital previa três etapas
distintas, de prova objetiva, de títulos e prática, a aprovação na primeira delas autorizando que o
candidato fosse convocado para as subsequentes.
O próprio instrumento editalício previa, contudo, que apesar de serem dez as vagas
ofertadas, somente os sessenta candidatos mais bem colocados na prova objetiva, além da
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concorrência das pessoas com deficiência e os empates, seriam convocados para as etapas
seguintes, o recorrente confessadamente ficando de fora desse contingente.
Nesse eito, não se extraía do edital o alegado direito líquido e certo a ser convocado,
senão, em verdade, regramento expresso em sentido contrário à pretensão mandamental, assim
por que sendo ele a lei entre a Administração e o candidato, verifica-se correta a denegação feita
no acórdão impugnado.
Assim é a jurisprudência:
DIREITO ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO
ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO.
CLÁUSULA DE BARREIRA. CANDIDATO EXCEDENTE. NORMA
EDITALÍCIA. ELIMINAÇÃO. ALEGAÇÃO. EXISTÊNCIA. VAGAS. PLEITO.
CONVOCAÇÃO. CURSO DE FORMAÇÃO. INEXISTÊNCIA. DIREITO
LÍQUIDO E CERTO.
1. A incidência de cláusula de barreira para a convocação de determinado número
limite de candidatos para as etapas subsequentes, considerando-se eliminados os
candidatos excedentes a isso, não confere direito líquido e certo ao candidato
que, depois de excluído do certame, alega ter obtido a informação da existência
de mais vagas que poderiam ser oportunamente providas pelo mesmo concurso
público.
2. Dessa forma, a superveniência de vagas para o mesmo cargo público posto à
disputa concorrencial não confere aos candidatos excluídos do concurso o direito
de retornarem ao mesmo certame. Precedentes.
3. Recurso ordinário em mandado de segurança não provido.
(RMS 44.719/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 27/02/2014)
Salientou-se também que o Supremo Tribunal Federal havia definido a validade dessa
sorte de cláusula editalícia quando julgou, pelo regime da repercussão geral, o RE 635.739/AL,
relator o Em. Ministro Gilmar Mendes:
Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. 2. Concurso Público. Edital.
Cláusulas de Barreira. Alegação de violação aos arts. 5º, caput, e 37, inciso I, da
Constituição Federal. 3. Regras restritivas em editais de concurso público, quando
fundadas em critérios objetivos relacionados ao desempenho meritório do
candidato, não ferem o princípio da isonomia. 4. As cláusulas de barreira em
concurso público, para seleção dos candidatos mais bem classificados, têm
amparo constitucional. 5. Recurso extraordinário provido.
(RE 635739, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
19/02/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-193 DIVULG 02-10-2014 PUBLIC
03-10-2014)
Isso porque as cláusulas editalícias são bastante claras no sentido de que o certame
compunha-se, como afirmado anteriormente, de três fases distintas, isto é, de prova objetiva, de
títulos e prática.
Parece-me óbvio, portanto, que estar aprovado numa determinada fase não significa
estar aprovado no concurso.
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É o voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA SÍLVIA DE MEIRA LUEDEMANN
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : LUIS JOSÉ SCHAIDER
ADVOGADO : CARLOS GUILHERME MACEDO PAGIOLA CORDEIRO E OUTRO(S)
RECORRIDO : ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PROCURADOR : MÁRCIO MELHEM E OUTRO(S)
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : LUIS JOSÉ SCHAIDER
ADVOGADO : CARLOS GUILHERME MACEDO PAGIOLA CORDEIRO E OUTRO(S)
AGRAVADO : ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PROCURADOR : MÁRCIO MELHEM E OUTRO(S)
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do
voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman
Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator.
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