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7.7 CLASSIFICAÇÃO
QUANTO AO CONTEÚDO
1
Art. 4º As Agências serão dirigidas em regime de colegiado, por um Conselho Diretor ou
Diretoria composta por Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o seu Presidente ou o
Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente.
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Agência Reguladora, também feita pelo Presidente da República, após
aprovação pelo Senado Federal (art. 52, III, ‘f’, CF/88 e art. 5º, Lei nº
9.986/2000), o ato assinado pelo Presidente da República, referendado
pelo Ministro de Estado (art. 87, parágrafo único, I, CF/88) e a
celebração dos tratados internacionais e sua posterior incorporação à
ordem jurídica interna, que resultam das vontades do Presidente da
República e do Congresso Nacional (CF/88, art. 49, I, e art. 84, VIII).
Outro exemplo é o decreto assinado pelo Governador e referendado
por algum Secretário. Por fim, veja que não é possível impugnar o
ato antes de completo seu ciclo de formação, ou seja, antes de
todas as partes terem manifestado suas vontades, pois que antes disso
ele inexiste. Acrescente-se, ainda, o caso da concessão inicial de
aposentadoria ou pensão: nas palavras do ilustre relator no MS
24.7422, Ministro Marco Aurélio, o ato de concessão inicial de
aposentadoria “mostra-se complexo, com o implemento da
aposentadoria pelo órgão de origem, a fim de não haver quebra de
continuidade da satisfação do que percebido pelo servidor, seguindo à
homologação pelo Tribunal de Contas da União”. Bem por isso – ser o
ato complexo –, “não se tem o envolvimento de litigantes, razão pela
qual é inadequado falar-se em contraditório3 para, uma vez observado
este, vir o Tribunal de Contas da União a indeferir a homologação”. 4
III – ato composto: é aquele que nasce da vontade de apenas um
órgão. Porém, para que produza efeitos, depende da aprovação
de outro ato, que o homologa. Repita-se: a vontade é de apenas
um órgão, o segundo apenas o confere, dando-lhe exeqüibilidade. Diz-
se, então, que um é instrumental em relação ao outro, pois há, aqui,
dois atos, um principal e outro acessório. Exemplifique-se com a
dispensa de licitação, que depende de homologação pela autoridade
competente. Tendo em vista que se torna difícil distinguir esse tipo de
ato do procedimento, alguns autores negam sua existência. Aqui, há
dois atos, um principal, outro secundário. No procedimento, há um
principal e vários secundários. Em qualquer dos casos, estando viciado
um dos acessórios, inválido será o principal.
2
STF, MS 24.742/DF, relator Ministro Marco Aurélio, publicação DJ 11/03/2005. STF, Súmula
Vinculante 3, de 30/05/2007: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”
3
STF, MS 25.409/DF, relator Ministro Sepúlveda Pertence, publicação DJ 18/05/2007:
“Contraditório, ampla defesa e devido processo legal: exigência afastada nos casos em que o
Tribunal de Contas da União, no exercício do controle externo que lhe atribui a Constituição
(art. 71, III), aprecia a legalidade da concessão de aposentadoria ou pensão, só após o que
se aperfeiçoa o ato complexo, dotando-o de definitividade administrativa”. Por outro lado, no
caso de não se tratar de ato complexo, o TCU deve zelar pelo devido processo, dando
oportunidade para o contraditório e a ampla defesa, pois o ato por ele revisto já se encontra
pronto e acabado: STF, MS 26.353/DF, relator Ministro Marco Aurélio, publicação DJ
17/09/2007.
4
STF, MS 24.742/DF, relator Ministro Marco Aurélio, publicação DJ 11/03/2005.
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I – individuais: são aqueles que têm destinatários certos,
nominados, como no caso da nomeação de servidores, ou delegação
de atribuições a um subordinado. Pode ser para apenas uma pessoa
(singular), como na desapropriação, ou para várias (plural), como na
nomeação de vários servidores no mesmo ato. O importante é que se
sabe exatamente a quem se dirige o ato.
II – gerais: os destinatários são muitos, inominados, mas unidos
por uma característica em comum, que os faz destinatários do mesmo
ato abstrato. Para produzirem seus efeitos, já que externos, devem ser
publicados. É geral o ato que fixa novo horário de atendimento ao
público pela repartição, que afeta a todos os usuários daquele órgão,
bem assim os decretos regulamentares, instruções normativas etc.
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QUANTO À VALIDADE
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STF, RMS 24.699/DF, relator Ministro Eros Grau, publicação DJ 01/07/2005.
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QUANTO À EXEQÜIBILIDADE
Os atos administrativos valem até a data neles prevista ou, como regra
geral, até que outro ato os revogue ou anule.
Desde o nascimento, seja ele legítimo ou não, produz seus efeitos, em face
da presunção de legitimidade e veracidade.
Duas são as principais maneiras de um ato ser desfeito: revogação e
anulação. Isso você tem que saber bem, pois é assunto recorrente nos
concursos, em especial as características de cada uma delas!
ANULAÇÃO
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Um ato é nulo quando afronta a lei, quando foi produzido com alguma
ilegalidade. Pode ser declarada pela própria Administração Pública,
no exercício de sua autotutela, ou pelo Judiciário.
Opera efeitos retroativos, “ex tunc”, como se nunca tivesse existido,
exceto em relação a terceiros ou mesmo destinatários6, desde que de boa-
fé. Entre as partes, em regra, não gera direitos ou obrigações, não constitui
situações jurídicas definitivas, nem admite convalidação.
Mas não é a qualquer tempo, em regra, que a Administração pode anular
seus atos. Veja o que determina o art. 54 da Lei nº 9.784/99:
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida
de autoridade administrativa que importe impugnação à validade
do ato.
Logo após a promulgação da Lei nº 9.784, de 29/01/99, surgiu a discussão
sobre a contagem do prazo decadencial de 5 anos previsto no seu art. 54
retro citado. Fixou-se o entendimento de que a aplicação dessa Lei deverá
ser irretroativa. Logo, o termo a quo do quinquênio decadencial
mencionado, para o caso de atos anteriormente praticados, “contar-se-á da
data de sua vigência, e não da data em que foram praticados os atos que se
pretende anular”7.
A Lei nº 9.784/99 regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, contento regras gerais. Naturalmente que
outras leis específicas podem prever prazos diversos, como Lei nº 8.213/91,
que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social:
Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus
beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé. (Incluído pela Lei nº 10.839,
de 2004)
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
decadencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
(Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida
de autoridade administrativa que importe impugnação à validade
do ato. (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
6
STF, MS 26.085/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, publicação DJ 13/06/2008: O
reconhecimento da ilegalidade da cumulação de vantagens não determina, automaticamente, a
restituição ao erário dos valores recebidos, salvo se comprovada a má-fé do servidor, o
que não foi demonstrado nos autos. No mesmo sentido - STJ, REsp 488.905/RS, relator
Ministro José Arnaldo da Fonseca, publicação DJ 21/02/2005: Ante a presunção de boa-fé no
recebimento da Gratificação em referência, descabe a restituição do pagamento indevido
feito pela Administração em virtude de errônea interpretação ou má aplicação da lei.
7
STJ, REsp 658.130/SP, relator Ministro Luiz Fux, publicação DJ 28/09/2006.
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Mas merece críticas o regramento quanto à anulação dos atos
administrativos da Previdência Social. A previsão de prazo decadencial para
anular um ato administrativo visa dar concretude ao princípio da segurança
jurídica. Os destinatários dos atos da Previdência Social, por óbvio,
merecem uma proteção ainda mais intensa que os demais administrados
ou, no mínimo, igual. Desarrazoada a fixação de um prazo dobrado em
relação à regra geral.
Também com base no princípio da segurança jurídica, por vezes o interesse
público é melhor atendido quando se mantém o ato, em que pese eivado de
nulidade.
Sempre anular um ato ilegal, embora represente a aplicação estrita do
princípio da legalidade, pode ferir o princípio da segurança jurídica. Ambos
devem ser sopesados no caso concreto. Então, em casos determinados,
poderá não haver a anulação, ou, noutros, poderá ser o ato anulado,
mantendo-se seus efeitos para terceiros ou mesmo destinatários8, desde
que de boa-fé.
Exemplifique-se com a seguinte regra, inserta na Lei nº 8.112/90, Estatuto
dos servidores federais:
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer
tempo, quando eivados de ilegalidade.
O Estatuto em comento estabelece textualmente que, em havendo
ilegalidade, deverá a administração “rever seu atos, a qualquer tempo”.
Repita-se: sua aplicação atende ao princípio da legalidade, mas poderá
haver ofensa ao princípio da segurança jurídica.
Compatibilizando-se esta com a regra do art. 54 da Lei nº 9.784/99 retro
indicada, de conformidade com a necessária observância da segurança
jurídica, de onde advém a noção subjetiva de estabilidade nas relações
jurídicas, forçoso reconhecer que não mais se admite a revisão dos atos “a
qualquer tempo”, exceto nos casos de comprovada má-fé, pois a boa-fé é
relativamente presumida.
Decorridos os cinco anos decadenciais citados, em regra, não mais poderá a
Administração anular seus atos.
Em idêntico sentido, decidiu o STJ que a segurança jurídica prevalece sobre
a legalidade, nos termos seguintes9:
1. O poder-dever da Administração de invalidar seus próprios atos
encontra limite temporal no princípio da segurança jurídica, de
índole constitucional, pela evidente razão de que os administrados
não podem ficar indefinidamente sujeitos à instabilidade originada
da autotutela do Poder Público.
8
STF, MS 26.085/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, publicação DJ 13/06/2008: O
reconhecimento da ilegalidade da cumulação de vantagens não determina, automaticamente, a
restituição ao erário dos valores recebidos, salvo se comprovada a má-fé do servidor, o
que não foi demonstrado nos autos. No mesmo sentido - STJ, REsp 488.905/RS, relator
Ministro José Arnaldo da Fonseca, publicação DJ 21/02/2005: Ante a presunção de boa-fé no
recebimento da Gratificação em referência, descabe a restituição do pagamento indevido
feito pela Administração em virtude de errônea interpretação ou má aplicação da lei.
9
STJ, RMS 25.652/PB, relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, publicação DJ
13/10/2008.
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2. O art. 55 da Lei 9.784/99 funda-se na importância da
segurança jurídica no domínio do Direito Público, estipulando o
prazo decadencial de 5 anos para a revisão dos atos
administrativos viciosos e permitindo, a contrario sensu, a
manutenção da eficácia dos mesmos, após o transcurso do
interregno qüinqüenal, mediante a convalidação ex ope temporis,
que tem aplicação excepcional a situações típicas e extremas,
assim consideradas aquelas em que avulta grave lesão a direito
subjetivo, sendo o seu titular isento de responsabilidade pelo ato
eivado de vício.
3. A infringência à legalidade por um ato administrativo, sob o
ponto de vista abstrato, sempre será prejudicial ao interesse
público; por outro lado, quando analisada em face das
circunstâncias do caso concreto, nem sempre sua anulação será a
melhor solução. Em face da dinâmica das relações jurídicas
sociais, haverá casos em que o próprio interesse da coletividade
será melhor atendido com a subsistência do ato nascido de forma
irregular.
4. O poder da Administração, dest'arte, não é absoluto, de forma
que a recomposição da ordem jurídica violada está condicionada
primordialmente ao interesse público. O decurso do tempo, em
certos casos, é capaz de tornar a anulação de um ato ilegal
claramente prejudicial ao interesse público, finalidade precípua da
atividade exercida pela Administração.
5. Cumprir a lei nem que o mundo pereça é uma atitude que não
tem mais o abono da Ciência Jurídica, neste tempo em que o
espírito da justiça se apóia nos direitos fundamentais da pessoa
humana, apontando que a razoabilidade é a medida sempre
preferível para se mensurar o acerto ou desacerto de uma solução
jurídica.
6. Os atos que efetivaram os ora recorrentes no serviço público da
Assembléia Legislativa da Paraíba, sem a prévia aprovação em
concurso público e após a vigência da norma prevista no art. 37,
II da Constituição Federal, é induvidosamente ilegal, no entanto, o
transcurso de quase vinte anos tornou a situação irreversível,
convalidando os seus efeitos, em apreço ao postulado da
segurança jurídica, máxime se considerando, como neste caso,
que alguns dos nomeados até já se aposentaram (4), tendo sido
os atos respectivos aprovados pela Corte de Contas Paraibana.
7. A singularidade deste caso o extrema de quaisquer outros e
impõe a prevalência do princípio da segurança jurídica na
ponderação dos valores em questão (legalidade vs segurança),
não se podendo fechar os olhos à realidade e aplicar a norma
jurídica como se incidisse em ambiente de absoluta
abstratividade.
8. Recurso Ordinário provido, para assegurar o direito dos
impetrantes de permanecerem nos seus respectivos cargos nos
quadros da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba e de
preservarem as suas aposentadorias.
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Para resumir, por aplicação do princípio da segurança jurídica, haverá
decadência da prerrogativa anulatória se presentes, cumulativamente, os
seguinte elementos:
I – ato inválido de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários;
II – destinatários de boa-fé;
III – decurso do prazo de cinco anos da prática desse ato.
Sobre atos nulos e anuláveis, veja o que diz a Lei que regula a Ação
Popular, Lei nº 4.717/65:
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades
mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade
observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir
nas atribuições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância
incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato
importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; d)
a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou
de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente
inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato
visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
implicitamente, na regra de competência.
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito
público ou privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º,
cujos vícios não se compreendam nas especificações do artigo
anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições legais,
enquanto compatíveis com a natureza deles.
Por fim, ressalte-se julgado do STF, conforme noticiado no Informativo 469,
onde ficou consignado o seguinte:
A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios
atos, desde que, além de ilegais, tenham causado lesão ao
Estado, sejam insuscetíveis de convalidação e não tenham
servido de fundamento a ato posterior praticado em outro plano
de competência. Considerou-se, entretanto, ser a ela vedado, sob
pretexto de haver irregularidades formais, desconstituir
unilateralmente atos que tenham integrado o patrimônio do
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administrado ou do servidor, sem a instauração de adequado
procedimento e respeito às garantias constitucionais do devido
processo legal, da ampla defesa e do contraditório.10
REVOGAÇÃO
10
STF, AI 587.487 AgR/RJ, relator Ministro Marco Aurélio, publicação DJ 11/06/2007.
11
RE-AgR 365.368/SC, relator Ministro Ricardo Lewandowski, publicação DJ 29/06/2007,
Informativo 468.
12
STF, RMS 24.823/DF, relatora Ministra Ellen Gracie, publicação DJ 19/05/2006.
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modificados. Isso pode decorrer do tipo de ato praticado ou dos efeitos
gerados.
Assim, não podem ser revogados, entre outros, os atos vinculados, os já
consumados, os que geraram direito adquirido etc.
Em determinados casos, a revogação de um ato administrativo que afete a
relação jurídica mantida entre o Estado e um particular pode gerar o dever
de indenização para o segundo, posto que o ato revogado foi válido durante
algum tempo, e alguém pode ter agido com base nele e sofrer algum
prejuízo com sua revogação. Ressalte-se que, em princípio, não há o direito
de indenização.
Acrescente-se que, para exercer a prerrogativa de rever seus atos (princípio
da autotutela), a Administração deve obedecer ao devido processo legal,
respeitando os princípios do contraditório e da ampla defesa, não sendo
absoluto o poder do administrador, conforme insinua a Súmula 473. Veja
como decidiu o STJ13 em questão que bem ilustra o caso, com grifos
nossos:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADA. ANULAÇÃO
DE LICITAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA APÓS A
CONCLUSÃO DAS OBRAS PELO PARTICULAR. AUSÊNCIA DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL. AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA. CINCO
ANOS. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS.
1. O princípio da autotutela administrativa aplica-se à
Administração Pública, por isso que a possibilidade de
revisão de seus atos, seja por vícios de ilegalidade, seja
por motivos de conveniência e oportunidade, na forma da
Súmula 473, do Eg. STF, que assim dispõe: "A administração
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial." (...)
3. A prerrogativa de rever seus atos (jurídicos), sem necessidade
de tutela judicial, decorre do cognominado princípio da autotutela
administrativa da Administração Pública.
4. Consoante cediço, a segurança jurídica é princípio basilar na
salvaguarda da pacificidade e estabilidade das relações jurídicas,
por isso que não é despiciendo que a segurança jurídica seja a
base fundamental do Estado de Direito, elevada ao altiplano
axiológico. Sob esse enfoque e na mesma trilha de pensamento,
J.J. Gomes Canotilho: “Na actual sociedade de risco cresce a
necessidade de actos provisórios e actos precários a fim de a
administração poder reagir à alteração das situações fáticas e
reorientar a prossecução do interesse público segundo os novos
conhecimentos técnicos e científicos. Isto tem de articular-se com
salvaguarda de outros princípios constitucionais, entre os quais se
13
STJ, REsp 658.130/SP, relator Ministro Luiz Fux, publicação DJ 28/09/2006.
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conta a proteção da confiança, a segurança jurídica, a boa-fé dos
administrados e os direitos fundamentais”. (José Joaquim Gomes
Canotilho, Direito constitucional e Teoria da Constituição. Ed.
Almedina: Coimbra, 4ª edição) (...)
7. In casu, além da prescrição ocorrente, consoante se infere do
acórdão hostilizado à fl. 238, o ato anulatório não obedeceu o
devido processo legal e as obras foram concluídas pelo
vencedor da licitação, ora recorrido, o que revela a inviabilidade
de a Administração anular a própria licitação sob o
argumento de ilegalidade, mormente pela exigência de
instauração do devido processo legal, em respeito aos princípios
do contraditório e da ampla defesa.
8. Deveras, a declaração de nulidade do contrato e eventual
fixação de indenização também pressupõem observância
ao princípio do contraditório, oportunizando a prévia oitiva do
particular tanto no pertine ao desfazimento do ato administrativo
quanto è eventual apuração de montante indenizatório.
9. O Supremo Tribunal Federal assentou premissa calcada nas
cláusulas pétreas constitucionais do contraditório e do devido
processo legal, que a anulação dos atos administrativos cuja
formalização haja repercutido no âmbito dos interesses
individuais deve ser precedida de ampla defesa (AgRg no RE
342.593, Rel. Min. Maurício Corrêia, DJ de 14/11/2002;RE
158.543/RS, DJ 06.10.95.). Em conseqüência, não é absoluto o
poder do administrador, conforme insinua a Súmula 473.
10. O Superior Tribunal de Justiça, versando a mesma questão,
tem assentado que à Administração é lícito utilizar de seu poder
de autotutela, o que lhe possibilita anular ou revogar seus
próprios atos, quando eivados de nulidades. Entretanto, deve-se
preservar a estabilidade das relações jurídicas firmadas,
respeitando-se o direito adquirido e incorporado ao patrimônio
material e moral do particular. Na esteira da doutrina clássica e
consoante o consoante o art. 54, § 1º, da Lei nº 9.784/99, o
prazo decadencial para anulação dos atos administrativos é de 05
(cinco) anos da percepção do primeiro pagamento.
11. Ad argumentandum tantum, a teoria das nulidades, em sede
de direito administrativo, assume relevante importância, no que
pertine ao alcance dos efeitos decorrentes de inopinada nulidade,
consoante se infere da ratio essendi do art. 59, da Lei 8666/91,
"(...) A invalidação do contrato se orienta pelo princípio do
prejuízo – vale dizer, aplica-se o princípio da
proporcionalidade, para identificar a solução menos
onerosa para o interesse público. Na ausência de prejuízo
ao interesse público, não ocorre a invalidação. Suponha-se,
por exemplo, que a contratação direta (sem prévia licitação) não
tenha sido precedida das formalidades necessárias. No entanto e
posteriormente, verifica-se que o fornecedor contratado era o
único em condições de realizar o fornecimento. Não haveria
cabimento em promover a anulação, desfazer os atos praticados
e, em seqüência, praticar novamente o mesmo e exato ato
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realizado anteriormente.(...)" Marçal Justen Filho, in Comentários à
Lei de Licitações e Contratos Administrativo, Dialética, 9ª ed.,
2002.
12. Recurso especial desprovido.
Segundo o STF, a possibilidade de revogação de atos administrativos não
pode se estender indefinidamente, em atenção ao princípio da segurança
jurídica:
Mandado de Segurança. Cancelamento de pensão especial pelo
Tribunal de Contas da União. Ausência de comprovação da adoção
por instrumento jurídico adequado. Pensão concedida há vinte
anos. Direito de defesa ampliado com a Constituição de 1988.
Âmbito de proteção que contempla todos os processos, judiciais
ou administrativos, e não se resume a um simples direito de
manifestação no processo. Direito constitucional comparado.
Pretensão à tutela jurídica que envolve não o direito de
manifestação e de informação, mas também o direito de ver seus
argumentos contemplados pelo órgão julgador. Os princípios do
contraditório e da ampla defesa, assegurados pela Constituição,
aplicam-se a todos os procedimentos administrativos. O exercício
pleno do contraditório não se limita à garantia de alegação
oportuna e eficaz a respeito de fatos, mas implica a possibilidade
de ser ouvido também em matéria jurídica. Aplicação do
princípio da segurança jurídica, enquanto subprincípio do
Estado de Direito. Possibilidade de revogação de atos
administrativos que não se pode estender indefinidamente.
Poder anulatório sujeito a prazo razoável. Necessidade de
estabilidade das situações criadas administrativamente. Distinção
entre atuação administrativa que, unilateralmente, cancela
decisão anterior. Incidência da garantia do contraditório, da
ampla defesa e do devido processo legal ao processo
administrativo. Princípio da confiança como elemento do princípio
da segurança jurídica. Presença de um componente de ética
jurídica. Aplicação nas relações jurídicas de direito público.
Mandado de Segurança deferido para determinar a observância
do princípio do contraditório e da ampla defesa (CF art. 5º LV).14
(grifou-se)
De forma coerente com o aqui exposto, note a redação do art. 49 da Lei nº
8.666/93 (Lei de Licitações):
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do
procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de
interesse público decorrente de fato superveniente
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar
tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por
provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente
fundamentado.
(grifou-se)
14
STF, MS 24.268/MG, relatora Ministra Ellen Gracie, publicação DJ 17/09/2004.
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Conforme visto anteriormente, relembre-se o teor da Súmula Vinculante 3,
de 30/05/2007:
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-
se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do
ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
CONVALIDAÇÃO
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Essa é a possibilidade de convalidação expressa, desde que não acarrete
lesão ao interesse público ou prejuízo a terceiros.
A mesma Lei prevê uma outra espécie, tácita.
Assim, nos termos do seu art. 54, eventual ato administrativo viciado, de
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, que não seja anulado
no prazo decadencial de cinco anos, contados da data em que foram
praticados, estará convalidado tacitamente, não podendo mais ser
alterado, salvo comprovada má-fé.
De uma forma ou de outra, a convalidação será sempre retroativa, “ex
tunc”, lançando seus efeitos sempre à data da realização inicial do ato.
Um bom exemplo clareia a questão da importância do mecanismo citado,
segundo o Professor Regis Fernandes de Oliveira, citado por Maria Sylvia Z.
Di Pietro:
Imagine-se a seguinte hipótese: autorizou-se um loteamento em
terras municipais. O interessado, valendo-se de documentos
falsos, logrou obter aprovação do loteamento, seu registro e o
competente deferimento do loteamento perante a própria
Prefeitura Municipal a quem pertenciam as terras. O ato que
determinou a expedição do alvará autorizando a realização do
loteamento é nulo. E a nulidade advém do conteúdo do ato. O
loteamento não poderia ser autorizado, uma vez que dentro do
imóvel municipal. Inobstante, famílias adquiriram lotes,
construíram casas, introduziram-se melhoramentos, cobrados
foram os tributos incidentes sobre eles, bem como tarifas de água
etc. Enfim, onde era terreno municipal, erigiu-se verdadeira
cidade. Anos após, descobriu-se que o terreno não pertencia ao
loteador e que se trata de área municipal. Imagina-se, mais, que
se tratava de verdadeiro paul15, que foi sanado pelos adquirentes
e, o que era um terreno totalmente inaproveitável, tornou-se
valorizado.
Nessa situação hipotética, resta à Administração Pública a decisão,
discricionária, sobre convalidar um ato ilegal ou anular tudo o que foi feito.
Mas não são todos os elementos do ato que podem ser convalidados.
A finalidade, o motivo e o objeto nunca podem ser convalidados, por
sua própria essência. Anote isso!
Só existe uma finalidade de todo ato público, que é atender ao interesse
público. Se é praticado para atender interesse privado, não se pode corrigir
tamanha falha.
Quanto ao motivo, ou este existe, e o ato pode ser válido, ou não existe, e
não poder ser sanado.
E o objeto, conteúdo do ato, também não pode ser corrigido com vistas a
convalidar o ato, pois aí teríamos um novo ato, sendo nulo o primeiro.
No entanto, ainda nos resta a competência e a forma.
15
Pântano.
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A forma pode sim ser convalidada, desde que não seja fundamental
à validade do ato. Se a lei estabelecia uma forma determinada, não há
como convalidar-se.
Com relação à competência, é possível a convalidação dos atos que não
sejam exclusivos de uma autoridade, quando não pode haver delegação ou
avocação. Assim, desde que não se trate de matéria exclusiva, pode o
superior ratificar o ato praticado por subordinado incompetente.
Em resumo, pode haver convalidação de atos viciados em duas
hipóteses, sempre operando efeitos “ex tunc”:
I – forma: desde que não essencial à validade do ato;
II – competência: desde que relativa à matéria não exclusiva.
PARA GUARDAR
9 CLASSIFICAÇÃO
9 Concretos: são atos produzidos visando um único caso,
específico, e nele se encerram.
9 Abstratos: chamados também de normativos, são os que,
disciplinando determinada matéria de modo geral e abstrato, atingem um
número indefinido de pessoas, e que podem continuar sendo aplicados
inúmeras vezes, como os regulamentos. São adstritos aos comandos legais e
constitucionais.
9 Ato simples: nasce da manifestação de vontade de apenas um
órgão, seja ele unipessoal ou colegiado.
9 Ato complexo: para que seja formado, necessita da manifestação
de vontade de dois ou mais órgãos diferentes.
9 Ato composto: é aquele que nasce vontade de apenas um
órgão, porém, para que produza efeitos, depende da aprovação de
outro ato, que o homologa.
9 Individuais: são aqueles que têm destinatários certos,
nominados.
9 Gerais: os destinatários são muitos, inominados, mas unidos
por uma característica em comum, que os faz destinatários do mesmo ato
abstrato.
9 Constitutivo: geram uma nova situação jurídica aos
destinatários.
9 Declaratório: simplesmente afirmam ou declaram uma situação
já existente, seja de fato ou de direito. Também é dito enunciativo.
9 Modificativo: altera a situação já existente, sem que seja extinta,
não retirando direitos ou obrigações.
9 Extintivo: pode também ser chamado desconstitutivo, que é o ato
que põe termo a um direito ou dever existentes.
9 Internos: destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da
Administração Pública, não atingindo terceiros.
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9 Externos: tem como destinatárias pessoas além da
Administração Pública, e, portanto, necessitam de publicidade para
que produzam adequadamente seus efeitos.
9 Vinculado: a lei estabelece todos os contornos do ato, como
deve ser feito, quando, por quem etc, não deixando ao agente qualquer
grau de liberdade.
9 Discricionário: a lei também estabelece uma série de regras para a
prática de um ato, mas deixa certo grau de liberdade à autoridade, que
poderá optar por um entre vários caminhos igualmente válidos.
9 Válido: é o que atende a todos os requisitos legais:
competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito,
pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
9 Nulo: é o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que
não pode ser corrigido.
9 Anulável: é o ato que contém defeitos, porém, que podem ser
sanados, convalidados.
9 Inexistente: é aquele que apenas aparenta ser um ato
administrativo, mas são produzidos por alguém que se faz passar por
agente público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente
impossível.
9 Perfeito: é aquele que completou seu processo de formação,
estando apto a produzir seus efeitos.
9 Imperfeito: não completou seu processo de formação,
portanto, não está apto a produzir seus efeitos.
9 Pendente: para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou
termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas
aguardando o implemento desse acessório. Condição é evento futuro e
incerto; termo é evento futuro e certo.
9 Consumado: é o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada
mais havendo para realizar.
9 Perfeição: refere-se ao processo de formação do ato, que foi todo
cumprido.
9 Validade: refere-se à conformidade do ato com a lei.
9 Eficácia: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos.
9 Exeqüibilidade: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos
imediatamente.
9 Um ato é nulo quando afronta a lei, quando foi produzido com
alguma ilegalidade. Pode ser declarada pela própria Administração
Pública, no exercício de sua autotutela, ou pelo Judiciário. Opera efeitos
retroativos, “ex tunc”.
9 Nos termos da Lei nº 4.717/65 (Ação Popular), são nulos os atos nos
casos de incompetência; vício de forma; ilegalidade do objeto; inexistência
dos motivos; desvio de finalidade (art. 2º).
9 Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as
seguintes normas (art. 2º, parágrafo único):
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9 a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas
atribuições legais do agente que o praticou;
9 o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta
ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do
ato;
9 a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em
violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
9 a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de
direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou
juridicamente inadequada ao resultado obtido;
9 o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato
visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra
de competência.
9 Revogação é a forma de desfazer um ato válido, legítimo, mas
que não é mais conveniente, útil ou oportuno. Como é um ato perfeito,
que não mais interessa à Administração Pública, só por ela pode ser
revogado, não cabendo ao Judiciário fazê-lo, exceto no exercício de sua
atividade secundária administrativa, ou seja, só pode revogar seus próprios
atos administrativos. Seus efeitos são proativos, “ex nunc”.
9 Revogação total = ab-rogação. Parcial = derrogação.
9 Não podem ser revogados, entre outros, os atos vinculados, os já
consumados, os que geraram direito adquirido etc.
9 Cassação: retirada do ato porque o destinatário descumpriu
condições que deveriam permanecer atendidas a fim de dar continuidade à
situação jurídica.
9 Caducidade: retirada do ato em face da superveniência de norma
que incompatibiliza sua permanência.
9 Contraposição: edição de um ato que impede que o anterior siga
produzindo seus efeitos.
9 Não é absoluto o poder de revisão dos atos pelo administrador,
devendo obediência ao devido processo legal, respeitando os princípios do
contraditório e da ampla defesa (STF, AgRg no RE 342.593; STJ, REsp
658.130/SP).
9 Convalidar é tornar válido, é efetuar correções no ato
administrativo, de forma que ele fique perfeito, atendendo a todas as
exigências legais.
9 A convalidação será sempre retroativa, “ex tunc”, lançando
seus efeitos sempre à data da realização inicial do ato.
9 A finalidade, o motivo e o objeto nunca podem ser
convalidados.
9 A forma pode ser convalidada, desde que não seja
fundamental à validade do ato.
9 Com relação à competência, é possível a convalidação dos atos que
não sejam exclusivos de uma autoridade, quando não pode haver delegação
ou avocação. Assim, desde que não se trate de matéria exclusiva,
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pode o superior ratificar o ato praticado por subordinado
incompetente.
EXERCÍCIOS
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desse importante tema para o direito administrativo – discricionariedade ou
vinculação administrativa e possibilidade de invalidação ou revogação do
ato administrativo - , julgue os seguintes itens.
(1) O ato discricionário não escapa do controle efetuado pelo Poder
Judiciário.
(2) A discricionariedade administrativa decorre da ausência de legislação
que discipline o ato. Assim, não existindo proibição legal, poderá o
administrador praticar o ato discricionário.
(3) Um ato discricionário deverá se anulado quando praticado por agente
incompetente.
(4) Ao Poder Judiciário somente é dado revogar o ato vinculado.
(5) O ato revocatório desconstitui o ato revogado com eficácia ex nunc.
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(4) Um ato administrativo será válido se preencher todos os requisitos
jurídicos para a sua prática, nada importando considerações morais a
respeito do seu conteúdo.
(5) Sendo o ato administrativo legal, porém inconveniente ou inoportuno, à
administração pública é dado anulá-lo.
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(b) goza da presunção de legalidade, até decisão em contrário
(c) deve por isso ser revogado pela própria Administração
(d) só pode ser anulado por decisão judicial
(e) não pode ser anulado pela própria Administração
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(a) incorre em desvio de poder
(b) pratica ato disciplinar
(c) age dentro de suas atribuições
(d) não está obrigada a instaurar processo administrativo
(e) utiliza-se do poder hierárquico
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a) motivo
b) forma
c) finalidade
d) objeto
e) competência
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c) a autoridade avaliou incorretamente as circunstâncias determinantes da
ação administrativa
d) a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido
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3- Ato administrativo consumado
4- Ato administrativo válido
( ) O ato que está sujeito a termo ou condição para produzir os seus efeitos.
( ) O ato que não pode produzir efeitos porque não concluiu seu ciclo de
formação.
( ) O ato que está de conformidade com a lei.
( ) O ato que já exauriu os seus efeitos.
a) 2/1/3/4
b) 1/2/4/3
c) 2/1/4/3
d) 1/2/3/4
e) 1/3/2/4
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29 - (ESAF/CONTADOR RECIFE/2003) A revogação, por seu caráter
discricionário, pode atingir os seguintes elementos do ato administrativo:
a) finalidade e objeto
b) objeto e motivo
c) forma e objeto
d) motivo e finalidade
e) competência e motivo
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IV - A autotutela administrativa significa o poder da Administração de
revistar seus próprios atos.
Assinale a letra correta:
a) as afirmativas I, II, IV estão corretas;
b) as afirmativas I e IV estão corretas; c)
as afirmativas II e III estão corretas;
d) as afirmativas II, III e IV estão corretas;
e) todas as afirmativas estão corretas.
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III - A doutrina indica como atributos dos atos administrativos a presunção
de legitimidade, a imperatividade e a auto executoriedade.
Assinale a alternativa correta:
(a) Todas as proposições estão incorretas.
(b) Todas as proposições estão corretas.
(c) Apenas uma proposição está correta.
(d) Apenas duas proposições estão incorretas.
(e) Apenas duas proposições estão corretas.
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b) presunção de legitimidade
c) exigibilidade
d) tipicidade
e) executoriedade
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44 – (ADV-IRB/ESAF/2004) Quando se verifica que a matéria de fato ou de
direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou
juridicamente inadequada ao resultado obtido, temos vício do ato
administrativo em relação ao seguinte elemento:
a) finalidade
b) objeto
c) forma
d) sujeito
e) motivo
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c) Os órgãos públicos têm personalidade jurídica, podendo, por isso,
assumir em nome próprio obrigações.
d) A descentralização tem, para o Direito Administrativo, significado de
distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica.
e) Tradicionalmente, não se considera a competência como elemento
vinculado do ato administrativo.
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inconveniente e inoportuno. Assinale a opção que corresponde à(s)
providência(s) que poderia(m) ser tomada(s), em face de tal ato.
a) O princípio da autotutela da Administração permite apenas ao Poder
Executivo anulá-lo.
b) Tanto o Poder Executivo como o Poder Judiciário poderiam anulá-lo
(este, apenas se provocado por eventuais interessados).
c) O Poder Executivo poderia revogá-lo, não podendo, o Poder Judiciário,
revogá-lo ou anulá-lo.
d) O Poder Executivo poderia anulá-lo, mas apenas se o Poder Judiciário
assim o determinasse.
e) Uma vez já exarado o ato, somente o Poder Judiciário poderia tomar
providências quanto a ele.
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(B) a Administração Pública tem a obrigação de comprovar a veracidade dos
seus atos administrativos;
(C) o controle parlamentar sobre a Administração Pública permite aos
órgãos do Poder Legislativo anular ou revogar atos praticados pela
Administração Pública;
(D) através da teoria dos motivos determinantes, a Administração Pública
pode controlar os atos administrativos motivados, verificando a
compatibilidade das razões de fato apresentadas com a realidade e as
razões de direito com a lei;
(E) todo ato administrativo será motivado sob pena de nulidade.
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II. O Poder Judiciário pode revogar e anular atos administrativos praticados
por órgãos de outro poder.
III. Na anulação do ato administrativo deverá ser respeitado o direito
adquirido.
É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s):
(A) I;
(B) II;
(C) III;
(D) I e II;
(E) nenhum.
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(A) incompetência do agente.
(B) forma.
(C) ilegalidade do objeto.
(D) inexistência de motivos.
(E) desvio de finalidade.
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65 – (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF5/2003) Segundo ensinamento
doutrinário, no Brasil, a revogação, pelo Poder Judiciário, de um ato
administrativo discricionário praticado por autoridade do Poder Executivo
(A) é amplamente possível.
(B) é possível desde que o Judiciário venha a se manifestar por provocação
da própria administração.
(C) é possível desde que se trate de ato motivado.
(D) não é possível.
(E) é possível desde que não se trate de ato praticado no exercício de
competência exclusiva.
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69 – (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT19/2003) É matéria que se encontra
excluída da regra geral de auto-executoriedade dos atos administrativos a
(A) aplicação de multas pelo descumprimento de posturas edilícias.
(B) demissão de servidor público estável.
(C) aplicação de sanções pela inexecução de contratos administrativos.
(D) cobrança da dívida ativa da União, Estados ou Municípios.
(E) tomada de medidas preventivas de polícia administrativa.
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(D) é cabível em relação aos beneficiários do ato ou terceiros, se ambos de
boa-fé.
(E) pressupõe que ele (ato) seja ilegal e eficaz, de natureza abstrata ou
concreta.
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(D) como necessária em todas as decisões administrativas dos Tribunais.
(E) como necessária em todas as decisões políticas do Congresso Nacional.
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(A) compatível com o regime constitucional brasileiro e corresponde ao
atributo dos atos administrativos dito auto-executoriedade.
(B) compatível com o regime constitucional brasileiro e corresponde ao
atributo dos atos administrativos dito presunção de veracidade.
(C) incompatível com o regime constitucional brasileiro, por violar a
garantia de acesso ao Judiciário.
(D) incompatível com o regime constitucional brasileiro, por violar o
princípio da igualdade.
(E) compatível com o regime constitucional brasileiro e corresponde ao
atributo dos atos administrativos dito imperatividade.
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87 – (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA-PE/2002) Considerando a exteriorização
dos atos administrativos, existem fórmulas
I. com que os agentes públicos procedem as necessárias comunicações de
caráter administrativo ou social;
II. segundo as quais os chefes do Poder Executivo veiculam atos
administrativos de suas respectivas competências;
III. de que se valem os órgãos colegiados para manifestar suas deliberações
em assuntos da respectiva competência ou para dispor sobre seu
funcionamento.
Esses casos, dizem respeito, respectivamente,
(A) aos correios eletrônicos (e-mail) oficiais, às circulares e às súmulas.
(B) às intimações, às portarias e aos decretos legislativos.
(C) às notificações, aos regimentos e aos regulamentos.
(D) aos avisos, às medidas provisórias e às instruções normativas.
(E) aos ofícios, aos decretos e às resoluções.
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c) Trata-se de declaração jurídica unilateral, mediante manifestação que
produz efeitos de direito.
d) Consiste em providências jurídicas complementares da lei, em caráter
necessariamente vinculado.
e) Sujeita-se a exame de legitimidade por órgão jurisdicional, por não
apresentar caráter de definitividade.
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a) A conduta do Sr. Abel não merece reparos, posto que amparada pela lei. b)
O Sr. Abel agiu com excesso de poder, razão pela qual seu ato padece de
vício.
c) O Sr. Abel agiu corretamente, na medida em que Tício ainda se
encontrava em estágio probatório.
d) O Sr. Abel incidiu em desvio de finalidade, razão pela qual o ato por ele
praticado merece ser anulado.
e) Considerando que o ato do Sr. Abel padece de vício, o mesmo deverá ser
revogado.
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a) anulação.
b) convalidação.
c) inexistência.
d) presunção de legalidade.
e) revogação.
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A) Um ato administrativo que viole a lei deve ser revogado pela própria
administração, independentemente de provocação.
B) A anulação do ato administrativo importa em análise dos critérios de
conveniência e oportunidade.
C) Um ato nulo pode, eventualmente, deixar de ser anulado em atenção ao
princípio da segurança jurídica.
D) A administração tem o prazo prescricional de 5 anos para anular os seus
próprios atos, quando eivados de ilegalidade.
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105 – (ESAF/PFN/2007-1) Considerando os atos administrativos, analise os
itens a seguir:
I. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal decidiu que cabe ao Poder
Judiciário apreciar o mérito dos atos administrativos, e que a análise de sua
discricionariedade é possível para a verificação de sua regularidade em
relação à forma, objeto e finalidade;
II. Não se aplica a Teoria dos Motivos Determinantes aos atos
discricionários;
III. A Administração pode revogar seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos,
respeitados os direitos adquiridos;
IV. Uma vez anulado o ato pela própria Administração, cessa imediatamente
sua operatividade, não obstante possa o interessado pleitear judicialmente o
restabelecimento da situação anterior;
V. O ato administrativo pode ser extinto pela caducidade, a qual ocorre
porque o destinatário descumpriu condições que deveriam permanecer
atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica.
A quantidade de itens corretos é igual a:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
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107 – (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Em se tratando dos atos administrativos,
analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com F a
falsa, assinalando ao final a opção correspondente:
( ) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção de
veracidade a qual diz respeito à conformidade do ato com a lei; em
decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário, que os
atos administrativos foram emitidos com observância da lei;
( ) A auto-executoriedade consiste em atributo pelo qual os atos
administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua
concordância;
( ) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a finalidade a
qual é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato
administrativo;
( ) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito jurídico
imediato que o ato produz.
a) F, V, F, F
b) F, V, V, F
c) V, F, V, V
d) F, F, F, V
e) V, V, F, F
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pelo Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio do devido processo
legal.
(D) Atos administrativos vinculados são aqueles que o agente pratica
reproduzindo os elementos que a lei previamente estabelece; nesse tipo de
ato, não há qualquer subjetivismo ou valoração, mas apenas a averiguação
de conformidade entre o ato e a lei. Já os atos administrativos
discricionários dão total liberdade ao agente para atuar, não precisando ele
ficar amarrado a qualquer comando normativo, seja princípio ou regra.
(E) Os pareceres são atos administrativos que consubstanciam opiniões de
alguns agentes administrativos sobre matéria submetida à sua apreciação.
O parecer vincula à Administração, ou seja, o administrador não é obrigado a
requerê-lo, mas, uma vez requerida a sua elaboração, obrigatoriamente o
administrador público estará vinculado a ele, só podendo agir de acordo
com as suas determinações. A auto-executoriedade pode ser aplicada no
que tange aos atos expropriatórios, como a decretação de perdimento de
mercadorias apreendidas pela aduana.
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III O Poder Judiciário poderá exercer amplo controle sobre os atos
administrativos discricionários quando o administrador, ao utilizar-se
indevidamente dos critérios de conveniência e oportunidade, desviar-se da
finalidade de persecução do interesse público.
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equipamentos ali instalados. Em face dessa constatação e visando evitar
novas mortes, o município suspendeu provisoriamente o alvará de
funcionamento da referida UTI, notificando-se o hospital para ciência e
eventual impugnação no prazo legal.
Considerando a situação hipotética apresentada acima, julgue:
I O alvará de funcionamento emitido inicialmente é considerado como ato
vinculado e não, discricionário.
II A presunção de legitimidade e de veracidade do ato administrativo
municipal em tela gera a inversão do ônus da prova.
III A suspensão temporária do alvará de funcionamento da referida UTI
neonatal, que decorreu do exercício de poder de polícia, poderia ocorrer
mesmo sem o prévio contraditório e a ampla defesa na esfera
administrativa.
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117 - (CESPE/ABIN/2008) Com relação aos princípios básicos da
administração pública, julgue:
I - Não viola o princípio da motivação dos atos administrativos o ato da
autoridade que, ao deliberar acerca de recurso administrativo, mantém
decisão com base em parecer da consultoria jurídica, sem maiores
considerações.
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120 - (VUNESP/JUIZ-TJSP/2008) Em relação ao controle do ato
administrativo, é correto afirmar que
(A) a revogação do ato administrativo legal e eficaz compete apenas à
Administração Pública e produzirá efeito ex nunc.
(B) a anulação do ato administrativo legal e eficaz compete apenas à
Administração Pública e produzirá efeito ex tunc.
(C) a revogação pode ser declarada tanto pela Administração Pública
quanto pelo Poder Judiciário, quando provocado.
(D) a existência de ilegalidade sempre é pressuposto da revogação do ato
administrativo.
GABARITO COMENTADO
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4. F V V V F – caso exista norma jurídica válida, prevendo que o atraso
no recolhimento de contribuição previdenciária enseja multa de 5%
calculada sobre o valor devido, a aplicação desse dispositivo legal será
definida como atividade vinculada, já que não há discricionariedade na
aplicação da multa. O Judiciário pode avaliar aspectos de legalidade
relativas ao objeto visado pelo agente público, sempre que se tratar de
elemento vinculado do ato.
5. F F V F F – o agente incompetente não pode substituir o
competente, nem mesmo se pertencerem ao mesmo órgão, posto que
competência é um elemento sempre vinculado dos atos administrativos. Se
constatada a ilicitude de um ato, o mesmo deve ser anulado, não
revogado. Na prática de um ato administrativo deve também ser observado o
princípio da moralidade (art. 37, caput, CF/88). Se o ato administrativo é
legal, porém inconveniente ou inoportuno, à administração pública é dado
revogá-lo, mas não anulá-lo.
6. V – será válido quando estiver de acordo com a lei, e será eficaz
quando estiver apto para produzir seus efeitos.
7. C – quando há desvio de poder, há vício quanto ao princípio da
impessoalidade, já que a atuação visou atingir a fim diverso do interesse
público, ou seja, visou interesse privado, ou pessoal.
8. E – mérito administrativo = conveniência + oportunidade.
9. A – ato complexo = manifestação de vontade de dois ou mais órgãos
diferentes. Quanto a esta classificação, em especial, ressalte-se que há
doutrinadores que conceituam de forma distinta da aqui apresentada,
chegando mesmo a usar os mesmos exemplos, confundindo sobremaneira o
estudante. No entanto, essa tem sido, como se viu, a posição adotada pela
ESAF.
10. B – em face do princípio da legalidade, toda ato goza da presunção
de legalidade, até decisão em contrário.
11. E – a competência é prevista na lei, não podendo ser alterada por
acordo entre a Administração e os administrados interessados.
12. A – o decreto, expedido com base no Poder Regulamentar, portanto
com função normativa, não tem o atributo novidade, já que deve estar
sempre de acordo com lei, dentro dos seus limites, não trazendo matérias
novas não previstas na lei que regula.
13. B – são atos vinculados: aposentadoria compulsória por
implemento de idade (pois é compulsória); exoneração de servidor em
estágio probatório (pois reprovou no estágio ou pediu exoneração);
concessão de alvará para atividade comercial (cumpridos os requisitos, deve
ser concedido). São atos discricionários: gradação de penalidade em
processo administrativo (autoridade deve avaliar o caso concreto, fixando
penalidade dentro dos limites legais); revogação de processo licitatório
(revogação de qualquer ato é feita de forma discricionária).
14. A – a finalidade da remoção, assim como de qualquer ato
administrativo deve ser atender ao interesse público, e não de punir o
servidor. Assim, há desvio de poder, pois violou a impessoalidade.
15. D – a anulação, que ocorre em caso de ilegalidade, pode dar-se por
ato administrativo ou judicial. Nem todo ato administrativo pode ser
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convalidado. A revogação opera efeitos “ex nunc”, ou seja, não
retroativos. A caducidade, ou decadência, do ato ocorre por razões de
decurso de prazo, ou por inadimplemento contratual por parte do
concessionário (visto na aula 5). Oportunidade e conveniência justificam a
revogação do ato administrativo
16. B – a revogação de atos administrativos pode ser realizada apenas
pela administração pública que o produziu, produz eficácia “ex nunc”, pode
ser realizada se houver provocação do interessado ou de ofício, não sendo
questionada a legitimidade da atuação administrativa, já que, se ilegal,
deverá haver anulação.
17. D – no seu sentido material (um “fazer” algo), na atividade finalística
da Administração Pública não se inclui a nomeação de um servidor público,
posto que esta é atividade “meio” para que se atinja o fim público, ou seja, é
uma ferramenta para ajudar na consecução dos objetivos da
Administração. Por outro lado, conceder a exploração de serviço público,
desapropriar, interditar um estabelecimento ou conceder benefício fiscal são
exemplos típicos de sua atividade finalística.
18. C – como já visto, a finalidade do ato deve ser o interesse público, e
não pessoal, punindo indevidamente o servidor, já que remoção não é
penalidade.
19. B – a presunção de legitimidade e de veracidade é relativa, posto que
admite prova em contrário que a desconstitua.
20. D – o vício de forma tem relação direta com a omissão ou na
observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato.
21. D – o objeto do ato é seu próprio conteúdo. Assim, há vício de objeto
quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro
ato normativo. Com relação às razões e os fundamentos da decisão, o vício é
no motivo.
22. D – motivo = matéria de fato e de direito. Se há vício, como no caso
de ser materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido, há vício no motivo.
23. C – a certidão apenas declara uma situação existente, por isso é
exemplo típico de ato declaratório.
24. B – a Administração pratica atos administrativos e atos da
Administração. Atos administrativos podem ser praticados pelo particular,
quando na prestação de um serviço público delegado, por exemplo. O ato
discricionário realizado por agente incompetente é inválido, já que esse
elemento é sempre vinculado, bem como a motivação, sempre
indispensável nos atos vinculados.
25. D – nos termos da Lei nº 9.784/99, arts. 12 e 13, não é possível
delegação de ordem política.
26. C – ato imperfeito = não concluiu seu ciclo de formação. Ato
pendente = sujeito a termo ou condição. Ato consumado = já exauriu os
seus efeitos. Ato válido = em conformidade com a lei.
27. D – ato perfeito = consumou o ciclo para a sua formação. Ato válido
= obedece as prescrições legais. Ato eficaz = Geração de efeitos.
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28. D – violação do princípio da proporcionalidade = possibilidade de
anulação do ato administrativo, ou das medidas excessivas
desproporcionais. Violando tal princípio, há violação do princípio da
legalidade, considerada de forma genérica, “lato sensu”.
29. B – a revogação sempre atinge critérios de mérito, presentes apenas
nos elementos objeto e motivo do ato.
30. C – a presunção de legitimidade é relativa, cabendo prova em
contrário, a ser produzida por quem alega, ou seja, há inversão do ônus da
prova. A administração não precisa provar que seu ato é legítimo, mas sim o
administrado é quem tem que fazer isso, se for o caso.
31. E – finalidade = interesse público = princípio da impessoalidade.
32. A – ilegalidade = anulação = “ex tunc”.
33. E – revogação parcial = derrogação. Revogação total = ab-rogação.
Revogação = expressa ou tácita. Autotutela = revisão dos próprios atos.
34. C – os atos administrativos normativos são vinculados.
35. C – segundo a teoria dos "motivos determinantes", quando a
Administração motiva o ato, ainda que a lei não exija tal motivação, ele
será válido somente se os motivos forem verdadeiros.
36. E (I e III) – em certos casos, a competência administrativa pode ser
delegada ou avocada.
37. C – segundo o art. 54 da Lei nº 9.784/99, o direito de a
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em
que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
38. B – segundo o art. 54 da Lei nº 9.784/99, o direito de a
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em
que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
39. C – Lei nº 9.784/99, art. 50. Os atos administrativos deverão ser
motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I
– neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II – imponham ou
agravem deveres, encargos ou sanções; III – decidam processos
administrativos de concurso ou seleção pública; IV – dispensem ou
declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V – decidam recursos
administrativos; VI – decorram de reexame de ofício; VII – deixem de
aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII – importem anulação,
revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
40. A – poder extroverso = imperatividade
41. B – ato perfeito = concluído seu ciclo de formação. Ato válido =
adequado aos requisitos de legitimidade. Ato ineficaz = não se encontra
disponível para eclosão de seus efeitos.
42. E – Lei nº 9.784/99, art. 12. Um órgão administrativo e seu titular
poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
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Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de
competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
43. D – o atributo de auto-executoriedade relaciona-se à possibilidade de
se praticar um ato sem necessidade de autorização judicial, existindo em
atos praticados com urgência, ou naqueles com previsão legal. Em qualquer
caso, deve-se levar em consideração o princípio da proporcionalidade,
evitando danos indevidos ao particular.
44. E – motivo = matéria de fato ou de direito.
45. A – agente capaz é elemento dos atos da vida civil, não dos atos
administrativos, que têm como elemento importante a competência, que
não se confunde com a capacidade do Direito Civil.
46. C – os atos administrativos são revogáveis sempre que, sendo legais,
forem inconvenientes ou inoportunos.
47. B – revogação = mérito = conveniência + oportunidade. Tem efeitos
“ex nunc”, não decorre de vício ou nulidade (haveria anulação), pode ser
efetivada pela Administração de ofício, mas não pode ser pela função
jurisdicional, que apenas analisa critérios de legalidade.
48. B – o poder hierárquico fundamenta os atos de avocação,
delegação, fiscalização etc. É agente público aquele que integra a
estrutura de uma pessoa jurídica de direito privado instituída pelo Poder
Público, como empregado de empresa pública. Os órgãos públicos não têm
personalidade jurídica. A distribuição de competências dentro de uma
mesma pessoa jurídica tem o nome de desconcentração. Competência é
elemento vinculado do ato administrativo.
49. D – a presunção de legitimidade dos atos administrativos é sempre
relativa e está presente em todos os atos administrativos. Alguns atos
praticados por particulares podem ter o atributo da auto-executoriedade,
(por exemplo, quando defendem o direito de propriedade). O ato
administrativo que tenha auto-executoriedade não escapa de exame pelo
Poder Judiciário, realizado em momento posterior.
50. D – aspectos relacionados à discricionariedade do administrador não
podem ser objeto de controle pelo Judiciário, que se limita à análise de
legalidade.
51. C – Poder Executivo = revoga ou anula. Poder Judiciário = apenas
anula.
52. D – há vício quanto ao motivo sempre que revogada autorização sem a
devida motivação (... alegação, nesse ato revogatório não declinada ...).
53. B – ato administrativo ilegal = anulação.
54. D – os atos administrativos são aqueles praticados tanto por órgãos
do Poder Executivo, quanto pelos demais Poderes, sempre no desempenho
da função administrativa do Estado, diretamente ou por meio de quem os
represente. Em face da presunção de legitimidade e veracidade, a
Administração Pública não tem a obrigação de comprovar a veracidade dos
seus atos administrativos. O controle parlamentar sobre a Administração
Pública não permite aos órgãos do Poder Legislativo anular, tampouco
revogar atos praticados pela Administração Pública, a não ser os atos
administrativos deles mesmos. No primeiro caso, em face da independência
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entre os Poderes, no segundo, em face do mérito administrativo. A CF/88
prevê hipóteses de sustação de ato administrativo = suspensão (arts. 49, V
e 71, X). Nem todo ato administrativo será motivado, como a
exoneração de ocupante de cargo em comissão.
55. E – a Administração Pública somente poderá valorar os critérios de
conveniência e oportunidade na escolha do objeto do ato administrativo
discricionário, respeitando os limites legais.
56. E – os atos administrativos praticados pela Administração Pública
com a finalidade de disciplinar seu funcionamento interno e a conduta de
seus agentes os são chamados de atos ordinatórios, como os avisos e
portarias.
57. E – a revogação reflete o poder discricionário da Administração
Pública e vai produzir efeitos não retroativos, extinguindo o ato a partir da
revogação. O Poder Judiciário apenas pode anular, mas não revogar atos
administrativos praticados por órgãos de outro Poder. Na anulação do ato
administrativo deverá ser respeitado apenas direito em relação a terceiros
de boa-fé.
58. C – o parecer administrativo é considerado ato meramente
enunciativo.
59. B – os atos de gestão são aqueles praticados sem a utilização da
supremacia da Administração Pública sobre o particular.
60. E – os avisos e portarias são espécies de atos ordinatórios.
61. E – a finalidade de qualquer ato administrativo deve ser atender ao
interesse público. Assim, se atinge fim diverso (pessoal), há desvio de
poder, ou de finalidade, pois violou a impessoalidade.
62. A – a finalidade de qualquer ato administrativo deve ser atender ao
interesse público. Assim, se atinge fim diverso (pessoal), há desvio de
poder, ou de finalidade, pois violou a impessoalidade.
63. D – ato administrativo ilegal = anulação. Revogação = mérito =
conveniência + oportunidade.
64. E – Poder Executivo = revoga ou anula. Poder Judiciário = apenas
anula. Revogação = mérito = conveniência + oportunidade. Não decorre de
vício ou nulidade (haveria anulação), pode ser efetivada pela Administração
de ofício, mas não pode ser pela função jurisdicional, que apenas analisa
critérios de legalidade.
65. D – Poder Executivo = revoga ou anula. Poder Judiciário = apenas
anula.
66. C – ato válido = em conformidade com a lei. Ato perfeito = concluiu
seu ciclo de formação. Ato eficaz = geração de efeitos. Prodrômico = inicial,
preambular.
67. D – hipótese essa vedada pela lei = ato ilegal = ato inválido =
anulação = invalidação.
68. A – Teoria dos Motivos Determinantes = o motivo declarado
vincula-se ao ato, de tal forma que a validade desse ato dependerá da
validade do motivo externado. Nesse mesmo rumo, os motivos
alegados também vinculam o agente.
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69. D – a cobrança da dívida ativa é feita através de execução fiscal (Lei
nº 6.830/80), na via judicial, ou seja, quem executa tal dívida é o
Judiciário, não tendo a Administração poder para coagir o devedor a pagar.
O Judiciário, por sua vez, dispõe de meios coercitivos para a cobrança,
como a possibilidade de penhora de bens do devedor. Os demais itens da
questão são auto-executáveis pela Administração.
70. B – atos abstratos, chamados também de normativos, são os que,
disciplinando determinada matéria de modo geral e abstrato, atingem um
número indefinido de pessoas, e que podem continuar sendo aplicados
inúmeras vezes, como os regulamentos. São adstritos aos comandos legais e
constitucionais.
71. C – se ao administrador só cabe fazer o que a lei admite, e da forma
como nela previsto, então, se produziu algum ato, presume-se que o fez
respeitando a lei = presunção de legalidade. Se o superior deu uma
ordem, presume-se legítima, salvo se manifestamente ilegal. É possível o
controle pelo Judiciário, já que inafastável (art. 5º, XXXV, CF/88). A
nulidade não se presume, deve ser declarada oficialmente pelo competente
para tal. Se houver ilegalidade, deverá ser anulado, não revogado.
72. D - se houver ilegalidade, a Administração deverá anular o ato (seja
vinculado, seja discricionário), sendo essa uma ação obrigatória.
73. A – revogação = mérito = conveniência + oportunidade. Anulação =
ato nulo, inválido, ilegal.
74. D – motivo = circunstância de fato e de direito.
75. D – motivo = matéria de fato e de direito.
76. A – Poder Executivo = revoga ou anula. Poder Judiciário = apenas
anula. Revogação = mérito = conveniência + oportunidade = discricionário.
Anulação = ato nulo, inválido, ilegal = é obrigatória, vinculada.
77. A – Poder Executivo = revoga ou anula. Poder Judiciário = apenas
anula. Revogação = mérito = conveniência + oportunidade. Não decorre de
vício ou nulidade (haveria anulação), pode ser efetivada pela Administração
de ofício, mas não pode ser pela função jurisdicional, que apenas analisa
critérios de legalidade.
78. E – Poder Executivo = revoga ou anula. Poder Judiciário = apenas
anula. Anulação = ato (seja discricionário, seja vinculado) nulo, inválido,
ilegal = é obrigatória, vinculada.
79. D – Poder Executivo = revoga ou anula. Poder Judiciário = apenas
anula. Anulação = ato (seja discricionário, seja vinculado) nulo, inválido,
ilegal = é obrigatória, vinculada.
80. D – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros (art. 93, X, CF/88, EC nº 45/2004).
81. A – uma vez atendidos todos os requisitos para concessão da licença,
essa não pode ser negada pela Administração, por se tratar de direito do
requerente. Como todos os demais atos, esse também se submete ao
controle judicial (art. 5º, XXXV, CF/88). Se deixar de cumprir os requisitos
para sua manutenção pode ser cassada. Poder Judiciário apenas pode
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anular, sendo-lhe vedado revogar um ato administrativo. Sendo um ato
vinculado, não cabe análise de mérito.
82. E – Ação Popular, Lei nº 4.717/65: art. 2º, parágrafo único: para a
conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
(...) b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta
ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade
do ato.
83. B – como o efeito da revogação é “ex nunc”, não retroativo, não há
se falar em revogação de ato que já tenha exaurido seus efeitos (ato
consumado).
84. A – é imperativo o ato por não depender da vontade do particular. A
auto-executoriedade dispensa a autorização prévia do Judiciário. Presunção de
veracidade = fatos narrados são verdadeiros.
85. D – é imperativo o ato por não depender da vontade do particular. A
auto-executoriedade dispensa a autorização prévia do Judiciário. Autotutela
= revisão dos próprios atos.
86. C – é imperativo o ato por não depender da vontade do particular. A
auto-executoriedade dispensa a autorização prévia do Judiciário. Autotutela
= revisão dos próprios atos.
87. E – ofícios = comunicações de caráter administrativo ou social.
Decretos = chefes do Poder Executivo. Resoluções = forma de que se valem os
órgãos colegiados para manifestar suas deliberações em assuntos da
respectiva competência ou para dispor sobre seu funcionamento.
88. B – conveniência e oportunidade = mérito = motivo/objeto.
89. D – proporcionalidade = correlação entre meios e fins = limites à
auto-executoriedade do ato administrativo.
90. D – trata-se de declaração jurídica unilateral, que produz efeitos de
direito, que provém do Estado ou de quem esteja investido em
prerrogativas estatais, sob regência do Direito Público, sujeitando-se a
exame de legitimidade por órgão jurisdicional, por não apresentar caráter
de definitividade. Pode ser discricionário ou vinculado, e sempre devem
respeito à lei.
91. D – revogação = retirada do ato por razões de conveniência e
oportunidade; caducidade = retirada do ato porque sobreveio norma
jurídica que tornou inadmissível situação anteriormente permitida;
contraposição = retirada do ato porque foi emitido outro ato, com
fundamento em competência diversa daquela que gerou o ato anterior, mas
cujos efeitos são contrapostos aos daquele; cassação = retirada do ato
porque o destinatário descumpriu condições que deveriam permanecer
atendidas a fim de dar continuidade à situação jurídica; anulação = retirada
do ato porque fora praticado em desconformidade com a ordem jurídica.
92. E – elementos do ato jurídico lato sensu: agente capaz; objeto
lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não
defesa em lei. elementos do ato administrativo: competência; finalidade;
forma; motivo; objeto.
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93. D – finalidade da remoção = atender interesse público, jamais como
punição. O Sr. Abel incidiu em desvio de finalidade, razão pela qual o ato
por ele praticado merece ser anulado.
94. E – são auto executáveis: apreensão de mercadoria; interdição de
estabelecimento; cassação de licença para conduzir veículo; demolição de
edifício em situação de risco. A execução de multa administrativa somente
pode ser feita pelo Poder Judiciário.
95. B – finalidade = interesse público
96. A – mérito administrativo = conveniência e oportunidade.
97. A – anulação = de ato ilegal.
98. A – art. 54 da Lei nº 9.784/99: O direito da Administração de anular
os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.
99. C – ilegítimo, ilegal ou inválido = anulação. Se de vigência exaurida
(já não é mais eficaz), não há revogação. Revogação = se o ato, legítimo e
eficaz, não for mais oportuno ou conveniência.
100. C – ato de remoção de servidor = atender interesse público, não
punição. Desapropriação = competência da União (art. 184, CF/88). No
caso de serviços singulares de publicidade, é vedada a contratação direta
(art. 25, II, Lei nº 8.666/93) (será estudado no item 20.2, da Aula 11A). O
ato de interdição de estabelecimento comercial, em caso de risco iminente
para a saúde pública, em face da urgência, é auto executável, tendo
contraditório diferido.
101. C – um ato administrativo que viole a lei deve ser anulado. A
revogação do ato administrativo importa em análise dos critérios de
conveniência e oportunidade. Um ato nulo pode, eventualmente, deixar de
ser anulado em atenção ao princípio da segurança jurídica. A administração
tem o prazo decadencial de 5 anos para anular os seus próprios atos,
quando eivados de ilegalidade.
102. E – A discricionariedade é a liberdade de agir da Administração,
contudo, não pode ingressar na esfera da arbitrariedade. No exercício do
poder disciplinar, a Administração age de forma vinculada para apurar a
infração e aplicar as penalidades, se comprovada a ocorrência da infração e
sua autoria. Ocorrerá vício em relação ao motivo quando este for
inocorrente. Atendidos os pressupostos próprios para a prática do ato
vinculado, a Administração não dispõe de liberdade de não praticá-lo. No
exercício do poder disciplinar, a Administração não tem liberdade de
escolha, de modo que, tendo conhecimento da falta, deve instaurar o
procedimento adequado.
103. E C E - são também atos administrativos aqueles praticados por
quem represente o Estado, como é o caso dos concessionários e
permissionários de serviços públicos. A produção de atos administrativos
não é exclusividade do Poder Executivo, ainda que seja sua principal
função. Os demais Poderes também praticam esses atos, nas suas funções
secundárias.
104. C – cabe ao Poder Judiciário verificar a regularidade dos atos
normativos e de administração do Poder Público em relação às causas, aos
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motivos e à finalidade que os ensejam: RE-AgR 365.368/SC, DJ
29/06/2007.
105. A – cabe ao Poder Judiciário verificar a regularidade dos atos
normativos e de administração do Poder Público em relação às causas, aos
motivos e à finalidade que os ensejam: RE-AgR 365.368/SC, DJ
29/06/2007. A Teoria dos Motivos Determinantes se aplica a todos os atos,
inclusive discricionários. A Administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos. Uma vez anulado o ato pela própria Administração, cessa
imediatamente sua operatividade, não obstante possa o interessado pleitear
judicialmente o restabelecimento da situação anterior. O ato administrativo
pode ser extinto pela cassação, a qual ocorre porque o destinatário
descumpriu condições que deveriam permanecer atendidas a fim de poder
continuar desfrutando da situação jurídica.
106. A – Embora vedado ao Judiciário adentrar o mérito do ato
administrativo, pode o juiz apurar a existência de eventual desvio de
finalidade ou ausência de motivação em sua gênese. A conduta do servidor
deve pautar-se pelo princípio da razoabilidade, amplamente aplicado no
âmbito do direito administrativo. Nos termos da CF/88, art. 5º, LV (aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes), não há se falar em punição sem a necessária oportunidade
de defesa.
107. D – Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção
de legalidade a qual diz respeito à conformidade do ato com a lei; em
decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário, que os
atos administrativos foram emitidos com observância da lei. A
imperatividade consiste em atributo pelo qual os atos administrativos se
impõem a terceiros, independentemente de sua concordância. Entre os
elementos do ato administrativo, encontra-se o motivo, o qual é o
pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato
administrativo.
108. B – Lei nº 9.784/99, art. 53. A Administração deve anular seus
próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Lei nº 4.717/65, art. 2º, parágrafo único. Para a conceituação dos casos de
nulidade observar-se-ão as seguintes normas: a) a incompetência fica
caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente
que o praticou; b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância
incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou
seriedade do ato; c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do
ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; d) a
inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito,
em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente
inadequada ao resultado obtido; e) o desvio de finalidade se verifica quando o
agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
implicitamente, na regra de competência. A auto-executoriedade pode ser
aplicada no que tange aos atos expropriatórios, como a decretação de
perdimento de mercadorias apreendidas pela aduana. Os atos
administrativos discricionários dão certa liberdade ao agente para atuar,
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ficando ele limitado a comandos normativos, como princípios ou regras. O
parecer não vincula à Administração.
109. E – Lei nº 9.784/99, art. 53. A Administração pode revogar seus
próprios atos por motivo de conveniência ou oportunidade.
110. C – Lei nº 9.784/99, art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a
ediçãode atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos
administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
autoridade.
111. CEC – cabe ao Poder Judiciário verificar a regularidade dos atos
normativos e de administração do Poder Público em relação às causas, aos
motivos e à finalidade que os ensejam: RE-AgR 365.368/SC, DJ
29/06/2007.
112. EE – Lei nº 4.717/65, art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio
das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a)
incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência
dos motivos; e) desvio de finalidade. Parágrafo único... b) o vício de forma
consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; c) a
ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação
de lei, regulamento ou outro ato normativo; d) a inexistência dos motivos
se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido...
113. EEEC – O ato goza de presunção de legitimidade e veracidade. Lei nº
9.784/99, art. 13: veda-se a delegação no caso de decisão de recursos
administrativos. Ato ilegal deve ser anulado.
114. CCC – concessão de alvará: ato vinculado, cumpridos os requisitos,
deve ser concedido. Com a presunção de legitimidade, cabe ao
administrado provar a ilegalidade do ato. A suspensão temporária do alvará
de funcionamento teve por base o atributo da auto-executoriedade, com
contraditório e a ampla defesa diferidos.
115. EC - A anulação do exame físico está inserida no poder de autotutela
da administração, sendo imprescindível que haja contraditório e ampla
defesa.
116. CC - CF/88, art. 49, I, e art. 84, VIII e parágrafo único.
117. C - Lei nº 9.784/99, art. 50, § 1º: A motivação deve ser explícita,
clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.
118. A – O ato administrativo será vinculado quando a lei não deixar
margem de liberdade para a atuação do administrador e fixar a sua única
maneira de agir diante do preenchimento de determinados requisitos. A
conveniência e a oportunidade de realização dos atos constituem o mérito
administrativo, presente nos atos discricionários. Pela Teoria dos motivos
determinantes, o motivo expressamente indicado pela administração pública
para a prática de determinado ato é passível de controle pelo poder
judiciário. A permissão de uso de bem público é exemplo clássico de ato
administrativo discricionário.
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CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO P/ POLÍCIA FEDERAL
PROFESSOR: LEANDRO CADENAS
119. C – É vedado à Administração, sob pretexto de haver irregularidades
formais, desconstituir unilateralmente atos que tenham integrado o
patrimônio do administrado ou do servidor, sem a instauração de adequado
procedimento e respeito às garantias constitucionais do devido processo
legal, da ampla defesa e do contraditório (STF, AI 587.487 AgR/RJ, relator
Ministro Marco Aurélio, publicação DJ 11/06/2007).
120. A - A revogação do ato administrativo legal e eficaz compete apenas à
Administração Pública e produzirá efeito ex nunc. A anulação pode ser
declarada tanto pela Administração Pública quanto pelo Poder Judiciário,
quando provocado. A existência de ilegalidade sempre é pressuposto da
anulação do ato administrativo.
121. EECC - O Poder Judiciário tem controle parcial sobre os atos
administrativos discricionários, podendo examinar os atos administrativos,
exceto quanto ao mérito propriamente dito.
122. B - O ato administrativo complexo resulta da vontade de dois
órgãos independentes.
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