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Guião de Correcção do 1º Teste de Direito Administrativo II

1. Aborde em relação as características do acto administrativo. 4V


Resposta:
As características do acto administrativo são:
Acto de conteúdo decisório: aproximando-o do conceito de ato materialmente
definitivo não se esgotando numa declaração de ciência. Resulta de uma conduta
voluntária por parte da AP e consubstancia uma declaração unilateral.
No exercício de poderes jurídico-administrativo: praticada por qualquer
entidade que independentemente da sua natureza exerça sob um prisma
funcional actividade administrativa.
Com produção de efeitos jurídicos externos: decisões que produzam efeitos
nas relações entre a AP e os administrados, entre entidades públicas ou que
afectam a situação jurídica de uma coisa.
Numa situação individual e concreta: o que o permite distinguir do
regulamento administrativo (geral e abstrato).
2. Diferencie os conceitos de superintendência e tutela administrativas. 3V
Resposta:
Superintendência é o poder atribuído ao Estado ou a outra pessoa colectiva
pública de fins múltiplos, de definir os objectivos e de guiar a actuação das
pessoas colectivas de fins singulares colocadas por lei na sua dependência, a
título de exemplo as empresas públicas são superintendidas pelo respectivo
Ministério a que a empresa estiver a exercer a sua actividade.
Quanto a tutela administrativa é o conjunto de poderes de intervenção de uma
pessoa colectiva publica na gestão da outra pessoa colectiva, a fim de assegurar
a legalidade ou mérito da sua actuação, pressupõe obviamente a existência de
pessoas colectivas distintas, ou seja, a pessoa colectiva tutelar e a pessoa
colectiva tutelada, como podemos verificar nos temos da alínea d) do nr 1 do
artigo 203 e nr 1 do artigo 272 todos da CRM.

3. O procedimento administrativo, possui fases, desenvolva cada uma delas. 3V


Resposta:
1ª Fase inicial- a fase inicial é aquela que desencadeia o procedimento
administrativo, podendo surgir de iniciativa pública e privada nos termos do nr 1
d artigo 52 do Decreto 30/2001 de 15 de Outubro.
2ª Fase da instrução - a fase de instrução destina-se a averiguar os factos que
interessem à decisão final e que se rege pelo princípio do inquisitório, isto é, fase
em que a administração pública, sem a dependência da vontade dos interessados,
requer factos e esclarecimentos que mais facilmente levem à tomada da melhor
decisão.
3ª Fase da audiência dos interessados - é na fase de audiência dos interessados
que se inserem os princípios da colaboração da Administração com os
particulares (artº 8 do Decreto 30-2001 de 15 de Outubro) e da participação (art.
9º do Decreto). É nesta fase que se concretiza o direito de participação dos
cidadãos na formação das decisões que lhes dizem respeito.
4ª Fase de preparação da decisão - na fase de preparação da decisão a
Administração pondera o quadro traçado na fase inicial, a prova recolhida na
fase de instrução e os argumentos apresentados pelos particulares na fase da
audiência dos interessados. Posteriormente, o procedimento é levado ao órgão
decisório que pode ser: singular (emite um despacho); colegial (emite uma
deliberação, esta fase podemos encontrar estabelecida no artigo 61 do Decreto
supracitado.
5ª Fase de decisão - É a fase que põe fim a todo o procedimento administrativo,
tal como qualquer facto que o acompanhem (art. 62º). Salvo disposição em
contrário, o procedimento pode terminar pela prática de um acto administrativo
ou pela celebração de um contrato. Caso termine pela prática de um acto
administrativo, todas as questões pertinentes, suscitadas durante o procedimento
e que não tenham sido decididas em momento anterior, devem ser resolvidas
pelo órgão competente (art. 58).
6ª Fase complementar - É aquela onde são praticados determinados actos e
formalidades, posteriores à decisão final do procedimento.
4. Na tipologia dos actos administrativos diga em que consiste os actos de
conteúdo negativo e actos de impositivos, dê 1 exemplo de cada um destes. 4V

Resposta:
Os Actos administrativos de conteúdo negativo: traduzem-se na emissão de
uma decisão de conteúdo negativo, ou seja, uma decisão através da qual a
administração concluiu indeferindo a pretensão do interessado ou mesmo
recusando a própria apreciação de requerimento apresentado. O ato negativo é
emitido no quadro do procedimento constitutivo e é a decisão final que põe
termo a esse procedimento. Não pode deixar, por isso, de partilhar com o ato
constitutivo a mesma natureza, o exemplo é o indeferimento de um pedido
formulado pelo particular;
Actos impositivos: impõem o cumprimento de um comando, de sentido positivo
(obrigação) ou negativo (proibição). Impõem ao destinatário o cumprimento de
uma obrigação que já existia, sem que essa existência tivesse sido ainda
formalmente reconhecida. Possuem assim, um momento declarativo ao qual se
associa um momento de comando constitutivo de um efeito jurídico novo,
embora secundário, o exemplo é a decisão de superior hierárquico de obrigar o
subalterno a vestir uniforme nas horas de trabalho.
5. O Ministro A delega no Secretário de Estado B competência para a prática de
todos os actos de natureza administrativa relacionados com a gestão de recursos
humanos do Ministério.
Mais tarde, o Secretário de Estado B delega no Subsecretário de Estado C a
competência relativa ao exercício do poder sancionatório.
Nesse quadro, o Subsecretário de Estado instaura dois procedimentos
disciplinares a funcionários ministeriais, visando aferir a sua responsabilidade na
divulgação de informações secretas do Estado.
De tais procedimentos, resulta a suspensão dos mesmos por um período de
sessenta dias.
Inconformado, o funcionário D reclama da decisão, alegando que:
a) O poder disciplinar é insusceptível de delegação; 2V
Resposta:
Nos termos do artigo 22 do Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, a delegação

de competência deve ser praticada dentro dos limites legais, devendo para o
efeito delegar tais poderes para que o órgão de escalão inferior possa os
praticar, assim o poder disciplinar pode ser delegável, pois tratasse de um
poder que outros órgãos podem praticar, estando dentro dos poderes
discricionários da administração pública.

b) A delegação não pode assumir conteúdo genérico; 2V


Resposta:
Nos termos do nr 2 do art. 22 do Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, devem
ser especificados os poderes que o órgão delegado deve praticar, assim sendo
a delegação não deve ter conteúdo genérico, pois assim permitiria ao órgão
delegado praticar todos os poderes que cabem ao órgão delegante.
c) A subdelegação implica consentimento do delegante 2V
Resposta:
Na parte final do nr 2 do art. 22 do Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, a
subdelegação deve ter anuncia do delegante, assim como devem ser
especificados os poderes que farão parte da subdelegação, pelo que implica
consentimento do delegante.

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