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Universidade Aberta UnISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Português

O Contributo da Pedagogia Para as Ciências da Educação


Nome do estudante: Júlia Simão Rachide
Código do estudante: 96230383

Lichinga, aos 12 de Agosto de 2023


Universidade Aberta UnISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Português

O Contributo da Pedagogia Para as Ciências da Educação

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de
Português da UnISCED.

Tutor: MSc.

Nome do estudante: Júlia Simão Rachide


Código do estudante: 96230383

Lichinga, aos 12 de Agosto de 2023


Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 3

1.1.1. Geral ......................................................................................................................... 3

1.2. Específicos ................................................................................................................... 3

2. Metodologia ..................................................................................................................... 3

3. O Contributo da Pedagogia Para as Ciências da Educação ................................................. 4

3.1. Pedagogia e as ciências de educação ........................................................................... 5

3.2. A Negação do objecto de estuda da pedagogia ............................................................ 6

3.3. A questão da práxis educativa...................................................................................... 7

3.4. A práxis pedagógica ..................................................................................................... 7

3.5. Funções do pedagogo no campo educacional.................................................................. 8

3.5.1. O fenómeno pedagógico........................................................................................... 8

3.5.2. A especificidade do conhecimento pedagógico ....................................................... 8

3.5.3. Áreas de actuação profissional do pedagogo ........................................................... 9

3.5.4. Algumas definições clássicas sobre educação ....................................................... 10

3.5.5. As dimensões da educação ..................................................................................... 11

4. Conclusão .......................................................................................................................... 12

5. Bibliografia........................................................................................................................ 13
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1. Introdução

Partindo do princípio que a pedagogia tem um objecto de estudo bem definido, nesse caso a
educação podemos considera-la de ciência, porque para além de objecto de estudo, tem
métodos, investiga o fenómeno educação extraindo das leis científicas generalizáveis mesmos
que não sejam exactas na sua predição. Dai a importância de compreendermos o porque dos
questionamentos sobre a pedagogia como ciência ou ciências de educação, a questão da praxis
educativa e o posicionamento da pedagogia no meio das outras ciências.

À medida que a pedagogia foi sendo vista como organizadora do fazer docente, dos manuais,
dos planos articulados, feito com uma intencionalidade não explicita, ela foi se distanciando
de sua identidade epistemológica, qual seja, de ser articuladora de um projecto de sociedade.
Pode-se hoje observar um grande distanciamento entre a esfera das acções educativas e a
esfera do exercício pedagógico. Outras ciências, distante da óptica do pedagógico, foram
assumindo o papel que lhe deveria ser destinado.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Compreender o Contributo da Pedagogia Para as Ciências da Educação.

1.2. Específicos
 Mencionar o contributo da pedagogia para as ciências da educação;

 Descrever as formas de actuação da pedagogia para as ciências da educação.

2. Metodologia
Segundo Libânio (2000, p.10-17), a metodologia é o caminho usado de forma a obter
resultados concebíveis e mensuráveis de forma a alcançar um determinado objectivo traçado
pelo pesquisador. Para realizar esta pesquisa a metodologia usada foi de caracter de revisão
bibliográficas que teve como, leitura e escrita das ideias dos autores mediante as ideias dos
autores sobre o tema em estudo.
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3. O Contributo da Pedagogia Para as Ciências da Educação


O objecto de estudo da ciência pedagógica é a educação. A prática da educação é
compreendida como realidade pedagógica onde a escola é um espaço fundamental para a
acção educativa.

Pimenta (1997) afirma que: a actividade docente é sempre pratica e essa acção necessita de
um estabelecimento, de uma intencionalidade que dirige e dá sentido a acção, onde o
conhecimento faz parte da natureza da prática docente, a indagação, a busca, a pesquisa. O
que se precisa é que em sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, como
professor, como pesquisador.”

Num estudo científico da educação, notamos quatro concepções mais utilizadas:

1. Unicidade das ciências pedagógicas- A pedagogia seria a única ciência da educação,


todas as demais ciências chamadas auxiliares seriam ramos da pedagogia, ou seja,
ciências pedagógicas. Falar de pedagogia geral é uma posição criticada por pretender
exclusividade no tratamento científico da educação. A realidade educativa é
pluridimensional.
2. A Ciência da Educação -Visão cientificista do fenômeno educativo, tendo um
enfoque positivista de ciência bastante impregnado da ideia de experimentação
educacional, por um lado, e da tecnologia educacional, por outro. No primeiro caso, o
uso dessas denominações indica a aplicação ao campo educativo de princípios
científicos incorporados de outras ciências, como pode ser caracterizada a tradição da
psicologia experimental francesa.

No segundo caso, a ciência da educação é o suporte científico da tecnologia educacional, isto


é, aplicação das teorias de aprendizagem comportamentalista e sistêmicas à prática de ensino,
concepção de larga aceitação em países sob influência norte-americana.

Em ambas correntes, a visão científica do fenómeno educativo dilui o caracter ético-


normativo sempre associado ao termo pedagogia, isto porque, valores e fins de educação não
podem ser inferidos cientificamente. Dai falar em ciência de educação não é falar de
pedagogia. (Libâneo,2009,110).
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3. A denominação Ciências da Educação -A educação é objecto de estudo de um


conjunto de ciências e, em alguns lugares, desaparece o campo de conhecimento
conhecido por pedagogia.

A despeito do facto de que tal denominação venha se impondo nos últimos anos, é criticada
por provocar dispersão no estudo da problemática educativa, levando a uma postura
pluridisciplinar ao invés de interdisciplinar. Ou seja, a autonomia dada a cada uma das
ciências da educação leva a enfoques parciais da realidade educativa, comprometendo a
unicidade temática e abrindo espaço para os vários reducionismos. (LIBANEO, 2006, p83).

4. A quarta concepção adere à denominação “ciências da educação”, em que cada uma


toma o fenómeno educativo sob um ponto de vista especifico, mantendo-se, todavia, a
pedagogia como uma dessas ciências. Nessa concepção, a pedagogia promove uma
síntese integradora dos diferentes processos analíticos ou correspondem a cada uma
das ciências da educação em seu objecto específico de estudo. (RUI,2011.p.19-22).

A pedagogia apoia-se nas outras ciências de educação sem perder sua autonomia
epistemológica, e sem reduzir-se a uma outra, ou ao conjunto dessas ciências. A utilização da
expressão ciências de educação, criou um equívoco, pela falta de elucidação da problemática
que é a expressão educação que se substitui em alguns casos pela pedagogia. (FARIAS,
2010.p.12-18).

3.1. Pedagogia e as ciências de educação


A pedagogia não é certamente a única área científica que tem educação como objecto de
estudo. Também a Psicologia, a Psicanálise, a Sociologia, a Linguística, a Economia podem
ocupar-se de problemas educativos, para alem de seus próprios objectos de investigação, onde
os resultados dos seus estudos são imprescindível para a compreensão do fenómeno
educativo. Entretanto cada uma dessas ciências aborda o fenómeno educativo sob perspectiva
de seus métodos seus métodos de investigação.

Normalmente seus diagnósticos são seguros, as hipóteses emitidas são


fecundas. No entanto, o valor dessas ciências na área da pedagogia para o
professor ou para o investigador pedagógico é, quase sempre, diminuto ou
mesmo nulo. Já a pedagogia sim essa pode postular o educativo propriamente
dito e ser ciência integradora das demais ciências tendo por isso um lugar
diferenciado. (LUIS & KNOOR,2001.p.31-42).
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A pedagogia por sua vez relaciona-se com as outras ciências ao aplicar conceitos e métodos
de sua ciência a um dos diversos campos da actividade humana, o da Educação. Os resultados
são, pois, de ordem psicológica, como seria se o psicólogo exercesse sua acção no campo do
trabalho, da clínica ou outro. O mesmo, evidentemente, se poderá dizer de outras ciências.

3.2. A Negação do objecto de estuda da pedagogia


A educação não pode ser objecto de uma única ciência, assim, devemos considerar:
A necessidade de delimitação do objecto de estudo;
A ampliação do sentido de ciência compatíveis com essencialidade do fenômeno
educativo delimitado como objecto;
Uma reorganização metodológica.
Para reorganizar as possibilidades da Pedagogia como ciência da educação deverá ser
levada em consideração as seguintes perspectivas:
Partir de uma nova dimensão à questão de sentido do científico;
Considerar a abrangência desta ciência;
Considerar que o pensamento e saberes pedagógicos são indissociáveis;
Realçar o papel da pesquisa como fecundadora das práticas.

As práticas educativas na escola ou em outros espaços educativos deve ser elaborada no


colectivo. A Pedagogia deve ter como um dos focos essenciais de seu trabalho o fazer
educacional das diversas instituições com possibilidades educativas.

Ao reivindicar a pedagogia como ciência da educação, considera a necessidade de


ampliar o “sentido de ciência, considerando novos pressupostos epistêmicos, compatíveis com
a essencialidade do fenômeno educativo delimitado como objecto” a partir de uma nova
dimensionalidade à questão de sentido do científico; procurando superar os limites impostos
pela racionalidade moderna e adentrar em pressupostos que contemplem a dialecticidade e a
complexidade inerentes ao objecto em questão (FRANCO,2003, p.76).

O significado de pedagogia é mais bem compreendido no contexto do conceito de práxis, no


qual Freire compreendia dialeticamente como a acção e a reflexão. A pedagogia que se situa
no âmbito desta tensão, em que a prática e a teoria estão em permanente diálogo. Vem a ser o
próprio acto de conhecer, no qual o educador e a educadora têm um papel testemunhal no
sentido de refazer diante dos educandos e com eles o seu próprio processo de aprender e
conhecer. (STRECK, 2008, p.312).
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3.3. A questão da práxis educativa


Para a filosofia marxista, a práxis é entendida como a relação dialética entre o homem e
natureza, na qual o homem, ao transformar a natureza com seu trabalho, transforma-se a si
mesmo.
A característica da práxis é ser uma forma de acção reflexiva que pode transformar a teoria
que a determina, bem como transformar a prática que a concretiza. A práxis educativa,
objecto da ciência pedagógica, caracteriza-se pela acção intencional e reflexiva de sua prática.
A práxis educativa ocorre prioritariamente em lócus formais, especialmente na escola, mas
não exclusivamente, pois ocorre na família, pode acontecer no trabalho, nos processos de
comunicação social, dentre muitos, ou seja, onde houver uma intencionalidade a se
concretizar, permeada por um processo reflexivo de fins e meios. (BRUNNER &
GUINES,2012.p.9-14).

3.4. A práxis pedagógica


A práxis pedagógica prioriza: Prática e acção pedagógica. As práticas educativas e
pedagógicas só poderão ser transformadas a partir da compreensão dos pressupostos teóricos;
Pedagogia x Senso comum pedagógico.

Schimied-Kowarzik (1983), quando analisa a dialética da experiência da situação educacional


como diretriz para acção educativa, ele diz que todo o educador precisa reconhecer e dominar
educacionalmente as situações educativas e suas exigências e que capacitar o educador nesse
sentido é a tarefa primeira da pedagogia.

Dominar suas exigências é estar preparado para percebê-las e agir a partir delas. Dominar as
situações educativas significa que o professor precisa estar criticamente avaliando e
transformando os movimentos dialéticos da práxis. Quando se pretende a reconstituição da
pedagogia como ciência da educação, pois em seu caminhar como ciência, a pedagogia se
equivocou ao pretender ser a normatizadora não da educação, mas do proceder do professor.
Essa postura engessou a formação dos professores, negligenciando o facto de que o professor,
sem autonomia de perspectiva, de criação, amarrado as teorias, ira deixar de ser professor para
ser um mero instrutor. (LEVEN & TUNDER,1996.p.10-18).
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A ciência pedagógica deve se responsabilizar em oferecer as condições para que o educador,


em processo de prática educativa, saiba perceber as condicionantes da sua situação, reflectir
criticamente sobre eles, saber agir com autonomia e ética. A pedagogia precisa estabelecer a
direcção de sentido da práxis educativa, o que só poderá fazer ao retornar teoricamente ao
fenômeno da educação, portanto aquela práxis que fundamenta a teoria. (PILLETI,
2000.p.11).

A teoria procede da prática, pois “enquanto a teoria precisa garantir seu espaço, a práxis já
está realizando”.

3.5. Funções do pedagogo no campo educacional

Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da


educação do acto educativo, da prática educativa como componente integrante da actividade
humana, como facto da vida social, inerente ao conjunto dos processos sociais. Não há
sociedade sem práticas educativas. Pedagogia diz respeito a uma reflexão sistemática sobre o
fenômeno educativo, sobre as práticas educativas, para poder ser uma instância orientadora do
trabalho educativo. (BRUNNER & GUINES,2012.p.9-14).

3.5.1. O fenómeno pedagógico

A pedagogia assume a tarefa de orientar a prática educativa de modo consciente, intencional,


sistemático, para finalidades sociais e políticas cunhadas a partir desses interesses concretos
no seio da práxis social. Junto a isso, formula e desenvolve condições metodológicas e
organizativas para viabilizar a actividade educativa. O que define algo (um conceito, uma
acção, uma prática) como pedagógico é a direcção de sentido, o rumo que se dá às práticas
educativas. Por isso se diz que toda educação corresponde a uma pedagogia.

3.5.2. A especificidade do conhecimento pedagógico

Verificamos, assim, uma acção pedagógica múltipla na sociedade, em que o pedagógico


perpassa toda a sociedade, extrapolando o âmbito escolar formal, abrangendo esferas mais
amplas da educação informal e não formal, criando formas de educação paralela, desfazendo
praticamente todos os nós que separavam escola e sociedade. (LIBÂNEO, 2001, p. 5).
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O campo do educativo é bastante vasto, uma vez que a educação ocorre em muitos lugares e
sob variadas modalidades: na família, no trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de
comunicação, na política, na escola. De modo que não podemos reduzir a educação ao ensino
e nem a Pedagogia aos métodos de ensino. Por consequência, se há uma diversidade de
práticas educativas, há também várias pedagogias: a pedagogia familiar, a pedagogia sindical,
a pedagogia dos meios de comunicação etc., além, é claro, da pedagogia escolar. (LIBÂNEO,
2001, p. 6-7).

Nessa perspectiva, na contemporaneidade, há diversos factores que desafiam o pedagogo na


sua formação e, consequentemente, na sua actuação. As mudanças sociais solicitam a
presença de um profissional que dê conta das novas demandas. Portanto, há que se considerar
a diferença entre educação e escolarização.

3.5.3. Áreas de actuação profissional do pedagogo

Podemos ter pedagogos formados para actuar em vários campos educativos e para atender as
demandas socio-educativas do tipo formal, não formal e informal. O pedagogo pode actuar
em duas esferas da acção educativa, são elas: escolar e extra-escolar. No campo da acção
pedagógica escolar distingue-se três tipos de actividades:
a) A de professores de ensino público e privado, de todos os níveis de ensino e dos que
exercem actividades correlatas fora da escola convencional.
b) A de especialidade da acção educativa escolar operando nos níveis centrais,
intermediários e locais dos sistemas de ensino (supervisores pedagógicos, gestores,
administradores escolares, planejadores, coordenadores, orientadores educacionais)
c) Especialistas em actividades pedagógicas paraescolares actuando em órgãos públicos,
privados e públicos não-estatais envolvendo associações populares, educação de
adultos, clinicas de orientação pedagogica /psicológica.

No campo da acção pedagogica extra-escolar distinguem-se profissionais que exercem


sistematicamente actividades pedagógicas e os ocupam apenas parte do seu tempo nessas
actividades são essas:
a) Formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores,
orientadores que desenvolvem actividades pedagógicas(não escolares)em orgãos
públicos, privados e públicos não-estatais, ligados a empresas, cultura, aos serviços de
saúde, alimentação e mais.
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b) Formadores ocasionais que ocupam parte do seu tempo em actividades pedagógicas


em órgãos públicos estatais e empresas referentes à transmissão de saberes e técnicas
ligadas a outra actividade profisssional especializada.

Pode-se incluir na educação extra-escolar os agentes pedagógicos que actuam no âmbito da


vida privada e social são esses: Os pais, parentes, trabalhadores voluntários em partidos
políticos, sindicatos, centros de lazer. A presença do pedagogo em organizações empresariais,
por exemplo, decorre da necessidade de um profissional que articule gestão, formação e
interacção de pessoas, o trabalho em equipa. (BRUNNER & GUINES,2012.p.9-14).

3.5.4. Algumas definições clássicas sobre educação


a) As concepções naturalistas
Atribuem primazia aos factores biológicos do desenvolvimento. A influência externa vinda de
factores social, culturais, agira apenas como reguladora do ritmo de manifestação de
processos internos inatos. Assim sendo, a educação e o ensino devem-se adaptar a natureza
biológica e psicológica da criança acompanhando seu desenvolvimento. A finalidade da
educação, é fazer desabrochar “tirar para fora” o que já existe na natureza do individuo.
(BRUNNER & GUINES,2012.p.9-14).
b) As concepções pragmatistas
A educação resulta de um processo imanente ao desenvolvimento humano, cujo resultado é a
adaptação do individuo ao meio social. Por isso educar-se é desenvolver-se, é auto-actividade
provocada pelos interesses e necessidades do organismo, suscitados pelo ambiente físico e
social.
c) As concepções espiritualistas
Concebem a educação como um processo interior, mediante o qual a pessoa vai se
aperfeiçoando, mas é necessária a adesão a verdades ensinadas de fora, que dizem como o
homem deve ser. Para a pedagogia católica a educação busca o fim último da vida, que é
regenerar o homem corrompido pelo pecado original, preparando-o para a vida eterna.

d) As concepções culturalista
A educação é uma actividade cultural dirigida à formação dos indivíduos, mediante a
transmissão de bens culturais que transformam em forças espirituais internas do educando,
levando-o a liberdade individual, e as condições externas da vida real e ao mundo objectivo
da cultura.
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e) As concepções ambientalista
Concebem a educação como resultado da acção exercida pelo ambiente externo sobre o
individuo. Segundo Durkheim, citado por Libâneo (2009,76), a sociedade propicia valores,
ideias e regras, às quais o espirito do educando deve submeter-se. A educação é uma
imposição ao educando na maneira de ver, de sentir, e de agir em consonância com os valores
sociais.
f) As concepções interaccionista
Evitam a polarização entre acção educativa externa e a actividade interna dos sujeitos. Para
eles o ser humano se desenvolve tanto biológica como psiquicamente na interacção com o
ambiente, implicando a interacção entre o sujeito e o meio.

3.5.5. As dimensões da educação

A referência aos processos, aos produtos da educação ou efeitos da educação remete-nos às


dimensões ou âmbitos da educação, uma vez que estas antecedem a formulação dos
objectivos e conteúdos. A formação humana abarca um conjunto de dimensões com objectivo
de formar um homem na sua íntegra. Dá-se maior destaque as dimensões intelectual
(cognitiva), social, afectiva, física, estética e ética. (BRUNNER & GUINES,2012.p.9-14).

Estas dimensões formam uma unidade no comportamento humano, uma


vez que as respostas do sujeito abarca a totalidade das dimensões, ao se
educar o ser humano como um todo. Para além dessas dimensões
poderá surgir outras mediante a dinâmica da sociedade e a
contextualização, e expectativa das sociedades. (REVEN et al, 2001).

O pedagogo deve ser, hoje, o profissional que actua nas várias instâncias da prática educativa,
directa ou indirectamente ligadas às organizações e aos processos de transmissão, assimilação
e modos de acção dos saberes, com vistas à formação e ao desenvolvimento contínuo das
capacidades humanas intelectuais, sociais, cognitivas e afectivas, com a intenção de dar
condições ao ser humano de alcançar patamares necessários à produção de novos saberes,
habilidades, atitudes e valores, essenciais para enfrentar às exigências contínuas da sua vida
diária. (MATIAS,2011.p22).
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4. Conclusão

Desta feita conclui-se que, o presente trabalho teve como menção abordagem principal do
contributo da pedagogia na formação do professor a educação. Destacar que foram de forma
sintética abordados os pressupostos e foram discutidos com as ideias dos autores. Hoje, ao se
pensar na figura do pedagogo, faz-se uma associação directa à imagem do professor. Contudo,
não se deve reduzir esse profissional à docência. Nessa perspectiva, entende-se que o
pedagogo, o cientista da educação, tem espaço no lugar em que está a educação. Sendo assim
o campo de actuação do profissional formado em pedagogia é tão vasto quanto as suas
práticas educativas na sociedade. Em todo lugar onde haver uma prática educativa com
caracter intencional, há ai uma pedagogia.

Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da


educação do acto educativo, da prática educativa como componente integrante da actividade
humana, como facto da vida social, inerente ao conjunto dos processos sociais. Não há
sociedade sem práticas educativas.

Pedagogia diz respeito a uma reflexão sistemática sobre o fenômeno educativo, sobre as
práticas educativas, para poder ser uma instância orientadora do trabalho educativo. Ou seja,
ela não se refere apenas às práticas escolares, mas a um imenso conjunto de outras práticas. O
campo do educativo é bastante vasto, uma vez que a educação ocorre em muitos lugares e sob
variadas modalidades: na família, no trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de comunicação,
na política, na escola.
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5. Bibliografia

1. FRANCO, M. A. S. Pedagogia como ciência da educação. Campinas: Papirus


Editora, 2003.
2. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
3. LIBÂNEO, José Carlos. Educação, Pedagogia e Didáctica; in Pimenta, Selma
Garrido (org) Didáctica e formação de professores: percursos e perspectivas na
Brasil e em Portugal. Ed Cortez, 2006.
4. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê?9.ed. São Paulo: Cortez,
2007.
5. SCHIMIED-KOWARZIK,W. Pedagogia dialéctica. São Paulo , brasil 1983
6. LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreria de; TOSCHI, Mirza Seabra.
Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2011
7. PIMENTA, S.G. Formação de Professores: identidade e saberes da docência. In
Cortez Editora, 1999.

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